TC - Yara Carolina Santana Rocha Barbosa
TC - Yara Carolina Santana Rocha Barbosa
TC - Yara Carolina Santana Rocha Barbosa
Rio Verde, GO
2021
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
GOIANO – CAMPUS RIO VERDE
BACHARELADO EM ZOOTECNIA
Rio Verde – GO
Julho, 2021
Sistema desenvolvido pelo ICMC/USP
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema Integrado de Bibliotecas - Instituto Federal Goiano
(Assinado Eletronicamente)
Orientador(a)
(Assinado Eletronicamente)
Membro
(Assinado Eletronicamente)
Membro
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Claudiston e Edineia, meu esposo Balduino, ao meu irmão Yuri, as
minhas vovós Natália e Joselita e a todos meus amigos e colegas, em especial aqueles que
convivi durante os anos da minha graduação.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por todas as bênçãos concedidas para que
eu chegasse aqui, por permitir mais esta realização, e ter me dado força, saúde e ter guiado
minhas decisões nas horas difíceis durante esta caminhada. Aos meus pais, meu esposo, meu
irmão e minhas vovós que de forma direta e indireta contribuíram para a realização deste
trabalho, e que me incentivaram a cada momento e não permitiram que eu desistisse.
Aos meus amigos Aline, Ana Carolina, Anna Clara, Arietha, Mirelle, Pamella,
Rodrigo Hilário, Stéfane, entre tantos outros que estiveram ao meu lado em vários momentos
da vida pessoal e acadêmica.
Aos professores do curso de zootecnia que através dos seus ensinamentos permitiram
que eu pudesse hoje estar concluindo este trabalho, a minha orientadora Drª. Fabiana Ramos
dos Santos, que muito ajudou durante minha trajetória acadêmica e que serei eternamente
grata, principalmente por tanta paciência comigo. Agradecimento especial Drª Karen Martins
Leão que sempre esteve ao meu lado me ajudando e sendo minha inspiração e a Drª Ana
Paula Cardoso Gomide que juntamente me ensinou durante todo o período do curso, e sempre
me ajudou.
RESUMO
Resumo: A busca pela eficiência alimentar tem sido um ponto crítico em criações comerciais
de frango de corte. Para tal, os antimicrobianos melhoradores de desempenho (AMD) são
usados como aditivos em rações, visando diminuir a mortalidade e melhorar a produção dos
animais, além de serem empregados na prevenção de doenças infecciosas do trato
gastrointestinal. No entanto, o uso indiscriminado dos AMD pode gerar dúvidas em relação
aos riscos à saúde dos consumidores finais da carne de frango, bem como a saúde dos animais
e por isso, outros aditivos zootécnicos têm sido pesquisados. O objetivo dessa revisão de
literatura foi conhecer os principais aditivos zootécnicos utilizados na nutrição, bem como a
sua importância na produção e saúde intestinal de frangos de corte. Com a finalidade de
potencializar o desempenho dos frangos de corte, vários aditivos zootécnicos são usados na
dieta entre eles: os antibióticos melhoradores de desempenho, as enzimas exógenas, os
fitogênicos, os ácidos orgânicos, os probióticos, prebióticos e simbióticos. Resultados de
pesquisa positivos em relação ao desempenho e saúde intestinal têm sido verificado com o
uso aditivos zootécnicos alternativos aos AMD. Observa-se que quando usados em níveis
adequados, muitos destes produtos apresentam consequências benéficas à fisiologia,
digestibilidade, saúde, morfologia intestinal e desempenho das aves. Assim, verificou-se que a
utilização de aditivos alternativos como melhoradores de desempenho na dieta dos frangos de
corte é viável economicamente e resulta em alimentos seguros.
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13
2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 15
2.1 Aditivos na alimentação animal ................................................................................... 15
2.2 Principais aditivos zootécnicos utilizados na alimentação das aves ........................... 16
2.2.1 Antibióticos melhoradores de desempenho: ............................................................. 17
2.2.2 Prebióticos: ................................................................................................................ 19
2.2.3 Probióticos: ................................................................................................................ 22
2.2.4 Simbióticos: ............................................................................................................... 24
2.2.5 Enzimas Exógenas: .................................................................................................... 25
2.2.6 Aditivos Fitogênicos: ................................................................................................. 29
2.2.7 Ácidos orgânicos ........................................................................................................ 32
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 35
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 36
13
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
Entre todos os aditivos zootécnicos citados acima os que geram maior controversa para
uso na alimentação animal são os antibióticos promotores de crescimentos (APC) ou
melhoradores de desempenho (MD) conforme estudaremos a seguir:
17
Os antibióticos podem ser usados para fins terapêuticos, ou seja, para controlar
doenças, bem como melhoradores do desempenho, neste último caso, usado como preventivo
e em doses subterapêuticas (VALENTIM et al., 2018; REIS & VIEITES, 2019).
Para Gonzales, Mello e Café, (2012) o uso dos AMD na alimentação dos animais é
indicado para se obter maior produtividade e maior crescimento, aumentar a eficiência de
utilização da dieta, melhorar a saúde, a resistência a doenças e diminuir a mortalidade.
Isso ocorre porque, estas substâncias atuam selecionando a microbiota intestinal e
eliminando microrganismos patogênicos. Esta ação intestinal leva a melhoria do
aproveitamento dos alimentos favorecendo em torno de 10% o ganho de peso e a conversão
alimentar (PADILHA, 2000).
18
Para Reis (2013) os mecanismos pelos quais os antibióticos podem atuar na redução
da microbiota patogênica são: criação de um ambiente hostil a essas bactérias; eliminação de
sítios receptores das bactérias patogênicas; produção de secreções que têm ações
antimicrobianas e competição por nutrientes da luz intestinal.
Entretanto, apesar dos benefícios sobre a produção animal, existe uma grande
preocupação dos pesquisadores e consumidores sobre o uso de antibióticos em doses
subterapêuticas na nutrição de aves, temendo riscos à saúde humana e animal.
A presença de resíduos dos AMD em produtos de origem animal pode produzir uma
série de danos, como: seleção de cepas resistentes a medicamentos de uso profilático,
toxicidades ou até reações alérgicas (MENTEN, 2002).
A resistência se desenvolve quando uma bactéria sobrevive à exposição de um
antibiótico que normalmente mata população bacteriana. Neste caso, normalmente ocorre uma
mutação que permite a sobrevivência da bactéria exposta ao antibiótico o que pode vir causar
danos ao sistema de produção (EDENS, 2003).
A relação entre o uso de AMD nas rações animais e a resistência em humanos é difícil
de ser comprovada. Assim, pelo princípio de precaução, a proibição do uso de AMD se deu
primeiramente na Suécia em 1986 e seu exemplo foi seguido por outros países da União
Europeia (UE) (REIS e VIEITES, 2019) sendo que, desde 2006, a União Europeia vetou o
uso de qualquer antibiótico como promotor de crescimento na produção animal (BEZERRA
et al., 2017). A partir de então, devido a pressões políticas, causadas pelo aparecimento de
microrganismos resistentes, o uso e comercialização desses produtos utilizados como AMD
têm sofrido proibições e restrições em países da União Europeia, Japão, Estados Unidos e
Brasil (REIS e VIEITES, 2019).
Nos EUA, um estudo realizado por Salois et al. (2016), analisou os impactos
ambientais e econômicos diante da retirada de antibióticos da produção de frangos de corte e
concluíram que essa ação causaria reflexo negativo na conservação de recursos naturais, bem
como prejuízo econômico para o consumidor, uma vez que os antibióticos são essenciais para
tratar doenças infecciosas e manter a saúde animal. Segundo Bengtsson e Greko (2014) as
perdas econômicas pela restrição do uso de antibióticos nos animais de produção se refletem
no preço do produto para o consumidor final.
Como ocorre em outros países, uso de antibióticos como aditivos melhoradores de
crescimento na avicultura também têm sido bastante questionados no Brasil (MACHADO et
al., 2007). Em estudo realizado, com isolados de Escherichia coli, provenientes da microbiota
de frangos de corte em território brasileiro verificou-se que 100% das amostras coletadas
19
2.2.2 Prebióticos:
O termo "prebióticos" foi usado pela primeira vez por Gibson e Roberfroid no ano de
1995 (BUTEL e WALIGORA-DUPRIET, 2016) e são definidos como substâncias que não
são digeridas no trato gastrointestinal por falta de enzimas endógenas específicas, sendo seu
modo de ação direcionados para determinadas cepas de microrganismo que utilizam estas
substâncias como substratos (BERTECHINI, 2012). As substâncias que compõe os
prebióticos podem ser extraídas de células de planta e leveduras (TORRES; DREHER;
SIMIONI, 2015).
20
Os prebióticos são compostos que têm despertado grande interesse na área avícola
sendo uma alternativa promissora para substituir os antibióticos, especialmente em aves
jovens ou em condições de estresse (SILVA; NÖRNBERG, 2003). A principal forma de ação
dos prebióticos é estimular o crescimento e/ou ativar o metabolismo de algum grupo de
bactérias benéficas do trato gastrintestinal, além de atuar no sistema imune e enzimático,
promovendo o crescimento das populações de bactérias benéficas (Lactobacillus e
Bifidobacterium) (OLIVEIRA et al., 2012; ARAÚJO et al., 2007).
Entre os critérios propostos por Gibson e Roberfroid (1995), como características
desejáveis de um prebiótico citam-se que o composto: não deve ser metabolizado ou
absorvido durante a passagem pelo trato digestivo superior; deve servir de substrato para as
bactérias intestinais benéficas que serão estimuladas a crescer e/ou tornar-se metabolicamente
ativas; possuir capacidade de alterar a microbiota intestinal de forma benéfica ao hospedeiro e
induzir efeitos benéficos sistêmicos ou no intestino do hospedeiro.
Os prebióticos que têm sido mais estudados com frango de corte são os
frutoligossacarídeos (FOSs), Glucoligossacarídeos (GOSs) e mananoligossacarídeos (MOSs)
(RICKE, 2018; TFAILE, 2016) uma vez que, estas substâncias, estimulam populações
benéficas no intestino. Estas bactérias produzem ácido lático, o que se reflete em redução da
população patogênica, pela acidificação do meio (NÉVOA et al., 2013; FERREIRA;
PIZARRO; LEME, 2011).
Os frutoligossacarídeos (FOSs) são polímeros ricos em frutose, podendo ser naturais
derivados de sementes e raízes de alguns vegetais como a chicória, cebola, alho, alcachofra,
aspargo, cevada, centeio, grãos de soja, grão-de-bico e tremoço, ou sintéticos, resultantes da
polimerização de frutose (OLIVEIRA et al., 2012).
Segundo Scapinello et al. (2001) os FOSs são produtos da indústria que, adicionados
às rações, fornecem carboidratos fermentáveis para as bactérias benéficas nativas que habitam
o trato gastrintestinal, minimizando as populações de bactérias patogênicas, como a
Escherichia coli e Salmonella, por exclusão competitiva.
A exclusão competitiva é o fenômeno de inibição da proliferação dos
microrganismos patogênicos pela adição de determinados compostos que favorecem a
multiplicação dos microrganismos naturais benéficos do trato gastrintestinal do hospedeiro
(IMMESEEL et al., 2004). O FOSs pode reduzir a contagem de coliformes e o pH cecal e
aumentar a contagem de bifidobactérias cecais benéficas ao intestino das aves conforme
observados por LEMOS et al. (2016).
21
água e de forma combinada (in ovo + na água) sobre desempenho de frangos de corte. Os
autores confirmam que uma única injeção de prebióticos (0,88mg de DN /embrião e 3,5 mg
de Bi2tos /embrião) in ovo pode substituir com sucesso a suplementação prolongada na água
após a eclosão, proporcionando melhor desempenho, bem como melhor aproveitamento dos
nutrientes na microflora intestinal.
Lima (2008) afirma que os prebióticos são compostos biologicamente seguros à
saúde humana e animal, o que justifica seu uso alternativo em substituição a certas drogas
veterinárias usadas na prevenção de alterações do trato gastrointestinal e/ou como promotoras
do crescimento.
2.2.3 Probióticos:
que evita a adesão de bactérias nocivas; Efeito Biológico: as bactérias anaeróbias constituintes
dos probióticos promovem um ambiente de baixa tensão de oxigênio, inibindo o crescimento
de enteropatógenos; Efeito Químico: a produção de ácidos orgânicos por bactérias causam
redução do pH intestinal, desfavorecendo a colonização por microrganismos causadores de
doenças; Efeito Bioquímico: produção de bacteriocinas; Efeito Nutricional: as bactérias do
probiótico competem com os enteropatógenos por nutrientes, diminuindo sua colonização no
intestino.
Desde a década de 1990, o uso de probióticos vêm sendo empregados nas criações
comerciais de frangos de corte por ser uma estratégia alternativa aos tradicionais promotores
de crescimento utilizados na dieta, podendo proporcionar benefícios a saúde intestinal e
imunitária do animal, por meio da redução na incidência de doenças infecciosas entéricas e da
melhora do desempenho das aves (LEE et al., 2010; FARIA et al., 2009). Além disso,
garantem a diversidade e a estabilidade da microbiota intestinal, a imunomodulação, o
aproveitamento de nutrientes e a produção de agentes antimicrobianos no organismo, sem
comprometer a carga microbiana global do trato digestivo dos animais (DIBNER e
RICHARDS, 2005).
Os probióticos devem ser utilizados desde o início do alojamento dos pintos, uma
vez que esses animais são considerados estéreis do ponto de vista microbiológico, havendo
assim, a necessidade de uma rápida colonização do trato gastrointestinal das aves jovens pelas
bactérias benéficas presentes no aditivo utilizado nas rações (SEIFE et al., 2017).
De acordo com Freitas et al. (2014), a ausência de um contato com a microbiota
natural pelo pintinho, logo após o nascimento, afeta muito o seu desenvolvimento geral e
intestinal, tornando-os mais susceptíveis à colonização por agentes patogênicos,
especialmente Salmonellas e Campilobactérias. Dessa forma, quanto mais cedo ocorrer a
colonização por bactérias que promovam o equilíbrio microbiótico, maiores são as chances de
proteção das aves quando exposta às condições de desafio (SILVA, 2016b).
Os probióticos também podem apresentar ação sobre a proteção do organismo de
frangos de corte, atenuando as disfunções da barreira intestinal em aves submetidas a
condições adversas como o estresse por calor ou a presença de bactérias patogênicas (SONG
et al., 2014), mantendo o funcionamento normal do organismo. O uso de probióticos em
dietas para frangos de corte podem reverter a estrutura prejudicada da vilosidade-cripta de
aves estressadas pelo calor, a partir, por exemplo, do controle do nível de corticosterona (LEI
et al., 2013).
24
De acordo com Kosin & Rakshit (2006) os pontos que devem ser levados em
consideração na escolha da cepa probiótica são: biossegurança; resistência em testes in
vitro/in vivo; ser capaz de colonizar o intestino; possuir atividade
antimicrobiana/antagosnimos a agentes patógenos; estimular o sistema imune; possuir
viabilidade após o processamento.
Alguns fatores como idade do animal, tipo do probiótico, viabilidade dos
microrganismos, condições de armazenamento, condições de manejo e desafio sanitário
podem afetar a eficácia dos probióticos (SOUZA, 2010). Porém de maneira geral, Abedini et
al. (2017) relataram que o uso de probiótico em dietas para frangos de corte acarretaram no
maior ganho de peso.
De acordo com Manafi et al. (2018) o aumento da altura das vilosidades e da razão
vilosidade/profundidade da cripta em decorrência da suplementação com probiótico é
potencialmente responsável pelo ganho de peso e eficiência através do aumento da digestão e
absorção de alimentos. Maior altura das vilosidades jejunais em frangos de corte com 21 e 28
dias de idade alimentados com probiótico E. faecium foi demonstrado por CAO et al. (2013).
Qing et al. (2017) utilizando Lactobacillus johnsonii BS15 para prevenir a enterite
necrótica subclínica observaram efeitos positivos sobre o desempenho, a deposição lipídica e
a composição de ácidos graxos da carne de frango durante a infecção por enterite necrótica,
aumentando o desenvolvimento intestinal e equilibrando a microflora nos intestinos.
2.2.4 Simbióticos:
O termo simbiótico pode ser definido como uma mistura ou combinação de prebiótico
e probiótico em um só produto, fornecendo componentes da microbiota intestinal e
substâncias que estimulam o desenvolvimento e a atividade dessas microbiota (GAGGÌA et
al., 2010). Esses aditivos quando fornecidos de forma conjunta, em um mesmo produto tem
ação sinérgica melhorando o desempenho das aves, sem deixar resíduo nas carcaças (REIS &
VIEITES, 2019). Esta associação é uma alternativa bastante interessante no sentido de
melhorar a sanidade do intestino delgado e cecos das aves, através dos mecanismos
fisiológicos e microbiológicos (OLIVEIRA et al., 2012).
A ação simbiótica estabiliza o meio intestinal e aumenta o número de bactérias
benéficas produtoras de ácido láctico, favorecendo a situação de eubiose (FURLAN et al.,
2004). Outras combinações simbióticas podem ser possíveis à medida que se aprende mais
sobre a digestibilidade dos frangos de corte, com possibilidade de uso de outros nutrientes
25
com funções benéficas para o hospedeiro (RICKE, 2018). Segundo Ferket et al. (2002),
quando prebióticos e probióticos são administrados juntos ocorre uma manutenção da saúde
do trato gastrointestinal, praticamente impossibilitando o estabelecimento de E. coli,
Clostridium ou Salmonella.
Para Nascimento et al. (2014), os benefícios do uso dos simbióticos incluem: 1)
reforço da resposta imune; 2) aumento da permeabilidade intestinal; 3) equilíbrio da
microbiota intestinal; 4) melhora da função imunológica da barreira intestinal, e 5) regulação
de citocinas pró-inflamatórias. Estes efeitos, quando associados, podem resultar em melhorias
no desempenho dos frangos de corte.
Neste contexto, Balog et al. (2007) adicionaram simbiótico na alimentação de frangos
de corte e verificaram melhorias no desempenho, sem alterar a biometria gastrintestinal e a
morfometria do epitélio gastrintestinal. Falaki et al., (2010) relataram que a adição de
simbióticos (PRIMALAC: 900 g ton-1 + FERMACTO: 2000 g ton-1)) na dieta de frangos de
corte melhora o desempenho produtivo das aves, mostrando-se eficaz na substituição aos
antimicrobianos promotores de crescimento.
Esses resultados corroboram com os observados por Aziz-Mousavi et al. (2015), que
usou uma combinação simbiótica de E. faecium e frutooligossacarídeos na ração de aves e
observou maior ganho de peso, melhor conversão alimentar e maior consumo de proteína nos
animais suplementados em relação ao controle.
Caramori júnior, et al. (2008) estudando o efeito de simbiótico na ração inicial de
frangos de corte sobre o desempenho, qualidade de carcaça e carne, observaram que a adição
de simbiótico influenciou parcialmente o desempenho independente do sexo, aumentando o
consumo e melhorando a conversão alimentar, sem alterar ganho de peso, características de
carcaça e químicas sensoriais da carne. Segundo Silva et al. (2011) a utilização de probiótico
e simbiótico (probiótico e prebiótico) nas rações de frangos de corte de um a 21 dias de idade
proporcionaram melhor ganho de peso e consequentemente maior peso aos 21 dias de idade.
Pavlenko et al. (2020), estudando a eficácia do uso de uma ração de preparação
simbiótica para frangos de corte da linhagem Cobb500, com nome comercial “Proliser”
produzido pelo cultivo da cepa E. coli VL-613, verificaram que esta substância contribuiu
para o aumento dos indicadores zootécnicos do frango de corte podendo ser um substituto
alternativo as AMD.
dos cereais enquanto que, nas leguminosas desempenham o papel de reserva de energia
(NAGASHIRO, 2007; STRADA et al., 2005). As aves e suínos não aproveitam cerca de 15 a
25% dos valores nutricionais dos alimentos, e essa perda pode ser minimizada com a adição
de enzimas às rações (BEDFORD e PARTRIDGE, 2011).
Os PNAs solúveis aumentam a viscosidade das dietas e diminuem a digestibilidade
dos nutrientes. As carboidrases decompõem os PNAs em pequenas unidades, perdendo assim
a capacidade de retenção de água (SILVA et al., 2016b). Segundo Opalinski et al. (2010),
com a diminuição da viscosidade, a ação enzimática sobre o conteúdo intestinal se torna mais
eficiente, acarretando em melhora na capacidade de digestão dos nutrientes, aumentando
assim, a velocidade de trânsito intestinal e a redução da quantidade de água nas fezes, o que
proporciona melhor qualidade à cama de frango.
Broch et al. (2017) ao avaliarem a inclusão do resíduo seco de fecularia (RSF) com ou
sem a suplementação de carboidrases (Ronozyme A®, enzima à base de amilase com inclusão
de 0,04%, Ronozyme VP®, xilanase com inclusão de 0,02% e Ronozyme WX 2000®, uma
enzima beta-glucanase com inclusão de 0,005%) verificaram que desde que carboidrases
sejam utilizadas, o RSF pode ser incluído em até 10% da formulação de rações de frangos de
corte de 1 a 21 dias de idade.
Lu et al. (2013) e Juanpere et al. (2005) afirmam também que a adição de carboidrases
na dieta de aves além de atuar na clivagem da matriz dos PNAs encontrados nas paredes
celulares desempenha o papel de facilitar o acesso de outras enzimas como a fitase ao
substrato, por expor o ácido fítico.
O ácido fítico é a principal fonte de P das plantas, e essa forma orgânica representa de
60 a 90% do conteúdo total desde mineral (SINGH et al., 2013), contudo as aves possuem
baixa capacidade de degradar e aproveitar essa estrutura, por isso dois terços do P contido no
ácido fítico é pouco disponível para as aves (COWIESON et al., 2016). A fitase (mio-inositol-
hexaquisfosfato fosfo-hidrolase) é categorizada na classe das fosfatases (EC 3.1.3), e é
responsável por catalisar a reação de hidrólise que libera o fósforo inorgânico do ácido fítico
(GREINER, 2007).
Muitos trabalhos encontrados na literatura, como de Woyengo e Wilson (2019);
Oliveira et al. (2018), Boney e Moritz (2017), defendem a superdosagem de fitase, baseados
no fato de que os efeitos antinutricionais do ácido fítico são aliviados de forma mais eficiente,
além da melhora na disponibilidade do P. Porém nesses estudos, a superdosagens de fitase
(2500 FTU/kg, 1500 FTU/kg e 6000 FTU/kg, respectivamente) demonstraram ser eficientex
na hidrólise da molécula de ácido fítico, melhorando a digestibilidade da matéria mineral e P.
29
Schramm et al. (2016) afirmaram que a presença da fitase, em uma dieta à base de
milho e farelo de soja, tem um efeito potencializador para a xilanase exógena. Neste estudo,
os resultados de desempenho foram melhorados em frangos de corte alimentados com dietas
contendo redução nutricional de 100 kcal/kg, 0,16% de Ca e 0,15 de Pdisp e suplementação
enzimática de carboidrases (xilanase+glucanase), demostrando a ação sinérgica dessa
associação de enzimas.
Outras enzimas com vasta utilização nas dietas de frangos são as proteases capazes de
hidrolisar frações proteicas em presença de fatores antinutricionais, como lectinas, tanino e
inibidores de tripsina, aumentando assim a digestibilidade de aminoácidos (KRABBE e
LORANDINI, 2014). Elas atuam promovendo melhor digestibilidade das proteínas, sendo
essas os nutrientes de maior valor na dieta, que com um melhor aproveitamento, resulta em
redução dos custos de produção (ALVES-CAMPOS et al, 2017).
Segundo Barbosa et al. (2014), a adição de proteases em dietas de frangos de corte
(6000U/g de protease, com inclusão de 500g/t na dieta), melhoram o desempenho, tendo
maior efeito em formulações com baixo nível de aminoácidos essenciais ou de proteína total,
minimizando a excreção de nitrogênio e desta forma, promovendo a maior sustentabilidade na
produção avícola.
Carvalho et al. (2020), utilizaram dietas para frangos com rações contendo farinhas
animais, vegetais e a sua associação, sem ou com proteases (500g/t) verificaram que a
inclusão de protease em dietas a base de vegetais é indicada no período inicial de criação, com
melhor conversão alimentar.
Na produção animal o uso de aditivos fitogênicos tem-se destacado por sua ação
antibacteriana e imunomodulatória, que podem melhorar o desempenho produtivo animal,
através da melhora na saúde intestinal das aves, resultando em melhor aproveitamento dos
31
Leite et al. (2021) avaliando a utilização 0, 15, 200 e 200 ppm de aditivos fitogênicos
em combinação ou não com leveduras em substituição a antibióticos para frango de corte,
(tratamentos controle negativo, controle positivo com flavomicina, carvacrol, cinnamaldeido e
blend de carvacrol e cinnamaldeido + leveduras) concluíram que a inclusão do blend pode
substituir os antibióticos melhoradores de desempenho na alimentação de frangos de corte até
42 dias de idade, garantindo adequado desempenho produtivo, sem comprometer o peso
relativo dos órgãos, a morfometria intestinal e a bioquímica sérica em frangos de corte.
Reis et al. (2018) quando estudaram o efeito dos aditivos fitogênicos à base de timol,
carvacrol e aldeído cinâmico na alimentação de frangos industriais observaram efeitos
benéficos sobre o ganho de peso de frangos alimentados com os fitogênicos em relação a dieta
controle.
Conforme observado nos dados apresentados acima, Deminicis et al. (2021) em uma
revisão sistemática da literatura sobre o uso de aditivos fitogênicos na nutrição de frangos de
corte, concluíram que a substituição dos antibióticos pelos aditivos fitogênicos influência
positivamente no desempenho zootécnico, na histomorfologia da parede intestinal, perfil
bioquímico, nas características de carcaça e no perfil bacteriano intestinal, podendo portanto
serem alternativas ao uso dos AMD.
frangos de corte com reflexos positivos no controle da Salmonella Enteritidis juntamente com
a Eimeria tenella.
35
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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