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Electrificação

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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DO UÍGE

ÁREA DE FORMAÇÃO DE ELECTRICIDADE


CURSO TÉCNICO DE ENERGIAS E INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

RELATÓRIO DA PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

13ª CLASSE

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UMA REDE DISTRIBUIÇÃO EM MÉDIA


TENSÃO PARA BAIXA TENSÃO DO BAIRRO TANGE/KIÓNGUA

Por:
 Alfredo dos Santos Fernandes Panzo
 Álvaro João Artur
 Banzadio da Costa

Trabalho apresentado ao Instituto Médio


Politécnico do Uíge, como parte parcial do
requisito para obtenção do grau de Técnico
Médio de Energias Instalações Eléctricas.

O orientador:
Eng.º Makiona Kinavuidi Justino

UÍGE - 2023/24
INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DO UÍGE
ÁREA DE FORMAÇÃO DE ELECTRICIDADE
CURSO TÉCNICO DE ENERGIAS E INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

RELATÓRIO DA PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

13ª CLASSE

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UMA REDE DISTRIBUIÇÃO EM MEDIA


TENSÃO PARA BAIXA TENSAO DO BAIRRO TANGE/KIÓNGUA

Por:

 Alfredo dos Santos Fernandes Panzo


 Álvaro João Artur
 Banzadio da Costa

Trabalho apresentado ao Instituto Médio


Politécnico do Uíge, como parte parcial do
requisito para obtenção do grau de Técnico
Médio de Energias Instalações Eléctricas.

O orientador:

Eng. Makiona Kinavuidi Justino

UÍGE - 2023/24
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA .........................................................................................................................I

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. II

EPIGRAFE .............................................................................................................................. III

RESUMO ................................................................................................................................ IV

ABSTRACT ............................................................................................................................. V

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................VI

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... VII

LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................. VIII

0. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

0.1. Justificativa .................................................................................................................... 2


0.2 Problemática ................................................................................................................... 2
0.3.Hipótese .......................................................................................................................... 2
0.4. Objectivos ...................................................................................................................... 2
0.4.1. Objectivo Geral ........................................................................................................ 2
0.4.2. Objectivos Específicos ............................................................................................. 2
0.5. MÉTODOS E TÉCNICAS ............................................................................................ 3
0.5.1.Método ...................................................................................................................... 3
0.5.2. TÉCNICAS .............................................................................................................. 3
0.6. DIFICULDADES .......................................................................................................... 3
0.7. ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 3
0.8. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADAES ..................................................................... 4
CAPITULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (BREVE HISTORIAL DO BAIRRO
KIÓNGUA) ............................................................................................................................... 5

1.1. Breve historial ................................................................................................................ 5


1.2. Demografia .................................................................................................................... 5
1.3. Organigrama Geral ........................................................................................................ 6
1.4. Primeiros sobas do bairro Kióngua ................................................................................ 6
CAPITULO II – GENERALIDADE DOS MATERIAS DE MÉDIA E BAIXA TENSÃO .... 7

2.1. SISTEMA ELÉCTRICO ............................................................................................... 7


2.2 Redes de distribuição de energia eléctrica ...................................................................... 7
2.2.1. Definição: ................................................................................................................. 7
2.2.2 Tipos de redes de distribuição................................................................................... 8
2.2.3 Classificação das redes eléctricas ............................................................................. 9
2.2.4 Caracterização genérica das linhas de distribuição de MT e BT .............................. 9
2.2.5. Estrutura topológica da rede de distribuição .......................................................... 10
2.3 Postos de transformação ............................................................................................... 11
2.3.1. Composição de postos de transformação ............................................................... 11
2.3.2. Transformador ideal ............................................................................................... 12
2.3.4. Armários de distribuição ........................................................................................ 14
2.3.5.Baixa tensão ............................................................................................................ 14
2.3.5.1.Cabos utilizados nas Redes/Ramais Aéreos ........................................................ 15
2.3.5.2. Ligadores de derivação ....................................................................................... 17
2.4. Caixas de protecção e seccionamento .......................................................................... 17
2.5. Dispositivos de manobra e protecção .......................................................................... 17
2.5.1. Seccionador fusível ................................................................................................ 18
2.5.2. Disjuntores ............................................................................................................. 18
CAPITULO III – DIMENSIONAMENTO, EXECUÇÃO E ORÇAMENTO ....................... 19

3.1. Posicionamento e Dimensionamento dos Postes (Apoios) .......................................... 19


3.1.1. Dimensionamento da corrente de serviço .............................................................. 19
3.1.2. Número de Postes de Betão na linha de 15KV ...................................................... 20
3.2 Tipos de residências existentes no Bairro e suas divisões ............................................ 20
3.3. Cálculo da carga requerida .......................................................................................... 20
3.3.1. Cálculo da carga das casas ........................................................................................ 21
3.3 Posicionamento e Dimensionamento do Posto de Transformação ............................... 25
3.3.1 Terra de protecção ................................................................................................... 26
3.3.2 Protecção contra contactos indirectos ..................................................................... 26
3.3.3 Dimensionamento dos Cabos e Condutores............................................................ 26
3.4 Cabos de BT que irão distribuir energia aos consumidores.......................................... 27
3.4.1 Condutores de MT .................................................................................................. 28
3.4.2 Condutores de terra ................................................................................................. 28
3.4.3 Dimensionamento dos Dispositivos de Protecção .................................................. 28
3.4.4 Escolha dos pára-raios ............................................................................................ 29
3.5. Estimativa do Custo do Projecto .................................................................................. 30
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................... 31
Conclusão............................................................................................................................ 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 32

APÉNDICE ............................................................................................................................. 33

ANEXOS ................................................................................................................................. 33
DEDICATÓRIA

O presente trabalho dedicamos aos nossos familiares, e especialmente aos nossos pais que com
toda humildade e sacrifício sempre priorizaram a nossa formação, criaram-nos em um
ambiente familiar e ensinaram-nos a ter uma boa conduta na sociedade.

I
AGRADECIMENTOS

Aproveitamos esta oportunidade para expressar os nossos sinceros agradecimentos: Á Deus


todo-poderoso, por tudo que faz e que tem feito por nós de forma recta em linhas tortas. De
modo especial ao Orientador, Eng. Makiona Kinavuidi Justino por ter aceite a orientação
deste trabalho cientifico do fim do curso em boa vontade, receptividade e prontidão, superando
as nossas dificuldades, com eficiência e dedicação na revisão do mesmo.

A todos professores do Instituto Médio Politécnico do Uíge, em particular a direcção de escola,


pela colaboração e ajuda que puderam prestar, para a realização deste trabalho.

Aos nossos colegas especialmente, os quais tiveram sempre o mesmo sonho, que através do
bom senso de humor e companheirismo, tornaram as coisas mais alegres dentro e fora da
instituição.

II
EPIGRAFE

A educação não transforma o mundo. A Educação


muda as pessoas. E as Pessoas mudam o mundo.
“Paulo Freire”

III
RESUMO

Este trabalho apresenta um projecto de uma Rede distribuição em média e baixa tensão, tendo
em conta as dificuldades que são vívidas no bairro Kióngua, sabendo que para o
desenvolvimento de uma sociedade a energia eléctrica é muito útil na parte dos munícipes, na
qual reduz o índice elevado de bandidagem.

De tudo quanto ficou exposto com casos reais sobre as dificuldades da falta de energia do caso
do bairro Kióngua, permitiu-nos chegar à seguinte conclusão.

A distribuição da rede da média para baixa tensão, o bairro Kióngua ficará eletrificado e os
problemas com a energia eléctrica vai reduzir regularmente. O anti-projeto realizado foi feito
com bastante dedicação e esforço por parte do grupo e com incentivo do Eng. Makiona
Kinavuidi Justino.

Palavras Chaves: Kióngua, Distribuição de Energia

IV
ABSTRACT

This work presents a medium and low voltage distribution project through the difficulties that
are experienced in the Kióngua neighborhood, knowing that for the development of a society,
electrical energy is very useful in the municipalities, as it reduces the high rate of banditry.
From everything that was exposed with real cases about the difficulties of the lack of energy
in the case of the Kióngua neighborhood, it allowed us to reach the following conclusion.
The distribution of the network from medium to low voltage, the Kióngua neighborhood will
be electrified and problems with electricity will increase regularly. The anti-project carried out
was done with a lot of dedication and effort on the part of the group and with encouragement
from Eng. Makiona Kinavuidi Justino.
Key-words: Kióngua, Energy distribution

V
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. 1: Localização geográfica da aldeia Kióngua ............................................................ 6


Figura 1. 2: Organigrama do Bairro Kióngua............................................................................ 6

Figura 2. 1: Produção, Transmissão, Distribuição e Consumo de energia eléctrica ................. 7


Figura 2. 2: Produção, transmissão e distribuição de energia eléctrica ..................................... 8
Figura 2. 3: Passagem de uma linha aérea de MT ................................................................... 10
Figura 2. 4: Apresentação da estrutura topológica da rede de energia eléctrica ..................... 11
Figura 2. 5: Transformador ideal ............................................................................................. 12
Figura 2. 6: Transformador ideal ............................................................................................. 12
Figura 2. 7: Transformador ideal em carga ............................................................................. 13
Figura 2. 8: Modo de construção em poste, (b) modo de construção em cabine baixa, (c) modo
de construção em monobloco de PT’s. .................................................................................... 14
Figura 2. 9: Cabos torçados utilizados nas redes aéreos em BT ............................................. 15
Figura 2. 10: a) Armário de aberto b) fechado ........................................................................ 17
Figura 2. 11: Ligadores ............................................................................................................ 17
Figura 2. 12: a) Cofrete da Jolec b) Cofrete da LES c) Cofrete da Claved .......................... 17
Figura 2. 13: Seccionador sob carga ........................................................................................ 18
Figura 2. 14: Seccionador - fusível sob carga ......................................................................... 18

Figura 3. 1: Localização da rede aérea a implementar do projeto ........................................... 19


Figura 3. 2: Cabos de BT ......................................................................................................... 27
Figura 3. 3: Esquema eléctrico da ligação do transformador com os dispositivos de protecção
................................................................................................................................................. 28
Figura 3. 4: Dispositivos de protecção para PT ....................................................................... 28
Figura 3. 5: Disjuntor de Baixa tensão .................................................................................... 29

VI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. 1: Tabela de estatística (2022) ................................................................................... 5
Tabela 1. 2: Tabela de pontos cardiais ...................................................................................... 5
Tabela 1. 3: Primeiro soba do bairro Kióngua .......................................................................... 6

Tabela 2. 1: Postos de Transformação Aéreos ........................................................................ 13


Tabela 2. 2: Material, números de fios, diâmetros e espessura do isolamento para cada secção
dos condutores utilizados nas redes/ramais aéreos em Baixa Tensão ..................................... 16
Tabela 2. 3: Cabos de torçada utilizados na rede aérea de Baixa Tensão, com condutor de
Iluminação Pública .................................................................................................................. 16
Tabela 2. 4: Cabos de torçada comumente utilizados em ramais aéreos de Baixa Tensão ..... 16

Tabela 3. 1: Estatísticas Habitacional de bairro Kióngua ........................................................ 20


Tabela 3. 2: Cálculo da carga das casas................................................................................... 21
Tabela 3. 3: Dimensões médias das casas do tipo 2 do bairro de Kióngua ............................. 22
Tabela 3. 4: Dimensões médias das casas do tipo 3 do bairro de Kióngua ............................. 23
Tabela 3. 5: Estimativa do Projecto ......................................................................................... 30

VII
LISTA DE SIGLAS
C : coeficiente que depende da natureza do condutor e das suas temperaturas ao início e final

do curto-circuito

cos𝜃: factor de potência

Fcrescimento: factor de crescimento anual


FU: factor de utilização
FS: factor de simultaneidade

H: altura total do poste

h: profundidade mínima de enterramento do poste

Iadm: corrente máxima admissível


Icc: corrente de curto-circuito
In: corrente nominal da lâmpada de vapor de sódio
Ip: corrente nominal no primário do transformador
Is: corrente nominal no secundário do transformador
𝐿𝑀𝑇: comprimento da linha de Média Tensão
Pn: potência nominal da lâmpada de vapor de sódio
SAq: carga das instalações de aquecimento
Sbairro: carga requerida pelo bairro
Scasas: carga de todas as casas
ScasasT1: carga total das casas do tipo 1
ScasasT2: carga total das casas do tipo 2
ScasasT3: carga total das casas do tipo 3
SinsT1: carga a instalar em cada casa do tipo 1
SinsT2: carga a instalar em cada casa do tipo 2
SinsT3: carga a instalar em cada casa do tipo 3
SIT: carga das instalações de iluminação e tomadas de uso geral
SMaq: carga das instalações de máquinas de lavar e/ou secar
Sn: potência nominal do transformador
SIP: carga da iluminação pública em kVA
Un: tensão nominal da lâmpada de vapor de sódio
Vs: tensão nominal secundária entre duas fases
VIII
Vp: tensão nominal primária entre duas fases
𝑡: tempo de duração do curto-circuito
∆𝑉 𝑠: queda de tensão secundária entre fases medida em V
∆𝑉 𝑝: queda de tensão primária entre fases medida em V
∆𝑉%: queda de tensão medida em %
𝜎𝐴𝑙: condutividade do alumínio

∑ = 𝑆𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜

IX
0. INTRODUÇÃO

O Sistema de energia eléctrica (SEE) é uma infraestrutura fundamental para o funcionamento


de uma sociedade moderna, funcionando continuamente e desempenhando uma função vital,
que depende da energia para a satisfação das suas necessidades nos domínios económico e
social. Este exige um elevado investimento e uma engenharia sofisticada na sua construção e
operação.

Para o desenvolvimento de uma sociedade, a energia eléctrica é muito útil, na parte dos
munícipes da mesma sociedade ou do mesmo bairro. Tendo em conta os problemas referidos
anteriormente, que a população do bairro Kióngua enfrentam por falta de energia eléctrica.

A eficiência energética assume uma importância essencial, tanto a nível de produção, como de
consumo.

A distribuição de energia eléctrica tem um papel fundamental no bem-estar da população e


funcionamento da sociedade actual, pelo que se deve abordá-la seriamente, dando-lhe
importância tanto a nível técnico, como prático.

O aumento do número de consumidores e do consumo de energia eléctrica, tem vindo crescendo


o número de unidades de distribuição, a necessidade da redução das emissões de gases de efeito
de estufa, exigem uma contínua expansão e manutenção da rede eléctrica, de modo a garantir
um serviço com os níveis de segurança e de qualidade exigidos.

A construção de linhas eléctricas envolve diversas áreas de engenharia, como electrotecnia,


civil, mecânica e de estruturas. As linhas eléctricas devem ser projectadas para serem
estabelecidas e operarem em condições de variação de temperatura, podendo, inclusive, estar
sujeitas à formação de gelo nos condutores e apoios.

1
0.1. Justificativa
Achamos melhor a escolha deste tema para o desenvolvimento do bairro, visto que não tem
uma rede de distribuição de média tensão, com a distribuição da rede média para baixa tensão
a população ficará facilitada na execução de algumas actividades, que sem a energia eléctrica
não tem sido possível, bem como a sua locomoção no período nocturno.
0.2 Problemática
O desenvolvimento de uma sociedade depende da energia Eléctrica. A ausência da
electrificação nas artérias do Município do Uíge concretamente no bairro Kióngua, tem
aumentado o índice elevado de marginalização por parte de alguns munícipes, a carência de
informações de tudo quanto se passa no país e no mundo, por intermédio das tecnologias de
informação e comunicação, que só é possível com a energia eléctrica. E a utilização de
utensílios domésticos por parte da população e outros constrangimento que a falta de energia
eléctrica trás.

0.3.Hipótese

Tendo em conta com o que ficou dito na problemática tivemos como hipótese a implementação
de uma rede de distribuição de energia eléctrica em média e baixa tensão no referido bairro. Pois
com este projecto implementado, problemas frisados acima diminuirão consideravelmente e o
mesmo conhecerá com mais facilidade o seu desenvolvimento.

0.4. Objectivos
Como todo trabalho científico assenta sempre em objectivos, este não fugiu a regra, portanto
traçamos no mesmo um objectivo geral que nos permitiu elaborar cinco objectivos específicos.

0.4.1. Objectivo Geral


O objectivo geral da nossa pesquisa é a proposta de implementação de uma rede de distribuição
de energia eléctrica em Média e Baixa tensão no bairro Kióngua.

0.4.2. Objectivos Específicos


 Apresentar tipos de inversores compatíveis com a aplicação da geração de Enegia
Eléctrica;
 Fazer o cálculo de dimensionamento do projecto;
 Realizar o estudo de viabilidade sócio - económico do projecto;
 Projetar as topologias e tipos de instalações que possam viabilizar o estudo;
 Demonstrar os resultados obtidos por uma análise de investimento.

2
0.5. MÉTODOS E TÉCNICAS
0.5.1.Método
O método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação
do trabalho, no estudo de uma ciência ou para alcançar um determinado fim.
Utilizamos os métodos seguintes:
 Método Estrutural e Funcional: permitiu-nos ter o conhecimento do hospital da aldeia
do Kióngua e o seu funcionamento.
 Método Documental: possibilitou-nos consultar documentos relacionados ao tema em
relevância, como livros, artigos, revistas e internet que nos concederam várias
informações relevantes.
 Método Analítico: a utilização deste método levou-nos a examinar de forma detalhada
os dados recolhidos.
 Método Descritivo: serviu-nos muito, pois é por meio deste método que foram
descritos os dados examinados no método analítico.
0.5.2. TÉCNICAS
Uma técnica é um conjunto de processos de aplicação prática, para recolha de informações
necessárias a analisar a fim de se tirar uma conclusão.
 Técnica de Entrevista: permitiu-nos colectar os dados por meio de uma conversa.
 Técnica de Observação: empregou-se esta técnica para se verificar e constatar as
actividades desenvolvidas na aldeia do Kióngua;
 Técnica Bibliográfica: esta técnica levou-nos a organizar as referências bibliográficas
citadas.
0.6. DIFICULDADES
Durante o processo de investigação até a implementação, nos deparamos com inúmeras
dificuldades desde a localização do domínio de estudo, na obtenção dos documentos que
permitem a pesquisa científica, na recolha dos dados necessários por intercâmbio com os
moradores e no acesso aos elementos determinantes do projecto.
0.7. ESTRUTURA DO TRABALHO
Para que se possam materializar as metas aqui traçadas, o nosso trabalho está dividido em três
capítulos:
 CAPITULO I – Fundamentação Teórica (Breve História Do Bairro Kióngua);
 CAPITULO II – Generalidade Sobre os Matérias de Distribuição de Energia eléctrica
em Média e Baixa Tensão;
 CAPITULO III – Dimensionamento, Execução e Orçamento.

3
0.8. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADAES

ANO 2023/2024
ACTIVIDADES MESES
NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI LOCAL
Análise e avaliação do
Escola
tema
Pesquisas práticas da
área de Acão (Sist. De Bibliotecas
Distribuição)
Definição do tema Escola
Pesquisas específicas
Bibliotecas
(Redacção do trabalho)
Análise e correcção Casa
Impressão e
Cyber
encadernação
Pré-Defesa
Apresentação e defesa
Escola
do trabalho

4
CAPITULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (BREVE HISTORIAL DO
BAIRRO KIÓNGUA)

1.1. Breve historial


Kióngua é um bairro extenso e antigo, falando da fundação do bairro, praticamente não tem
uma data específica ou exacta da sua fundação, porque ela já existia antes da chegada dos
portugueses na cidade do Uíge, pois quem recebeu os portugueses no Uíge foi o soba Ndombe
Capemba, da aldeia do Kióngua. Que são os co-fundadores da mesma aldeia, esta já existia de
uma forma agrupada, ela não estava organizada, mas tinha cada chefe de família. Esta aldeia
agrupada tinha uma aldeia mãe que a coordenava, que era o Mbanza Kióngua, onde estava o
Nganda, que era o palácio do chefe que vivia ali. Que se encontra situado depois da montanha
quem vai ao Calumbo, foi onde os portugueses foram recebidos.
Perante este historial podemos ver que não há data de fundação da aldeia do Kióngua, mas
existe uma data comemorativa para o bairro que é o dia 24 de Julho, esta data deve-se por causa
da primeira festa que se deu no local histórico, foi daí que comemoramos o dia 24 de Julho
como dia da fundação do bairro.
O bairro Kióngua Localiza-se a sul da cidade do Uíge, o mesmo faz fronteira com os bairros:
Tange, Kindenuco, Kissanga, Kibianga e Kalumbo. Já distância da cidade até na aldeia e de 4
quilometro.
A aldeia foi organizada praticamente nos anos de 1962, quando houve a junção dos bairros.
Esse bairro conforme está, tem duas partes que são: Kimato, que significa ouvido e a outra
Kissote que significa procurar. O bairro tem 10 zonas e três ruas principais.
1.2. Demografia
Segundo alguns documentos fornecidos pelo actual soba, reconhecidos pela Administração
Municipal do Uíge e revisados de Janeiro a Junho de 2023 pelo Governo Provincial, o bairro
possui um total de 2762 habitantes.

Tabela 1. 1: Tabela de estatística (2022)


Bairro Kióngua Género Total
Masculino Feminino
1221 1541 2762
Fonte: Administração Municipal do Uíge
Tabela 1. 2: Tabela de pontos cardiais
Nº Bairro Kióngua
01 Norte Bairro Tange
02 Sul Bairro Kindenuco
03 Leste Bairro Kissanga e Kibianga
04 Oeste Bairro Calumbo
Fonte: Administração Municipal do Uíge

5
1.3. Organigrama Geral
O Bairro Kióngua depende directamente do Município do Uíge. Existe uma estrutura
hierárquica muita extensa. Nós apenas nos baseamos no organigrama de funcionamento do
mesmo.

Figura 1. 1: Localização geográfica da aldeia Kióngua


Fonte: Google Earth

Figura 1. 2: Organigrama do Bairro Kióngua


Fonte: Administração Municipal do Uíge

1.4. Primeiros sobas do bairro Kióngua


Desde a fundação do bairro Kióngua, já passaram vários sobas, segundo as investigações feitas
nos actuais dirigentes e sobas do mesmo bairro, encontramos uma lista com mais de 10 nomes,
mas nós vamos aqui citar aqueles que foram os primeiros:
Tabela 1. 3: Primeiro soba do bairro Kióngua
Nº PRIMEIROS SOBA DO BAIRRO KIÓNGUA
01 Ndombe Capemba
02 Velho Zacarias
03 Zacarias Nunes Béu
04 Garcia David
05 Nascimento Marcos
06 Sebastião Cabundo
Fonte: Administração Municipal do Uíge

6
CAPITULO II – GENERALIDADE DOS MATERIAS DE MÉDIA E
BAIXA TENSÃO

2.1. SISTEMA ELÉCTRICO


Sistema eléctrico (SE): é o conjunto constituído por centrais eléctricas, subestações de
transformação e de interligação, linhas e receptores, ligados electricamente entre si.
A produção de energia eléctrica, tal como outro grande processo industrial, faz-se normalmente
longe das zonas urbanas, ou seja, longe dos consumidores de energia eléctrica, quer por
restrições urbanísticas e ecológicas, quer por causa da localização dos próprios recursos (rios,
mar, sol, carvão, etc.). É, portanto, necessário transportar a energia eléctrica do ponto onde é
produzida, para outros pontos mais próximos do consumidor. Depois de se dispor da energia
eléctrica em determinados pontos estratégicos (centros de consumo), é necessário distribuir essa
energia aos consumidores, de uma forma que eles a possam utilizar de uma forma fiável e segura
(Mário Ferreira Alves, Fevereiro de 1999).
É comum chamar a todo este processo de sistema de energia eléctrica, podendo representar-se
da seguinte forma:

Figura 2. 1: Produção, Transmissão, Distribuição e Consumo de energia eléctrica

O Objectivo fundamental do sistema eléctrico é sem dúvida, disponibilizar energia eléctrica aos
consumidores finais sempre que esta foi solicitada, garantindo sempre os requisitos de
segurança e qualidade adequados.
2.2 Redes de distribuição de energia eléctrica
2.2.1. Definição:
As redes de distribuição são caracterizadas como o segmento do sector eléctrico que,
junto das subestações de transformação, é dedicado ao rebaixamento das tensões provenientes
do sistema de transmissão. A conexão das centrais geradoras e ao fornecimento de energia
eléctrica ao consumidor, neste sentido essa energia que é efectivamente entregue aos

7
consumidores conectados à rede eléctrica de uma determinada empresa distribuidora, podendo
ser distribuída por uma rede do tipo aérea, que é suportada, por postes, ou do tipo subterrânea,
com cabos ou fios localizados sob o solo, dentro de ductos subterrâneos.

Figura 2. 2: Produção, transmissão e distribuição de energia eléctrica

2.2.2 Tipos de redes de distribuição


Existem dois tipos de redes de distribuição de energia eléctrica que são, rede de distribuição
aéreas e subterrâneas.
Aéreas são redes suportadas por postes e facilmente encontradas em ruas e avenidas das cidades.
Elas estão divididas em três tipos que são:
 Rede de Distribuição Aérea Convencional: é o tipo de rede composta por condutores
nus de alumínio, apoiados sobre isoladores de vidro ou porcelana e fixados sobre
cruzetas de madeiras ou de concreto, em circuitos de alta ou baixa tensão.
 Rede de Distribuição Aérea Compacta: diferente da aérea convencional, a rede
compacta é um conjunto formado por cabo de aço (também conhecidos como cabo
mensageiro) e cabos cobertos ou protegidos, fixados em estruturas compostas por braços
metálicos, espaçadores losangulares ou separadores de fase confeccionados em material
polimérico.
 Rede de Distribuição Aérea Isolada: este tipo de rede são utilizados três condutores
isolados, traçados e reunidos em torno de um cabo mensageiro neutro de sustentação da
estrutura. Nesta rede são necessários cobos condutores com camadas semicondutoras,
que são chamados de cabos multiplexados.

Rede Subterrânea: este tipo de rede apresenta maior confiabilidade e menores custos
com operação e manutenção ao longo do tempo, além de minimizar a poluição visual
de cabos causadas pelas redes aéreas. No entanto, a sua instalação é extremamente mais
cara do que as redes aéreas.

8
2.2.3 Classificação das redes eléctricas
Redes de transporte: as redes de transporte são feitas em alta tensão e muito alta tensão,
cobrindo uma vasta aérea geográfica, por exemplo, um país, assegurando o trânsito de elevados
volumes de energia eléctrica, entregue pelos grandes centros produtores, até às subestações de
interface com as redes de distribuição. As redes de transporte são aplicadas em longas
distâncias, centenas de quilómetros, potências muito elevadas, para níveis de tensão de 150KV,
220KV e 400KV, apresentando uma elevada fiabilidade e uma topologia de rede em exploração
malhada.

Redes de distribuição: as redes de distribuição têm como função levar a energia aos
consumidores domésticos ou industriais, nos três níveis de tensão respectivos, sendo eles, a
baixa tensão, na qual deverão estar ligados os aparelhos directamente; a média tensão, que
deverá alimentar todos os postos de transformação; a alta tensão, que deverá unicamente
fornecer energia às subestações. Estas redes também podem receber energia produzida pelos
produtores independentes, que usam fontes renováveis, como por exemplo, energia solar,
energia mini-hídrica, energia eólica, entre outras, e também podem receber energia produzida
através de centrais de cogeração.
Redes de interligação: as redes de interligação têm como finalidade assegurar a ligação entre
redes de transporte, mas também entre redes de distribuição, podendo pertencer a países ou
regiões vizinhas e além disso serem geridas por 77 empresas diferentes. Qualquer rede de
energia eléctrica funciona interligada com 220KV ou 400KV e uma frequência comum de 50
Hz. Este funcionamento tem como vantagens o facto de melhorar a segurança das redes
interligadas, por via do socorro mútuo, no caso de perda de fontes geradoras de energia
eléctrica.

2.2.4 Caracterização genérica das linhas de distribuição de MT e BT


As linhas aéreas de Média e Baixa Tensão são constituídas pelos seguintes elementos:
 Condutores;
 Apoios;
 Isoladores;
 Cabos de guarda (linhas aéreas de MT).

9
Figura 2. 3: Passagem de uma linha aérea de MT
2.2.5. Estrutura topológica da rede de distribuição
A estrutura da rede, é das principais características de uma rede de distribuição, isto porque
numa situação de defeito, a rede de distribuição pode ser configurada, com o propósito da
interrupção de fornecimento de energia afetar o menor número de clientes, pelo menor tempo
possível.
A estrutura da rede deve:
 Assegurar a segurança das pessoas e bens;
 Atingir um nível satisfatório de qualidade de serviço.
O aspeto mais importante numa rede de distribuição para a exploração de um SEE é a sua
fiabilidade. Como os elementos das redes estão sujeitos avárias, algumas imprevisíveis a
qualquer momento, estas provocam interrupções no fornecimento de energia eléctrica.
Como estruturas topológicas comuns em SEE usam-se as seguintes:
 Rede radial;
 Rede malhada;
 Rede em anel com exploração radial.
Rede radial: a rede radial baseia-se a partir de um ponto de alimentação e por linhas que vão-
se ramificando, sem jamais se encontrarem num ponto comum. Esta estrutura topológica
apresenta a menor fiabilidade e também o menor custo inicial, sendo aplicada na distribuição.
Se não houver produção de energia eléctrica por parte do cliente/consumidor, o sentido do
trânsito de energia é do ponto de produção para a carga/consumo, ou seja, apenas num único
sentido.
As protecções apresentam uma maior simplicidade de implementação, sendo o defeito
alimentado e propagando-se apenas num único sentido e a partir de um único ponto, havendo
deste modo maior facilidade de exploração. Este tipo de tipologia insere-se tradicionalmente
numa zona rural e a energia transitada/vendida é menor, devido à baixa densidade de cargas, o
que implica um retorno de investimento lento. Em caso de defeitos, uma zona da rede ficará

10
fora de serviço, até que o defeito seja localizado, corrigido e o serviço seja reposto
posteriormente.

Rede malhada: a rede malhada permite a alimentação de um mesmo ponto de rede, por mais
que dois caminhos diferentes. A rede malhada apresenta uma topologia de maior fiabilidade em
relação à rede radial, por apresentar várias configurações, que deverá tomar em caso de
contingências dos equipamentos, com maior necessidade de investimento e manutenção, para
as linhas devidamente dimensionadas. Este tipo de tipologia é aplicado em redes de transporte.
A sua principal característica baseia-se no facto de ter uma protecção associada nos extremos
de cada linha.

Rede em anel: com exploração radial a rede em anel com exploração radial permite a
alimentação de um mesmo ponto de rede, por dois caminhos diferentes, podendo ser explorada
em regime de anel aberto. Este tipo de tipologia apresenta maior fiabilidade em relação à rede
malhada e à rede radial, tendo um grande custo inicial e elevado custo de manutenção, para
além de cuidados adicionais de protecções.

Figura 2. 4: Apresentação da estrutura topológica da rede de energia eléctrica

2.3 Postos de transformação


2.3.1. Composição de postos de transformação
Um posto de transformação é constituído essencialmente por:
 Um ou mais transformadores responsáveis pela transformação da média tensão para
baixa tensão;
 Equipamentos de interrupção/seccionamento e protecção;
 Quadro geral de MT, de onde partem os diversos ramais da rede de BT.

Um transformador é uma máquina eléctrica estática que tem como finalidade transferir energia
eléctrica de um circuito para outro, geralmente com tensões e correntes diferentes, mantendo a
mesma frequência e aproximadamente a mesma potência. O transformador é constituído por
duas ou mais bobinas e um “caminho”, ou circuito magnético, que “acopla” essas bobinas.
11
Ainda, o enrolamento conectado à fonte (cujas grandezas levam o índice 1) é denominado, por
convecção, de enrolamento primário. Já o enrolamento que é conectado à carga (e cujas
grandezas levam o índice 2) é denominado de enrolamento secundário.

Figura 2. 5: Transformador ideal


2.3.2. Transformador ideal
Um transformador ideal é aquele em que o acoplamento entre suas bobinas é perfeito, ou
seja, todas conetam, ou “abraçam”, o mesmo fluxo, o que vale dizer que não há dispersão
de fluxo. Isso implica assumir a hipótese de que a permeabilidade magnética do núcleo
ferromagnético é alta ou, no caso ideal, infinita, e o circuito magnético é fechado. Além
disso, admite-se que o transformador não possui perdas qualquer natureza, seja nos
enrolamentos, seja no núcleo.

Figura 2. 6: Transformador ideal


As resistências dos enrolamentos são desprezíveis
 A permeabilidade do núcleo é infinita (portanto a corrente de magnetização é nula) Não
há dispersão
 Não há perdas no núcleo
Com a carga no secundário, existe uma corrente I2 no mesmo que cria uma fmm N2I2 que tende
a alterar o fluxo no núcleo (desmagnetizando o núcleo). Portanto, o equilíbrio entre as forças
magnetomotrizes será perturbado.

12
Figura 2. 7: Transformador ideal em carga

Depois de ser feito o transporte da energia eléctrica em média tensão (MT), até aos postos de
transformação existentes nos centros de consumo, destas é feita distribuição, em várias linhas,
cada uma delas destinada a alimentar a sua zona.

O equipamento fundamental de um posto de transformação é o transformador, mas como a


instalação envolve elevados níveis de tensão e de energia, necessita naturalmente de um
conjunto adicional de aparelhagem mecânica com o objetivo de realizar funções obrigatórias
de comando, seccionamento, contagem e protecção quer de pessoas e animais, quer dos próprios
equipamentos e outros bens.
 Posto de Transformação (PT) – Instalação destinada à conversão da tensão de média
para baixa tensão, por um ou mais transformadores estáticos cujo secundário é de baixa
tensão;
 Posto de Seccionamento (PS) – Instalação que permite estabelecer ou interromper, em
vazio, linhas eléctricas, por meio de seccionadores;
 Posto de Corte – Instalação englobando aparelhagem de manobra (disjuntores ou
interruptores) que permite ligar ou desligar linhas eléctricas, no mesmo nível de tensão
e incluindo geralmente barramentos.
Tabela 2. 1: Postos de Transformação Aéreos
Potencia dos Tensão de Plataforma
Tipo Tipo de Seccionador
Transformadores Alimentação de Manobra
AS Seccionador 25 Até 100 kVA 2
AI Interruptor/seccionador 160 Até 250 kVA 10-15 e 30 kV 2

2.3.3 Classificação dos postos de transformação


 Os postos de transformação podem ser classificados em função do modo de construção
como:
Em poste – O equipamento de MT é colocado em postes. Estes são aplicados nas redes
rurais com tensões até 15 kV;

13
Em cabine baixa ou cabine alta – O equipamento de MT é colocado no interior da
cabine, em celas com invólucro metálico e com separações de rede metálica;
Em monobloco – O equipamento de MT é colocado no interior de celas, com invólucro
metálico e com separações de rede metálica (João Tiago Veríssimo Ferreira).

Figura 2. 8: Modo de construção em poste, (b) modo de construção em cabine baixa, (c) modo de construção em
monobloco de PT’s.
2.3.4. Armários de distribuição
Os armários de distribuição são usados como ponto de saída de alimentação das redes
subterrâneas e a sua função é proteger e alimentar os circuitos da rede eléctrica que possuem.
Estes possuem barramentos de cobre, onde são fixos o tri blocos, onde são colocados os fusíveis
para protecção dos circuitos de alimentação.
Existem vários tipos de armários, nós fizemos a questão de mencionar dois dos vários
existentes.
 Armário X: este tipo de armário apresenta cinco circuitos equipados com cinco tri-
blocos de tamanho 2 (400 A);
 Armário W: este tipo de armário apresenta seis circuitos, sendo dois equipados com
tri-blocos de tamanho 2 (400 A) situados ao centro do barramento e quatro equipados
com tri- blocos de tamanho 00 (160 A).
2.3.5.Baixa tensão
Neste ponto apresentam-se os aspectos associadas à rede de distribuição de energia eléctrica
em baixa tensão (BT). Esta é destinada à transmissão de energia eléctrica a partir de um P.T ou
de uma central geradora, constituída por canalizações principais e ramais
Em Angola os valores típicos para as redes de Baixa Tensão são de 230 V para tensão simples,
e 400 V para tensão composta. Este tipo de redes inicia-se na saída do Quadro Geral de Baixa
Tensão dos Postos de Transformação, sendo que, posteriormente, a distribuição poderá ser feita
através de linhas aéreas ou cabos subterrâneos que se encontram ligados aos Postos de

14
Transformação e às instalações de consumo e/ou instalações de produção dos clientes (Carolina
Pereira Martins).

As Redes de Distribuição em Baixa Tensão contam essencialmente com a distribuição aérea e


a distribuição subterrânea. Podem ainda ser encontradas redes constituídas quer por linhas
aéreas, quer por cabos subterrâneos, sendo assim designadas por redes mistas. As redes aéreas
são normalmente utilizadas em zonas rurais e semiurbanas enquanto as redes subterrâneas se
utilizam na sua grande maioria em zonas urbanas.

2.3.5.1.Cabos utilizados nas Redes/Ramais Aéreos


Actualmente, a distribuição de energia eléctrica nas redes aéreas em Angola é
assegurada por cabos de torçada, sem neutro, do tipo LXS, sendo a alma condutora em alumínio
multifilar compactado, isolados a polietileno reticulado (XLPE) para uma tensão nominal de
0,6/1 kV
Recorre-se a este tipo de isolamento devido essencialmente à sua elevada resistência às
condições do meio envolvente, à sua estabilidade a nível térmico, ao facto de suportar uma
temperatura mais elevada do condutor, o que aumenta a capacidade de transporte de energia,
quando comparado, por exemplo, com o Policloreto de Vinilo.

Regra geral os cabos de torçada são constituídos por quatro condutores: três fases e neutro,
podendo ainda dispor de um quinto condutor destinado a alimentar a Iluminação Pública, com
a secção de 16 𝑚𝑚2 .

Figura 2. 9: Cabos torçados utilizados nas redes aéreos em


BT

Na Tabela a seguir encontram-se resumidas algumas das características dos condutores de


acordo com a secção de cada um, nomeadamente o material, o número de fios, os diâmetros
(mínimo e máximo), e ainda a espessura prevista para o isolamento.

15
Tabela 2. 2: Material, números de fios, diâmetros e espessura do isolamento para cada secção dos condutores
utilizados nas redes/ramais aéreos em Baixa Tensão

Secção Espessura
nominal Material Numero de fios Diâmetro do condutor nominal
(𝒎𝒎𝟐 ) isolamento (mm)
4 Cobre 7 - 2,7 1,0
16 7 4,6 5,2 1,2
25 7 5,6 6,5 1,4
50 Alumínio 7 7,7 8,6 1,6
70 12 9,3 19,2 1,8
95 19 11,0 12,0 1,8

Os condutores utilizados nas canalizações principais das redes aéreas de distribuição em Baixa
Tensão deverão ser trifásicos, devendo o neutro ser ligado directamente à terra.

Tabela 2. 3: Cabos de torçada utilizados na rede aérea de Baixa Tensão, com condutor de Iluminação Pública

TIPOS DE CABO

LXS 4x25+16 𝑚𝑚2


REDE AÉREA
CANALIZAÇÃO LXS 4x50+16 𝑚𝑚2
PRINCIPAL
LXS 4x70+16 𝑚𝑚2

LXS 4x95+16 𝑚𝑚2

Para os ramais derivados da canalização principal da rede aérea em Baixa Tensão, regra geral,
utilizam-se os cabos apresentados na Tabela 2.4

Tabela 2. 4: Cabos de torçada comumente utilizados em ramais aéreos de Baixa Tensão

TIPOS DE CABO
REDE AÉREA LXS 2x16 𝑚𝑚2
RAMAIS LXS 4x16 𝑚𝑚2
LXS 4x25+16 𝑚𝑚2

Para a ligação aérea de clientes à rede de distribuição, alimentados em Baixa Tensão Normal
(BTN), geralmente utilizam-se os cabos apresentados na, dado que a grande maioria dos
consumidores não necessitam de valores de potência que justifiquem a utilização de cabos de
maiores secções. Cabe ao operador da rede de distribuição a análise das condições de ligação e

16
a determinação da secção dos condutores a aplicar (Carolina Pereira Martins, redes de
distribuição de energia eléctrica

Figura 2. 10: a) Armário de aberto b) fechado

2.3.5.2. Ligadores de derivação


Os ligadores a utilizar nas ligações à rede de torçada serão de aperto independente, constituídos
por duas peças, uma em material isolante, destinada a conferir ao ligador a estanqueidade e
isolamento eléctrico necessário e outra em liga de alumínio.

Figura 2. 11: Ligadores

2.4. Caixas de protecção e seccionamento


Nas portinholas das colunas de IP metálicas, serão instalados cofretes, destinados às ligações
dos cabos de entrada e saída, e cabo de alimentação às armaduras.

Figura 2. 12: a) Cofrete da Jolec b) Cofrete da LES c) Cofrete da Claved

2.5. Dispositivos de manobra e protecção


São dispositivos eléctricos destinado a estabelecer ou interromper a corrente, em um ou mais
circuitos eléctricos.

17
Seccionador: um dispositivo de manobra que tem uma capacidade de interrupção limitada,
pelo que esta faz com que o dispositivo tenha uma aplicação restrita.

Figura 2. 13: Seccionador sob carga

2.5.1. Seccionador fusível


O seccionador fusível é uma combinação de um seccionador, caracterizado pela simplicidade
de sua construção, com a dos fusíveis, que se localizam na posição dos contactos móveis do
seccionador. Pela sua construção simples, são capazes de manobrar até a carga nominal, que é
a protecção de correntes de curto-circuito, pela presença de fusíveis.

Figura 2. 14: Seccionador - fusível sob carga


2.5.2. Disjuntores
O disjuntor é um dispositivo que, entre outros, é capaz de manobrar o circuito nas condições
mais críticas de funcionamento, que são as condições de curto-circuito. O disjuntor é capaz de
manobrar o circuito nessas condições, sendo que, interromper Ik é ainda atributo dos fusíveis,
que porém não permitem uma religação.
A manobra através de um disjuntor é feita manualmente (geralmente por meio de uma alavanca)
ou pela acção de seus relés de sobrecarga (como o bimetálico) e de curto-circuito (como o
electromagnético). Aqui os relés não desligam o circuito: eles apenas induzem ao desligamento,
actuando sobre o mecanismo de molas, que acciona os contactos principais

18
CAPITULO III – DIMENSIONAMENTO, EXECUÇÃO E ORÇAMENTO

O projecto em questão tem como principio interligar a rede de distribuição de média tensão na
Aldeia do Kióngua à futura urbanização localizada no interior da localidade. Para que
alimentação da urbanização se concretize é necessário projectar a rede aérea com uma tensão
nominal de 15kV com o objectivo de fornecer energia eléctrica ao posto de transformação a
implementar na nova urbanização. O Posto de Transformação mencionado classifica-se como
elemento primordial e tem uma potência nominal de 250kVA, será utilizado 4 transformadores
dessa mesma capacidade. Depois de efectuado um levantamento do local e das características
da rede existente, verificou-se que o apoio onde se iria localizar a derivação na linha aérea
existente, a linha será retirada a partir do P.T Tange, situado no Bairro Tange, visto que a linha
de média Tensão limitou-se no mesmo local. A linha a projectar terá um comprimento de
aproximadamente a 2km. A localização da rede aérea a implementar no projecto em questão
pode ser observada na planta de localização.

Figura 3. 1: Localização da rede aérea a implementar do projeto

3.1. Posicionamento e Dimensionamento dos Postes (Apoios)


3.1.1. Dimensionamento da corrente de serviço
Para obtermos a secção técnica dos condutores a implementar é necessário determinar a corrente
de serviço, depois de calculado o valor da mesma recorre-se a diversas tabelas fornecidas pelos
fabricantes de condutores e deste modo determinar-se qual a secção do condutor a utilizar, visto
que para determinar a corrente de serviço será necessariamente a tensão composta de
distribuição (KV) e a potência em KVA, para tal a tensão de média tensão é 15KV e a potência
será de 250KVA de regime contínua.
19
𝑃 250.000 250.000
𝐼𝑠 = = = = 𝟏𝟐, 𝟎𝟐𝟖𝑨
√3 × 𝑈 × 𝑐𝑜𝑠⁡(𝛼) 1,73 × 15.000 × 0,8 20784,6

Onde:
𝑰𝑺 = Corrente de serviço
𝑼 = Tensão composta da rede
𝐜𝐨𝐬(𝜶) = Factor de potência admitida 0,8
3.1.2. Número de Postes de Betão na linha de 15KV
Para se obter os postes na linha, é precisamente distinguir a distância onde será ligada a mesma,
portanto a linha de média tensão limitou se nas localidades do bairro tange, dista
aproximadamente 2km do bairro Kióngua. Segundo as normas de eletrotecnia internacional o
distanciamento entre dois postes de uma linha de média tensão de ser de 80m, para isso o cálculo
para o número total de postes será o seguinte:

D/real 2km 2000m


Npostes = = = = 𝟐𝟓𝐩𝐨𝐬𝐭𝐞𝐬
d/recomenda 80m 80m

3.2 Tipos de residências existentes no Bairro e suas divisões


O bairro Kióngua conta com aproximadamente 363 residências adicionas, sem ter em conta as
infra-estruturas que lá existe, como escolas, hospitais.

Tabela 3. 1: Estatísticas Habitacional de bairro Kióngua

TIPO PARÂMETROS
T1 180 Casas
T2 102 Casas
T3 81 Casa
Escolas 2
Hospital 2
TOTAL 367
Fonte: Autor

3.3. Cálculo da carga requerida


Segundo o comentário 1 do artigo 435 do Regulamento de Segurança de Instalações de
Utilização de Energia Eléctrica (RSIUEE), aprovado pelo Decreto-Lei no 740/74, de 26 de
dezembro, recomenda-se que as instalações de utilização a estabelecer em locais residenciais
ou de uso profissional sejam dimensionadas com base nos valores mínimos seguintes:

a) para instalações de iluminação e tomadas para usos gerais: 25 VA/m2;


20
b) para instalações, fixas ou não, de climatização ambiente eléctrica: 80 VA/m2.
3.3.1. Cálculo da carga das casas
Segundo o disposto em 803.2.4.3.1 das Regras Técnicas PARTE 5 / Secção 51 (Edição de
2000), para o cálculo das instalações coletivas e entradas, não devem ser consideradas, para as
instalações eléctricas (de utilização) em locais de habitação, potências nominais inferiores às
seguintes:

 3,45 kVA, em monofásico (15 A, em 230 V), em locais de 1 compartimento;


 6,9 kVA, em monofásico (30 A, em 230 V), em locais de 2 a 6 compartimentos;
 10,35 kVA, em monofásico (45 A, em 230 V), em locais com mais de 6
compartimentos.

No caso de instalações com receptores trifásicos, as alimentações devem ser trifásicas e o valor
mínimo das potências a considerar no dimensionamento deve ser: 10,35 kVA, em trifásico (15
A, em 400V).

Para o nosso projecto, consideraremos instalações monofásicas em todas as casas Casas T1:
Considerando que cada casa do tipo 1 no bairro Kióngua tenha, em média, um quarto, uma sala
e uma casa de banho com as seguintes dimensões:
Tabela 3. 2: Cálculo da carga das casas

Compartimento Utilização Comprimento (m) Largura (m) Área (𝑚2)

1 Sala 3 2 6

2 Quarto 3 2 6

3 WC 2 1,5 3

Total 15

Então elas possuem 2 compartimentos principais (o 1 e o 2); o compartimento 3 é excluído,


primeiro por apresentar uma área de 3𝑚2 (menor que 4𝑚2), segundo por ser casa de banho.
Portanto, para esse número de compartimentos, vamos considerar uma carga mínima de 6,6 kv.
Para casas do tipo 1 apenas consideraremos instalações de iluminação e tomadas de uso geral
(TUGs).

Sendo assim, temos a seguinte carga: 𝑆′ = 25 × (6 + 6) = 300 𝑉𝐴

21
Considerando os factores de utilização e de simultaneidade, teremos a seguinte potência a
instalar:

𝑆𝑖𝑛𝑠𝑇1 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 300 × 1 × 0,9 = 270 𝑉𝐴


O bairro tem 180 casas tipo 1 (8 no quarteirão 1, 6 no quarteirão 2, 6 no quarteirão 3, 3 no
quarteirão 4, 1 no quarteirão 6, 1 no quarteirão 8, 4 no quarteirão 10 e 5 no quarteirão 11), logo:

180 × 270 = 9180 𝑉𝐴 = 48,6 𝑘𝑉𝐴.


Esta carga é maior que a carga mínima a que deve se considerar (6,6 kVA), então vamos
dimensionar a rede de modo que atenda uma carga referente a casas tipo 1 de 48,6 kVA.

Casas T2:

Considerando que cada casa do tipo 2 no bairro tenha, em média, os seguintes compartimentos
com as seguintes dimensões:

Tabela 3. 3: Dimensões médias das casas do tipo 2 do bairro de Kióngua

Compartimento Utilização Comprimento (m) Largura (m) Área (𝒎𝟐)

1 Sala 3 3 9

2 Quarto 1 3 2 6

3 Quarto 2 3 2 6

4 Cozinha 2,5 2 5

5 WC 2 1,5 3

Total 29
Fonte:: Autor
Então elas possuem 3 compartimentos principais (o 1, o 2 e o 3). O compartimento 5 é excluído,
primeiro por apresentar uma área menor que 4𝑚2, segundo por ser WC. Já o compartimento 4,
embora apresente área maior do que 4 m2, ele é excluído por ser cozinha. Portanto, para esse
número de compartimentos principais (3), também vamos considerar uma carga mínima de 6,6
kVA.

Sendo assim, para circuitos de iluminação e de tomadas teremos a seguinte potência:


𝑆′ = 25 × (9 + 6 + 6) = 525 𝑉𝐴.
Considerando factores de utilização e de simultaneidade, teremos a seguinte potência instalada:
𝑆𝐼𝑇 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 525 × 1 × 0,9 = 472,5 𝑉𝐴.

22
Para circuitos de climatização, consideraremos que temos um aparelho de ar-condicionado na
sala e um no quarto principal, deste modo, teremos a seguinte carga:
𝑆′ = 80 × (9 + 6) = 1200 𝑉𝐴.
Considerando factores de utilização e de simultaneidade, teremos a seguinte potência a instalar:
𝑆𝐶𝑙 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 1200 × 0,75 × 0,8 = 720 𝑉𝐴.
A potência a se considerar para uma cozinha eléctrica em habitações até 3 divisões (T2) é de:
𝑆′ = 3 𝑘𝑉𝐴 = 3000 𝑉𝐴. Considerando os factores de utilização e de simultaneidade, temos a
seguinte potência a instalar:
𝑆𝐶𝑜𝑧 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 3000 × 1 × 0,7 = 2100 𝑉𝐴.
Então a potência total a instalar vai ser igual a:
𝑆𝑖𝑛𝑠𝑇2 = 𝑆𝐼𝑇 + 𝑆𝐶𝑙 + 𝑆𝐶𝑜𝑧 = 3292,5 𝑉𝐴.
ScasasT2 = 0,5 × 102 × 3292,5 = 77373,75 𝑉𝐴 = 167,9175 𝑘𝑉𝐴.
Esta carga é maior que a carga mínima a que deve ser considerada (6,6 kVA), então vamos
dimensionar a rede de modo que atenda uma carga referente a casas do tipo 2 de 167,175 kVA.
Casas T3:
Considerando que cada casa do tipo 3 no bairro tenha, em média, os seguintes compartimentos
com as seguintes dimensões:
Tabela 3. 4: Dimensões médias das casas do tipo 3 do bairro de Kióngua
Comprimento (m) Largura (m) Área (𝑚2
Compartimento Utilização

1 Sala de estar 3 2,5 7,5


2 Sala de Jantar 3 2 6
3 Quarto 1 3 2 6
4 Quarto 2 3 2 6
5 Quarto 3 3 2 6
6 Suíte 3 2,5 7,5
7 WC – Suíte 2 1,5 3
8 WC 2 1,5 3
9 Cozinha 2,5 2 5
10 Varanda 4 2 8
Total 58
Fonte: Autores
Então elas possuem 7 compartimentos principais (compartimentos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 10); os
compartimentos 7, 8 e 9 serão excluídos por razões já conhecidas. Portanto, para esse número
de compartimentos principais (7), consideraremos uma carga mínima igual a 9,9 kVA.

23
Para casas do tipo 3 consideraremos instalações de iluminação e TUG, instalações de
climatização, instalações para cozinhas eléctricas, instalações de aquecimento e instalações para
máquinas de lavar e/ou secar.

Sendo assim, para circuitos de iluminação e de tomadas teremos a seguinte potência:


𝑆′ = 25 × (7,5 + 6 + 6 + 6 + 6 + 7,5 + 8) = 1175 𝑉𝐴.
Considerando, de seguida, os factores de utilização e de simultaneidade, teremos a seguinte
potência por ser instalada: 𝑆𝐼𝑇 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 1175 × 1 × 0,9 = 1057,5 𝑉𝐴.

Para climatização, consideraremos um ar-condicionado na sala de estar e um no quarto suíte,


tendo a seguinte carga:
𝑆′ = 80 × (7,5 + 7,5) = 1200 𝑉𝐴.
Considerando factores de utilização e de simultaneidade, teremos a seguinte potência instalada:
𝑆𝐶𝑙 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 3120 × 0,75 × 0,8 = 720 𝑉𝐴.
A potência unitária a se considerar para cozinha eléctrica em habitações com mais de 5 divisões
é:

𝑆′ = 8 𝑘𝑉𝐴 = 8000 𝑉𝐴. Considerando os factores de utilização e de simultaneidade, temos a


seguinte carga:

𝑆𝐶𝑜𝑧 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 8000 × 1 × 0,7 = 5600 𝑉𝐴.


A potência unitária que se considera para uma máquina de lavar e/ou secar é igual a 𝑆′ = 3,3
𝑘𝑉𝐴 = 3300 𝑉𝐴. Considerando os factores de utilização e de simultaneidade, temos a seguinte
potência: 𝑆𝑀𝑎𝑞 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 3300 × 0,75 × 1 = 2475 𝑉𝐴.

Em habitações com 5 ou mais compartimentos, para o aquecimento eléctrico de água,


considera-se uma potência unitária de 3 kVA. Considerando 1 chuveiro eléctrico no WC geral,
temos então uma carga de 𝑆′ = 3 𝑘𝑉𝐴 = 6000 𝑉𝐴. Considerando agora os factores de utilização
e de simultaneidade, temos a seguinte potência:

𝑆𝐴𝑞 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 3000 × 1 × 0,9 = 2700 𝑉𝐴.


Então a potência total a instalar é:

𝑆𝑖𝑛𝑠𝑇3 = 𝑆𝐼𝑇 + 𝑆𝐶𝑙 + 𝑆𝐶𝑜𝑧 + 𝑆𝑀𝑎𝑞 + 𝑆𝐴𝑞 = 12552,5 𝑉𝐴.

Analisando a realidade financeira do bairro, muito pequena parte das casas (menos da metade)
é que terá todos os equipamentos considerados nos cálculos acima, porque estes equipamentos
exigem elevados custos para a sua aquisição ou compra.

24
E no universo das casas que tiverem, uma outra pequena parte é que vai utilizar frequentemente
estes equipamentos, pois isto requer elevados custos de energia. Considerando esses pontos,
para não termos desnecessariamente um transformador de grande potência e consequentemente
um elevado custo no orçamento, como projectista adaptando um factor multiplicativo de 0,4 ao
cálculo da carga requerida por esse conjunto de casas. Sendo que o bairro possui 36 casas tipo
3 (6 no quarteirão 1, 7 no quarteirão 2, 11 no quarteirão 3, 4 no quarteirão 4, 1 no quarteirão 5,
2 no quarteirão 6, 1 no quarteirão 8, 1 no quarteirão 9 e 3 no quarteirão 11), a carga requerida
por esse conjunto de casas vai ser:
0,4 × 81 × 12552,5 = 406,701 𝑘𝑉𝐴.
Esta carga é maior que a carga mínima considerada (9,9 kVA), então vamos dimensionar a rede
de modo que atenda uma carga de 180,76 kVA referente a casas do tipo 3.

Todas as casas:
Para ter a carga total requerida pelas casas do bairro, basta somar as cargas calculadas para cada
tipo de casa. Porém, logicamente, há que considerar que daqui a alguns anos surgirão mais
cargas no bairro, até porque é muito importante aqui fazer essa previsão visto que no bairro
ainda contém muita área vazia (quase metade da área já preenchida), então com base neste ponto
e com o histórico dado do bairro, como futuros finalistas, convencionamos uma taxa de
crescimento anual de 10% no cálculo da carga total das casas, tendo assim:

∑ 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑠 =FCrescimento×(ScasasT1+ScasasT2+ScasasT3)


∑ 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑠 = 1,25(406,701+167,175 +48,6)
∑ 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑠 ≅ 𝟕𝟕𝟖𝒌𝑽𝑨
Para isso devemos considerar também a potência que pode ser obtida nas escolas e hospitais,
poderemos fazer um acréscimo total de potência racional de 222Kva, neste contexto a potência
total que o P.T suportará será dado por:
∑ 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑏𝑎𝑖𝑟𝑟𝑜 𝐾𝑖ô𝑛𝑔𝑢𝑎 ≅ ∑ 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑠 + 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑅𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
∑ 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑏𝑎𝑖𝑟𝑟𝑜 𝐾𝑖ô𝑛𝑔𝑢𝑎 = 778𝑘𝑉𝐴 + 222𝐾𝑉𝐴 = 1000𝐾𝑉𝐴
3.3 Posicionamento e Dimensionamento do Posto de Transformação
As potências dos P.T que o Manual de Montagem de Postos de Transformação Rurais da EDM
contempla são de 30, 50, 100, 160, 200, 250, 315, 500, 625, 1000Kva, com os níveis de tensão
6,6/0,4; 11/0,4; 22/0,4 e 33/0,4 kV. O único PT dessa lista que satisfaz a carga requerida pelo
bairro é o PT de 1000 kVA, então escolheremos ele para alimentar o bairro do projecto em
curso.
De acordo com a prática da EDM, existem 3 tipos construtivos de postos de transformação
(PTs) mais usuais:
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 PTs em poste de betão (Tipo B): destina-se fundamentalmente a alimentar pequenos
consumidores com uma potência até 30 kVA;
 PTs em pórtico de madeira (Tipo M1): para consumidores com potência até 100 kVA;
 PTs assentes em base de alvenaria (Tipo M2): transformadores com peso superior a
1200 kg, ou no geral, com potência superior a 100 kVA.
Para o nosso caso, o P.T será então do tipo M2, dada a potência do nosso transformador
(1000kVA) e o seu peso (3300 kg). A altura da base de alvenaria foi calculada de forma que as
partes acessíveis em tensão não fiquem a uma altura inferior a 2,5 m do solo, que é a distância
mínima regulamentar para instalações exteriores protegidas, ligando então a nossa linha de MT
à linha FL4 a partir do Posto de Transformação e Seccionamento do bairro tange, que dista
aproximadamente 2 km do poste 1, na direcção do bairro Kióngua. Note que o nosso
transformador será montado no poste 1, como é mostrado no mapa de electrificação do bairro.

Para este tipo de PT, deverá ser construída uma vedação adequada em sua volta, que impeça a
aproximação de pessoas da instalação, até uma determinada distância de segurança. Para
determinação das dimensões da vedação, segundo o regulamento, a distância mínima entre a
projecção horizontal das peças em tensão e a vedação deve ser de 2 m (para 15kV), devendo a
sua altura mínima ser de 1,8 m.
O quadro de baixa tensão será alojado na parte inferior da base de cimento que suporta o
transformador, ficando assim igualmente protegido contra a intempérie.
3.3.1 Terra de protecção
À terra de protecção ligar-se-ão as massas da aparelhagem, assim como todas as partes
metálicas de suporte e fixação da aparelhagem, incluindo a cuba do transformador e o invólucro
metálico do quadro de baixa tensão.
Não havendo possibilidades de se executar uma terra própria para os pára-raios, estes também
serão ligados à terra de protecção. A ligação dos pára-raios deve fazer-se directamente ao
condutor principal de terra e não por intermédio de qualquer outra massa metálica.
3.3.2 Protecção contra contactos indirectos
Para que se assegure a protecção contra contactos indirectos devem ser tomadas as seguintes
medidas: o neutro da rede de distribuição deve ser directamente ligado à terra e as massas das
redes de distribuição devem ser ligadas ao neutro. O sistema de aterramento conseguido com a
realização dessas medidas é chamado de Sistema TN.

3.3.3 Dimensionamento dos Cabos e Condutores


Para o dimensionamento dos cabos e condutores, temos de calcular primeiro a corrente nominal
de serviço, para cada transformador de 250kVA que será:
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Sn
Is =
√3 × VS
Sn
Ip =
√3 × VP
Onde:
Is – é a corrente nominal secundária em A
Ip – é a corrente nominal primária em A
Vs – é a tensão nominal secundária entre duas fases em V
Vp – é a tensão nominal primária entre duas fases em V
Sn – é a potência aparente nominal do transformador em V
No sector primário
Sn 250.000VA 250.000
𝐈𝐩 = = = = 𝟗, 𝟔𝐀
√3 × VP √3 × 15.000V 25.980,7

No sector secundário
Sn 250.000VA 250.000VA
𝐈𝐒 = = = = 𝟑𝟕𝟗, 𝟖𝟒𝐀
√3 × VS √3 × 380 658. ,17

Figura 3. 2: Cabos de BT

3.4 Cabos de BT que irão distribuir energia aos consumidores


Nas canalizações principais das redes de distribuição podem ser utilizados condutores nus,
condutores isolados ou cabos, de acordo com o artigo 17 do RSRDEEBT. Na nossa rede de BT,
escolheremos condutores isolados pelas seguintes vantagens:

 Melhora a estética (é menos poluente visualmente);


 Dificulta o furto (roubo), pois evita os ganchos pelo facto de ser isolado;
 Aumenta a segurança contra o choque eléctrico;
 Aumenta a vida útil do transformador, pois por ser isolado há diminuição de curto-
circuitos na rede, evitando gastos desnecessários.

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3.4.1 Condutores de MT
Para linhas de Média Tensão, os condutores que foram utilizados são do tipo ACSR ou CAA
(Condutor de alumínio com alma de aço) 3x1/C120mm² de impedância Z(0.324+j0.118) Ω/km
3.4.2 Condutores de terra
Na rede de BT utilizar-se-á cabo de cobre nu de 16 mm2 de secção até ao ligador amovível,
situado na base do pórtico, e cabo de 35 mm2 de secção deste até ao eléctrodo de terra, no
interior do solo. No último metro antes de penetrarem no solo e 0,5m dentro deste, os condutores
de terra devem ser protegidos mecanicamente por uma cantoneira ou por um tubo adequado,
com um comprimento de 1,5 m.
3.4.3 Dimensionamento dos Dispositivos de Protecção
Figura 3. 4: Dispositivos de protecção para PT

Figura 3. 3: Esquema eléctrico da ligação do transformador com os dispositivos de protecção

28
3.4.4 Escolha dos pára-raios
A tensão nominal dos pára-raios a instalar num PT deve ser em função do nível de tensão da
rede assim como do seu regime do neutro. Para a tensão da rede de 15kV, o pára-raios do tipo
DDF18101M2 com tensão máxima da rede de 17,5kV é o mais adequado, como mostra o
anexo 3

3.4.4.1 Escolha dos disjuntores de baixa tensão

Foi utilizado disjuntores da marca ABB com tensão estipulada de 600 V, corrente nominal de
400A e um poder de corte 10kA
Figura 3. 5: Disjuntor de Baixa tensão

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3.5. Estimativa do Custo do Projecto
Tabela 3. 5: Estimativa do Projecto
Materias Quantidades Preço unitário Preço Total

Transformador 4 5.562.784,45Kz 22.251.137,8 Kz

Para-raios 24 34.353,48Kz 824.483,52 Kz

Fusível XS 12 108.007,35Kz 1.296.088,2 Kz

Armário de 4 2.324.984,00Kz 9.299.936,00 Kz


distribuição

Cabos de MT 20rolo(100m) 784.000.kz 15.680.000.00 Kz

Cabos de BT 30rolo 156.800Kz 4.704.000.00Kz

Mão de obra 10.811.129,00Kz

Preço Total 64.866.774,00 Kz

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Conclusão
Sempre depois de um determinado estudo, há uma conclusão por ser tirada, por isso daquilo
que foi o nosso Relatório da Prova de Aptidão Profissional, que consistiu no
dimensionamento de uma rede de distribuição de energia eléctrica incluindo a linha de Média
Tensão para suprir as necessidades do bairro de Kióngua, no distrito do Tange, minuciosamente
concluímos que este projecto é de grande complexidade dada a extensão territorial deste bairro,
necessitando então de um fundo de investimento capital considerável.

A rede dotará de um sistema de protecção seguro e eficaz, pois foi dimensionada com cautela
uma variedade de dispositivos de protecção e um sistema de aterramento eficiente para a
segurança de pessoas e dos equipamentos eléctricos da rede. A rede também vai incluir,
obrigatoriamente, para-raios para a protecção contra sobretensões originadas pelas descargas
atmosféricas que são comummente observadas dadas as condições climáticas dessa região.
Assim, conclui-se que as instalações eléctricas dessa rede de distribuição vão funcionar nas
melhores condições e sem sobressaltos.

 Recomendações

Findo o projecto de dimensionamento de rede eléctrica de distribuição para o bairro de


Kióngua, recomenda-se a consulta a outras fontes para melhor solidificação do assunto, pois a
falta de vivenciamento prático com alguns equipamentos que foram dimensionados, em certos
pontos pode comprometer a exatidão da informação.
Recomenda-se também uma boa avaliação dos factores de simultaneidade e de utilização para
o dimensionamento da carga que será solicitada pelos utentes, com vista a reduzir o a potência
nominal do transformador a ser instalado e, consequentemente, ter menos custo de
implementação do projecto.
Atendendo a evolução tecnológica, é de aceitar que em obras sejam colocados equipamentos e
materiais diferentes dos agora projetados e descritos desde que tenham características
equivalentes. Também se recomenda que se mantenham fechadas as portas dos quadros
eléctricos e que se proíba expressamente a intervenção de pessoas estranhas, que não se permita
uso de materiais avariados, que se conserve todas as proteções devidamente calibradas e que
se verifique regularmente que as ligações de terra estejam em funcionamento eficaz.

31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• EDM. 1988 - Manual de Montagem de Postos de Transformação Rurais, Direcção de


Engenharia de Redes
• KINDERMAN, G., CAMPAGNOLO, J. M. 1995 – Aterramento Eléctrico, 3a ed.,
Sagra-D.C. Luzzatto Editores, Porto Alegre

• Regras Técnicas Parte 5/ Secção 51, Direcção Geral da Energia (2000)


• RSICEE – “Regulamento de Segurança de Instalações Colectivas de Edifícios e
Entradas”, Direcção Geral de Energia (1974)
• RSIUEE – “Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de Energia
Eléctrica”, Direcção Geral de Energia (1974)
• RSLEAT – “Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão”,
Direcção Geral de Energia (1993)
• RSRDEEBT – “Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de
Energia Eléctrica em Baixa Tensão”, Direcção Geral de Energia (1976)

32
APÉNDICE

Figura: Resultado da simulação

ANEXOS

ANEXOS: 1 Documento de pesquisa de Terreno


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34
ANEXOS: 2 : Estudo de viabilidade

35
ANEXO 3: Quadro de pára-raios

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