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Antissépticos e Desinfetantes - Divisà Es

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UniRV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

ANTISSÉPTICOS E DESINFETANTES

ENRIQUE MATHEUS DE OLIVEIRA SILVA HORTÊNCIA OLIANII SILVA BUENO


MARAYZA ALVES DE SOUSA SANTOS MARIA EDUARDA MARTINS CARDOSO MARIA
FERNANDA MARTINS PERES

Professor: ME. FLÁVIO BARBOSA DA SILVA

Trabalho apresentado à Faculdade de Medicina


Veterinária da UniRV – Universidade de Rio
Verde, resultante de revisão de literatura, como
parte de avaliação á disciplina de farmacologia.

RIO VERDE – GOIÁS 2024 UniRV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE


MEDICINA VETERINÁRIA
ANTISSÉPTICOS E DESINFETANTES

ENRIQUE MATHEUS DE OLIVEIRA SILVA HORTÊNCIA OLIANII SILVA BUENO


MARAYZA ALVES DE SOUSA SANTOS MARIA EDUARDA MARTINS CARDOSO MARIA
FERNANDA MARTINS PERES

Professor: ME. FLÁVIO BARBOSA DA SILVA

Trabalho apresentado à Faculdade de Medicina


Veterinária da UniRV – Universidade de Rio
Verde, resultante de revisão de literatura, como
parte de avaliação á disciplina de farmacologia.

RIO VERDE – GOIÁS 2024 RESUMO

O texto aborda a evolução histórica e a importância contemporânea dos antissépticos e


desinfetantes na prevenção e controle de infecções, tanto em humanos quanto em animais.
Desde os primórdios da civilização, com o uso de substâncias como vinho e vinagre, até os
avanços modernos em microbiologia e técnicas de esterilização, os agentes antissépticos e
desinfetantes desempenham um papel crucial na promoção da saúde. Eles são fundamentais
em ambientes hospitalares, sistemas de criação animal e na higiene pessoal. O texto destaca a
diferença entre antissépticos, usados em tecidos vivos, e desinfetantes, aplicados em
superfícies inanimadas. Aborda também os métodos de esterilização física e química,
enfatizando a eficácia do calor úmido e da radiação ionizante. Além disso, menciona a
resistência microbiana como um desafio crescente, influenciado pelo uso indiscriminado de
3

agentes antimicrobianos. São discutidos os riscos toxicológicos associados ao uso desses


agentes, especialmente em animais de produção, e a necessidade de protocolos adequados de
limpeza e desinfecção para evitar infecções hospitalares e garantir a segurança alimentar. O
texto conclui ressaltando a importância da escolha adequada e do uso responsável de
antissépticos e desinfetantes para garantir eficácia na prevenção de infecções, sem causar
danos à saúde humana, animal ou ao meio ambiente.

PALAVRAS-CHAVE

Antissépticos, desinfetantes, infecções.

1
Avaliador: Prof. ME. Flávio Barbosa da Silva - UniRV
4

ABSTRACT

The text addresses the historical evolution and contemporary importance of antiseptics and
disinfectants in the prevention and control of infections, both in humans and animals. From the
earliest civilizations, with the use of substances such as wine and vinegar, to modern advances
in microbiology and sterilization techniques, antiseptics and disinfectants play a crucial role in
promoting health. They are essential in hospital environments, animal husbandry systems, and
personal hygiene. The text highlights the difference between antiseptics, used on living tissues,
and disinfectants, applied to inanimate surfaces. It also discusses physical and chemical
sterilization methods, emphasizing the effectiveness of moist heat and ionizing radiation.
Additionally, it mentions microbial resistance as a growing challenge, influenced by the
indiscriminate use of antimicrobial agents. The text discusses the toxicological risks associated
with the use of these agents, especially in production animals, and the need for appropriate
cleaning and disinfection protocols to prevent hospital-acquired infections and ensure food
safety. It concludes by emphasizing the importance of proper selection and responsible use of
antiseptics and disinfectants to ensure effectiveness in infection prevention without causing
harm to human, animal, or environmental health.

KEYWORDS

Antiseptics, disinfectants, infections.

1
Avaliador: Prof. ME. Flávio Barbosa da Silva - UniRV

SUMÁRIO
5

SUMÁRIO .....................................................................................................................................5
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................6
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................7
2.1 CONCEITOS GERAIS: ........................................................................................................7
2.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS, USO TERAPÊUTICO E TÉCNICAS DE
APLICAÇÃO ..........................................................................................................................9
2.2.1 Antissépticos: ................................................................................................................................ 9
2.2.2 Desinfetantes: ................................................................................................................................ 9
2.2.3 Técnicas de aplicação: ................................................................................................................ 10
2.3 AGENTES ANTISSÉPTICOS E DESINFETANTES NA MEDICINA
VETERINÁRIA ..............................................................................................................................
..................11
2.3.1 Alcoóis: ....................................................................................................................................... 11
2.3.2 Halógenos e Compostos Halogenados: ..................................................................................... 11
2.3.3 Cloro e Derivados: ...................................................................................................................... 11
2.3.4 Cal clorada: ................................................................................................................................. 12
2.3.5 Agentes Oxidantes: ..................................................................................................................... 12
2.3.6 Ácido Peracético: ........................................................................................................................ 12
2.3.7 Peroximonossulfato: ................................................................................................................... 13
2.3.8 Aldeídos: ...................................................................................................................................... 13
2.3.9 Compostos Fenólicos: ................................................................................................................. 13
2.3.10 Cresol: ....................................................................................................................................... 14
2.3.11 Biguanidas ................................................................................................................................. 14
2.3.12 Surfactantes .............................................................................................................................. 14
2.3.13 Metais Pesados .......................................................................................................................... 15
2.3.14 Agentes Ácidos .......................................................................................................................... 15
2.3.15 Agentes Alcalinos ou Álcalis .................................................................................................... 15
2.3.16 Outros Agentes ......................................................................................................................... 15
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................16
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................17

1 INTRODUÇÃO
6

A história da humanidade é marcada por uma busca contínua por métodos eficazes de
combate às doenças infecciosas e seus agentes causadores. Desde os tempos antigos,
testemunhamos a utilização de diversos antissépticos, como vinho, vinagre, mel e plantas
medicinais, na tentativa de prevenir infecções e promover a saúde. Esses esforços precursoras,
embora fundamentais, precederam o entendimento científico moderno sobre as propriedades
germicidas dos agentes antissépticos e desinfetantes.
No século XIX, avanços significativos foram alcançados através dos trabalhos
pioneiros de Semmelweis, Lister e Pasteur. Suas descobertas revolucionaram os métodos
antissépticos em procedimentos cirúrgicos e a higiene hospitalar, contribuindo para melhorar
substancialmente as condições de sobrevivência de pacientes humanos e animais. O
desequilíbrio entre microrganismos e a resposta imunológica do hospedeiro tornou-se um foco
central na compreensão das infecções, impulsionando o uso de substâncias biocidas para
prevenir a progressão dessas doenças.
Os agentes antissépticos e desinfetantes desempenham um papel crucial na saúde
animal, sendo utilizados em diversos sistemas de criação e manejo. No entanto, o uso
inadequado desses agentes pode acarretar riscos à saúde dos animais, além de representar um
potencial perigo para os seres humanos que os manipulam. Diante disso, a implementação de
programas adequados de limpeza e desinfecção se mostra essencial para promover a saúde
animal, reduzir a incidência de doenças infecciosas e parasitárias, e minimizar os custos
relacionados a medicamentos e mão-de-obra.
Este estudo tem como principal objetivo propor um programa eficaz de controle de
infecções hospitalares na medicina veterinária. Além de proteger a saúde animal e humana,
busca-se mitigar o impacto das infecções nosocomiais causadas por patógenos zoonóticos, que
representam uma ameaça significativa à saúde pública. Ao abordar os desafios relacionados à
perda de sensibilidade dos microrganismos aos agentes antissépticos e desinfetantes, bem
como aos riscos toxicológicos associados a esses produtos, espera-se contribuir para uma
prática mais segura e sustentável na medicina veterinária.
7

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 CONCEITOS GERAIS:

ASSEPSIA: é o conjunto de medidas utilizadas para impedir a entrada e o


desenvolvimento de microrganismos em um ambiente específico, material ou superfície,
tornando-os livres de agentes infecciosos. O termo antissepsia refere-se à remoção de
microrganismos da pele, mucosa ou tecidos vivos, através do uso de antissépticos.
DESINFEÇÃO: compreende medidas tomadas para eliminar microrganismos,
exceto esporos, de materiais, objetos ou superfícies inanimadas, utilizando processos
físicos ou químicos, com a ajuda de desinfetantes.
ESTERILIZAÇÃO: é o processo de destruição completa ou remoção de todos os
microrganismos, incluindo esporos.
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO: Existem diversos métodos de esterilização e
desinfecção categorizados como físicos e químicos. Os principais métodos físicos incluem
calor, irradiação ultravioleta ou gama e filtração. Métodos químicos envolvem o uso de
líquidos ou gases. A eficácia dessas técnicas depende da capacidade de destruir ou
desnaturar os sistemas enzimáticos vitais dos microrganismos.
A esterilização física, especialmente pelo calor, é mais eficaz que a esterilização
química, realizada com desinfetantes de alto nível. O calor úmido é particularmente
eficiente e prático, penetrando melhor e agindo mais rapidamente do que o calor seco. A
radiação ultravioleta também possui atividade antimicrobiana, enquanto os raios gama são
preferidos para a inativação de vírus de alto risco biológico em laboratórios de
biossegurança.
GERMICIDAS: Germicidas são agentes biocidas que inativam microrganismos,
com atividades antissépticas, desinfetantes ou conservantes. Biocidas podem ser
classificados como -státicos, inibindo o crescimento microbiano, ou -cidas, destruindo os
microrganismos-alvo.
DESINFETANTES: são usados para eliminar microrganismos em superfícies
inanimadas, enquanto antissépticos são aplicados em tecidos, pele e mucosas para
prevenir a reprodução ou crescimento microbiano.
Os esporos bacterianos são resistentes a muitos antissépticos e desinfetantes, mas
alguns biocidas têm atividade esporocida. Além disso, alguns biocidas podem agir contra
protozoários e algas.
8

PERSERVAÇÃO: Preservação envolve o uso de biocidas para evitar a


multiplicação de microrganismos em produtos formulados, como alimentos e produtos
farmacêuticos.
Portanto, um composto ideal teria propriedades antissépticas, desinfetantes e
conservantes.
Além disso, alguns biocidas são usados para limpeza, referindo-se à remoção
mecânica e/ou química de materiais estranhos de uma superfície, podendo ser usados
isoladamente ou em combinação com outros compostos para prevenir e/ou controlar
infecções.
Os antissépticos e desinfetantes são importantes na saúde pública, podendo ser
avaliados quanto à sua eficácia e eficiência. A eficácia diz respeito aos resultados
alcançados em relação aos objetivos esperados, enquanto a eficiência está relacionada aos
recursos utilizados para atingir esses objetivos.
Um desafio importante é a resistência microbiana a esses compostos,
especialmente devido ao uso excessivo e indiscriminado. Na medicina veterinária, essa
resistência tem aumentado, assim como a resistência aos antimicrobianos específicos. Isso
pode ser favorecido por fatores farmacocinéticos e farmacodinâmicos, além de condições
dos animais e do ambiente.
Nos estabelecimentos de saúde, os procedimentos de desinfecção são essenciais
para combater infecções nosocomiais, que são frequentemente causadas por organismos
gram-negativos com aumento de resistência. Esses microrganismos podem formar
biofilmes em superfícies, tornando-se mais patogênicos e resistentes aos agentes
antimicrobianos.
Os mecanismos de ação dos antissépticos e desinfetantes não são totalmente
esclarecidos, mas sabe-se que incluem alterações nas células microbianas que tornam com
o tempo, os microrganismos impermeáveis aos biocidas, ocorrendo mutações em
locaisalvo específicos e possibilidade de resistência cruzada entre antibióticos e biocidas.
Para prevenir o desenvolvimento de resistência microbiana, tem sido sugerida a
rotação de agentes desinfetantes em ambientes como hospitais e indústrias alimentícias.
Os antissépticos e desinfetantes são fundamentais tanto na prática clínica quanto
nas medidas de controle e prevenção de infecções em ambientes de saúde humana e
animal.

2.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS, USO TERAPÊUTICO E TÉCNICAS DE


9

APLICAÇÃO

2.2.1 Antissépticos:

2.2.1.1 Características:
• São substâncias antimicrobianas utilizadas na pele ou mucosas para prevenir
infecções.
• Podem ser líquidos, em gel, ou na forma de sabonetes e soluções.
• Geralmente aplicados topicamente.

2.2.1.2 Usos terapêuticos:


• Preparo da pele antes de procedimentos cirúrgicos.
• Limpeza de feridas.
• Antissepsia de mucosas antes de procedimentos médicos.
• Desinfecção das mãos em ambientes de saúde.
• Prevenção de infecções em cortes, arranhões e queimaduras.
• Utilizados em várias áreas, desde a medicina humana até a medicina
veterinária e manipulação de alimentos.

2.2.2 Desinfetantes:

2.2.2.1 Características:
• São agentes químicos utilizados para destruir ou inativar microrganismos em
objetos inanimados e superfícies.
• Podem ser classificados de acordo com o nível de atividade antimicrobiana.
• Devem ser selecionados de acordo com o tipo de microrganismo a ser
controlado e o tipo de superfície a ser desinfetada.
2.2.2.2 Usos terapêuticos:
• Desinfecção de instalações e equipamentos em ambientes médicos e
veterinários.
• Controle de surtos de doenças infecciosas em rebanhos e criações.
• Prevenção de contaminação cruzada em indústrias alimentícias.
• Desinfecção de instrumentos cirúrgicos.
• Limpeza e desinfecção de superfícies após a morte de animais devido a
10

doenças infecciosas.

2.2.2.3 Fatores que influenciam a eficácia:

1. Natureza e concentração do microrganismo:


• Alguns produtos são mais eficazes contra determinados tipos de
microrganismos.
• A concentração do agente ativo influencia na eficácia do produto.

2. Tempo de exposição:
• Quanto maior o tempo de contato do antisséptico ou desinfetante com o
microrganismo, maior a eficácia.

3. Ingrediente ativo e concentração:


• Cada antisséptico ou desinfetante possui um ingrediente ativo específico, cuja
concentração influencia na eficácia do produto.

4. Realização de limpeza prévia:


• A remoção de detritos e impurezas antes da aplicação do antisséptico ou
desinfetante melhora sua eficácia.

5. Temperatura e pH:
• Algumas substâncias são mais eficazes em determinadas faixas de
temperatura e pH.

2.2.3 Técnicas de aplicação:

• Pedilúvio e rodolúvio para desinfecção de calçados e pneus.


• Imersão, pulverização e aspersão para desinfecção de objetos e superfícies.
• Fumigação para desinfecção de ambientes.

Uso seguro:
• Utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos profissionais
responsáveis pela aplicação.
11

• Descarte adequado de materiais contaminados.


• Seguir as recomendações de diluição e tempo de contato dos produtos.

2.3 AGENTES ANTISSÉPTICOS E DESINFETANTES NA MEDICINA


VETERINÁRIA

2.3.1 Alcoóis:
• Preparações: Álcool etílico (etanol) e isopropílico (isopropanol),
isoladamente ou combinados com outros agentes.
• Mecanismo de Ação: Desnaturação de proteínas celulares solúveis e remoção
de lipídios, causando coagulação; lise de microrganismos pela dissociação de íons
hidrogênio.
• Espectro de Ação: Bactericida contra micobactérias, bactérias gram-positivas
e gram-negativas, vírus envelopados e fungos.
• Usos Principais: Antisséptico tópico, desinfetante de nível intermediário em
superfícies e equipamentos.
• Vantagens: Eficiente solvente para outros germicidas, baixo custo,
praticamente atóxico e excelente para higienização das mãos.
• Desvantagens: Baixa atividade fungicida e virucida, desidratante, inflamável
e corrosivo para alguns materiais.

2.3.2 Halógenos e Compostos Halogenados:

• Iodo e Derivados:
• Preparações: Tintura de iodo, iodofórmio, iodopovidona.
• Mecanismo de Ação: Desnaturação e precipitação de proteínas, oxidação de
enzimas e lipídios.
• Espectro de Ação: Bactericida, virucida, fungicida, esporicida.
• Usos Principais: Antisséptico tópico, desinfetante de materiais e ambientes.
• Vantagens: Eficiente, ampla aplicabilidade, menos irritante que o iodo livre.
• Desvantagens: Irritante, pode atrasar cicatrização, mancha a pele, corrosivo
para metais.

2.3.3 Cloro e Derivados:


12

• Preparações: Hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio, cloramina-T.


• Mecanismo de Ação: Liberação de ácido hipocloroso, inibição de sistemas
enzimáticos bacterianos.
• Espectro de Ação: Bactericida, virucida, fungicida, algicida, protozoocida.
• Usos Principais: Desinfecção de água, feridas, equipamentos e ambientes.
• Vantagens: Rápida ação, efetivo em baixas diluições, baixo custo.
• Desvantagens: Corrosivo, odor forte, inativado por matéria orgânica, irritante
para pele.

2.3.4 Cal clorada:

• Preparações e Especialidades Farmacêuticas: Pó alvejante à base de cloreto


de
cal.
• Usos Principais: Desinfecção de instalações e alojamentos, destruição de
carcaças infectadas e microrganismos patogênicos em matéria orgânica.
• Vantagens: Eficaz na desinfecção, especialmente contra microrganismos
patogênicos.
• Desvantagens: Altamente irritante, instável ao ar e exposição ao gás de cloro,
inativada pela matéria orgânica.

2.3.5 Agentes Oxidantes:

• Peróxido de Hidrogênio (Água Oxigenada):


• Preparações e Especialidades Farmacêuticas: Soluções aquosas a 3 e 6%.
• Mecanismo de Ação: Produção de radicais livres hidroxila, peroxidação
lipídica, lise de DNA e componentes celulares.
• Espectro de Ação: Ativo contra bactérias, vírus, fungos e esporos.
• Usos Principais: Antisséptico, desinfetante de superfícies e equipamentos.
• Vantagens: Baixa toxicidade, não corrosivo, eficaz contra uma variedade de
microrganismos.
• Desvantagens: Irritante para olhos e mucosas, inativado por matéria orgânica.

2.3.6 Ácido Peracético:


13

• Preparações e Especialidades Farmacêuticas: Formulações líquidas a 15%.


• Mecanismo de Ação: Desnaturação proteica e enzimática, ruptura de
membrana celular.

• Espectro de Ação: Esporicida, bactericida, virucida e fungicida em baixas


concentrações.
• Usos Principais: Esterilização de equipamentos médicos e indústria de
alimentos.
• Vantagens: Efetivo na presença de matéria orgânica, não deixa resíduos,
aplicação em baixas temperaturas.
• Desvantagens: Corrosivo para alguns materiais, instável em diluições.

2.3.7 Peroximonossulfato:

• Preparações: Solução concentrada a 1%.


• Mecanismo de Ação: Oxidação de ligações de sulfeto em proteínas, disfunção
e ruptura de membrana celular.
• Espectro de Ação: Eficaz contra bactérias, vírus e fungos.
• Usos Principais: Desinfecção de superfícies, veículos e equipamentos.
• Vantagens: Seguro, eficaz, baixa toxicidade.
• Desvantagens: Instabilidade após diluição, irritante para membranas
mucosas.

2.3.8 Aldeídos:

• Glutaraldeído:
• Preparações: Formulações aquosas a 2%.
• Mecanismo de Ação: Alquilação de grupos amino e sulfidrila de proteínas.
• Espectro de Ação: Eficaz contra todos os microrganismos.
• Usos Principais: Esterilização de equipamentos delicados.
• Vantagens: Potente, menos irritante que o formaldeído.
• Desvantagens: Irritante para mucosas, tóxico para peixes.

2.3.9 Compostos Fenólicos:


14

• Fenol:
• Preparações: Diversas formulações.
• Mecanismo de Ação: Desnaturação e precipitação de proteínas.
• Espectro de Ação: Amplo, principalmente bactericida.
• Usos Principais: Desinfecção de áreas críticas.
• Vantagens: Residual, menos inativado por matéria orgânica.
• Desvantagens: Irritante, corrosivo, odor forte.

2.3.10 Cresol:

• Preparações: Solução a 2%.


• Mecanismo de Ação: Desnaturação de proteínas bacterianas.
• Espectro de Ação: Bactericida e virucida limitado.
• Usos Principais: Desinfecção com água quente

2.3.11 Biguanidas

• Preparações e especialidades farmacêuticas: Clorexidina (Chlorohex®,


Hibitane®, etc.) e Hexamidina (Hexomedine-colutório®).
• Mecanismo de ação: Ligação à membrana celular, desorganizando-a e
levando à perda de componentes intracelulares.
• Espectro de ação: Atividade antisséptica contra bactérias gram-positivas e
gram-negativas, leveduras e fungos.
• Usos principais: Limpeza de gaiolas de animais, tratamento de infecções de
tetos em vacas, higienização oral em animais de companhia, irrigação de feridas, prevenção
de infecções em feridas contaminadas.
• Vantagens: Baixa irritação de mucosas, ação residual prolongada, menos
inativação por matéria orgânica.
• Desvantagens: Sensibilidade a compostos aniônicos, ototóxica, risco de
resistência bacteriana, toxicidade para peixes.

2.3.12 Surfactantes

• Mecanismo de ação: Diminuem a tensão superficial da água, facilitando a


remoção de sujidades e bactérias.
15

• Espectro de ação: Ação antibacteriana e antisséptica, aumentada com a


inclusão de antissépticos.
• Usos principais: Antissépticos, desinfetantes, umedecedores, sabões,
detergentes, emulsificantes.
• Vantagens: Baixa toxicidade, ação residual, eficácia em pH alcalino.
• Desvantagens: Neutralização por surfactantes opostos, menor eficácia na
presença de matéria orgânica.

2.3.13 Metais Pesados

• Mecanismo de ação: Inibição de enzimas vitais por inibição dos grupos


sulfidrila.
• Compostos de prata: Nitrato de prata, sulfadiazina de prata.
• Compostos de zinco: Sulfato de zinco, óxido de zinco.
• Compostos de cobre: Sulfato de cobre.
• Vantagens: Alta germicida, bacteriostática e bactericida.
• Desvantagens: Irritantes e corrosivos.

2.3.14 Agentes Ácidos

• Ácidos Orgânicos: Ácido benzoico, ácido salicílico, ácido undecilênico,


ácido acético.
• Ácidos Inorgânicos: Ácido bórico.
• Usos principais: Antifúngicos, antissépticos, conservantes.
• Vantagens: Ação antisséptica e fungicida.
• Desvantagens: Toxicidade, menor eficácia contra micobactérias e vírus não
envelopados.

2.3.15 Agentes Alcalinos ou Álcalis

• Hidróxido de sódio/soda cáustica: Desinfetante para baias, estábulos,


veículos de transporte.
• Óxido de cálcio/cal virgem: Desinfetante para instalações e ambientes.
• Hidróxido de cálcio/cal hidratada: Desinfetante para áreas contaminadas.
16

• Vantagens: Eficácia contra bactérias e fungos.


• Desvantagens: Cáustico, pode ressecar a pele.

2.3.16 Outros Agentes

• Nitrofuranos: Nitrofurazona, nitrofurantoína.


• Sulfiram: Para dermatoparasitoses.
• Corantes: Violeta de genciana.
16

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os antissépticos e desinfetantes desempenham papéis cruciais na prevenção e controle


de infecções, tanto na medicina humana quanto na medicina veterinária e em diversas outras
áreas. Suas características, usos terapêuticos e técnicas de aplicação são discutidos neste
estudo, ressaltando a importância de selecionar o agente adequado para cada situação,
considerando o espectro de ação, eficácia, segurança e custo.

É imperativo reconhecer que, embora esses agentes sejam eficazes na eliminação de


microrganismos patogênicos, seu uso excessivo e inadequado pode levar ao desenvolvimento
de resistência microbiana, representando um desafio significativo para a saúde pública e
animal. Portanto, é crucial implementar estratégias para evitar o uso indiscriminado e
promover o uso responsável desses compostos.

Diante dos desafios apresentados, é fundamental continuar investindo em pesquisa e


desenvolvimento de novos agentes antissépticos e desinfetantes, bem como em estratégias
para combater a resistência microbiana e promover a prática sustentável desses produtos.
Somente assim pode ser garantida a eficácia contínua desses importantes recursos na
promoção da saúde pública e animal.
17

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RIZZO, M. S.; PAULINO, C. A.; GÓRNIAK, S. L. Antissépticos e Desinfetantes. In: SPINOSA,


H. S. Farmacologia aplicada á Medicina Veterinária. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th
edição). Grupo GEN, 2023.

WANNMACHER, L. Anti-sépticos desinfetantes e esterilizantes, Brazília, 2010. Site:


Antisépticos, desinfetantes e esterilizantes | MedicinaNET.

DOMINGUES, P. F.; RICCI, G. D.; ORSI, A. O. Desinfecção e desinfetantes. Sanidade, p.30-37,


2011.

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