Dermatologia (Residência Médica) - Apostila Tópicos
Dermatologia (Residência Médica) - Apostila Tópicos
Dermatologia (Residência Médica) - Apostila Tópicos
Dermatologia
Clínica Médica
André Anjos da Silva | Carolina Ferraz | Gabriella Melo Fontes Silva Dias | Katia Regina Marchetti
Lucas Lonardoni Crozatti | Natália Ivanovna Bernasovskaya Garção
SUMÁRIO
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 7. Fotodermatose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2
capítulo 6. ACNE E INFECÇÕES DE PELE Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
E SUBCUTÂNEO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
1. Acne . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
capítulo 9. ONCODERMATOLOGIA . . . . . . . . . . . 107
1.2. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
2. Infecções de pele e subcutâneo . . . . . . . . . . 72
2. Lesões pré-malignas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
2.1. Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
2.1. Queratose actínica (“queratose solar”) . . . . . 108
2.3. Erisipela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
2.2. Doença de Bowen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
2.4. Celulite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
2.7. Paroníquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3. Carcinoma basocelular (CBC) . . . . . . . . . . . 109
2.3. F
ormas especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 8.1. Reação tipo 1 (“reação reversa”) . . . . . . . . . . . 125
3
2.6. Candidíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 capítulo 14. DERMATOSES NÃO
INFECCIOSAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
3. Micoses subcutâneas (profundas) . . . . . . . 135
1. Eritema nodoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
3.1. Esporotricose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
3.2. Cromomicose (cromoblastomicose) . . . . . . . 136
2. Pioderma gangrenoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
1.1. Q
uadro clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 5.2. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
4. Cimidíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
5. Miíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
5.1. Formas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
5.2. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
3. Dermatoses vesicobolhosas
subepidérmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
3.1. Penfigoide bolhoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
3.4. Lúpus eritematoso bolhoso . . . . . . . . . . . . . . . 160
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
4
Capítulo
INTRODUÇÃO À DERMATOLOGIA
1
importância/prevalência
5
Introdução à dermatologia Dermatologia
W Camada granulosa
2. A NATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE W Camada córnea
W Camada lúcida: presente somente nas regiões pal-
2.1. EPIDERME moplantares
u Os queratinócitos são as células que se encontram
u Camada mais superficial da pele. em maior quantidade e se originam de células-tronco
da camada basal.
u Composta por epitélio estratificado pavimentoso
queratinizado.
u Também apresenta melanócitos, células de Merkel e
células de Langerhans.
u Apresenta as seguintes camadas (Figura 2):
W Camada basal
DICA
W Camada espinhosa ou malpighiana Os melanócitos e as células de Merkel loca-
lizam-se no estrato basal, enquanto as células de
Langerhans são encontradas na camada espinhosa.
Fonte: Kierszenbaum.1
DICA
O número de melanócitos não varia em relação às raças, mas sim à capacidade funcional dessas células
(a quantidade e distribuição da melanina para os queratinócitos), determinando os diferentes fototipos de pele
(Tabela 1).
6
Introdução à dermatologia Cap. 1
Tabela 1. Escala Fitzpatrick de fototipos de pele. matológicos. Possuem em seu citoplasma os grâ-
Fototipo Cor da pele Resposta à radiação UV nulos de Birbeck, estruturas em bastonete (aspecto
de “raquete de tênis”), relacionadas ao processo de
Sempre queima e
I Branco endocitose de partículas.
nunca bronzeia
Queima com facilidade e
u As células de Merkel funcionam como mecanor-
II Branco receptoras (receptores táteis), sendo encontradas
bronzeia com dificuldade
Queimadura leve e principalmente na ponta dos dedos e na base dos
III Bege folículos pilosos.
bronzeamento gradual
Raramente queima e
IV Marrom
bronzeia facilmente 2.2. DERME
Marrom Queima muito raramente e
V
escuro bronzeia muito facilmente u Formada por tecido conjuntivo composto por mucopo-
Nunca queima e bronzeia lissacarídeos e fibras colágenas, elásticas e reticulares.
VI Negro
muito facilmente
u Possui duas camadas: a papilar (superficial) e a reti-
Fonte: Elaborada pela autora. cular (profunda) (Figura 3).
u A melanina possui como principal função a proteção u A derme papilar é composta pelas papilas dérmicas.
do material genético das células contra a radiação Apresenta tecido conjuntivo frouxo em que predomi-
ultravioleta, promovendo um papel importante na nam fibrilas especiais de colágeno.
prevenção de carcinogênese. u A derme reticular é composta por tecido conjuntivo
u As células de Langerhans atuam como célula apre- denso não modelado com predomínio de fibras elás-
sentadora de antígenos em diversos processos der- ticas. Apresenta também vasos sanguíneos e linfáti-
cos, nervos e anexos da pele.
Fonte: Carneiro.2
u A pele possuiu 2 plexos vasculares principais: o su- W Corpúsculos de Meissner: presentes nos lábios,
perficial, composto por capilares e localizado na der- mamilos, dedos, palma de mãos e planta de pés;
me superficial; e o profundo, composto por arteríolas, sensibilidade tátil.
localizado a nível dermo-hipodérmico. W Corpúsculos de Pacini: presentes nos dedos, palma
u A percepção sensorial da pele é exercida por termi- de mãos e planta de pés; pressão e vibração.
nações nervosas, sendo elas: W Corpúsculos de Krause: áreas de transição entre
pele e mucosas; sua função é desconhecida.
7
Introdução à dermatologia Dermatologia
W Corpúsculos de Ruffini: localizam-se na derme; que ela bloqueia a liberação de acetilcolina na junção
sensibilidade térmica. neuroglandular.
Fonte: Gartner.3
8
Introdução à dermatologia Cap. 1
u O corpo humano adulto apresenta dois tipos de pelo: u Constituído por tecido conjuntivo frouxo, formando
vellus (pelos macios, curtos e claros) e pelos terminais septos, e por adipócitos.
(duros, grosseiros, longos e escuros). u Tem função de barreira de proteção mecânica, isola-
u Os pelos se desenvolvem dentro dos folículos pilosos mento térmico e depósito nutritivo de reserva.
(invaginações na epiderme), que são envolvidos por
uma bainha de tecido conjuntivo bem espessa. Essa
3. LESÕES ELEMENTARES
bainha é conectada ao músculo eretor do pelo (mús-
culo liso) cuja contração é responsável por “eriçar”
os pelos, diante de estímulos adrenérgicos (Figura 5). u São as alterações básicas da pele, as “letras do alfa-
beto dermatológico”.
Figura 5. Estrutura da unidade pilossebácea.
u As alterações cutâneas são formadas por um conjunto
de lesões elementares, auxiliando na formulação de
hipóteses diagnósticas.
u São classificadas em primárias e secundárias (Tabela 2).
LÍQUIDAS SÓLIDAS
• Vesícula: < 1 cm • Pápula: < 1 cm
• Bolha: > 1 cm • Placa: > 1 cm
• Pústula • Nódulo
• Abscesso: pro- • Goma
fundo • Urtica
• Cisto • Vegetação – Verruco-
• Hematoma sidade
PRIMÁRIAS MÁCULAS VASCULOSAN-
GUÍNEAS
M ÁC U L A S P I G -
MENTARES • Eritema – Enantema –
Exantema – Cianose
• Hipercromia – ou- • Púrpura – Petéquia –
tros pigmentos Equimose – Víbice
• Leucodermia – • Telangiectasia
Hipocromia –
• Anêmica
Acromia
• Angiomatosa
• Telangiectasia
ALTERAÇÕES ES- PERDAS TECIDUAIS
PESSURA • Crosta
• Atrofia • Escama
SECUN- • Cicatriz • Erosão/Exulceração
Fonte: Carneiro.2 DÁRIAS • Edema • Ulceração
• Esclerose • Escara
2.3.3. Unhas • Liquenificação • Fissura
• Ceratose • Fístula
u São placas de células queratinizadas.
Fonte: Elaborada pela autora.
u Sua formação ocorre na sua porção mais proximal, a
matriz da unha.
3.1. CONTEÚDO LÍQUIDO
2.4. HIPODERME
u Vesícula: lesão elevada, circunscrita, < 1 cm de diâ-
u É o tecido celular subcutâneo; localizado abaixo da metro, contendo fluido transparente ou hemorrágico.
derme. Exemplos: herpes simples (Figura 6), dermatite her-
petiforme, eczema disidrótico.
9
Introdução à dermatologia Dermatologia
Figura 9. Furúnculo.
10
Introdução à dermatologia Cap. 1
Fonte: Timonina/Shutterstock.com.12
u Placa: semelhante à pápula, porém > 1 cm. Exemplos: Figura 15. Goma sifilítica.
psoríase (Figura 13), líquen simples crônico, eczema
numular.
Fonte: Pinheiro.13
11
Introdução à dermatologia Dermatologia
Fonte: JelenaBekvalac/Shutterstock.com.17
u São lesões circunscritas, não palpáveis, que apresen- Figura 20. Exantema.
tam apenas alteração na coloração da pele. Podem
ser pigmentares ou vasculossanguíneas.
u São chamadas de máculas (menores que 1 cm de diâ-
metro) ou manchas (maiores que 1 cm de diâmetro).
u Hipercromia: depósito de pigmentos (melanina ou ou-
tro) na epiderme e derme, podendo ser generalizada
ou localizada. Exemplo: melasma (Figura 18), pelagra,
eritema pigmentar fixo, doença de Addison.
Fonte: DonyaHHI/Shutterstock.com.18
12
Introdução à dermatologia Cap. 1
Fonte: Reis.21
u Esclerose: espessamento da pele que se torna rígi- Figura 30. Queratose actínica.
da, endurecida. Há perda dos sulcos cutâneos e do
pregueado natural da pele. Exemplo: esclerodermia
(Figura 28).
Fonte: Dermatology11/Shutterstock.com.28
Fonte: Nevares.26
u Crosta: massa de exsudatos formada por ressecamen-
to de secreção e restos epiteliais. Exemplos: impetigo
u Liquenificação: espessamento da pele com acentua- crostoso (Figura 31), pênfigo vulgar.
ção dos sulcos naturais. Gerada por prurido crônico.
Exemplos: líquen simples crônico (Figura 29), ecze- Figura 31. Impetigo crostoso.
ma crônico.
Fonte: FotoHelin/Shutterstock.com.29
14
Introdução à dermatologia Cap. 1
Fonte: Grada.33
u Escara: área enegrecida de necrose tecidual, evolui Figura 37. Hidradenite supurativa.
para úlcera. Exemplo: escara de decúbito (Figura 35).
Fonte: Keri.35
15
Introdução à dermatologia Dermatologia
16
Introdução à dermatologia Cap. 1
31. Levitt J, Nazarian R. Doenças Vesicobolhosas. Medicina- 35. Keri JE. Hidradenite supurativa. Disponível em: https://www.
Net. [Internet]; 2016. [acesso em 24 maio 2021]. Disponível msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-der-
em: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-me- matol%C3%B3gicos/acne-e-doen%C3%A7as-relacionadas/
dicine/6233/doencas_vesicobolhosas.htm. hidradenite-supurativa#v963811_pt. Acesso em: 29 de março
32. Douketis JD. Insuficiência venosa crônica e Síndrome de 2022.
pós-flebítica. Manual MSD. [Internet]; 2018. [acesso em 36. Wolff K. Dermatologia de Fitzpatrick. 7. ed. Porto Alegre:
24 maio 2021]. Disponível em: https://www.msdma- McGraw-Hill Education; 2014.
nuals.com/pt-br/profissional/doencas-cardiovasculares/ 37. Bolognia J, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatologia. 3. ed. Rio
doencas-venosas-perifericas/insuficiencia-venosa-croni- de Janeiro: Elsevier; 2015.
ca-e-sindrome-pos-flebitica?query=ulcera%20de%20estase. 38. Rivitti EA. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. 4. ed. São Paulo:
33. Grada A, Phillips TJ. Escaras de decúbito. Manual MSD. Artes Mêdicas; 2018.
[Internet]; 2019. [acesso em 24 maio 2021]. Disponível em: 39. Azulay RD, Azulay DR. Dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/disturbios- Guanabara Koogan; 2006
-dermatologicos/escaras-de-decubito/escaras-de-decubito.
40. Junior WB, Chiacchio ND, Criado PR. Tratado de Dermatologia.
34. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2018.
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/
cracked-callosity-male-heel-close-1743783944. Acesso em:
20 de março de 2022.
17
Introdução à dermatologia Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 3
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO - SP – 2022) A digito- (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA – RJ -2021) Qual o
pressão e a vitropressão são utilizadas para diferenciar: termo utilizado em clínica médica/dermatologia para
descrever uma lesão em formato de moeda?
⮦ Placa de mancha.
⮧ Mancha de eritema. ⮦ Numular.
⮨ Eritema de púrpura. ⮧ Liquenoide.
⮩ Púrpura de pápula. ⮨ Policíclica.
⮪ Pápula de placa. ⮩ Herpetiforme.
Questão 2 Questão 4
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – SC – 2021) Relacione abai- (PUC – SOROCABA – SP – 2021) Nos pacientes portadores de
xo as diferentes manifestações cutâneas com os seus poroqueratose, o índice de transformação em carcinoma
respectivos diagnósticos associados. de células escamosas é de:
18
Introdução à dermatologia Cap. 1
⮦ Elevação circunscrita de até 1 cm de tamanho, con- ⮧ Acometem mais as mulheres que os homens entre
tendo líquido claro no seu interior. 30-40 anos.
⮧ Pequena ulceração em mucosa. ⮨ Pode ocorrer na cavidade oral, mas é mais comum
⮨ Cicatriz fina, pregueada, papirácea. na face plantar dos pés.
⮩ Lesão sólida, circunscrita, elevada, de consistência dura. ⮩ Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS é uma
placa branca que não pode ser caracterizada, nem
⮪ Elevação circunscrita de até 1 cm de tamanho, con-
clínica, e nem patologicamente, como outra doença.
tendo pus no seu interior.
Questão 8
Questão 7
(HOSPITAL MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP – 2020) As
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VOTUPORANGA – SP – 2020) Ao
dermatoses neutrofílicas agudas estão associadas a
examinar certo paciente no ambulatório, verifica-se que
que doença abaixo?
esse apresenta uma lesão esbranquiçada, persistente
aderida a cavidade oral e de imediato suspeita-se do ⮦ Neoplasia hematológica.
diagnóstico de leucoplasia. Sobre as leucoplasias, as- ⮧ Tumores gastrointestinais.
sinale a alternativa CORRETA:
⮨ Tumores em sistema nervoso central.
⮦ É um diagnóstico exclusivamente histopatológico. ⮩ Endocardite infecciosa.
GABARITO E COMENTÁRIOS
19
Introdução à dermatologia Dermatologia
a obesidade, síndrome do ovário policístico e a diabetes é classificada em fina ou espessa, sendo esta última
melitos tipo II. encontrada na planta do pé, na palma da mão e em algu-
O eritema nodoso é uma reação de hipersensibilidade mas articulações. A pele fina é encontrada no restante
do tipo tardia que se apresenta como nódulos eritema- do corpo. A derme é composta por duas camadas: pa-
tosos, dolorosos, na face anterior das pernas. Pode ser pilar ((tecido conjuntivo frouxo – superficial) e reticular
desencadeado por medicamentos, gravidez, maligni- (tecido conjuntivo denso – mais profunda). O limite entre
dade, infecções como na estreptococcia e em condições essas duas camadas é pouco distinto. Ambas possuem
inflamatórias como sarcoidose, entretanto a maioria se muitas fibras elásticas. Proporciona a capacidade de
classifica como idiopático. contração e distensão da pele por conter em abundân-
O pioderma gangrenoso é a segunda manifestação der- cia fibras de colágeno e elásticas. Além disso, a derme
matológica mais comum da doença inflamatória intestinal, apresenta vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, folículo
apresenta-se como pápula ou pústula eritematosa única piloso, glândulas sebáceas e sudoríparas.
ou múltiplas comumente em pernas, gerando necrose ✔ resposta: B
da pele, evoluindo com ulceração profunda e secreção
purulenta, geralmente estéril na cultura. Questão 6 dificuldade:
✔ resposta: D
Alternativa A: INCORRETA. A descrição da lesão elementar
desta alternativa define uma vesícula.
Questão 3 dificuldade:
Alternativa B: INCORRETA. A lesão descrita nesta alternativa
Y Dica do professor: Questão que aborda descrição de é de uma úlcera oral, possivelmente uma lesão aftosa.
lesões dermatológicas. Vamos às alternativas. Alternativa C: INCORRETA. Descrição de uma cicatriz e
Alternativa A: CORRETA. Lesões numulares são descritas não de uma pápula.
como arredondadas ou ovaladas, bem delimitadas, em Alternativa D: CORRETA. Descrição correta de uma pápula.
formato de moeda.
Alternativa E: INCORRETA. Descrição das características
Alternativa B: INCORRETA. Lesões liquenoides são descri-
de uma pústula.
tas como lesões violáceas, brilhantes, achatadas.
✔ resposta: D
Alternativa C: INCORRETA. Lesões policíclicas são lesões
circinadas, anulares.
Questão 7 dificuldade:
Alternativa D: INCORRETA. Lesões herpetiformes são le-
sões agrupadas, semelhantes ao que ocorre nos quadros Y Dica do professor: A leucoplasia é uma condição em
de herpes simples. que existe formação de placas brancas e espessas nas
✔ resposta: A gengivas, no interior das bochechas, na parte inferior da
boca e, por vezes, na língua. Não é possível raspar facil-
Questão 4 dificuldade: mente estas placas. A causa da leucoplasia é desconhe-
cida, mas o tabaco, fumado, mascado ou mastigado, é
Y Dica do professor: A poroqueratose de Mibelli é trans- considerado o principal culpado do seu desenvolvimen-
mitida como traço autossômico dominante. Há risco de to. Geralmente, a leucoplasia não é perigosa, mas, por
transformação maligna, especialmente após as primei- vezes, pode ser grave. Apesar de a maioria das placas
ras cinco décadas, sendo o carcinoma de células esca- de leucoplasia ser benigna, uma pequena percentagem
mosas o tumor associado mais comum, ocorrendo em apresenta sinais precoces de cancro e muitos dos can-
cerca de 13% dos casos. cros da boca ocorrem perto das áreas de leucoplasia.
✔ resposta: D Alternativa A: INCORRETA. É uma alteração estritamente
clínica e não implica uma alteração tecidual histopato-
Questão 5 dificuldade: lógica específica visa a um diagnóstico por exclusão de
outras alterações que surgem como placas brancas orais.
Y Dica do professor: O sistema tegumentar é composto
por pele e anexos (pelos, unhas, glândulas sudoríparas, Alternativa B: INCORRETA. A leucoplasia bucal acomete
sebáceas e mamárias). A pele é formada por epiderme principalmente homens acima dos 60 anos de idade,
e derme, suas porções epitelial (originária do ectoder- brancos e fumantes.
ma) e conjuntiva (originária do mesoderma), respectiva- Alternativa C: INCORRETA. A cavidade oral (língua) é o lo-
mente. Dependendo da espessura da epiderme, a pele cal mais acometido.
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Introdução à dermatologia Cap. 1
Questão 8 dificuldade:
21
Fixe seus conhecimentos!
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Capítulo
DOENÇAS ECZEMATOSAS
2
importância/prevalência
1. I NTRODUÇÃO
u Os eczemas podem ser divididos em endógenos e W Os eczemas exógenos são a dermatite de conta-
exógenos. to alérgica e a dermatite de contato por irritante
W Os eczemas endógenos são a dermatite seborreica primário.
e dermatite atópica;
Exposição Predisposição
Dermatite de contato por irritante primário **** *
Eczemas exógenos
Dermatite de contato alérgica *** **
Dermatite seborreica ** ***
Eczemas endógenos
Dermatite atópica * ****
Fonte: Elaborada pela autora.
2. PATOLOGIA
DICA
Os ceratinócitos adquirem aspecto “estrelado”
pelo alargamento dos espaços intercelulares, que
afasta os ceratinócitos, mantendo-os conectados
através dos desmossomos.
23
Doenças eczematosas Dermatologia
4. D ERMATITE ATÓPICA
DICA
Frequentemente são encontradas outras ma-
nifestações de atopia como rinite (25%) e asma (30-
40%). Esses achados constituem a “marcha atópica”
nos pacientes.
Fonte: Lellis.1
24
Doenças eczematosas Cap. 2
Fonte: Antunes.7
Fonte: Wolf.5
DICA
Existem alguns achados perioculares possíveis.
São eles: escurecimento periorbital, rarefação de
sobrancelhas distais (“Sinal de Hertoghe”) e dupla
prega palpebral inferior (prega de Dennie-Morgan).
Fonte: Weber.6
Fonte: Ruzicka.9
25
Doenças eczematosas Dermatologia
DICA
DCI pode surgir na primeira exposição à substância,
mesmo sem contato prévio.
Fonte: Allergic Rhinitis Clinical Update.10
Na DCI, o teste de contato é negativo. Não há envolvimento
Figura 11. Prega de Dennie-Morgan. de resposta imune!
Fonte: Pinheiro.11
4.1. TRATAMENTO
5. D ERMATITE DE CONTATO
26
Doenças eczematosas Cap. 2
5.2. DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA (DCA) u O diagnóstico da DCA pode ser feito pelo Teste de
Contato, no qual uma bateria de substâncias em pe-
u Pode se desenvolver tardiamente em adultos, mesmo quenos patches circulares é aplicada na pele do dorso
após anos de uso da mesma substância. do paciente. A placa permanece por 48 horas e as lei-
turas são feitas com 48 e 96 horas. Ao retirá-la, deter-
mina-se se houve reação a cada uma das substâncias.
DICA
DCA necessita de exposição prévia à substância,
pois há reconhecimento antigênico. Pode ocorrer em
DICA
local distante de onde houve o contato. O teste deve ser feito quando a dermatite estiver
O teste de contato pode ser positivo. Há resposta imune! na sua FASE INATIVA para evitar falso-positivos e a
Síndrome da pele excitada (Angry Back Syndrome).
Fonte: Soutor.13
Fonte: Aneja.14
6. D ERMATITE SEBORREICA
DICA
Os fatores de piora da dermatite seborreica são
extremos de temperatura, estresse físico e emocional,
drogas, quadros neurológicos (Parkinson), HIV, álcool,
carboidratos, DM etc.
Fonte: Rivitti.14
27
Doenças eczematosas Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 3
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA – MA – 2021) Eventos (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ – SP – 2020) A mãe de um
adversos podem ocorrer quando a pele entra em contato lactente de 8 meses procura o ambulatório com queixa
com agentes externos e a manifestação cutânea mais de que, há 2 semanas, a criança tem “assadura na região
comum é o eczema, que pode ser de natureza alérgica, das fraldas”. Ao exame físico, observa-se eritema intenso,
caracterizando a dermatite de contato alérgica (DCA) inclusive em dobras, se estendendo para a genitália, com
ou irritante, que caracteriza a dermatite de contato por descamação periférica e pústulas satélites eritematosas.
irritante (DCI). Sobre o diagnóstico diferencial das der- Nesse caso, a prescrição indicada é:
matites, assinale a opção correta:
⮦ Cremes de barreira.
⮦ O teste de contato está em desuso e tem pouco va- ⮧ Antibioticoterapia tópica.
lor no diagnóstico das duas entidades – DCA e DCI
⮨ Corticoides tópicos.
⮧ A DCA é uma reação eczematosa pruriginosa, com
⮩ Creme antifúngico.
distribuição restrita ao local do contato e a DCI em
geral tem distribuição difusa. ⮪ Antibioticoterapia oral.
⮨ O teste de contato é considerado padrão ouro para
diagnóstico da DCI e pouco valioso na DCA. Questão 4
⮩ A DCA resulta de efeito citotóxico direto devido apli- (FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP – 2020) No quadro clínico
cação única ou repetida de uma substância química da Dermatite Atópica observa-se:
ou agressões físicas com a pele, enquanto na DCI o
eczema só aparece com exposições subsequentes. ⮦ As lesões surgem nos primeiros dias de vida.
⮪ A DCA e DCI possuem patogênese diferente e aspec- ⮧ Acomete mais as dobras cubitais e poplíteas.
tos clínicos similares e o teste de contato continua ⮨ Como as lesões de Psoríase, não são pruriginosas.
sendo o procedimento padrão para o diagnóstico ⮩ Existe um acometimento das mucosas.
correto e consistente da DCA.
Questão 5
Questão 2
(H.U. BETTINA FERRO DE SOUZA/JOÃO BARROS BARRETO – PA – 2020)
(REDE DOR- MA – 2020) Paciente masculino, 39 anos, com Menor, 6 anos, é atendido em setor ambulatorial com
diagnóstico de síndrome da imunodeficiência humana queixa de lesões pruriginosas, recidivantes localizadas
(CD 4+=110/microlitro) vai à consulta médica com quei- em regiões flexurais de joelhos e cotovelos com erite-
xas dermatológicas. Ao exame clínico, o médico obser- ma e liquenificação. Portador de rinite alérgica e asma
va exantema descamativo, de cor amarelada, crostoso, parcialmente controlada. Assinale a afirmativa que não
pruriginoso no nariz e em região circular ao mesmo, sem corresponde ao diagnóstico clínico do paciente.
outras lesões dérmicas em quaisquer regiões do corpo.
O diagnóstico mais provável desse paciente é: ⮦ Os fungos do gênero Malassezia são fatores desen-
cadeantes de piora das lesões.
⮦ Sarcoma de Kaposi.
⮧ Dermatophagoides pteronyssinus é o principal repre-
⮧ Psoríase. sentante dos aeroalérgenos envolvidos na expressão
⮨ Herpes zoster. desta doença.
⮩ Molusco contagioso. ⮨ Os testes de leitura cutânea imediata estão proscritos
⮪ Dermatite seborreica. devido ao risco de reação anafilática.
⮩ Os inibidores da calcineurina atuam como imuno-
moduladores tópicos e são usados para controle da
inflamação.
29
Doenças eczematosas Dermatologia
30
Doenças eczematosas Cap. 2
GABARITO E COMENTÁRIOS
31
Doenças eczematosas Dermatologia
32
Doenças eczematosas Cap. 2
características clínicas variam de acordo com a faixa vir acompanhada de asma ou rinite alérgica. Dermatite
etária do paciente, porém um considerável número de atópica é caracterizada pelo surgimento de pele muito
pacientes apresenta lesões características simultâneas seca com prurido importante que levam a lesões esco-
de mais de uma faixa etária. Na fase infantil, a DA é ca- riadas, além de outros sintomas como alterações de cor
racterizada por prurido intenso e lesões cutâneas com da pele, esfoliações pelo prurido, vermelhidão e inflama-
eritema, pápulas, vesículas e formação de crostas, que ção e áreas espessas de pele. O tratamento de dermati-
se localizam na face e poupam o maciço central. Ou- te atópica é feito geralmente à base de medicamentos.
tros locais como face extensora dos membros e tronco Anti-histamínicos tomados por via oral podem ajudar
podem ser acometidos. Entre os 8 e 10 meses de idade com a coceira que acompanha essa doença. Normal-
as lesões acometem as regiões extensoras dos mem- mente, eles podem ser comprados sem receita médica.
bros, provavelmente pela fricção ocasionada pelo ato A maioria das causas do eczema atópico são tratadas
de engatinhar ou mesmo se arrastar no chão. Na sase com medicamentos tópicos, que são colocados direta-
pré-puberal, ocorre a partir dos 2 anos e persiste até a mente sobre a pele ou no couro cabeludo do paciente. A
puberdade. As lesões localizam-se principalmente nas princípio, é provável que um creme ou uma pomada suave
regiões flexurais dos joelhos e dos cotovelos, pescoço, de cortisona (ou esteroide) sejam receitados. Medidas
pulsos e tornozelos. A fase adulta é semelhante à fase gerais como evitar banhos quentes e uso de sabonete
pré-puberal, mas as lesões são mais liquenificadas, prin- em excesso são essenciais para a criança, pois diminui
cipalmente em regiões flexurais e nas mãos. o ressecamento da pele e perda da proteção natural.
Alternativa A: INCORRETA. Não é relatado nenhum contato Alternativa A: INCORRETA. O tratamento da escabiose já foi
com substâncias capazes de causar irritação ou alergia. realizado sem efeito. Não há suspeita firme dessa doen-
Alternativa B: CORRETA. Vide dica do professor. ça, sendo pensado principalmente na dermatite atópica.
Alternativa C: INCORRETA. A dermatite seborreica é uma Alternativa B: CORRETA. Vide dica do professor.
inflamação na pele que causa principalmente descama- Alternativa C: INCORRETA. Não há evidências claras de in-
ção e vermelhidão em algumas áreas da face, como so- fecção bacteriana descrita no caso pelos aspectos das
brancelhas e cantos do nariz, couro cabeludo e orelhas. lesões e localização. De fato podem estar associadas à
Alternativa D: INCORRETA. O impetigo é uma infecção principal suspeita que é dermatite pela perda de conti-
bacteriana superficial da pele muito comum, altamen- nuidade da pele por prurido intenso facilitando a disse-
te contagiosa, vista mais frequentemente na face ou minação de germes, sendo essencial seu diagnóstico e
extremidades da pele de crianças. Acontece após um tratamento quando presente.
pequeno trauma da pele ou mesmo após a picada de Alternativa D: INCORRETA. Trata-se possivelmente de uma
insetos. Pode ocorrer sobre outras doenças prévias da dermatite atópica que foi tratada de forma incorreta pela
pele, como a dermatite atópica, que sofrem a contami- suspeita de escabiose, repetidamente.
nação secundária pela bactéria. Alternativa E: INCORRETA. As lesões por picadas de insetos
Alternativa E: INCORRETA. No eritema infeccioso, o quadro caracterizam-se por lesões papulosas com uma vesícula
começa com mal-estar e febre e é seguido por lesões central e lesões pápulo crostosas, escoriadas, geralmen-
eritematosas nas regiões zigomáticas, poupando a região te em áreas expostas às picadas. O prurido (a coceira)
poupando a região perioral e o queixo (“face esbofetea- geralmente é intenso e a evolução dá-se em surtos que
da”). Exantema nas extremidades e no tronco, reticulado coincidem com a picada do inseto.
é característico. Pode haver prurido, artralgia e recidiva
✔ resposta: B
do exantema após exercícios físicos e banhos quente.
✔ resposta: B
Questão 9 dificuldade:
33
Fixe seus conhecimentos!
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34
Capítulo
FARMACODERMIAS
3
importância/prevalência
u São, por definição, reações não intencionais e não terapêuticas causadas por medicações. No entanto, algumas delas
podem também ser causadas por infecções.
u Podem variar no que diz respeito à sua gravidade, desde as mais brandas até as potencialmente letais.
u Podem manifestar-se com variada clínica, recebendo nomes diferentes para identificá-las.
u Algumas das farmacodermias compartilham as mesmas vias patológicas, constituindo um espectro da mesma mor-
bidade, como a Necrólise epidérmica tóxica (NET)/Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e a urticária/angioedema/
anafilaxia.
DICA
As farmacodermias podem mimetizar qualquer
Fonte: Criado.1
quadro clínico!
3. U RTICÁRIA/ANGIOEDEMA
2. E XANTEMA
u A lesão elementar da urticária se denomina “urtica” e,
u O exantema do tipo morbiliforme é a reação à droga por definição, é uma pápula/placa eritematoedema-
mais comum (30 a 75% dos casos) e costuma ocor- tosa e muito pruriginosa.
rer cerca de duas semanas após a tomada da droga. u É comum observar um padrão geográfico formado
Notam-se máculas e pápulas eritematosas entremea- pela urticária.
das por pele sã.
35
Farmacodermias Dermatologia
DICA
Em 15% dos casos, a SSJ pode ser desencadeada
também pela infecção pelo Mycoplasma pneumoniae.
Fonte: SBD.2
4. E RITEMA POLIMORFO
Fonte: Bolognia.4
DICA
Pode ser causado por uso de medicações, mas u O desnudamento na SSJ lesa menos de 10% da su-
é mais comumente associado à infecção pelo Herpes
perfície e na NET, mais de 30% (Figura 6).
simplex (aparece cerca de uma semana após lesão labial).
36
Farmacodermias Cap. 3
Fonte: Bolognia.4
7. FOTODERMATOSE
DICA
A popular “queimadura por limão” é um tipo de
reação fototóxica.
Fonte: Brandão Neto.5
W A reação fotoalérgica necessita de uma segunda
u O tratamento é realizado com suspensão da droga e
exposição e pode manifestar-se à distância do local
administração sistêmica de corticoides, ciclosporina
exposto, surgindo em horas a dias após o contato
ou Imunoglobulina I.V.
com a exposição.
37
Farmacodermias Dermatologia
Fonte: Serra.7
REFERÊNCIAS
38
Farmacodermias Cap. 3
QUESTÕES COMENTADAS
39
Farmacodermias Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
40
Farmacodermias Cap. 3
álcool. O tratamento é feito com uso de anti-histamíni- e artralgias são comuns, podendo preceder o exantema.
cos, e a cetirizina é uma opção. Os exames laboratoriais indicam importante leucocitose,
Alternativa D: CORRETA. Medicações da classe IECA (ini- com eosinofilia acentuada, justificando a infiltração de
bidores da enzima conversora de angiotensina) podem órgãos por essas células. O local mais afetado é o siste-
levar a quadros de angioedema grave. Por isso, tais me- ma linfático, em seguida, há acometimento do sistema
dicações devem ser evitadas por pacientes que possuem hepático, manifestando-se com hepatomegalia ao exame
angioedema de outras etiologias. físico. O tratamento da síndrome em foco inclui uso de
corticosteroide (1 mg/ kg/dia), dose imunossupressora
✔ resposta: A (Revista Brasília Médica, 2018).
Alternativa B: INCORRETA. De acordo com a Sociedade
Questão 2 dificuldade:
Brasileira de Dermatologia, o eritema fixo ou eritema
Y Dica do professor: A Organização Mundial de Saúde pigmentar, é uma reação medicamentosa que envolve
( 2015) define reação adversa a medicamentos (RAM) o surgimento de manchas avermelhadas, arroxeadas e
como: “qualquer efeito prejudicial ou indesejável, não in- acastanhadas (quando são mais antigas), incluindo a
tencional, que aparece após a administração de um me- presença bolhas, principalmente nas regiões de mãos e
dicamento em doses normalmente utilizadas no homem pés, e mucosas oral e genital. Os medicamentos frequen-
para a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento de uma temente envolvidos são os analgésicos comuns (para-
enfermidade”. A farmacodermia, então, é caracterizada cetamol), os antibióticos (sulfametoxazol+trimetropim,
pela reação dermatológica adversa a algum fármaco, ou tetraciclinas, penicilinas, dapsona), os anti-inflamatórios
seja, quando ocorre efeito colateral relacionado à pele (ibuprofeno, nimesulida, diclofenaco, ácido mefenâmico).
e/ou a seus anexos como mucosas, cabelos e unhas, na Essa afirmativa é incorreta, pois há ativação de resposta
sua estrutura ou função. Elas acometem de 0,1 a 1% da imunológica baseada por linfócitos T CD8 e não macró-
população geral e cerca de 2 a 3% dos pacientes hospita- fagos. É uma condição de diagnóstico clínico e quando
lizados. As manifestações podem ser leves, envolvendo houver dúvida diagnóstica a biópsia de pele poderá ser
reações cutâneas, como eritema e prurido, ou atingir es- indicada. O tratamento envolve a suspensão da medi-
tágio mais avançado podendo levar o indivíduo a morte, cação causadora e em casos graves pode ser utilizada
por exemplo, no caso da Síndrome de Stevens-Johnson corticoterapia.
e a necrose epidérmica tóxica. O mecanismo alérgico Alternativa C: INCORRETA. Vide alternativa A. Na síndrome
segue a classificação de Gell-Coombs, pela qual se divi- DRESS (reação de hipersensibilidade tipo IV) há antígeno
de o mecanismo em 4 categorias, sendo elas: imediata de superfície celular/ matriz extracelular, cujo mecanismo
(anafilática) – Tipo I; citotóxica – Tipo II; por imunocom- efetor é a resposta por linfócitos Th2 causando inflama-
plexos – Tipo III, e por hipersensibilidade tardia – Tipo ção e reação eosinofílica. Os mediadores envolvidos são
IV. Neste último caso, há ativação da resposta imune por IL5 IL4 IL13. De forma geral, a resposta com linfóticos
ação de linfócitos T. citotóxicos como T CD4+ e CD8+ causam reações gra-
A farmacodermia devido reações de hipersensibilidade ves com destruição tecidual extensa, como a síndrome
está entre os tipos mais severos de reação a medicamen- de Stevens Johnson (STS), a necrólise epidérmica tóxi-
tos na qual o efeito cutâneo se dá por reação alérgica, com ca (TEN), ou hepatites tóxicas (Revista Portuguesa de
presença de anticorpos IgE específicos a um fármaco, Imunoalergologia, 2016)
por exemplo contra antígenos β-lactâmicos (Research, Alternativa D: INCORRETA. Nessas síndromes os próprios
Society and Development, 2022). linfócitos T são as células efetoras, através da expressão
Alternativa A: CORRETA. A síndrome da reação a drogas com de FasL e da produção de granzimas, perforina e granu-
eosinofilia e outras manifestações sistêmicas (DRESS, do lisina (uma molécula produzida por linfócitos T CD8+ e
inglês drug reaction with eosinofilia and systemic symp- NK e recentemente identificada como a principal respon-
toms) é caracterizada por reação de hipersensibilidade sável pela morte generalizada dos queratinócitos). Um
a drogas com eosinofilia, além de outras manifestações exemplo da ativação de neutrófilos ocorre com a ação
sistêmicas. O envolvimento cutâneo com exantema ma- dos mediadores CXCL8, GMCSF, IL17 na pustulose exan-
culo-papular ou morbiliforme, confluente e pruriginoso, temática generalizada aguda (Hipersensibilidade tipo
mais proeminente no tronco e braços é bastante carac- IV) e em algumas vasculites (hipersensibilidade tipo III).
terístico das reações de hipersensibilidade. A erupção (Revista Portuguesa de Imunoalergologia, 2016).
pode aparecer entre 1 e 8 semanas após início da medi- ✔ resposta: A
cação e sintomas constitucionais como febre, mialgias
41
Farmacodermias Dermatologia
42
Farmacodermias Cap. 3
I. edema central de tamanho variado, circundado por cutânea, descamação da pele e bolhas nas membranas
eritema reflexo; mucosas. A síndrome de Stevens-Johnson causa apenas
II. prurido associado; pequenas áreas de descamação da pele (afetando me-
III. natureza efêmera, com a pele retornando ao aspecto nos de 10% do corpo). Já a necrólise epidérmica tóxica
normal geralmente em período que varia de uma a causa grandes áreas de descamação de pele (afetando
48 horas. mais de 30% do corpo).
Alternativa D: INCORRETA. A linfoadenopatia é comum
O angioedema é definido por:
(cerca de 75% dos casos), frequentemente generalizada
e dolorosa, melhorando gradualmente com a retirada da
I. edema súbito e acentuado da derme profunda e
droga. Os linfonodos podem revelar dois tipos de aco-
subcutâneo;
metimento distintos: um padrão de hiperplasia linfoide
II. maior frequência do sintoma de dor em relação ao
benigna com manutenção da arquitetura normal do lin-
prurido;
fonodo, e outro padrão de aspecto pseudolinfomatoso.
III. acometimento frequente das membranas mucosas,
e ✔ resposta: B
IV. resolução do quadro em torno de 72 horas, de forma
mais lenta em relação às urticas. Questão 7 dificuldade:
43
Farmacodermias Dermatologia
44
DOENÇAS Capítulo
ERITEMATODESCAMATIVAS 4
importância/prevalência
u Pitiríase rósea cursa com medalhão inicial seguido de lesões secundárias após 7-14 dias.
u Pitiríase alba caracteriza-se por máculas hipocrômicas nas bochechas de crianças/adolescentes.
u Pitiríase rubra pilar é marcada por eritema vermelho-alaranjado (“cor salmão”) com “ilhas de pele sã”.
u Eritrodermia esfoliativa é definida por eritema e descamação em mais de 90% da superfície corpórea.
u A lesão característica do eczema numular é uma placa em forma de moeda.
u Histiocitose X sistêmica é marcada por lesões cutâneas semelhantes à dermatite seborreica, lesões ósseas líticas e
acometimento pulmonar.
DICA
1. P ITIRÍASE RÓSEA As lesões têm resolução espontânea dentro de
4 a 10 semanas, sem deixar cicatrizes!
DICA
Tipicamente, surge uma lesão maior (placa
primária – “medalhão”) 7 a 14 dias antes das demais.
45
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
2. P ITIRÍASE ALBA
DICA
As bochechas são os locais mais acometidos!
Fonte: Nery.2
u Doença crônica, rara, de etiopatogenia ainda desco- u Pode evoluir para eritrodermia.
nhecida. u A grande maioria dos pacientes apresenta resolução
u Mais comum em adultos entre 40-60 anos de idade. espontânea do quadro em 3 a 5 anos.
46
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
DICA
O maléolo medial é o local mais acometido!
Fonte: Tansini.4
47
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
Fonte: DermatoPatologia.6
48
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
DICA
As lesões no couro cabeludo são semelhantes REFERÊNCIAS
à dermatite seborreica.
DICA
Pneumotórax é comum!
DICA
RX evidencia áreas osteolíticas bem delimitadas.
49
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
⮦ Dermatite atópica.
⮧ Pitiríase versicolor.
⮨ Pitiríase rósea.
⮩ Pitiríase alba.
⮪ Vitiligo.
Questão 5
50
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
51
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
52
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
Y Dica do professor: Questão que nos coloca como alter- Y Dica do professor: A histiocitose de células de Lan-
nativas vários diagnósticos diferenciais possíveis, mas gerhans é caracterizada por proliferação e acúmulo de
na qual, por alguns detalhes do enunciado, conseguimos histiócitos em vários tecidos. A questão nos traz um pa-
eliminar as alternativas erradas e chegar ao diagnóstico. ciente com a forma multissistêmica da doença: placas
Trata-se de um paciente com psoríase que apresentou eritematodescamativas no couro cabeludo semelhan-
piora após tomar algumas medicações para uma amig- tes à dermatite seborreica, pápulas e nódulos eritema-
dalite purulenta. Primeiramente, em relação às alternati- toamarelados/purpúricos no couro cabeludo e tronco,
vas A e D, temos um diagnóstico diferencial importante otite, e acometimento ósseo (tumoração, dor ou fratu-
em farmacodermias: a Síndrome de Stevens-Johnson ra patológica) com RX evidenciando áreas osteolíticas
(SSJ) X Necrólise epidérmica tóxica (NET). Poderíamos bem delimitadas. Alguns pacientes apresentam também
ficar tentados a marcar NET, pois o paciente apresenta febre, astenia, perda ponderal, pancitopenia, hepatoes-
acometimento de 90% da superfície corporal, e SSJ tipi- plenomegalia, acometimento pulmonar (pneumotórax é
camente acomete apenas até 10%. Entretanto, um dado comum), diarreia e diabetes insipidus.
53
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
54
Capítulo
PSORÍASE E LÍQUEN PLANO
5
importância/prevalência
1. P SORÍASE
Fonte: Goff.1
55
Psoríase e líquen plano Dermatologia
1.3. P
SORÍASE PUSTULOSA GENERALIZADA
Fonte: Das.2
DICA
As lesões da psoríase vulgar surgem classica-
mente em couro cabeludo, tronco e áreas extensoras
dos membros. Muitas vezes são descritas escamas de
cor prateada. Fonte: Thomas.3
DICA
Psoríase pustulosa geralmente ocorre após sus-
1.2. PSORÍASE INVERTIDA pensão abrupta de corticoide.
DICA
Lesões ungueais estão diretamente correlacio-
nadas com presença e atividade de Artrite Psoriásica
(80% dos pacientes com Artrite Psoriásica possuem
lesões ungueais).
Fonte: Das.2
56
Psoríase e líquen plano Cap. 5
Fonte: Pasch.4
DICA
Durante a curetagem, observa-se a saída de finas
escamas prateadas, constituindo o “Sinal da vela”.
Fonte: Romiti.5
57
Psoríase e líquen plano Dermatologia
Fonte: Lellis.7
DICA
O ciclo celular dos queratinócitos está encurtado,
levando à hiperproliferação da epiderme (espessamento
e descamação) com paraqueratose (aumento da camada
Fonte: Shafaeddin Schreve.6 córnea com persistência dos núcleos).
1.8. PATOLOGIA
1.9. TRATAMENTO
u Os achados típicos do exame anatomopatológico da
psoríase são: paraqueratose, coleções de neutrófilos 1.9.1. Tópico
na epiderme, acantose regular, afinamento de papilas
dérmicas e vasos dilatados. u Usado nas formas localizadas.
u Podem ser utilizados hidratantes, corticoides, análo-
gos de vitamina D e imunomoduladores.
58
Psoríase e líquen plano Cap. 5
DICA
A toxicidade do Metotrexato é identificada preco-
cemente por úlceras orais (indicam leucopenia) → usar
o antidoto ácido folínico.
Ciclosporina pode ser usada em gestantes.
Os medicamentos imunobiológicos disponíveis no SUS
são Adalimumabe, Ustequinumabe e Secuquinumabe.
Fonte: Luo.9
59
Psoríase e líquen plano Dermatologia
Fonte: Smirdale.12
Fonte: Turan.10
DICA
Alopécia Frontal Fibrosante também é causa de
2.2. L
ÍQUEN PLANO PILAR alopécia irreversível!
Fonte: Harrison.13
60
Psoríase e líquen plano Cap. 5
acometida, sendo, nesta, a forma reticulada a mais Figura 20. Líquen plano hipertrófico.
comum. A forma erosiva é associada ao maior risco
de desenvolver carcinoma espinocelular (Figura 18).
u A mucosa genital também é acometida, sendo a for-
ma anular a mais comum (Figura 19).
Fonte: Nico.14
Fonte: Jaime.15
2.7. L
ÍQUEN PLANO BOLHOSO
DICA
As bolhas ocorrem somente em cima das lesões
de líquen.
Fonte: Rivitti.11
DICA
Líquen plano hipertrófico é a variante mais
pruriginosa!
Fonte: Liakoupoulou.16
61
Psoríase e líquen plano Dermatologia
2.8. PATOLOGIA
REFERÊNCIAS
u Os achados anatomopatológicos clássicos são: hi-
perqueratose sem paraqueratose (camada córnea 1. Goff KL, Karimkhani C, Boyers LN, Weinstock MA, Lott JP,
Hay RJ, et al. The global burden of psoriatic skin disease.
espessa e compacta, sem os núcleos), acantose em
Br J Dermatol. 2015; 172(6): 1665-8.
dentes de serra, hipergranulose em cunha, degenera-
ção hidrópica da camada basal, infiltrado linfocitário 2. Das S. Psoríase. Manual Msd. [Internet]; 2018. [acesso em 3
mai 2020]. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/
“em faixa” na derme superficial, e queratinócitos apop-
pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gi-
tóticos chamados corpúsculos de Civatte ou corpos
cos/psor%C3%ADase-e-doen%C3%A7as-descamativas/
coloides hialinos.
psor%C3%ADase.
Figura 22. Exame anatomopatológico do líquen plano. 3. Thomas J. Textbook of Psoriasis. London: JP Medical Ltd; 2016.
4. Pasch MC. Nail Psoriasis: A Review of Treatment Options.
Drugs. 2016; 76(6): 675–705.
5. Romiti R, Maragno L, Arnone M, Takahashi MDF. Psoríase
na infância e na adolescência. An Bras Dermatol. 2009;
84(1): 9-22.
6. Shafaeddin Schreve B., Boehncke WH. Psoriasis. In: Adebajo
A., Boehncke WH., Gladman D., Mease P. (eds) Psoriatic
Arthritis and Psoriasis. New York: Springer, Cham; 2016.
7. Lellis R, Gonçalves F. Psoríase. Dermatologia para Inician-
tes. [Internet]; 2011. [acesso em 3 mai 2020]. Disponível
em: http://dermatopatologiaparainiciantes.blogspot.com/
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8. Hon A, Oakley A. What is lichen planus? DermNet NZ.org
[Internet]; 1997. [acesso em 3 mai 2020]. Disponível em:
dermnetnz.org/topics/lichen-planus.
9. Luo A. Koebner phenomenom. DermNet NZ.org. [Internet];
Fonte: Lellis.7 2014. [acesso em 3 mai 2020]. Disponível em: https://derm-
netnz.org/topics/the-koebner-phenomenon/.
2.9. TRATAMENTO 10. Turan E, Akay A, Yesilova Y, Türkçü G. A case of zosteriform
lichen planus developing after extracorporeal shockwave
u O tratamento do líquen plano é similar ao da psoríase. lithotripsy. Dermatol Online J. 2012; 18(9): 9.
São opções: corticoides tópicos e imunomoduladores 11. Rivitti E. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti.
tópicos para as formas isoladas e, para as formas dis- Porto Alegre: Artes Médicas; 2014.
seminadas, corticoides sistêmicos, imunossupressores 12. Smidarle DN, Seidl M, Silva RC. Alopecia frontal fibrosante:
ou a fototerapia, esta última permitida em gestantes. relato de caso. An Bras Dermatol. 2010; 85(6): 879-82.
13. Harrison S, Bergfeld WF. Diseases of the hair and nails. Med
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An Bras Dermatol. 2011; 86(4): 633-43.
15. Jaime TJ, Guaraldi BM, Jeunon T, Jaime TJ, Melo DF, Lerer C.
Líquen plano hipertrófico disseminado: relevante resposta à
acitretina. An Bras Dermatol. 2011; 86(4): 96-9.
16. Liakopoulou A, Rallis E. Bullous lichen planus – a review.
J Dermatol Case Rep. 2017 Mar 31;11(1):1-4.
17. Grimes DR. Ultraviolet radiation therapy and UVR dose models.
Med Phys. 2015; 42: 440-55.
18. Andrade CGS. Sessões Clínicas. Ações Unimed BH. [Inter-
net]. [acesso em 3 mai 2020]. Disponível em: https://www.
acoesunimedbh.com.br/sessoesclinicas/wordpress/wp-
content/u ploads/2014/02/45%C2%AA-Imagem- da-S emana-
Unimed-BH.pdf.
Fonte: Grimes.17
62
Psoríase e líquen plano Cap. 5
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 3
(FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS – TO – 2021)Pa- (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – PB -2021) Qual a
ciente do sexo feminino, 70 anos, casada, comparece opção de escolha para tratamento de Psoríase Pustu-
ao ambulatório de dermatologia com quadro grave de lar Generalizada grave com início de ação mais rápido?
eritrodermia esfoliativa. Qual a conduta mais adequada
para a paciente? ⮦ Ciclosporina.
⮧ Acitretina.
⮨ Metotrexato.
⮩ Metilprednisolona.
⮪ Fototerapia.
Questão 4
63
Psoríase e líquen plano Dermatologia
64
Psoríase e líquen plano Cap. 5
GABARITO E COMENTÁRIOS
65
Psoríase e líquen plano Dermatologia
Y Dica do professor: A psoríase é uma doença sistêmica Y Dica do professor: A psoríase é uma doença autoimune
inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta a pele, crônica da pele, que acomete até 2% da população mundial.
as unhas e, ocasionalmente, as articulações. Costuma Não existe cura para a doença, contudo ela pode ser con-
ter apresentação clínica variável e um curso recidivante. trolada visando reduzir o tempo de atividade da doença e
Acomete cerca de 2% da população mundial. A psoríase o número de recidivas. Vários são os tratamentos propos-
caracteriza-se pelo surgimento de placas eritemato-es- tos, tópicos e sistêmicos, sendo que a melhor abordagem
camosas, com bordas bem delimitadas e de dimensões depende do local de aparecimento da doença, da presença
variáveis. As escamas são branco-prateadas, secas e de acometimento articular e da gravidade da mesma. O
aderidas e deixam pontilhado sanguinolento ao serem uso de corticoides sistêmicos deve ser evitado, pois sua
removidas. As lesões na forma vulgar em placas loca- retirada pode levar a um efeito rebote com aparecimento
lizam-se preferencialmente nas superfícies extensoras da doença em sua forma disseminada.
dos joelhos, cotovelos, no couro cabeludo e na região Alternativa A: CORRETA. A fototerapia baseia-se no uso da
lombossacra, com distribuição simétrica. Entretanto, radiação UV para obter efeitos antiproliferativos e anti-
todo o tegumento pode ser acometido. A psoríase pode -inflamatórios. Devido a presença dos pelos, que geram
ocorrer em qualquer idade. Geralmente tem início entre uma barreira mecânica para a chegada dos raios UV, a
a terceira e quarta décadas de vida, mas alguns estudos fototerapia tem efeito limitado no couro cabeludo.
descrevem ocorrência bimodal com picos até os 20 anos
Alternativa B: INCORRETA. O uso de imunobiológicos é
e após os 50 anos. A distribuição entre os sexos é seme-
uma opção para doenças graves, com acometimento ar-
lhante. As formas clínicas da psoríase têm características
ticular, ou refratárias às outras terapêuticas. O aumento
peculiares, mas podem ser sobrepostas e estar ou não
de infecções apesar de ser real não contraindica o tra-
associadas a artrite psoriásica: crônica em placas (ou
tamento com essas medicações, devendo ser apenas
vulgar), em gotas (gutatta), pustulosa (subdividida em
melhor acompanhados.
difusa de Von Zumbusch, pustulosepalmoplantar e acro-
pustulose), eritrodérmica, invertida (flexora) e ungueal. Alternativa C: INCORRETA. A ciclosporina deve ser evitada
em pacientes com doença renal crônica devido ao seu
✔ resposta: A efeito nefrotóxico.
Alternativa D: INCORRETA. A fototerapia pode sim ser
Questão 6 dificuldade:
realizada em monoterapia na doença cutânea limitada.
Y Dica do professor: Lesões eritematosas e descamativas, ✔ resposta: A
bem delimitadas, com eritema vermelho vivo e escamas
branco prateadas são típicas da Psoríase vulgar, forma Questão 8 dificuldade:
mais comum da psoríase. Os locais mais frequentes de
acometimento são o couro cabeludo, região retroauri- Y Dica do professor: A avaliação da extensão da psoríase
cular e pavilhão auricular, cotovelos, dorso das mãos, pode ser realizada por meio de um instrumento chamado
joelhos, região lombossacral e periumbilical. O sinal da Psoriasis Area and Severity Index (PASI). Trata-se de uma
vela é um dos sinais que caracterizam a doença, que estimativa subjetiva calculada pelo avaliador. O corpo é
corresponde à saída de escamas ao raspar a lesão (se- esquematicamente dividido em quatro regiões: membros
melhante a uma vela), aparecendo em seguida o sinal inferiores, membros superiores, tronco e cabeça. Para
do orvalho sangrante (sinal de Auspitz), que são pontos cada uma delas, são avaliados três parâmetros: eritema,
de sangramento na lesão. Uma pequena proporção dos infiltração e descamação. A pontuação desses fatores é
pacientes portadores de psoríase desenvolve a artrite multiplicada pela extensão da doença em cada região e,
psoriásica, na maioria dos casos após apresentarem posteriormente, também pela porcentagem de superfície
as lesões de pele. Esta artrite é caracterizada por uma corporal que aquela região representa. Ao final, os dados
oligoartrite assimétrica que, na maioria das vezes atinge de cada região são somados podendo ter resultados de
uma grande articulação. Alguns pacientes abre o quadro 0-72 (grau máximo de doença). Esse instrumento permite
de psoríase apenas com a manifestação articular, sendo estratificar a gravidade da psoríase em leve a moderada
um fator que dificulta o diagnóstico. (PASI inferior a 12) e grave (PASI igual ou superior a 12)
✔ resposta: B e tem sido utilizado como desfecho principal de estudos
clínicos que avaliam eficácia de tratamentos para pso-
ríase pela comparação dos resultados obtidos antes,
66
Psoríase e líquen plano Cap. 5
Questão 9 dificuldade:
67
Fixe seus conhecimentos!
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68
ACNE E INFECÇÕES DE Capítulo
PELE E SUBCUTÂNEO 6
importância/prevalência
DICA
Alterações hormonais podem ter papel nas
alterações estruturais predisponentes de acne. Fonte: Guzman.1
69
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
Fonte: Habif.4
Fonte: Vary.3
1.1. C
LASSIFICAÇÃO E CLÍNICA
70
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
Figura 6. Acne conglobata. u Retinoides tópicos devem ser prescritos junto com
fotoprotetor solar e orientações de evitar exposição
ao sol.
1.2.3.Sistêmicos
DICA
Isotretinoína é a droga mais eficaz no tratamento
da acne.
1.3. A
CNE DA MULHER ADULTA
Fonte: James et al.5
W Acne grau 5, ou “fulminans”, cursa com necrose de u É o quadro de acne que surge em mulheres adultas,
lesões e costuma associar-se com sintomatologia podendo ser, ou não, uma continuação do quadro de
sistêmica, como dor no corpo e febre (Figura 7). acne clássica de adolescentes.
u Caracterizado por lesões no terço inferior da face, em
Figura 7. Acne fulminans.
mandíbulas, queixo e pescoço (Figura 8).
u Estas lesões podem fazer parte de um conjunto maior
de sinais clínicos em pacientes com doenças hiperan-
drogênicas, como hirsutismo e distúrbios menstruais.
No entanto, o quadro isolado de Acne da Mulher Adul-
ta costuma ser normoandrogênico (não há alterações
hormonais laboratorialmente).
1.2. TRATAMENTO
1.2.1. T
ópico em monoterapia
u Usado em quadros leves;
u Monoterapia com antibiótico tópico é contraindicada;
u Peróxido de benzoíla é uma substância bacteriostá-
Fonte: Gawkrodger et al.6
tica e amplamente utilizada;
71
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
DICA
2. I NFECÇÕES DE PELE E SUBCUTÂNEO 35% da população saudável tem colonização
permanente das narinas anteriores pelo S. aureus e
60% terá colonização transitória em alguma parte do
u Engloba diversas condições infecciosas dentro da
corpo, em determinado momento da vida.
dermatologia: impetigo, erisipela, celulite, foliculite,
furúnculo, carbúnculo e fasciíte necrotizante.
u Os agentes causadores são principalmente bacteria- u As doenças estudadas aqui podem ser, a grosso modo,
nos (fungos, vírus e parasitas serão vistos em seus separadas topograficamente em relação à profundi-
respectivos capítulos). dade cutânea: foliculite, impetigo, furúnculo e carbún-
u Muitos dos agentes são colonizadores permanentes culo afetam a epiderme e derme superior; a erisipela,
ou transitórios da pele normal. A infecção ocorre por a epiderme, derme e, às vezes, a parte superior do
trauma com solução de continuidade, permitindo a subcutâneo; a celulite acomete predominantemente
entrada dos agentes nos tecidos. A infecção por dis- o subcutâneo; e a fasciíte necrotizante afeta a fáscia
seminação endógena, embora muito menos comum, muscular e estruturas adjacentes.
também é possível por alguns patógenos.
Staphylococcus e Streptococcus são os principais DICA
u
Estude os quadros de erisipela e celulite com
patógenos a serem lembrados. muita atenção e note como são similares! Algumas
dicas estão até repetidas! Cuidado para não confundir
DICA na prova, hein?!
Dentre os estafilococos, o integrante mais re-
corrente é o Staphylococcus aureus e, entre os estrep-
tococos, o Streptococcus pyogenes (Estreptococos
beta-hemolíticos do grupo A).
Fonte: Delfino.7
72
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
2.1.1. D
e acordo com mecanismo de infecção
DICA
A simples não observação da porta de entrada
não significa que não ocorreu desta forma. Inclusive,
na maior parte dos casos de erisipela, não se nota
porta de entrada.
Fonte: Pereira.8
2.1.2. De acordo com duração
2.2.1. Diagnóstico
u Agudas = duram dias;
u Crônicas = podem durar de meses a anos. u É clínico!
u Deve-se coletar amostras para esfregaço e cultura,
2.1.3. De acordo com a etiologia se necessário, que demonstrarão presença de cocos
Gram (+) e a presença de estafilococos e estreptoco-
u Monomicrobiana;
cos, respectivamente.
u Polimicrobiana.
2.2.2. Tratamento
DICA
A separação entre infecções monomicrobianas u Limpeza e remoção manual das crostas, com água
e polimicrobianas tende a ser nebulosa. É difícil para o morna e sabão, de 2 a 3 vezes ao dia.
médico discernir entre agentes causais e oportunistas u Uso de antibióticos tópicos como mupirocina ou áci-
em uma infecção. Raramente isso cai em prova!
do fusídico.
u Se o paciente tiver extensas lesões ou for portador
de comorbidades ou mau estado geral, pode-se uti-
2.2. IMPETIGO
lizar antibióticos sistêmicos. A primeira opção são
penicilinas v.o ou i.v (oxacilina) ou, como alternativa,
u Infecção superficial, causada principalmente por es- macrolídeos (eritomicina).
tafilococos e, em menor frequência, por estreptoco-
cos ou uma combinação dos dois. É mais prevalente
2.3. ERISIPELA
em crianças.
u Há duas formas: o impetigo bolhoso (minoria dos ca- u É mais superficial que a celulite.
sos), causado mais por estafilococos, e o não bolhoso
(maioria dos casos), causado mais por estreptococos u Infecção de epiderme, derme, e, às vezes, parte supe-
do grupo A (a infecção inicial é estreptocócica, poden- rior da hipoderme.
do o estafilococo ser agente infectante secundário). u Mais comum em adultos, de 40 a 60 anos, do sexo
u Não costuma ocorrer comprometimento do estado feminino e em membros inferiores.
geral.
DICA
Síndrome metabólica e insuficiência vascular
periférica são fatores de risco.
73
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
DICA
u Repouso, elevação do membro e antibioticoterapia sis-
Diferentemente do S. aureus, o S. pyogenes não têmica (amoxicilina via oral ou penicilina G parenteral).
é um colonizador comum da pele, estando em apenas u Nos casos em que se suspeitar da participação do S.
1% das pessoas saudáveis.
aureus, utilizar oxacilina.
DICA
Muitas vezes esse quadro é chamado de “celulite
infecciosa” ou “celulite bacteriana” para evitar confusão
com a celulite das queixas estéticas, geralmente de
glúteos e coxas de mulheres, que é uma lipodistrofia.
2.3.1. Diagnóstico
u É clínico!
u Solicitar exames complementares em casos graves,
com hemocultura para identificação precisa do agente
(mesmo assim, tem baixa sensibilidade).
u USG serve para procurar coleções. Drenar se houver
presença destas.
2.3.2. Tratamento
74
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
u Também é clínico!
u Fazer exames complementares em casos graves.
Hemocultura para identificação precisa do agente.
u USG serve para procurar coleções. Drenar se houver
presença destas.
2.4.2. Tratamento
DICA
Nunca utilizar rifampicina isoladamente, pois
isso pode levar ao aparecimento de resistência. 2.6. FURÚNCULO E CARBÚNCULO
2.5. FOLICULITE
75
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
u É clínico!
2.6.2. Tratamento
2.7. PARONÍQUIA
DICA
Paroníquias estão muito relacionadas a hábitos
u Cuidados locais e drenagem de pus.
traumáticos crônicos de cutícula, como manicure u Quadro agudo/bacteriano: antibióticos sistêmicos
excessiva e pacientes que roem unhas ou chupam os com ação antiestafilocócica, como cefalexina ou
dedos. clindamicina.
u Quadro crônico: manter a pele seca com mudança
de hábitos e aplicar cremes de barreira para restituir
cutícula saudável. Antifúngicos tópicos nem sempre
são necessários.
76
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
2.8.2. Tratamento Belda Junior W, Chiacchio ND, Criado PR. Tratado de Dermato-
logia. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2018.
u Ampicilina/sulbactam ou piperacilina/tazobactam ou Berg D, Worzala K. Atlas of adult physical diagnosis. 1. ed. Phi-
carbapenêmicos. ladelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2006.
u Realizar desbridamento e limpeza cirúrgica! Rivitti E. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. 4. ed. São Paulo:
Artes Médicas; 2018.
Stanway A. Cellulitis. DermNet NZ. [Internet]. [acesso em: 09/2020].
Disponível em: https://dermnetnz. org/topics/cellulitis/.
Tan JK, Bhate K. A global perspective on the epidemiology of
acne. Br J Dermatol. 2015;172 Suppl 1:3-12.
77
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 3
78
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
79
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
Questão 14
Questão 11
(HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR /MG – 2017) Quanto às infecções
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ/SP – 2016) São doenças
bacterianas da pele e tecido celular subcutâneo, é IN-
cujo agente etiológico principal são estreptococos e
estafilococos, respectivamente: CORRETO afirmar que:
(PROCESSO SELETIVO UNIFICADO/MG – 2018) BCD, 42 anos, sexo ⮨ A infecção necrotizante de um folículo pilosebáceo
feminino, comerciante, sabidamente diabética, apresentou poupa as superfícies palmares e plantares, tem in-
dor em membro inferior esquerdo (MIE) com manifesta- cidência aumentada após a puberdade, sendo mais
ções sistêmicas como febre elevada, cefaleia, mal-estar comum em adolescentes do sexo masculino.
e calafrios. A dor era em “queimação”, na porção distal do ⮩ Na literatura internacional, o termo ANTRAZ é usa-
MIE, que ao exame apresentava calor, rubor, com bolhas do para designar infecção causada pelo B. anthra-
confluentes. Informa dor à deambulação. Foi coletado cis, sendo este um dos diagnósticos diferenciais do
líquido das bolhas e o exame revelou a presença de Sta- carbúnculo.
phylococcus aureus. O médico suspeitou de erisipela.
Qual das alternativas abaixo está CORRETA em relação Questão 15
a esta doença?
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – 2017) Escolar apre-
⮦ Aparecimento de lesões bolhosas é incompatível com
senta celulite em tornozelo esquerdo, após história de
esse diagnóstico.
trauma. Manteve claudicação do membro após dez dias
⮧ Claudicação intermitente não faz parte do quadro de tratamento com clindamicina. O VHS era de 100 mm
de erisipela. na primeira hora. A hemocultura foi positiva para Staphy-
⮨ Na erisipela não ocorrem manifestações sistêmicas. lococcus aureus que era resistente à meticilina (MRSA),
⮩ O Staphylococcus aureus não é agente etiológico de sensível a clindamicina, macrolídeo, sulfametoxazol-tri-
erisipela. metoprima, gentamicina e vancomicina. Em relação ao
caso apresentado, a etiologia, a causa da evolução des-
Questão 13 favorável e a conduta imediata, respectivamente, são:
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – RJ – 2021) Pode-se ⮦ CA-MRSA / infecção osteoarticular / exame de ima-
afirmar, em relação aos aspectos etiológicos e clínicos gem.
do impetigo, que este é uma infecção do tipo: ⮧ HA-MRSA / resistência bacteriana / troca de anti-
⮦ bacteriana, e a lesão primária é um nódulo eritema- biótico.
toso e doloroso. ⮨ CA-MRSA / abscesso / drenagem e suspensão do
⮧ fúngica superficial, e a lesão primária é uma pústula antibiótico.
superficial que se rompe e forma uma crosta cor de ⮩ HA-MRSA / duração curta do tratamento / manuten-
mel (melicérica) característica. ção do esquema antibiótico.
80
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
GABARITO E COMENTÁRIOS
81
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
82
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
83
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
84
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR Capítulo
AMERICANA 7
importância/prevalência
Fonte: Bolognia.1
85
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
Fonte: Bolognia.1
Fonte: CDC.gov.3
DICA
Não há transmissão direta de pessoa a pessoa.
Figura 4. Protozoário amastigota.
2. PATOGENIA
DICA
Anticorpos não têm função protetora na leishma-
niose. A resposta capaz de conter a infecção é celular
e não humoral.
3. Q UADRO CLÍNICO
Leishmaniose cutânea
Anérgica difusa Localizada (95%) Mucosa
L. amazonenses
Agente L. amazonensis L. braziliensis
L. braziliensis
86
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
Leishmaniose cutânea
Anérgica difusa Localizada (95%) Mucosa
Carga parasitária ++++ ++ —
Tipo de lesão Nódulo Úlcera Necrótica
Resposta imune Th2 Th1 Th1
Granuloma — Epitelioide Tuberculoide
Macrófagos parasitados ++++ ++ —
Linfócitos + ++ ++++
MONTENEGRO — ++ ++++
Fonte: Belda.4
DICA
Não há acometimento visceral em nenhuma das u O Leishmania costuma mostrar predileção pela mu-
formas!!! Esta doença é distinta da Leishmaniose visceral, cosa nasal. O paciente se queixa incialmente de obs-
conhecida como “Calazar”. trução nasal e epistaxe. Com a evolução da doença
o paciente apresenta infiltração edematosa das es-
truturas do nariz e perfuração de septo.
3.1. F
ORMA CUTÂNEA LOCALIZADA
DICA
Muitas vezes, as alterações nasais da leishma-
u Causada pelo L. amazonensis e pelo L. braziliensis. niose são chamadas de “nariz de anta” ou “nariz de
W Úlcera circular profunda (até a derme reticular), com tapir”.
bordas infiltradas (emoldurada) e fundo granuloso
exsudativo, geralmente INDOLOR.
Figura 7. Forma cutaneomucosa, com acometimento de nariz.
Figura 6. Forma cutânea localizada.
87
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
u Pentamidina
W É a segunda opção após o antimonial pentavalente.
W Pode cursar com hipoglicemia e diabetes melitus.
u Anfotericina B
Fonte: Bolognia.1
W Primeira indicação para o tratamento de gestantes.
4. D IAGNÓSTICO
Fonte: Bolognia.1
5. TRATAMENTO
88
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
QUESTÕES COMENTADAS
89
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
⮦ Antimônio (glucantime).
⮧ Petamidina.
⮨ Anfotericina B convencional.
⮩ Anfotericina B lipossomal.
Questão 9
90
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
GABARITO E COMENTÁRIOS
91
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
1. Leishmaniose visceral cursa com febre irregular, Alternativa D: INCORRETA. A suscetibilidade de infecção por
prolongada; anemia; indisposição; palidez da pele e Leishmaniose Tegumentar e Visceral é universal, sendo
ou das mucosas; anorexia; perda de peso e viscero- que a infecção e a doença não conferem imunidade ao
megalia. paciente. Isso não implica nas formas de leishmaniose,
2. Leishmaniose cutânea ocorre em torno de duas a pois ela é pré-determinada pelo agente etiológico, assim,
três semanas após a picada pelo flebótomo quando essa afirmativa é incorreta. Para relembrar, a Leishmania
há o surgimento de pápulas avermelhadas que, pos- é um parasito intracelular obrigatório de células do sis-
teriormente, se tornam feridas recobertas por crosta tema fagocitário mononuclear e sua presença determi-
ou secreção purulenta. A doença também pode se na uma supressão reversível e específica da imunidade
manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas mediada por células, o que permite a disseminação e
do nariz ou da boca. multiplicação incontrolada do parasito (Revista Brasileira
de Epidemiologia, 2009).
Sobre o diagnóstico, o mesmo com direto ou cultivo de
material obtido dos tecidos infectados (medula óssea, pele ✔ resposta: A
ou mucosas da face) por aspiração, biópsia ou raspado
das lesões; existem também os métodos imunológicos Questão 2 dificuldade:
que avaliam a presença de anticorpos anti-Leishmania,
incluindo o teste de Montenegro, que é realizado por Y Dica do professor: Na ocorrência de lesões típicas de
ensaios de imunofluorescência indireta e o imunoenzimá- leishmaniose, o diagnóstico clínico e epidemiológico pode
tico (ELISA). Após confirmação diagnóstica o tratamento ser realizado, especialmente se o paciente procede de
de escolha no Brasil é com antimoniato de meglumina áreas endêmicas ou esteve presente em lugares onde há
(Glucantime). Outras drogas, utilizadas como segunda casos de leishmaniose. O diagnóstico clínico-epidemio-
escolha são a anfotericina B e a pentamidina. lógico pode ser complementado pela intradermorreação
de Montenegro positiva e eventualmente pela resposta
Alternativa A: CORRETA. A Leishmaniose tegumentar é
terapêutica. Entretanto, a confirmação desse diagnós-
causada por protozoários do gênero Leishmania. No
Brasil, há sete espécies de leishmanias envolvidas na tico por métodos parasitológicos é fundamental tendo
ocorrência de casos de LT. As mais importantes são: em vista o número de doenças que fazem diagnóstico
Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) gu- diferencial com a leishmaniose tegumentar.
yanensis e L.(V.) braziliensis. Já a Leishmaniose visceral Alternativa A: CORRETA. No ciclo de transmissão da Leishma-
é uma doença causada por um protozoário da espécie nia guyanensis, no Brasil, aparentemente está limitado à
Leishmania chagasi. L. infantum ou L. donovani, estes Região Norte (Acre, Amapá, Roraima, Amazonas e Pará),
que são parasitas do mesmo gênero (Leishmania), mas estendendo-se para Guianas. É encontrado principalmen-
possuem origens distintas. te em florestas de terra firme – áreas que não se alagam
Alternativa B: INCORRETA. Este não é um fator que interfere no período de chuvas. Já a L. braziliensis foi a primeira
determinando se haverá uma leishmaniose tegumentar espécie de Leishmania descrita e incriminada como agen-
ou visceral. Sabe-se que indivíduos com comorbidades te etiológico da leishmaniose tegumentar americana. É a
podem ter um maior comprometimento do sistema imu- mais importante, não só no Brasil, mas em toda a Amé-
nológico, assim, tem uma pior resposta contra infecções. rica Latina, sendo amplamente distribuída em todo país.
Outro fator importante é que, alguns estudos evidenciam Alternativa B: CORRETA. Atualmente o Brasil constitui o
uma pior resposta terapêutica em indivíduos com comor- país com a mais alta prevalência de LTA em que o parasi-
bidades com diferenças estatisticamente significantes ta Leishmania braziliensis é o agente etiológico principal,
quando comparadas a pacientes previamente sadios (Re- afetando quase trinta mil pessoas anualmente.
vista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2010). Alternativa C: CORRETA. A doença humana é caracteriza-
Alternativa C: INCORRETA. Os vetores da leishmaniose da por úlcera cutânea, única ou múltipla, cuja principal
visceral são insetos denominados flebotomíneos, co- complicação é a metástase por via hematogênica, para
nhecidos popularmente como mosquito palha, tatuqui- as mucosas da nasofaringe, com destruição desses te-
ras, birigui, entre outros. No Brasil, duas espécies, até cidos. Felizmente, a frequência desta complicação vem
o momento, estão relacionadas com a transmissão da sendo reduzida, não excedendo a 5% dos casos nas
doença Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi. Eles es- áreas endêmicas. Provavelmente, está relacionada ao
tão relacionados apenas com a transmissão ao homem diagnóstico e tratamento precoces.
e não interferem no a forma da leishmaniose, logo, é uma Alternativa D: CORRETA. Os antimoniais pentavalentes são
afirmativa incorreta (Ministério da Saúde, 2006). drogas consideradas leishmanicidas, pois interferem na
92
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
bioenergética das formas amastigotas de Leishmania. crohn que cursa com as alterações descritas tanto extra
Tanto a glicólise, quanto a oxidação dos ácidos graxos, colônicas como de endoscopia.
processos localizados em organelas peculiares, são Alternativa A: INCORRETA. O uso de mesalazina pode ser
inibidos, sendo que esta inibição é acompanhada de re- realizado para controle, porém antibioticoterapia nesse
dução na produção de ATP e GTP. A exposição das for- momento não tem indicação
mas amastigotas por quatro horas, nas doses de 150 a
Alternativa B: INCORRETA. Os anticorpos anticitoplasma
500mg de Sb+5/mL, resultaram em um decréscimo de
de neutrófilos (P-ANCA) são encontrados em 70% dos
certos substratos, dose dependente de CO2. Se expostos
pacientes com Colite Ulcerosa e apenas em 20% dos in-
a 500mg de Sb+5/mL, observou-se a queda no nível de
divíduos com Doença de Crohn. A presença de CASCA
produção de CO2 a partir da glicólise, facilitando a des- e ausência de PANCA suporta o diagnóstico de Doença
truição do parasito. Alternativa E: INCORRETA. Os casos de Crohn
de leishmaniose cutânea difusa, são considerados raros
Alternativa C: CORRETA.
e de difícil tratamento, devendo ser encaminhados para
os centros de referência. Pois, a leishmaniose cutânea Alternativa D: INCORRETA. A formação de cálculos é mais
difusa é relativamente resistente ao tratamento. comum nestes pacientes do que na população em geral,
principalmente cálculos de oxalato de cálcio.
✔ resposta: E
✔ resposta: C
Questão 3 dificuldade:
Questão 5 dificuldade:
Y Dica do professor: A leishmaniose é uma doença crôni-
ca sistêmica de caráter insidioso a qual cursa com febre, Y Dica do professor: A Leishmaniose Tegumentar, também
síndrome consumptiva e visceromegalia. conhecida como leishmaniose americana, constitui-se
como um problema de saúde pública, sendo considerada
Alternativa A: INCORRETA. A droga de escolha para o tra-
pela Organização Mundial de Saúde como uma das seis
tamento deste agente da LTA é o antimoniato de gluca-
mais importantes doenças infecciosas, pelo alto coeficien-
mina. Sendo que a anfotericina B e o isotionato de pen-
te de detecção e capacidade de produzir deformidades.
tamidina também podem ser usados como tratamentos
Caracteriza-se por ser uma doença não contagiosa, cau-
alternativos.
sada por diferentes espécies de protozoários do gênero
Alternativa B: INCORRETA. Quando há suspeita de LT, a rea- Leishmania, apresentando insetos flebotomíneos como
ção de Montenegro deve ser realizada e se for positiva vetores. Seu período de incubação no ser humano é, em
deve ser interpretada como indicador de exposição dos média, de dois a três meses, podendo variar de duas se-
pacientes a agentes do gênero Leishmania. Enduração manas a dois anos. Sua forma clínica mais proeminente é
local IGUAL ou MAIOR que 5 mm de diâmetro torna o a leishmaniose cutânea. Cursa com úlcera indolor, localiza-
teste positivo. da em áreas expostas da pele, com aspecto arredondado
Alternativa C: INCORRETA. Nas biópsias das lesões por ou ovalado, com base eritematosa, infiltrada, consistência
LT não são verificados inúmeros bacilos álcool-ácido firme, bordas bem delimitadas e elevadas, fundo averme-
resistentes. lhado e com granulações grosseiras. Pode apresentar
Alternativa D: CORRETA. Um resultado negativo NUNCA deve infecção bacteriana associada, com dor local e exsudato
ser suficiente para se pensar em excluir o diagnóstico seropurulento. Estas, ao evoluir para cura, costumam deixar
cicatrizes atróficas, deprimidas, com superfície lisa, áreas
✔ resposta: D de hipo ou hiperpigmentação e traves fibrosas.
Alternativa A: INCORRETA.
Questão 4 dificuldade:
Alternativa B: INCORRETA.
Y Dica do professor: Paciente jovem com quadro de diar- Alternativa C: CORRETA. Na ocorrência de lesões típicas
reia com produtos patológicos associado a lesões ulce- de leishmaniose, o diagnóstico clínico e epidemiológico
radas, dolorosas, de bordas elevadas e fundo necrótico pode ser realizado, especialmente se o paciente proce-
em região anterior de membro inferior com colonos- de de áreas endêmicas ou esteve presente em lugares
copia que revela presença de úlceras serpiginosas no onde há casos de leishmaniose. O diagnóstico laborato-
íleo distal, com deformação da válvula ileocecal assim rial constitui-se basicamente de três grupos de exames:
suspeitamos estar diante de um quadro de uma doença parasitológicos (exame direto e indireto), imunológicos
inflamatório intestinal, mais especificamente doença de (teste intradérmico – IDRM) e sorológicos.
93
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
tras crianças também tiveram a mesmas lesões, o que Y Dica do professor: Devemos atentar para as opções te-
fala contra tuberculose.
rapêuticas para a leishmaniose tegumentar e perceber
✔ resposta: B que droga de escolha não necessariamente é a melhor
94
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
95
Fixe seus conhecimentos!
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96
Capítulo
DERMATOVIROSES
8
importância/prevalência
u São 3 grupos principais de vírus a serem lembrados: os Herpes vírus, os HPVs e o Pox.
u Herpes simples, Herpes zóster e Varicela são doenças do mesmo grupo viral: o do Herpes vírus.
u HPVs são causadores de verrugas simples (em pele e mucosas) e também de neoplasias malignas.
u A doença conhecida como “Molusco Contagioso” é causada por um vírus do grupo Pox.
DICA
DICA
Os vírus podem ser constituídos por material Crianças podem ter o quadro de “gengivoes-
genético DNA ou RNA! tomatite herpética”: lesões orais acompanhadas de
sintomas sistêmicos, como febre. Adultos não cos-
tumam apresentar sintomas sistêmicos.
Fonte: Bolognia.1
97
Dermatoviroses Dermatologia
Fonte: SBD-SP.2
2.2. HSV-2
Fonte: Bolognia.1
2.4. DIAGNÓSTICO
Fonte: Bolognia.1
98
Dermatoviroses Cap. 8
Fonte: Bolognia.1
Fonte: Bolognia.1
3.3. H
ERPES ZÓSTER – “FORMAS ESPECIAIS”
2.5. TRATAMENTO
3.3.1. H
erpes zóster oftálmico
u Sempre deve ser sistêmico e não por via tópica.
u O medicamento de escolha é Aciclovir, 200 mg via u Ocorre quando o vírus acomete o primeiro ramo do
oral, 5x ao dia, por 10 dias na primoinfecção e por 5 nervo trigêmeo, mais precisamente no ramo nasoci-
dias na recorrência. liar, do nervo oftálmico.
3.1. VARICELA
3.3.2. Síndrome de Ramsay-Hunt
u É a primoinfecção que ocorre geralmente em crianças, u Ocorre quando o vírus acomete o nervo facial, no ramo
contra a qual existe vacina disponível no SUS. sensitivo e com compressão do ramo motor.
u Tríade: surdez ou vertigem + vesículas no ouvido ex-
3.2. HERPES ZÓSTER CLÁSSICO terno + paralisia facial unilateral.
DICA
Muitos pacientes referem dor em queimação
mesmo antes do aparecimento das lesões, que podem
inclusive ser pustulosas e formar crostas.
Fonte: Lin.3
99
Dermatoviroses Dermatologia
3.4. TRATAMENTO
4.1. H
PV 1 E HPV 2
Fonte: Bolognia.1
100
Dermatoviroses Cap. 8
Fonte: Bolognia.1
REFERÊNCIAS
Fonte: Bolognia.1
5. P OX VÍRUS
101
Dermatoviroses Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 3
(ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – PR – 2022) Paciente do sexo (HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE SOROCABA – SP - 2022) A trans-
feminino, com 72 anos de idade relata 5 dias de evolu- missão ocorre, em indivíduos suscetíveis, via contato
ção de dor lombar. Procurou atendimento no início dos com gotículas aerossolizadas de secreção de orofarin-
sintomas, em que um diagnóstico de dor muscular foi ge provenientes da pessoa infectada, ou por contato
feito e foi prescrito paracetamol sem dor. Evoluiu com com o líquido presente nas lesões cutâneas. Trata-se
lesões vesiculares com base eritematosa na região da da transmissão de:
dor, que acomete o dermátomo de L1 à direita. Histórico ⮦ Rubéola.
de diabetes, em uso de metformina 1g a cada 12 horas
⮧ Sarampo.
e insulina glargina 10 unidades ao dia. Nega outras co-
⮨ Covid-19.
morbidades. Considerando o diagnóstico mais provável,
assinale a assertiva correta: ⮩ Coxsackie B.
⮪ Varicela.
⮦ Utilizar compressas de acetato de alumínio pode
promover limpeza da lesão e alívio dos sintomas. O Questão 4
fanciclovir apresenta desvantagens em relação ao
aciclovir em se tratando de farmacocinética e far- (AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE LONDRINA – PR
macodinâmica. – 2021) A respeito do molusco contagioso assinale a op-
ção CORRETA:
⮧ Quando indicados, o valaciclovir e o aciclovir devem ser
usados, não havendo diferença na resposta entre eles. ⮦ Tem pico de incidência entre 3 e 10 anos de idade;
⮨ O uso de corticosteróides está indicado, tendo em ⮧ Em adultos o acometimento genital é raro;
vista a evidência de resolução acelerada das lesões ⮨ No quadro disseminado não deve ser excluída a pos-
com o seu uso. sibilidade de HIV;
⮩ O uso do antiviral intravenoso tem benefícios na cica- ⮩ Em indivíduos imunocompetentes a involução espon-
trização das lesões e na redução da dor em relação tânea em um a dois anos é incomum;
ao tratamento oral. ⮪ E remoção mecânica sempre deve ser realizada.
Questão 2 Questão 5
(AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2022) Sobre (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS2021) O vírus
a varicela, assinale a alternativa CORRETA: da varicela-herpes-zoster em geral infecta o homem na
infância, causando inicialmente o quadro de varicela. Em
I. Herpes Zoster e varicela são infecções causadas
relação à infecção por este vírus, assinale a alternativa
pelo mesmo vírus.
CORRETA:
II. O Herpes Zoster ocorre somente em indivíduos
imunodeprimidos. ⮦ Este é um vírus de baixa contagiosidade, não sendo
III. O período de incubação da varicela é de 7 dias. indicado prevenção de contato.
⮧ A varicela se apresenta como lesões monomórficas,
⮦ Todas as alternativas estão corretas. de aparecimento súbito e simultâneo em todo o te-
gumento.
⮧ Somente a alternativa I está correta.
⮨ A vacina contra o vírus varicela zoster não é eficaz,
⮨ Somente as alternativas I e III estão corretas. sendo efetiva em menos de 30% dos pacientes va-
⮩ Todas as alternativas estão erradas. cinados.
102
Dermatoviroses Cap. 8
103
Dermatoviroses Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
Questão 2 dificuldade: .
Questão 4 dificuldade:
Y Dica do professor: Segundo o documento do MS “Doen- Y Dica do professor: O molusco contagioso é uma infec-
ças infecciosas e parasitárias”, a varicela é uma infecção ção viral contagiosa relativamente comum nas crian-
viral, aguda, autolimitada e com evolução benigna em ças. Tem como manifestação lesões surgem nas áreas
crianças. É caracterizada por surgimento de exantema mais sensíveis com pequenas pápulas brilhosas da cor
de aspecto maculopapular, de distribuição centrípeta, da pele, translúcidas e indolores, medindo, em média, 5
que, após algumas horas, evolui para vesículas seguindo mm, que podem estar isoladas ou agrupadas, serem de
para pústulas e, posteriormente, formando crostas em 3 variados tamanhos, e terem como característica princi-
a 4 dias. Os pacientes podem apresentar febre moderada pal a presença de umbilicação central. Nem sempre são
e sintomas sistêmicos. A principal característica clínica numerosas e se localizam, preferencialmente, no tronco,
é o polimorfismo das lesões cutâneas, que se apresen- podendo, contudo, ocorrer em qualquer parte da pele,
tam nas diversas formas evolutivas, acompanhadas de sendo que essas pápulas podem surgir em forma de li-
prurido. O herpes zoster, geralmente, é decorrente da nha. Tem como agente etiológico o poxvírus.
reativação do vírus da varicela em latência, ocorrendo
em adultos e pacientes imunocomprometidos, como por- Alternativa A: CORRETA. Os picos de incidência da doen-
tadores de doenças crônicas, neoplasias, aids e outras. ça ocorrem ao redor dos 3-4 anos de idade e no início
O herpes zoster pode se comportar como uma doença da adolescência. Períodos que que há grande chance
benigna, porém pode gerar quadros mais graves. Os de contato pele a pele, principalmente pelos contatos
escolares.
104
Dermatoviroses Cap. 8
105
Dermatoviroses Dermatologia
106
Capítulo
ONCODERMATOLOGIA
9
importância/prevalência
u O maior fator determinante ambiental para o câncer não melanoma é a exposição a raios UV, sendo muito incomum
o aparecimento dessas neoplasias em áreas fotoprotegidas. Pessoas com pele mais clara têm maior predisposição
à doença.
u Nem toda lesão de pele surgida por exposição solar prolongada é neoplásica.
u Dentre as neoplasias não melanoma, duas têm maior importância neste capítulo: o Carcinoma Basocelular (CBC) e o
Carcinoma Espinocelular (CEC).
u CBC é a neoplasia de pele não melanoma mais comum, enquanto o CEC é a mais letal.
u Excisão cirúrgica é classicamente a primeira opção terapêutica para essas entidades.
u O melanoma é o subtipo mais raro e mais agressivo de câncer de pele.
u O Melanoma Extensivo Superficial é o subtipo mais comum.
u Lesão suspeita de melanoma = biópsia excisional.
u A ampliação cirúrgica das margens é definida pela espessura tumoral (Breslow).
u A pesquisa de linfonodos sentinela é feita nos tumores com espessura ≥ 1 mm e nos tumores com espessura < 1 mm
associados com fatores de risco.
107
Oncodermatologia Dermatologia
Fonte: Dermatologia.net.3
DICA
Alguns autores já consideram a doença de Bowen
como CEC verdadeiro. Pela controvérsia, dificilmente
esta distinção será cobrada em provas.
Fonte: Dermatology11/Shutterstock.com5
108
Oncodermatologia Cap. 9
DICA
3. C ARCINOMA BASOCELULAR (CBC) CBCs raramente desenvolvem metástase.
DICA
O termo “borda perolada” é muito indicativo de u É o segundo tipo de câncer de pele não melanoma
CBC nas descrições em provas. mais comum – exceto em pacientes transplantados,
nos quais se torna o primeiro.
u Com frequência apresenta lesão facilmente sangrante
Figura 6. Carcinoma basocelular. e friável, recoberta por crostas.
109
Oncodermatologia Dermatologia
110
Oncodermatologia Cap. 9
DICA DICA
Há vários fatores de risco associados ao seu Suas localizações mais frequentes são tronco
desenvolvimento: exposição à radiação ultravioleta, (homens) e membros inferiores (mulheres).
fototipo baixo, imunossupressão, genética e história
familiar positiva.
Figura 13. Melanoma extensivo superficial.
u A maioria dos tumores surge de novo, ou seja, a par-
tir da pele sã, mas ocasionalmente podem ocorrer a
partir de lesões precursoras, como o nevo displásico
e o nevo congênito.
5.1. SUBTIPOS
Figura 12. Lentigo maligno melanoma. u Apresenta-se como uma placa ou nódulo negro-azu-
lado de evolução rápida. Em raros casos pode ser
amelanótico.
u Localiza-se mais comumente no tronco dos homens
e nas pernas das mulheres.
u Seu prognóstico é mais desfavorável.
111
Oncodermatologia Dermatologia
DICA
Em caso de lesão suspeita, é indicada a reali-
zação de biópsia excisional com inclusão do tecido
subcutâneo. Quando não for possível, como no caso de
lesões muito extensas, deve ser feita biópsia incisional.
112
Oncodermatologia Cap. 9
113
Oncodermatologia Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 4
114
Oncodermatologia Cap. 9
Questão 5 Questão 7
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP DA USP (AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2021) O
– SP – 2022) Mulher de 56 anos notou surgimento de lesão melanoma é a neoplasia maligna originada dos melanó-
escurecida e irregular em antebraço direito. A biópsia da citos, células presentes na camada basal da epiderme,
lesão identificou melanoma nodular, com Breslow de 0,5 responsáveis pela produção de melanina, substância
milímetro, sem regressão, sem invasão angiolinfática, que determina a coloração da pele e que tem importante
sem mitoses e com ulceração. Ao exame físico: cicatriz função protetora contra os efeitos nocivos de radiações
da biópsia em antebraço direito em bom aspecto e sem solares. Sobre a abordagem inicial do melanoma cutâ-
sinais de recidiva local, cadeia linfática axilar direita sem neo, assinale a alternativa correta:
massas ou adenomegalias. Os exames radiológicos não
mostraram sinais de metástases em outros órgãos. Qual ⮦ A incisão, com margens laterais de 1 a 3 mm, deve
condutas devem ser implementadas? incluir apenas epiderme e derme.
⮧ Biópsia excisional (elíptica) é a modalidade recomenda-
⮦ Ampliação de margens de 2 cm e linfadenectomia da para o diagnóstico da lesão suspeita de melanoma.
axilar ipsilateral.
⮨ A biópsia por “shave superficial” não está indicada
⮧ Ampliação de margens de 2 cm e biópsia de linfono- no diagnóstico do melanoma, pois superestima a
do sentinela. espessura de Breslow.
⮨ Ampliação de margens de 1 cm e biópsia de linfono- ⮩ Diante de um paciente com doença metastática, o
do sentinela. gene DDR1 deve ser pesquisado para avaliação de
⮩ Ampliação de margens de 1 cm e linfadenectomia terapia-alvo.
axilar ipsilateral.
Questão 8
Questão 6
(HOSPITAL PROFESSOR EDMUNDO VASCONCELOS – SP – 2021) O cân-
(UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – SP – 2021) Homem de 69 cer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos
anos, pescador, apresenta nódulo eritomatoperláceo dessa doença no Brasil, sendo registrados cerca de 180
com telangectasias na região zigomática de crescimento mil novos casos a cada ano. A doença é provocada pelo
progressivo há 3 anos, conforme imagem: crescimento anormal e descontrolado das células que
compõem a pele. Com relação aos tipos de câncer de
pele e suas características, assinale a alternativa correta:
Questão 9
115
Oncodermatologia Dermatologia
Questão 10
⮦ Biópsia incisional.
⮧ Biópsia por raspagem.
⮨ Biópsia e pesquisa do linfonodo sentinela.
⮩ Biópsia excisional.
GABARITO E COMENTÁRIOS
Questão 1 dificuldade: Alternativa D: CORRETA. Atentar que aqui ele diz Breslow
de 0,3 cm = 3 mm (cuidado para não confundir!). Consi-
Y Dica do professor: Paciente trabalhadora rural, com le-
deramos Breslow de mau prognóstico quando > 0,7 mm
são perácea em asa do nariz. Pensar no fator de exposi- (milímetros!).
ção solar, como risco para câncer de pele. Nesse caso,
Alternativa E: INCORRETA. A conduta é biópsia excisional.
pelo aspecto, provável câncer de pele não melanoma,
CBC ou CEC, sendo mais provável o CBC pelo aspecto ✔ resposta: D
macroscópico. Seja como for, a conduta é ressecção
com margens livres, como descreve a alternativa D. As Questão 3 dificuldade:
alternativas A, B e C não seriam conduta correta.
Dica do professor: O melanoma lentiginoso acral é um
resposta: D
Y
✔
subtipo raro de melanoma, que surge independente-
mente da cor da pele ou do histórico de exposição ao
Questão 2 dificuldade: sol. Porém, é o tipo de melanoma mais comum entre os
asiáticos (30% a 50% dos casos) e afrodescendentes
Y Dica do professor: Essa questão você mata se lembrar
(70% dos casos). O Lentigo maligno é um melanoma in
do mnemônico da nossa aula: quais são os fatores de
situ, de crescimento radial e lento, que acomete áreas
mau prognóstico para melanoma? Lembre-se dos EDEL-
fotoexpostas principalmente em idosos. O Carcinoma
MUTHS = Espessura (Breslow), Distância (metástase),
basocelular pigmentado pode ter uma coloração do cas-
Extensão (linfática, vascular ou perineural), Linfonodo
tanho ao preto, devido à melanina, simulando nevo me-
acometido, Mitose (índice mitótico alto), Ulceração, Ta-
lanocítico, ceratose seborreica ou melanoma. O câncer
manho e Satelitose. Além disso, devemos lembrar que
de pele é o tipo de câncer mais comum nos pacientes
a conduta para diagnóstico de melanoma é biópsia EX-
transplantados, sendo o carcinoma espinocelular o mais
CISIONAL. Vamos às alternativas:
frequente. Normalmente, as lesões surgem de dois a
Alternativa A: INCORRETA. A conduta é biópsia excisional. quatro anos após o transplante. A exposição solar é um
Alternativa B: INCORRETA. Ausência de ulceração é fator dos principais fatores de risco para o CEC, implicando no
de bom prognóstico. surgimento de suas lesões pré-malignas, chamadas de
Alternativa C: INCORRETA. A conduta é biópsia excisional. ceratoses actínicas. Além disso, pessoas que têm uma
maior sensibilidade à radiação solar (como no xeroderma
116
Oncodermatologia Cap. 9
pigmentoso), bem como indivíduos com doenças crônicas Vamos avaliar os diagnósticos diferenciais.
que gerem lesões crônicas de pele (como o LES), tam- Alternativa A: INCORRETA. A leishmaniose tegumentar é
bém possuem uma maior incidência de CEC associada. uma doença infecciosa causada por protozoário do gê-
nero Leishmania, de transmissão vetorial, que tem como
✔ resposta: A
reservatórios os marsupiais e roedores. As lesões, na
maioria das vezes cutâneas, são geralmente ulceradas,
Questão 4 dificuldade:
únicas, de bordas elevadas e fundo sujo ou granuloma-
Y Dica do professor: Mesmo que um linfonodo seja muito toso, podendo haver ou não exsudação. Na forma dis-
suspeito, a confirmação sempre deve ser histopatológica! seminada, as lesões tendem a ser menores, podendo
Neste caso não há indicação de pesquisa de linfonodo acometer pele e mucosas.
sentinela, pois já temos um linfonodo clinicamente sus- Alternativa B: CORRETA. O carcinoma basocelular é o
peito. A linfadenectomia só estará indicada após con- tipo de câncer de pele mais comum. Está associado a
firmação de metástase linfonodal. Para pacientes com fatores de risco como pele clara e com alta exposição
doença avançada, indica-se a realização de radioterapia, solar. Apresenta-se em diversas formas e, clinicamen-
quimioterapia e/ou imunoterapia (terapia-alvo). te, a forma nodular se caracteriza por lesões pequenas,
✔ resposta: D brilhantes, firmes, quase translúcidas, com telangiecta-
sias, normalmente na face (trígono de maior exposição
solar da face). Observando a história clínica e a imagem
Questão 5 dificuldade:
fornecidas pela banca, é o diagnóstico mais provável.
Y Dica do professor: Nessa questão, temos um caso de Alternativa C: INCORRETA. O linfoma cutâneo, apesar de
paciente com melanoma de Breslow < 0,7 mm. Um candi- prevalente na faixa etária acima dos 50 anos, não costu-
dato menos atento poderia chegar, apenas por esse fato, ma apresentar-se como nódulo cutâneo, mas sim como
à (falsa) conclusão de que não está indicada pesquisa de lesão descamativa, avermelhada e pruriginosa, sendo,
linfonodo sentinela. E, se a banca fosse mais maldosa, inclusive, confundido com reações alérgicas inicial-
haveria essa alternativa como possível, e essa conclu- mente. A forma centrofolicular e da zona marginal pode
são levaria ao erro. Por sorte, não existe alternativa em apresentar-se como nódulo avermelhado e endurecido,
que esteja escrito isso. Nesse caso, como há presença entretanto, é mais comum na cabeça e nas porções su-
de ulceração, está, sim, indicada biópsia de linfonodo periores do tórax e dorso.
sentinela. Vamos às alternativas que temos:
Alternativa D: INCORRETA. A esporotricose é uma doen-
Alternativa A: INCORRETA. A ampliação de margem para ça fúngica adquirida por contato do fungo com pele ou
Breslow < 1 mm é de 1 cm, e, como não há linfonodo- mucosa traumatizada, por exemplo, por acidentes com
megalia suspeita, não está indicada linfadenectomia. espinho, madeira, palha. A lesão cutânea inicial é mui-
Alternativa B: INCORRETA. A ampliação de margem deve to semelhante a uma picada de inseto, podendo evoluir
ser de 1 cm. com formação de úlceras.
Alternativa C: CORRETA. Vide dica do professor. ✔ resposta: B
Alternativa D: INCORRETA. Não há indicação, neste mo-
mento, de linfadenextomia axilar. Questão 7 dificuldade:
✔ resposta: C Y Dica do professor: Questão bastante específica sobre a
abordagem inicial do melanoma cutâneo. Para responder
Questão 6 dificuldade:
a ela, vamos nos basear nas recomendações propostas
Y Dica do professor: Pacientes com lesões de pele de- pelo Grupo Brasileiro de Melanoma, 2019, de onde as
vem ser investigados para os principais diagnósticos afirmações da questão foram retiradas.
diferenciais, sempre estando alerta para a possibilidade Alternativa A: INCORRETA. A incisão, com margens laterais
de diagnóstico maligno, fazendo-se correlação com da- de 1 a 3 mm, deve incluir TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO.
dos clínicos e fatores de risco individuais permanentes Alternativa B: CORRETA. A biópsia excisional é considerada
ou adquiridos. padrão-ouro no diagnóstico do melanoma e consiste na
A banca nos apresenta um homem de 69 anos, com lesão ressecção completa da lesão da pele (todas as cama-
de evolução lenta (há 3 anos), contendo telangiectasias das). Isso permite a avaliação adequada dos critérios
e, como informação adicional, cita atividade de pesca de microestadiamento, principalmente da profundida-
(podendo associar, assim, alta exposição solar). de de invasão (Breslow), que é o fator mais importante
117
Oncodermatologia Dermatologia
118
Capítulo
HANSENÍASE
10
importância/prevalência
119
Hanseníase Dermatologia
4. TRANSMISSIBILIDADE
120
Hanseníase Cap. 10
5.2. HANSENÍASE TUBERCULOIDE u Este tronco nervoso acometido pode evoluir para um
abscesso, com consequente necrose.
u Ocorre em pacientes que possuem efetiva resposta Th1.
DICA
A resposta Th1 é tão eficiente que ataca o tronco
DICA
O teste de Mitsuda, quando positivo, indica forte nervoso parasitado pelos bacilos, gerando o abcesso.
resposta Th1. Por isso, é um teste prognóstico, e não
diagnóstico. u As lesões de pele típicas desta forma possuem bor-
das avermelhadas bem delimitadas e centro com
u Também apresenta, no máximo, 5 lesões e 1 tronco tendência à resolução. Também ocorre hipoestesia
nervoso acometido. e até anestesia.
121
Hanseníase Dermatologia
DICA DICA
“Madarose” é o termo que indica perda de so- Por haver classificações e subclassificações
brancelhas e não é patognomônico de hanseníase, diferentes, este aspecto da hanseníase Dimorfa rara-
ocorrendo também em outras doenças de pele. mente cai em provas de acesso direto. Só tenha cuidado
com aquelas questões que utilizam as expressões
“sempre” e “nunca”, ok?
5.4. HANSENÍASE DIMORFA
u Uma das formas possíveis da Hanseníase Dimorfa é
u Atenção! Apesar de esta forma ser, muitas vezes, aquela que apresenta lesões em “queijo suíço”: lesões
classificada como multibacilar e, portanto, com baci- elevadas e infiltradas com centro deprimidos, às ve-
loscopia positiva, pode manifestar-se também como zes confluentes.
paucibacilar (e baciloscopia negativa).
DICA
Pense nas lesões desta forma como uma mistura
das formas Tuberculoide e Virchowiana: elas são mal
delimitadas por fora e bem delimitadas por dentro!
122
Hanseníase Cap. 10
DICA
Lembre-se, você só necessita de 1 dos critérios
para ser considerado como caso.
6.1. TESTES E EXAMES COMPLEMENTARES u O Ministério da Saúde recomenda que, para determi-
nar o grau de incapacidade física, deve-se realizar o
u Exames podem auxiliar no diagnóstico (baciloscopia), teste de força muscular e de sensibilidade dos olhos,
no prognóstico (teste de Mitsuda) ou na determina- mãos e pés.
ção de sequelas e incapacidades (testes sensitivos
e motores). DICA
Existe um instrumento específico para testar e
quantificar a perda de sensibilidade da pele, também
DICA
Atenção, a prova vai tentar confundi-lo com isso! utilizado em outras doenças, como a Dermopatia
Não confunda o Teste de Mitsuda da Hanseníase com Diabética. Chama-se “Estesiômetro ou Monofilamento
o Teste de Montenegro da Leishmaniose! de Semmes-Weinstein”.
123
Hanseníase Dermatologia
DICA
As 3 drogas utilizadas são seguras na gestação!
Fonte: Caiafa et al.3
Que boa notícia, não?
u A Prova da Histamina é utilizada para pesquisar per-
da de sensibilidade nas lesões quando os métodos u As drogas vêm em cartelas específicas para o trata-
tradicionais são inconclusivos. mento de hanseníase, contendo os comprimidos a
serem ingeridos diariamente e também 1 vez ao mês.
DICA
Em uma pele normal, o teste da histamina pro-
voca a Tríplice Reação de Lewis, de forma completa.
No entanto, em lesões de hanseníase, a reação ocorre
de forma incompleta, faltando a segunda fase.
124
Hanseníase Cap. 10
DICA
Os pacientes podem tomar as medicações diárias em casa, sozinhos. No entanto, a tomada das doses
mensais deve ser obrigatoriamente supervisionada em uma unidade de saúde.
DICA
8. R EAÇÕES HANSÊNICAS O Fenômeno de Lucio é, às vezes, chamado de
“Reação Hansênica tipo 3”, mas, por muitos autores,
é descrito como um fenômeno à parte. Caracteriza-se
u Cerca de um terço dos pacientes desenvolvem as por uma vasculopatia trombosante dos vasos com
chamas “Reações Hansênicas”. consequente necrose arteriolar. Ocorre pela invasão
u Vários desencadeadores já foram descritos, como: do endotélio vascular pelos bacilos.
gestação, puberdade, vacinas, coinfecções, medica-
mentos e outros.
DICA
Reações Hansênicas podem ocorrer antes,
durante ou após o tratamento. REFERÊNCIAS
125
Hanseníase Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
⮦ Iniciar talidomida via oral. (UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – 2018) Homem de 35 anos
apresenta inapetência, dores articulares, febre não me-
⮧ Suspender a poliquimioterapia multibacilar.
dida, inchaço de extremidades e lesões cutâneas dolo-
⮨ Iniciar prednisona via oral. rosas há 7 dias. Nega comorbidades. AP: trabalhador
⮩ Instaurar poliquimioterapia substitutiva. rural, etilista pesado. EF: ictérico 2+/4, hepatomegalia e
126
Hanseníase Cap. 10
127
Hanseníase Dermatologia
⮩ Possui como principal fator de virulência o antígeno ⮧ A hanseníase tuberculoide manifesta-se clinicamente
glicolipídico (PGL-1), o qual possui alta afinidade pela por poucas lesões infiltradas, com alteração de sen-
célula de Schwann. Por possuir alta afinidade pela sibilidade nas bordas das lesões, o que indica a ativi-
laminina-2 é capaz de invadir células neurais do sis- dade imunológica periférica contra o bacilo.
tema nervoso central e periférico. ⮨ A hanseníase dimorfa é uma manifestação interme-
diária entre a tuberculoide e a virchowiana, podendo
Questão 10
ser classificada como pauci ou multibacilar, conforme
o número de lesões apresentadas.
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SP – 2021) No que ⮩ A hanseníase virchowiana é a forma mais contagio-
se refere aos aspectos clínicos da hanseníase, assinale sa da doença. O paciente acometido por essa forma
a alternativa correta. geralmente não apresenta manchas visíveis. A pele
apresenta-se avermelhada, seca, infiltrada e com po-
⮦ A hanseníase indeterminada é uma manifestação ros dilatados, poupando geralmente o couro cabeludo,
paucibacilar e todos os pacientes passam por essa as axilas e o meio da coluna lombar.
fase no início da doença. Por ser um estágio inicial ⮪ A hanseníase virchowiana apresenta baixa resposta
da doença, apresenta mácula esbranquiçada geral- imunológica contra o bacilo, o que explica a ausência
mente única na pele, sem alteração de sensibilidade de acometimento nervoso e a presença de bacilos nas
ou sudorese. amostras de baciloscopia e no exame histopatológico.
GABARITO E COMENTÁRIOS
Y Dica do professor: Temos um paciente com uma man- Y Dica do professor: A banca, nesta questão, já dá o diag-
cha hipocrômica há 2 anos, de crescimento lento, com nóstico da hanseníase e questiona o aluno sobre classi-
perda de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa, além ficação e tratamento específico.
de espessamento de nervo fibular. Você provavelmente 1. Paucibacilar:
não vai encontrar um caso tão clássico e claro de han- • Hanseníase indeterminada: estágio inicial da doença,
seníase na sua vida. O diagnóstico de hanseníase está com um número de até cinco manchas de contornos
dado. Vamos iniciar o tratamento. Os medicamentos mal definidos e sem comprometimento neural.
são rifampicina, clofazimina e dapsona, com duração • Hanseníase tuberculoide: manchas ou placas de até
média de 6 meses. cinco lesões, bem definidas, com um nervo compro-
✔ resposta: A metido. Pode ocorrer neurite (inflamação do nervo).
2. Multibacilar
Questão 2 dificuldade: .
• Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e placas,
Y Dica do professor: Aqui estamos diante de uma possível acima de cinco lesões, com bordos às vezes bem ou
reação ao uso da poliquimioterapia, sendo que o grupo pouco definidos, com comprometimento de dois ou
de drogas-chave para tratar reações graves é o corticos- mais nervos, e ocorrência de quadros reacionais com
teroide, e a prednisona é a mais comumente utilizada, maior frequência.
pois reduz o processo inflamatório nos nervos. Seu efeito • Hanseníase virchowiana: forma mais disseminada da
terapêutico inicia-se em poucos dias, reduzindo a dor e doença. Há dificuldade para separar a pele normal da
permitindo alguma recuperação da função. Entretanto, danificada, podendo comprometer nariz, rins e órgãos
para obter um máximo benefício e para prevenir que o reprodutivos masculinos. Pode haver a ocorrência
processo inflamatório retorne, o paciente deve tomar o de neurite e eritema nodoso (nódulos dolorosos) na
curso completo de prednisona, que pode ser de doze a pele.
vinte e quatro semanas.
O tratamento difere de acordo com a classificação da
✔ resposta: C seguinte forma:
128
Hanseníase Cap. 10
• Esquema Paucibacilar (PB): nesse caso é utilizada importantes para a vigilância epidemiológica, como é o
uma combinação rifampicina: uma dose mensal de caso da hanseníase.
600 mg + dapsona: uma dose mensal de 100 mg + Alternativa A: INCORRETA. A hanseníase apresenta alta in-
uma dose diária de 100 mg. fectividade, porém baixa patogenicidade. Ou seja, é fácil
• Duração do tratamento: 6 doses mensais supervi- de transmitir, mas não tão fácil de adoecer. A transmissão
sionadas de rifampicina. só ocorre, entretanto, na forma Multibacilar.
• Esquema Multibacilar (MB): rifampicina: uma dose Alternativa B: INCORRETA. Manifestações clínicas, como
mensal de 600 mg + clofazimina: uma dose mensal lesões cutâneas com alteração de sensibilidade, são sufi-
de 300 mg e uma dose diária de 50 mg + dapsona: cientes para realizar a notificação da doença.
uma dose mensal de 100 mg + uma dose diária de Alternativa C: INCORRETA. Para que haja a transmissão do
100 mg. agente etiológico, o paciente deve apresentar a forma
• Duração do tratamento: 12 doses mensais supervi- Multibacilar sem tratamento.
sionadas de rifampicina. Alternativa D: CORRETA. O número de lesões cutâneas
classifica a hanseníase em Pauci ou Multibacilar. O pa-
✔ resposta: D
ciente com até 5 lesões de pele é considerado Pauciba-
cilar, enquanto aquele com mais de 5 lesões é conside-
Questão 4 dificuldade:
rado Multibacilar.
Y Dica do professor: Trata-se de um paciente com han- ✔ resposta: D
seníase, o qual devemos classificar. Ele possui lesões
múltiplas, difusas, com infiltração facial clássica da for- Questão 7 dificuldade:
ma hansênica multibacilar (casos com mais de 5 lesões
de pele). A reação tipo I se caracteriza por apresentar Y Dica do professor: De acordo com o MS, todos os contac-
novas lesões dermatológicas (manchas ou placas), in- tantes devem ser submetidos a exame dermatoneurológico
filtração, alterações de cor e edema nas lesões antigas, completo, contanto que tenham tido contato intradomiciliar
bem como dor ou espessamento dos nervos (neurites). nos últimos 5 anos. O enunciado nos deixa em dúvida, pois,
Já a reação tipo II é manifestada principalmente como caso o contato tivesse sido há mais tempo, não haveria
eritema nodoso hansênico (ENH), que se caracteriza necessidade de investigação. De qualquer forma, a banca
por apresentar nódulos eritematosos e dolorosos, fe- deu como resposta a letra B. Lembre-se também de que,
bre, dores articulares, dor e espessamento nos nervos desde 2020, a quimioprofilaxia com Rifampicina deixou de
e mal-estar generalizado. Geralmente, as lesões antigas ser recomendada, sobrando apenas a vacinação com BCG.
permanecem sem alteração. ✔ resposta: B
✔ resposta: D
Questão 8 dificuldade:
Questão 5 dificuldade:
Y Dica do professor: Estamos diante de um paciente
Y Dica do professor: Questão apresenta um paciente com com placa cutânea de bordos elevados, anestésica, em
fácies leonina da hanseníase virchowiana (placas de limi- membro superior direito. Diante desse quadro é inevi-
tes imprecisos, nódulos nos pavilhões auriculares, ma- tável pensar em hanseníase, principalmente sua forma
darose, entupimento nasal crônico). Além disso, existem tuberculoide, uma vez que esta se apresenta por placas
placas com possíveis alterações de sensibilidade disse- eritematosas, bem delimitadas, de caráter anestésico.
minadas por outras partes do corpo e com baciloscopia Essa condição é ocasionada pelo Mycobacterium leprae.
positiva, caracterizando-o como multibacilar! O tratamen- Ademais, é comum a presença de granulomas à biópsia
to consiste na poliquimioterapia multibacilar, composta cutânea.
por rifampicina, dapsona e clofazimina, por 12 meses. Alternativa A: FALSO. A forma indeterminada é caracteri-
zada por lesões hipocrômicas, tipicamente parestésicas.
✔ resposta: E
Alternativa B: FALSO. Na forma virchowiana há eritema
e infiltração difusamente, com placas eritematosas de
Questão 6 dificuldade:
bordos mal definidos, com baciloscopia positiva.
Y Dica do professor: A prova de preventiva às vezes re- Alternativa C: FALSO. Na forma atípica as lesões são tipi-
quer conhecimentos sobre patologias consideradas camente mal delimitadas.
129
Hanseníase Dermatologia
130
Capítulo
MICOSES CUTÂNEAS
11
importância/prevalência
u Micoses são doenças causadas por fungos, podendo ser superficiais ou profundas.
u Micoses do couro cabeludo podem cursar com perda reversível ou irreversível dos cabelos.
u A medicação clássica para tratamento de micose do couro cabeludo é a griseofulvina.
u O tratamento da pitiríase versicolor (“pano branco”) requer cuidado, já que os medicamentos da classe dos azólicos
são hepatotóxicos.
u Esporotricose tem infecção correlacionada com gatos contaminados.
u Algumas micoses profundas requerem tratamento cirúrgico.
u Micoses são doenças causadas por fungos, seres 2.1. PITIRÍASE VERSICOLOR
eucariontes, uni ou multicelulares com parede celular
constituída de quitina.
u Chamada popularmente de “pano branco”, é causada
u A estrutura morfológica do fungo pode ser filamentosa pela Malassezia furfur.
(por hifas que compartilham citoplasma e núcleo) ou
u a) Quadro clínico: mácula confluente com descamação
leveduriforme (leveduras ou pseudo-hifas, que fazem
fina e FURFURÁCEA. As manchas são brancas pela
brotamento individual).
inibição da produção de melanina causada pelo fungo.
DICA
Alguns fungos são chamados “dimorfos”, porque DICA
Sinal de Zileri ocorre quando o examinador estira
podem apresentar as duas formas, dependendo da
a lesão com os dedos, provocando descamação.
temperatura ambiente.
u Micoses cutâneas são doenças de pele causadas por Figura 1. Pitiríase versicolor.
vários tipos de fungos, podendo ser classificadas em
superficiais ou profundas, de acordo com a profundi-
dade da infecção.
DICA
Micélio é um conjunto de hifas dos fungos.
131
Micoses cutâneas Dermatologia
DICA
Azólicos, por via oral, são hepatotóxicos, dimi-
nuem a eficácia de anticoncepcionais (e vice-versa)
e podem ter absorção prejudicada pela administra-
ção concomitante de medicamentos anti-H2, como
ranitidina.
Fonte: Rossetto.2
Fonte: Marques.4
DICA
A biópsia pode revelar melanina produzida
pelo fungo, por isso o quadro tem como diagnóstico
diferencial nevos e até melanoma. DICA
A Piedra Branca pode ser diferenciada de des-
camação comum do couro cabeludo, ou de caspa, por
ser bem aderida aos fios, não se destacando deles ao
2.3. PIEDRA PRETA
soprá-los.
132
Micoses cutâneas Cap. 11
DICA
A Tinea Microspórica geralmente apresenta lesão
grande e única.
133
Micoses cutâneas Dermatologia
Fonte: Rivitti.5
Fonte: Soutor.8
2.5.3. T
inea unguium (onicomicose)
Fonte: Rivitti.5
134
Micoses cutâneas Cap. 11
3.1. ESPOROTRICOSE
DICA
Não se encontram fungos no exame laboratorial
das dermatofítides.
2.6. CANDIDÍASE
Fonte: Ramos.11
u Causada por fungos do tipo Candida sp, sendo 80% u b) Diagnóstico: biópsia e cultura de material coletado.
dos casos pela Candida albicans.
u Pode acometer cavidade oral, áreas de dobras e genitais.
DICA
u a) Quadro clínico: placas vermelhas e esbranquiçadas No estudo histopatológico são encontrados os
maiores, muitas vezes com lesões satélites menores “corpos asteroides”, corados no centro da imagem abai-
ao redor. xo. Estas formações também podem ser encontradas
em outras doenças como sarcoidose, blastomicose
u b) Tratamento: Nistatina tópica ou fluconazol via oral.
e esquistossomose.
Figura 15. Candidíase oral.
Fonte: Plas.10
135
Micoses cutâneas Dermatologia
DICA
u c) Tratamento: excisão cirúrgica da lesão combinada
Gestantes não podem fazer uso nem de itraco- com administração de antifúngicos.
nazol nem de iodeto de potássio, sendo sua primeira
escolha a anfotericina B.
3.3. LOBOMICOSE (LACAZIOSE OU
BLASTOMICOSE QUELOIDIANA)
Fonte: Talhari.14
Fonte: Talhari.14
136
Micoses cutâneas Cap. 11
Figura 21. Micetoma causado por fungo. 9. Aaron DM. Dermatofítide. Manual MSD. [Internet]; 2018.
[acesso em 16/04/2021]. Disponível em: https://www.msd-
manuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-derma-
tol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-f%C3%BAngi-
cas-da-pele/dermatof%C3%ADtide.
10. Plas RVD. Candidíase oral: Manifestações clínicas e Trata-
mento. [Dissertação – Mestrado em Medicina Dentária]. Porto:
Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade Ferrnando
Pessoa; 2016.
11. Ramos V. Esporotricose óssea: casuística histórica de um
centro de referência em uma região hiperendêmica. [Dis-
sertação – Mestrado em Medicina Tropical]. Rio de Janeiro:
Instituto Oswaldo Cruz; 2018.
12. UNICAMP - Site didático de Anatomia Patolágica, Neuropa-
tologia e Neuroimagem. Blastomicose queloidiana ou de
Jorge Lobo.
Fonte: Sampaio.15 13. Criado PR, Valente NYS, Brandt HRC, Belda Jr W, Halpern I.
Dermatite verrucosa de Pedroso e Gomes (Cromomicose):
u b) Tratamento: Itraconazol (se fúngico) ou Bactrim/ 90 anos depois, ainda entre nós. An Bras Dermatol. 2010;
Cotrimoxazol (se bacteriano), via oral. 85(1): 104-5.
14. Talhari C, Rabelo R, Nogueira L, Santos M, Chrusciak-Talhari A,
Talhari S. Lobomicose. An Bras Dermatol. 2010; 85(2): 239-40.
15. Sampaio FMS. (2015). Micetoma: experiência de 24 anos em
REFERÊNCIAS um hospital de referência do Rio de Janeiro. [Dissertação –
Mestrado em Ciências]. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa
Clínica Evandro Chagas; 2015.
1. Núcleo de Telessaúde Sergipe. Como manejar casos de
pitiríase versicolor com má resposta ao tratamento clínico?
BVS Atenção Primária em Saúde. [Internet]; 2016. [acesso
em 16/04/2021]. Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/
como-manejar-casos-de-pitiriase-versicolor-com-ma-res-
posta-ao-tratamento-clinico/.
2. Rossetto AL, Cruz RCB. Tinea nigra: successful treatment
with topical butenafine. An Bras Dermatol. 2012; 87(6): 939-41.
3. Rodrigues DA, Tomimori J, Floriano MC, Mendonça S. Doenças
causadas por fungos. In: Rodrigues DA, Tomimori J, Floriano
MC, Mendonça S. Atlas de dermatologia em povos indígenas
[online]. São Paulo: Editora Unifesp; 2010. P. 59-80.
4. Marques AS, Richini-Pereira VB, Camargo RMP. White piedra
and pediculosis capitis in the same patient. An Bras Dermatol.
2012; 87(5): 786-7.
5. Rivitti EA. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. 4. ed. São Paulo:
Artes Médicas; 2018.
6. Edisciplinas USP. Micoses Superficiais. [Internet]; 2017.
[acesso em 16/04/2021]. Disponível em: https://edisciplinas.
usp.br/pluginfile.php/3822072/mod_resource/content/1/
Micoses%20superficiais%202017.pdf.
7. Evans C, High W. Skin Diseases in the Elderly: A Color Han-
dbook. Boca Raton: CRC Press; 2011.
8. Soutor C, Hordinsky M. Dermatologia Clínica. Porto Alegre:
Artmed; 2014.
137
Micoses cutâneas Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 3
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – SP – 2022) Homem de 28 anos (HOSPITAL ANGELINA CARON – PR – 2021) Patologia onde as unhas
de idade refere há 1 mês lesões pruriginosas nas virilhas. afetadas tornam-se irregulares, espessadas e curvas. É
Ao exame clínico observa-se eritema e descamação nas mais frequente nos dedos dos pés, principalmente no
regiões inguinais. O exame micológico direto foi positivo hálux. Nas mãos, essa doença é pouco observada. Aco-
para hifas artrosporadas. Qual o diagnóstico? mete geralmente idosos e tende a piorar com a idade.
Está associada a trauma local ou surge secundariamen-
te ao desenvolvimento de exostose subungueal ou de-
vido à hiperextensão crônica do hálux. A placa ungueal
curva-se e perde a orientação para o crescimento. Isto
resulta em crescimento divergente para um lado. Essas
unhas são espessas e duras, e é muito difícil cortá-las.
(Sanches S. R. A, Sanches M. D, Savasi-Rocha P. R. Ci-
rurgia da Unha. In SAVASSI-ROCHA P. R, SANCHES S. R.
A. SAVASSI-ROCHA A. L. Cirurgia de Ambulatório. Rio de
Janeiro: MedBook. 2013)
⮦ Onicomicose.
⮧ Unha em pinça.
⮨ Unha encravada.
⮩ Onicogrifose.
⮪ Paroníquia.
138
Micoses cutâneas Cap. 11
139
Micoses cutâneas Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
Y Dica do professor: Temos nessa questão uma micose Y Dica do professor: Lembre-se que as deformidades geral-
superficial cutâneo-mucosa. O diagnóstico laboratorial mente são consideradas em conjunto com as distrofias,
dessa dermatofitose é realizado pelo exame micológico mas as duas têm discretas diferenças: as deformidades
direto de escamas cutâneas obtidas por raspado das le- são consideradas como grandes alterações na espes-
sões. Os agentes são visualizados como hifas hialinas sura das unhas, enquanto as distrofias são alterações
septadas e artrosporadas. na textura ou composição. Cerca de 50% das distrofias
A tinha crural é uma das dermatofitoses mais frequentes. ungueais são provocadas por infecção fúngica. As outras
É muito pruriginosa, com tendência ao crescimento cen- causas são trauma, anormalidades congênitas, psoríase,
trífuga, inicia-se nas regiões inguino-crurais, podendo-se líquen plano, tumores benignos e, ocasionalmente, câncer.
estender às regiões glúteas, períneo e abdome inferior. Alternativa A: INCORRETA. A onicomicose é uma infecção
Alternativa A: INCORRETA. Tinha negra não é pruriginosa, nas unhas, causada por fungos, que se alimentam da
queratina, proteína que forma a maior parte das unhas,
Alternativa B: CORRETA. Pela topografia e achado no mi-
caracterizadas por unhas deformadas e de cor amare-
cológico direto,
lada ou branca.
Alternativa C: INCORRETA. Cândida é uma levedura
Alternativa B: INCORRETA. No caso da unha em pinça, é
Alternativa D: INCORRETA. Piedra branca é infecção fún- caracterizada pela hipercurvatura da unha no eixo trans-
gica do pelo, rara, causada pelo Trichosporon beigelii. versal, provocando o pinçamento do leito ungueal em
✔ resposta: B sua porção distal, aumentando da porção proximal para
a distal. À medida que a hipercurvatura progride, ocorre
Questão 2 dificuldade:
o surgimento de dor, além de desconforto com o uso de
calçados fechados.
Y Dica do professor: Questão bem simples e direta. Diante Alternativa C: INCORRETA. A unha encravada é caracteri-
de um paciente com queixas de manchas esbranquiçadas zada pela penetração da unha nos tecidos periungueais,
pelo corpo associadas ao aumento de calor e umidade causando normalmente uma reação inflamatória, dor e
(verão), devemos pensar em ptiríase versicolor. A pitiríase limitação funcional.
versicolor é uma infecção fúngica superficial, caracte-
Alternativa D: CORRETA. Como descrito na questão, a oni-
rizada por mudanças de pigmentação da pele, devido à
cogrifose é uma distrofia adquirida onde ocorre espes-
colonização do estrato córneo por um fungo dimórfico,
samento de uma ou mais unhas. Pela falta de cuidados,
lipofílico, da flora normal da pele conhecido como Malas-
aumentando sua extensão, curvam-se como o chifre de
sezia furfur. Pacientes com PV geralmente apresentam
carneiro, são mais escuras e mais grossas do que as
múltiplas lesões no tronco, com regiões intercaladas de
normais, encurvadas, geralmente. Além disso, há cres-
pele normal. As lesões podem também surgir no pesco-
cimento rápido.
ço e extremidades superiores proximais. Essas lesões
podem ser hipo ou hiperpigmentadas, eritematosas ou Alternativa E: INCORRETA. Paroníquia é o nome dado ao
marrom-escuro, justificando a denominação versicolor. processo de inflamação da pele em torno da unha, devido
Na superfície das lesões, encontra-se fina descamação, à “perda” da cutícula, que pode ser causada geralmente
evidenciada pela distensão da pele, sinal que recebeu o pelo hábito de remoção por alicate ou por pequenos trau-
nome de Zileri. Embora algumas vezes ocorra leve pruri- matismos, ou por agentes químicos, não corroborando
do, a queixa dos pacientes relaciona-se com a alteração com a situação exposta.
da cor da pele mais do que com qualquer outro sintoma. ✔ resposta: D
✔ resposta: C
140
Micoses cutâneas Cap. 11
141
Micoses cutâneas Dermatologia
142
Capítulo
PARASITOSES DA PELE
12
importância/prevalência
DICA
1. E SCABIOSE A responsável pelo quadro é a fêmea do Sar-
coptes, que cava túneis na pele e coloca ali os ovos.
u Causada pela fêmea fecundada do Sarcoptes scabiei,
um ácaro de 0,4 mm. Figura 2. Fêmea do Sarcoptes scabiei.
Fonte: Fernandes.2
Fonte: Veasey.1
143
Parasitoses da pele Dermatologia
Fonte: Currie.5
1.2. TRATAMENTO
2. P EDICULOSE
DICA
É a doença conhecida popularmente como piolho
Fonte: Galache.4 da cabeça.
144
Parasitoses da pele Cap. 12
Fonte: Diaz.6
DICA
Como o parasita se alimenta de sangue, sua hipe-
rinfestação pode gerar anemia em crianças. Os ovos do
parasita são chamados de lêndeas e são aderidos aos
Fonte: Babady.8
fios.
u Quadro clínico: lesão sólida pequena, dolorosa e pru-
riginosa.
Figura 7. Lêndeas do Pediculus capitis.
DICA
O parasita penetra sua cabeça na pele para se
alimentar de sangue e mantém o abdome ovopositor
para fora.
Fonte: Bolognia.7
2.1. TRATAMENTO
DICA
Os tratamentos devem ser repetidos em 1 se-
mana e associados à retirada manual de lêndeas.
Fonte: Arranz.9
3. T UNGÍASE
u Tratamento: Extração manual e uso de tiabendazol
sistêmico em casos extensos.
DICA
É a doença conhecida popularmente como bicho
de pé. 4. C IMIDÍASE
u É causada pela Tunga penetrans, a menor pulga (1 mm). u Também chamada de bed bug, é causada pelo per-
cevejo Cimex.
145
Parasitoses da pele Dermatologia
DICA
u b) Tratamento: Anti-histamínicos orais e corticoide
O percevejo costuma habitar as camas das tópico para lesões + inseticida para a cama.
pessoas; portanto, possuem hábitos noturnos.
5. M IÍASE
Figura 10. Percevejo Cimex.
DICA
É a doença conhecida popularmente como “berne”.
Fonte: Elston.10
DICA
As lesões costumam se apresentar próximas Fonte: Muniz.12
umas das outras, ganhando o nome “café-almoço-
-jantar”. 5.1. FORMAS
Fonte: Griffiths.13
Fonte: Ladizinski.11
146
Parasitoses da pele Cap. 12
5.2. TRATAMENTO
Fonte: Guimarães.14
DICA
u Quadro clínico: lesões lineares e serpiginosas, extre- Um achado laboratorial característico é a presença
mamente pruriginosas. de eosinofilia de sangue periférico.
Fonte: Chapman.15
147
Parasitoses da pele Dermatologia
REFERÊNCIAS
148
Parasitoses da pele Cap. 12
QUESTÕES COMENTADAS
149
Parasitoses da pele Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
150
Parasitoses da pele Cap. 12
Questão 2 dificuldade:
Y Dica do professor: A Larva Migrans Cutânea (LMC),
Y Dica do professor: A escabiose, ou sarna, é uma derma- dermatite linear serpiginosa, bicho geográfico e bicho
tose infeciosa ainda muito frequente na população pe- de praia, é uma dermatozoonose causada pela penetra-
diátrica provocada pelo Sarcoptes scabiei var. hominis. ção na pele por larvas dos parasitos Ancylostoma brasi-
Essa condição afeta ambos os sexos, de todas as idades, liense e, mais raramente, por Ancylostoma caninum, que
raças e níveis socioeconômicos. O parasita é exclusivo vivem no intestino delgado de gatos e cães. Quanto ao
do homem, não conseguindo viver mais do que poucas tratamento, o tiabendazol oral tem uma eficácia muito
horas em animais ou em fômites. A doença é contagiosa alta e geralmente é administrado na dose de 25 mg/kg
e é transmitida pelo contato direto interpessoal ou atra- duas vezes ao dia durante 3 dias. O albendazol oral e o
vés do uso de roupas contaminadas. Somente sabendo tiabendazol tópico na forma de creme a 15% também
disso, você já conseguiria marcar como resposta correta
são eficazes, principalmente na fase inicial. Mais recen-
a alternativa A. No entanto, vamos aproveitar as demais
temente, a ivermectina foi usada para tratar LMC em uma
alternativas para lembrar conceitos.
dose única de 150-200 mg/kg.
Alternativa A: CORRETA.
Alternativa A: INCORRETA. Modalidades físicas para LMC,
Alternativa B: INCORRETA. O agente patogênico não sobre-
como crioterapia e excisão cirúrgica, são frequentemente
vive mais que poucas horas fora do organismo humano,
ineficazes, pois a larva está geralmente 1-2 cm à frente
mesmo em fômites, como foi descrito pela dica.
do trato visível e pode ser facilmente perdida, embora
Alternativa C: INCORRETA. A doença tem como caracte-
essas modalidades possam ser apropriadas na gravidez.
rística principal a coceira intensa que, geralmente, piora
durante à noite. A lesão típica da sarna é um pequeno tra- Alternativa B: INCORRETA. Mais recentemente têm rela-
jeto linear pouco elevado, da cor da pele ou ligeiramente tado o uso da ivermectina, porém, não é o tratamento
avermelhado e que corresponde aos túneis sob a pele. de escolha.
Esta lesão dificilmente é encontrada, pois a escoriação Alternativa C: CORRETA. Na pediatria, para larva migrans
causada pelo ato de coçar a torna irreconhecível. cutânea, é recomendado albendazol na dose de 400 mg
Alternativa D: INCORRETA. A sarna norueguesa, ou esca- ou 10 ml da suspensão oral (40 mg/ml) 1 vez por dia por
biose crostosa, é realmente uma variante rara e grave de 3 dias para adultos e crianças acima de 2 anos. Ou 1 vez
escabiose. Corresponde à hiperinfestação por milhões e repetido após 7 dias.
de parasitas e é altamente contagiosa e de difícil trata-
Alternativa D: INCORRETA. As áreas mais afetadas são
mento. Afeta, sobretudo, indivíduos imunodeprimidos,
pés, pernas e nádegas.
sem cuidados de higiene e com precárias condições so-
ciais. No entanto, a doença costuma ser extremamente Alternativa E: INCORRETA. O tratamento antimicrobiano
pruriginosa, ao contrário do que foi dito na alternativa. não é recomendado.
✔ resposta: A ✔ resposta: C
151
Parasitoses da pele Dermatologia
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Parasitoses da pele Cap. 12
153
Fixe seus conhecimentos!
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Capítulo
BULOSES
13
importância/prevalência
155
Buloses Dermatologia
DICA
A dose da prednisona é mantida até a cicatri-
zação completa das lesões!
DICA
Não acomete mucosas!
156
Buloses Cap. 13
DICA
u Histopatológico: mostra clivagem intraepitelial com
Na fase ativa, o sinal de Nikolsky é positivo. células acantolíticas.
W Pênfigo vulgar: suprabasal.
u As complicações mais comuns são as infecções se- W Pênfigo foliáceo: região subcórnea/granulosa ou
cundárias: virais (verrugas, erupção varicelifome de espinhosa.
Kaposi), bacterianas e fúngicas (tineas). u Imunofluorescência direta: evidencia depósitos de IgG
Figura 4. Pênfigo foliáceo – erosões e placas queratósicas. e C3 com padrão intercelular intraepitelial.
W Pênfigo vulgar: predomina nas camadas inferiores
do epitélio (Figura 5).
W Pênfigo foliáceo: presente ao longo de todo o epi-
télio (Figura 6).
Fonte: Levitt.2
2.2.2. Tratamento
DICA
A dose da prednisona é mantida até a cicatri-
zação completa das lesões!
DICA
Ficar atento às complicações secundárias à cor-
ticoterapia sistêmica: osteoporose, diabetes, hiperten-
são arterial, catarata, gastrite, úlcera gastroduodenal,
fraturas patológicas, necrose asséptica da cabeça do
fêmur! Fazer profilaxia dessas complicações!
157
Buloses Dermatologia
Fonte: Aoki.3
158
Buloses Cap. 13
DICA
A dose da prednisona é mantida até cicatrização
completa das lesões, com redução gradual!
DICA
A dermatite herpetiforme não acomete mucosas!
Fonte: Aoki.3
3.2.3. Tratamento
159
Buloses Dermatologia
u Sulfona 100 mg/dia – bom controle da doença cutâ- u Imunofluorescência direta: depósito linear de IgG na
nea, mas não da intestinal. zona da membrana basal (Figura 12).
3.3. E
PIDERMÓLISE BOLHOSA ADQUIRIDA
4. E PIDERMÓLISE BOLHOSA
HEREDITÁRIA
u Histopatológico: bolha subepidérmica com infiltrado u Fragilidade mecânica da pele, com formação de vesí-
inflamatório escasso na forma clássica e intenso na
culas e bolhas tensas, erosões e crostas após traumas
forma penfigoide bolhoso-símile.
mínimos (Figura 13).
160
Buloses Cap. 13
REFERÊNCIAS
161
Buloses Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 2 Questão 5
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – SP – 2021) Homem, 88 (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GOIÂNIA – 2020) Escolar de 7
anos de idade, hipertenso, diabético e com quadro de- anos apresentando em região de face, predominando na
mencial, apresenta há 2 meses placas eritemato-edema- área perinasal, placas eritematosas recobertas por cros-
tosas e bolhas nas axilas, virilha e abdome, com piora ta melicérica de aspecto circinado. Qual o diagnóstico?
progressiva, acompanhadas de prurido. Familiar nega
troca ou introdução de novos medicamentos. As bolhas ⮦ Pênfigo.
têm entre 2 e 5 cm de diâmetro, são tensas e demoram ⮧ Dermatite herpetiforme.
vários dias para se romper. Não apresenta lesões mu- ⮨ Escabiose.
cosas. Qual é o diagnóstico mais provável? ⮩ Impetigo.
⮦ Penfigoide bolhoso.
⮧ Pênfigo foliáceo endêmico. Questão 6
162
Buloses Cap. 13
Questão 7 Questão 10
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DE SÃO PAULO – 2020) Doença vesico- (HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA – 2015) Na fisiopatologia
bolhosa de origem autoimune, causada por anticorpos do Pênfigo Foliáceo, estão presentes anticorpos IgG di-
contra os hemidesmossomos, levando à formação de rigidos contra a seguinte estrutura:
bolhas com clivagem subepitelial. A imunofluorescên-
cia direta mostra deposição linear de IgG na membrana ⮦ Desmogleína 3.
basal. A descrição corresponde a: ⮧ BP180 do hemidesmossoma.
⮨ Desmogleína 1 do desmossoma.
⮦ Eritema multiforme.
⮩ Colágeno tipo VII das fibrilas de ancoragem.
⮧ Líquen plano.
⮪ Nenhuma das alternativas anteriores.
⮨ Epidermólise bolhosa.
⮩ Pênfigo vulgar.
Questão 11
⮪ Penfigoide.
(HOSPITAL CASA DE PORTUGAL – 2019) Lactante de 2 meses e 23
Questão 8 dias deu entrada na emergência do hospital com quadro
de lesões bolhosas dolorosas. Segundo relato da mãe,
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – 2020) Considere um recebeu alta da maternidade com lesões em extremida-
paciente masculino, 50 anos, com aparecimento súbito de com prescrição de mupirocina por 5 dias. Apresentou
de lesões vesico-bolhosas disseminadas em pele e mu- leve melhora porém com aparecimento de novas bolhas,
cosa oral. Foi realizada uma biópsia de pele que demons- procurou unidade de emergência, tratado com benzeta-
trou acantólise suprabasal intraepidérmica. Baseado na cil com menos de 1 mês de idade. Com 1 mês e 15 dias
biópsia, qual o diagnóstico mais provável? retornou à emergência sem melhora do sintoma, tratado
com mupirocina por 5 dias. Com 2 meses e 10 dias retor-
⮦ Pênfigo vulgar. nou à emergência mantendo quadro, tratado com cefale-
⮧ Porfiria cutânea. xina por 10 dias com término há 1 semana. No hospital
⮨ Pênfigo foliáceo. foram coletados exames admissionais. Utilizado saco
coletor para urina, observou-se lesão da pele após sua
⮩ Pênfigo paraneoplásico.
retirada. Ocorreram outras lesões após retirada de aces-
⮪ Dermatite herpetiforme. so salinizado, sendo observada importante fragilidade na
pele (bebê de algodão doce). HPP: mãe g3p3a0, lactante
Questão 9 nascido de 38 sem, parto normal, sorologias negativas,
internado por 5 dias devido a icterícia, sem necessidade
(FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS – 2019) O pênfigo
de fototerapia. Ao exame: lactente em bom estado geral,
foliáceo, também conhecido como fogo selvagem pode
corado, hidratado, responsivo, sorrindo para o examina-
ocorrer de forma endêmica e não endêmica. Sobre essa
dor, brincando, eupneico em ar ambiente, eucárdio. Pele
doença, assinale a alternativa CORRETA.
e fãneros: lesões bolhosas em membros inferiores de
⮦ Na patogenia do pênfigo foliáceo endêmico, devem aproximadamente 2cm de diâmetro no quarto e quinto
ser considerados fatores de ordem ambiental, fatores pododáctilos esquerdos com congruência para dorso do
genéticos e fatores imunológicos que se interatuam pé e em segundo e terceiro quirodáctilos de mão direita
produzindo a enfermidade. com 1 cm. Presença de lesões hipocrômicas em mem-
bros inferiores, tronco e membros superiores. Segundo
⮧ É caracterizado por bolhas tensas, grandes, que apa-
a mãe, lesões cicatriciais após ruptura de bolhas. Qual
recem sobre pele normal ou eritematosa, rompendo
provável quadro?
com facilidade.
⮨ As lesões de mucosa são representadas por bolhas ⮦ Necrólise epidérmica tóxica.
flácidas, formando erosões dolorosas. ⮧ Impetigo bolhoso.
⮩ As lesões iniciais geralmente ocorrem nas regiões ⮨ Síndrome de Stevens-Johnson.
palmoplantares, causando intenso ardor, por isso são
⮩ Epidermólise bolhosa.
conhecidas como fogo selvagem.
⮪ Na histopatologia é observada presença de bolha
subepidérmica.
163
Buloses Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
164
Buloses Cap. 13
165
Buloses Dermatologia
caracterizada pela presença de lesões. As lesões típicas se manifesta com pápulas e vesículas muito pruriginosas
são pápulas eritematosas e os túneis, característicos com distribuição simétrica nas superfícies extensoras
da doença. Ela é causada pelo ácaro sarcoptes scabiei. de cotovelos, joelhos, dorso superior e região sacral
Alternativa D: CORRETA. O impetigo crostoso é uma lesão e NÃO acomete mucosas; o anatomopatológico apre-
causada tanto pelo S. aureus quanto o S. pyogenes, é senta microabscessos neutrofílicos na papila dérmica
extremamente contagiosa e comum na pediatria. A des- (característico), podendo haver clivagem subepidérmica.
crição típica do impetigo é de crostas melirécias na face O lúpus bolhoso ocorre em pacientes com diagnóstico
(região perioral e perinasal), exatamente como descrito. fechado para LES. Manifesta-se com bolhas e placas
urticariformes, pruriginosas, nas flexuras do corpo; o
✔ resposta: D anatomopatológico apresenta bolha subepidérmica
com infiltrado inflamatório intenso. O penfigoide bolhoso
Questão 5 dificuldade: cursa com bolhas grandes e tensas, erupção pruriginosa
e urticariforme, principalmente no abdome inferior, coxas
Y Dica do professor: Escolar com quadro típico de impe-
e flexuras dos membros; o anatomopatológico evidencia
tigo crostoso – maioria dos casos de impetigo, causado
bolha subepidérmica com infiltrado inflamatório (com
por estreptococos do grupo A (a infecção inicial é estrep-
presença de eosinófilos).
tocócica, podendo o estafilococo ser agente infectante
secundário). O impetigo ocorre mais na face e extremi- ✔ resposta: D
dades de crianças e se manifesta como pápulas e pla-
cas eritematocrostosas (crostas milicérias – coloração Questão 7 dificuldade:
parecida com mel), geralmente após pequeno trauma
da pele ou mesmo após picada de insetos. Pode ocorrer Y Dica do professor: A questão apresenta a descrição
sobre doenças prévias da pele, como a dermatite atópi- característica do penfigoide bolhoso! Estamos diante de
ca (contaminação secundária pela bactéria). O pênfigo uma dermatose vesicobolhosa subepidérmica, o que nos
que predomina em crianças é o pênfigo foliáceo de for- faz excluir o pênfigo vulgar – apresenta clivagem intraepi-
ma endêmica (Fogo Selvagem), que é caracterizado por dérmica suprabasal. A epidermólise bolhosa adquirida é
vesículas e bolhas flácidas que se rompem facilmente e causada por autoanticorpos IgG contra o colágeno tipo
geram erosões escamocrostosas, queratósicas, em áreas VII das fibrilas de ancoragem da junção dermoepidér-
seborreicas do corpo (face, couro cabeludo e tronco su- mica – o anatomopatológico e a imunofluorescência
perior). A dermatite herpertiforme ocorre em pacientes direta são iguais ao do penfigoide bolhoso. O eritema
com enteropatia sensível ao glúten (doença celíaca) e se multiforme é uma reação inflamatória geralmente asso-
manifesta com pápulas e vesículas muito pruriginosas ciada à infecção pelo Herpes simplex (aparece cerca de
com distribuição simétrica nas superfícies extensoras de uma semana após lesão labial), mas pode ser causado
cotovelos, joelhos, dorso superior e região sacral. A es- também por medicações. Apresenta lesões de caráter
cabiose é provocada pelo parasita Sarcoptes scabiei e polimorfo: vesículas, bolhas, máculas e pápulas erite-
cursa com lesões muito pruriginosas, com predomínio matosas, de formato anular, com centro violáceo e halo
noturno, em regiões de dobras. róseo separado por um anel pálido (alvo típico) nas ex-
tremidades distais (incluindo palmas e plantas) e face;
✔ resposta: D o anatomopatológico pode apresentar área de clivagem
subepidérmica. O ananatomopatológico do líquen plano
Questão 6 dificuldade: bolhoso evidencia hiperqueratose sem paraqueratose,
acantose em dentes de serra, hipergranulose em cunha,
Y Dica do professor: Ótima questão para revisarmos as
degeneração hidrópica da camada basal, infiltrado linfo-
principais doenças bolhosas cobradas nas provas! Alguns
citário “em faixa” na derme superficial, e queratinócitos
aspectos nos ajudam a chegar ao diagnóstico correto e
apoptóticos (corpúsculos de Civatte).
acertar a questão. Temos um paciente cujo anatomopa-
tológico evidencia clivagem intraepidérmica; logo, esta- ✔ resposta: E
mos diante dos pênfigos. No pênfigo vulgar, a clivagem
é suprabasal e no pênfigo foliáceo ela ocorre na região Questão 8 dificuldade:
subcórnea/granulosa ou espinhosa. Além disso, pênfigo
foliáceo NÃO acomete mucosas! Y Dica do professor: Mais uma questão diferenciando as
buloses pelo anatomopatológico. Acantólise intraepidér-
As outras alternativas correspondem às dermatoses vesi-
mica é igual a pênfigo, e se essa for suprabasal fechamos
cobolhosas subepidérmicas. A dermatite herpertiforme
o diagnóstico de pênfigo vulgar. No pênfigo foliáceo, a
166
Buloses Cap. 13
167
Buloses Dermatologia
Y Dica do professor: Questão que apresenta as principais Y Dica do professor: O pênfigo foliáceo apresenta a for-
características clínicas das bolhosas mais cobradas em ma clássica (pênfigo de Cazenave; predomina acima dos
provas! Boa para revisarmos! 50 anos de idade) e a forma endêmica (fogo selvagem;
O pênfigo foliáceo cursa com vesículas e bolhas flácidas predomina em crianças, adolescentes e adultos jovens)
que se rompem facilmente e geram erosões escamocros- – ocorre na América do Sul (principalmente no Brasil).
tosas, queratósicas, com hiperpimentação residual, em Manifesta-se com vesículas e bolhas flácidas que se
áreas seborreicas (face, couro cabeludo, tronco superior). rompem facilmente e geram erosões escamocrostosas,
Caracteristicamente NÃO acomete mucosas! queratósicas, com hiperpimentação residual, em áreas
seborreicas (face, couro cabeludo, tronco superior). Ca-
O penfigoide bolhoso cursa com bolhas grandes e tensas,
racteristicamente NÃO acomete mucosas! O pênfigo
erupção pruriginosa e urticariforme, principalmente no
vulgar predomina em adultos (40-60 anos de idade) e
abdome inferior, coxas e flexuras dos membros.
acomete regiões da pele semelhantes ao pênfigo foliá-
A dermatite herpertiforme ocorre em pacientes com ceo (couro cabeludo, face), se diferenciando por aco-
enteropatia sensível ao glúten (doença celíaca), se mani- meter também axilas e virilhas, e principalmente pelo
festa com pápulas e vesículas muito pruriginosas com acometimento de mucosas. A imunofluorescência direta
distribuição simétrica nas superfícies extensoras de dos pênfigos é semelhante: depósitos de IgG e C3 com
cotovelos, joelhos, dorso superior e região sacral, e NÃO padrão intercelular intraepitelial; no entanto, no pênfigo
acomete mucosas. vulgar há predomínio nas camadas inferiores do epitélio,
O pênfigo vulgar caracteriza-se por bolhas flácidas dolo- enquanto no pênfigo foliáceo o depósito está presente
rosas que se rompem com facilidade, gerando grandes ao longo de todo o epitélio.
áreas de erosão cutânea recobertas por crostas hemá-
✔ resposta: C
ticas. As lesões se curam sem deixar cicatriz (apenas
discromias). Acomete pele (couro cabeludo, face, axilas
e virilhas) e/ou mucosas.
✔ resposta: D
168
Capítulo
DERMATOSES NÃO INFECCIOSAS
14
importância/prevalência
169
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
DICA
A dor é desproporcional ao tamanho da lesão. 3. G RANULOMA ANULAR
DICA
A úlcera característica apresenta bordas sub-
u Mais comum em crianças e adultos abaixo de 30 anos.
minadas eritematovioláceas. u Etiologia desconhecida, mas pode estar associado a
traumas, picadas de inseto, teste cutâneo tuberculí-
nico, exposição solar.
u Febre, mal-estar, mialgia e artralgia podem ocorrer.
u Pode estar associado a diabetes mellitus, tireoidopa-
u Alguns pacientes podem apresentar forma pustulosa,
tias e sarcoidose.
bolhosa ou vegetante.
u Quadro clínico: pápulas e nódulos assintomáticos,
u Os locais mais acometidos são membros inferiores,
cor da pele/eritematosos agrupados em formato de
abdome, glúteos, face e mama.
“anéis” no dorso das mãos, dedos, pés e superfície
u Diagnóstico: clínico. Histopatologia é inespecífica. extensora de pernas e antebraços (Figura 3).
DICA
u Doença granulomatosa sistêmica mais frequente em
Evitar desbridamento cirúrgico agressivo: pode
mulheres com idade entre 25 e 65 anos.
gerar o fenômeno da patergia, com exacerbação das
lesões!
u Etiologia: desconhecida.
170
Dermatoses não infecciosas Cap. 14
5. S ÍNDROME DE SWEET
Fonte: Daldon.4
5.1. QUADRO CLÍNICO
DICA
Lúpus pérnio é uma variante de sarcoidose que u Febre (> 38º) é o sintoma mais comum; geralmente
acomete áreas afetadas pelo frio (nariz, orelhas, boche- precede as lesões cutâneas.
chas). Não confunda com lúpus eritematoso (Figura 5)! u Mau estado geral, mialgia, artralgia, astenia.
u Pápulas e nódulos eritematovioláceos, dolorosos,
não pruriginosos, com aparência pseudovesiculosa
Figura 5. Lúpus pérnio. e conformação anular (Figura 6).
u Os locais mais acometidos são membros superiores,
face e pescoço.
u Histopatologia: infiltrado neutrofílico intenso e difu-
so na derme.
u Achados laboratoriais: leucocitose periférica com
neutrofilia.
Fonte: Ozcaya.5
171
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
5.2. TRATAMENTO
REFERÊNCIAS
u Corticoides sistêmicos são a primeira escolha.
1. Manual MSD [editorial]. Eritema Nodoso. Manual MSD. [inter-
DICA net]. [acesso em 06 jun 2021]. Disponível em: https://www.
Rápida melhora após o início da corticoterapia msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-der-
sistêmica. matol%C3%B3gicos/hipersensibilidade-e-doen%C3%A7as-
-inflamat%C3%B3rias-da-pele/eritema-nodoso.
u Medicações alternativas incluem iodeto de potássio, 2. Rodríguez-Zúñiga MJM, Heath MS, Gontijo JRV, Ortega-Loyaza
dapsona e colchicina. AG. Pioderma gangrenoso: revisão com ênfase especial na
literatura latino-americana. An Bras Dermatol. 2019; 94(6):
Figura 6. Síndrome de Sweet. 729-43.
3. Manual MSD. [internet]. Granuloma Anular. [acesso em 30
mar 2022]. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/
pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/
hipersensibilidade-e-doen%C3%A7as-inflamat%C3%B3rias-
-da-pele/granuloma-anular?query=Granuloma%20anular.
4. Daldon PEC, Arruda LHF. Granulomas não-infecciosos: sar-
coidose. An Bras Dermatol. 2007; 82(6): 559-71.
5. Ozkaya DB. Violaceous lupus pernio lesion on the nose.
ResearchGate. [Internet]. [acesso em 06 jun 2021]. Disponível
em: https://www.researchgate.net/figure/Violaceous-lupus-
-pernio-lesion-on-the-nose_fig1_221918266.
6. DermatoPatologia. [editorial]. Síndrome de Sweet. Dermato-
Patologia. [internet]. [acesso em 06 jun 2021]. Disponível em:
https://dermatopatologia.com/doenca/sindrome-de-sweet/.
7. Bolognia J, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatology. 3. ed.
Fonte: Dermatopatologia.6
Philadelphia: Elsevier Saunders; 2015.
8. Junior WB, Chiacchio ND, Criado PR. Tratado de Dermatologia.
3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2018.
172
Dermatoses não infecciosas Cap. 14
QUESTÕES COMENTADAS
173
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
Questão 4 Questão 7
(HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE – SE – 2020) Dentre as li- (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – 2018) Ho-
nhas de cuidado na atenção integral à saúde da criança mem de 35 anos de idade, previamente hígido, procura
propostas pelo Ministério da Saúde do Brasil, temos a atendimento no dermatologista por apresentar lesão do-
atenção às doenças prevalentes. Das doenças abaixo, a lorosa em membro inferior direito, salpicada, ulcerada e
única que NÃO é considerada como doença prevalente que progrediu rapidamente. Nega tabagismo e demais
na infância é: queixas. A lesão se iniciou como um nódulo e está re-
presentada na imagem a seguir. Com base no referido
⮦ Diarreias. caso clínico, julgue o item a seguir. Devem ser investiga-
⮧ Dermatoses. das situações como doenças inflamatórias intestinais.
⮨ Tétano neonatal. ( ) Certo.
⮩ Doenças respiratórias. ( ) Errado.
⮪ Sífilis e rubéola congênitas.
Questão 8
Questão 5
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – 2018) Ho-
(HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE – 2019) Homem de 58 anos, mem de 35 anos de idade, previamente hígido, procura
transplantado hepático há 1 ano, referindo quadro de início atendimento no dermatologista por apresentar lesão do-
há 2 semanas de febre baixa diária, astenia importante, lorosa em membro inferior direito, salpicada, ulcerada e
hiporexia, cefaleia holocraniana constante. Em atendimen- que progrediu rapidamente. Nega tabagismo e demais
to no ambulatório, comparece com os seguintes exames queixas. A lesão se iniciou como um nódulo e está re-
laboratoriais: Hb 10,5 / Htc 30% / Leucócitos 126.000 / Pla- presentada na imagem a seguir. Com base no referido
quetas 145.000 / PCR-t 0,2. Após o diagnóstico, o paciente caso clínico, julgue o item a seguir. A maioria dos casos
apresentou durante o tratamento surgimento de lesões clínicos de tal patologia assume a forma ulcerativa.
cutâneas eritematosas papulares, infiltrativas, algumas ( ) Certo.
coalescendo, dolorosas em pescoço e membro superior
( ) Errado.
esquerdo. As lesões foram biopsiadas e demonstraram
infiltrado neutrofílico em derme. Diante disso, assinale a Questão 9
principal hipótese diagnóstica:
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – 2018) Ho-
⮦ Síndrome de Sneddon. mem de 35 anos de idade, previamente hígido, procura
⮧ Síndrome de Stevens-Johnson. atendimento no dermatologista por apresentar lesão do-
⮨ Síndrome de Sweet. lorosa em membro inferior direito, salpicada, ulcerada e
que progrediu rapidamente. Nega tabagismo e demais
⮩ Sarcoidose.
queixas. A lesão se iniciou como um nódulo e está re-
⮪ Eritema nodoso. presentada na imagem a seguir. Com base no referido
caso clínico, julgue o item a seguir. O curso da doença
Questão 6 geralmente é lento.
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – 2018) Ho- ( ) Certo.
mem de 35 anos de idade, previamente hígido, procura ( ) Errado.
atendimento no dermatologista por apresentar lesão do-
lorosa em membro inferior direito, salpicada, ulcerada e Questão 10
que progrediu rapidamente. Nega tabagismo e demais
queixas. A lesão se iniciou como um nódulo e está re- (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – 2018) Ho-
presentada na imagem a seguir. Com base no referido mem de 35 anos de idade, previamente hígido, procura
caso clínico, julgue o item a seguir. Em geral, a referida atendimento no dermatologista por apresentar lesão do-
patologia não é de ordem infecciosa. lorosa em membro inferior direito, salpicada, ulcerada e
que progrediu rapidamente. Nega tabagismo e demais
( ) Certo. queixas. A lesão se iniciou como um nódulo e está repre-
( ) Errado. sentada na imagem a seguir. Com base no referido caso
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Dermatoses não infecciosas Cap. 14
GABARITO E COMENTÁRIOS
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Dermatoses não infecciosas Dermatologia
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Dermatoses não infecciosas Cap. 14
Não confundir com a Leishmaniose cutânea localizada, estado geral do paciente. O objetivo principal é reduzir o
doença infecciosa causada pelos protozoários Leishma- processo inflamatório e promover a cicatrização das feri-
nia amazonensis e L. braziliensis e que cursa com úlcera das, além de reduzir a dor e controlar a doença sistêmica
circular profunda, com bordas infiltradas (emoldurada) causadora. O tratamento de escolha são os corticoides
e fundo granuloso exsudativo, geralmente INDOLOR. sistêmicos. Imunossupressores (ciclosporina, sulfonas,
dapsona, azatioprina) e imunobiológicos podem ser as-
✔ resposta: CERTO
sociados nos casos graves e refratários. É importante
evitar desbridamento cirúrgico agressivo para não gerar
Questão 7 dificuldade:
o fenômeno da patergia com exacerbação das lesões!
Y Dica do professor: O pioderma gangrenoso geralmente ✔ resposta: ERRADO
está associado a doença sistêmica. As principais são as
doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doen- dificuldade:
Questão 11
ça de Crohn), artrites (artrites soronegativas, espondilite
da doença intestinal inflamatória e artrite reumatoide) Y Dica do professor: O pioderma gangrenoso geralmente
e doenças hematológicas (leucemia mieloide aguda e está associado a doença sistêmica. As principais são as
crônica, leucemia de células pilosas, mielodisplasia e doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doen-
gamopatia monoclonal). ça de Crohn), artrites (artrites soronegativas, espondilite
✔ resposta: CERTO da doença intestinal inflamatória e artrite reumatoide)
e doenças hematológicas (leucemia mieloide aguda e
crônica, leucemia de células pilosas, mielodisplasia e
Questão 8 dificuldade:
gamopatia monoclonal).
Y Dica do professor: A forma clássica do pioderma gan-
✔ resposta: B
grenoso é uma úlcera de base purulenta com borda ir-
regular subminada eritematoviolácea. As outras formas
Questão 12 dificuldade:
clínicas são:
Y Dica do professor: O eritema nodoso é uma reação de
1. Bolhosa: bolhas purulentas ou hemorrágicas de hipersensibilidade tardia a vários estímulos antigênicos.
surgimento agudo, na face e MMSS (principalmente Suas causas podem ser: infecções, sarcoidose, doenças
dorso das mãos), que rapidamente necrosam. reumatológicas, doenças inflamatórias intestinais (qua-
2. Pustulosa: múltiplas pústulas que pode regredir sem dro clínico da paciente apresentada na questão), drogas,
deixar cicatriz. gravidez, neoplasias, doenças autoimunes. Manifesta-
3. Superficial granulomatosa/Vegetante: lesão super- -se com nódulos subcutâneos eritematosos, dolorosos,
ficial ulcerada ou vegetante que surge após trauma quentes, simétricos, de início agudo nos membros infe-
ou cirurgia. Ocorre principalmente no tronco. riores – principalmente pré-tibial. Geralmente o paciente
apresenta febre e sintomas constitucionais como fadiga,
✔ resposta: CERTO artralgia, cefaleia.
Alternativa A: INCORRETA. O eritrasma é uma infecção
Questão 9 dificuldade:
bacteriana cutânea causada pelo Corynebacterium mi-
Y Dica do professor: O pioderma gangrenoso se manifes- nutissimum. Manifesta-se como uma mancha eritêma-
ta como uma pápula/nódulo que evoluiu RAPIDAMENTE to-hipercrômica, com descamação fina, irregular, bem
para uma ulceração DOLOROSA de bordas subminadas delimitada, nas áreas intertriginosas. Ocorre principal-
eritematovioláceas, fundo purulento e pode atingir teci- mente em diabéticos e obesos.
dos profundos. Alternativa B: INCORRETA. O impetigo é uma infecção
bacteriana superficial, causada principalmente por es-
✔ resposta: ERRADO
tafilococos e, em menor frequência, por estreptococos
ou uma combinação dos dois. Ocorre mais na face e ex-
Questão 10 dificuldade:
tremidades de crianças. Manifesta-se como placas eri-
Y Dica do professor: O tratamento do pioderma gangre- tematocrostosas (crostas milicérias). Pode ser bolhoso
noso depende do número, tamanho e profundidade das e não bolhoso (maioria dos casos).
lesões, além da avaliação da doença associada e do Alternativa C: CORRETA.
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