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Relatório - UFS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

FACULDADE DE DIREITO

RAFAEL ALMEIDA DIAS ALVES

Relatório das apresentações do professor Jorge Bercholc (FD/UBA) no XXXVIII


Colóquio de Relações Internacionais e na VII Jornada Internacional de Direito
e Justiça

São Cristóvão

2024
XXXVIII Colóquio de Relações Internacionais

O professor Jorge Bercholc deu início a sua análise político-constitucional no


contexto da moderna América Latina.

Em primeiro lugar, comentou a respeito de novos desafios e interpelações


político-constitucionais no Brasil e na Argentina. Falou sobre fatores políticos,
institucionais e de comunicação, fazendo-o com referência à figura do Presidente da
República. Como devem ser vistos os candidatos “outsiders”? Como deve se dar o
financiamento dos partidos políticos? Devem haver reeleições? Se sim, quantas?

Essas e outras perguntas foram levantadas pelo professor Jorge, ao lado de


questões que diziam respeito às fragilidades da comunicação moderna (decorrentes
das fake news, da inteligência artificial e de outras tecnologias modernas de
captação de dados – tudo para a modelagem do cenário político).

Mais adiante, tratou de categorias teóricas clássicas no contexto atual da


Argentina – divisão de poderes (há oito poderes na Argentina atual, em oposição à
tripartição que ocorre no Brasil); participação e representação; opinião pública etc.

Comentando as Constituições dos estados latino-americanos, ressaltou a


quantidade de dispositivos que estas possuem, a tutelar um sem-número de áreas
da vida.

Enfim, tratou de novos paradigmas científicos, bem como de critérios


epistemológicos e metodológicos para a investigação política e constitucional no
cenário moderno. Fê-lo à luz de autores tradicionais e de fenômenos próprios dos
tempos atuais, época em que o homem detém poder sem precedentes sobre os
dados e sua capacidade de influência política.

VII Jornada Internacional de Direito e Justiça


Novos Desafios Políticos e Institucionais para os Estados Latino-americanos

Em nova palestra, ensinou o professor Jorge Bercholc a respeito da


concentração econômica, descentralização da esfera política em detrimento da
econômica e a perda de autonomia e de soberania política no contexto dos
modernos estados latino-americanos.

Há, conforme seu ensino, uma centralização política, decorrente da


existência de entidades e instituições supranacionais que levam a um governo em
multinível. Tal realidade gera uma concentração econômica que, por sua vez, gera
uma homogeneização cultural.

Em contrapartida, há uma tendência inversa com relação a tal movimento


político, tendência essa que faz reivindicações tradicionais e anti-globalistas. É
possível dizer que essas tendências vão de encontro com os chamados espaços
políticos modernos (União Européia, Mercosul etc.) e com os processos de
institucionalização jurídica e política de caráter centralizador (que geram realidades
como FMI, Banco Mundial, ONU etc.).

O Estado Supranacional, conforme ensina, sobrepõe-se ao Estado Nacional


que, por sua vez, envolve o chamado Estado Regional – fruto de uma
descentralização por razões socioculturais e participativas.

No âmbito supranacional, são exemplos de instituições jurídicas a Corte


Penal Internacional, a Corte Internacional de Justiça, o Tribunal Permanente de
Revisão do Mercosul, o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJCE), a
Corte Europeia de Direitos humanos e o CIADI (Centro Internacional para a
Arbitragem de Disputas sobre Investimentos).

Em novo tópico intelectual, ensinou o palestrante a respeito da promoção da


integração e da cooperação judicial no contexto dos povos latino-americanos. Tutela
de direitos ambientais, combate ao trabalho degradante, aproximação física dos
juízes - esses são alguns exemplos positivos, a decorrer dessa
integração/cooperação.
É claro, passa a pontuar, que dificuldades existem para que uma integração
de tamanho porte ocorra efetivamente. Assimetrias (demográficas, econômicas e de
organização judicial etc.) entre os países podem ser superadas por realizações de
pesquisas conjuntas, homogeneização de programas de estudos jurídicos etc.
Importa salientar que a superação desses ruídos é fundamental para a efetivação
dos direitos de terceira e de quarta geração.

Direito à informação, à paz, a um mundo multicultural com respeitos mútuos


entre os pares, à livre circulação de pessoas... esses e outros direitos são
essenciais para o desenvolvimento humano segundo o paradigma moderno.

Finaliza dispondo dados relacionados à dinâmica político-estatal dos


processos de integração econômica.

Para que essa dinâmica ocorra, é fundamental que sejam criadas áreas de
livre comércio, mercado comum, união monetária e outros movimentos
político-sociais capazes de ensejar a unidade entre os povos latino-americanos.

Enfim, resumiu os pontos antes tratados: os fenômenos de centralização e


descentralização no contexto dos modernos Estados Supranacionais (e os impactos
dessas realidades) devem ser estudados com cuidado, com olhos voltados para a
promoção da dignidade de um homem que vive em um mundo multifacetado.

REFERÊNCIAS

Palestra do professor Jorge Bercholc (FD/UBA) na Conferência de Direito


Internacional, Universidade Federal de Sergipe, 2024.

Palestra do professor Jorge Bercholc (FD/UBA) na XXXVIII Colóquio de Relações


Internacionais, Universidade Federal de Sergipe, 2024.

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