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Elves Hélio

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE TENHA BOA

ESPERANÇA
INCISTE
CURSO: TÉCNICO DE MEDICINA GERAL
INTRODUÇÃO A CIÊNCIAS MEDICAS
8º GRUPO

TEMA: ESQUISTOSSOMOSE

BEIRA

2024
Aurora Amelia Joaquim
Cleusia dos Santos Biseque
Elves Hélio Mutola
Misma Egídio Rosa
Veronica Ana Alberto

Tema: Esquistossomose

Docente: Tchilomb Edmond

Beira
2024
❖ Definição

Esquistossomose é uma infecção causada por trematódeos, parasitos de vasos


sanguíneos de mamíferos e aves; adquiridos transcutaneamente ao nadar ou entrar em
contato com águas contaminadas. Os parasitas infectam os vasos do trato
gastrointestinal ou trato geniturinário e várias outras partes como trato gastrointestinal,
pulmões, fígado dependendo da espécie.

❖ Agente etiológico

O agente etiológico da esquistossomose é um verme platelminto, de coloração


esbranquiçada, da classe dos trematódeos, chamado Schistosoma mansoni. Macho e
fêmea podem ser encontrados acasalados, com a fêmea alojada no canal ginecóforo do
macho.

O macho possui de 6,5 mm a 12 mm de comprimento e corpo achatado. Nele se observa


o enrolamento ventral de suas bordas corporais, responsável por formar o canal
ginecóforo. Esse enrolamento faz com que o macho adquira um aspecto cilíndrico. A
fêmea é cerca de duas vezes maior que o macho, apresentando cerca de 15 mm.
Diferentemente do macho, ela é cilíndrica e com a extremidade afilada.

1. Imagem ilustrativa do agente etiológico da esquistossomose

São vermes digenéticos (organismos que, no decorrer do seu ciclo biológico, passam
por formas de reprodução sexuada e assexuada), delgados, de coloração branca e sexos

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separados (característica desta família), onde a fêmea adulta é mais alongada e
encontra-se alojada em uma fenda do corpo do macho, denominada de canal ginecóforo.

2. Imagem ilustrativa do Shistosoma mansoni visualizado microscopicamente

3. Imagem ilustrativa do sistossomo

A esquistossomose é transmitida pela penetração de larvas de Schistosoma (cercárias),


presentes em água doce, na pele. Uma vez que as larvas penetram na pele, elas invadem
o sistema venoso e se espalham por órgãos tais como coração, pulmões, fígado e
intestinos. O Schistosoma é o único trematódeo que invade o corpo pela pele; todos os
outros trematódeos o fazem somente por via digestória.

❖ Ciclo de vida:

S. mansoni apresenta várias fases que podem ser encontradas em seu ciclo evolutivo:
No seu ciclo estão envolvidos dois hospedeiros, um definitivo e outro intermediário.

Hospedeiro definitivo

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O homem é o principal hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma adulta,
reproduz-se sexuadamente. Os ovos são eliminados por meio das fezes no ambiente,
ocasionando a contaminação das coleções hídricas naturais (córregos, riachos, lagoas)
ou artificiais (valetas de irrigação, açudes e outros).

Hospedeiro intermediário

O ciclo biológico do S. mansoni depende da presença do hospedeiro intermediário no


ambiente. Os caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidae e
gênero Biomphalaria, são os organismos que possibilitam a reprodução assexuada do
helminto. Os planorbídeos são caramujos pulmonados e hermafroditas, que habitam
coleções de água doce com pouca correnteza ou parada. No Brasil, as
espécies Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e Biomphalaria
tenagophila estão envolvidas na disseminação da esquistossomose. No estado do Paraná
estas três espécies podem ser encontradas.

O hospedeiro definitivo do Schistosoma mansoni (Homem) elimina os ovos do verme


através de suas fezes.

Quando as fezes são eliminadas na água, os ovos eclodem e liberam larvas ciliadas
denominadas miracídios. Elas penetram nos caramujos, os hospedeiros intermediários,
onde se multiplicam.

Após 4 a 6 semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias e voltam


para a água. Nesse ambiente podem viver por um tempo até penetrar novamente no
homem, através da pele ou mucosa.

Uma vez dentro do indivíduo, os vermes entram na circulação venosa e chegam ao


coração e pulmões.

Do coração, são lançados através das artérias a diversas partes do corpo, sendo o fígado
o órgão de localização preferencial do parasito.

No fígado, crescem alimentando-se de sangue e depois migram para as veias do


intestino. De lá, alcançam a forma adulta, acasalam-se e começam a por ovos, dando
início a um novo ciclo.

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4. Imagem ilustrativa do ciclo de vida do Schistosoma mansoni

5. Imagem ilustrativa do ciclo de desenvolvimento dos ovos à cercaria

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❖ Transmissao

As cercárias penetram mais frequentemente nos pés e pernas por serem áreas do corpo
que mais frequentemente ficam em contato com águas contaminadas. O horário em que
são vistas em maior quantidade na água e com maior atividade é entre 10 e 16 horas,
quando a luz solar e o calor são mais intensos. Os locais onde se dá a transmissão mais
frequente são os focos peridomiciliares (valas de irrigação de horta, açudes, pequenos
córregos) O contato dos seres humanos com as águas contaminadas é a maneira pela
qual é adquirida a doença.

❖ Sintomas

A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na fase aguda, o paciente


infectado por esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como:

• Febre;
• Dor de cabeça;
• Calafrios;
• Suores;
• Fraqueza;
• Falta de apetite;
• Dor muscular;
• Tosse;
• Diarreia.

Alguns pacientes evoluem para formas crônicas da doença que podem iniciar a partir do
sexto mês após a infecção, podendo durar vários anos. Podem surgir os sinais de
progressão da doença para diversos órgãos, chegando a atingir graus extremos de
severidade, como hipertensão pulmonar e portal, ascite, ruptura de varizes do esôfago.
As manifestações clínicas variam a depender da localização e intensidade da carga
parasitária, da capacidade de resposta do indivíduo ou do tratamento instituído.
Apresenta-se nas seguintes formas clínicas:

• Hepatointestinal;
• Hepática;
• Hepatoesplênica;

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• Hepatoesplênica compensada;
• Hepatoesplênica descompensada;
• Outras localizações – são formas que aparecem com menos frequência. As mais
importantes localizações encontram-se nos órgãos genitais femininos, testículos,
na pele, na retina, tireoide e coração, podendo aparecer em qualquer órgão ou
tecido do corpo humano, uma vez que a esquistossomose mansoni é considerada
uma doença granulomatosa.
• Forma pseudoneoplásica – a esquistossomose pode provocar tumores que
parecem neoplasias e, ainda, apresentarem doença linfoproliferativa.

❖ Diagnóstico

Clínico: Anamnese

Laboratorial:

Exame de fezes: pode ser feito por métodos de sedimentação ou centrifugação em éter
sulfúrico, métodos estes baseados na alta densidade dos ovos, ou por método de
concentração por tamização (Kato e Kato-Katz

Biópsia ou raspagem da mucosa retal: a principal vantagem da técnica é a maior


sensibilidade e a verificação mais rápida do efeito da quimioterapia.

Reação intradérmica ou intradermorreação

Reação de fixação do complemento

A sensibilidade da reação é de 90% em casos com exames de fezes positivos. Sua


especificidade é muito boa.

Reação de imunofluorescência indireta

Sua sensibilidade da reação é de 90%, mas sua especificidade é menor.

Método imunoenzimático ou ELISA

Um dos melhores instrumentos para o diagnóstico das doenças infecciosas e parasitárias.

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Reação em cadeia de polimerase (PCR)

Esta técnica tem mostrado resultados promissores e pode ser usada principalmente nos
casos de controle de cura após quimioterapia e em infecções com baixas cargas
parasitárias.

❖ Tratamento

Praziquantel: atualmente de escolha para tratamento tanto na clínica como em


campanhas de controle da esquistossomose, atua contra TODAS as espécies
do Schistosoma que infectam os humanos. O esquema terapêutico que mostra melhor
eficácia é a dose oral diária de 60 mg/kg por três dias consecutivos.

Oxamniquina: pertence ao grupo químico aminoalquiltolueno e seu mecanismo de


ação se baseia no efeito anticolinérgico, o qual aumenta a motilidade do parasito e
também inibe a síntese de ácidos nucleicos. Seus efeitos colaterais mais evidentes são
alucinações e tonteiras, excitação e até mesmo mudança de comportamento, que só
permanecem num período de 6 a 8 horas após a administração

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Referencias bibliográficas:

Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg [recurso eletrônico] / Geo. F.


Brooks ... [et al.]; [tradução: Cláudio M. Rocha-de-Souza; revisão técnica: José
Procópio Moreno Senna]. - 26. ed. - Dados eletrônicos. – Porto Alegre: AMGH, 2014.
Editado também como livro impresso em 2014. ISBN 978-85-8055-335-2
Microbiologia. I. Brooks, Geo. F.

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