Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

1415 2762 Reme 20170043

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

REME • Rev Min Enferm.

2017;21:e-1033
DOI: 10.5935/1415-2762.20170043

Pesquisa

PLANO DE PARTO EM RODAS DE CONVERSA: ESCOLHAS DAS MULHERES


DELIVERY PLAN IN CONVERSATION CIRCLES: WOMEN’S CHOICES
EL PLAN DE PARTO EN RUEDAS DE CONVERSACIÓN: OPCIONES DE LA MUJER

Rebeca Pinto Costa Gomes 1 1 Enfermeira. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Escola de Enfermagem – EE, Departamento
Rozana de Souza e Silva 2 de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública – EMI. Belo Horizonte, MG – Brasil.
Débora Cecilia Chaves de Oliveira 3 2 Enfermeira. UFMG, EE, EMI. Belo Horizonte, MG – Brasil.
3 Enfermeira. Mestranda. UFMG, EE, EMI. Belo Horizonte, MG – Brasil.
Bruna Figueiredo Manzo 4
4 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta. UFMG, EE, EMI. Belo Horizonte, MG – Brasil.
Gilberto de Lima Guimarães 5 5 Enfermeiro. Doutor em Enfermagem. Professor Adjunto. UFMG, EE, Departamento de Enfermagem
Kleyde Ventura de Souza 6 Básica – ENB. Belo Horizonte, MG – Brasil.
6 Enfermeira. Doutora. Professora Adjunta. UFMG, EE, EMI. Belo Horizonte, MG – Brasil.

Autor Correspondente: Kleyde Ventura de Souza. E-mail: kleydeventura@uol.com.br


Submetido em: 22/04/2017 Aprovado em: 28/07/2017

RESUMO
Objetivou-se caracterizar os desejos e expectativas de gestantes descritos em um plano de parto. Estudo descritivo exploratório, tendo como
instrumento o plano de parto da caderneta da gestante da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Fizeram parte do estudo 84 gestantes
em acompanhamento pré-natal, no período de março a novembro de 2014. Os resultados evidenciaram que, das 84 mulheres, 71 indicaram
o marido como acompanhante de sua escolha, 68 gostariam de fazer uso do banho de chuveiro/banheira para aliviar as dores, enquanto 23
referiram o uso de anestesia. Assim, foi possível conhecer as principais escolhas relativas ao processo parturitivo. Cabe aos profissionais de saúde
proporcionar informações que contribuam para a tomada de decisão da mulher. Acredita-se que, ao adquirir conhecimento e receber estímulo da
equipe de saúde, a gestante realizará escolhas informadas e se aproximará de um atendimento qualificado e humanizado.
Palavras-chave: Tomada de Decisões; Participação do Paciente; Parto Humanizado; Enfermagem Obstétrica.

ABSTR ACT
The objective was to characterize the desires and expectations of pregnant women described in a delivery plan. This is an exploratory descriptive
study using the delivery plan of the pregnant woman's handbook of the Municipal Health Department of Belo Horizonte as instrument. The study
included 84 pregnant women in prenatal care, from March to November 2014. The results showed that 71 out of 84 women indicated the husband
as chosen companion, 68 would like to use the shower/bath to relieve the pain, and 23 mentioned the use of anesthesia. Thus, it was possible to
learn the main choices regarding the parturitive process. It is up to health professionals to provide information to contribute to women's decision-
making. We believe that, by acquiring knowledge and receiving encouragement from the health team, pregnant women will make informed choices
and the care will be closer to the qualified and humanized model.
Keywords: Decision Making; Patient Participation; Humanizing Delivery; Obstetric Nursing.

RESUMEN
El objetivo del presente estudio fue definir los deseos y expectativas de las embarazadas descritos en un plan de parto. Estudio descriptivo exploratorio
cuyo instrumento era el plan de parto de la libreta de la embarazada de la Secretaría Municipal de Salud de Belo Horizonte. Participaron 84
gestantes en seguimiento prenatal, entre marzo y noviembre de 2014. Los resultados evidenciaron que, de las 84 mujeres, 71 eligieron a su marido
como acompañante, 68 querían usar la ducha o la bañera para aliviar el dolor y 23 se refirieron a la anestesia. De este modo, pudieron conocerse
las principales opciones para el proceso de parto. Les corresponde a los profesionales de la salud brindar información que contribuya a la toma de
decisiones de la mujer. Se entiende que al adquirir conocimiento y recibir estímulo del equipo de salud, la mujer embarazada realizará elecciones
informadas y tendrá más posibilidades de recibir atención calificada y humanizada.
Palabras clave: Toma de Decisiones; Participación Del Paciente; Parto Humanizado; Enfermería Obstétrica.

Como citar este artigo:


Gomes RPC, Silva RS, Oliveira DCC, Manzo BF, Guimarães GL, Souza KV. Plano de parto em rodas de conversa: escolhas das mulheres. REME – Rev
Min Enferm. 2017[citado em ];21:e-1033. Disponível em: DOI: 10.5935/1415-2762.20170043

1
Plano de parto em rodas de conversa: escolhas das mulheres

INTRODUÇÃO cos de intervenções desnecessárias, como a cirurgia cesariana


Ao longo dos anos, a história do processo parturitivo vem programada, entre outras informações.10 A escolha informada
se transformando progressivamente. A princípio, o parto ocor- promove a participação ativa da mulher no processo de partu-
ria em ambiente familiar e íntimo, o que permitia à mulher ex- rição, além de manifestar um direito que deve ser exercido por
pressar-se, sendo assistida exclusivamente por mulheres deno- ela e ser orientado pelos profissionais de saúde.10
minadas parteiras. Com o advento da tecnologia e de novas O plano de parto deve ser entregue aos profissionais no
descobertas no campo científico, visando controlar complica- momento em que a gestante adentrar a maternidade, possi-
ções e possíveis condições de risco, o parto deixa o espaço pri- bilitando decisões compartilhadas entre os envolvidos na as-
vado e ocupa um novo ambiente: o hospitalar.1,2 sistência ao parto e à parturiente.11 Diante das diversas estraté-
Surge o modelo tecnocrático de atenção ao parto e ao gias praticadas, tendo por finalidade resgatar o parto como um
nascimento. Tal modelo é discutido por Davis-Floyd como sen- processo empoderador da mulher e, assim, eliminar a cultura
do pautado na figura do médico, que passa a conduzir a gra- intervencionista, os profissionais de saúde exercem relevante
videz como uma doença e usa de inúmeras intervenções e de papel na concretização do plano de parto da mulher. Caso a
medicalizações muitas vezes desnecessárias.3 Assim, o local, o equipe ignore o plano, a autonomia e as escolhas da mulher
tipo de nascimento, o momento do parto, o acompanhante, estarão rendidas à vontade desses profissionais, que passam a
entre outras preferências, passaram a ser definidas pelos pro- ocupar o papel de protagonista da parturiente e a transferem
fissionais, retirando o poder de decisão da mulher sobre o seu para o papel de coadjuvante.
próprio corpo e as suas escolhas.4 A partir da possibilidade de a mulher refletir sobre suas
Em consequência, os indicadores de saúde refletem a má preferências e expressá-las em um plano de parto, questiona-se:
qualidade da assistência obstétrica no Brasil, com altas taxas de quais são suas escolhas em relação ao processo de parto e nas-
morbimortalidade materna e perinatal, além do elevado índice cimento? Diante do exposto, este artigo pretende caracterizar
de cesáreas.5 Diante desse contexto de riscos gerados ao binô- os desejos e as expectativas de gestantes expressos em um pla-
mio mãe-filho e de insatisfação com a assistência ofertada às no de parto. Nota-se, então, a relevância do presente texto para
mulheres, iniciaram-se, nas décadas de 1980 e 1990, movimen- orientar a equipe assistencial sobre o que as mulheres desejam.
tos sociais em favor dos direitos sexuais e reprodutivos da mu- A equipe de enfermagem acompanha de perto a gestante
lher, para garantir acesso à saúde integral e resgatar a autonomia em todo o processo parturitivo e, por isso, tem a tarefa de com-
e a dignidade das mulheres, bem como a humanização no pro- partilhar com os demais profissionais envolvidos os desejos ex-
cesso parturitivo.6,7 pressos no plano de parto, de oferecer um cuidado qualificado
Com a finalidade de incentivar a melhoria dessa assistência e que atenda ao máximo às expectativas e de exercer o direito da
de estimular o uso de práticas baseadas em evidências científicas, mulher de ter sua autonomia baseada em escolhas informadas.
o Ministério da Saúde (MS) implantou um conjunto de ações por
meio de Portarias que visam ao desuso de práticas desnecessárias
MÉTODO
como, por exemplo, a episiotomia de rotina, o enema, a redução
drástica das cirurgias cesarianas e o uso do fórceps rotineiro.6 Este é um estudo descritivo-exploratório com abordagem
Em 2002, foi publicado o manual do Programa Nacional quantitativa, em que se utilizou um recorte da pesquisa “Cons-
de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), destina- truindo estratégias para o fortalecimento e o resgate da auto-
do a promover práticas humanizadas nos serviços hospitalares, nomia das mulheres no processo de parto e nascimento”.
de modo a satisfazer e estimular as mulheres a participar ativa- Foi desenvolvido por meio de rodas de conversa com ges-
mente das decisões, tais como: escolher a posição para parir, o tantes inscritas no sistema de pré-natal (SIS Pré-Natal), em 21
acompanhante, etc. Essas práticas são reconhecidas como boas unidades básicas de saúde (UBS) dos distritos da região Norte e
na assistência ao parto e ao nascimento e são recomendadas da região de Venda Nova da cidade de Belo Horizonte. Os dis-
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1996. 8 tritos foram selecionados considerando-se o vínculo das UBS
Entre as boas práticas, há o plano de parto (PP). Trata-se de com as maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que
um documento escrito em que as gestantes expressam anteci- atendiam às propostas de humanização do PNHAH.
padamente suas escolhas referentes ao cuidado que gostariam As rodas de conversa aconteceram nas UBS após ampla
de receber durante o trabalho de parto e parto, evitando inter- divulgação durante quatro semanas, por meio de cartazes, de
venções desnecessárias e indesejadas.9 O preenchimento deve contato direto com as gestantes em salas de espera, dos pro-
ser realizado, preferencialmente, após a mulher receber esclare- fissionais de saúde e dos agentes comunitários de saúde (ACS).
cimentos sobre a gestação, a fisiologia do parto, a possibilida- Elas foram realizadas com data e horários previamente defini-
de de ela fazer escolhas, a valorização do parto normal, os ris- dos com os gestores das unidades básicas.

DOI: 10.5935/1415-2762.20170043 2 REME • Rev Min Enferm. 2017;21:e-1033


Plano de parto em rodas de conversa: escolhas das mulheres

Participou do estudo a amostra de 114 gestantes. Os cri- riam em seu plano e não constavam no plano de parto propos-
térios de inclusão foram gestantes com qualquer idade ges- to. No plano proposto, a mulher poderia fazer mais de uma es-
tacional e inscritas no pré-natal das UBS. Já os critérios de ex- colha em cada pergunta.
clusão foram gestantes com dificuldade ou impossibilidade de Dessa forma, houve oportunidade de discutir sobre as
comunicação verbal, com dificuldades mentais e o não com- preferências registradas pelas gestantes em seus planos, escla-
parecimento às rodas de conversa. Do total de 114 gestantes, recendo: as bases científicas que embasam essas preferências,
oito não concluíram a participação, muitas vezes por terem bem como seus benefícios e suas implicações para elas, para
consulta médica no mesmo horário da roda de conversa, re- seus recém-nascidos e familiares; a relação entre suas escolhas e
duzindo a amostra para 106 mulheres. No entanto, dessas 106, as práticas institucionais e dos profissionais (limites, possibilida-
22 não atenderam a proposta do preenchimento completo do des); e, finalmente, sobre a troca de experiências relativas à ela-
plano de parto, contabilizando amostra final de 84 gestantes boração do plano. O plano foi preenchido em duas vias e uma
para este estudo. delas foi entregue pelas participantes às pesquisadoras.
Realizaram-se 32 rodas de conversa no período de março Para a análise dos dados, elaborou-se um banco de dados
a novembro de 2014, conduzidas por pesquisadoras treinadas em planilha eletrônica para procedimentos de análise descri-
e integrantes do projeto e com o envolvimento de profissionais tiva. A amostra foi caracterizada com a distribuição de frequ-
do serviço. É válido mencionar que, em algumas unidades, reali- ências absolutas e relativas das variáveis de interesse, segundo
zou-se mais de uma roda de conversa, sempre com participan- as escolhas das mulheres. Os resultados foram organizados se-
tes diferentes para atender a demanda local. guindo a ordem cronológica de um parto.
As rodas de conversa tinham por finalidade informar so- O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em
bre o plano de parto às gestantes, além de motivá-las ao uso Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais COEP/EEU-
dessa ferramenta, elucidando as percepções e as necessidades FMG sob o nº CAAE 12186813.9,1001,5149 e pela SMSA-BH e
delas em relação ao processo de parto e nascimento e explo- financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Ge-
rando suas expectativas em relação ao atendimento, trabalho rais (FAPEMIG) com parecer n° 508.446. A pesquisa obedeceu
de parto, parto e pós-parto. aos aspectos éticos de pesquisa envolvendo seres humanos,
Ao final das rodas de conversa, as gestantes tiveram a conforme Resolução nº 466/12 CNS/MS. Todos os participan-
oportunidade de elaborar seu plano de parto utilizando como tes e seus responsáveis, quando menores de 18 anos, assinaram
modelo o que consta na caderneta da gestante (Tabela 1) da um termo de consentimento e assentimento livre e esclarecido
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH). (TCLE) após explicitação sobre os propósitos do estudo e deta-
Também foram incentivadas a identificar itens de que gosta- lhamento do seu processo.

Tabela 1 - Modelo de Plano de Parto da SMSA-BH(*)


Para atendermos às suas necessidades no parto é fundamental o registro prévio dos seus desejos e expectativas. O acompanhamento do parto
deverá iniciar quando as contrações estão regulares e o colo do útero apresenta-se fino e dilatado. Em caso de perda de líquido ou sangue,
mesmo sem contrações, a mulher deve procurar o serviço de saúde. Poderá ter o acompanhante que desejar.
1- Acompanhante que deseja durante a internação na maternidade:
( ) Marido/ parceiro/ pai do RN ( ) Mãe ( ) Filha(o) ( ) Amigos
( ) Outros familiares ( ) Doula ( ) Nenhum ( ) Outros:
No trabalho de parto é recomendável que a mulher se movimente livremente. A posição deitada de costas deve ser evitada. A raspagem dos
pelos é desnecessária, assim como a lavagem intestinal. Caso deseje, poderá solicitar um supositório de glicerina para esvaziar o intestino,
evitando saída de fezes no momento do parto.
2- Deseja usar supositório de glicerina?
( ) Sim ( ) Não
Várias técnicas podem ser utilizadas para aliviar a dor durante o trabalho de parto. Você pode, ainda, escolher usar remédios para aliviar a dor.
Nesse caso, o anestesista irá injetá-los num espaço próximo da coluna vertebral.
3- Métodos para alívio da dor que deseja ter como opção:
( ) Exercícios de relaxamento com
( ) Massagens ( ) Respiração profunda ( ) Banho de banheira ou de chuveiro
bola do nascimento
( ) Anestesia com medicamentos ( ) Outros:
Continua…

DOI: 10.5935/1415-2762.20170043 3 REME • Rev Min Enferm. 2017;21:e-1033


Plano de parto em rodas de conversa: escolhas das mulheres

… continuação

Tabela 1 - Modelo de Plano de Parto da SMSA-BH(*)


Você pode também tomar líquidos para manter-se hidratada.
4- Líquidos que deseja ingerir:
( ) Suco de frutas ( ) Chás ( ) Gelatina ( ) Outros:
5- Manter o ambiente com pouca luminosidade e com músicas pode ajudar a relaxar e tranquilizar.
( ) Deseja um ambiente com pouca luminosidade durante o trabalho de
( ) Deseja ouvir música durante o trabalho de parto ou parto?
parto ou parto?
6- Em qual de posição deseja ter o parto?
( ) Sentada/ Cócoras ( ) Deitada com cabeceira elevada ( ) De lado ( ) Outras:
Em poucos casos pode ser necessário o corte da vagina. Caso necessário, você deverá ser informada pelo profissional e dar seu consentimento.
O RN que nasce bem é secado e mantido em contato pele a pele com a mãe, antes mesmo de cortar o cordão. Este só deve ser cortado após
parar de pulsar (depois de um minuto de vida). O RN deve ser colocado para mamar logo que nascer e permanecer junto da mãe durante toda
a internação hospitalar.
7- Quanto ao corte do cordão umbilical, deseja que seja feito:
( ) Pelo profissional ( ) Por você mesma ( ) Pelo marido/parceiro/pai do RN ( ) Outros:
Após o parto administra-se vitamina K no músculo da perninha do RN, para evitar hemorragia, e pinga-se colírio nos olhos para evitar infecção.
Deve-se evitar dar banho nas primeiras horas para que o RN não esfrie. O curativo do coto umbilical é feito com álcool. Se a mãe estiver
bem, pode tomar banho e alimentar-se do que desejar. Os profissionais avaliam periodicamente o sangramento após o parto e ajudam na
amamentação.
8- Caso tenha outros desejos e expectativas em relação à vivência do parto, registre aqui:

(*) Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Saúde mãe para filho: cuidados para a mãe e filho desde o pré-natal para uma gravidez, parto e nascimento
saudáveis. Disponível em: http://www.sentidosdonascer.org/wordpress/wp-content/uploads/2015/07/cartilha_gestante_2013_web-copy.pdf. Acesso em 22 agosto 2017.

RESULTADOS
banheira, 58,33% de receber massagens, 45,24% de realizar res-
Do total das participantes das rodas de conversa, 84 aten- piração profunda, e 45,24% de exercícios de relaxamento com
deram à proposta de preenchimento do plano de parto (Ta- a bola do nascimento e com a banqueta, sendo que, nes-
bela 2). Destas, 84,52% desejaram ser acompanhadas durante sas opções, a gestante poderia escolher mais de uma opção.
a internação na maternidade por seu marido/parceiro/pai do Como método farmacológico, a analgesia regional foi eleita por
recém-nascido – (RN). 27,38% das parturientes.
Quanto aos líquidos que desejaram ingerir durante o tra- Para o momento do parto, o uso do supositório de glice-
balho de parto, mais da metade das mulheres, 63,10%, op- rina foi desejado por 48,81% das gestantes. A posição deitada
tou por suco de frutas, enquanto 38,10% escolheram gelatina, com a cabeceira elevada foi escolhida por 51,19% das parturien-
14,29% preferiram chá e 22,62% selecionaram outros tipos de tes, enquanto 44,05% optaram por parir sentada ou de cócoras,
líquidos, incluindo água. já 8,33% outras posições e 4,76% de lado.
Sobre o ambiente do trabalho de parto e parto, 70,24% Quanto ao corte do cordão umbilical, 51,19% escolheram
preferiram pouca luminosidade. Enquanto 29,76% não expres- que fosse realizado pelo marido/parceiro/pai do RN, enquan-
saram essa preferência, 40,48% desejaram ouvir música. to 46,43% pelo profissional e apenas 2,38%, por elas mesmas.
Como método não farmacológico de alívio da dor, 80,95%
das gestantes gostariam de fazer uso do banho de chuveiro/

DOI: 10.5935/1415-2762.20170043 4 REME • Rev Min Enferm. 2017;21:e-1033


Plano de parto em rodas de conversa: escolhas das mulheres

Tabela 2 - Escolhas das gestantes expressas em um plano de parto em seada em evidências científicas e que deve ser estimulada. Es-
Belo Horizonte, nas Regionais Norte e Venda Nova – 2014 tudos relatam que nesse período vulnerável no qual a mulher
Variáveis N % se encontra, quando acompanhada por um familiar, sente-se
Marido/parceiro/pai do RN 71 84,52% mais segura, satisfeita e feliz. É importante salientar que a equi-
Mãe 22 26,19% pe de saúde, em particular a enfermagem, tem papel relevante
Acompanhante na Filha(o) 3 3,57% na orientação do acompanhante sobre a importância de sua
maternidade Amigos 2 2,38% participação ativa durante o processo de parturição, a fim de
Outros familiares 11 13,10% dar o suporte necessário nesse momento.12,13
Doula 3 3,57%
O jejum durante o trabalho de parto é classificado pelo
MS como uma prática frequentemente usada de modo inade-
Sucos 53 63,10%
quado. Por pertencer a uma tradição obstétrica e anestésica, é
Líquidos que Gelatina 32 38,10%
justificada pelo risco de aspiração do conteúdo gástrico duran-
deseja ingerir Chás 12 14,29%
te um possível procedimento anestésico. Essa prática é, portan-
Outros 19 22,62% to, fundamentada na pretensão de reduzir índices de morbida-
Baixa Luminosidade 59 70,24% de e mortalidade materna.8,14
Ambiente
Com música 34 40,48% Em contrapartida, a oferta de líquidos e alimentos leves du-
Massagens 49 58,33% rante o trabalho de parto é considerada um ato de respeito à
Respiração profunda 38 45,24% autonomia da mulher. Ela é recomendada pela Rede Cegonha,
Métodos para Exercícios de relaxamento com uma vez que a parturiente necessita manter-se hidratada e com
38 45,24%
alívio da dor bola um aporte calórico adequado, a fim de facilitar o processo par-
Banho de banheira ou chuveiro 68 80,95% turitivo. Há evidências de que a restrição hídrica e alimentar não
Anestesia farmacológica 23 27,38% assegure a inexistência de poucos volumes estomacais durante
Sim 41 48,81% a anestesia, não minimizando, assim, os riscos à parturiente. 8,14
Uso de supositório Entre os planos de parto preenchidos, em relação à hidra-
Não 39 46,43%
tação, o suco de frutas se destacou com alto percentual, se-
Deitada com cabeceira elevada 43 51,19%
guido da gelatina e do chá. Mesmo não sendo uma alternativa
Sentada /Cócoras 37 44,05%
do plano proposto, muitas gestantes expressaram o desejo de
Posições de parir Outras 7 8,33%
ingerir água durante o trabalho de parto, o que sugere a inclu-
De lado 4 4,76% são desse item.
Marido/parceiro/pai do RN 43 51,19% Um dos resultados da pesquisa mostrou que grande par-
Pelo profissional 39 46,43% te das mulheres almejou um ambiente com pouca luminosida-
Corte do cordão
Outros 5 5,95% de para o momento do parto. Estudos comprovam que ambien-
umbilical
Por você mesma 2 2,38% tes extremamente iluminados e ruidosos podem exercer influên-
Fonte: elaborado para fins desta pesquisa. cia negativa no processo fisiológico do parto; por gerar estresse e
Nota: As gestantes puderam escolher mais de uma opção nas questões do tensão, a liberação de ocitocina endógena é inibida, retardando as
plano de parto, totalizando n superior a 100%.
contrações uterinas e prolongando, assim, o trabalho de parto.15
Para que o parto tenha o seu curso inalterado, é necessária
DISCUSSÃO uma adaptação do ambiente em que ele se dá, proporcionan-
Ao se tratar da presença do acompanhante, todas as mu- do silêncio, conforto e privacidade à parturiente. No contexto
lheres expressaram o desejo de serem acompanhadas durante hospitalar, essa adequação é responsabilidade da equipe envol-
seu trabalho de parto e parto. A Lei 11.108, regulamentada pela vida nesse processo, para promover o bem-estar.15
Portaria do Ministério da Saúde nº 2418, de 2005, garante a pre- Segundo a Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Nor-
sença e o envolvimento de um acompanhante durante todo o mal, lançada em 2016, o ambiente com música compõe uma
período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, que das estratégias para aliviar a dor durante o trabalho de parto.
consiste em até 10 dias após o parto propriamente dito. Esse Os profissionais da saúde devem apoiar essa estratégia, desde
acompanhante deve ser definido pela parturiente.12 No presen- que sejam músicas escolhidas pela mulher. É válido esclarecer
te estudo, grande parte das participantes teve como preferên- que ainda não há evidências satisfatórias que concluam sobre o
cia a presença de seu marido/parceiro/pai do RN. efeito benéfico da música sobre as queixas álgicas. Mesmo as-
Tal prática, além de ser um direito garantido por lei, é clas- sim, em nosso estudo, grande parte das mulheres planejou ou-
sificada pelo MS como uma prática comprovadamente útil, ba- vir sua seleção musical durante o trabalho de parto.14

DOI: 10.5935/1415-2762.20170043 5 REME • Rev Min Enferm. 2017;21:e-1033


Plano de parto em rodas de conversa: escolhas das mulheres

O manejo da dor durante o trabalho de parto tem como fi- dade, reduz a força aplicada pela mulher, quando comparada à
nalidade aumentar o limiar da parturiente para tolerância às sen- posição horizontal, e minimiza a compressão dos grandes va-
sações dolorosas próprias desse período clínico, possibilitando sos. Isso contribui para a circulação materna e fetal e amplia a
uma experiência positiva em relação ao parto.14 Assim, estraté- passagem do canal de parto. 8 Artigos também destacam: mu-
gias e métodos não farmacológicos de alívio da dor devem ser lheres que adotaram a posição verticalizada consideraram-na
garantidos e fazem parte de um modelo de assistência compro- benéfica por proporcionar mais conforto, por favorecer sua
metido com a humanização da assistência.16 Neste estudo, entre movimentação e por reduzir o esforço expulsivo.16
esses métodos, o mais citado pelas participantes foi o banho de Apesar de as evidências não demonstrarem benefícios, a
chuveiro ou banheira; a seguir, vem o da massagem. Esta, quando posição supina foi a mais expressa nos planos de parto, por ain-
realizada pelo acompanhante, fornece alívio e promove a cum- da ser considerada culturalmente a mais apropriada pelas mu-
plicidade. O uso da bola e da respiração profunda obteve o mes- lheres e por alguns profissionais da saúde, visto que, no Brasil,
mo percentual: aquela auxilia na descida e no encaixe do feto na mais de 90% das mulheres ainda escolhem parir nessa posição.
pelve, enquanto a respiração profunda desvia a atenção da dor.8 Não obstante, pesquisas indicam que instituições de saúde na-
Outra alternativa para o alívio da dor é o método farmaco- cionais têm oferecido outras possibilidades de posições que
lógico. Esta foi a opção selecionada por menos da metade das não a supina para parir. Isso é fortalecido quando há a presen-
gestantes. Sob a ótica da humanização da assistência, a analge- ça de enfermeiros-obstetras, pois se trata de profissionais com-
sia deve ser administrada caso a mulher solicite, com a inten- prometidos com os princípios da humanização.16
ção de aliviar suas dores. Todavia, existem implicações negati- Do total das mulheres participantes, mais da metade de-
vas que devem ser mencionadas à mulher, como a ocorrência sejou que seu companheiro cortasse o cordão umbilical após
de náuseas, de torpor e de vertigem. Há também efeitos para o o parto. Estudo qualitativo realizado no município de Belo Ho-
RN, como depressão respiratória ao nascer e sonolência persis- rizonte, em 2009, revela que, além de favorecer a participação
tente. Além disso, o uso da analgesia pode prolongar o período ativa no nascimento, há mais ligação emocional entre pai e fi-
expulsivo no parto, devido a diversas alterações provocadas no lho quando o mesmo realiza o corte. Esse momento é mar-
corpo da mulher, como, por exemplo, o relaxamento muscular cante e simboliza a superação das dificuldades do trabalho de
do assoalho pélvico da parede abdominal. 8,14 parto, promovendo para o pai um marco de responsabilidade
A escolha pelo uso do supositório de glicerina prevaleceu compartilhada sobre o filho, uma vez que, durante a gestação,
em quase metade das gestantes investigadas. No entanto, o a mãe possuía grande parte dessa responsabilidade.19 Para que
MS e a OMS consideram o uso rotineiro do enema como uma isso aconteça, é necessário que os profissionais de saúde que
prática claramente prejudicial ou ineficaz e que deve ser eli- auxiliam no parto ofereçam a oportunidade de secção do cor-
minada das práticas realizadas durante o parto, restringindo o dão ao acompanhante, pois este deve ter seu papel como par-
uso somente quando solicitado pela mulher.17 A justificativa do ticipante ativo reconhecido pela equipe. Destarte, percebe-se a
uso do enteroclisma baseia-se na crença de que o mesmo traz importância de ter uma equipe sensível às demandas específi-
benefícios como: acelerar o trabalho de parto e reduzir a con- cas dos diversos momentos que envolvem o parto.20,21
taminação da região perineal, resultando na diminuição dos ín- Para tomar decisões referentes a um momento tão sin-
dices de infecção materna e neonatal. No entanto, a sua utiliza- gular em sua vida, a mulher necessita obter um conhecimen-
ção pode gerar desconforto e constrangimento à parturiente, to prévio sobre o assunto. Dessa forma, cabe aos profissionais
além de não eliminar o risco de contaminação do períneo com da atenção primária à saúde, durante o pré-natal, fornecer in-
fezes líquidas.14 Ademais, revisão sistemática realizada em 2013, formações à mulher não somente a respeito da gestação, mas
que incluiu diversos países e contou com amostra de 1.917 mu- também sobre todo o processo parturitivo.22 Um dos recursos
lheres, ratifica que o enema não possui efeito significativo sobre que podem ser utilizados por esses profissionais é a roda de
taxas de infecção e, portanto, seu uso deve ser desestimulado.18 conversa sobre plano de parto, utilizada nesta pesquisa.
Mais da metade das grávidas escolheu a posição deitada E para que haja continuidade desse cuidado, os profissio-
com a cabeceira elevada para o momento do parto. Com a nais que prestam assistência no ambiente hospitalar devem
hospitalização do parto, a posição supina e a proibição de mo- considerar todo o trabalho desenvolvido pelos colegas da aten-
vimentos durante todo o processo de parturição foram padro- ção primária à gestante no período gravídico. Isso somente será
nizadas com a justificativa de que, se a gestante permaneces- possível quando as equipes dos diferentes níveis de atenção à
se em decúbito lateral esquerdo, haveria aumento da perfusão saúde atuarem em prol da humanização da assistência, desmis-
placentária, implicando mais oxigenação fetal.14 Entretanto, há tificando crenças advindas da cultura intervencionista e, con-
evidências de que a posição horizontal prejudica a respiração sequentemente, concretizando a rede de atenção preconizada
materna, enquanto que a posição verticalizada auxilia a gravi- pelo Sistema Único de Saúde.23

DOI: 10.5935/1415-2762.20170043 6 REME • Rev Min Enferm. 2017;21:e-1033


Plano de parto em rodas de conversa: escolhas das mulheres

3. Mendonça SS. Modelos de assistência obstétrica concorrentes e ativismo


Por fim, o estudo apresentou limitações como a impos- pela humanização do parto. CIV - Rev Ciências Sociais. 2015[citado em
sibilidade de assegurar que a amostra utilizada é generaliza- 2016 jul. 08];15(2):250-71. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/
da para a população local, uma vez que não foi realizada uma ojs/index.php/civitas/article/viewArticle/17899
4. Ribeiro JF, Lima MR, Cunha SV, Luz VLES, Coêlho DM, Feitosa VC, et al.
proporção prévia das mulheres grávidas residentes nos distri-
Percepção das puérperas sobre a assistência à saúde em um centro de parto
tos envolvidos durante o período da coleta de dados. Pesquisas normal. Rev Enferm da UFSM. 2015[citado em 2016 jul. 08];5(3):521-30.
adicionais são necessárias para melhor compreender e avaliar a Disponível em: http://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/14471/pdf
qualidade do pré-natal e das informações ofertadas pelos pro- 5. Oreano JM, Bruggemann OM, Velho MB, Monticelli M. Visão de puérperas
sobre a não utilização das boas práticas na atenção ao parto. Ciênc Cuid
fissionais da atenção primária à saúde das mulheres. Saúde. 2014[citado em 2016 jul. 08];13(1):128-36. Disponível em: http://www.
periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/18887/pdf_122
6. Caus ECM, Santos EKA, Nassif AA, Monticelli M. The process of giving
CONCLUSÃO birth assisted by obstetrician nurse in a hospital context: mean for
the parturients. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2012[citado em 2016 jul.
O presente estudo permitiu conhecer quais as principais 08];16(1):34-40. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
escolhas das gestantes para o momento do trabalho de parto arttext&pid=S1414-81452012000100005
e parto, por meio de um plano de parto preenchido por elas 7. Dos Santos LFM, Bento PASS, Telles AC, Rodrigues RF, Xavier RB. Mulheres
com deficiência: reflexões sobre a trajetória das políticas públicas de
durante sua participação em rodas de conversa. Entre essas es- saúde. Rev. enferm. UFPE on line. 2013[citado em 2016 jul. 08];7(7):4775-81.
colhas destacaram-se o desejo de ser acompanhada pelo pai Disponível em: http://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6799
do RN, o de fazer uso de banho de banheira ou chuveiro para 8. Apolinário D, Rabelo M, Wolff LDG, Souza SRRK. Práticas na atenção ao
aliviar as dores do parto e o de parir em um ambiente com parto e nascimento sob a perspectiva das puérperas. Rev RENE. 2016[citado
em 2016 jul. 08];17(1):20-8. Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/
pouca luminosidade. revista/index.php/revista/article/viewFile/2187/pdf
Esses resultados são de extrema importância por se tratar 9. Whitford HM, Entwistle VA, van Teijlingen E, Aitchison PE, Davidson T,
de escolhas informadas baseadas nos desejos das mulheres e Humphrey T, et al. Use of a Birth Plan within Woman-held Maternity
na oferta de informação de qualidade nas rodas de conversa, Records: A Qualitative Study with Women and Staff in Northeast Scotland.
Birth. 2014[citado em 2016 jul. 08];41(3):283-9. Disponível em: http://
o que pode promover a melhoria da assistência prestada pelos onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/birt.12109/abstract;jsessionid=878CF4E
profissionais de saúde às mulheres. Assistência não mais padro- 6BBDE327AA5D550466CAC2462.f03t02
nizada, mas, sim, amoldada às demandas apresentadas, respei- 10. Suárez-Cortés M, Armero-Barranco D, Canteras-Jordana M, Martínez-Roche
ME. Use and influence of Delivery and Birth Plans in the humanizing delivery
tando sua subjetividade e o princípio da equidade. process. Rev Latino-Am Enferm. 2015[citado em 2016 jul. 08];23(3):520-6.
Então, com o comprometimento dos profissionais à hu- Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4547076/
manização da assistência ao parto e por meio de estímulo, as 11. Sodré TM, Merighi MAB, Bonadio IC. Escolha informada no parto: um
parturientes passarão a adotar escolhas desvinculadas da cul- pensar para o cuidado centrado nas necessidades da mulher. Ciênc Cuid
Saúde. 2012[citado em 2016 jul. 08];10(5):115-20. Disponível em: http://
tura intervencionista. Dessa forma, a qualidade da assistência eduem.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/17062/pdf.
ao parto poderá se aproximar ainda mais das recomendações 12. Dodou HD, Rodrigues DP, Guerreiro EM, Guedes MVC, Lago PN, Mesquita
do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde. NS. A contribuição do acompanhante para a humanização do parto
Ademais, este artigo traz contribuições significativas para e nascimento: percepções de puérperas. Esc Anna Nery Rev Enferm.
2014[citado em 2016 jul. 08];18(2):262-9. Disponível em: http://www.scielo.
a comunidade científica brasileira, uma vez que há escassez de br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452014000200262
publicações originais em português a respeito do tema plano 13. Silva ALS, Do Nascimento ER, Coelho EAC. Práticas de enfermeiras para promoção
de parto. Isso implicará a oferta de um cuidado de enfermagem da dignificação, participação e autonomia de mulheres no parto normal. Esc Anna
Nery Rev Enferm. 2015[citado em 2016 jul. 08];19(3):424-31. Disponível em: http://
holístico que vai ao encontro das especificidades das mulheres, www.scielo.br/pdf/ean/v19n3/1414-8145-ean-19-03-0424.pdf
proporcionando acolhimento, segurança e amparo, conceden- 14. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
do à assistência a qualificação e humanização almejadas. Além Estratégicos. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
disso, contribui para minimizar complicações advindas de in- SUS. Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal. Brasília: Ministério
da Saúde, 2016. 381p. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/
tervenções desnecessárias. Consultas/2016/Relatorio_Diretriz-PartoNormal_CP.pdf
15. Guida NFB, Lima GPV, Pereira ALF. O ambiente de relaxamento
para humanização do cuidado ao parto hospitalar. Revista Mineira
REFERÊNCIAS de Enfermagem. REME - Rev Min Enferm. 2013[citado em 2016 jul.
1. Malheiros PA, Alves VH, Rangel TSA, Vargens OMC. Parto e nascimento: 08];17(3):531-37. Disponível em: http://www.reme.org.br/artigo/
saberes e práticas humanizadas. Texto & Contexto Enferm. 2012[citado detalhes/670
em 2016 jul. 08];21(2):329-37. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/ 16. Sousa AMM, Souza KV, Rezende EM, Martins EF, Campos D, Lansky
v21n2/a10v21n2 S. Práticas na assistência ao parto em maternidades com inserção
2. Motta SAMF, Feitosa DS, Bezerra STF, Dodt RCM, Moura DJM. de enfermeiras obstétricas, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Esc
Implementação da humanização da assistência ao parto natural. Rev Anna Nery Rev Enferm. 2016[citado em 2016 jul. 08];20(2):324-
Enferm UFPE on line. 2016[citado em 2016 jul. 08];10(2):593-9. Disponível 31. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-
em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/16919 81452016000200324&script=sci_abstract

DOI: 10.5935/1415-2762.20170043 7 REME • Rev Min Enferm. 2017;21:e-1033


Plano de parto em rodas de conversa: escolhas das mulheres

17. Frigo J, Ferreira DG, Ascari RA, Marin SM, Adamy EK, Busnello G. Assistência 21. Nogueira JRDF, Ferreira M. O envolvimento do pai na gravidez/parto e a
de enfermagem e a perspectiva da mulher no trabalho de parto e parto. ligação emocional com o bebê. Rev Enferm Ref. 2012[citado em 2016 jul.
Cogitare Enferm. 2013[citado em 2016 jul. 08];18(4):761-6. Disponível em: 08];3(8):57-66. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/ref/vserIIIn8/
http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/34934 serIIIn8a06.pdf
18. Reveiz L, Gaitán HG, Cuervo L Gabriel. Enemas during labour. Cochrane 22. Dos Santos RLB, Prestes M, Meincke SMK, Soares MC, Corrêa ACL, Alves
Database Syst Rev. 2013[citado em 2016 jul. 08];5:CD000330. Disponível em: CN. Atenção no pré-natal de baixo risco na ótica de puérperas. Rev Enferm
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD000330.pub4/full UFSM. 2015[citado em 2016 jul. 08];5(4):628-37. Disponível em: http://
19. Jardim DMB, Penna CMM. Pai-acompanhante e sua compreensão sobre o periodicos.ufsm.br/index.php/reufsm/article/view/16071
processo de nascimento do filho. REME - Rev Min Enferm. 2012[citado em 23. Ferreira AGN, Ribeiro MM, Dias LKS, Ferreira JGN, Ribeiro MA, et
2016 jul. 08];16(3):373-81. Disponível em: http://www.reme.org.br/artigo/ al. Humanização do parto e nascimento: acolher a parturiente na
detalhes/540 perspectiva dialógica de Paulo Freire. Rev Enferm UFPE on line.
20. De Figueiredo MS, Oliveira DKMA, Vieira NRS, Davim RMB, Silva 2013[citado em 2016 jul. 11];7(5):1398-405. Disponível em: http://www.
RAR. Possíveis indicadores da assistência obstétrica a parturiente em repositorio.ufc.br/handle/riufc/5642
uma maternidade escola. Cogitare Enferm. 2013[citado em 2016 jul.
08];18(4):722-8. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/
view/34928/21680

Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da Creative Commons Attribution License.

Você também pode gostar