A. G. Wilde - RIV'S SANCTUARY Book 03
A. G. Wilde - RIV'S SANCTUARY Book 03
A. G. Wilde - RIV'S SANCTUARY Book 03
KA’CIT
RIV’S SANTUARY BOOK 03
A. G. WILDE
O REFUGIO DE KA’CIT
― Não é a melhor maneira de me apresentar a você... Um
cavalheiro teria pelo menos cumprimentado você
primeiro...
...mas não sou um cavalheiro.
Nada mais.
MAS... quando ele começa a olhar para ela como se ela
devesse estar em seus braços, em sua cama... sua, logo fica
claro que as coisas não são tão simples.
Essa máscara que ele usa? Seu rosto não é a única coisa
que esconde.
Esta tradução foi feita por fãs e para fãs. SALT realiza esta
atividade sem fins lucrativos e tem como objetivo incentivar a
leitura de autores cujas obras não são traduzidas para o
PORTUGUÊS.
Uhhhh.
Algo lhe dizia que era o primeiro. Por que mais eles
estariam a fazer tanto?
Algo bateu com força na parede e fez Nia pular.
Era muito cedo para alguém sair para começar o dia, mas
se tornou uma espécie de ritual para ela.
A casa ainda estava quase toda escura, mas ela sabia que
assim que chegasse lá fora, ela veria o brilho fraco do sol
iluminando o céu rosa.
Foi chocante?
Um pouco.
Ela odiou?
Na verdade, não…
Ela estava feliz que este era o planeta em que ela pousou
e não um deserto estéril. Hudo III era lindo.
Droga.
― Quem?
Nia pulou com a voz e se virou para ver Riv não muito
atrás dela.
Nia sorriu.
― Tenho certeza.
Certo?
Mas essa não era toda a razão pela qual ela estava
coberta.
Nia assentiu.
Não foi até que eles estavam em uma das ruas que ela
olhou para cima. Ela quase engasgou com admiração.
Ela não percebeu o que eram até que uma das coisas se
abriu.
― Ah, um berço!
― Pare! ― Sua cabeça doía e seu grito não era nem alto.
― Pare! ― Ela cravou os pés no chão, mas isso não os impediu.
Tudo o que fez foi fazer com que ela quase perdesse os sapatos
algumas vezes.
― Phek!
― Segure-o!
Quando seus pés tocaram o chão mais uma vez, ela quase
tropeçou, mas eles estavam andando em uma unidade tão
unida que ela foi mantida em pé. Um de seus tênis quase
escorregou de seu pé, e houve um momento em que ela estava
mancando, tentando não perder o sapato enquanto a
arrastavam. Ela comprou o par de um de seus vizinhos na
Terra.
Muuuuuito.
Ela viu Lauren se virar para dizer algo para ela, ela
assumiu, e o momento exato em que a fêmea percebeu que não
estava mais ali ficou claro.
Porra.
― Não!
Não.
Bone Crusher.
1 Triturador de Ossos
escuta em seu ouvido, ele podia ouvir que eles estavam
conversando sobre nada em particular.
Pelo amor de Deus, ele não era tão terrível. Não era como
se ele fosse atravessar a barraca e agarrar o mercador pelo
pescoço. Não, a menos que o mercador lhe desse motivo para...
Ka'Cit congelou.
Phek.
Phekking Herza.
A maioria dos seres não sabia o que ela era, mas ele sabia.
Phek.
Seria fácil.
Pois era uma nave. Ela sabia com certeza que era, já que
a rampa que levava para fora estava se fechando lentamente.
Ela sabia que o que estava fazendo era um risco, mas ela
realmente não tinha escolha, tinha?
Porra, ela era uma fêmea alta. Nia teve que esticar o
pescoço para trás para encontrar o olhar da alienígena.
Merda.
Rainha?
Merda.
Não ia escanear!
― Não!
― Não me toque. Por que você está fazendo isso?! Por que
vocês alienígenas são tão pervertidos?!
A chefe se inclinou para trás e olhou para seus
tripulantes. ― Coloque-a aqui e observe-a. Eu não quero
nenhum... problema.
― Coloque-o dentro.
Phek.
Phek.
Assim que ele descesse lá, eles iriam atacá-lo, ele tinha
certeza.
Uma vez que ele entrou, ele só tinha que esperar que ele
visse o Niftrill que ele precisava no processo.
Se não…
Soltaria a lata.
Phek.
Deve ter passado pelo menos meia hora desde que ela foi
colocada na cela – ou mais. Ela realmente não sabia.
O outro grunhiu.
Um momento de silêncio.
― Não. Você?
― Não.
― E se Herza descobrir?
Porra.
O seixo.
Jogar neles?
Ela não sabia como ela iria sair disso, mas ela tinha que
encontrar uma maneira.
Porra.
PORRA!
A única coisa que ela podia ver eram as luzes dos botões
perto da porta, mas o zumbido natural da nave parecia ficar
ainda mais alto.
O motor da nave.
Merda.
Phek.
― No setor superior.
Ela teria que ser perfeita. Não havia espaço para erros.
Sim, ele não estava falando com ela, mas ela não estava
esperando para ouvir a resposta do outro alienígena.
Merda.
Ela não pensou duas vezes. Ela fez uma corrida louca em
direção à porta que se fechava, esperando ser rápida o
suficiente.
Ela fez isso bem a tempo, ou, pelo menos, a maioria dela
fez. Sua capa ficou presa na porta assim que ela se fechou
atrás dela, e ela teve que puxá-la com força suficiente para
rasgar.
Ela estava ofegante agora, tentando recuperar o fôlego do
esforço súbito, e ela fez uma pausa, as mãos nos joelhos
enquanto sua respiração vinha forte e rápida.
Ela conseguiu.
Definitivamente não.
Merda.
Caramba.
Ah foda-se.
Foooooda-se!
Nia chutou enquanto tentava se agarrar, fazendo-se
tropeçar, e ela perdeu os sapatos no processo. Mas em vez de
soltá-la, o capanga a agarrou com mais força e desceu com ela.
Ele caiu de lado com ela agarrada contra ele.
Talvez este fosse o Hulk do clã que ela não tinha sido
apresentada até agora. E que momento para conhecê-lo.
Ela ia lutar.
Mas o que quer que ela batesse fez um baque surdo como
se ela batesse em algo sólido... como metal.
― Deixe...
Tapa.
― Eu...
Tapa.
― Ir...
Tapa.
O que?
― Quem é você?
O que?
Ele ficou em silêncio, mas ela sabia que ele estava lá. Ele
ficou perto.
Ela podia sentir o corpo dele roçando o dela com cada
respiração que ele dava, e ela estava tendo uma ideia melhor
de seu tamanho.
Grande.
Alto.
Inferno.
Eca!
O olhar de Nia subiu cada vez mais alto até que ela estava
olhando para o rosto do estranho... ou, pelo menos, onde seu
rosto deveria estar.
Ela o conhecia.
― Que diabos…
― Que porra…
Por que as portas estavam fechadas?
Era como olhar nos olhos de alguém que vivia uma vida
completamente diferente da forma como ela vivia.
Inteligência.
Diversão.
E interesse.
Sua cauda.
Ela teria pensado que era uma cobra se não fosse pelo
tufo de cabelo escuro e ondulado na ponta.
O que…
Nia o observou, seu coração batendo forte no peito.
― O que é isso?
Ela não tinha ideia do que ta'ii queria dizer, mas sabia
que ele estava falando com ela. Com quem mais ele estaria
falando?
― O que?
― Laá deentrro?
― Eu naaum…
Este último não era uma opção. Não com ela sob seus
cuidados.
Buracos pequenos?
Escadas?
― Vousssê conséegui...
Phek.
Congelada.
Ka'Cit a encarou.
Ele não sabia por que ele esperava que ela recuasse de
seu toque – talvez porque isso é o que geralmente acontecia
quando ele tentava tocar outras pessoas – mas, novamente, ele
não estava tentando ser gentil naquelas vezes.
Cada respiração que ela dava era tão forte, ele podia
sentir seu peito se expandir, e cada expiração era um calor que
se infiltrava através de sua túnica para roçar sua pele.
Ela não disse nada e seus olhos ainda estavam fechados,
mas sua respiração estava tão forte e rápida que era mais do
que alarmante.
Era menor do que ele imaginara, mas teria que servir até
que Herza cancelasse sua busca. Só então seria seguro ir
acima.
Phek.
― Ta'ii…
Nenhuma resposta.
Do jeito que ela o segurou, ele não teve escolha a não ser
colocar os braços ao redor dela e puxá-la para mais perto.
Phek.
Talvez ele devesse ter visitado seus amigos com mais
frequência. Ele teria sido capaz de observar as companheiras
humanas de Riv e Sohut – ver como era sua espécie.
Não era algo que ele pensou que seria capaz de fazer.
Provavelmente foi por isso que ela foi atraída por isso.
Se isso ajudar.
Phek…
Ele realmente ia fazer isso.
Cada respiração que ela dava fazia com que seu pequeno
corpo subisse e descesse contra o dele, e definitivamente
estava ficando mais uniforme.
O antes.
A humana.
Foco na humana.
Phek.
Alturas?
Ele imaginou La-rehn gritando e correndo em direção a
Riv quando ela se deparou com uma escada aleatória no
terreno do Santuário.
Não.
Essa dor estava lá porque isso era uma parte da vida que
ele, Ka'Cit, nunca teria.
Porra.
Porra.
Ela não tinha percebido que seu rosto estaria tão perto.
Se ele não estivesse usando aquela máscara, eles
estariam tão próximos que poderiam se beijar.
Ela deveria…
Ele não se moveu, e ela ficou feliz por ele não ter dito
nada.
Merda!
O ritmo ajudou.
E isso ajudou.
Ela teve que se forçar a fazer isso, porque ela podia sentir
a ansiedade fervendo em seu peito, como se estivesse pronta
para fechar sua garganta e cortar seu suprimento de ar se ela
baixasse a guarda.
Ela não conseguia ler o que ele estava pensando por trás
daqueles olhos verdes, mas toda vez que ela olhava para cima,
eles estavam focados nela. Também não era um olhar hostil,
mas de interesse.
Ele era Merssi como Riv e Sohut, isso ela sabia... mas
havia algo diferente em sua aparência – algo que ela tinha
certeza que deveria se destacar, mas por sua vida, ela não
conseguia colocar um dedo sobre o que era.
― Nia.
Nia piscou.
― Ka'Cit.
― Isso pode não ser possível, ― ele falou para quem estava
na linha e ela viu pedaços de seus dentes enquanto ele
pronunciava as palavras.
Ele sabia o que ela tinha acabado de perceber, que ele era
diferente dos outros.
Trabalho, hein.
Porra!
Quando ele disse sair, ela tinha certeza que ele queria
dizer como... ir para o maldito espaço sideral, não é?
Ele se inclinou mais perto do ouvido dela para não ter que
gritar, possivelmente no caso de sua voz ser carregada porque
o som dos motores estava se estabilizando.
Ele sabia mais do que ela, ela esperava que ele estivesse
certo, e até agora, ele só a ajudou.
Não.
Porra de porra.
Merda.
Uau.
Ele gostou.
Curto e doce.
Como ela…
Phek.
Ele não era muito bom com conversas, mas achava que
não era tão ruim nisso. Certamente.
Isso foi difícil. Mas, se ele não era bom em mais nada, ele
era um mestre em rostos vazios.
Ele podia admitir que estava curioso sobre ela. Seus olhos
castanhos eram quase da mesma cor de sua pele. Era um tom
rico, diferente das outras duas humanas que ele tinha visto,
mas igualmente bonita.
Phek. Ela era a coisa mais linda que ele já tinha visto em
todas as suas revoluções.
Bonitinha.
Ele quase engasgou com esse pensamento.
O phek?
Vulnerável.
Os Niftrills.
― Niftrills?
― Eles tentaram...
― Você?
Ele sabia o que ela estava tentando dizer a ele antes que
ela mudasse de ideia...
Phek.
― Responda-me.
― Nããoo.
Isso soou como uma resposta negativa. Seu olhar
encontrou o dela novamente e ele a estudou.
Phek.
Oh.
Isso.
― Não é nada.
Ela o ignorou.
Ele tentou afastar a mão, mas podia admitir que foi uma
tentativa fraca porque ela prontamente a agarrou, lançou lhe
um olhar que lhe dizia para ficar parado e a colocou na perna
dela novamente.
Merda.
Ela sabia que não era uma lesão antiga também. Era
bastante novo.
Ele estava olhando para ela com aquele olhar intenso dele
novamente e ela teve que desviar o olhar, caso contrário ela
esqueceria que estava olhando.
― Ele foi para a Síria, você sabe. O meu pai. Alguns anos
atrás. Lutou lá. Ele teve sorte de voltar, mas quando voltou,
ele... mudou, você sabe. ― Ela olhou para o alienígena
novamente. Ele estava ouvindo cada palavra que ela dizia,
como se pudesse entendê-la, e esse pensamento era
reconfortante. Ela não tinha falado com ninguém sobre sua
vida na Terra. Pelo menos, não os detalhes intrincados.
― Phek, ― foi tudo o que ele disse quando ela saiu de cima
dele e ele se sentou ereto.
Ela não tinha ideia do que ele quis dizer com essas
palavras.
― Desculpe, ta'ii.
CAPÍTULO 16
― Espere aqui.
Phek.
Que não havia uma maneira para eles irem acima. Que
eles teriam que esperar mais...
Phek. Ele.
― Vai esfriar.
― Muito frio.
Ka'Cit piscou.
Mas... ele já sabia que ela era corajosa, então tinha que
haver outra explicação.
Aterrorizado.
CAPÍTULO 17
Ela tentou soprar nas mãos de novo e não sabia por que
se incomodava, como se a terceira vez fosse o feitiço ou algo
assim.
― O que...
De volta à Terra, ela não teria feito uma merda como essa.
Ela teria empurrado o cara para longe e assumido que ele
estava tirando proveito.
Nia fez uma pausa e desta vez, sua respiração ficou presa
na garganta.
Sua outra mão caiu em sua coxa e ela fez uma pausa.
E por que ela não estava pulando dele agora que ela
percebeu esse fato?
Tudo o que ela tinha que fazer era não pensar na coisa
dura e grossa que ela estava sentindo contra ela.
Porra.
Foda-se ela.
Não literalmente…
Ou talvez literalmente…
Merda.
Ela quase percebeu sua situação e ele não sabia como ele
teria sobrevivido ao constrangimento.
Phek.
Uma companheira.
Sem ressentimentos.
Nada.
CAPÍTULO 18
Sério?
Oh.
Nia desviou o olhar, embora ela não pudesse ver nada,
mas a memória do que ela sentiu voltou para ela.
― Me siga.
Quanto mais alto ela subia, mais difícil era para ela
respirar e o alívio a invadiu quando sentiu a mão dele fechar
sobre a dela novamente.
Armas.
― Como você sabia que isso estava lá... ― Ela olhou para
ele. ― Sabe o que mais? Deixa para lá.
Nia tentou levantar sua arma para mirar, mas ela ficou
presa embaixo de seu corpo e de jeito nenhum ela seria capaz
de disparar rápido o suficiente.
― Ka'Ci...
― Vamos lá.
Phek.
Isso serviria muito bem para Herza, mas ele não estava
disposto a permitir isso.
Ele olhou para trás para ver que Nee-ya estava correndo
para acompanhar seu ritmo. Ele diminuiria a velocidade, mas
eles estavam sem tempo.
― Phek.
― Porra.
― Esconda-se!
Quem…
Phek.
Para ela.
Seu órgão de vida bateu em seu peito quando ela agarrou
sua arma e descarregou outra explosão de laser.
Porra.
Não era algo que ela entendia, mas era algo pelo qual ela
estava grata.
Huh?
Ou talvez não.
Ela adivinhou que eles não eram tão leais a Herza quanto
ela pensava.
O que…
Herza.
Ela estava sozinha, as mãos em punhos ao lado do corpo
e o rabo balançando no ar da mesma forma que um gato faria
ao olhar para um rato.
― Oh meu Deus.
― Vamos lá.
Certo.
Por quê?
― Vamos.
Merda.
O que...
E agora?
― Eu... eu não sei como deixar você saber que sou grata.
Estou em dívida com você. Por tudo que você fez. Você arriscou
sua vida para vir atrás de mim. Você me manteve aquecida
quando eu estava com frio. Me protegeu quando as pessoas
estavam tentando me matar. ― Ela quase começou a chorar e
sua garganta ficou seca.
Ele piscou para ela e ela desejou que ele não estivesse
usando a máscara para que ela pudesse ver seu rosto.
― O que é isso?
Ele se foi.
Onde?
Casa.
Então ele não mudou seu destino. Mas onde diabos ele
tinha ido?
A única coisa que lhe dizia que ela não estava congelada
no tempo eram as luzes piscando na grande estrutura do lado
de fora da nave.
Foi quando ela viu o movimento.
Um intruso.
― Ka'Cit?
Sem resposta, é claro, e ela não teve escolha a não ser vê-
lo flutuar para a enorme estrutura de metal ao lado da qual a
nave havia parado.
Ainda…
Mas isso ainda não disse a ela o que ele estava fazendo.
Assim que ele estava na borda do pino mais uma vez, ele
flutuou de volta para a tela de visualização.
― Entre aqui!
O que...
― O... o quê?
Nia piscou.
― Um código.
Nia teve que colocar todo o seu peso no banco atrás dela.
Suas pernas estavam muito fracas.
― Você acabou de... enviar inglês para o mundo?
― Nee-ya?
E ele estava.
― Geblit.
Sua voz estava rouca quando ele falou, tão rouca que ela
quase pensou que ele estava limpando a garganta.
Amigo.
Nia sorriu.
Por um momento, ela se permitiu relaxar contra ele. O
nariz dela estava enterrado contra a pele dele e ela podia sentir
o cheiro de seu almíscar único.
Reconfortante.
E depois…
Ela podia ver isso em seus olhos, assim como ela podia
sentir isso dentro de si mesma.
Algo tinha acabado de mudar entre eles... e ela tinha
certeza de que não havia como voltar atrás.
CAPÍTULO 21
― Que informação?
Ele hesitou então. Esta era a parte que ele não tinha
certeza se deveria contar a ela.
Isso não a afetou diretamente, mas depois da história que
ela acabou de contar a ele, ele sabia agora que poderia afetá-
la emocionalmente, talvez até mentalmente.
― Por que?
Nia o observava.
― Sim?
― Nee-ya?
― Vamos lá.
― Vamos lá.
Ainda…
Os lábios dela.
Perfeita.
Raxu …
Sua maldição.
Não.
Ainda não.
Ela não podia fazer isso. Que tipo de pessoa ela seria se
algo acontecesse e ela o deixasse para morrer?
― Ei, ei, não chore. Eu não quero que você chore. Estou
bem. Eu realmente estou.
― Até breve.
― Phek!
― Ka'Cit?
― Algo está errado com a nave. É por isso que ela não
tentou nos parar quando chegamos a plataforma de carga.
Meu palpite é que essa nave não é adequada para nos levar
mais longe. Ka'Cit apertou alguns botões. ― Computador.
Diagnóstico do relé.
Por alguns segundos, houve silêncio. Em seguida, ―
Verificação de diagnóstico. Completa. O motor principal está
comprometido.
Por que parecia que ele tinha acabado de lhe contar uma
mentira?
Phek ele se não fosse uma das coisas mais difíceis que ele
já teve que fazer em toda a sua existência.
Ka'Cit pigarreou.
― ...lugar perigoso?
Assim que ele saísse da nave, ela iria ver uma parte dele
que nem mesmo Riv e Sohut conheciam.
Ele trouxe Nee-ya para uma parte de seu mundo que ele
mantinha separado.
Excelente.
Inteligente.
Ela levantou o capuz da capa sobre a cabeça também e
quando ela levantou o olhar para olhar para ele, ela sorriu um
pouco.
Uma vez que eles estavam do lado de fora, ele não tinha
certeza do que esperar.
― Uh... uh...?
Phek.
― Certo. Mas…
Phek.
Um Torian.
Mais... mortal.
Como se viesse de um macho que não sentia, não do
macho que a segurou contra ele momentos antes.
Triturador?
― Torian....
Era um elevador.
Mas ela estava com tanta sede – ela não tinha bebido
nada desde que deixou o Santuário – então ela tomou outro
gole.
Nia o encarou.
Uma maldição?
Parecia que ele tinha que puxar os olhos para cima para
encontrar os dela. ― Não é sua culpa, ta'ii.
Enigmático.
Era o jeito que ele estava olhando para ela, e agora que
ela estava olhando de volta, os olhos do alienígena deslizaram
de seu rosto para deslizar por seu corpo.
Eh... carne.
― Ka'Cit?
Ele tinha presas que saíam de sua boca, seus olhos eram
embutidos e ele tinha ombros pesados.
Foda-se. Nela.
Ela tinha um ímã de atração alienígena em algum lugar
na parte de trás de sua cabeça?
Ele não tirou os olhos do bruto e ela não sabia como ele
encontrou seu alvo, mas o alienígena ao lado uivou de dor e
caiu no chão.
Ela não sabia como ouviu, mas a voz de Ka'Cit era tão
comedida, tão segura, que cortou o barulho.
― Hum.
Ela não tinha visto esse lado dele até este momento, não
que ela estivesse muito perto dele, mas certamente foi
revelador.
Não.
…Pode ser.
Um quarto?
Por que isso fez seu coração bater no peito, ela não sabia.
― Com prazer. ― O barman pegou a moeda como se
estivesse com medo de que Ka'Cit mudasse de ideia. ― Vou
enviar a refeição na rampa para o seu quarto. ― Ele deslizou
um cartão quadrado para eles.
― Vamos lá.
Ele não podia ver seu rosto, o capuz estava sobre sua
cabeça mais uma vez, e ele desejou que pudesse.
Era isso.
Huh?
Mesmo com sua doce pele colorida, ele podia ver que suas
bochechas ficaram mais escuras.
Ela não respondeu, mas ele logo ouviu quando ela entrou
na cabine.
Phek.
― Então o que nós faremos? Se não conseguirmos o
pacote, o que acontecerá com esses humanos?
― O quê?
― Ka'Cit?
― O que é a Restituição?
― Pelo que?
Não, ta'ii.
Ela não tinha certeza se ele estava ciente disso, mas sua
cauda estava dançando preguiçosamente no ar atrás dele.
Ela nunca tinha visto assim antes. Riv não tinha cauda e
Sohut parecia ter mais controle sobre a dele. Ka'Cit, por outro
lado, parecia não saber o que sua cauda estava fazendo
quando estava completamente relaxado.
Seu olhar voltou para o rabo dele e ela tentou não olhar
para ele.
― Ka'Cit?
Ele congelou.
― Você não é um fazendeiro, é?
― Eu sou.
Isso não era o que ela pensou que ele diria e ela fez uma
pausa no meio da mastigação. ― Uma propósito?
Por alguns momentos, ele não disse nada e ela não queria
pressioná-lo sobre isso.
O que quer que o empurrou para fazer o que ele fazia para
viver deve ser algo que altera sua vida. Colocar-se tanto em
perigo e fazê-lo de graça…
Nia assentiu.
Ela não podia se mover, sabendo que ela queria que ele
se aproximasse, para diminuir a distância entre eles, e a
percepção de que ela também queria a manteve imóvel por
alguns segundos.
E então ela se moveu.
― Você deixa?
― Ka'Cit?
Mas ele estava longe demais ou não a ouviu, pois a
próxima coisa que ela soube foi que sua capa estava sendo
levantada.
Ele aliviou ainda mais para que ele pudesse vê-la melhor
e uma de suas mãos pousou em sua trilha de cachos, seu dedo
sacudindo sobre seu clitóris enquanto ele fazia.
Era demais.
Ela não podia se conter, ela não seria capaz e Nia jogou a
cabeça para o lado, mordendo a cama quando um grito saiu de
seus lábios.
O que?
A confusão fez sua testa franzir e a euforia que ela
acabara de experimentar começou a desaparecer.
― Antes do que?
Ele olhou para ela e ela podia ver sua garganta se mover.
Gravidez.
― Você o que?
Ele quase tinha ido longe demais, mais longe do que teria
sido sábio.
Ele tinha mais dois dias nesta estação com ela e já tinha
ido longe demais. O que diabos ele ia fazer agora?
Realmente odiava.
O barman deve ter visto o olhar em seus olhos porque
empalideceu um pouco.
Não importava.
Phek.
Ele a machucou.
Não é que ele não soubesse o que ela queria, não é que
ele também não quisesse... é só que ele não podia.
Estava predestinado.
Por que fazê-lo ansiar por algo que ele nunca poderia ter?
PHEK!
Ele deu um soco no balcão e a conversa atrás dele parou
de repente.
Ele não podia voltar para o quarto. Não até que ele
esfriasse.
― Ele disse que tinha que sair antes de fazer algo que ela
se arrependesse.
Pela vida dela, ela não conseguia entender por que esse
seria o caso.
Talvez seja por isso que ele disse que ela poderia se
arrepender?
Porra.
― Não vê o quê?
Algo passou por seu olhar que ela não conseguia entender
e outra respiração estremeceu através dele.
― O que machuca?
― …mas?
Era necessidade.
― Nee-ya…
Beijo?
Phek.
Ela não deveria dizer essas coisas. Não quando ele estava
lutando tanto para manter o controle.
Ela envolveu suas coxas ao redor dele e ele não resistiu
mais. Levantando-se de joelhos, ele a levou com ele.
Com uma mão, ele dirigiu seu pênis para sua entrada e
um gemido o estremeceu quando sentiu sua maciez.
Ela era tão pequena, ele não tinha certeza se poderia fazer
isso sem machucá-la.
― Tem certeza?
Phek.
― Tenho certeza.
Ela se contorceu contra ele então, fazendo com que sua
ponta roçasse contra seu calor e o contato fez os dois gemerem.
― Não o bastante.
― O que?
Phek.
Ele ainda estava dentro dela, ela podia sentir sua dureza,
e isso, assim como uma miríade de outras emoções, a deixou
atordoada.
Sua cauda subiu pela perna dela para roçar sua barriga.
Fez cócegas de um jeito bom.
Quanto mais a mão dela ia, mais grossa sua cauda ficava,
até que ela estava chegando para trás para fechar a mão ao
redor da base de sua cauda completamente.
― Ka'Cit?
― Hum?
Mas ela nem sabia o que ela queria perguntar a ele. Ela
adivinhou que ela só queria ouvir a voz dele, e ao som dela, ela
se aconchegou contra ele um pouco mais.
― Durma, ta'ii.
Ka'Cit.
― Você dormiu?
― Estou. Mas…
― Mas o que?
Mas ele não se moveu para explicar e ela deixou por isso
mesmo, optando por apenas olhar para ele enquanto seu dedo
se movia em sua bochecha.
Não de comida.
Olhando para ele agora, ela não tinha ideia de como ele
conseguiu encaixá-lo dentro dela. Não que ela estivesse
reclamando.
― Me fale mais…
Gostava muito.
― Eu não entendi.
Ka'Cit se virou para ela e seu olhar ficou ilegível mais uma
vez, aquela parede que ela estava notando que ele ergueu atrás
de seus olhos estava no lugar.
Talvez não.
Tempo.
CAPÍTULO 31
Ela ficou olhando para a bandeja por tanto tempo que não
percebeu que ele havia tirado todas as roupas e tirado a
máscara até subir na cama.
― Tente este.
― Tente isso.
― Ka'Cit?
Ele não respondeu, mas quando seu dedo escorregou de
sua boca, seu pênis empurrou contra sua perna.
Ela não sabia por que, mas ela se sentia como um rato
na frente de algo incrivelmente perigoso e ela teve um desejo
repentino: correr.
Caçando.
Porra.
― Não me persiga.
Sua língua estalou para fora enquanto ele lambia os
lábios e suas presas apareceram momentaneamente.
― Por que?
― Então corra.
― Ta'iiii.
Quando ele caiu em cima dela, ele a puxou com ele para
cima na laje de descanso, embalando-a perto enquanto a
beijava no topo de sua cabeça.
Durma.
Isso a acordou.
― É bom? O que é?
― Pertencer.
Nia assentiu.
Casa.
Muito.
O pouco tempo que ela passou com ele parecia muito
mais longo e, dentro dela, algo havia mudado.
Porra.
Se ela não estivesse olhando para ele, ela não teria visto
a reação.
― Hedgeruds.
Hedgeruds?
Ela tinha ouvido esse nome antes, mas ela não manteve
os nomes das espécies em sua cabeça. Havia muitos demais
para lembrar pelo nome.
A que se referia?
Hedgeruds.
Ela não tinha como nem mesmo blefar seu status legal.
Porra.
PORRA!
Talix metálico.
Não era isso que Ka'Cit disse que estava naquele pacote?
O que eles precisavam recuperar do contrabandista?
Ela olhou para ele e percebeu que ele estava imóvel como
pedra porque ele estava ouvindo muito antes do que ela
pensava.
Mais uma vez, algo passou por seu olhar que ela não
conseguiu ler e ele fechou os olhos por um momento.
Ela não sabia por que, mas ela sabia que eles estavam
chamando por ela.
Porra.
Se eles a vissem...
― Sim, querido.
Ela entendeu.
Nia sorriu.
Porra.
A baía da nave estava cheia deles. Exatamente em que
tipo de embarcação eles viajaram…
Porra.
Ela teria que correr ao ar livre para chegar até ele, mas
ela não estava preocupada com isso.
― E o metal?
Nos próximos segundos, enquanto caminhavam em
direção à nave, Nia notou uma coisa.
― Mas...
Seu olhar caiu para os lábios dela mais uma vez antes de
colocar a máscara de volta, e então a porta se fechou e ele se
foi.
Nia andou um pouco antes de bater a mão contra o botão
que fechava a câmara de ar.
― Computador?
Porra, sim.
Agora é esperar.
Ele tinha ido lá sozinho em uma luta que nem era dele e
seu coração sangrou e apertou com esse pensamento.
CAPÍTULO 34
Seu coração batia forte em seu peito quando ela viu Ka'Cit
pular nele.
Porra.
― Temos de ir!
Ka'Cit assentiu.
― Vamos lá.
Eles conseguiriam?
― O que é aquilo?
― Pode ser.
― Sério?
Ka'Cit assentiu.
Ela não era legal e isso significava que ela não tinha
nenhum direito.
A última a intrigou.
Ele.
Ela não tinha ideia de quem “ele” era, mas se ele estava
ajudando outros humanos em algum lugar nesse nada, ela
achava que ele era uma boa pessoa.
Huh?
Um robô?
Ela viu muita merda desde que deixou a Terra, ela até viu
robôs no Mercado. Merda, até Riv tinha robôs em sua fazenda
cuidando dos campos de feno, mas nenhum dos robôs que ela
tinha visto se parecia com este.
Ela não sabia por que ela esperava que seus passos
fossem pesados, como iRobot ou algo assim, mas eles não
eram.
Ela não sabia por que, mas lágrimas encheram seus olhos
com esse pensamento.
Ele fez uma pausa e seu olhar caiu para as pontas dos
dedos dela.
Nia assentiu.
Ela não podia ver seu rosto, mas seus olhos pareciam
aflitos.
― Acho que não posso ficar com você. Isso seria contra a
sua vontade e errado. Você não pode apenas manter as coisas
que deseja para si mesmo, só porque as quer. ― Parecia que
ele estava tentando se convencer mais do que fazendo uma
piada.
Andar com ele não era nada como andar com Riv e
Lauren.
Em vez de seres constantemente esbarrando nela
enquanto ela andava, o caminho estava sendo aberto diante
deles.
― Quem?
Nia balançou a cabeça. ― Apenas... me lembra um dos
tilgrans no Santuário.
Apenas... tristeza.
Ah.
Verdade.
― Você deixou seu carro aqui todo esse tempo? Você não
estava com medo de alguém... eu não sei... roubando ou algo
assim?
Era feito de metal escuro que era tão fosco que não refletia
nenhum brilho.
Quanto mais ele ficava longe, mais ela ficava com ele.
Ele não podia mantê-la. Ele não podia forçá-la a ficar com
ele.
Phek.
― Muito obrigada!
Todo esse tempo com ela, ele estava pensando que ela iria
separá-lo de dentro para fora. E ainda assim, ele não
conseguiu encontrar a vontade de salvar nenhum deles disso.
Linda.
Até este ponto em sua vida, esta seria a coisa mais difícil
que ele já teve que fazer, e ele regularmente se colocava em
algumas situações de merda.
Phek.
― É perfeito.
Você é perfeita.
Houve um som nos céus que a fez olhar para cima e seus
olhos se arregalaram.
― Isso é... isso é um trovão?
Ka'Cit riu.
Ela não tinha ideia de como ele estava vendo para onde
eles estavam indo, mas ele estava focado e confiante.
Casa.
Ele se arrependeu?
Seu olhar caiu sobre ele. Ele não estava olhando para ela
agora. Ele estava focado em Lauren enquanto ela se apressava
pelo caminho, um olhar estranho em seus olhos.
Ela olhou para ele mais uma vez e saiu do abraço das
outras duas humanas.
Seu braço estava flexionado com tanta força que ela podia
ver as veias saltando contra sua pele.
― Ka'Cit?
Porra.
O fato de ele ter dito que ela estava melhor lá, duas vezes,
foi algo que ela notou e ela abriu a boca para dizer algo, mas
nenhuma palavra saiu.
― Isto é…
Ela pensou que havia algo lá, algo mais do que... ela nem
sabia...
― Nee-ya…
Ele deve!
― Tchau, Ka'Cit.
Tchau, Nia.
Conciso.
Frígido.
Final.
CAPÍTULO 37
Nia assentiu.
― Tem certeza que está tudo bem? ― Lauren ainda a
estudava com olhos preocupados.
Nada.
Nada mesmo.
Ela ainda podia ouvir os outros se movendo pela casa,
mas Nia ficou na cama, ouvindo a chuva bater no telhado.
Possivelmente.
Fácil.
Certo?
Sua dor.
A água estava caindo do céu com tanta força que ele mal
podia ver diante dele e a escuridão do céu permeava o mundo
ao seu redor.
Tudo dentro dele lhe disse para virar o veículo, voltar para
o Santuário e reivindicar sua humana.
Ele a machucou.
Phek.
Cleo não parava de fazer aquele chá doce para ela, Sohut
procurava nozes que tivessem gosto de amêndoas, Lauren
passava o tempo na cozinha tentando criar comidas humanas
como pãezinhos de canela e biscoitos de aveia, e até Riv tentava
não fazer tanta cara feia para ela.
Ela estava triste por causa do que parecia que ela tinha
perdido.
Você tem uma família. Você tem os animais. Você tem mais
do que a maioria.
Ka'Cit Urgmental.
O macho que Nee-ya viu que ele era.
Somente agora…
Phek.
― Oh.
Ka'Cit os ignorou.
― Muito bem. Acho que não tenho escolha a não ser ouvir.
Lamento o dia em que me envolvi com vocês três.
Um último.
Ele não voltaria e ela não deveria ter esperado que ele
voltasse.
Mas mesmo à distância, ela podia dizer que não era dele,
e ela sentiu seu coração afundar – um sentimento que foi
prontamente seguido por raiva de si mesma por ter esperança.
― O que é isso?
― Você tem algo a ver com isso? Isso não tem nada a ver
com o que aconteceu há algumas semanas, certo? Eu disse a
vocês que estava tudo bem… Vocês não precisavam…
― Então quem…
― Não me diga que ele não lhe disse que estava dando
metade de seus bens para você. ― Agora, Geblit parecia
aborrecido.
― Ka'Cit Urgmental.
O coração de Nia batia tão forte em seu peito que ela tinha
certeza de que estava impresso em sua pele.
Nia piscou. ― Ele pagou por mim? ― Sua voz era apenas
um sussurro e o pacote e o papel que ela segurava em suas
mãos tremeram um pouco enquanto seus dedos tremiam.
― Ele pagou pela sua liberdade, ― corrigiu Geblit. ―
Agora...
― De um estranho?
Não.
Não era culpa dos outros, seu humor atual, mas ela não
podia evitar.
Ela o odiava.
Não.
Ela se odiava.
Ela sabia que estava fazendo uma birra adulta, mas toda
a situação de Ka'Cit a deixou louca.
― É tão óbvio?
― Eu o odeio.
Não, ela não odeia. Ela já sabia que era ela mesma que a
irritava mais.
Foi bom.
― O que?
Pela vida dela, ela não conseguia pensar no que era isso.
Nia piscou.
Sim. Sim, ele tinha. Ela notou isso, mas ela não tinha
pensado que era um grande negócio.
― Por que?
Nia piscou para ele. ― Ka'Cit... ele não pode ter filhos?
Ela abriu os olhos para ver Lauren olhar para ele com a
maior adoração em seu olhar.
― É por isso que ele não visitou desde que descobriu sobre
o bebê? ― Lauren sussurrou e Riv assentiu.
Agora.
Ele pensou que não poderia dar a ela o que ela queria...
mas o que ela queria era ele.
Ela não tinha ideia de para onde estava indo, mas o carro
flutuante tinha uma função autônoma e Riv havia digitado as
coordenadas da fazenda de Ka'Cit.
Não importava.
Talvez este não fosse o lugar para onde ela estava indo e
o carro flutuante passaria por ele, porque a estrutura à frente
não se parecia em nada com o Santuário de Riv.
Oh, certo.
― Olá?
― Olá?
Nada.
Nenhuma resposta.
Uma cauda.
Oh Deus não.
Foda-se.
Foi claro.
― Jekinnn, ― dizia.
Agora que ela estava deste lado da pilha, ela podia ver que
havia outro guarda deitado mais adiante no caminho imóvel.
Mas ela não tinha medo dele. Uma coisa era certa, os
guardas não a assustavam mais.
Ele não precisou dizer uma palavra. Ele não lhe devia
nada e era seu inimigo.
― O que?
Não.
Fraco?
Nia espetou o cano contra o focinho do alienígena, um
rosnado em seus lábios.
O guarda olhou para ela, seu olhar fixo no dela, mas Nia
não vacilou.
Mas ele não era normal, e ele não queria que eles
percebessem que ele poderia ter suas mãos livres.
Sua ta'ii.
Phek.
Feminino.
― Sim.
Não eram suas mãos ou seu corpo que ele queria contra
o dele.
Provavelmente.
Ele não achava que ela seria capaz de lutar, mesmo que
acabasse alcançando Ka'Cit.
Ela disse a eles que estava tudo bem. Ela não precisava
que eles se preocupassem com ela.
Ela nem estava preocupada consigo mesma.
Mas era isso que você fazia pelas pessoas que amava.
Ka'Cit.
Nia hesitou.
― Estou.
Ele era incrivelmente ágil, mas nunca foi muito longe para
que ela não pudesse vê-lo.
Guarda-jacarés.
Nia congelou.
A arma engatilhou.
Se ela pudesse fazer isso sem causar caos, ela optaria por
isso.
Ela adivinhou que ela não era a única que tinha algo
contra os guardas covardes.
Esta era a única chance que ela tinha para isso ou correr
o risco de ser pega. Então ela apertou o gatilho, descarregando
as balas e não parou até que a arma esquentou em suas mãos
e assobiou.
Falando.
O couro escuro.
Herza.
Ela estava de pé com a perna em volta dele, o rabo
acariciando a perna dele.
Ka'Cit.
Ah.
A máscara.
Ela esqueceu que estava usando.
Isso fez Nia se virar em sua direção e ela marchou até ele.
― Você. ― Ela apontou a arma para a cabeça dele, mas o
olhar em seus olhos estava tão cheio de admiração que não
pareceu registrar.
Assombro e saudade.
― Eu o quê?
― Sim.
Nia deu um passo para trás até ficar bem na frente dele.
Com uma mão, ela acariciou o lado de sua máscara.
Ela não podia ler o olhar que passou por seu olhar, mas
seu corpo se moveu, seguindo-a, quando ela puxou sua mão
mais uma vez.
CAPÍTULO 44
Por ele.
Ele não sabia como ela conseguiu fazer isso, mas para ela
colocar sua vida em perigo só por ele... mesmo depois que ele
cessou o contato...
Nia sorriu e agarrou sua palma. Ka'Cit teve que olhar para
o contato.
Phek.
Quando ela entrou, ela fez sinal para ele fazer o mesmo.
― Nee-ya?
Ela se virou para ele então e ele não conseguiu ler o que
estava acontecendo atrás de seus olhos.
― Huh?
Não era algo que ele jamais pensou que estaria pedindo a
uma fêmea.
Nia assentiu.
― Você?
Era por isso que ele não tinha contado tudo a ela.
Ele não queria ouvi-la dizer isso, dizer que não valia a
pena... ouvir essas palavras iria matá-lo.
Havia uma razão para ele não falar sobre isso e se seus
olhos pudessem vazar água como os dela faziam quando ela
estava sentindo uma profunda tristeza, ele tinha certeza que
eles estariam vazando agora.
Foi por isso que ele ficou tão longe. Foi por isso que ele
nem ligou.
― Nee-ya…
― Eu também te amo.
Phek.
Que ela pudesse pensar que o queria agora, mas ele viu
o que a dor pode fazer com um acasalamento.
Que ele tinha visto nos olhos de sua própria mãe, a morte
lenta como seu saram e momor lutaram constantemente por
causa dele.
Phek.
Agora, isso era mais difícil do que qualquer coisa que ele
teve que enfrentar até agora.
Ka'Cit piscou.
Mas…
Sim.
― O... o quê?
― Não entendo.
― Estas últimas semanas foram as mais difíceis da minha
vida. ― Ela passou o polegar pela bochecha dele. ― Senti a sua
falta. Muito. Eu não estaria desistindo da minha felicidade.
Você é minha felicidade.
Por causa dele, ela não se sentia mais uma vítima de suas
circunstâncias. Ele deu a ela uma voz e com essa voz, ela se
encontrou novamente.
Este macho.
Bem neste momento, ela nunca se sentiu mais segura do
que aqui em seus braços.
― De novo?
Ele não fez uma pausa, ele não parou. Ele a comeu como
um macho faminto e Nia ofegava e se contorcia contra ele.
Era bom, mas ela não podia acreditar que eles tinham
passado a noite lá fora.
― Mas o que?
Os Tasqals.
― Deixe-me.
― E eles?
Direto na cabeça.
― Veja se eu me importo?
O guarda assentiu.
Ele duvidava.
Seu tesouro.
― Eu nunca disse obrigada, ― ela sussurrou. ― Por me
registrar. Por me dar tanto. Eu não acho que posso aceitar isso,
na verdade.
Ka'Cit enrijeceu.
― É perfeito.
Riv o havia enviado para morar com eles depois que ele
soube que Ka'Cit estava reformando sua “fazenda”.
Ela já sabia.
Ela também.
Ele se limpou bem e toda vez que ela olhava para ele, ela
não conseguia acreditar que ele era dela.
A criança assentiu.
Isso era bom porque ela ainda não tinha contado a ele.
FIM...