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Ficha de Apoia 11 Classe 1a Trimestre

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ESCOLA DA HIDROELÉCTRICA DE CAHORA BASSA

Física Trimestre: 1º Ano: 2022


Classe: 11ª Ficha de apoio

UNIDADE 1: MECANICA. Cinemática, Estática e Dinâmica

A Mecânica é o ramo da Física responsável pelo estudo dos movimentos dos corpos, bem como
suas evoluções temporais e as equações matemáticas que os determinam. É um estudo de
extrema importância, com inúmeras aplicações cotidianas, como na Geologia, com o estudo dos
movimentos das placas tectônicas; na Medicina, com o estudo do mapeamento do fluxo de
sangue; na Astronomia com as análises dos movimentos dos planetas etc.

As bases para o que chamamos de Mecânica foram lançadas por Galileu Galilei, Johannes
Kepler e Isaac Newton.

Mecânica é dividida em Cinemática, Dinâmica e Estática.

A Cinemática é o ramo da mecânica que estuda os movimentos dos corpos sem se preocupar
com as suas causas. As causas que os originam não são analisadas, somente suas classificações e
comparações são feitas. O movimento uniforme, movimento uniformemente variado e
movimento circular são temas de Cinemática.

A Dinâmica é o estudo das forças, agente responsável pelo movimento. As leis de Newton são a
base de estudo da Dinâmica.

A Estática estuda as condições de equilíbrio dos corpos, fluidos, e sólidos.

CINEMÁTICA

Ponto material, massa pontual ou massa puntiforme

Ponto material (móvel ou partícula), massa pontual ou massa puntiforme é uma abstração feita
para representar qualquer objeto que em virtude do fenômeno, tem dimensões desprezíveis, ou
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seja, dimensões tais que não afetam o estudo do fenômeno. Por exemplo, no estudo dos
movimentos da Terra, dada a distância que separa este corpo dos demais, suas dimensões são
desprezíveis e ela pode ser considerada um ponto material, porém caso algum outro corpo se
aproximasse da Terra, seria preciso abandonar esta aproximação e considerar o tamanho da Terra
e sua estrutura. Ponto material é um modelo idealizado com finalidade de representar qualquer
corpo, independentemente das suas dimensões.

Repouso. Movimento- Referencial

A noção de movimento e de repouso depende do sistema de referência ou referencial.

Para descrever o movimento de um corpo, necessitamos de um referencial. Referencial é um


sistema de eixos no qual podemos, em qualquer instante, localizar o corpo por intermédio das
coordenadas dos seus pontos. No caso geral, dum movimento qualquer no espaço (por exemplo
dum avião no espaço), precisamos de três eixos x,y,z perpendiculares entre si.

Referencial ou sistema de referência- é o corpo em relação ao qual identificamos o estudo de


repouso ou de movimento de um móvel. Diz se que um corpo está em movimento em relação a
um dado referencial, quando a sua posição se modifica em relação a ele. Em caso contrário, o
móvel está em repouso relativamente ao referencial adotado.

Exemplo – imagine que você esteja no interior de machimbombo em movimento retilíneo, se


você lançar uma moeda verticalmente, ela volta à sua mão, você dirá logicamente que a trajetória
da moeda foi uma recta vertical. No entanto se eu estiver observando o que se passa no interior
do machimbombo, parado numa paragem, verei a moeda descrever uma parábola. Quando não
dito o referencial adotado, consideremos os movimentos em relação à terra.

O referencial mais comum tem três eixos perpendiculares entre si, que se encontram num ponto
chamado origem. Os eixos são habitualmente designados por eixo dos xx, eixo yy e eixo dos zz,
sendo que a sua origem designa se por O. Este referencial foi criado por René Descartes, por
isso se chama referencial cartesiano, este referencial serve para localizar pontos no espaço.
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z P (x,y,z)

o y

É importante ainda assinalar que a trajetória descrita por um móvel em movimento depende do
referencial adotado

Trajetória

Trajetória é uma linha imaginária que une todos os pontos ocupados pelo corpo no decorrer do
seu movimento. Refere-se a qualquer caminho percorrido ou descrito por um corpo. O caminho
indica exactamente a trajetória seguida pelo corpo em movimento, esse caminho pode ser
inicialmente uma trajetória em linha recta seguida de una trajcctoria curvilínea.

Exemplo:

A B C

AB – É uma trajetória retilínea .

BC - É uma trajetória curvilínea.

Espaço

Ao estudar um movimento, orientamos a trajetória do movimento do móvel num dos sentidos


possíveis e graduamos a partir de um ponto escolhido como origem, á maneira do que é feito
numa estrada de rodagem, onde os marcos quilométricos indicam distâncias ao marco zero, que é
origem da rodovia. Os valores marcados sobre a trajetória medem o espaço ou abcissa do móvel
em qualquer instante, caracterizando sua posição. O espaço do móvel na trajetória é representado
por s.

Espaço, s, é o estudo em que se encontra um corpo que mantem inalterada a sua posição em
relação a origem de um referencial no decorrer do tempo. (Distância percorrida por ponto
material no decorrer do tempo). Esse espaço é sempre positivo.
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Posição

A posição refere-se ao local adquirido por um corpo, ou um ponto material, após este ter
efectuado um dado deslocamento. O deslocamento, por sua vez, diz respeito à trajectória
contínua descrita por um corpo em movimento relativamente a um referencial. No caso de
movimentos planos, a posição de um ponto de um corpo é definida pelas suas coordenadas
cartesianas, ao passo que o deslocamento é definido por uma expressão que é função do tempo.

Deslocamento

Deslocamento de um corpo é uma grandeza vetorial (possui módulo, direção e sentido) definida
como a variação de posição de um corpo em um dado intervalo de tempo. Dessa forma, o vetor
deslocamento pode ser obtido pela diferença entre as posições final e inicial.

∆𝑥 = 𝑥𝑓 - 𝑥𝑖 , onde ∆𝑥 é o deslocamento escalar.

O deslocamento pode ser positivo se 𝑥𝑓 > 𝑥𝑖 , assim temos o movimento progressivo, ou seja o
mesmo sentido que o referencial escolhido, 𝑥𝑓 < 𝑥𝑖 , assim temos movimento regressivo, ou seja
em sentido contrário ao do referencial escolhedo, 𝑥𝑓 = 𝑥𝑖 , o corpo vai e volta a posição inicial
ou não se movimenta. O deslocamento é uma grandeza vectorial’

Velocidade media e rapidez média

Um velocímetro mede o valor da velocidade.


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Consideremos um carro em que o velocímetro marca, num instante, 60 Km /h. Dizemos que o
carro se move, nesse instante, com uma velocidade cujo valor é 60 Km / h. Se o carro aumentar
ou diminuir a velocidade, o valor da velocidade vai ser diferente no instante seguinte.

A velocidade média é uma grandeza vetorial que indica o deslocamento do corpo por unidade de
tempo.


𝑣⃗𝑚 = ∆𝑡𝑟⃗⃗

A velocidade média é uma grandeza vetorial cujo vetor possui a direção e o sentido do

deslocamento

.
∆𝑥
Num movimento retilíneo, a componente escalar da velocidade média é dada por: 𝑣𝑚 = ∆𝑡

Rapidez media (𝒓𝒎 )

Se um carro percorreu 120 Km em duas horas, a rapidez média do carro foi de 60 quilómetro por
hora ( 60 Km /h). Isto não segnifica que o carro percorreu os 120 Km sempre a velocidade
constante de 60 km /h, lida no velocímetro. Numa parte do percurso andou mais depressa, noutra
parte do percurso andou mais devagar e pode até ter parado. À rapidez média também se pode
chamar celeridade média

Se quisermos avaliar se um movimento é mais ou menos rápido (ou célere), dividimos a


distância percorrida pelo respetivo intervalo de tempo.

𝑺
A rapidez média, ou celeridade média, do movimento é calculada por: 𝒓𝒎 = ∆𝒕𝒕

A rapidez média é uma grandeza escalar sempre positiva.

A rapidez média indica se o movimento é mais ou menos rápido, ou seja, se o corpo percorre
maior ou menor distância, num certo intervalo de tempo.

Velocidade instantânea (v)


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A velocidade instantânea pode ser entendida como uma velocidade média para um intervalo de
tempo extremamente pequeno. Podemos definir a velocidade instantânea através da operação
∆𝑠
matemática denominada limite: v = lim
∆𝑡→0 ∆𝑡

NB: o velocímetro de um automóvel mede velocidade instantânea, uma vez que indica a
velocidade do carro em cada instante.

Velocidade relativa

A velocidade relativa é o valor único da velocidade que representa o movimento relativo entre
dois móveis. Ela pode ser classificada como de afastamento ou de aproximação e o sentido de
movimento dos móveis pode ser igual ou não.

Imagine que, durante uma viagem, você esteja em um carro que se movimenta com velocidade
constante de 80 km/h. Alguns quilômetros à sua frente, também com velocidade constante, está
uma motorizada a 40 km/h. Logicamente, o carro alcançará a motorizada, pois possui velocidade
maior, mas a pergunta é: com qual velocidade o carro se aproximará da motorizada? Não é
complicado perceber que a taxa de aproximação do carro em relação a motorizada é de 40 km/h,
justamente há diferença entre as velocidades dos veículos. O valor 40 km/h representa a
velocidade relativa entre o carro e a motorizada.

Velocidade relativa de aproximação


A aproximação entre dois móveis pode ocorrer quando eles se movimentam no
mesmo sentido ou em sentidos opostos, quando um objeto alcança o outro.

Movimento no mesmo sentido.


Quando dois móveis movimentam-se no mesmo sentido, só haverá aproximação se aquele que
vem atrás possuir velocidade maior. A velocidade relativa será dada pela subtração das
velocidades, a maior menos a menor.

Movimento em sentido oposto


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Quando dois móveis estão em sentidos opostos, um em direção ao outro, a velocidade relativa de
aproximação será dada pela soma das velocidades de cada um. Em uma colisão frontal em uma
auto estrada, se cada um dos veículos participantes da colisão estiver a 100 km/h, os estragos da
colisão serão referentes a 200 km/h!

Movimento rectilineo uniforme (MRU).

Movimento uniforme é aquele em que o móvel tem velocidade média instantânea constante,
coincidindo com velocidade média, qualquer que seja o intervalo de tempo considerado, ou
simplesmente o MRU,o móvel percorre distância iguais em intervalos de tempos iguais e
sucessivos. MRU: v = vm = constante

Função horária do MRU

Considera-se um móvel, em movimento uniforme, passando de uma posição num instante to = 0


em que o cronométro é acionado, caracterizada pelo espaço so, para uma posição caracterizada
pelo espaço s num instante posterior.

∆𝑠
Como a velocidade média é igual à velocidade instantânea: v = ∆𝑡

Considerando-se a variação de espaço ∆𝑠 = s – so no intervalo de tempo ∆𝑡 = t – to, t – 0 = t

𝑠− 𝑠𝑜
v= ; s – so = v ∙ t ; s = so + v ∙ t
𝑡

gráfico da velocidade em função do tempo v(t)

No MRU a velocidade é constante no decorrer do tempo, podendo ser positiva ou negativa


conforme o tipo de movimento, progressivo ou regressivo.

Velocidade inicial positiva velocidade inicial nula velovidade inicial negativa


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Gráfico da posição em função do tempo s(t)

Movimento progressico Movimento retrógrado Repouso

v> 0 v< 0 v =0

Movimento uniformemente variado MRUV

Movimento acelerado é o movimento variado em que o valor absoluto da velocidade aumenta no


decorrer do tempo.

Movimento retardado é o movimento variado em que o valor absoluto da velocidade diminui no


decorrer do tempo.

Movimento uniformemente variado é o movimento em que a velocidade varia uniformemente no


decorrer do tempo, isto é, ocorre variações de velocidade sempre iguais em intervalos de tempos
iguais. Em consequência a aceleração do movimento é constante.

Função horária da velociodade do MRUV

Podemos obter a função horária da velocidade do MRUV aplicando o conceito de aceleração.

∆𝑣 𝑣− 𝑣𝑜 𝑣− 𝑣𝑜
Assim sendo: a = = ; a= ; v – vo = at ; v = vo + at
∆𝑡 𝑡−𝑡𝑜 𝑡

Gráfico da velocidade no MRUV

A função da velocidade em relação ao tempo no MRUV é do primeiro grau, sendo representada


graficamente por um recta de inclinação não nula.
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Função horária do espaço do MRUV

A medida que um móvel descreve um MRUV, sua posição varia sobre a trajectória. No instante
inicial to = 0, o móvel ocupa uma posição dada pelo espaço inicial s0; num instante posterior t, a
posição do móvel correponde ao espaço s.

A variação do espaço ∆𝑠, sofrida pelo móvel, pode ser calculada atráves da área no gráfico da
velocidade em função do tempo.

𝑎𝑡 2
s = s o + vo t + esta fórmula é do 2º grau, constitui a função horária do movimento
2

uniformemente variado. O espaço inicial so, e velocidade inicial vo e aceleração a são constantes
para cada movimento.

Gráfico da posição em função do tempo s(t), para o MRUV

Sendo a função horária do MRUV do 2º grau, o gráfico do espaço s em função do tempo t é uma
parábola. A concavidade da parábola é determinada pelo sinal da aceleração.

✓ Para aceleração positiva a concavidade está voltada para cima.


✓ Para aceleração negativa a concavidade está voltada para baixo.

O vértice da parábola corresponde ao instante em que a velocidade do móvel se anula, isto é, o


instante em que o móvel muda de sentido. Até o instante de mudança de sentido o movimento é
retardado; após o instante de mudança de sentido, o movimento é acelerado.
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Equação de Torricelli no MRUV

v2 = vo2 + 2a(s – s0)

Exercícios de aplicação

1. Movimentando-se por uma rodovia, um machimbombo passa do quilométro 50 da


rodovia para o quilómetro 80, gastando meia hora nesse percurso. Determina a variação
do espaço por ele sofredo e a velocidade média do machimbombo nesse trajeto.

2. A Joana percorreu a distância de 200 Km em 3 horas e 30 minutos. Calcula a rapidez


média expressa em Km/h e em m/s.

3. Duas cidades separam se por uma distância de 400 Km. Se um automóvel demorar 2
horas e 30 minutos de uma cidade à outra. Determina a rapidez média do automóvel.

4. Sabendo que a distância entre a terra e a lua é de 384000 Km. Considerando a rapidez
média da nave espacial 3500 Km/h. determina o tempo que a nave levou para chegar a
lua.

5. Um corredor cobre 100m em 10s e depois retorna andando 50m, na direcção do ponto de
partida, em 30s. Qual é a sua velocidade escalar média e qual a velocidade média durante
todo o evento?

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