Texto de Apoio e Estudo Dirigido - Era Vargas
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A crise política dos anos 20 foi caracterizada pela rejeição do sistema oligárquico, que era
associado ao "rei Café". Seu desfecho foi o fim da hegemonia da burguesia cafeeira na
condução da economia e da política brasileiras. Mas a estreita relação entre café e indústria
fez com que tanto os cafeicultores quanto os industriais fossem identificados como
beneficiários da política do governo. De fato, os industriais - supostamente representantes
dos novos tempos - aliaram-se em sua maioria aos setores mais conservadores das forças
em luta. Ao se inaugurar a Era Vargas, apesar das dificuldades políticas e econômicas
enfrentadas, a industrialização do país já iniciara um caminho sem retorno.
O sistema oligárquico foi a base política da Primeira República (1889-1930). O poder era
controlado por uma aliança entre as oligarquias paulista e mineira, que se expressava no
revezamento de representantes desses dois estados na presidência da República. Na
década de 1920, essa longa hegemonia começou a ser contestada com maior vigor por
outros grupos oligárquicos, que dominavam estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul e Bahia e estavam descontentes com seu afastamento das principais decisões políticas
do governo.
Do ponto de vista social, em quase toda a Primeira República a questão social foi
considerada no Brasil como "caso de polícia". Desde a década de 1910, entretanto,
enquanto o processo de industrialização se acelerava, o movimento operário procurava
obter dos empresários e dos políticos algum tipo de proteção ao trabalho que levasse à
criação de uma legislação social no país. Foi só a partir de 1930, no entanto, que essa
legislação passou a ser realmente implementada, tanto na área trabalhista quanto na
previdenciária, ainda que com debilidades. É importante destacar que a implantação de
uma legislação social como um todo após a Revolução de 1930 tem suas raízes nessas
iniciativas pioneiras e na luta dos trabalhadores desse período.
Assim, a década de 1920 no Brasil teve como marco a crise do modelo oligárquico, pelo
menos tal como ocorreu durante a chamada política do café-com-leite. A hegemonia
paulista começou a ser contestada com maior vigor por outros grupos oligárquicos, que
dominavam estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia e estavam
descontentes com seu afastamento das principais decisões políticas do governo.
As eleições presidenciais de 1922 e 1930 são emblemáticas para ilustrar essa decadência.
Em 1922 a derrota da oposição abriu caminho para uma crise militar que deu origem ao
movimento tenentista*. Já em 1930, uma frente de estados oposicionistas se formou, agora
com apoio da oligarquia mineira, e lançou a candidatura de Getúlio Vargas. Era a Aliança
Liberal**. A derrota do candidato da oposição para o paulista Júlio Prestes, e a aliança dos
derrotados com os "tenentes" acabaram conduzindo à Revolução de 1930, que levou
Vargas ao poder através das armas.
Após dois meses de articulações políticas nas principais capitais do país e de preparativos
militares, o movimento de 1930 eclodiu simultaneamente no Rio Grande do Sul e Minas
Gerais. Em menos de um mês já era vitorioso em quase todo o país, restando apenas São
Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pará ainda sob controle do governo federal. Finalmente, um
grupo de militares exigiu a renúncia do presidente Washington Luís e pouco depois
entregou o poder a Getúlio Vargas.
A Revolução de 1930 representou uma continuidade ou uma ruptura? Esta é uma pergunta
presente em muitas das análises da história contemporânea do Brasil. Aqueles que
acentuam a continuidade consideram que o movimento de 1930 não alterou os padrões
econômicos ou políticos da velha ordem, e que portanto não cabe chamá-lo de
revolução.Muitos dos que criticam chamar o movimento de 1930 de revolução consideram
que a Abolição da Escravatura, por exemplo, foi uma ruptura mais importante. Chamar 30
de revolução nada mais seria do que assumir o ponto de vista dos "vencedores". Os que
destacam as novidades introduzidas no pós-30 (política social trabalhista, por exemplo), ao
contrário, tendem a afirmar que 1930 representou um movimento de ruptura com um
modelo e uma prática liberais, baseados na não-intervenção do Estado no mercado.
Uma vez no poder, o Governo Provisório chefiado por Getúlio Vargas teve no grupo dos
"tenentes" um dos seus principais pilares de sustentação política. Os "tenentes"
reivindicavam mudanças significativas na vida política e econômica brasileira que
implicavam a permanência do poder nas mãos de Vargas e o adiamento da
constitucionalização do país. Esse projeto esbarrou na forte oposição de importantes grupos
regionais interessados em retomar as posições que haviam perdido. Assim sendo, em 1932,
um novo movimento político eclodiu em São Paulo: a Revolução Constitucionalista de 1932.
Foram três meses de combate entre tropas paulistas (rebeldes) e o governo federal
(legalistas). A revolta paulista alertou o Vargas de que era chegado o momento de pôr um
fim ao caráter provisório do governo. Como forma de acabar com as contestações, ainda
em 1932 começaram os trabalhos para elaborar uma nova Constituição, finalizada em 1934.
A partir de uma manobra política, Vargas foi eleito presidente do Brasil de forma indireta
(pela Assembleia Nacional Constituinte e não pelo povo) em 1934. A partir de então, o
governo constitucional de Vargas enfrentaria um movimento social cada vez mais
efervescente, com greves operárias e manifestações da classe média em diversos estados
do país.Para contornar esta situação, Vargas assumiu um caráter cada vez mais autoritário,
fortalecendo o Poder Executivo e esvaziando as outras esferas de poder. Esse processo
culminou em 10 de novembro de 1937 com o golpe do Estado Novo, dado pelo próprio
presidente Vargas, que implantou no país um regime ditatorial.
Para que o Estado Novo desse certo, o então ditador Getúlio Vargas precisou eliminar as
resistências existentes a seu governo entre civis e militares, para formar um núcleo coeso
em torno da ideia de sua continuidade no poder. Assim, em pleno clima de contestação da
liberal-democracia na Europa (com a ascensão de Hitler na Alemanha, e de Mussolini na
Itália, por exemplo), a ditadura varguista trouxe para a vida política e administrativa
brasileira as marcas da centralização e da supressão dos direitos políticos. Os
governadores que concordaram com golpe do Estado Novo permaneceram, mas os que se
opuseram foram substituídos por interventores diretamente nomeados por Vargas. O
estabelecimento de um Estado forte, centralizador, interventor, agente fundamental da
produção e do desenvolvimento econômicos, era considerado indispensável para garantir a
modernização nacional, segundo Vargas e seus aliados. Por todas essas características,
muitos identificaram Estado Novo e fascismo.
I - A chegada ao poder em 1930: aliados; projeto para o Brasil; circunstâncias políticas que
possibilitaram a vitória de Vargas.
a) populismo
b) trabalhismo
c) nacionalismo econômico.