Electrificação
Electrificação
Electrificação
13ª CLASSE
Por:
Alfredo dos Santos Fernandes Panzo
Álvaro João Artur
Banzadio da Costa
O orientador:
Eng.º Makiona Kinavuidi Justino
UÍGE - 2023/24
INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DO UÍGE
ÁREA DE FORMAÇÃO DE ELECTRICIDADE
CURSO TÉCNICO DE ENERGIAS E INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS
13ª CLASSE
Por:
O orientador:
UÍGE - 2023/24
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA .........................................................................................................................I
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. II
RESUMO ................................................................................................................................ IV
ABSTRACT ............................................................................................................................. V
0. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
APÉNDICE ............................................................................................................................. 33
ANEXOS ................................................................................................................................. 33
DEDICATÓRIA
O presente trabalho dedicamos aos nossos familiares, e especialmente aos nossos pais que com
toda humildade e sacrifício sempre priorizaram a nossa formação, criaram-nos em um
ambiente familiar e ensinaram-nos a ter uma boa conduta na sociedade.
I
AGRADECIMENTOS
Aos nossos colegas especialmente, os quais tiveram sempre o mesmo sonho, que através do
bom senso de humor e companheirismo, tornaram as coisas mais alegres dentro e fora da
instituição.
II
EPIGRAFE
III
RESUMO
Este trabalho apresenta um projecto de uma Rede distribuição em média e baixa tensão, tendo
em conta as dificuldades que são vívidas no bairro Kióngua, sabendo que para o
desenvolvimento de uma sociedade a energia eléctrica é muito útil na parte dos munícipes, na
qual reduz o índice elevado de bandidagem.
De tudo quanto ficou exposto com casos reais sobre as dificuldades da falta de energia do caso
do bairro Kióngua, permitiu-nos chegar à seguinte conclusão.
A distribuição da rede da média para baixa tensão, o bairro Kióngua ficará eletrificado e os
problemas com a energia eléctrica vai reduzir regularmente. O anti-projeto realizado foi feito
com bastante dedicação e esforço por parte do grupo e com incentivo do Eng. Makiona
Kinavuidi Justino.
IV
ABSTRACT
This work presents a medium and low voltage distribution project through the difficulties that
are experienced in the Kióngua neighborhood, knowing that for the development of a society,
electrical energy is very useful in the municipalities, as it reduces the high rate of banditry.
From everything that was exposed with real cases about the difficulties of the lack of energy
in the case of the Kióngua neighborhood, it allowed us to reach the following conclusion.
The distribution of the network from medium to low voltage, the Kióngua neighborhood will
be electrified and problems with electricity will increase regularly. The anti-project carried out
was done with a lot of dedication and effort on the part of the group and with encouragement
from Eng. Makiona Kinavuidi Justino.
Key-words: Kióngua, Energy distribution
V
LISTA DE FIGURAS
VI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. 1: Tabela de estatística (2022) ................................................................................... 5
Tabela 1. 2: Tabela de pontos cardiais ...................................................................................... 5
Tabela 1. 3: Primeiro soba do bairro Kióngua .......................................................................... 6
VII
LISTA DE SIGLAS
C : coeficiente que depende da natureza do condutor e das suas temperaturas ao início e final
do curto-circuito
∑ = 𝑆𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜
IX
0. INTRODUÇÃO
Para o desenvolvimento de uma sociedade, a energia eléctrica é muito útil, na parte dos
munícipes da mesma sociedade ou do mesmo bairro. Tendo em conta os problemas referidos
anteriormente, que a população do bairro Kióngua enfrentam por falta de energia eléctrica.
A eficiência energética assume uma importância essencial, tanto a nível de produção, como de
consumo.
1
0.1. Justificativa
Achamos melhor a escolha deste tema para o desenvolvimento do bairro, visto que não tem
uma rede de distribuição de média tensão, com a distribuição da rede média para baixa tensão
a população ficará facilitada na execução de algumas actividades, que sem a energia eléctrica
não tem sido possível, bem como a sua locomoção no período nocturno.
0.2 Problemática
O desenvolvimento de uma sociedade depende da energia Eléctrica. A ausência da
electrificação nas artérias do Município do Uíge concretamente no bairro Kióngua, tem
aumentado o índice elevado de marginalização por parte de alguns munícipes, a carência de
informações de tudo quanto se passa no país e no mundo, por intermédio das tecnologias de
informação e comunicação, que só é possível com a energia eléctrica. E a utilização de
utensílios domésticos por parte da população e outros constrangimento que a falta de energia
eléctrica trás.
0.3.Hipótese
Tendo em conta com o que ficou dito na problemática tivemos como hipótese a implementação
de uma rede de distribuição de energia eléctrica em média e baixa tensão no referido bairro. Pois
com este projecto implementado, problemas frisados acima diminuirão consideravelmente e o
mesmo conhecerá com mais facilidade o seu desenvolvimento.
0.4. Objectivos
Como todo trabalho científico assenta sempre em objectivos, este não fugiu a regra, portanto
traçamos no mesmo um objectivo geral que nos permitiu elaborar cinco objectivos específicos.
2
0.5. MÉTODOS E TÉCNICAS
0.5.1.Método
O método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação
do trabalho, no estudo de uma ciência ou para alcançar um determinado fim.
Utilizamos os métodos seguintes:
Método Estrutural e Funcional: permitiu-nos ter o conhecimento do hospital da aldeia
do Kióngua e o seu funcionamento.
Método Documental: possibilitou-nos consultar documentos relacionados ao tema em
relevância, como livros, artigos, revistas e internet que nos concederam várias
informações relevantes.
Método Analítico: a utilização deste método levou-nos a examinar de forma detalhada
os dados recolhidos.
Método Descritivo: serviu-nos muito, pois é por meio deste método que foram
descritos os dados examinados no método analítico.
0.5.2. TÉCNICAS
Uma técnica é um conjunto de processos de aplicação prática, para recolha de informações
necessárias a analisar a fim de se tirar uma conclusão.
Técnica de Entrevista: permitiu-nos colectar os dados por meio de uma conversa.
Técnica de Observação: empregou-se esta técnica para se verificar e constatar as
actividades desenvolvidas na aldeia do Kióngua;
Técnica Bibliográfica: esta técnica levou-nos a organizar as referências bibliográficas
citadas.
0.6. DIFICULDADES
Durante o processo de investigação até a implementação, nos deparamos com inúmeras
dificuldades desde a localização do domínio de estudo, na obtenção dos documentos que
permitem a pesquisa científica, na recolha dos dados necessários por intercâmbio com os
moradores e no acesso aos elementos determinantes do projecto.
0.7. ESTRUTURA DO TRABALHO
Para que se possam materializar as metas aqui traçadas, o nosso trabalho está dividido em três
capítulos:
CAPITULO I – Fundamentação Teórica (Breve História Do Bairro Kióngua);
CAPITULO II – Generalidade Sobre os Matérias de Distribuição de Energia eléctrica
em Média e Baixa Tensão;
CAPITULO III – Dimensionamento, Execução e Orçamento.
3
0.8. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADAES
ANO 2023/2024
ACTIVIDADES MESES
NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI LOCAL
Análise e avaliação do
Escola
tema
Pesquisas práticas da
área de Acão (Sist. De Bibliotecas
Distribuição)
Definição do tema Escola
Pesquisas específicas
Bibliotecas
(Redacção do trabalho)
Análise e correcção Casa
Impressão e
Cyber
encadernação
Pré-Defesa
Apresentação e defesa
Escola
do trabalho
4
CAPITULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (BREVE HISTORIAL DO
BAIRRO KIÓNGUA)
5
1.3. Organigrama Geral
O Bairro Kióngua depende directamente do Município do Uíge. Existe uma estrutura
hierárquica muita extensa. Nós apenas nos baseamos no organigrama de funcionamento do
mesmo.
6
CAPITULO II – GENERALIDADE DOS MATERIAS DE MÉDIA E
BAIXA TENSÃO
O Objectivo fundamental do sistema eléctrico é sem dúvida, disponibilizar energia eléctrica aos
consumidores finais sempre que esta foi solicitada, garantindo sempre os requisitos de
segurança e qualidade adequados.
2.2 Redes de distribuição de energia eléctrica
2.2.1. Definição:
As redes de distribuição são caracterizadas como o segmento do sector eléctrico que,
junto das subestações de transformação, é dedicado ao rebaixamento das tensões provenientes
do sistema de transmissão. A conexão das centrais geradoras e ao fornecimento de energia
eléctrica ao consumidor, neste sentido essa energia que é efectivamente entregue aos
7
consumidores conectados à rede eléctrica de uma determinada empresa distribuidora, podendo
ser distribuída por uma rede do tipo aérea, que é suportada, por postes, ou do tipo subterrânea,
com cabos ou fios localizados sob o solo, dentro de ductos subterrâneos.
Rede Subterrânea: este tipo de rede apresenta maior confiabilidade e menores custos
com operação e manutenção ao longo do tempo, além de minimizar a poluição visual
de cabos causadas pelas redes aéreas. No entanto, a sua instalação é extremamente mais
cara do que as redes aéreas.
8
2.2.3 Classificação das redes eléctricas
Redes de transporte: as redes de transporte são feitas em alta tensão e muito alta tensão,
cobrindo uma vasta aérea geográfica, por exemplo, um país, assegurando o trânsito de elevados
volumes de energia eléctrica, entregue pelos grandes centros produtores, até às subestações de
interface com as redes de distribuição. As redes de transporte são aplicadas em longas
distâncias, centenas de quilómetros, potências muito elevadas, para níveis de tensão de 150KV,
220KV e 400KV, apresentando uma elevada fiabilidade e uma topologia de rede em exploração
malhada.
Redes de distribuição: as redes de distribuição têm como função levar a energia aos
consumidores domésticos ou industriais, nos três níveis de tensão respectivos, sendo eles, a
baixa tensão, na qual deverão estar ligados os aparelhos directamente; a média tensão, que
deverá alimentar todos os postos de transformação; a alta tensão, que deverá unicamente
fornecer energia às subestações. Estas redes também podem receber energia produzida pelos
produtores independentes, que usam fontes renováveis, como por exemplo, energia solar,
energia mini-hídrica, energia eólica, entre outras, e também podem receber energia produzida
através de centrais de cogeração.
Redes de interligação: as redes de interligação têm como finalidade assegurar a ligação entre
redes de transporte, mas também entre redes de distribuição, podendo pertencer a países ou
regiões vizinhas e além disso serem geridas por 77 empresas diferentes. Qualquer rede de
energia eléctrica funciona interligada com 220KV ou 400KV e uma frequência comum de 50
Hz. Este funcionamento tem como vantagens o facto de melhorar a segurança das redes
interligadas, por via do socorro mútuo, no caso de perda de fontes geradoras de energia
eléctrica.
9
Figura 2. 3: Passagem de uma linha aérea de MT
2.2.5. Estrutura topológica da rede de distribuição
A estrutura da rede, é das principais características de uma rede de distribuição, isto porque
numa situação de defeito, a rede de distribuição pode ser configurada, com o propósito da
interrupção de fornecimento de energia afetar o menor número de clientes, pelo menor tempo
possível.
A estrutura da rede deve:
Assegurar a segurança das pessoas e bens;
Atingir um nível satisfatório de qualidade de serviço.
O aspeto mais importante numa rede de distribuição para a exploração de um SEE é a sua
fiabilidade. Como os elementos das redes estão sujeitos avárias, algumas imprevisíveis a
qualquer momento, estas provocam interrupções no fornecimento de energia eléctrica.
Como estruturas topológicas comuns em SEE usam-se as seguintes:
Rede radial;
Rede malhada;
Rede em anel com exploração radial.
Rede radial: a rede radial baseia-se a partir de um ponto de alimentação e por linhas que vão-
se ramificando, sem jamais se encontrarem num ponto comum. Esta estrutura topológica
apresenta a menor fiabilidade e também o menor custo inicial, sendo aplicada na distribuição.
Se não houver produção de energia eléctrica por parte do cliente/consumidor, o sentido do
trânsito de energia é do ponto de produção para a carga/consumo, ou seja, apenas num único
sentido.
As protecções apresentam uma maior simplicidade de implementação, sendo o defeito
alimentado e propagando-se apenas num único sentido e a partir de um único ponto, havendo
deste modo maior facilidade de exploração. Este tipo de tipologia insere-se tradicionalmente
numa zona rural e a energia transitada/vendida é menor, devido à baixa densidade de cargas, o
que implica um retorno de investimento lento. Em caso de defeitos, uma zona da rede ficará
10
fora de serviço, até que o defeito seja localizado, corrigido e o serviço seja reposto
posteriormente.
Rede malhada: a rede malhada permite a alimentação de um mesmo ponto de rede, por mais
que dois caminhos diferentes. A rede malhada apresenta uma topologia de maior fiabilidade em
relação à rede radial, por apresentar várias configurações, que deverá tomar em caso de
contingências dos equipamentos, com maior necessidade de investimento e manutenção, para
as linhas devidamente dimensionadas. Este tipo de tipologia é aplicado em redes de transporte.
A sua principal característica baseia-se no facto de ter uma protecção associada nos extremos
de cada linha.
Rede em anel: com exploração radial a rede em anel com exploração radial permite a
alimentação de um mesmo ponto de rede, por dois caminhos diferentes, podendo ser explorada
em regime de anel aberto. Este tipo de tipologia apresenta maior fiabilidade em relação à rede
malhada e à rede radial, tendo um grande custo inicial e elevado custo de manutenção, para
além de cuidados adicionais de protecções.
Um transformador é uma máquina eléctrica estática que tem como finalidade transferir energia
eléctrica de um circuito para outro, geralmente com tensões e correntes diferentes, mantendo a
mesma frequência e aproximadamente a mesma potência. O transformador é constituído por
duas ou mais bobinas e um “caminho”, ou circuito magnético, que “acopla” essas bobinas.
11
Ainda, o enrolamento conectado à fonte (cujas grandezas levam o índice 1) é denominado, por
convecção, de enrolamento primário. Já o enrolamento que é conectado à carga (e cujas
grandezas levam o índice 2) é denominado de enrolamento secundário.
12
Figura 2. 7: Transformador ideal em carga
Depois de ser feito o transporte da energia eléctrica em média tensão (MT), até aos postos de
transformação existentes nos centros de consumo, destas é feita distribuição, em várias linhas,
cada uma delas destinada a alimentar a sua zona.
13
Em cabine baixa ou cabine alta – O equipamento de MT é colocado no interior da
cabine, em celas com invólucro metálico e com separações de rede metálica;
Em monobloco – O equipamento de MT é colocado no interior de celas, com invólucro
metálico e com separações de rede metálica (João Tiago Veríssimo Ferreira).
Figura 2. 8: Modo de construção em poste, (b) modo de construção em cabine baixa, (c) modo de construção em
monobloco de PT’s.
2.3.4. Armários de distribuição
Os armários de distribuição são usados como ponto de saída de alimentação das redes
subterrâneas e a sua função é proteger e alimentar os circuitos da rede eléctrica que possuem.
Estes possuem barramentos de cobre, onde são fixos o tri blocos, onde são colocados os fusíveis
para protecção dos circuitos de alimentação.
Existem vários tipos de armários, nós fizemos a questão de mencionar dois dos vários
existentes.
Armário X: este tipo de armário apresenta cinco circuitos equipados com cinco tri-
blocos de tamanho 2 (400 A);
Armário W: este tipo de armário apresenta seis circuitos, sendo dois equipados com
tri-blocos de tamanho 2 (400 A) situados ao centro do barramento e quatro equipados
com tri- blocos de tamanho 00 (160 A).
2.3.5.Baixa tensão
Neste ponto apresentam-se os aspectos associadas à rede de distribuição de energia eléctrica
em baixa tensão (BT). Esta é destinada à transmissão de energia eléctrica a partir de um P.T ou
de uma central geradora, constituída por canalizações principais e ramais
Em Angola os valores típicos para as redes de Baixa Tensão são de 230 V para tensão simples,
e 400 V para tensão composta. Este tipo de redes inicia-se na saída do Quadro Geral de Baixa
Tensão dos Postos de Transformação, sendo que, posteriormente, a distribuição poderá ser feita
através de linhas aéreas ou cabos subterrâneos que se encontram ligados aos Postos de
14
Transformação e às instalações de consumo e/ou instalações de produção dos clientes (Carolina
Pereira Martins).
Regra geral os cabos de torçada são constituídos por quatro condutores: três fases e neutro,
podendo ainda dispor de um quinto condutor destinado a alimentar a Iluminação Pública, com
a secção de 16 𝑚𝑚2 .
15
Tabela 2. 2: Material, números de fios, diâmetros e espessura do isolamento para cada secção dos condutores
utilizados nas redes/ramais aéreos em Baixa Tensão
Secção Espessura
nominal Material Numero de fios Diâmetro do condutor nominal
(𝒎𝒎𝟐 ) isolamento (mm)
4 Cobre 7 - 2,7 1,0
16 7 4,6 5,2 1,2
25 7 5,6 6,5 1,4
50 Alumínio 7 7,7 8,6 1,6
70 12 9,3 19,2 1,8
95 19 11,0 12,0 1,8
Os condutores utilizados nas canalizações principais das redes aéreas de distribuição em Baixa
Tensão deverão ser trifásicos, devendo o neutro ser ligado directamente à terra.
Tabela 2. 3: Cabos de torçada utilizados na rede aérea de Baixa Tensão, com condutor de Iluminação Pública
TIPOS DE CABO
Para os ramais derivados da canalização principal da rede aérea em Baixa Tensão, regra geral,
utilizam-se os cabos apresentados na Tabela 2.4
TIPOS DE CABO
REDE AÉREA LXS 2x16 𝑚𝑚2
RAMAIS LXS 4x16 𝑚𝑚2
LXS 4x25+16 𝑚𝑚2
Para a ligação aérea de clientes à rede de distribuição, alimentados em Baixa Tensão Normal
(BTN), geralmente utilizam-se os cabos apresentados na, dado que a grande maioria dos
consumidores não necessitam de valores de potência que justifiquem a utilização de cabos de
maiores secções. Cabe ao operador da rede de distribuição a análise das condições de ligação e
16
a determinação da secção dos condutores a aplicar (Carolina Pereira Martins, redes de
distribuição de energia eléctrica
17
Seccionador: um dispositivo de manobra que tem uma capacidade de interrupção limitada,
pelo que esta faz com que o dispositivo tenha uma aplicação restrita.
18
CAPITULO III – DIMENSIONAMENTO, EXECUÇÃO E ORÇAMENTO
O projecto em questão tem como principio interligar a rede de distribuição de média tensão na
Aldeia do Kióngua à futura urbanização localizada no interior da localidade. Para que
alimentação da urbanização se concretize é necessário projectar a rede aérea com uma tensão
nominal de 15kV com o objectivo de fornecer energia eléctrica ao posto de transformação a
implementar na nova urbanização. O Posto de Transformação mencionado classifica-se como
elemento primordial e tem uma potência nominal de 250kVA, será utilizado 4 transformadores
dessa mesma capacidade. Depois de efectuado um levantamento do local e das características
da rede existente, verificou-se que o apoio onde se iria localizar a derivação na linha aérea
existente, a linha será retirada a partir do P.T Tange, situado no Bairro Tange, visto que a linha
de média Tensão limitou-se no mesmo local. A linha a projectar terá um comprimento de
aproximadamente a 2km. A localização da rede aérea a implementar no projecto em questão
pode ser observada na planta de localização.
Onde:
𝑰𝑺 = Corrente de serviço
𝑼 = Tensão composta da rede
𝐜𝐨𝐬(𝜶) = Factor de potência admitida 0,8
3.1.2. Número de Postes de Betão na linha de 15KV
Para se obter os postes na linha, é precisamente distinguir a distância onde será ligada a mesma,
portanto a linha de média tensão limitou se nas localidades do bairro tange, dista
aproximadamente 2km do bairro Kióngua. Segundo as normas de eletrotecnia internacional o
distanciamento entre dois postes de uma linha de média tensão de ser de 80m, para isso o cálculo
para o número total de postes será o seguinte:
TIPO PARÂMETROS
T1 180 Casas
T2 102 Casas
T3 81 Casa
Escolas 2
Hospital 2
TOTAL 367
Fonte: Autor
No caso de instalações com receptores trifásicos, as alimentações devem ser trifásicas e o valor
mínimo das potências a considerar no dimensionamento deve ser: 10,35 kVA, em trifásico (15
A, em 400V).
Para o nosso projecto, consideraremos instalações monofásicas em todas as casas Casas T1:
Considerando que cada casa do tipo 1 no bairro Kióngua tenha, em média, um quarto, uma sala
e uma casa de banho com as seguintes dimensões:
Tabela 3. 2: Cálculo da carga das casas
1 Sala 3 2 6
2 Quarto 3 2 6
3 WC 2 1,5 3
Total 15
21
Considerando os factores de utilização e de simultaneidade, teremos a seguinte potência a
instalar:
Casas T2:
Considerando que cada casa do tipo 2 no bairro tenha, em média, os seguintes compartimentos
com as seguintes dimensões:
1 Sala 3 3 9
2 Quarto 1 3 2 6
3 Quarto 2 3 2 6
4 Cozinha 2,5 2 5
5 WC 2 1,5 3
Total 29
Fonte:: Autor
Então elas possuem 3 compartimentos principais (o 1, o 2 e o 3). O compartimento 5 é excluído,
primeiro por apresentar uma área menor que 4𝑚2, segundo por ser WC. Já o compartimento 4,
embora apresente área maior do que 4 m2, ele é excluído por ser cozinha. Portanto, para esse
número de compartimentos principais (3), também vamos considerar uma carga mínima de 6,6
kVA.
22
Para circuitos de climatização, consideraremos que temos um aparelho de ar-condicionado na
sala e um no quarto principal, deste modo, teremos a seguinte carga:
𝑆′ = 80 × (9 + 6) = 1200 𝑉𝐴.
Considerando factores de utilização e de simultaneidade, teremos a seguinte potência a instalar:
𝑆𝐶𝑙 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 1200 × 0,75 × 0,8 = 720 𝑉𝐴.
A potência a se considerar para uma cozinha eléctrica em habitações até 3 divisões (T2) é de:
𝑆′ = 3 𝑘𝑉𝐴 = 3000 𝑉𝐴. Considerando os factores de utilização e de simultaneidade, temos a
seguinte potência a instalar:
𝑆𝐶𝑜𝑧 = 𝑆′ × 𝐹𝑈 × 𝐹𝑆 = 3000 × 1 × 0,7 = 2100 𝑉𝐴.
Então a potência total a instalar vai ser igual a:
𝑆𝑖𝑛𝑠𝑇2 = 𝑆𝐼𝑇 + 𝑆𝐶𝑙 + 𝑆𝐶𝑜𝑧 = 3292,5 𝑉𝐴.
ScasasT2 = 0,5 × 102 × 3292,5 = 77373,75 𝑉𝐴 = 167,9175 𝑘𝑉𝐴.
Esta carga é maior que a carga mínima a que deve ser considerada (6,6 kVA), então vamos
dimensionar a rede de modo que atenda uma carga referente a casas do tipo 2 de 167,175 kVA.
Casas T3:
Considerando que cada casa do tipo 3 no bairro tenha, em média, os seguintes compartimentos
com as seguintes dimensões:
Tabela 3. 4: Dimensões médias das casas do tipo 3 do bairro de Kióngua
Comprimento (m) Largura (m) Área (𝑚2
Compartimento Utilização
23
Para casas do tipo 3 consideraremos instalações de iluminação e TUG, instalações de
climatização, instalações para cozinhas eléctricas, instalações de aquecimento e instalações para
máquinas de lavar e/ou secar.
Analisando a realidade financeira do bairro, muito pequena parte das casas (menos da metade)
é que terá todos os equipamentos considerados nos cálculos acima, porque estes equipamentos
exigem elevados custos para a sua aquisição ou compra.
24
E no universo das casas que tiverem, uma outra pequena parte é que vai utilizar frequentemente
estes equipamentos, pois isto requer elevados custos de energia. Considerando esses pontos,
para não termos desnecessariamente um transformador de grande potência e consequentemente
um elevado custo no orçamento, como projectista adaptando um factor multiplicativo de 0,4 ao
cálculo da carga requerida por esse conjunto de casas. Sendo que o bairro possui 36 casas tipo
3 (6 no quarteirão 1, 7 no quarteirão 2, 11 no quarteirão 3, 4 no quarteirão 4, 1 no quarteirão 5,
2 no quarteirão 6, 1 no quarteirão 8, 1 no quarteirão 9 e 3 no quarteirão 11), a carga requerida
por esse conjunto de casas vai ser:
0,4 × 81 × 12552,5 = 406,701 𝑘𝑉𝐴.
Esta carga é maior que a carga mínima considerada (9,9 kVA), então vamos dimensionar a rede
de modo que atenda uma carga de 180,76 kVA referente a casas do tipo 3.
Todas as casas:
Para ter a carga total requerida pelas casas do bairro, basta somar as cargas calculadas para cada
tipo de casa. Porém, logicamente, há que considerar que daqui a alguns anos surgirão mais
cargas no bairro, até porque é muito importante aqui fazer essa previsão visto que no bairro
ainda contém muita área vazia (quase metade da área já preenchida), então com base neste ponto
e com o histórico dado do bairro, como futuros finalistas, convencionamos uma taxa de
crescimento anual de 10% no cálculo da carga total das casas, tendo assim:
Para este tipo de PT, deverá ser construída uma vedação adequada em sua volta, que impeça a
aproximação de pessoas da instalação, até uma determinada distância de segurança. Para
determinação das dimensões da vedação, segundo o regulamento, a distância mínima entre a
projecção horizontal das peças em tensão e a vedação deve ser de 2 m (para 15kV), devendo a
sua altura mínima ser de 1,8 m.
O quadro de baixa tensão será alojado na parte inferior da base de cimento que suporta o
transformador, ficando assim igualmente protegido contra a intempérie.
3.3.1 Terra de protecção
À terra de protecção ligar-se-ão as massas da aparelhagem, assim como todas as partes
metálicas de suporte e fixação da aparelhagem, incluindo a cuba do transformador e o invólucro
metálico do quadro de baixa tensão.
Não havendo possibilidades de se executar uma terra própria para os pára-raios, estes também
serão ligados à terra de protecção. A ligação dos pára-raios deve fazer-se directamente ao
condutor principal de terra e não por intermédio de qualquer outra massa metálica.
3.3.2 Protecção contra contactos indirectos
Para que se assegure a protecção contra contactos indirectos devem ser tomadas as seguintes
medidas: o neutro da rede de distribuição deve ser directamente ligado à terra e as massas das
redes de distribuição devem ser ligadas ao neutro. O sistema de aterramento conseguido com a
realização dessas medidas é chamado de Sistema TN.
No sector secundário
Sn 250.000VA 250.000VA
𝐈𝐒 = = = = 𝟑𝟕𝟗, 𝟖𝟒𝐀
√3 × VS √3 × 380 658. ,17
Figura 3. 2: Cabos de BT
27
3.4.1 Condutores de MT
Para linhas de Média Tensão, os condutores que foram utilizados são do tipo ACSR ou CAA
(Condutor de alumínio com alma de aço) 3x1/C120mm² de impedância Z(0.324+j0.118) Ω/km
3.4.2 Condutores de terra
Na rede de BT utilizar-se-á cabo de cobre nu de 16 mm2 de secção até ao ligador amovível,
situado na base do pórtico, e cabo de 35 mm2 de secção deste até ao eléctrodo de terra, no
interior do solo. No último metro antes de penetrarem no solo e 0,5m dentro deste, os condutores
de terra devem ser protegidos mecanicamente por uma cantoneira ou por um tubo adequado,
com um comprimento de 1,5 m.
3.4.3 Dimensionamento dos Dispositivos de Protecção
Figura 3. 4: Dispositivos de protecção para PT
28
3.4.4 Escolha dos pára-raios
A tensão nominal dos pára-raios a instalar num PT deve ser em função do nível de tensão da
rede assim como do seu regime do neutro. Para a tensão da rede de 15kV, o pára-raios do tipo
DDF18101M2 com tensão máxima da rede de 17,5kV é o mais adequado, como mostra o
anexo 3
Foi utilizado disjuntores da marca ABB com tensão estipulada de 600 V, corrente nominal de
400A e um poder de corte 10kA
Figura 3. 5: Disjuntor de Baixa tensão
29
3.5. Estimativa do Custo do Projecto
Tabela 3. 5: Estimativa do Projecto
Materias Quantidades Preço unitário Preço Total
30
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Conclusão
Sempre depois de um determinado estudo, há uma conclusão por ser tirada, por isso daquilo
que foi o nosso Relatório da Prova de Aptidão Profissional, que consistiu no
dimensionamento de uma rede de distribuição de energia eléctrica incluindo a linha de Média
Tensão para suprir as necessidades do bairro de Kióngua, no distrito do Tange, minuciosamente
concluímos que este projecto é de grande complexidade dada a extensão territorial deste bairro,
necessitando então de um fundo de investimento capital considerável.
A rede dotará de um sistema de protecção seguro e eficaz, pois foi dimensionada com cautela
uma variedade de dispositivos de protecção e um sistema de aterramento eficiente para a
segurança de pessoas e dos equipamentos eléctricos da rede. A rede também vai incluir,
obrigatoriamente, para-raios para a protecção contra sobretensões originadas pelas descargas
atmosféricas que são comummente observadas dadas as condições climáticas dessa região.
Assim, conclui-se que as instalações eléctricas dessa rede de distribuição vão funcionar nas
melhores condições e sem sobressaltos.
Recomendações
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
32
APÉNDICE
ANEXOS
35
ANEXO 3: Quadro de pára-raios
36