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PRINCIPAIS HÁBITOS BUCAIS DELETÉRIOS E SUAS

REPERCUSSÕES NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO


DO PACIENTE INFANTIL
Gleycielly Mota Oliveira Souza1

Guiherme Souza2

Thaysa Onofre de Melo3

Kátia Virginia Guerra Botelho4

Odontologia

ciências biológicas e da saúde

ISSN IMPRESSO 1980-1785


ISSN ELETRÔNICO 2316-3143

RESUMO

Os hábitos deletérios são considerados como causa frequente de maloclusões, são pa-
drões de contração muscular aprendidos, de natureza muito complexa, que por ser pra-
ticado com frequência, tornam-se inconscientes e passam a ser incorporados ao coti-
diano do indivíduo. Existem diversos hábitos que repercutem de maneira negativa na
cavidade bucal do paciente infantil. Dentre eles podemos citar: sucção do polegar ou
outros dedos, sucção e mordida do lábio, sucção habitual de chupetas e outros objetos,
deglutição atípica, respiração bucal e entre outros. As possíveis alterações miofuncionais
que podem ocorrer numa criança diante de um ou mais hábitos orais deletérios são
determinadas por vários aspectos, como a frequência, intensidade, duração, objeto e/ou
órgão utilizado e a idade da mesma na época que se iniciou o hábito. A etiologia pode
ser fisiológica, emocional ou de aprendizado condicionado. Dentre esse contexto, o ob-
jetivo desse trabalho é o estudo das repercussões na cavidade oral de pacientes infantis
que possuem hábitos bucais deletérios. A metodologia consistiu em fazer uma revisão
de literatura, descrever quais são as características clinicas resultantes desses hábitos,
quais são os mais comuns e a importância da intervenção do cirurgião dentista no diag-
nóstico e tratamento dessas condições.

PALAVRAS-CHAVE

Hábitos deletérios, comportamento da sucção, transtornos da deglutição respiração


bucal

Ciências Biológicas e de Saúde Unit | Facipe | v. 3 | n. 2 | p. 9-18 | Novembro 2017 | periodicos.set.edu.br


10 | Cadernos de Graduação

ABSTRACT

The deleterious habits are considered frequent cause of malocclusions are muscu-
lar contraction patterns learned in a very complex nature, which should be practi-
ced often become unconscious and become incorporated into the individual’s daily
life. There are many habits that impact negatively in the oral cavity of child patient.
Among them we can mention: Thumb sucking or fingers, sucking and lip biting, ha-
bitual sucking pacifiers and other objects, atypical swallowing, mouth breathing and
so on. Possible myofunctional changes that occur in a child before one or more har-
mful oral habits are determined by various aspects such as the frequency, intensity,
duration, object and / or organ used and the age of it at the time that began the habit.
The etiology may be physiological, emotional or learning conditioning. Among this
context, the aim of this work is to study the repercussions in the oral cavity of pedia-
tric patients who have oral habits. The methodology consisted in a literature review,
describe what are the clinical features resulting from these habits, which are the most
common and the importance of the intervention of the dentist in the diagnosis and
treatment of these conditions.

KEYWORDS

Harmful habits. Sucking habits. Atypical swallowing. Mouth breathing

1 INTRODUÇÃO

Sempre que se refere ao desenvolvimento anormal da oclusão utiliza-se a de-


nominação má-oclusão; a qual, constitui um grande desafio aos profissionais da
Odontologia, provocada por uma modificação no sistema de forças, suficiente para
desencadear o desequilíbrio funcional do sistema estomatognático, seguido por mo-
dificações nas posições dos dentes (MOYERS, 1991).
Segundo Silva (2006), os hábitos, considerados por diversos pesquisadores
como causa frequente da instalação de maloclusões, são padrões de contração mus-
cular aprendidos, de natureza muito complexa, que, por ser tantas vezes praticado,
tornam-se inconscientes e passam a ser incorporados à personalidade do indivíduo.
Existem vários hábitos deletérios que repercutem de maneira negativa na ca-
vidade bucal do paciente infantil, dentre eles, podemos citar: sucção do polegar e
outros dedos; projeção da língua; sucção e mordida do lábio; deglutição atípica; pos-
tura: má postura no sono, má postura na vigília; onicofagia; sucção habitual de lápis,
chupetas e outros objetos; perturbações funcionais gnatológicas: abrasão, bruxismo
diurno e noturno, deslocamento mandibular lateral por contatos prematuros e res-
pirador bucal. Alguns desses hábitos deletérios infantis como: sucção digital, sucção
de chupeta, bruxismo, onicofagia, respiração bucal e interposição lingual (ALMEIDA
et al., 2002).

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Em geral, a maloclusão é causada por uma interação de diversos fatores, como


fatores hereditários, congênitos, adquiridos, de ordem geral ou local, assim como pela
presença de hábitos bucais deletérios. No tocante ao tipo de maloclusão as mais
frequentes são a sobressaliência acentuada e a mordida aberta anterior. Outras ma-
loclusões incluem a mordia cruzada posterior e sobremordida acentuada. Dentre os
principais hábitos deletérios são citados a onicofagia, o bruxismo, a respiração bucal,
a interposição lingual, o ato de morder objetos e/ou lábios, além de sucção de dedo,
chupeta e mamadeira (BEZERRA; CAVALCANTI, 2006).
As modificações iniciais na fonação, deglutição, respiração bucal, além da suc-
ção de dedo e de chupeta podem ser considerados como sinais clínicos iniciais de
futuras más oclusões. Além do mais, essas alterações têm ação prejudicial sobre o
crescimento e desenvolvimento craniofacial, porque intervêm nas relações posturais
e dinâmicas de seus componentes, inibindo circuitos morfogenéticos (EMMERICH et
al., 2004).
As prováveis alterações miofuncionais que ocorrem numa criança diante de um
ou mais hábitos orais deletérios são determinadas por vários aspectos, tais como, a
frequência, intensidade, duração, objeto e/ou órgão utilizado e a idade dela na época
na qual se iniciou o (s) hábito (s). As suas principais causas podem ser fisiológicas,
emocionais ou de aprendizado condicionado, devendo ser buscada na latência ou na
primeira infância (GALVÃO et al., 2006).
O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura sobre a relação dos hábitos dele-
térios e suas repercussões na cavidade bucal do paciente infantil. Descrever quais são
as características clinicas e o papel do cirurgião dentista no diagnóstico e tratamento
mediante esta condição.

2 METODOLOGIA

A metodologia do presente trabalho consistiu, em primeiro lugar, em fazer uma


revisão bibliográfica referente ao tema proposto. No qual se realizou uma consulta
em bancos de dados do Medline, Lilacs, Scielo e Bireme (em que foram emprega-
dos os seguintes descritores: hábitos deletérios, deglutição atípica, hábitos de sucção,
respiradores bucais, más oclusões em crianças etc.). Os artigos pesquisados eram de
revisão de literatura, relato de caso, série de casos ou pesquisa clínica. Diante desses
artigos foram excluídos aqueles que não discorreram nem citaram pelo menos sobre
os hábitos deletérios ou sobre as suas repercussões bucais.

3 RESPIRAÇÃO BUCAL

O respirador bucal é o indivíduo que respira frequentemente pela boca, sendo


comum uma respiração mista (bucal e nasal). Os respiradores bucais são classificados
em três categorias: por obstrução, por hábito e pela anatomia e afirma que as altera-
ções causadas pelo hábito da respiração bucal dependem do tempo, da intensidade,
da frequência e da predisposição do indivíduo. Além disso, várias alterações que po-

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dem levar à respiração bucal, como: alergias, hipertrofias de amígdalas e adenoides e


desvio de septo, infecções crônicas das vias aéreas superiores, asma, pólipo, corpos
estranhos e fratura (COSTA, 2000).
Os distúrbios respiratórios, como a respiração bucal, estão diretamente relacio-
nados às alterações craniofaciais e oclusais, podendo ser decorrentes da presença de
hábitos orais deletérios, ou mesmo serem considerados como um deles. Esses podem
ter origem fisiológica; emocional ou aprendida e seus prejuízos serão determinados,
em especial, pela frequência, intensidade, duração e o objeto utilizado, bem como,
a idade do sujeito na época de instalação dos hábitos. A ocorrência de hábitos orais,
independentemente do tipo, é um fator prejudicial para o adequado desenvolvimento
da oclusão e das funções do Sistema Estomatognático, contribuindo, inclusive, para o
desenvolvimento da respiração bucal (LEMOS et al., 2006).
Os respiradores bucais têm um perfil diferenciado, cujas principais caracterís-
ticas são: apresentam a boca entreaberta, face alongada, protrusão de dentes ante-
riores superiores, linguoversão de dentes anteriores inferiores, disto-relação, ou seja,
classe II de Angle, olhar distraído, narinas estreitas, face longa e falta de tônus na
musculatura facial (QUELUZ; GIMENEZ, 2000).
A obstrução das vias aéreas superiores obriga os indivíduos a respirarem pela
boca, buscando suprir a exigência pulmonar. O respirador bucal, geralmente, apre-
senta os lábios entreabertos, o palato mole se levanta e a língua mantém-se inteira-
mente apoiada na mandíbula, para baixo e para frente, sem contato com a abóbada
palatina. Em decorrência destas posturas neuromusculares e consequentes funções
inadequadas, podem ocorrer efeitos secundários nocivos, promovendo a rotação da
mandíbula no sentido horário (CARMINATTI, 2000).
A respiração bucal é o principal e mais frequente fator responsável pelo apare-
cimento de más oclusões. As principais alterações de oclusão provocadas pela respi-
ração bucal consistiam em atresia maxilar, palato ogival, retrusão mandibular (classe
II de Angle), mordida cruzada posterior, mordida aberta, sobremordida acentuada e
lábio-versão dos incisivos inferiores (SOARES; TOTTI, 1996).
No trabalho realizado por Trawitzki e outros autores (2005), verificou-se uma as-
sociação entre o padrão respiratório e o histórico de aleitamento materno. As crianças
consideradas respiradoras nasais, sem problemas respiratórios, foram amamentadas pre-
ferencialmente pelo seio materno nos seis primeiros meses de vida. Em contrapartida,
as crianças que não foram amamentadas ou foram, por um período restrito de até três
meses de idade, desenvolveram problemas respiratórios, tornando-se respiradoras orais.
Um paciente respirador bucal é considerado, para Queluz & Gimenez (2000),
quando o seu padrão de respiração nasal é insuficiente. Por conseguinte, passa a ser
substituído pela suplência bucal ou mista. Dentre as principais causas da respiração
bucal, distinguem-se: obstrução nasal (instala-se devido a vários motivos, como ia-
trogenias, predisposições anatômicas, edema da mucosa nasal, traumas faciais, póli-
pos nasais, hipertrofia de cornetos, abscessos, tumores, corpos estranhos, hipertrofia
adenoideana (principal causa), infecções das vias aéreas, postura incorreta; aumento
das amígdalas; desvios de septo; rinites alérgicas e palato ogival).

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4 HÁBITOS DE SUCÇÃO

Quando a criança tem amamentação natural ela suga o alimento o que lhe traz
prazer oral e satisfaz sua fome, além de exercitar sua musculatura. Já uma criança
que recebe o alimento por mamadeiras apresenta tendência para colocar o dedo na
boca e, como o bico da mamadeira permite um maior fluxo de saída de leite, é nesse
momento que sugar se torna um hábito (BRUNELI et al., 1998).
Com relação ao período em que os hábitos podem permanecer sem que resul-
tem em problemas de ordem geral para o sistema estomatognático, é afirmado que,
quando o hábito de sucção persiste até os quatro anos de idade, há uma prevalência
maior de mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior e sobressaliência exces-
siva. Inclusive a probabilidade da reversão da maloclusão é considerada satisfatória
quando o hábito é removido. Se a criança abandonar o hábito durante a 1a dentição,
entre 3 e 4 anos de idade, existe a possibilidade da mordida aberta anterior se auto-
corrigir (ADAIR; STEVEN, 1997).
A forma de aleitamento infantil tem uma forte influência na instalação de hábi-
tos orais deletérios. Crianças que não foram aleitadas ao seio das mães têm maiores
probabilidade de desenvolverem hábitos orais deletérios em relação àquelas que fo-
ram aleitadas, mesmo que por um período menor. Embora transmitam a sensação de
segurança e conforto, os hábitos orais deletérios devem ser abandonados o mais pre-
cocemente possível, para evitar alterações estruturais e funcionais graves (GALVÃO
et al., 2006). A posição do lábio inferior e língua durante a amamentação auxiliam no
desenvolvimento da deglutição fisiológica, propiciando assim, o desenvolvimento de
um padrão de deglutição adulta, o que não ocorre quando se faz o uso de mamadei-
ras (PERES et al., 2007).
Sousa e outros autores (2004), descrevem que o aleitamento materno exclusivo
é considerado indispensável nos seis primeiros meses de vida da criança, visto que pre-
vine a instalação de hábitos viciosos e promove o crescimento e desenvolvimento nor-
mal das estruturas da face. Os autores afirmam que os hábitos se instalam com maior
frequência em crianças que não tiveram amamentação natural (SOUSA et al., 2004).
Conforme Galvão e outros autores (2006), a persistência dos hábitos de suc-
ção após os três anos de idade é considerada como um comportamento infantil de
regressão, sendo que nessa fase se observa grande chance de ocorrer anomalias na
oclusão. No que se refere ao uso da chupeta, esta é prejudicial à articulação tem-
poromandibular, se for usada por tempo prolongado, com consequentes danos à
qualidade de vida da criança e a eliminação do hábito é referida como favorável ao
desenvolvimento físico e emocional da criança.
A chupeta age na boca como uma força não intencional que pode produzir e/
ou acentuar a má oclusão dentária por alterar o tônus muscular peri e intraoral. As-
sim, pode postergar a total erupção dos incisivos (mordida aberta), forçando também
sua protrusão e estreitar o arco superior, aumentando a atividade muscular sobre os
caninos e a diminuindo sobre os molares, o que determina a mordida cruzada poste-
rior (LARSSON, 2003; ADAIR, 2003).

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Ramos e outros autores (2000) avaliaram uma amostra de 20 crianças na faixa


etária de cinco anos atendidas em um consultório particular e que tinham hábitos
de sucção não nutritiva, constataram que as más oclusões decorrentes de hábitos
de sucção são frequentemente encontradas na clínica ortodôntica, demonstrando
que quando o hábito é interrompido em idade precoce, ainda na fase de dentição
decídua, não é necessária a utilização de dispositivos ortodônticos. No entanto, se
o hábito persistir, o tratamento deverá constar de remoção do mesmo, associada ao
uso de aparelhos ortodônticos.
Warren e outros autores (2001) relataram em seu estudo que as alterações foram
evidentes até em crianças que pararam de usar chupeta ou de sugar os dedos, até os
dois ou três anos. O ideal é que as crianças deixem o hábito de sugar até os 24 meses
de idade. Como o costume de sugar o dedo é mais difícil de ser deixado, ressalta que
é melhor nem deixar que se inicie. Constatou também que a amamentação durante
o primeiro ano de vida não parece ter nenhum efeito sobre a dentição infantil.

5 DEGLUTIÇÃO ATÍPICA

De acordo com Nogueira, 1979, a prevalência de deglutição atípica em crianças


na fase de dentição decídua é alta e pode se justificar pelo crescimento diferencial
entre a língua e a cavidade bucal, em consequência a língua segue a curva de cresci-
mento dos tecidos de origem neural do corpo, crescendo de forma estável, atingindo
o tamanho máximo aos oito anos de idade. Já a mandíbula tem um crescimento mais
lento. A língua e ossos maxilares só terão uma relação de tamanho equilibrado quan-
do se completar o crescimento ósseo-muscular, esse diferencial é uma tendência
natural da língua ser posicionada mais à frente na cavidade oral nos primeiros anos
de crescimento.
A projeção da língua é uma modificação que pode transformar o espaço orofa-
ríngeo. A língua está envolvida em diversos movimentos, nomeadamente a mastiga-
ção, deglutição, fala e dentre outros. A deglutição é uma ação que apresenta diversas
atribuições no crescimento e desenvolvimento dos maxilares, da dentadura e manu-
tenção da oclusão. Por consequência, a posição da língua no interior da cavidade bu-
cal é de extrema importância para o equilíbrio da musculatura orofacial, e sua posição
mais anterior pode propiciar diversos problemas, sendo o mais comum a mordida
aberta anterior, devido à pressão lingual anormal na região posterior dos dentes an-
teriores (VIEIRA; VILELLA, 2008).
A mordida aberta na região anterior pode ser causada pelo posicionamento
contínuo da parte anterior da língua entre as bordas incisais dos incisivos inferiores
e da superfície lingual dos incisivos superiores. Quando a língua fica situada entre as
bordas incisais dos incisivos inferiores e superiores, a mordida aberta pode ser tão
grande que os incisivos não apresentam trespasse vertical quando os dentes poste-
riores são levados em oclusão. As mordidas abertas anteriores ocasionadas excepcio-
nalmente por uma protrusão habitual da língua são geralmente simétricas, em con-
traste àquelas causadas, principalmente, por um hábito nocivo (MACIEL; LEITE, 2005).

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Embora não seja possível unificar um padrão de deglutição da infância até a


maturidade, as atipicidades funcionais são notadamente reconhecidas pela interpo-
sição da língua entre os arcos dentários, com o propósito de se obter um vedamento
para a realização da deglutição (CARMINATTI, 2000).
Maciel & Leite, 2005, afirmam que quando a protrusão anterior da língua desa-
parecer, a mordida aberta corrigir-se-á espontaneamente. A alteração da deglutição,
associada às mordidas abertas, pode vir de duas situações: como hábito para reduzir
as aberturas funcionais na região anterior do alvéolo ou como resultado das acomo-
dações esqueléticas, no caso das mordidas abertas esqueléticas. De outro modo, a
maloclusão, vinda ou não de um hábito nocivo, embora seja fortemente a ele corre-
lacionado, é que irá indicar como será o padrão de posicionamento da língua.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados descritos foi possível concluir que os hábitos bu-
cais deletérios, como a deglutição atípica, hábitos de sucção e respiração bucal são
comuns e são condições que proporcionam o desenvolvimento de más oclusões.
Então, torna-se indispensável o diagnóstico precoce, para interceptar precocemente
das más oclusões e consequentemente remoção do hábito. Sendo necessário que o
Cirurgião-Dentista oriente os pais a respeito dos hábitos bucais, para que sejam re-
movidos mais cedo e para que fisiologicamente as más oclusões voltem ao normal.

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Data do recebimento: 14 de Junho de 2017


Data da avaliação: 10 de Julho 2017
Data de aceite: 24 de Agosto de 2017

1 Graduanda do Curso de Odontologia, Faculdade Integrada de Pernambuco – FACIPE.


E-mail: gleycimota_5@hotmail.com

2 Graduando do Curso de Odontologia, Faculdade Integrada de Pernambuco – FACIPE.


E-mail: guilhermessouza84@gmail.com

3 Graduanda do Curso de Odontologia, Faculdade Integrada de Pernambuco – FACIPE.


E-mail: thaysamello@hotmail.com

4 Cirurgiã Dentista, Doutora Nutrição, Docente do Curso de Odontologia, Faculdade Integrada de


Pernambuco – FACIPE. E-mail: kguerrabotelho@yahoo.com.br

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