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Funções

Funções
Andressa Farias, Gustavo Linhares, Luiza Lanza

1 O que é uma função?

Dado dois conjuntos A e B, chamamos função a relação binária do produto


cartesiano de A por B. O conjunto A é chamado domı́nio e todos os primeiros
elementos do par ordenado pertencem a A. O conjunto B é chamado contradomı́nio
e todos os segundos elementos do par ordenado pertencem a B. Pensando no plano
cartesiano, para cada valor de x, tal que x ∈ A, temos um único valor y para a
função de x.

A representação gráfica abaixo é útil para mostrar que cada elemento de A está
relacionado a um único elemento de B, enquanto o mesmo elemento de B pode
estar conectado a mais de um elemento em A.

Após a função f (x), os dois pontos indicam o domı́nio e a seta indica aponta para o
contradomı́nio. Lê-se: função f de x indo do conjunto dos números reais para os números reais.

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Funções

Nota: A definação de função não é aplicável se:

Se existe um elemento do domı́nio A que está relacionado a mais de um ele-


mento do contradomı́nio B, ou seja, do mesmo elemento de A partem duas flechas
para B:

Se existe um elemento do domı́nio A que não está relacionado a nenhum elemento


do contradomı́nio B:

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Funções

Encontrando valores para uma função: Dada uma função f (x), para en-
contrar valores para a imagem da função, podemos substituir os valores de x na
expressão algébrica.

Exemplo 1: f (x) = 3x + 5

f (1) = 3 × 1 + 5 = 8

f (7) = 3 × 7 + 5 = 26
f (13) = 3 × 13 + 5 = 44

2 Classificações de uma função

2.1. Quanto a sua paridade

2.1.1. Função par: uma função é classificada como função par se, ao mudar
o sinal da abissa para o sinal oposto, o sinal da ordenada do par não se altera.
Dessa forma, uma função é classificada como função par se é simétrica com relação
ao eixo y.
f (−x) = f (x)

A função f (x) = cos(x) é um exemplo de função par.

2.1.2. Função ı́mpar: uma função é classificada como função ı́mpar se, ao
mudar o sinal da abissa para o sinal oposto, o sinal da ordenada do par também
possui sinal oposto.
f (−x) ̸= f (x)

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Funções

A função f (x) = sen(x) é um exemplo de função ı́mpar.

2.2. Quanto a sua injetoriedade e sobrejetoriedade

2.2.1. Função injetora: é aquela cujo cada elemento do contradomı́nio está


relacionado a somente um elemento do domı́nio, i.e., todos os elementos do domı́nio
possuem contradomı́nios distintos.

2.2.2. Função sobrejetora: é aquela em que não existem elementos do con-


tradomı́nio que não estejam relacionados a nenhum elemento do domı́nio. Todos
os elementos de B possuem seu correspondente em A.

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2.2.3. Função bijetora: é aquela que é pode ser classificada simultaneamente


como injetora e sobrejetora.

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Funções

3 Função afim:

Definição 1. A função afim é uma função polinomial do 1º grau, isto é, é


da forma f (x) = ax + b. O gráfico da função afim é uma reta.

Demonstração: Considere uma função do tipo f (x) = ax + b. Sejam três


pontos no gráfico x1 , x2 e x3 . Logo, f (x1 ) = y1 = ax1 + b, f (x2 ) = y2 = ax2 + b e
f (x3 ) = y3 = ax3 + b. Portanto:

y3 − y2 = a(x3 − x2 )

y2 − y1 = a(x2 − x1 )
y3 − y2 y2 − y1
= =a
x3 − x2 x2 − x1

Logo, concluı́mos que quaisquer três pontos da imagem de uma função afim y1 ,
y2 e y3 estão contidos numa mesma reta, pois a inclinação da reta que passa por
esses pontos dois a dois é constante.

4 Função afim na primeira fase da OBMEP:

É chamada de Função Afim toda função polinomial do primeiro grau que


atende certos requisitos, que podem ser explicados da seguinte maneira formal:
• Uma função f : R →− R da forma:

y = f (x) = ax + b
tal que a,b ∈ R.
• Os coeficiente a e b são chamados, respetivamente, de coeficiente angular e
coeficiente linear (ponto de intersecção com o eixo y).
• Todo gráfico de uma função afim é uma reta.
Este tipo de função é extremamente explorado nas questões de primeira fase
da OBMEP, tendo aparecido com frequência nos últimos 5 anos dessa olimpı́ada.
Neste tópico iremos trabalhar em cima de algumas dessas aparições e mostrar
como o conteúdo deve ser abordado.

Problema 2- OBMEP 2022 (Nı́vel 3- 1ª fase):

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Funções

Nesta questão, podemos interpretar as igualdades apresentadas nas alternativas


como funções, ou seja, basta isolar y para obtermos uma igualdade que satisfaça
ou nos direcione até a alternativa correta.
Pelo enunciado, temos que:

0,8x = 0,2y

Assim, basta isolar y:


0,8
y= x = 4x
0,2
Portanto, chegamos no resultado de que y = 4x (Alternativa E)

Problema 5- OBMEP 2019 (Nı́vel 3- 1ª fase):

Neste caso, não usamos muito da teoria de função afim, mas é interessante usar
esta questão como uma maneira de se familiarizar com a notação de função.
2x + 1 2x + 1
f( ) = f (3) ⇐⇒ =3
x−1 x−1
Agora basta isolar o x na igualdade e obtemos que x = 4 Assim, como a função
tem valor equivalente a x1 , concluimos que a resposta é 41 (Alternativa A)

(OBMEP 2016 - N3)A figura mostra um polı́gono ABCDE em que todos os


lados, exceto AE, são horizontais ou verticais e têm os comprimentos indicados na
figura.

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Considere, agora, uma reta vertical distante x do vértice A, com 0 < x ≤ 5. Ela
divide o polı́gono ABCDE em dois polı́gonos, um situado à direita da reta e outro
à esquerda. Considere a função f que associa a cada valor de x o perı́metro do
polı́gono situado à esquerda da reta. Por exemplo, f (3) é o perı́metro do triângulo
AHE, enquanto f (5) é o perı́metro do polı́gono ABCDE.
a) Calcule f (3).
b) Calcule f (5).
c) Escreva as expressões de f (x) para 0 < x ≤ 3 e para 3 < x ≥ 5.
d) Esboce o gráfico da função f .

SOLUÇÃO

a) Como todos os lados são horizontais ou verticais, temos que DH e CB


são verticais, e HB e DC são horizontais, então, DHBC é um retângulo, e com
isso DH = CB → HE + ED = HE + 2 = CB = 6 → HE = 4. Além disso,
HB = DC, então AH = AB − HB = 5 − 2 = 3.

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Por pitágoras, temos que AE 2 = AH 2 + HE 2 → AE 2 = 32 + 42 = 25 → AE =


5, portanto, f (3) é igual ao perı́metro de AEH, que é 3 + 4 + 5 = 12.
b) f (5) vai ser o perimetro de ABCDE, que é AE + ED + DC + CB + BA =
5 + 2 + 2 + 6 + 5 = 20.
c) Primeiro, suponha 0 < x ≤ 3. Seja P o ponto em AB tal que AP = x e
Q o ponto de intercessão de AE e da reta vertical que passa por P . Temos que
f (x) = AP + P Q + QA, e além disso, △AP Q é semelhante ao triângulo △AEH,
pois P Q é paralelo a EH, então
AP AH x 3 4
= → = → PQ = x
PQ EH PQ 4 3
Além disso
AP AH x 3 5
= → = → AQ = x
AQ AE AQ 5 3
Então, f (x) = x + 34 x + 53 x = 4x
Agora, para 3 < x ≤ 5, seja P o ponto em AB tal que AP = x e Q a intercessão
da reta vertical por P com CD. Temos que f (x) = AE + ED + DQ + P Q + P A =
5 + 2 + DQ + P Q + x, mas veja que DQ = HP = x − 3, e que P Q = CB = 6 por
paralelismo, então f (x) = 7 + x − 3 + 6 + x = 2x + 10 quando 3 < x ≤ 5. Logo

4x 0<x≤3
f (x) = 
2x + 10 3 < x ≤ 5
d) Vamos dividir o grafico em 2: Do intervalo (0, 3] e do intervalo (3, 5].
Para o intervalo (0, 3], sabemos que f (x) = 4x é uma função afim, logo, vai ser
uma linha que começa do (0, 4 · 0) = (0, 0) até o (3, 4 · 3) = (3, 12).
Agora, para o intervalo (3, 5], a função f (x) = 2x + 10 também é uma função
afim, então vai ser uma reta que começa no (3, 2·3+10) = (3, 16) até o (5, 2·5+10) =
(5, 20).
Logo, o esboço da função é esse aqui

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Problema 8- OBMEP 2018 (Nı́vel 3- 1ª fase)

Uma primeira olhada


na questão pode fazer parecer que esta é uma questão sobre função quadrática,
porém este não é o caso, se trata de uma questão sobre função afim.
Primeiramente, pode se observar que o ponto A é onde a reta entre os dois
pontos pertencentes a função f (x) = x2 intercepta o eixo y, ou seja, este é o termo
independente, pois f (0) = a ∗ 0 + b = b.
Ou seja, descobrir o valor de p (requisitado pela questão) é equivalente a des-
cobrir o termo independente (b).
Assim, temos que descobrir a função que representa a reta entre os dois pon-
tos mencionados anteriormente. Para descobrir a variação (a) podemos dividir a
variação de y pela variação de x. Sendo f (x) = x2 :

f (3) − f (−2) 9−4 5


a= = = =1
3 − (−2) 3+5 5
Como descobrimos que a = 1,podemos descobrir o valor de b ao substituir a
em um dos pontos, usando o ponto x = −2 temos:

f (−2) = 4 = a(−2) + b
Como a = 1

4 = −2 + b
b=6=p
Portanto, chegamos no resultado de que p = 6(Alternativa C)

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5 Função identidade:

Definição 2. Função identidade é uma função afim definida como f(x)=x.

Perceba que, como a função afim é da forma f (x) = ax + b, para aa função


identidade a = 1 e b = 0. Destacam como propriedades da função identidade sua
bijetoriedade, pois o domı́nio é igual ao contradomı́nio.

Por fim, a principal caracterı́stica do gráfico da função afim é ser a bissetriz


dos quadrantes ı́mpares (1º e 3º) e a tangente da reta é 1 f ′ (x) = 1:

∆y
Observe que ∆x =1

6 Função quadrática:

A função quadrática é uma função caracterizada por ser polinomial do 2° grau,


portanto, há duas raı́zes possı́veis (que podem ser iguais ou não) as quais intersec-
tam o eixo x.

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Definição 3. A função quadrática é definida como toda e qualquer função


de R em R, com a lei do tipo ax2 + bx + c, com a ∈ R∗ e b, c ∈ R.

GRÁFICO

Os pares ordenados da função quadrática, quando são colocados no plano car-


tesiano, formam uma parábola cujo comportamento varia de acordo com os valores
de a, b e c.
• Concavidade:
- Se a > 0 =⇒ Concavidade voltada para cima

- Se a < 0 =⇒ Concavidade voltada para baixo

• Intersecção com o eixo y:


- É pertinente ressaltar que o valor de c é o valor do ponto em que a função
tocará no eixo y uma vez que isso ocorre quando x = 0 =⇒ f (0) = a02 + b0 + c =⇒
f (0) = c
- Se b > 0 =⇒ A parábola intersecta o eixo y no intervalo que é crescente.

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Funções

- Se b < 0 =⇒ A parábola intersecta o eixo y no intervalo que é decrescente.

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Funções

- Se b = 0 =⇒ A parábola intersecta o eixo y no vértice.

RAÍZES

• Bhaskara: Uma forma de descobrir as raı́zes da função é aplicando Bhas-


kara.

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Funções


−b ± ∆
2a

∆ = b2 − 4ac

• Soma e Produto: Uma outra forma de descobrir as raı́zes de uma função


quadrática é aplicando soma e produto. Essa relação entre a soma e o produto
pode ser útil para a resolução mental de equações do 2° grau.

−b
Soma das raı́zes =
a
c
Produto das raı́zes =
a

Exemplo: x2 − 10x + 24 = 0. Agora basta pensarmos em dois números que


somados resulte em 10 e multiplicados resulte em 24. Facilmente, pensamos em 4
e 6, portanto, o conjunto solução é S=4,6.

DEMONSTRAÇ

ÃO: √
x1 = 2a e √x2 = −b−2a
−b+ ∆

−b+ ∆+(−b)− ∆
x1 + x2 = =⇒ x1 + x2 = −2b = −b
2a √ a
√ 2a √ 2 ∆)2
x1 · x2 = ( −b+2a ∆ ) · ( −b−2a ∆ ) =⇒ x1 · x2 = b −(
(2a)2
b2 −(b2 −4ac)
x1 · x2 = 4a2
=⇒ 4a 4ac
2

x1 · x2 = c
a

• Forma fatorada da equação de 2° grau

f (x) = ax2 + bx + c = a(x − x1 )(x − x2 )


Sendo x1 e x2 as raı́zes da função quadrática.

DEMONSTRAÇÃO:
f (x) = ax2 + bx + c = a(x2 + bx a
+ ac ) x1 + x2 = − ab e x1 · x2 = c
a
=⇒ f (x) =
a[x2 − (x1 + x2 )x + x1 · x2 ]
f (x) = a[x2 − x1 · x − x2 · x + x1 · x2 ]
f (x) = a[x(x − x1 ) − x2 (x − x1 )] =⇒ f (x) = a(x − x1 )(x − x2 )

• Análise do ∆:

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Funções

- ∆ > 0 =⇒ A função terá duas raı́zes reais distintas (o gráfico toca em 2


pontos do eixo x).
- ∆ = 0 =⇒ A função terá duas raı́zes reais iguais (o gráfico toca em apenas 1
ponto do eixo x).
- ∆ < 0 =⇒ A função não terá raı́zes reais (o gráfico não toca no eixo x) uma
vez que raı́z de número negativo não pertence a R.

VÉRTICE

• Quando a > 0: Quando a concavidade é voltada para cima, o vértice é o


valor mı́nimo da função.

• Quando a < 0: Quando a concavidade é voltada para baixo, o vértice é o


valor máximo da função.

• Coordenada x do vértice:
−b
xv = −
2a

• Coordenada y do vértice:
−∆
yv = −
4a

DEMONSTRAÇÃO: f (x) = ax2 + bx + c = a · (x2 + bx a


+ ac )
2 2
Acrescentando 4a b
2 − 4a2 :
b

b2 b2
f (x) = a · [(x2 + 2bx 2a
+ 4a 2 ) − ( 4a2 − a )]
c
2
x2 + 2bx
2a
+ 4a b
2 é um quadrado perfeito que pode ser escrito como (x + )
b 2
2a
2 −4ac)
f (x) = a · [(x + 2a b 2
) − ( (b 4a 2 )]
f (x) = a · [(x + 2a ) − ( 4a2 )]
b 2 (∆)
2
f (x) = a · (x + 2a b 2
) − ( (b −4ac)
4a
)

EXERCÍCIOS

Problema 1.(OBMEP 2005 - N3) Um prefeito quer construir uma praça qua-
drada de 10 m de lado, que terá quatro canteiros triangulares de pedra e um
canteiro quadrado de grama, como na figura. O prefeito ainda não decidiu qual
será a área do canteiro de grama, e por isso o comprimento do segmento AB está

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Funções

indicado por x na figura.

a) Calcule a área do canteiro de grama para x = 2.


b) Escreva a expressão da área do canteiro de grama em função de x.

Sabe-se que o canteiro de grama custa 4,00 reais por metro quadrado e os
canteiros de pedra custam 3,00 reais por metro quadrado. Use esta informação
para responder aos dois itens a seguir.

c) Qual a menor quantia que o prefeito deve ter para construir os cinco can-
teiros?
d) Se o prefeito tem apenas 358,00 reais para gastar com os cinco canteiros,
qual é a área do maior canteiro de grama que a praça poderá ter?

SOLUÇÃO

a) Chamaremos o lado do quadrado de l, portanto, a área do canteiro de grama


será l2 , aplicando o teorema de pitágoras: l2 = 22 + (10 − 2)2 =⇒ l2 = 4 + 64 =⇒
l2 = 68m2

b) Seguindo o raciocı́nio do item anterior, sendo A a área (A = l2 ), A =


x2 + (10 − x)2 =⇒ A = x2 + 100 − 2 · 10x + x2 =⇒ A = 2x2 − 20x + 100m2

c) Faremos uma função g(x) para representar a quantia que o prefeito vai
gastar.
- Como o canteiro de grama custa 4 reais, teremos 4 · (2x2 − 20x + 100).
- A área dos canteiros de pedra será a área da praça menos a área dos canteiros
de grama, ou seja, 102 − (2x2 − 20x + 100) = −2x2 + 20x. E como o canteiro de
pedra custa 3 reais, teremos 3 · (−2x2 + 20x)
g(x) = 4 · (2x2 − 20x + 100) + 3 · (−2x2 + 20x) =⇒ g(x) = 8x2 − 6x2 − 80x +

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Funções

60x + 400 =⇒ g(x) = 2x2 − 20x + 400


Essa função é uma função quadrática que possui concavida para cima, portanto
o vértice será o menor custo possı́vel.

∆ [(−20)2 − 4 · 2 · 400)] [400 − 8 · 400]


yv = − =⇒ yv = − =⇒ yv = −
4a 4·2 4·2

(100 − 800) 700


yv = − =⇒ yv = = 350
2 2
Conclui-se, portanto, que a menor quantia que o prefeito deve ter para construir
os cinco canteiros é 350 reais.

d) Sendo A a área da grama, sabemos que o que o prefeito gastará na praça


pode ser expresso por 4A+3(100-A)=4A-3A+300=A+300, ou seja, quanto maior
o custo, maior a área da grama, logo, deve ser utilizado o máximo que o prefeito
pode gastar. 358 = 300 + A =⇒ A = 58m2
Fazendo pela função, obterı́amos o mesmo resultado:
Sabe-se que o valor gasto foi 358 reais, ou seja, g(x) = 358 =⇒ 2x2 −20x+400 =
358 =⇒ 2x2 − 20x + 42 = 0 =⇒ x2 − 10x + 21. Por soma e produto: x=3 ou x=7.
Percebe-se que em ambos os casos, a área do canteiro de grama será: l2 =
32 + 72 =⇒ l2 = 49 + 9 =⇒ l2 = 58m2

Problema 2.(OBMEP 2013 - N3) A figura mostra um triângulo de papel


ABC, retângulo em C e cujos catetos medem 10 cm. Para cada número x tal
que 0 ≥ x ≥ 10, marcam-se nos catetos os pontos que distam x cm do ponto
C e dobra-se o triângulo ao longo da reta determinada por esses pontos. In-
dicamos por f(x) a área, em cm2 , da região onde ocorre sobreposição de pa-
pel. Por exemplo, na figura ao lado a área da região cinzenta, em cm2 , é f(7).

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Funções

a) Calcule f(2), f(5) e f(7).


b) Escreva as expressões de f(x) para 0 ≥ x ≥ 5 e 5 ≥ x ≥ 10.
c) Faça o gráfico de f(x) em função de x.
d) Determine o maior valor possı́vel para a área da região de sobreposição.

SOLUÇÃO

a) f(2): Quando x=2, teremos:

Ou seja, a área da região que ocorre a sobreposição será a área do próprio


triângulo de lado 2cm. Como o triângulo ABC é retângulo em C e a dobra é
paralela ao lado AB, seus catetos são iguais, portanto, CDFE é um quadrado de
lado x cm e a área do triângulo DEF é metade da área do quadrado. Ou seja,

x2
S△ =
2
.
22
f (2) = 2
= 2cm2

52
Analogamente, f (5) = 2
= 25
2
cm2

Página 20
Funções

Quando x=7, a área de sobreposição é igual a SDEF − SGHF .


Perceba que o △DAG é isósceles com DG=DA=10-7=3cm. Como DG=3cm,
2 2
GF=7-3=4cm. Logo, SGHF = 42 e SDEF = 72 .
49 − 16 33
SDEF − SGHF = =⇒ SDEHG = cm2
2 2
33 2
f (7) = cm
2

b) Como já analisado no item anterior, para 0 ≥ x ≥ 5, a área da região


2
sobreposta é a área do próprio triângulo, ou seja, f (x) = x2 .
Já quando 5 < x ≥ 10, a área da região sobreposta será SDEF − SGHF .
DG = 10 − x e F G = x − DG =⇒ F G = x − (10 − x) = 2x − 10 conforme a
imagem abaixo.

x2 (2x − 10)2
SDEF − SGHF = −
2 2
x2 − (4x2 − 40x + 100 −3x2 + 40x − 100
SDEF − SGHF = =
2 2
−3x2
f (x) = 2
+ 20x − 50
2 2
c) Teremos a lei f (x) = x2 de 0 a 5 e f (x) = −3x
2
+ 20x − 50 de 5 a 10. Sendo
a primeira uma parábola de concavidade para cima e a segunda uma parábola de
concavidade para baixo como a figura a seguir.

Página 21
Funções

−3x2
c) O maior valor é o vértice da função f (x) = 2
+ 20x − 50.
yv = − 4a

202 − 4 · (− 23 ) · (−50)
yv = −
4 · (− 32 )
400 − 300 100 50
yv = − = =
−6 6 3
Conclui-se, portanto, que a maior área de sobreposição possı́vel é 50
3
cm2 .

Problema 3.(OBMEP 2011 - N3) Na figura, os lados do triângulo DEF são


paralelos aos lados do triângulo retângulo ABC. Os pontos H, D, F e G estão
alinhados e 0 ≥ x ≥ 5.

Página 22
Funções

a) Calcule o comprimento de GH em função de x.


b) Mostre que CG = F G = 5x 4
cm.
c) Faça o gráfico da área A do triângulo DEF em função de x.

SOLUÇÃO

a) GH é paralelo a AC, portanto os triângulos ABC e BGH são semelhantes.


AC AB 15 20
= =⇒ =
GH BH GH 20 − x
3
GH = · (20 − x)
4

b) Observe a imagem abaixo

△CGJ ≡ △F GI pelo caso LADO-ÂNGULO-ÂNGULO OPOSTO (CJ=FG=x;∠CJG =


∠F IG = 90◦ ; ∠JCG = ∠F GI) =⇒ CG = F G

Página 23
Funções

BC AB 25 20
= =⇒ =
BG BH BG 20 − x
5
BG = · (20 − x)
4
5 5x
CG = BC − BG =⇒ CG = 25 − · (20 − x) =⇒ CG =
4 4
5x
F G = CG =
4

c)
3 5x
DF = GH − DH − F G =⇒ · (20 − x) − x −
4 4

DF = 15 − 3x

DF AC 15 − 3x 15 4
= =⇒ = =⇒ DE = · (15 − 3x)
DE AB DE 20 3

(15 − 3x) · 43 · (15 − 3x) 2


SDEF = =⇒ SDEF = · (225 − 6x + 9x2 )
2 3

SDEF = 6x2 − 4x + 150


A função da área para 0 ≥ x ≥ 5 é f (x) = 6x2 − 4x + 150 representando o
gráfico abaixo.

Página 24
Funções

Problema 4.(OBMEP 2008 - N3) Na figura, o triângulo ABC e o retângulo


PQRS têm a mesma área e a mesma altura 1. Para cada valor de x entre 0 e 1
desenha-se o trapézio ABED de altura x e depois o retângulo PQNM de área igual
à do trapézio, como na figura. Seja f a função que associa a cada x a altura do
retângulo PQNM.

a) Qual é a razão entre AB e PQ?


b) Qual é o valor de f ( 21 )?
c) Ache a expressão de f(x) e desenhe o gráfico de f.

SOLUÇÃO

Página 25
Funções

a)
AB · 1
SABC =
2

SP QRS = P Q · 1

AB · 1 AB
SABC = SP QRS =⇒ = P Q · 1 =⇒ =2
2 PQ

b) AB é paralelo a DE, logo, △CDE ∼ △ABC =⇒ DE


AB
= 1−x
1
=⇒ DE =
AB(1 − x)

(AB + AB − AB · x) · x [AB(2 − x)] · x


SABED = =⇒ SABED =
2 2
[AB(2 − x)] · x
SABED = SP QN M =⇒ = P Q · f (x)
2
[  − x)] · x
AB(2 AB
 2x − x2 f (x)
= · f (x) =⇒ =

2 2 2 2
1 1 1 1 1 3
f (x) = −x2 + 2x =⇒ f ( ) = − 2 + 2 · =⇒ f ( ) = 1 − =
2 2 2 2 4 4

c)

Utilizando a lei encontrada no item ”b”, para 0 ≥ x ≥ 1, teremos o gráfico


abaixo:

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Funções

Problema 5.(Banco de Questões OBMEP 2006) O perı́metro de um retângulo


é 100 cm e a diagonal mede x cm. Qual é a área do retângulo em função de x?

SOLUÇÃO

Seja a, b os lados do retângulo. Sabemos que

• O perı́metro do retângulo é 2(a + b), então 2(a + b) = 100 → a + b = 50.

• A área do retângulo é ab, então nós vamos atrás de calcular isso

• Por pitágora, a2 + b2 = x2

Então, vamos juntar esses 3 itens. Veja que a2 + b2 = (a + b)2 − 2ab, então

x2 − 2500
x = (a + b) − 2ab = 2500 − 2ab →
2 2
= ab
2
x2 −2500
Logo, a área do retângulo é 2

Problema 6.(Banco de Questões OBMEP 2012) Dois triângulos retângulos


isósceles com catetos de medida 2 são posicionados como mostra a Figura 1. A
seguir, o triângulo da esquerda é deslocado para a direita. Nas Figuras 2 e 3, x
indica a distância entre os vértices A e B dos dois triângulos.
Para cada x no intervalo [0, 4], seja f(x) a área da região comum aos dois
triângulos (em cinza nas figuras).

a) Calcule f(1) e f(3).


b) Encontre as expressões de f nos intervalos [0, 2] e [2, 4] e esboce o seu gráfico.

SOLUÇÃO

a) Quando x = 1, a figura formada pela sobreposição dos triângulos maiores é


um triângulo menor, indicado em cinza na figura abaixo.

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Funções

Sua área é a quarta parte da área de um quadrado de lado 1 uma vez que,
como ilustrado abaixo, sendo DE perpendicular a AB, o triângulo ADE também é
retângulo de lados iguais, e sua área é igual a metade da área do quadrado ADEF;
a área do triângulo ADG é então igual a 41 da área do quadrado ADEF. Logo,
f (1) = 14

Quando x = 3, a figura formada pela sobreposição dos dois triângulos é um


pentágono, como na figura abaixo. Como os triângulos têm catetos de medida 2 e
AB = 3, vemos que os catetos se sobrepõem em um segmento de medida 1. Logo,
o pentágono é a união de um quadrado de lado 1 e um triângulo idêntico ao que
consideramos no inı́cio desta questão.

f (3) = 1 + 1
4
= 5
4

b) Para valores de x tais que 0 ≥ x ≥ 2, a figura formada pela sobreposição dos


2
triângulos é o triângulo em cinza na figura abaixo, em que f (x) = x4 , conforme

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Funções

explicado no item ”a”é um 1


4
da área do quadrado de lado x.

Quando 2 < x ≥ 4, a figura formada pela sobreposição dos triângulos é um


pentágono, como ilustrado na figura abaixo.

AC + CD = BD + CD = 2 =⇒ AC + BD + CD + CD = 4 =⇒ x + CD = 4
AC = BD = 2(4x) = x2. Logo, pentágono pode ser decomposto em um
retângulo CDFE de base 4 x e altura CE = AC = x 2 e um triângulo retângulo
isósceles de hipotenusa 4 x.
2 2
f (x) = (4 − x)(x − 2) + (4−x)
4
=⇒ f (x) = 4x − 8 − x2 + 2x + 4 − 2x + x4
2
f (x) = − 3x4 + 4x − 4
Juntando as duas leis de formação, obtemos o gráfico abaixo:

Problema 7.(OBMEP 2021 - N3) Uma lata medindo 20 cm × 10 cm × 10


cm, sem tampa, é sustentada por um suporte, de modo que uma de suas arestas

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Funções

mais curtas fique apoiada no plano horizontal e as arestas mais longas formem um
ângulo de 45ř com o plano horizontal, conforme mostra a figura. Suponha que
um lı́quido seja colocado na lata, até a altura h em relação ao plano horizontal,
também como indicado na figura.

a) Qual é o volume total da lata? √


b) Explique por que a altura máxima que o lı́quido vai atingir é 10 2cm e
calcule o volume de lı́quido na lata quando essa altura é atingida.
c) Faça o gráfico da função V, que fornece o volume V(h) de lı́quido na lata,
em cm3, quando sua superfı́cie está na altura h, em cm.

SOLUÇÕES

a) O volume total da lata será 20 · 10 · 10 = 2000cm3 .

b) A altura máxima é atingida pelo lı́quido quando ele está quase transbor-
dando, ou seja, a hipotenusa do triângulo será máxima (20cm) e por ter uma ângulo
de 45°(triângulo isósceles), os catetos do triângulo retângulo são iguais, logo, sua
202 2
√ √
altura h será h + h = 20 h = 2 =⇒ h = 2 =⇒ h = 2 =⇒ h = 10 2
2 2 2 2 20
√ 20 2

Para calcular o volume de lı́quido na lata, vamos dividir o poliedro em duas


partes conforme a figura abaixo:

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Funções

Um cubo de arestas medindo 10cm + a metade de um cubo de aresta 10 cm,


logo seu volume será 1010 · 10 + 1010·10
2
= 1500cm3

c) Precisamos dividir a questão em dois √ casos:


- Até atingir o vértice F (quando √
h = 5 √2), o lı́quido ocupa um prisma de base
triangular com as arestas medindo h 2Xh 2X10. Para calcularmos √ seu
√ volume,
basta fazer a área do triângulo vezes a altura de 10cm, ou seja, V = h 2·h
2
2
·10 =⇒
V = 10h . Logo, esse intervalo terá uma parábola com concavidade para cima.
2

A partir do ponto F, o lı́quido adicional


√ ocupa um prisma√cuja base é um
retângulo de lados medindo √ 10cm e 10
√ 2cmecujaalturaé(h
√ − 5 2).
Logo, V = 500 + 10 · 10 2 · (h − 5 2) =⇒ V = 100 2h − 500 que é uma função
afim.
Juntando as duas situações, teremos o gráfico abaixo.

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Funções

Problema 9.(Banco de Questões 2019) Na figura a seguir, o quadrado maior


possui área de 1cm2 e o quadrado do meio área M. A área do quadrado menor,
que possui um vértice sobre um lado do quadrado do meio, é N. Qual o valor de
N em função de M?

SOLUÇÃO

Sejam AQ = x, QR = a e AG = s. Como a área do quadrado maior é 1cm2 ,


segue que AD = 1cm. Os triângulos retângulos ARQ e DQP possuem os mes-
mos ângulos, pois ∠AQR = 180◦ ∠P QR∠DQP =⇒ ∠AQR = 90◦ ∠DQP =⇒
∠AQR = ∠DP Q
Como QR = QP, os triângulos DPQ e AQR são congruentes. Assim, AR =
DQ = 1 x. Como QF é paralelo a AR, os triângulos QGF e QAR são semelhantes:
s x−s
=
1−x x

sx = x − x2 − s + sx =⇒ x − x2 = s
Aplicando Teorema de Pitágoras aplicado ao triângulo QAR:

(1 − x)2 + x2 = a2 =⇒ 1 − a2 = 2x − 2x2 =⇒ 1 − M = 2s

1−M 2 M 2 − 2M + 1
N = s2 = ( ) =⇒ N =
2 4

Página 32
Funções

7 Função Composta:

Sejam f : A → B e g : B → C duas funções tais que o contradomı́nio de f é


igual ao domı́nio de g , definimos a função composta de g com f como a função
h = g ◦ f : A → C tal que h(x) = g(f (x)).

Exemplo 1: Sejam f, g : R → R; f (x) = x + 1 e g(x) = 3x + 7 :


g(f (x)) = g(x + 1) = 3(x + 1) + 7 = 3x + 10;
f (g(x)) = f (3x + 7) = (3x + 7) + 1 = 3x + 8 .

Problema 1- OBMEP 2019 (Nı́vel 3 - 1ª fase): Uma função f é tal que


2x + 1 1
f( ) = para todo número x diferente de 0 e 1. Qual é o valor de f (3)?
x−1 x

2x + 1
Como há a aplicação da expressão ( ) na função f , é possı́vel criar a
x−1
2x + 1 1
função g(x) = . Assim, temos um caso de composição tal que f ◦ g(x) = .
x−1 x
Para descobrir o valor de f (3), basta encontrar o valor da função composta para
g(x) = 3:
2x + 1
g(x) = = 3 =⇒ 2x + 1 = 3(x − 1) =⇒ x = 4
x−1
1 1
f ◦ g(x) = =
x 4

Problema 2- OBMEP 2007 (Nı́vel 3- 2ª fase): A calculadora do Dodó


tem uma tecla especial com o sı́mbolo A. Se o visor mostra um número x diferente
de 2, ao apertar a aparece o valor de 2x−3
x−2
.

a) Se o Dodó colocar 4 no visor e apertar A, qual número vai aparecer?

b) Dodó colocou um número no visor e, ao apertar A, apareceu o mesmo


número. Quais são os números que ele pode ter colocado no visor?

c) Dodó percebeu que, colocando o 4 no visor e apertando a duas vezes,


aparece de novo o 4; da mesma forma, colocando o 5 e apertando a duas vezes,
aparece de novo o 5. O mesmo vai acontecer para qualquer número diferente de
2? Explique.

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Funções black

Resolução: a) A operação de Dodó pode ser definida como f (x) = 2x−3


x−2
.
Dessa forma, para x = 4 =⇒ f (3) = 2×3−3
3−2
= 13 = 3

Resolução: b) Por hipótese, temos que f (x) = x; 2x−3


x−2
=x

x2 − 2x = 2x − 3 =⇒ x2 − 4x + 3 = 0

Utilizando soma e produto para resolver a expressão:

x1 + x2 = 4; x1 × x2 = 3

x = (1; 3)
Resolução: c) ao apertar a tecla A duas vezes, a operação realizada é f (x) de
f (x), ou seja, f (f (x)). Por definição, f (f (x)) = 2×f (x)−3
f (x)−2
=x

2× 2x−3
x−2
− 3
2x−3
x−2
−2
4x−6−3×(x−2)
x−2
 
2x−3−2×(x−2)
x−2
 
x
f (f (x)) = =x
1

Observa-se que f(f(x)) é igual a x, mas não é válido para f(2), pois:
2×2−3 1
f (2) = f ( ) = f ( ) =⇒ x∄C
2−2 0

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