Bula Profissional
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cloridrato de tramadol
APRESENTAÇÕES
Embalagens contendo 10 ou 100 cápsulas duras de cloridrato de tramadol 50 mg.
Embalagens contendo 10 comprimidos revestidos de liberação prolongada de cloridrato de tramadol 100 mg.
Embalagens contendo 6 ou 25 ampolas de 1 mL de solução injetável de cloridrato de tramadol 50 mg/mL.
Embalagens contendo 6, 25 ou 100 ampolas de 2 mL de solução injetável de cloridrato de tramadol 50 mg/mL.
Embalagens contendo 1 frasco gotejador com 10 mL de solução de cloridrato de tramadol 100 mg/mL.
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 1 ANO DE IDADE (solução injetável e solução oral).
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula dura contém:
cloridrato de tramadol.........................................................................50 mg
excipiente q.s.p. ..................................................................................1 cápsula dura
Excipientes: celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, estearato de magnésio e dióxido de silício.
1. INDICAÇÕES
Tramadon® (cloridrato de tramadol) e Tramadon® Retard (cloridrato de tramadol) são indicados para tratamento
da dor de intensidade moderada a grave.
2. RESULTADOS DE EFICÁCIA
Estudos Clínicos
O tramadol foi administrado em dose única e oral de 50, 75 e 100 mg a pacientes com dores geradas após
procedimentos cirúrgicos e cirurgias bucais (extração de molares impactados).
Em um modelo de dose única em dor após cirurgia bucal, em muitos pacientes o alívio da dor foi alcançado com
doses de 50 e 75 mg de tramadol. A dose de 100mg de tramadol tende a promover analgesia superior à de 60 mg
de sulfato de codeína, mas não foi tão efetiva como a combinação de 650 mg de ácido acetilsalicílico com 60 mg
de fosfato de codeína.
O tramadol foi estudado em três estudos clínicos controlados, a longo prazo, envolvendo um total de 820 pacientes,
onde 530 deles receberam tramadol. Pacientes com uma variedade de condições de dor crônica foram estudados
em um estudo clínico duplo-cego com duração de um a três meses. Doses diárias médias de aproximadamente 250
mg de tramadol em doses divididas foram geralmente comparáveis a cinco doses diárias de 300 mg de paracetamol
com 30 mg de fosfato de codeína, a cinco doses diárias de 325 mg de ácido acetilsalicílico com 30 mg de fosfato
de codeína ou a duas ou três doses diárias de 500 mg de paracetamol com 5 mg de cloridrato de oxicodona.
População pediátrica
Um total de 579 pacientes pediátricos na faixa etária de 1 a 17 anos, incluindo 320 indivíduos com menos de 5
anos, foram tratados com tramadol administrado por via enteral ou parenteral e forneceram dados de eficácia em
ensaios clínicos patrocinados pelos originadores do tramadol. Destes 579 indivíduos, 209 indivíduos participaram
em ensaios randomizados, duplo-cegos, 40 em um ensaio não controlado duplo-cego, 80 em um ensaio não
controlado, duplo-cego, randomizado, dose única, multicêntrico, 25 em um ensaio aberto randomizado, 65 em um
estudo aberto multicêntrico, 40 em um estudo aberto, multidose, multicêntrico, não comparativo e 7 em uma
avaliação aberta. As
indicações para o tratamento da dor foram dor após cirurgia (frequentemente abdominal) em pelo menos 370
indivíduos, dor após extrações dentárias cirúrgicas em 31 indivíduos, dor devido a fraturas, queimaduras e outros
traumas em até 65 indivíduos e condições dolorosas propensas a requerer tratamento analgésico por pelo menos 7
dias em 113 indivíduos.
Em doses únicas de até 2 mg/kg ou doses múltiplas de até 8 mg/kg por dia (ou 400 mg por dia seja qual for a
menor), a eficácia do tramadol foi superior ao placebo e superior ou igual a nalbufina, petidina ou dose baixa de
morfina.
Investigadores independentes inscreveram mais de 1400 indivíduos na faixa etária de neonatos a 17 anos em
ensaios com tramadol em dose única ou em dose múltipla.
Mais de 500 indivíduos receberam doses múltiplas de tramadol, principalmente na faixa de dose de 1 mg/kg a 2
mg/kg. Estes ensaios confirmaram a eficácia do tramadol sem sinais de que a eficácia pode diminuir ao longo do
tempo nesta população de pacientes.
Ensaio clínico:FO-BM-210:
Desenho: Duplo-cego, não-controlado, investigação clínica do efeito e segurança do tramadol em administração
pediátrica pós-operatória.
Número de pacientes: N=40 e NT=40
Idade: 2-7 anos
Dose de cloridrato de tramadol: Tramadol 1mg/kg; 2 mg/kg, dose única + reinjeção se necessário (máx 6 h)
Via de administração: I.V.
Controle: Não
Objetivo Primário: Estudo para determinar a dose relacionada ao peso para tramadol em faixa etária definida (2-
7 anos).
Resultados: A dose intravenosa do tramadol HCL de 2 mg/kg forneceu eficácia analgésica superior em
comparação à dose de 1 mg/kg.
Publicado em: Schaeffer et al., 1989.
O perfil de segurança de tramadol foi similar em pacientes adultos e pediátricos (idades de 1 a 17 anos). (vide
Seção 8. POSOLOGIA MODO DE USAR).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barsoum. Comparison of the Efficacy and Tolerability of Tramadol, Pethidine and Nalbuphine in Children with
Postoperative Pain. 1995
Boesenberg and Ratcliffe. The respiratory effects of tramadol in children under halothane anaesthesia; 1998
Finkel, et al. An Evaluation of the Efficacy and Tolerability of Oral Tramadol Hydrochloride Tablets for the
Treatment of Postsurgical Pain in Children. 2002
Habre, et al. Comparison of the analgesic efficacy and safety of tramadol and morphine in postoperative pain in
children. 2002
Roelofse and Payne. Oral tramadol: analgesic efficacy in children following multiple dental extractions. 1999
Rose, et al. Oral tramadol for the treatment of pain of 7-30 days' duration in children. 2003
Schaeffer; et al. Nalbuphine and Tramadol for the Control of Postoperative Pain in Children. 1986
3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades Farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: outros opioides. Código ATC: N02 AX02.
O tramadol é um analgésico opioide de ação central. É um agonista puro não-seletivo dos receptores opioides μ
(mi), δ (delta) e κ (kappa), com uma afinidade maior pelo receptor μ (mi). Outros mecanismos que contribuem para
o efeito analgésico de tramadol são a inibição da recaptação neuronal de noradrenalina e o aumento da liberação
de serotonina.
O tramadol tem um efeito antitussígeno. Em contraste com a morfina, as doses analgésicas de tramadol em uma
ampla faixa não apresentam efeito depressor sobre o sistema respiratório. Também, a motilidade gastrintestinal é
menos afetada. Os efeitos no sistema cardiovascular tendem a ser leves. Foi relatado que a potência de tramadol é
1/10 a 1/6 da potência da morfina.
Propriedades Farmacocinéticas
Após administração intramuscular em humanos, tramadol é rápido e completamente absorvido: o pico médio de
concentração sérica (Cmáx) é atingido após 45 minutos, e a biodisponibilidade é quase 100%. Em humanos cerca de
90% de tramadol é absorvido após administração oral (tramadol cápsulas). A meia-vida de absorção é 0,38 ± 0,18
h.
Uma comparação das áreas sob as curvas de concentração sérica de tramadol (AUC) após administração oral e i.v.
mostra uma biodisponibilidade de 68 ± 13% para tramadol cápsulas. Comparado com outros analgésicos opioides
a biodisponibilidade absoluta de tramadol cápsulas é extremamente alta.
Picos de concentração sérica são atingidos após 2 horas da administração de tramadol cápsulas. Após administração
de tramadol comprimidos de liberação prolongada de 100 mg, o pico de concentração plasmática Cmáx = 141 ± 40
ng/mL é atingido após 4,9 h.
A farmacocinética de tramadol comprimidos e solução oral, não é significantemente diferente daquela de tramadol
cápsulas com respeito à extensão da biodisponibilidade como medida pela AUC. Há uma diferença de 10% na Cmáx
entre tramadol cápsulas e tramadol comprimidos. O tempo para atingir a Cmáx foi 1 hora para tramadol solução oral,
1,5 horas para tramadol comprimidos e 2,2 horas para tramadol cápsulas refletindo a rápida absorção das formas
líquidas orais.
O tramadol apresenta uma alta afinidade tecidual (Vd,β (beta) = 203 ± 40 L) e cerca de 20% liga-se às proteínas
plasmáticas.
O tramadol atravessa as barreiras placentária e hematoencefálica. Pequenas quantidades de tramadol e do derivado
O-desmetil são encontradas no leite materno (0,1% e 0,02%, da dose aplicada respectivamente).
A inibição das isoenzimas CYP3A4 e/ou CYP2D6 envolvidas na biotransformação de tramadol pode afetar a
concentração plasmática de tramadol ou seus metabólitos ativos. Até o momento, não foram observadas interações
clinicamente relevantes. O tramadol e seus metabólitos são quase completamente excretados via renal. A excreção
urinária cumulativa é 90% da radioatividade total da dose administrada. A meia-vida de eliminação t1/2,β é de
aproximadamente 6 horas, independentemente do modo de administração. Em pacientes com mais de 75 anos de
idade, pode ser prolongada por um fator de aproximadamente 1,4. Em pacientes com cirrose hepática, as meias-
vidas de eliminação são de 13,3 ± 4,9 h (tramadol) e 18,5 ± 9,4 h (O-desmetiltramadol); em um caso extremo,
determinou-se 22,3 h e 36 h, respectivamente. Em pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina < 5
mL/minuto), os valores foram 11 ± 3,2 h e 16,9 ± 3 h; em um caso extremo 19,5 h e 43,2 h, respectivamente.
A relação entre concentrações séricas e o efeito analgésico é dose-dependente, mas varia consideravelmente em
casos isolados. Uma concentração sérica de 100-300 ng/mL é usualmente eficaz.
População pediátrica
Uma visão geral dos estudos farmacocinéticos em pacientes pediátricos realizados no desenvolvimento do tramadol
é fornecida na Tabela 1.
A farmacocinética do tramadol e do O-desmetiltramadol após administração oral de dose única e de doses múltiplas
a indivíduos com idades entre 7 e 16 anos revelou-se semelhante à dos adultos (vide Tabela 2).
A farmacocinética do tramadol e do O-desmetiltramadol após a administração intravenosa de dose única a
indivíduos com idades entre 1 ano e 8 anos foi geralmente semelhante à dos adultos quando ajustada a dose pelo
peso corporal, com uma maior variabilidade entre indivíduos na população pediátrica (vide Tabelas 1 e 2).
Recomenda-se o uso de uma dosagem relacionada com o peso corporal para a administração de tramadol na faixa
etária de 1 a 12 anos (vide Seção 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Em crianças com menos de 1 ano de idade, a farmacocinética do tramadol e do O-desmetiltramadol foi investigada,
mas não foi totalmente caracterizada. Informações de estudos que incluem essa faixa etária indicam que a taxa de
formação de O-desmetiltramadol via CYP2D6 aumenta continuamente em neonatos. Supõe-se que os níveis adultos
da atividade do CYP2D6 sejam atingidos por volta de 1 ano de idade. Além disso, sistemas de glucuronidação
imaturos e função renal imatura podem resultar em lenta eliminação e acúmulo de O-desmetiltramadol em crianças
com menos de 1 ano de idade. A administração de tramadol a crianças menores de 1 ano não é indicada.
Tabela 1: Estudos clínicos realizados no desenvolvimento com resultados farmacocinéticos para tramadol em
população pediátrica
Administração Adultos
intravenosab Média (SD)
(N=18)
Tramadol
Clot 7,02 (1,61)
[mL/min·kg]
t1/2 [h] 5,73 (1,11)
O-desmetiltramadol
t1/2 [h] 6,65 (0,99)
a
Fontes para os dados de administração oral: grupo etário 7-11 anos e 12-16 anos TRAM-PEDS-001 / TRAM-
PEDS-006; adultos TRAMAP PHI 002, valores normalizados pela dose.
b
Fontes para dados de administração intravenosa: adultos FO-PK395. Os dados são ajustados em cada caso para a
mesma dose de tramadol 2 mg/kg.
Cl/F/w = clearance oral corrigido pelo peso
Clot = clearance total
NA = não disponível
N = número de sujeitos
SD = desvio padrão
t1/2 = meia-vida de eliminação terminal
Em ratos, doses de no mínimo 50 mg/kg/dia de tramadol causaram toxicidade materna e aumento da mortalidade
neonatal. Os problemas com a prole foram distúrbios de ossificação e retardo na abertura vaginal e dos olhos. A
fertilidade masculina e feminina não foi afetada nos estudos toxicológicos necessários para o registro do cloridrato
de tramadol comprimidos de liberação prolongada. Dados publicados sugerem uma influência desfavorável do
tramadol na função sexual e testicular masculina de roedores, resultando em potenciais prejuízos na fertilidade. Em
coelhos, foi relatada toxicidade materna em doses superiores a 125 mg/kg e anomalias esqueléticas na prole.
Em alguns testes in vitro, houve evidência de efeitos mutagênicos. Estudos in vivo não demonstraram tais efeitos.
Até o momento, tramadol pode ser classificado como não-mutagênico.
Foram realizados estudos quanto ao potencial tumorigênico do cloridrato de tramadol em ratos e camundongos. O
estudo em ratos, não demonstrou evidência de aumento na incidência de tumores devido a essa substância. No
estudo em camundongos, houve uma incidência aumentada de adenomas de células hepáticas em animais machos
(aumento dose-dependente, não significativo a partir de 15 mg/kg) e um aumento nos tumores pulmonares em
fêmeas de todos os grupos de doses (significativo, mas não dose-dependente).
4. CONTRAINDICAÇÕES
- Tramadon® (cloridrato de tramadol) e Tramadon® Retard (cloridrato de tramadol) são contraindicados:
- em pacientes que apresentam hipersensibilidade a tramadol ou a qualquer componente da fórmula;
- nas intoxicações agudas por álcool, hipnóticos, analgésicos, opioides ou outros medicamentos psicotrópicos;
- em pacientes em tratamento com inibidores da MAO, ou pacientes que foram tratados com esses fármacos nos
últimos 14 dias;
- em pacientes com epilepsia não-controlada adequadamente com tratamento;
- para uso no tratamento de abstinência de narcóticos.
Gravidez
Estudos em animais revelaram que o tramadol, em doses muito altas, afeta o desenvolvimento dos órgãos,
ossificação e a taxa de mortalidade neonatal. O tramadol atravessa a barreira placentária. Não estão disponíveis
evidências adequadas na segurança de tramadol em mulheres grávidas. Portanto tramadol não deve ser utilizado
durante a gravidez.
O tramadol administrado antes ou durante o trabalho de parto, não afeta a contratilidade uterina. Em neonatos,
pode induzir alterações na taxa respiratória, normalmente de importância clínica não relevante. O uso crônico
durante a gravidez pode levar a sintomas de abstinência no neonato.
5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Tramadon® (cloridrato de tramadol) e Tramadon® Retard (cloridrato de tramadol) devem ser usados com cautela
nas seguintes condições: pacientes com dependência de opioides; com ferimentos na cabeça; choque, distúrbio do
nível de consciência de origem não estabelecida, pacientes com distúrbios da função respiratória ou do centro
respiratório; pressão intracraniana aumentada.
Tramadon® e Tramadon® Retard devem somente ser usados com cautela nos pacientes sensíveis aos opioides.
Foram relatadas convulsões em pacientes recebendo tramadol nas doses recomendadas. O risco pode aumentar
quando as doses de Tramadon® e Tramadon® Retard excederem a dose diária máxima recomendada (400 mg).
Tramadon® e Tramadon® Retard podem elevar o risco de convulsões em pacientes tomando concomitantemente
outras medicações que reduzam o limiar para crises convulsivas. Pacientes com epilepsia, ou aqueles susceptíveis
a convulsões, somente deveriam ser tratados com tramadol sob circunstâncias inevitáveis.
Tramadon® e Tramadon® Retard apresentam um baixo potencial de dependência. No uso em longo prazo, pode-
se desenvolver tolerância e dependência física e psíquica. Em pacientes com tendência à dependência ou ao abuso
de medicamentos, o tratamento com Tramadon® e Tramadon® Retard deve ser realizado somente por períodos
curtos e sob supervisão médica rigorosa.
Tramadon® e Tramadon® Retard não são indicados como substitutos em pacientes dependentes de opioides.
Embora o tramadol seja um agonista opioide, tramadol não pode suprimir os sintomas da síndrome de abstinência
da morfina.
Tramadon® solução oral contém SACAROSE. Pacientes com problemas hereditários raros de intolerância à
frutose, má absorção de glicose-galactose ou insuficiência de sucraseisomaltase não devem tomar este
medicamento.
O cloridrato de tramadol solução oral contém na formulação óleo de rícino que pode causar desconforto abdominal
e diarreia.
Lactação
Durante a lactação deve-se considerar que cerca de 0,1% da dose materna de tramadol é secretada no leite.
Tramadon® não é recomendado durante a amamentação. Geralmente, não há necessidade de interromper a
amamentação após uma única administração de Tramadon® e Tramadon® Retard.
Fertilidade
A vigilância pós-comercialização não sugere um efeito de tramadol sobre a fertilidade (vide informações adicionais
na Seção “3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS”, subitem “Dados de Segurança Pré-Clínicos”).
Este medicamento pode causar dopping.
6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Tramadon® (cloridrato de tramadol) e Tramadon® Retard (cloridrato de tramadol) não devem ser combinados
com inibidores da MAO.
Em pacientes tratados com inibidores da MAO nos 14 dias antes do uso do opioide petidina foram observadas
interações com risco de vida no sistema nervoso central, função respiratória e cardiovascular. As mesmas interações
com inibidores da MAO não podem ser descartadas durante o tratamento com Tramadon® e Tramadon® Retard.
A administração concomitante de tramadol com outros fármacos depressores do sistema nervoso central (SNC),
incluindo álcool, pode potencializar os efeitos no SNC.
Os resultados dos estudos de farmacocinética demonstraram até o momento que na administração prévia ou
concomitante de cimetidina (inibidor enzimático) não é comum ocorrerem interações clinicamente relevantes.
A administração prévia ou simultânea de carbamazepina (indutor enzimático) pode reduzir o efeito analgésico e a
duração da ação.
Tramadon® e Tramadon® Retard podem induzir convulsões e aumentar o potencial de causar convulsões dos
inibidores seletivos da recaptação de serotonina, inibidores da receptação de serotonina e norepinefrina,
antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos e outros fármacos que diminuem o limiar para crises convulsivas (tais
como bupropiona, mirtazapina, tetraidrocanabinol).
O uso terapêutico concomitante de tramadol e drogas serotoninérgicas, tais como inibidores seletivos da recaptação
da serotonina, inibidores da receptação de serotonina-norepinefrina, inibidores da MAO, antidepressivos tricíclicos
e mirtazapina pode causar toxicidade de serotonina. A síndrome da serotonina é possível quando um dos seguintes
é observado:
- clônus espontâneo
- clônus induzível ou ocular com agitação ou diaforese
- tremor e hiperreflexia
- hipertonia e temperatura corporal > 38°C e clônus induzível ou ocular.
Após a interrupção de medicamentos serotoninérgicos, geralmente observa-se uma melhora rápida. O tratamento
depende da natureza e gravidade dos sintomas.
O tratamento com tramadol concomitante com derivados cumarínicos (varfarina) deve ser cuidadosamente
monitorado, devido a relatos de aumento no tempo de protrombina (INR) com maior sangramento e de equimoses
em alguns pacientes.
Outros fármacos inibidores do CYP3A4, tais como o cetoconazol e a eritromicina, podem inibir o metabolismo do
tramadol (N-demetilação) e provavelmente também do metabólito ativo O-demetilado. A importância clínica de
tal interação não foi estudada.
Em um número limitado de estudos a aplicação pré ou pós-operatório do antiemético antagonista 5-HT3
ondansetrona aumentou a necessidade de tramadol em pacientes com dor pós-operatória.
Tramadon® Retard deve ser armazenado em sua embalagem original, conservado em temperatura ambiente (entre
15 e 30 ºC) e protegido da luz e umidade.
O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Tramadon® solução injetável deve ser armazenado em sua embalagem original, conservado em temperatura
ambiente (entre 15 e 30 ºC) e protegidos da luz.
O prazo de validade é de 36 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Após a abertura da ampola, qualquer solução não utilizada deve ser devidamente descartada.
Tramadon® solução oral deve ser armazenado em sua embalagem original, conservado em temperatura ambiente
(entre 15 e 30 ºC) e protegidos da luz.
O prazo de validade é de 36 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Manter o frasco bem fechado. Não deve ser transferido para outra embalagem.
De acordo com os seus cálculos, diluir os conteúdos da ampola de Tramadon® adicionando um diluente adequado
(solução de cloreto de sódio 0,9%, solução de glicose 5% ou solução de ringer lactato), misturar e administrar o
volume calculado da solução diluída. Descartar o excesso de solução para injeção.
Incompatibilidades:
Tramadon® solução injetável demonstrou ser incompatível (imiscível) com soluções injetáveis de diclofenaco,
indometacina, fenilbutazona, diazepam, flunitrazepam, midazolam e trinitrato de glicerol.
Após a abertura da ampola de Tramadon® solução injetável, qualquer solução não utilizada deve ser devidamente
descartada.
Tramadon® cápsulas
Adultos e adolescentes acima de 12 anos de idade:
50 – 100 mg de cloridrato de tramadol a cada 4 ou 6 horas.
Crianças:
Devido a sua alta dosagem, as cápsulas não devem ser utilizadas em crianças abaixo de 12 anos de idade.
Método de administração:
As cápsulas devem ser engolidas inteiras, não partidas ou mastigadas, com líquido suficiente, com ou sem alimento.
Guia para dose relacionada ao peso corporal em crianças a partir de 1 ano de idade
Idade Peso Número de gotas para dose única (1-2
aproximada corporal mg/kg)
1 ano 10 kg 4-8
3 anos 15 kg 6 – 12
6 anos 20 kg 8 – 16
9 anos 30 kg 12 – 24
11 anos 45 kg 18 – 36
Método de administração:
Tramadon® solução oral deve ser tomado com um pouco de líquido puro ou misturado a líquido adoçado, com ou
sem alimento.
Tramadon® Retard
Adultos e adolescentes acima de 12 anos de idade:
A dose inicial é 50-100 mg de cloridrato de tramadol duas vezes ao dia, de manhã e à noite. Se o alívio da dor for
insuficiente, a dose pode ser aumentada até 150 mg ou 200 mg de cloridrato de tramadol duas vezes ao dia.
Crianças:
Devido a sua alta dosagem, os comprimidos revestidos de liberação prolongada não devem ser utilizados em
crianças abaixo de 12 anos de idade.
Método de administração:
Os comprimidos de liberação prolongada devem ser engolidos inteiros, não partidos ou mastigados, com líquido
suficiente, com ou sem alimento.
Tramadon® cápsula e comprimido revestido não devem ser partidos, abertos ou mastigados.
Pacientes Idosos
O ajuste de dose não é usualmente necessário em pacientes até 75 anos sem manifestação clínica de insuficiência
hepática ou renal. Em pacientes idosos acima de 75 anos a eliminação pode ser prolongada. Portanto, se necessário,
o intervalo entre as doses deve ser aumentado de acordo com os requerimentos do paciente.
Duração do Tratamento
Tramadon® não deve sob nenhuma circunstância ser administrado por mais tempo que o absolutamente necessário.
Se for necessário tratamento prolongado da dor devido à natureza e gravidade da doença, então monitoramento
regular e cuidadoso deve ser feito (se necessário com interrupções no tratamento) para estabelecer se e em que
extensão tratamento adicional é necessário.
9. REAÇÕES ADVERSAS
As reações adversas mais comumente relatadas são náusea e tontura, ambas ocorrendo em mais que 10% dos
pacientes. As frequências são definidas como:
Muito comum: ≥10%
Comum: ≥1% e <10%
Incomum: ≥0,1% e<1%
Rara: ≥0,01% e <0,1%
Muito rara: <0,01%
Desconhecida: não pode ser estimada pelos dados disponíveis
Transtornos cardíacos
Incomum: regulação cardiovascular (palpitação, taquicardia). Estas reações adversas podem ocorrer especialmente
no caso de administração intravenosa e em pacientes que estão fisicamente estressados.
Rara: bradicardia.
Investigações
Rara: aumento na pressão sanguínea
Transtornos vasculares
Incomum: regulação cardiovascular (hipotensão postural ou colapso cardiovascular).
Estas reações adversas podem ocorrer especialmente no caso de administração intravenosa e em pacientes que estão
fisicamente estressados.
Transtornos endócrinos
Casos de SIADH (síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético) foram relatados na literatura,
embora uma relação causal para tramadol não tenha sido estabelecida.
Transtornos psiquiátricos
Rara: alucinação, confusão, distúrbios do sono, delírios, ansiedade e pesadelos.
Reações adversas psíquicas podem ocorrer após administração de tramadol, podendo variar individualmente em
intensidade e natureza (dependendo da personalidade do paciente e duração do tratamento). Esses efeitos incluem
alteração no humor (geralmente euforia, ocasionalmente disforia), alterações em atividade (geralmente supressão,
ocasionalmente elevação) e alterações na capacidade cognitiva e sensorial (por ex.: comportamento de decisão,
problemas de percepção).
Pode ocorrer dependência da droga.
Os sintomas das reações de abstinência, similares àquelas ocorrendo durante a retirada de opiáceos, podem ocorrer
como segue: agitação, ansiedade, nervosismo, insônia, hipercinesia, tremor e sintomas gastrointestinais. Outros
sintomas que foram vistos muito raramente com a descontinuação de tramadol incluem: ataques de pânico,
ansiedade grave, alucinações, parestesias, zumbido e sintomas não usuais do SNC (como confusão, ilusões,
despersonalização, desrealização, paranoia).
Transtornos do olho
Rara: miose, midríase, visão turva.
Transtornos gastrintestinais
Muito comum: náusea.
Comum: constipação, boca seca, vômito.
Incomum: ânsia de vômito, desconforto gastrintestinal (uma sensação de pressão no estômago, distensão
abdominal), diarreia.
Transtornos hepatobiliares
Em poucos casos isolados foi relatado aumento nos valores das enzimas hepáticas em associação temporal com
uso terapêutico de tramadol.
10. SUPERDOSE
Sintomas
Em princípio, no caso de intoxicação com tramadol, são esperados sintomas similares aos de outros analgésicos de
ação central (opioides). Estes incluem em particular miose, vômito, colapso cardiovascular, distúrbios de
consciência podendo levar ao coma, convulsões e depressão respiratória até parada respiratória.
Tratamento
Aplicar medidas de emergência gerais. Manter aberta a via respiratória (aspiração), manter a respiração e circulação
dependendo dos sintomas. O antídoto no caso de depressão respiratória é a naloxona. Em experimentos animais a
naloxona não apresentou efeito no caso de convulsões. Em tais casos, deve-se administrar diazepam
intravenosamente.
No caso de intoxicações com as formulações orais, a descontaminação gastrointestinal com carvão ativado ou por
lavagem gástrica é recomendada somente dentro de 2 horas após a ingestão de tramadol. A descontaminação
gastrointestinal mais tarde pode ser útil no caso de intoxicação com quantidades excepcionalmente grandes ou
formulações de liberação prolongada.
Tramadol é minimamente eliminado do soro por diálise ou hemofiltração. Portanto, o tratamento de intoxicação
aguda com Tramadon® e Tramadon® Retard apenas com hemodiálise ou hemofiltração não é apropriado para
desintoxicação.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
III – DIZERESLEGAIS
Reg. MS Nº 1.0298.0261
Farmacêutico Responsável: Dr. José Carlos Módolo - CRF-SP nº 10.446
Fabricado por:
CRISTÁLIA – Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Avenida Nossa Senhora da Assunção, 574 – Butantã – São Paulo/SP
Indústria Brasileira
R_0261_06