Controle de Pragas
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10 SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA, FLORICULTURA E AGROINDSTRIA 01 a 04 de setembro de 2003 Centro de Convenes Fortaleza Cear Brasil
Copyright FRUTAL 2003 Exemplares desta publicao podem ser solicitados : Instituto de Desenvolvimento da Fruticultura e Agroindstria Frutal Av. Baro de Studart, 2360 / sl: 1305 Dionsio Torres Fortaleza CE Site: www.frutal.org.br Tiragem: 150 exemplares EDITOR INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DA FRUTICULTURA E AGROINDSTRIA FRUTAL DIAGRAMAO E MONTAGEM PEDRO MOTA RUA: HENRIQUE CALS, 85 BOM SUCESSO FONE: (85): 484.4328 Os contedos dos artigos cientficos publicados nestes anais so de autorizao e responsabilidade dos respectivos autores. Ficha catalogrfica: Feitosa, Francisco Aliomar Albuquerque. Controle de pragas e doenas de flores e hortalias / Francisco Aliomar Albuquerque Feitosa. Fortaleza: Instituto Frutal, 2003. 222p. 1.Floricultura Praga - Controle. 2. Floricultura Doena Controle. 3. Horticultura Praga Controle. 4. Horticultura- Doena Controle. I. Ttulo. CDD 635.9 CEP: 60.120-002 E-mail: geral@frutal.org.br
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APRESENTAO
A nossa FRUTAL chega a sua 10 edio e com ela atingimos a marca aproximada de 10.000 pessoas capacitadas nos Cursos Tcnicos que anualmente oferecemos. Vrias pessoas tm participado dos Cursos da FRUTAL, destacandose produtores, empresrios, pesquisadores, estudantes, alm do pblico geral visitante que, mesmo sendo de outro ramo de atividade, passou a acreditar na fruticultura irrigada estimulados pelo nosso movimento, que tem feito o Cear se destacar em nvel do cenrio nacional no Agronegcio da Agricultura Irrigada. Procurando deixar registrado todo o contedo tcnico dos Cursos da FRUTAL, temos anualmente editado apostilas como esta, com o contedo de cada tema que so cuidadosamente selecionados para cada FRUTAL, com uma mdia de 10 Cursos por edio. A escolha dos temas para os Cursos da FRUTAL se baseia nas sugestes obtidas das Avaliaes realizadas com os prprios participantes, acrescida de temas de vanguarda como o Curso Produo Integrada de Frutas que estamos promovendo nesta edio. Toda a Programao Tcnica da FRUTAL est direcionada para o tema central que este ano foi eleito Cooperativismo e Agronegcio, tema este em consonncia com a atual poltica do governo federal. Na sua composio temos Cursos, Palestras Tcnicas, Painis, Seminrios Setoriais, Fruns e Eventos Paralelos variados, que referendada por uma Comisso Tcnico-Cientfica formada por ilustres e competentes representantes dos principais rgos, Instituies e Entidades ligados ao setor do Agronegcio da Agricultura Irrigada do Cear, cujas contribuies tm sido essenciais para a qualidade e nvel que atingimos. Nesta edio a comunidade cientfica ter uma programao especial. Acontecer pela primeira vez no Nordeste e terceira vez no Brasil, j em sua 49 edio, a Reunio Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical, evento que dever trazer para o ambiente da FRUTAL cerca de 600 pesquisadores, que apresentaro os mais recentes resultados de trabalhos de pesquisa na rea de Fruticultura, Floricultura e Horticultura. Vale ressaltar tambm neste momento a credibilidade que os Patrocinadores tem da FRUTAL, principalmente da iniciativa privada que cada ano tem tido maior participao, sendo este um veredicto de nossa inteno de estimular, incrementar e consolidar a FRUTAL como uma Feira tipicamente de negcios. Portanto, esperamos com a edio desta Apostila estar contribuindo para o aprimoramento tecnolgico do setor da Fruticultura, Floricultura e Agroindstria do Brasil e em especial do Estado do Cear. Antonio Erildo Lemos Pontes Coordenador Tcnico do Instituto Frutal Diretor Tcnico do Instituto Frutal
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Idealizador da Frutal, Empresrio, Engenheiro Ps-Graduado em Administrao e Negcios. Presidente do SINDIFRUTA e da Frutal, Ex-diretor da PROFRUTAS Associao dos Produtores e Exportadores de Frutas do Nordeste e do IBRAF Instituto Brasileiro de Fruticultura e das Federaes FAEC e FACIC.
Engenheiro Agrnomo, Ps-graduado em Nutrio de Plantas, com especializao em Extenso Rural e Marketing em Israel e Espanha. Diretor Geral do Instituto Frutal e Coordenador Geral da Frutal desde 1998.
Engenheiro Agrnomo com vasta experincia de trabalho voltado para Fruticultura Irrigada, Especializado em Israel em Agricultura Irrigada por Sistema Pressurizado, Membro Efetivo do IBGE/GCEA do Cear, Consultor do SEBRAECE na rea de Agronegcios da Fruticultura, Coordenador Titular do Nordeste no Frum Nacional de Conselhos de Consumidores de Energia Eltrica e Coordenador Tcnico da Frutal desde sua primeira edio em 1994.
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COMISSO TCNICO-CIENTFICA DA FRUTAL 2003 Afonso Batista de Aquino Ana Luiza Franco Costa Lima Antonio Belfort B. Cavalcante Antonio Erildo Lemos Pontes Antonio Vieira de Moura Csar Augusto Monteiro Sobral Czar Wilson Martins da Rocha Daniele Souza Veras Ebenzer de Oliveira Silva Egberto Targino Bonfim Enid Cmara Euvaldo Bringel Olinda Francisco Eduardo Costa Magalhes Francisco Jos Menezes Batista Francisco Marcus Lima Bezerra Francisco Zuza de Oliveira Joo Nicdio Alves Nogueira Jos Carlos Alves de Sousa Jos de Souza Paz Jos dos Santos Sobrinho Jos Ismar Giro Parente Jos Maria Freire Joviniano Silva Jussara Maria Bisol Menezes Leo Humberto Montezuma Santiago Filho Liliane Nogueira Melo Lima Marclio Freitas Nunes Maria do Carmo Silveira Gomes Coelho Paulo de Tarso Meyer Ferreira Raimundo Nonato Tvora Costa Raimundo Reginaldo Braga Lobo Regolo Jannuzzi Cecchettini Rui Cezar Xavier de Lima INSTITUTO FRUTAL SETUR INSTITUTO CENTEC INSTITUTO FRUTAL SEBRAE/CE AEAC DFA/CE AGRIPEC EMBRAPA EMATERCE PRTICA EVENTOS INSTITUTO FRUTAL BANCO DO BRASIL SRH UFC/CCA SEAGRI/CE OCEC/SESCOOP COOPANEI SEAGRI/CE FAEC/SENAR SECITECE SEAGRI/CE DFA/CE FIEC DNOCS SEAGRI/CE CEASA/CE BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A -BNB CREA-CE UFC/CCA SEBRAE/CE INSTITUTO AGROPLOS DO CEAR INCRA/CE
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SUMRIO 1. APRESENTAO DE HORTALIAS.......................................................................7 2. GRFICO DE OCORRNCIA DE DOENAS DO TOMATE NO CEAR................ 8 3. DOENAS FNGICAS DO TOMATE.......................................................................9 4. DOENAS BACTERIANAS DO TOMATE................................................................42 5. DOENAS VIRTICAS DO TOMATE......................................................................78 6. GRFICO DE OCORRNCIA DE PRAGAS DO TOMATE NO CEAR.................. 87 7. PRAGAS DO TOMATE.............................................................................................89 8. PRAGAS E DOENAS DO PIMENTO...................................................................136 9. PRAGAS E DOENS DO REPOLHO.................................................................... 166 10. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................176 11. PRAGAS E DOENAS DE ROSAS........................................................................177 12. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................222 13. CURRCULO DO INSTRUTOR...............................................................................223 14. CURRCULO DO INSTRUTOR...............................................................................224
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1 - APRESENTAO DE HORTALIAS A elaborao deste trabalho, que vem fazer parte de um conjunto de muitas e timas publicaes, tem como finalidade principal fornecer dados sobre as principais pragas e doenas da cultura do Tomateiro (Lycopersicon esculentum, Mill), Pimento (Capsicum annuum) e Repolho (Brassica oleracea) . Para facilitar a identificao de cada praga e doena, procuramos descrever uma a uma, ao mesmo tempo comparando as mais parecidas usando uma linguagem simples, de tal modo que qualquer pessoa possa entender. Vrias fotos so utilizadas para melhor visualizar e permitir um diagnstico mais preciso das doenas e identificar cada praga. Dois pontos so essenciais, quando trabalhamos com pragas e doena, primeiro um diagnstico perfeito e rpido; segundo um programa de controle eficiente. Pensando assim, inclumos recomendaes de controle seja preventivo ou curativo para cada praga e doena, com indicaes de produtos com nome qumico e comercial, doses, volume de calda e cuidados a serem observados. Acompanhando a evoluo no Controle de P&D, apresentamos informaes sobre o uso de Feromnio e Trichogramma. Desejamos, com toda a sinceridade, que o trabalho seja til.
PINTA PRETA Alternaria solani FITFORA OU REQUEIMA Phytophthora ssp SEPTORIORE - Septoria lycopersici ESTENFLIO Stemphylium solani MURCHA BACTERIANA Ralstonia solonacearum NEMATIDES Meloidogyne ssp TALO OCO (Erwinia ssp) NECROSE MEDULAR (Pseudomonas corrugata) MANCHA BACTERIANA (Xanthomonas campestris) CANCRO BACTERIANO (Clavibacter michiganensis)
FRISAMENTO (GEMINIVIRUS: TYLCV OUTROS)
ALTO RISCO
FASE INICIAL
DAT
D T
01 07
14
21
28
35
42
49
56
63
70
77
84
91
98
10 5
11 2
11 9
12 6
DAT = DIAS APS TRANSPLANTE D.T. = DIA DO TRANSPLANTE TOMATE SANTA CLARA = CONSIDERAR AT 112 DAT TOMATE HBRIDO LONGA VIDA = CONSIDERAR AT 126 DAT DOENAS CITADAS = PRESENTES NO ESTADO COM DANOS ECONMICOS
3 - DOENAS FNGICAS DO TOMATE RELAO DOENAS FNGICAS 1 = ANTRACNOSE Colletotrichum ssp 2 = CLADOSPORIOSE Cladosporium fulvum (Fulvia fulvum) 3 = ESCLERCIO OU MURCHA DE ESCLERTIUM Sclerotium rolfsii 4 = ESTENFLIO Stemphylium solani 5 = MURCHA DE ESCLEROTINIA Sclerotinia sclerotiorum 6 = PINTA PRETA OU ALTERNRIA Alternaria solani 7 = REQUEIMA OU FITFORA Phytophthora infestans, Phytophthora capsici, Phytophthora nicotinae, Phytophthora ssp 8 = SEPTORIOSE Septoria lycopersici DOENAS FNGICAS: 1- ANTRACNOSE: AGENTE CAUSAL = Colletotrichum gloesporioides. A antracnose foi por muitos anos a doena mais severa na Ibiapaba. Com o surgimento de fungicidas altamente eficientes, lentamente esse fungo foi sendo erradicado. Atualmente so raros os casos de perda de tomate causada pela antacnose.
Vale observar, que nos ltimos 4 anos (2000 a 2003), a antracnose tem sido o principal fungo do pimento. Sem, no entanto, causar danos no tomateiro. No caso especfico do pimento, temos registrado perdas de at 100% dos frutos. SINTOMAS EM TOMATEIRO: A presena do C. gloeosporioides, no tomateiro, facilmente identificado nos frutos. No caules, flores e frutos so mais raros os sintomas, menos perceptveis e causam menores danos. Nos frutos, principalmente no estdio de incio de maturao, os sintomas iniciais so pequenas manchas circulares levemente profundas. Com a evoluo, a depresso aumenta em profundidade e a mancha cresce em dimetro, apresentando anis concntricos. O centro da mancha apresenta pontos negros que so os microesclerdios dos fungos. CONTROLE Para o controle da antracnose, recomendamos: DEROSAL: 15 ml/20 litros de gua STROBY: 20 ml/20 litros de gua CABRIO TOP = 60 g/20 litros de gua MANAGE = 20 g/20 litros de gua DACOSTAR = 50 g/20 litros de gua ORTHOCIDE = 50 g/20 litros de gua POLYRAM = 60 g/20 litros de gua 2- CLADOSPORIOSE AGENTE CAUSAL Cladosporium fulvum (Fulvia fulvum) A Cladosporiose uma doena nova na Regio da Ibiapaba. As ocorrncias so raras e de pouco ou quase nenhum dano econmico. Vale, no entanto, citarmos sua incidncia em tomate, tendo em vista que, como em outros casos, podero surgir surtos mais significativos, dependendo da evoluo do fungo. O que vai depender de vrios 10
FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS
fatores, tais como: condies climticas, controle efetivo do fungo na sua fase inicial de incidncia , maior ou menor resistncia dos novos hbridos a esse patgeno. Maiores cuidados devem ser tomados quando do cultivo em Estufas. Verificamos um ataque severo do Cladosporium fulvum em cultivo protegido, onde as condies climticas so plenamente favorveis ao seu desenvolvimento. SINTOMAS A presena do Cladosporium fulvum verificada inicialmente nas folhas mais velhas, portanto, seu ataque de baixo para cima. Sua presena tem sido constatada somente nas folhas. O fungo fica localizado na face inferior do limbo foliar. Sua principal caracterstica a formao de manchas de cor marrom claro, de forma irregular, em grande quantidade, em geral mais de 10 manchas por fololo. Na face superior das folhas, surge uma mancha de cor mais clara que o restante da folha, correspondente mancha da face inferior para cada mancha inferior, surge uma igual na face superior, sem apresentar o fungo. A presena do fungo somente na face inferior, sendo uma das causas de passar desapercebido, no incio da infestao. Para diagnosticar rpido, h a necessidade de sempre verificar nas folhas mais velhas, os fololos nas duas faces. CONTROLE A cladosporiose facilmente controlada com Clorotalonil e com alguns Triazis. Ver o programa preventivo de controle de doenas, pgina 41.
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3- ESCLERCIO Outro Nome: Murcha de Esclerotium AGENTE CAUSAL - Sclerotium rolfsii. Mesmo no sendo um fungo muito comum, em algumas regies do Estado do Cear por exemplo Cariri -, alguns prejuzos j foram registrados. Na cultura do Pimento, tem sido o responsvel pela mortalidade de plantios inteiros (com perda de 100% das plantas, antes de iniciar a fase de colheita). O Cultivo de tomate em solos argilosos e com excesso de umidade, ou em reas anteriormente cultivadas com pimento ou tomate, favorecem o surgimento desse patgeno. SINTOMAS Sendo um fungo de solo, os sintomas sero visto no colo da planta ou um pouco acima deste. Inicialmente, o fungo apresenta uma fina camada branca, envolvendo o caule da planta, na parte externa. Internamente, o caule apresenta uma colorao arroxeada, que vai evoluindo em dimenso e colorao ficando prxima a cor marrom. Com a evoluo natural do fungo, os esclerdios surgiro. No caso do Scletorium rolfsii, os esclerdios so numeroso (formando um pequena colnia), em forma de pequenas esferas (muito semelhantes s sementes de repolho) . O Sclerotium rolfsii, pela sua posio de ataque nas plantas (prximo ao colo da plantas, em geral encoberto pelo solo), passa desapercebido principalmente na fase inicial de parasitismo. Somente nos estdios mais avanados quando os vasos de circulao das seivas esto comprometidos promovendo a murcha das plantas (pela impossibilidade de absoro de gua e nutrientes), os sintomas so mais fceis de serem vistos. O murchamento de plantas chama a ateno, demonstrando que algo de anormal est acontecendo no plantio. S ento, o produtor procura orientao tcnica. O diagnstico da Murcha de Esclerotium, inconfundvel pela presena de miclio esbranquiado e de esclerdios esfricos sobre a parte afetada. Plantas infectadas por esse patgeno, podero murchar sem a perda da colorao verde e sem tombamento. As plantas esto aparentemente perfeitas em um dia e no dia seguinte iniciam o processo de murchamento irreversvel, levando morte.
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CONTROLE Em condies de risco - solos argilosos, solos com facilidade de encharcamento, reas antes cultivadas com solanceas, perodo de chuvas e mtodos de irrigao que utilizam grande volume de gua os cuidados devem ser bem maiores. Medidas preventivas precisam ser adotadas, merecendo destaque: - bom preparo do solo, - matria orgnica no mnimo 2,5%, - construo de sulcos de drenagem, - controle de irrigao, evitando excesso de gua - controle qumico preventivo - equilbrio nutricional Para o controle qumico preventivo, pela sua alta eficincia, o PCNB (QUINTOZENE), nome comercial Kobutol 75 PM, o mais recomendado. A aplicao poder ser realizada via sistema de Fertirrigao ou com jato dirigido ao colo das plantas. Utilizar a dosagem de: A. Fertirrigao = 1 a 2 Kg / H a B. Jato dirigido ao colo da planta = 40g/20 litros de gua, aplicar 15 a 20 ml da calda por planta. Em reas de risco elevado, a aplicao poder ser realizado de 2 a 3 dias antes do transplantio, como tratamento de solo. Sendo mais usado a aplicao no colo das plantas, at 5 DAT. Cerca de 2 a 3 pulverizaes, com intervalos de 10 a 15 dias, no colo da planta so suficientes para o controle desse fungo Para o controle do Esclerrio em reas com o fungo j instalado, portanto, com tratamento curativo, usar: I. Pulverizar com jato dirigido ao colo da planta, com Kobutol 75 PM Dosagem = 50 g/ 20 litros de gua. Mnimo de 20 ml/planta da calda 14
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Manter o pulverizador com alta presso Preferencialmente usar bico regulvel Jacto azul. II.Pulverizar , jato dirigido para as folhas, com Score Dosagem = 10 ml/ 20 litros de gua Fazer cobertura total das plantas Usar espalhante adesivo de boa qualidade III.Pulverizao foliar, 3 dias aps a pulverizao com Score, Cercobim700 PM Dosagem = 20 gramas/20 litros de gua Fazer cobertura total das plantas Usar espalhante adesivo de boa qualidade Somente repetir o tratamento quando o fungo voltar a surgir na cultura. Monitorar a cada 10 dias, verificando o colo das plantas. Em geral uma nica aplicao de cada produto controla totalmente, sem reinfestao. MURCHA DE ESCLETORIUM Sclerotium solfsii
ESCLERCIOS NO CAULE
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ESCLERCIOS NO CAULE
4- ESTENFLIO AGENTE CAUSAL = Stemphylium solani O Stemphylium solani tem sido um fungo causador de considerveis prejuzos na Ibiapaba. Alguns fatores tm contribudo para que esse fungo seja considerado como uma das principais doenas da regio, merecendo destaque: a) a rapidez com que o fungo evolui, em trs ou quatros dias ele contamina todas as plantas, de modo extremamente agressivo; b) o estdio das plantas em que o fungo ataca, geralmente aps os 40 DAT; c) a dificuldade de um diagnstico preciso e rpido. Algumas outras doenas so confundidas na fase inicial, com o estenflio. O produtor, em geral, s procura orientao tcnica quando as plantas j esto com mais de um tero das folhas atacadas, dificultando a eficincia dos produtos indicados para o controle, bem como, os prejuzos j so irreversveis. d) perodo climtico o estenflio mais encontrado nas pocas de alta umidade do ar tempo chuvoso, e baixas temperaturas. A eficincia de fungicidas menor, principalmente pela lavagem promovida pelas chuvas em muitos casos, antes mesmo de terminar a aplicao de fungicidas, a chuva chega e promove uma verdadeira lavagem das folhas.
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SINTOMAS O Stemphylium solani um fungo que ataca o tomateiro de forma descendente, isto , de cima para baixo. Logo, pela sua posio de ataque, inicia pela parte mais nova, o topo da planta, descendo de forma rpida e violenta. Por iniciar a infestao nas parte mais nova, portanto, a mais frgil, as plantas sofrem srios danos. As variedades mais sensveis ou Estenflio, so rapidamente destrudas. Para o diagnstico, essa caracterstica (fungo descendente) facilita muito, evitando confundir com outros fungos tendo o cuidado com a semelhana com algumas bactrias. Enquanto a Alternria, a Septoriose e a Cladosporiose atacam de forma ascendente de baixo para cima -, o Estenflio uma doena do topo do tomateiro. A presena desse fungo diagnosticada pela presena de numerosas e pequenas pintas nas duas faces dos fololos. As manchas tem cor escura e so de forma circulares, mas irregulares(por vezes circulares, noutras alongadas). A mancha de Estenflio tem a cor mais clara no centro, do que nas bordaduras. Nos estdios mais avanados, o centro da mancha apresenta furo. O fungo causador do Estenflio, especfico das folhas. Os frutos, caules e flores no apresentam sintomas. Em um mesmo fololo, podero ser encontrados manchas com e sem furos. CONTROLE Para o controle eficiente do Estenflio, de primordial importncia o diagnstico logo no aparecimento dos primeiros sintomas. Da, a vistoria peridica do topo das plantas ser muito importante, principalmente nos perodos chuvosos. O fungo facilmente eliminado com uso de fungicidas do grupo qumico dos triazis, com a ajuda de clorotalonil. Exemplos de fungicidas com alta eficincia para o controle de Estenflio: Caramba (Metconazole), Sialex (Procimidone), Dascostar e Isatalonil (Clorothalonil). Estrobilurinas
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Os tomates Santa Clara, bem como alguns hbridos so muito sensveis a esse fungo, merecendo maior ateno quando forem cultivadas. Exemplos de hbridos sensveis: Sculus, Monalisa, Carmen. Muitos dos Hbridos Longa Vida so resistentes ao Estenflio, sendo o mtodo mais prtico para o controle da doena. Exemplos de Tomates resistentes: BS 9271 (Red Cheef) e Thomas. O cultivo de tomates resistentes, no entanto, fica limitado por vrios fatores, sendo os principais: a) Baixa produtividade, Exemplo do Thomas. b) No adaptabilidade ao cultivo de campo, Ex. BS 9271. c) No aceitao dos frutos no mercados, por serem frutos pequenos ou frutos de moles (sem resistncia ps-colheitas). d) Sensibilidade rachaduras de frutos em condies climticas adversas chuvoso). O tomate Red Chif (BS 9271) tem timo comportamento em cultivo em estufa. MANCHA DE ESTENFLIO - Stemphylium solani (perodo
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MANCHAS COR
5- MURCHA DE ESCLEROTINIA - OUTROS NOMES: ESCLERTIUM MOFO BRANCO PODRIDO DE ESCLEROTINIA AGENTE CAUSAL Sclerotinia sclerotiorum
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A Murcha de Esclerotium no uma doena comum na Ibiapaba, sendo mesmo raros os casos. No entanto, na regio do Cariri sul do Cear -, tornou-se em pouco tempo, uma doena causadora da mortalidade de muitas plantas. Sendo, em alguns casos, o problema principal dentre as doenas fngicas do incio do cultivo. SINTOMAS O fato da planta atacada murchar, poder, em um primeiro momento, confundir tal sintoma com outras murchas, principalmente a murcha bacteriana. Com a observao mais detalhada, uma diferena bsica entre a murcha de esclerotium e as demais murchas, a presena do fungo na base do caule. De cor branca, o miclio, cresce rapidamente sobre a regio infectada, recobrindo parcialmente a regio afetada. O caule apresenta colorao marrom (de claro a escuro), crescendo de forma ascendente. A regio do caule infectada, apresenta dimetro menor que a rea sadia. Com o progresso da doena, podero ser encontrados os esclerdios que so a frutificao do fungo de forma irregular e colorao preta, podem ser encontrados dentro ou fora do caule. A murcha total da planta verificada logo no incio dos primeiros sintomas: escurecimento do caule e formao de miclio. Aps iniciar o processo de murchamento, a doena irreversvel e rapidamente mata a planta. Os maiores danos so verificados no incio do plantio, geralmente com as plantas no estdio inicial de crescimento, at os 30 DAT. Solos pesados argilosos e com alta umidade, favorecem o surgimento e desenvolvimento do fungo. CONTROLE Mesmo sendo um fungo causador de rpida destruio do tomate, podemos classificar como sendo de controle relativamente fcil. Para no fugir regra, o diagnstico feito logo no aparecimento dos primeiros sintomas, de alta importncia para o rpido controle. A aplicao dos fungicidas, nesse caso, dever ser dada a seguinte ateno:
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a) Quando for usar produto de contato, direcionar o jato para o local da infestao, geralmente no colo da planta, at altura de 20 cm; b) Quando for aplicao de fungicidas sistmico, direcionar o bico do pulverizador para o colo das plantas e para as folhas. Proporcionando uma cobertura a total de toda a planta. c) Sempre que for controlar fungos com fungicidas sistmicos, misturar um fungicida protetor. Para controlar rapidamente o Esclerotium, so de alta eficincia os fungicidas : 1- Kobutol, = 80 g 2- Sialex, = 20 g 3- Rovral, = 30 ml 4- Orthocide = 50 g 5- Doses para 20 litros de gua. Como medidas auxiliares de controle, aconselhamos: a) Diminuio da umidade do solo, com suspenso total; ou parcial da irrigao; b) Suspender adubao nitrogenada, at o total desaparecimento do fungo; c) Erradicar plantas afetadas, retirando de dentro da rea cultivada. Sempre utilizando um saco para por as plantas doentes evitando espalhar o fungo por toda a rea plantada. d) Sempre que for realizar amontoa, aplicar antes um fungicida protetor.
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6 PINTA PRETA OUTROS NOMES ALTERNRIA QUEIMA DA SAPATA QUEIMA DO TOMATE MANCHA DO TOMATE AGENTE CAUSAL: Alternaria solani A Pinta Preta a doena fngica principal do tomateiro, estando presente em todas as regies do Estado do Cear. Tem sido por muitos anos o fungo causador dos maiores custos no controle de doenas. Muitas perdas de produo podem ser debitadas na conta da alternria. A pinta preta no obedece a nenhuma regra: a) De clima ataca o tomateiro nos perodos de inverno (poca de chuvas) e vero (perodo do ano sem chuva). Portanto, uma doena de todo o ano, com maior incidncia nos perodos de chuva, onde as condies climticas favorecem, no somente a este fungo, mas a todas as outras doenas. b) De Variedade - independente de ser tomate de crescimento determinado ou indeterminado. Sendo tomate Santa Clara ou do grupo de Hbridos Longa Vida. Todas sofrem as mesmas infestaes desse fungo. c) De Estdio da Planta em qualquer fase: crescimento, florao ou frutificao, a presena da pinta preta pode ser detectada, com maior ou menor grau de dano econmico; f) De Parte da planta afetada diferente de outras doenas fngicas (Ex. septoriose, estenflio e murcha de esclerotium), a pinta preta afeta toda a parte area do tomateiro: caule, folhas e frutos. Algumas severamente afetadas, por exemplos as folhas. d) De Nvel tecnolgico do produtor esse fungo encontrado nos plantios de menor uso de tecnologias, do mesmo modo que verificado nos plantios dos produtores que utilizam todos os recursos tcnicos disponveis. partes so mais
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e) De Localizao geogrfica em todos os Estados do Brasil , onde for cultivado tomate, a Alternria sempre um problema preocupante. Em todo os Estado do Cear, a Pinta Preta est presente na cultura do tomate. SINTOMAS: O fungo Alternaria solani inicia o ataque no tomateiro sempre de modo ascendente. Os primeiros sintomas sero detectados nas folha mais velhas, evoluindo rapidamente para a parte superior. A caracterstica de infectar de baixo da cima, facilita no diagnstico, eliminando qualquer possibilidade de confundir com o Estenflio (S. solani fungo de ataque descendente) . Por outro lado, poder deixar alguma dvida quanto ao ataque de Septoriose (Septoria lycopersici), fungo que tambm tem caracterstica ascendente, quando os sintomas so iniciais. Mas, uma anlise cuidadosa, permite distinguir os sintomas. Vejamos os sintomas apresentados pela Alternria, em cada uma das partes do tomateiro: Sintomas nas folhas o surgimento da pinta preta ser sempre pelas folhas mais velhas, as chamadas folhas baixeira (ou folhas da base). A presena de pequenos pontos de cor preta, so os primeiros indcios da presena do fungo. Nesse estdio possvel confundir com septoriose e com algumas bactrias. Porm, com a evoluo da doena que se d de forma muito rpida a identificao e extremamente fcil. A formao de anis concntricos e o aparecimento de um crculo amarelado em volta dos anis concntricos, tornam os sintomas da pinta preta inconfundveis. Cada anel corresponde a uma gerao de fungo. bom que se esclarea: a formao dos anis concntricos, bem como do crculo amarelo que envolve os anis concntricos, no sero necessariamente perfeitos alguns sero bem formados, outros sero irregulares, conforme podero ser vistos nas fotos. Em uma mesma folhas, surgem vrias manchas , de tamanho diferente; em geral, existe uma pinta preta maior e vrios outras menores (de tamanho decrescente: da pinta preta maior at uma pequena pinta do tamanho de um ponto), que podero se unir, conforme o desenvolvimento de cada pinta preta. As manchas apresentaro no centro um anel de cor mais escura. Com o crescimento da mancha, h a tendncia do centro rasgar, em funo da morte dos 24
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tecidos foliares. Plantas severamente atacadas secam as folhas de baixo para cima. - Sintomas no caule o aparecimento da pinta preta no caule s constatado em caso se infestao severa ou quando no so tomadas medidas de controle. Sendo muito comum o surgimento de pinta preta em plantios velhos fase final de colheita, ou em hortas abandonadas seja por findar a colheita, ou por qualquer outro motivo. Para diagnosticar a pinta preta em caules, verificar a presena de manchas com formato alongado, de cor escura e com anis concntricos. A mancha provocada pelo fungo ter formato alongado, no sentido do comprimento do caule, sem nunca envolver totalmente o caule. Diferente das folhas, no caule as manchas so isoladas, raramente sero encontradas manchas juntas. No centro da mancha, ser visto um anel mais escuro. Quando os sintomas surgem em plantas novas, os danos so maiores, podendo comprometer totalmente o plantio, pois as plantas retardam o crescimento, ficam com cor amarelada e tendem a tombar quebrando no centro da mancha, pela ao do vento. - Sintomas nos frutos o fungo da aparecimento dos sintomas nas folhas pinta preta s ataca os fruto, quando nenhuma medida for tomada para controlar a doena no incio da infestao da base da planta, conforme descrito acima. Nesses casos, os prejuzos so enormes. Nenhum fruto com sintoma de pinta preta ser comercializado significando perda de produo. Para identificar a presena do fungo Alternria solani nos frutos, verificar a regio do clice regio conhecida pelos produtores como talo do fruto, que corresponde parte superior do fruto. O fruto atacado pela pinta preta apresenta anis concntricos, na base do talo. Em geral o fruto infectado se desprende do cacho, caindo no solo seja pela ao do vento, ou provocado por pessoa: um leve movimento de balanar a planta. As spalas tambm podem ser destrudas pelo fungo. A alternria s atinge o fruto quando as medidas de controle no so adotadas, quer de maneira preventiva, ou por tratamento curativo. Logo ao surgirem os primeiros sintomas nas folhas, o controle curativo tem que ser adotado, evitando o progresso da doena e, consequentemente, prejuzos de frutos danificados.
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CONTROLE A ao dos fungicidas para o controle da pinta preta, com o surgimento de produtos dos grupos qumicos dos triazis e das estrobilurinas, de altssima eficincia. Tornou-se muito mais fcil prevenir e curar o tomateiro contra esse fungo. importante que se tenham uma coisa como bsica : a necessidade de tratamento preventivo pois temos a certeza de que o fungo Alternria solani, de presena constante nos plantios de tomate. Exemplos de fungicidas para controle de Pinta Preta: Doses para 20 litros de gua TRIAZIS: - Caramba = 15 cc - Folicur = 20 cc - Sportak =`20 cc - Score = 10 cc ESTROBILURINAS: - Stroby = 8 cc - Comet = 8 g - Cabrio Top 80 g OUTROS GRUPOS : - Sialex = 20 g - Dacostar = 40 g - Isatalonil = 40 g - Rovral = 30 cc - Orthocide = 50 g - Antracol = 50 g - Polyram = 60 g - Cantus 3 g
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SINTOMA NO FRUTO
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7- REQUEIMA OUTROS NOMES = FITFORA MELA QUEIMA DO TOMATE OLHO DE VIADO NOS FRUTOS QUEIMA DOS FRUTOS TOMBAMENTO AGENTE CAUSAL - Phytophthora infestans, Phytophthora capsici, Phytophthora nicotinae, Phytophthora ssp PINTA PRETA COM ANEIS CONCNTRICOS EM FOLHA As vrias espcies de fungos do gnero Phytophthora provocam danos severos em todas as regies que cultivam tomate no Estado do Cear. Na regio do Carir, sul do Estado do Cear, tem sido o principal fungo do tomateiro. Na regio Central do Estado, tem sido registrado o tombamento de mudas, nos primeiros dias aps o transplante, provocado pela presena da fitfora, com perdas de at 50% de algumas reas. A presena das vrias espcies desse fungo, com sintomas diferentes (cada espcie tem seus sintomas caractersticos), provoca, por vezes, confuso e dvidas no diagnstico da doena. Nas pocas de 80, at ano de 1998, praticamente tnhamos dois tipos de fitrofora: a) Tombamento de mudas; b) Queima do olho do tomate, geralmente em plantas com idade variando entre 15 e 30 DAT. De 1999 em diante, fomos registrando outros sintomas de fitfora, com a presena de todas as espcies atualmente conhecidas. Conforme veremos na descrio a seguir. SINTOMAS I TOMBAMENTO DE MUDAS: A morte de plantas recm transplantada do 1o DAT at 15 DAT, mais comum em solos j cultivado com hortalias principalmente pimento, melo,
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tomate, beringela. Solos pesados (com alto teor de argila), tendem a favorecer a presena desse fungo, em funo da dificuldade de drenagem e, conseqente , presena de alta umidade no solo por vrios dias. A principal caracterstica de fitfora em planta com morte aps o transplante, pode ser visto no caule da planta, bem prximo ao solo, onde apresentam os tecidos midos e apodrecendo, com diminuio do dimetro do caule, na regio atacada polo fungo. A planta afetada, ao ser puxada, pode quebrar rente ao solo, ficando o sistema radicular enterrado no solo. O tombamento imediatamente verificado, seja pela ao do vento ou pelo prprio peso da planta. Quando uma planta infectada, dificilmente poder ser recuperada. So necessrias medidas preventivas (em reas de risco) ou, na ausncia destas, pulverizaes curativa (quando so notadas as primeiras plantas com tombamento). Preferencialmente o tratamento preventivo dever ser adotado, por ser mais eficiente e mais econmico, favorecendo, ainda, a uniformidade do plantio. Somente os fungicidas especficos e de reconhecida eficincia devem ser usados para o controle de fitfora, tento sempre, o cuidado com a possibilidade de criar resistncia. II REQUEIMA DO OLHO Trata-se da mais antiga espcie do gnero Phytophthora, detectada no Estado do Cear, j nos anos de 1979 causava prejuzos enormes. O diagnstico relativamente fcil. Nas plantas com estdio variando entre 5 DAT at 45DAT, o ataque do fungo verificado de forma descendente. Iniciando nos fololos mais novos, caracteriza-se pela queima do limbo foliar, com manchas de cor semelhante ferrugem (muitos produtores, por tal caracterstica, dizem que o tomate est com ferrugem). As manchas queimam as bordas das folhas, de fora para dentro Com o progresso da doena, o pecolo e o caule so igualmente afetados, provocando a queima total da parte nova da planta, em geral os primeiros 30 centmetros, medindo de cima para baixo, so destrudos. Plantas afetadas pela requeima do olho, paralisam o crescimento, perdendo toda a capacidade produtiva. Em alguns casos, quando o ataque iniciado com plantas com idade acima de 40 DAT, somente uma das guias (ramos) poder ser afetada. Em casos 30
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de ataque severo, ou quando as medidas de controle no so efetivada, os frutos novos tambm sero atacados, apresentando linhas de cor de ferrrugem, de forma irregular. Nestes casos, os frutos no se desenvolvem, com perda total. Em geral, o ataque detectado em plantas isoladas, espalhadas por toda a rea cultivada. Rapidamente as plantas vizinhas sero contaminadas. No incio da infestao, a Requeima do Olho, poder ser confundida com algumas bactrias. No entanto, com a observao da evoluo durante 48 horas, o fungo apresenta sintomas diferentes das bactrias. As bactrias formam manchas midas e de formato mais regulares (circulares), distribudas por varias partes da planta. Os fungos provocam manchas secas e de formato irregular-alongados, e concentradas na parte nova da planta. O controle da Requeima do Olho, pela sua agressividade, precisa ser feito de modo preventivo em regies e pocas de maior incidncia. Quando medidas preventivas no foram tomadas, tendo sido registrada a presena do fungo, o tratamento curativo tem que ser adotado imediatamente. Nestes casos, a aplicao de fungicidas sistmicos especficos em associao com fungicidas protetores, a nica soluo. III REQUEIMA DAS FOLHAS Diferente dos sintomas descritos nos itens anteriores, a requeima das folhas apresenta algumas particularidades. Os sintomas mais caractersticos so: a) Queima das bordas das folhas, Inicialmente uma fina linha de cor preta observada nas folhas dando a impresso de uma linha formada por um lpis grafite. Com a evoluo, a queima vai aumentando de fora para dentro, provocando o enrolamento dos fololos. O enrolamento para cima, formando, por vezes, um cone. Muito cuidado devemos ter por ocasio do diagnstico, para determinar a severidade do ataque em geral os sintomas iniciais esto em todas as folhas (das mais velhas s mais novas), a presena da linha de cor negra (inicio do ataque) pode passar desapercebido. b) Manchas grandes, em foram de V, quando observamos os fololos segurando pelo pecolo, estaro presentes. Em alguns casos dependendo do fatores climticos as manchas nas folhas podero ser notadas inicialmente no segundo
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tero da planta progredindo para cima e para baixo na mesma planta, e para os lados nas plantas vizinhas. Quando as folhas esto com sintomas avanados de requeima, os tecidos morrem (necrose do limbo foliar). Ao friccionar a folha com a mo, ela se transformar em p. Sendo mais uma caracterstica da doena. IV REQUEIMA DOS FRUTOS O ataque de Phytophthora nos frutos de tomate, pode acontecer de duas modalidade: a) Nos frutos novos como consequncia do desenvolvimento da Requeima do Olho, conforme descrito anteriormente. As manchas provocada pelo fungo, tem forma irregular em qualquer parte do fruto. So manchas de cor semelhante a chocolate. Aparecem vrias manchas no mesmo fruto. c) Nos fruto velhos H a necessidade de detalhamento dos sintomas, tendo em vista ser diferente de qualquer outro sintoma de Requeima. Para que o fungo apresente sintomas, algumas condies so necessrias. A soma dos fatores seguinte determinam a Requeima dos frutos das pencas de baixo: 1 - Climtica em plantios realizados no perodo seco (sem chuvas - no Cear nos meses de Setembro e Outubro), que estejam prximo ao perodo de Colheita e recebam as primeiras chuvas de Novembro ou Dezembro. 2 - Deficincia hdrica reas com irrigao insuficiente seja pelo mtodo de fornecimento , ou pela quantidade de gua aplicada que recebam guas de chuvas (conforme citado do item 1). 3 - Desequilbrio nutricional junto com as duas condies anteriores, plantios conduzidos com adubao excessiva de nitrognio (Ex. Uria e esterco de galinha), favorecem ao fungo. Acontecendo os trs fatores juntos: Plantios prximos colheita nos meses de Novembro e Dezembro, (transio de vero para inverno), conduzidos com irrigao deficiente, adubados com nitrognio em excesso, que recebam as primeiras chuvas do incio do perodo chuvoso, apresentam a Requeima dos frutos. A presena do fungo favorecida pela absoro de grande quantidade de gua e nitrognio de forma rpida. 32
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O sintoma caracterstico a formao de uma mancha de tamanho grande, localizada geralmente ao lado do fruto, com formato redondo, com cor variando de marrom claro ao preto e superficial raramente atinge s sementes. Outra caracterstica a presena de grande quantidade de lquido (gua) no interior dos frutos. Cortando um fruto ao meio, mesmo estando em estdio verde, escorre lquido sem a necessidade de fazer presso, o que no ocorre com frutos sadios. Para o controle da Requeima dos frutos, medidas devem ser adotadas, especificamente: a) pulverizar preventivamente com fungicida sistmico especfico, associado a fungicida protetor. Ver relao de produtos citados nas medidas de controle especficas para a Requeima. b) adubar obrigatoriamente obedecendo a relao nitrognio x potssio, no mnimo de 1 x 1,66 (em todo o ciclo), tendo o cuidado de manter a relao de no mnimo 1 x 3, do estdio de pr-colheita (50 a 70 DAT) c) irrigar de modo a fornecer quantidade de gua em volume necessrio s necessidades das plantas ver detalhes sobre o assunto no captulo sobre irrigao. Sempre que possvel irrigar toda a rea cultivada, evitando pontos de alta umidade (encharcamento) e pontos sem gua . d) dependendo da situao nutricional e hdrica, poder ser necessrio uma adubao emergencial somente com potssio. e) No caso de serem registradas chuvas de 50 mm ou acumulado acima de 50 mm em cinco dias, necessrio a amontoa, formando uma leira na linha de plantio, evitando o excesso hdrico e, ao mesmo tempo, favorecendo novo enraizamento. Vale lembrar que somente dever ser feito amontoa quando no tiver sido adotada tal prtica no incio da cultura. CONTROLE 1- FUNGICIDAS - DOSES PARA 20 LITROS DE GUA 1 .1 SISTMICOS FORUM = 15 GRAMAS ALIETE = 50 GRAMAS PREVICUR = 40 ML 1.2 PROTETORES
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ANTRACOL = 50 GRAMAS ORTHOCIDE = 50 GRAMAS DACOSTAR = 50 GRAMAS DITHANE = 50 GRAMAS ISATHALONIL = 50 GRAMAS POLYRAM = 60 GRAMAS 1.3 SISTMICOS + PROTETORES RIDOMIL GOLD = 40 GRAMAS FORUM PLUS = 60 ML ACROBAT Mz = 80 GRAMAS POSITRON DUO = 50 GRAMAS 2 MEDIDAS AUXILIARES 2.1 EQULBRIO NUTRICIONAL Especial ateno deve ser dada para a relao Nitrognio x Potssio durante todo o ciclo e principalmente aps 50DAT, quando a relao dever ser: 1 x 1 at 25 DAT 1 X 1,5 de 26 a 40 DAT 1 x 2 de 41 a 50 DAT 1 x 3 aps 50 DAT. 2.2 CONTROLE HDRICO evitando (sempre que possvel) perodos com deficincia e dias com excesso de gua. 2.3 No irrigar por asperso ou micro-aspersor. Preferencialmente usar o sistema de gotejamento. 2.4 Nos perodos de maior umidade, utilizar espaamentos maiores. Com densidade mxima de 16.000 plantas por hectare. 3 DADOS SOBRE PULVERIZAES: 3.1 = Preventivamente nas regies e/ou perodos onde o ataque do fungo seja favorvel. 3.2 = Intervalo de aplicao: 34
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- Preventivo = A cada 10 dias em possibilidade de baixa infestao. A cada 7 dias em possibilidade de alta infestao. - Curativo = A cada 5 dias em baixa infestao. A cada 3 dias em alta infestao 3.3 = Alternar princpios ativos sistmicos e protetores. 3.4 = Associar sempre um produto sistmico com um protetor, evitando a possibilidade de resistncia. 3.5 = Preferencialmente usar produtos com mistura pronta 3.6 = Efetuar cobertura total da planta 3.7 = Usar espalhante-adesivo e redutor de pH. REQUEIMA - Phitophthora ssp
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MANCHAS NO CAULE
8 SEPTORIOSE AGENTE CAUSAL - Septoria lycopersici A incidncia de Septoriose no tomateiro vem aumentando
consideravelmente a cada ano. Na regio do Cariri, Sul do Estado do Cear, tem sido a doena fngica principal desde o ano de 2001. No Norte (Ibiapaba)do Estado do Cear os primeiros casos de incidncia de septoriose, com perdas de produo, foram registradas no ano de 1996. Nas estufas de produo de mudas, onde no existem programas preventivo de controle de doenas, a septoriose causa danos considerveis, ao mesmo tempo, sendo responsveis pela disseminao do fungo a nvel de campo. As mudas sendo infectadas nas estufas, poucos dias aps o transplante, acontece uma verdadeira exploso do fungo no campo. SINTOMAS Trata-se de um fungo ascendente. As folhas mais velhas so as primeiras a serem infectadas pelo patgeno, do mesmo modo que a Pinta Preta (Alternria solani). Em funo desta caracterstica, no incio da infestao, a septoriose poder ser confundida com a Pinta Preta.
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Os primeiros sintomas de septorioses so pequenas manchas nas folhas. As manchas aparecem inicialmente nos ponteiros dos fololos, avanando para dentro. Sobre as manchas, com o auxlio de uma lupa, sero vistos numerosos pontos de cor preta, formando um crculo. O centro de cada mancha fica com a cor clara, lembrando a cor de palha de milho seca. Vejamos algumas diferenas entre a Pinta Preta e a Septoriose. A Pinta Preta apresenta: - manchas com anis concntricos, - mancha amareladas ao redor dos anis, - manchas de tamanho grande, em geral isoladas, - poucas manchas por fololo, - distribuio das manchas em qualquer parte do fololo. A Septoriose tem as seguintes caractersticas: - pontuaes negras sobre as manchas, - ausncia de anel amarelado ao redor das manchas, - manchas pequenas, - numerosas manchas agrupadas, - incio da infestao nas pontas dos fololos, - centro da mancha de cor da palha de milho seca. Comparando as diferenas citadas, fica fcil distinguir um fungo do outro, evitando erro de diagnstico. CONTROLE A nvel de campo, o controle da Septoriose relativamente simples. Maiores dificuldades de controle sero enfrentadas quando as mudas forem transplantadas j infectadas. Dentre os fungicidas com melhor eficincia, merecem destaque: - Sialex, - Folicur - Caramba - Dacostar - Isatalonil 38
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- Rovral - Orthocide - Strobilurinas . As doses a serem aplicadas sero as mesmas para o controle de Pinta Preta. Tendo o cuidado de no aplicar alguns triazis em plantas com menos de 30DAT. SEPTORIOSE Septoria lycopersici
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PROGRAMA PREVENTIVO DE CONTROLE DE DOENAS FNGICAS CONSIDERANDO REGIO COM ALTA INCIDNCIA DE FUNGOS E PERODO CHUVOSO. DOSES PARA 20 LITROS DE GUA DT = PREVICUR (30 ml) + ORTHOCIDE (50 g) 3DAT = DACOSTAR (50 g) 6DAT = POSITRON DUO (50 g) 9DAT = SCORE (10ml) 12DAT= FORUM PLUS (60 ml) 15DAT= SIALEX (20g) 18DAT= ALIETE (40g) +POLYRAM (60g) 21DAT= SCORE (10ml) 24DAT= PREVICUR (30ml) + ANTRACOL (40g) 27DAT= DACOSTAR (50g) 30DAT= SIALEX (20 g) + ORTHOCIDE (40g) 33DAT= POSITRON DUO (50g) 36DAT= CABRIO TOP (80 g) 39DAT= ACROBAT Mz (80g) 40
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44DAT= CARAMBA (15 ml) 49DAT= ALIETE (40g) + DACOSTAR (40g) 54DAT= STROBY (10 ml) 59DAT= DACOSTAR (50g) 64DAT= CARAMBA (15ml) 69DAT= PREVICUR (30ml) + ORTHOCIDE (40g) 79DAT= CABRIO TOP (80 g) 85DAT= ANTRACOL (50 g) Para o perodo sem chuvas, com dias quentes e noites midas e frias, o intervalo entre aplicaes dever adaptado, podendo ser de 5 em 5 dias at aos 40DAT, passando a 8 em 8 dias at 70 DAT, depois 12 em 12 dias at o final do ciclo. Quando houver coincidncia de pulverizaes com inseticidas e/ou bactericidas, observar a compatibilidade dos produtos. A preferncia de aplicao ser em funo do diagnstico, quando produtos incompatveis. No dia seguinte completar o tratamento. Sempre usar Espalhante Adesivo e Redutor de pH. PROGRAMA PREVENTIVO DE CONTROLE DE DOENAS FNGICAS CONSIDERANDO REGIO COM ALTA INCIDNCIA DE FUNGOS E PERODO CHUVOSO. DOSES PARA 20 LITROS DE GUA DT = PREVICUR (30 ml) + ORTHOCIDE (50 g) 3DAT = DACOSTAR (50 g) 6DAT = POSITRON DUO (50 g) 9DAT = SCORE (10ml) 12DAT= FORUM PLUS (60 ml) 15DAT= SIALEX (20g) 18DAT= ALIETE (40g) +POLYRAM (60g) 21DAT= SCORE (10ml) 24DAT= PREVICUR (30ml) + ANTRACOL (40g) 27DAT= DACOSTAR (50g)
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30DAT= SIALEX (20 g) + ORTHOCIDE (40g) 33DAT= POSITRON DUO (50g) 36DAT= CABRIO TOP (80 g) 39DAT= ACROBAT Mz (80g) 44DAT= CARAMBA (15 ml) 49DAT= ALIETE (40g) + DACOSTAR (40g) 54DAT= STROBY (10 ml) 59DAT= DACOSTAR (50g) 64DAT= CARAMBA (15ml) 69DAT= PREVICUR (30ml) + ORTHOCIDE (40g) 79DAT= CABRIO TOP (80 g) 85DAT= ANTRACOL (50 g) Para o perodo sem chuvas, com dias quentes e noites midas e frias, o intervalo entre aplicaes dever ser adaptado, podendo ser de 5 em 5 dias at aos 40DAT, passando a 8 em 8 dias at 70 DAT, depois 12 em 12 dias at o final do ciclo. Quando houver coincidncia de pulverizaes com inseticidas e/ou bactericidas, observar a compatibilidade dos produtos. A preferncia de aplicao ser em funo do diagnstico, quando produtos incompatveis. No dia seguinte completar o tratamento. Sempre usar Espalhante Adesivo e Redutor de pH. Ver no final da apostilha dados de pH e Grupos qumicos. 04 - DOENAS BACTERIANAS DO TOMATE DOENAS BACTERIANAS. 1 - CANCRO BACTERIANO Clavibacter michiganensis. 2 - MURCHA BACTERIANA Ralstonia solanacearum (ex-Pseudomonas solanacearum) 3 - NECROSE MEDULAR Pseudomonas corrugata
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1- CANCRO BACTERIANO: 1.1 - AGENTE CAUSAL Clavibacter michiganensis DANOS O cancro bacteriano, conforme o modo de infeco, poder causar maiores ou menores danos na produo. Quando o ataque se d de modo sistmico, geralmente muito agressivo, provoca a morte das plantas, podendo chegar a 60% da rea. Nos casos de ataque por contato (ou localizado), modo menos agressivo, as perdas sero menores - sendo adotadas as medidas de controle logo no incio do ataque, as perdas podero ser muito pequenas. Srios danos so causados quando o ataque da bactria localizado no cacho, provocando a queda de flores e de frutos novos, com forte reduo da produo, chegando a perda de mais de 20 % da florao. Somente quando a queda acentuada, o produtor percebe a severidade da bactria. Da, a necessidade de monitoramento permanente, quando na condies climticas forem favorveis s bactrias. SINTOMAS - Nos frutos - O surgimento e pequenas manchas, de formato arredondados, com pequenas depresso, de cor esbranquiada e vai evoluindo para marrom claro. A quantidade de manchas por fruto sempre ser mais de uma. Algumas pessoas comparam a mancha formada pelo cancro bacteriano com o olho de passarinho. Qualquer fruto pode ser atacado, muitos casos so encontradas bactrias em frutos novos, em plantas em fase de colheita. Quando comparamos com a pinta bacteriana (Pseudomonas syringae) e com a Mancha bacteriana (Xanthomonas campestris pv vesicatoria), trs caractersticas diferem as bactrias umas das outras:
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a) A mancha do cancro bacteriano de forma depressiva com halo de cor branco, a pinta bacteriana tem forma levemente elevada, enquanto a mancha bacteriana de forma depressiva, com halo mido (dando a impresso de oleoso) b) O cancro bacteriano no se destaca do fruto, enquanto a pinta bacteriana pode ser retirada facilmente (como se fosse uma verruga), a mancha bacteriana tambm no se destaca, sendo maior que o cancro e a pinta bacteriana. c) O cancro bacteriano tem cor clara (marrom-esbranquiado), enquanto a pinta bacteriana tem cor escura (quase negra), a mancha bacteriana tem cor marrom escuro. - Nos cachos numerosas pintas - de cor marrom-claro - surgem nos cachos, provocando a queda acentuada de flores e frutos novos, deixando , por vezes, cachos com um ou nenhum fruto. O ataque nos cachos, quase sempre de forma generalizada, em toda a rea, apresentando queda de flores em 100% das plantas, principalmente quando as condies climticas so favorveis (noites frias e dias quentes). Nesses casos, medidas curativas so de mxima urgncia. - Na planta o principal sintoma do cancro bacteriano a murcha de somente um lado da planta, que se torna mais evidente nas horas mais quentes do dia (por volta de 9 horas da manh, a murcha perfeitamente visvel). Na parte mais nova olho do tomateiro -, as folhas de um lado murcham e as do outro lado continuam normal, a murcha ser sempre descendente. Uma planta com cancro bacteriano, murcha durante as horas quentes do dia e, no dia seguinte, amanhece com aspecto normal como se no tivesse bactria, durante alguns dias a planta assim se comporta . Com o progresso da doena, toda a planta murchar de modo irreversvel, chegando morte. Sempre surgiram plantas com sintomas de cancro bacteriano, de forma isolada ou em pequenas reboleiras. Lentamente ser disseminada em toda a rea, seja pela prtica de desbrota e amarrio, ou pela ao da gua. Fotos na pgina 45 CONTROLE Em geral os tratamentos qumicos, se usados isoladamente, no so suficientes para o controle da bactria, quando se apresentam de modo sistmico. Todas as medidas devem ser usadas conforme citado a seguir em Controle de 44
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bactrias .Nos casos em que o ataque por contato, o controle qumico suficiente para o controle total da bactria. CANCRO BACTERIANO - Clavibacter michiganensis
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2 MURCHA BACTERIANA 2.1 AGENTE CAUSAL - Ralstonia solanacearum (Pseudomonas solanacearum, Burkholderia solanacearum) DANOS Dentre todas as bactrias que afetam o tomateiro, a murcha bacteriana a mais destrutiva e mais comum nas reas cultivadas. Em maior ou menor escala, essa bactria, provoca danos econmicos. Qualquer planta de tomate aps ser infectada fatalmente morre. Dependendo das condies climticas, tipo de solo, espaamento, adubao, tratamento preventivo, e mtodos de conduo e irrigao os danos podero ser at de 100% da rea cultivada. Se todos os fatores de risco estiverem presentes, dificilmente a murcha bacteriana permite colheita com bons nveis de produtividade. Em muitos casos no recomendvel tentar o controle, sendo anti-econmico . Nos casos de ataque generalizado na rea cultivada, prefervel a erradicao e destruio total das plantas, cultivando, nos anos seguintes, com culturas resistentes, a exemplo de milho, cana-de-aucar, mandioca, etc. SINTOMAS Afeta toda a planta, provocando a murcha lenta, progressiva e irreversvel. Diferente do cancro bacteriano, quando a Ralstonia solanacearum ataca o tomateiro, os sintomas so de murcha dos dois lados das plantas. De modo mais rpido e mais agressivo a murcha bacteriana mais destrutiva. Os sintomas de murcha so detectados em plantas com mais de 20 DAT. Para identificar e tirar qualquer dvida quanto ser ou no a murcha bacteriana, basta realizar o teste de cmara mida ou teste do copo . Como fazer o teste: a) cortar um pedao de aproximadamente 15 a 20 cm da haste principal, preferencialmente entre o colo e a bifurcao do caule. b) usando um copo transparente (ou outro recipiente semelhante), colocar gua at 2/3 do recipiente. A gua deve ser a mais limpa possvel, se possvel filtrada. 46
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c) mergulhar o pedao do caule do tomate, de modo que pelo menos 3 cm fique dentro da gua. Fixar o pedao do caule na borda do recipiente, com um pequeno corte no pedao do caule, ou por meio de um arame fino , ou , ainda, com uso de uma fita adesiva. O importante que o pedao do caule no chegue ao fundo do recipiente, ficando a sua ponta submersa suspensa. d) Aguardar de 1 a 2 minutos, tempo suficiente para que o pus bacteriano inicie sua sada do pedao de caule. Tendo a presena da bactria, um filete contnuo de pus bacteriano sair do pedao de tomate. Dependendo da quantidade de bactria existente, a gua do recipiente ficar com cor esbranquiada, provocado pelo pus bacteriano. Decorrido 2 minutos, no aparecendo o pus bacteriano, temos a certeza de que a murcha foi provada por outro agente causal. Em muitos casos antes mesmo de completar o primeiro minuto, j inicia a sada do pus bacteriano. e) Importante, devemos sempre fazer o teste em mais uma planta. Achamos que para cada 5.000 plantas cultivadas, devemos realizar o teste em no mnimo 2 plantas com sintomas de murcha. Cada planta dever ser testada em gua nova. Fotos pag 47. CONTROLE Para o controle da Rasltonia solanacearum, todas as medidas preventivas devem ser adotadas. Nenhuma medida isolada ter qualquer eficincia. Especial ateno deve ser tomada na escolha da rea, evitando regies de baixada midas e com histrico de encharcamento. Do mesmo modo, reas j cultivada e que apresentaram plantas com murcha bacteriana precisam ser evitadas. O controle da gua de irrigao, junto com a adubao nitrogenada so decisivas para o controle de murcha bacteriana.
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3- NECROSE MEDULAR 3.1 AGENTE CAUSAL : Pseudomonas corrugata DANOS Danos a nvel econmicos, somente constatado em casos de alta infestao e quando no so adotadas medidas de controle. Em casos onde constatamos a presena de Pseudomonas corrugata e ao mesmo tempo outra bactria a exemplo de cancro bacteriano, os danos so de valores elevados. SINTOMAS ENRAIZAMENTO DO CAULE O primeiro sintoma visvel de uma planta com necrose medular, o surgimento de razes na parte rea da planta. Em qualquer parte do caule numerosas razes comeam a se desenvolver dando a demonstrao de que a planta est tentando se recuperar, buscando emitir novo sistema radicular. At mesmo nos cachos podero surgir razes adventcias. Para um bom observador, a bactria poder ser identificada logo no incio, quando no caule surgem os primeiros pontos, onde surgiro as razes adventcias. Ainda no caule, pelo lado externo, manchas escuras surgiro, no local da insero do pecolo da folha. NA MEDULA DO CAULE um sintoma caracterstico da Necrose Medular, o aparecimento de manchas na medula do caule do tomateiro de cor chocolate e de formato alongado. Efetuando um corte longitudinal no caule de uma planta com sintomas externos dessa bactria, as manchas sero vistas, em contraste com a cor branca da medula do caule NAS FOLHAS com o progresso da doena, as folhas amarelecem e secam, de baixo para cima podendo levar morte da planta. Vale lembrar que somente haver a morte da planta se medidas de controle no foram adotadas. CONTROLE A necrose medular, quando comparada com outras bactrias, tem seu controle relativamente fcil. Pulverizaes com bactericidas e o uso de medidas auxiliares, so altamente eficientes. Ver mais informaes em Controle de Bactrias.
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4- MANCHA BACTERIANA 4.1 AGENTE CAUSAL Xanthomonas campestris pv vesicatoria DANOS Queda da florao, perda direta de frutos com manchas e diminuio da rea foliar, so os danos causados por essa bactria. A perda de florao, em alguns casos pode comprometer totalmente os cachos, com perdas de at 100%. Os frutos quanto apresentam a bactria no so comerciais, principalmente, quando a infestao afeta os frutos verdes, com danos econmicos elevados. SINTOMAS NAS FOLHAS, dezenas de manchas escuras aparecem nas folha mais velhas, progredindo de forma rpida para a parte superior das plantas. Algumas manchas podero se unir, dando a impresso de ser uma mancha grande. No incio as manchas da bactria Xanthomonas campestris, poder ser confundida com a Pinta Preta (Alternaria solani) ou com a Septtoriose (Septoria lycopersici) e Pinta Bacteriana (Xanthomonas campestris). H a possibilidade de ser confundida com a requeima (Phytophtora infestans).Vale lembrar que as quatro doenas atacam inicialmente as folhas da base da planta. Com a evoluo das doenas (monitorando por 48 horas) os sintomas se caracterizam, facilitando a identificao entre bactria e fungo. Observando atentamente a mancha da bactria tem aspecto mais aguado. Provocam o amarelecimento parcial ou total das folhas, um alo amarelo surgem ao redor das manchas. Com a evoluo, a mancha pode se romper no centro. Plantas em qualquer idade podem ser atacadas, at mesmo mudas antes do transplantes so susceptveis. Os pecolos atacados apresentam manchas de cor marrom e forma alongada. NOS CACHOS a queda de grande quantidade de flores, um forte indcio da presena da bactria. Manchas de cor marrom podero aparecer. NOS FRUTOS Diversas manchas nos frutos (muito comum em frutos verdes), de cor marrom-escuro, com um halo aguado (dando a impresso de oleoso). As manchas so deprimidas, com bordas levemente elevadas.
CONTROLE
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Muito embora seja uma bactria que promova a queda de grande quantidade de flores e destruio de frutos (a nvel comercialmente), o seu controle no dos mais difceis. de primordial importncia o diagnstico precoce e o controle imediato, com uso de bactericidas. Ver em Controle de bactrias MANCHA BACTERIANA - Xanthomonas campesttris
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5 PINTA BACTERIANA 5.1 - AGENTE CAUSAL Pseudomonas syringae pv tomato 5.2 Outra demonicao : Mancha bacteriana pequena DANOS Os danos da pinta bacteriana so semelhantes aos provocados pela mancha bacteriana (Xanthomonas campestris). SINTOMAS Inicialmente os sintomas da Pinta bacteriana podem ser confundidos com outras doenas (fngicas: pinta preta e septoriose; bacteriana: mancha bacteriana). NAS FOLHAS: a presena de vrias manchas pequenas (at 3 mm) , quando mais de uma mancha se unem (formando uma nica mancha), o tamanho da mancha ser bem maior , principalmente quando atingem as bordas dos fololos. As manchas so aguadas. NOS FRUTOS as manchas so pequenas, pretas, circulares, superficiais, sendo bem diferentes das manchas provocadas pelo cancro bacteriano (C. michiganensis) e pela mancha bacteriana (X. campestris). Vale lembrar que as manchas nos frutos surgem somente se no forem adotadas medidas de controle, logo ao surgirem os primeiros sintomas nas folhas. CONTROLE O combate pinta bacteriana idntico ao adotado para a mancha bacteriana, erwnia e necrose medular. Ver em Controle de bactrias.
PINTAS NAS FOLHAS COM COR AMARELADA AO REDOR 6 TALO-OCO 6.1- AGENTE CAUSAL Erwinia carotovora Erwinia spp 6.2 OUTRO NOME: PODRIDO MOLE
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DANOS O talo-oco tem sido responsvel por perdas considerveis em rea de tomate, principalmente na poca chuvosa quando a incidncia maior e o controle mais difcil. Em plantios de Campo j contatamos perdas superiores a 50% da produo esperada. Em estufa, onde a presena da Erwinia mais agressiva, perdas de 80% de plantas mortas, com fortssima reduo da produtividade. SINTOMAS NO CAULE a Erwinia uma bactria praticamente de caule, em tomate. Somente em casos extremos os sintomas sero vistos nos frutos. A destruio total da medula do caule o principal sintoma. A bactria desintegra a medula de forma ascendente, de tal modo que ao fazer presso no caule, com os dedos, o mesmo cede demonstrando claramente que est oco de onde vem o nome popular: talo-oco. Quando a doena est em estado avanado, um odor forte e caracterstico exala ao cortamos o caule. Por fim, a planta murcha e morre. Ao iniciar o processo de murcha, a planta no mais se recupera. O processo de murcha mais evidente em plantas em incio de produo. CONTROLE Nas pocas de chuvas ou em cultivo protegido o mais sensato adotar medidas preventivas, com uso de bactericidas preferencialmente seguindo um Programa Preventivo de Controle de bactrias em geral. Ver detalhes em Controle de Bactrias.
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DESTRUIO DA MEDULA
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CAUSAS GERAIS DO SURGIMENTO E AUMENTO DE BACTRIAS 1 PRIORIDADE NO COMBATE A FUNGOS As doenas fngicas, causadoras de grandes prejuzos, se tornaram a preocupao maior dos produtores de tomate. Ao mesmo tempo, o combate s bactrias ficou totalmente esquecido. As bactrias no causavam danos visveis. Por outro lado, a cerca de vinte anos, por ocasio de um surto de bactrias, foram utilizados bactericidas especficos, praticamente erradicando as bactrias. A prioridade, nos ltimos anos, tem sido a pinta preta (Alternaria solani) e a requeima (Phytophthora ssp). 2- POUCO USO DE COBRE Nos ltimos anos o uso de cobre em pulverizaes foi drasticamente reduzido, principalmente nos anos de 1995 a 1997. A no aplicao de cobre na cultura no tomateiro era ainda menor nos meses chuvosos e frios. Foi criado, junto aos produtores, o fato de que nos meses de chuvas (entre janeiro e maio), devem ser aplicados fungicidas conhecidos como massas fortes (termo usado para designar os fungicidas modernos, de ao mais especfica, mais ampla e geralmente sistmica). Os fungicidas chamados de massas fracas, s deveriam ser usadas nos meses secos (junho a dezembro). O cobre, passou a ser utilizado somente nos meses secos. Esse foi um grande erro. A ausncia do cobre, permitiu o surgimento de bactrias, praticamente desconhecidas (Necrose Medular); bem como o aumento da incidncia de outras bactrias, que no causavam grande danos (Talo-oco). 3 USO DE FUNGICIDAS, SEM NENHUMA AO BACTERIANA O surgimento de novos fungicidas, com ao especfica sobre os fungos da pinta preta (Alternaria solani) e da requeima (Phytophthora ssp), permitiu o uso de menor nmero de pulverizaes e a aplicao de produto especfico para a doena presente. Os fungicidas modernos substituram o COBRE, Maneb e Zineb. Dentre muitos, os mais utilizados so: Curzarte Sialex (Procimidone), Score (Difenoconazole), Orthocid (Captan), (Cymoxamil), Dacostar (Clorothalonil), Folicur (Tebuconazole), Caramba
bactericida, at ento muito utilizado e que mantinha o nvel de bactrias sob controle, a 58
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sua substituio quase que total, por produtos sem ao bactericida, criou um ambiente favorvel ao aumento das bactrias. A substituio de produtos foi um processo natural, a partir do momento que o produtor, movidos pela necessidade de combater os fungos, teve ao seu alcance os novos produtos, lanados pelas indstrias de defensivos, principalmente as estrobilurinas e os triazis. 4 DESEQUILBRIO NUTRICIONAL Um dos fatores que mais contriburam para o aumento excessivo da incidncia de bactrias, foi (e continua sendo) o desequilbrio nutricional. 4.1 - O uso de Nitrognio em excesso, principalmente na forma de Uria e esterco de galinha. O mais grave o modo de utilizao destes dois produtos: a) Esterco de galinha em fundao, em grandes quantidades. b) Esterco de galinha em cobertura, colocado em uma cova aberta entre as plantas, geralmente entre 15 a 20 dias antes do transplante. c) Uso somente de Uria, em cobertura, notadamente a primeira adubao de cobertura. 4.2 - Pouco uso de Potssio. A grande maioria dos produtores desconheciam os benefcios o potssio. O efeito imediato dos adubos nitrogenados, promovendo um crescimento rpido das plantas, estimulava, cada vez mais, o uso de uria e esterco de galinha poedeiras. Ao mesmo tempo que as plantas cresciam, por fora de adubos com alto teores de nitrognio, o desequilbrio nutricional (pouco potssio, fsforo e clcio), tornava estas mesmas plantas muito sensveis a todas as doenas. As bactrias, tinham ao seu dispor plantas sem nenhuma ou pouca resistncia. 4.3 Relao Nitrognio (N) x Potssio (K2O), por falta de conhecimento sobre adubao, os produtores no levam em considerao a relao de nitrognio e potssio, por ocasio das adubaes. Na verdade, o que vemos, so misturas de adubos, tomando como base a unidade de sacos. No existe um planejamento de adubao, obedecendo a uma relao correta de N x K2O.
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5- EXCESSO DE GUA O fornecimento de gua em quantidade acima da necessria para o desenvolvimento das plantas, fato comum entre os produtores, vem favorecendo o aumento das bactrias. O fato se torna mais grave quando, em reas de declive acentuado, a gua escorre sobre o solo. Em geral, as hortas so irrigadas com grande volume de gua, sem nenhum controle de volume e distribuio. O sistema de irrigao, por meio de mangueiras, no permite controlar a quantidade da guas; ao mesmo tempo, a distribuio totalmente irregular: reas altas com pouca gua, e as reas de baixas, com excesso hdrico). Outro erro a irrigao logo aps chuvas. Os produtores acreditam ser necessrio irrigar, para lavar as folhas das plantas, retirando, deste modo, os fragmentos de solo que a chuva, eventualmente, possa ter depositado sobre as folhas do tomateiro. 6- PLANTIO EM REAS DE BAIXADA Quase sempre, quando os plantios so feitos em reas de baixadas, a presena de bactrias uma certeza. As reas de baixadas, onde geralmente cultivada a cana-de-aucar, so solos rasos, em muitos casos a rocha (chamada de laje) pode ser vista aflorando. As baixadas so sempre lavadas por guas dos crregos, rios e riachos principalmente nos anos de perodo chuvoso normal (em torno de 1700 mm/ano), provocando encharcamento por vrios meses. Alm disso, so solos com alto teor de matria orgnica. Todos estes fatores, em conjunto, formam ambiente altamente favorvel presena das bactrias que, imediatamente aps o plantio do tomateiro, se instalam na cultura. 7 FOCOS DE PLANTAS CONTAMINADAS No raro, so encontrados verdadeiros focos disseminadores de bactrias, dentro da prpria rea cultivadas, ou em reas vizinhas. Os focos dentro das prprias hortas, nem sempre so eliminados. O que seria correto, erradicando as plantas atacadas, no acontece. As plantas infectadas permanecem, por muito tempo, transmitindo a enfermidade para as plantas sadias. Outro fato, que contribuiu muito para o aumento das bactrias, o abandono de plantios aps a colheita. 60
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8 MATERIAL CONTAMINADO O produtor somente retira os restos culturais, as varas, estacas e arames das hortas velhas, quando necessita do material para outra horta. Em muitos casos, no mesmo dia que o material retirado de um plantio velho, utilizado em nova rea. Deste modo, muitas bactrias so transportadas de uma rea contaminada, para reas sadias. O transporte de doenas, notadamente bactrias, por meio de materiais de trabalho contaminado, acontece entre propriedades, regies de um mesmo municpio e entre municpios. Raros so os produtores que procedem a algum tipo de desinfeco de estacas e varas. Vale observar, que o material de trabalho: varas, estacas, arames, mangueiras, canos, etc, so utilizados em vrias hortas seguidamente. 9 MTODO DE CONDUO ERRADO Muitos erros so cometidos durante todo o cultivo do tomateiro. Alguns so responsveis pela disseminao de pragas e doenas. Especificamente no casos das bactrias, alguns merecem destaque: 9.1- Abertura de covas para irrigao: pelo mtodo de irrigao com uso de mangueira (a maioria das hortas so irrigadas desse modo), para que a gua se infiltre com maior rapidez, so abertas covas entre as plantas (no salto) e at mesmo no meio das linha, provocando o corte do sistema radicular e formao de reas encharcadas. Quando estas covas transbordam a gua excedente escorre sobre o solo, transportando bactrias para vrios pontos da reas. Por vezes, so formados verdadeiras linhas de plantas atacadas por bactrias, de cima para baixo, demonstrando que , inicialmente, algumas plantas foram afetadas na parte superior da horta; posteriormente, as demais plantas foram atacadas. 9.2- Adubao Todas as vezes que realizada a adubao de cobertura, uma cova aberta (ou reaberta) para depositar o adubo. Mais uma vez, o sistema radicular cortado, com abertura para a entrada de bactrias. Ao mesmo tempo, a planta afetada com a reduo do seu sistema radicular, onde boa parte das razes so cortadas a intervalos de 7, 10 ou 15 dias, conforme o intervalo de adubao. 9.3 Desbrota ou desolhamento trs erros so cometidos por ocasio da retiradas dos brotos laterais:
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a) desbrota tardia, quando os brotos esto com mais de 15 centmetros de comprimento e resistentes retirada; b) o que muito grave, os brotos retirados so deixados dentro do plantio sobre o solo; c) nenhum tratamento feito aps a desbrota, ficando as feridas abertas e expostas contaminao. 9.4 - Capao ou desbrota do olho os mesmos erros cometidos por ocasio da desbrota lateral, so verificados na capao final. 10 DIAGNSTICO Por falta de conhecimentos dos sintomas que as bactrias apresetam no tomateiro, comum o diagnstico errado ou tardio da doena. Geralmente, os produtores confundem as bactrias com fungos, deficincias nutricionais ou simplesmente fitotoxicidade provocada por defensivos ou adubos qumicos. Realmente no muito fcil a identificao correta de certas bactrias, principalmente no incio da infestao, pois muitas vezes podem ser confundidas com fungos. Por vezes, a identificao no incio prejudicada pois, para os produtores, somente quando os sintomas e prejuzos so bastante visveis, que procuram por socorro de tcnicos experientes. A no identificao das infestaes de bactrias, logo no incio quando so poucas as plantas atacadas, tem sido um dos maiores problemas para o controle eficiente. Em funo do alto grau de infestao, at mesmo a tomada de medidas curativas, com uso de produtos qumicos e medidas complementares, no atendem s necessidades e expectativas do produtor, pois os danos econmicos so irreversveis. Por outro lado, a adoo de medidas preventivas, de altssima importncia, no so usualmente praticadas, a maioria dos produtores acreditam muito mais na aplicao de produtos qumicos (muitas vezes esperando verdadeiros milagres), do que em um conjunto de medidas preventivas de menor custo final e maior eficincia. 11 INFORMAES ERRADAS um fato cotidiano, para os produtores, buscarem informaes tcnicas junto s Revendas de Insumos Agrcolas, em funo da insuficincia da extenso rural (responsvel pela assistncia tcnica no campo), bem como pela proximidade das revendas com os produtores. Infelizmente, as revendas, no estavam preparadas para atender s necessidades dos produtores. No dispunham de pessoas tecnicamente 62
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habilitadas
principalmente. Grosseiros erros foram cometidos. A indicao de fungicidas, quando a necessidade real era um bactericida, era muito freqente. O diagnstico errado e a aplicao de produtos no adequados, colaboraram para o aumento das bactrias. Vale observar, para no cometer injustia, que algumas revendas, dispondo de profissionais tecnicamente bem preparados, colaboraram para o equilbrio da situao: trabalhando com diagnstico correto e indicao de bactericidas, conforme cada caso necessitasse. Nos ltimos anos, mais precisamente desde 1998, quase todas as revendas j contam com tcnicos agrcolas ou agrnomos, prestando assistncia tcnica aos seus clientes. Junto com este fato, as indstrias de defensivos esto, quase que diariamente, com agrnomos trabalhando na regio, colaborando, de modo decisivo, para a melhoria do nvel tecnolgico regional. 12 CLIMA Nos ltimos anos as mudanas climticas tem sido um problema a mais. Em um passado, no muito distante, tnhamos duas situaes bem distintas: um perodo de chuvas regulares entre os meses de dezembro a junho; e um perodo sem chuvas de julho a novembro. Vrios fatores, que aqui no cabem serem discutidos, provocaram mudanas srias. Os perodos com chuvas so muito irregulares: alguns meses com pouca precipitao pluviomtrica, seguidos de meses com muita chuva. Os meses sem chuvas esto com baixa umidade e altas temperaturas diurnas, enquanto no perodo noturno a temperatura cai para 18oC e a umidade relativa muito elevadas superior a 80%. At bem pouco tempo, a incidncia de bactrias estava limitada aos meses de maro, abril e maio. Nos dois ltimos anos, temos registrado a presena de bactrias durante todo o ano, independente de Acreditamos maior ou menor precipitao pluviomtrica. que a irregularidade climtica, esteja, junto com os outros fatores,
contribuindo no s para o aumento das bactrias, mas outras doenas e pragas. 13 QUALIDADE DA GUA Consideramos como sendo um dos mais srios problemas da atualidade, a pssima qualidade da gua. gua utilizada para irrigao, na sua quase totalidade,
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proveniente de crregos, riachos e rios. Com a escassez de chuvas, fato registrados desde o ano de 1997, atingindo os anos de 1998 e 1999, a gua para irrigao tem ficado cada dia em menor volume, restrito a poos amazonas ou buracos cavados nos leitos dos crregos, riachos e rios. A gua que era corrente, portanto, renovada constantemente; passou a ser de uma fonte estagnada, sem renovao. A gua de poos amazonas e/ou buracos, esto, com toda a certeza, com maior probabilidade de estarem contaminadas com bactrias. CONDIES IDEAIS PARA O ATAQUE DE BACTRIAS Muitas e variadas so as condies ideais para ataque de Bactrias. Dentre todas algumas merecem destaque. Vale lembrar que nenhuma condio surge isoladamente. Em geral a soma de vrios fatores favorveis determinam o grau de infestao e de agressividade da (s) bactria (s). O conjunto de condies benficas s bactrias podem promover a incidncia de vrias bactrias ao mesmo tempo. 1 - SOLOS INFECTADOS O solo pode ser contaminado por bactrias de diferentes modos. Causas de contaminao do solo: a) Encharcamento da rea presena natural de bactrias - so de alto riscos os solos que apresentam os problemas de: lavagem pelas guas das chuvas encharcamento peridicos montante ou jusante de barragens baixadas midas permetros de lagoas
Nos casos citados, em geral as bactrias esto presentes em restos de vegetais, transportados e depositados pelas guas (sobrevivendo durante vrios anos). Quando so cultivados com tomateiro as bactrias migram dos restos de vegetais para as plantas cultivadas. Dificilmente o produtor ter sucesso com o cultivo em reas de alto risco. b) Contaminao com restos de culturas - muitos produtores ao erradicarem culturas com bactrias (tomate, pimento, repolho, etc), adotam dois procedimentos errados:
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1- Incorporam os restos das culturas na prpria rea cultivada (em geral com uso de trator) - de tal modo que contaminam toda a rea. 2- Transportam e espalham os restos culturais para outras reas (s vezes despejam os restos das plantas contaminadas em reas dos vizinhos). Em qualquer um dos casos fazem com que reas - antes isentas de bactrias - fiquem imprestveis para o cultivo de tomate por vrios anos. c) Plantas hospedeiras a presena de plantas nativas hospedeiras de bactrias um fato constantemente verificado. rea nunca cultivada pode, mesmo no primeiro plantio, apresentar altssima incidncia de doenas bacterianas. 2 CLIMA Dois fatores do clima favorecem o surgimento ou desenvolvimento de bactrias: a combinao de temperatura e chuva - causa da maior ou menor incidncia das doenas bacterianas. Temperaturas ideais: I Pinta bacteriana 13 a 25 C II Mancha bacteriana 24 a 30 C III Murcha bacteriana 29 a 35 C IV Necrose Medular - 16 a 25 C V - Erwinia 16 a 35 C Para todas as bactrias as temperaturas de 16 a 21 C a faixa ideal . Todas as bactrias so favorecidas pelo perodo chuvoso, onde a umidade relativa do ar permanece acima do 80%. Noites frias , chuvas diurnas e poucas horas de sol (menos de 6 horas de luz solar por dia) formam clima ideal para o aumento de bactrias. Nos perodos de ausncia de chuva, temperaturas noturnas e diurnas entre 22 e 30 C, dias ensolarados (mnimo de 12 horas de luz por dia) so condies climticas no favorveis s bactrias.
3 ADUBAO No que diz respeito nutrio do tomateiro dois aspectos devem ser levados em considerao.
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I Excesso de nitrognio favorece o desenvolvimento de bactrias. Existe uma relao muito grande entre a quantidade de Nitrognio e a quantidade de espcies de bactrias e o grau de agressividade com que elas atacam o tomateiro. Quanto maior for a quantidade de nitrognio, maior ser a incidncia. Por diversas vezes podemos constatar que na presena de uma leve incidncia de bactria em tomateiro, aps uma adubao nitrogenada (exclusivamente com adubo nitrogenado ou com esterco de galinha em cobertura), h uma exploso da bactria impossibilitando qualquer controle de modo eficiente. Plantas excessivamente vigorosas (pela adubao nitrogenda) so mais sensveis ao ataque de bactrias e de controle mais difcil. II Desequilbrio nutricional - a relao nitrognio x potssio, quando em desequilbrio, tornam as plantas mais susceptveis s bactrias. O uso de NPK ou NK onde os teores de Nitrognios so superiores aos de Potssio (Exemplos 3-1-1, 4-0-1), sejam adquiridos de Indstrias crescimento das plantas, sem ou preparados no propriedade rural, a necessria promovem o resistncia. o que chamamos de
crescimento vegetativo desproporcional. Nos casos de desequilbiro nutricional de N e K plantas com idade de 30 dias apresentam porte de plantas de 40 dias, as folhas so excessivamente grandes e suculentas, a distncia entre folhas ultrapassa aos 30 cm (o mesmo acontece com os cachos) e as brotaes laterais so muito vigorosas. H a falsa impresso de que o plantio est timo. No entanto, ao primeiro ataque de bactria a verdade aparece. So plantas falsamente vigorosas, muito sensveis ao menor ataque de bactrias. Alm da proporo N x K, relaes Clcio x Boro, Fsforo x Magnsio, Nitrognio x Enxofre e Clcio x Potssio, precisam de equilbrio . Ver mais detalhes no item sobre Adubao. 4 IRRIGAO O fornecimento de gua, por meio da irrigao, pode ser um fator de disseminao de bactrias. Conforme o mtodo utilizado e o volume de gua aplicado as conseqncia danosas do ataque de bactrias ter maior ou menor impacto na produtividade. Irrigao que promove o molhamento das folhas (asperso e microaspersor) e que permite que a gua escorra dentro da rea (sulco e mangueiras) transportam as bactrias de plantas infectadas para as plantas sadias. Para as bactrias de cancro bacteriano, pinta bacteriana, mancha bacteriana e erwinia a gua nas folhas 66
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condio ideal para o desenvolvimento. A bactrias da murcha bacteriana disseminada pela gua quando esta escorre no solo. O volume de gua quando aplicado em excesso ao mesmo tempo que realizada adubao nitrogenada, inviabilizam a eficincia dos bactericdas qumicos. O ataque de bactrias se torna incontrolvel. 5 - PRTICAS DE CULTIVO I - ESPAAMENTO nas pocas de chuva (em condies de alta umidade do solo, temperaturas baixas, umidade do ar elevada, poucas horas de luz solar e pouca ventilao), os espaamentos muito adensados de 1,00m x 0,50 m (com densidade de 18000 a 20000 plantas /ha) , agravam as condies climticas, e favorecem s bactrias. II - MTODO DE ENVARAMENTO - o mtodo de envaramento inclinadonas pocas de chuva, dificulta as pulverizaes (dificilmente as folhas da parte interna sero atingidas plos bactericidas no circula). III - ADUBAO DE COBERTURA - quando a adubao de cobertura realizada manualmente costume abrir uma cova entre as plantas (o que chamamos de adubar no salto). Ao abrir a cova, razes so cortadas, favorecendo a penetrao de bactrias principalmente murcha bacteriana e cancro bacteriano. IV - DESBROTA - a desbrota por si s uma porta de entrada de bactrias. Ao realizar a desbrota tardia com brotas grandes (maiores de 10 cm), o fato mais grave. As feridas abertas com a quebra dos brotos laterais e o fato de trabalhadores terem contato com plantas doentes e sadias ao mesmo tempo, levam bactrias de uma planta para outra. As bactrias erwinia, cancro bacteriana e murcha bacterina so altamente disseminadas pela desbrota. V - USO DE VARAS/ESTACAS/ARAME a reutilizao de varas, arames e estacas de um plantio que foi contaminado por bactrias, um meio de transporte e contaminao de bactrias entre reas . Nem sempre a desinfeco eficiente. O mais aconselhvel no reutilizar material contaminado. o que mais grave quando pulverizado produtos de contato) e cria condies de alta umidade na parte interna (o sol no penetra e o vento
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6 - MUDAS E SEMENTES As de sementes retiradas de plantas de reas contaminadas, podem conter bactrias. Mesmo sendo uma prtica ultrapassada, alguns produtores ainda retiram sementes de sua prpria rea. Nenhum tratamento - fermentao, trmico ou qumico realizado, tornando o fato mais grave. Do mesmo modo, a aquisio de mudas produzidas em Estufas sem tratamentos preventivos (muitas so as pequenas estufas de mudas que no adotam as medidas mnimas de controle de pragas e doenas), so responsveis por plantios de mudas j infectadas por bactrias. MEDIDAS DE CONTROLE DE BACTRIAS O Controle de bactrias, para que tenha eficincia, passa pela adoo de um conjunto de medidas. Isoladamente nenhuma prtica ter xito. Somente o sinergismos de prticas e produtos, preferencialmente de modo preventivo, so efetivamente eficientes. Podemos relacionar os seguintes cuidados a serem adotados: 1. Escolha do local de Plantio 2. Calagem 3. Adubao qumica de fundao e cobertura 4. Adubao orgnica 5. Uso de mudas sadias 6. Irrigao 7. Cuidados com desbrota e capao 8. Estimular defesa natural da planta 9. Controle qumico 10. Enxertia 11. Cultivo em recipiente 1. Escolha correta do LOCAL DE PLANTIO. Devemos evitar os locais onde: 68
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a) J foram realizados plantios de solanceas, principalmente pimento e tomate , e que tenham apresentados problemas de bactrias. Sendo uma rea onde a presena de murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum) tenha sido registrado, de modo algum podemos cultivar o tomateiro. certo que nesses casos, o novo plantio ser afetado pelas bactrias e, o que pior, com muito mais agressividade. Em alguns casos j registramos perda total de reas de tomate. b) reas de baixada, onde periodicamente so registrados alagamentos. A presena de bactrias, em reas com alagamento, quase certo. Devemos, portanto, evitar o risco de perdas elevadas. Em geral, nos imveis rurais, dispomos de reas mais elevadas, onde jamais foi registrado alagamentos. 2. CALAGEM . Os baixos teores do pH, junto com outros fatores, pode predispor as plantas ao ataque de bactrias. Devemos estar atentos para corrigir o pH, de modo a variar entre 6 e 6,5. Sempre que disponvel, usar parte da calagem com cal virgem. 3. ADUBAO de Fundao e Cobertura. Especial cuidado deve ser dado ao uso de Nitrognio. O excesso de adubao de fundao e de cobertura com Nitrognio,favorece significativamente a presena de bactrias. Podemos afirmar, sem medo de cometer exageros, que o excesso de nitrognio disponvel, pode inviabilizar as demais medidas de controle de bactrias. O bom resultado de todas as medidas, passa inicialmente pelo controle da adubao nitrogenada. A relao nitrognio-potssio de primordial importncia. Ver mais detalhas no captulo sobre adubao. No entanto, vale lembrar, a relao NxK2O, deve ser de no mnimo 1 x 1,66 at o limite de 1 x 2,5, para todo o ciclo. A relao ideal deve ser determinada levando em considerao todos os fatores determinantes da adubao, sempre considerando que de uma boa adubao depende o eficiente controle de vrias doenas. Alm da correta relao NxK2O, a distribuio da adubao, conforme os estdios da cultura, tem a mesma importncia. Muito cuidado deve ser dado ao uso de esterco de galinha em adubao de cobertura. Em muitos casos a soma do nitrognio do esterco de galinha com o nitrognio de adubos qumicos, provocam um crescimento exagerado das plantas, em um curto espao de tempo. Quando tal fato verificado, em seguida poderemos ter um ataque severo de bactrias e/ou outras doenas.
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Vale lembrar que a adubao no pode ser pensada somente como alimento para a planta. Temos que considerar a adubao como parte de todo um processo produtivo, onde o fornecimento de adubos afeta (positivo ou negativamente) todo o conjunto de fatores de produo. 4. ADUBAO com Matria Orgnica. Solos bem equilibrados, com bons teores de matria orgnica (preferencialmente de procedncia conhecida), produzem a plantas com desenvolvimento vigoroso (entenda vigoroso como plantas saudveis, fortes e sem deficincias nutricionais). A escolha e os teores de matria orgnica ideais, dependem de cada regio, o importante que os teores de Matria Orgnica fique entre 2,5 e 4%. Plantas cultivadas em solos bons so mais resistentes s doenas no s s bactrias, mas a outras doenas. 5. MUDAS SADIAS Somente devem ser plantadas mudas provenientes de Estufas reconhecidamente responsveis. Mudas com manchas nas folhas ou com evidncias de terem sido retiradas folhas doente, devem ser rejeitadas. comum encontrarmos mudas j contaminadas com mancha bacteriana (Xanthomonas campestris). O produtor de mudas deve adotar um programa com adoo de medidas preventivas de controle de bactrias - tais como: desinfeco de bandejas e outros equipamentos, controle de acesso de pessoas, pulverizaes peridicas preventivas com bactericidas. Nunca utilizar sementes retiradas de plantios prprios ou de amigos. Adquirir sementes produzidas e distribudas por empresas idneas e em suas embalagens originais lacradas. 6. IRRIGAO : O controle da quantidade, distribuio , horrio e local de aplicao da gua , na verdade, o fator determinante no controle de doenas, com maior relevncia para o eficiente controle de bactrias. Todo e qualquer esforo ser em vo, se no for aplicado um rgido acompanhamento do uso da gua. Portanto, vamos ver alguns dados importantes: I- Quantidade de gua. O excesso de gua de irrigao, torna o controle de bactrias impossvel. A irrigao, na fase inicial da culturas, nos primeiros 15 DAT, deve ser conduzida de modo 70
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que as plantas estejam bem prximas do ponto de murcha inicial. A evoluo do volume de gua deve rigorosamente acompanhar o crescimento vegetativo da cultura. O controle de bactrias, no estdio inicial da cultura, se torna mais fcil quando o tomateiro tem pequenas deficincias hdricas at os 15 DAT, sem prejuzos para o crescimento normal (lento e progressivo). Dependendo do sistema de irrigao adotado, o escorrimento de gua dentro da rea cultivada, dissemina as bactrias. A contaminao de plantas sadias, a partir de uma planta infectada por bactria, ocorre de duas maneiras: a) da parte mais alta para os locais mais baixos, formando, por vezes, linhas de plantas mortas de cima para baixo. Demonstrando, de tal modo, o caminho percorrido pelas guas de escorrimento, junto com as bactrias. b) ao longo das linha, para um e/ou outro lado, sempre a partir de uma planta infectada em geral, em estado avanado de infeco. As bactrias, murcha bacteriana, cancro bacteriana e erwnia, so as mais facilmente disseminadas pelo excesso de gua. Quase sempre promovem destruio de grande nmero de plantas. J constatamos perdas de at cem por cento de reas. Em muitos casos a adoo de medidas para o controle das bactrias, em reas com excesso de gua, possuem custo muito elevado, inviabilizando o cultivo, sendo necessrio a erradicao total da cultura como nica medida para conter o avano bacteriano para outras reas. II- Distribuio do volume total a ser aplicado, diretamente relacionada com o volume, a distribuio da gua diz respeito quantidade de mm/hora ou tempo de irrigao. Vrios fatores precisam ser levado em considerao, vale lembrar, antes de tudo, que no existe uma regra fixa e rgida do tempo de irrigao , o acompanhamento dirio do plantio quem vai determinar a real necessidade hdrica da cultura, basta ver os fatores que afetam a distribuio hdrica, ver mais detalhes no captulo de irrigao: a) Estdio cultural (idade das plantas), nos primeiros 5 DAT, a quantidade de gua no deve ultrapassar faixa de 200 a 300 ml/dia/planta. Equivalente, por exemplo, para um gotejador de 1,5 litros /horas, de 8 a 12 minutos por dia de irrigao. A Evoluo da quantidade de gua e, logicamente, do tempo de irrigao, vai crescer conforme o desenvolvimento das plantas. Raramente, o tempo de 3 horas/dia, para o mesmo gotejador de 1,5 l/h, correspondente a 4,5 l/planta/dia, ser ultrapassado, mesmo 71 considerando planta totalmente adulta, com temperatura elevada e solo arenoso.
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b) Temperatura diria nos dias com sol mais forte (temperaturas acima de 30C), a necessidade de gua ser superior aos dias com temperatura amena (menos de 22 C). Temos portanto que tomar, a cada dia, uma atitude, definindo o volume e tempo de irrigao, conforme a temperatura . c) Ventos a presena de ventos forte em algumas pocas do ano, provocam a perda excessiva de gua do solo. Em geral, na Ibiapaba, nos meses de julho, agosto e setembro, so registrados ventos mais fortes. Quando tal fato ocorrer, h a necessidade de maior volume de gua, para compensar as perdas decorrentes da ao dos ventos. Maior ateno deve ser dada, quando a linhas de plantio forem feitas no sentido dos ventos, quase sempre Leste-Oeste. Vale repetir, as perdas de gua pela ao dos ventos so muito grandes. Sendo verificada situaes de ventos + sol fortes, devemos dobrar os cuidados com a possibilidade de falta de gua no solo. Tendo sempre o cuidado de evitar encharcamentos. Em solos arenosos a ao do vento pode, alm do acima citado, ao transportar areia provocar ferimentos nas folhas do tomateiro, sendo uma porta de entrada de bactrias. d) Tipo de solo: Conforme a estrutura e textura do solo, a quantidade e tempo de irrigao ser determinada. Seguindo a lgica, os solos mais arenosos necessitam de maior quantidade de gua, que os solos com alto teor de argila. Cada rea plantada, mesmo dentro do mesmo imvel, ter que ser tratada de modo individualizado. e) Mtodo de irrigao: Dentre os vrios mtodos de irrigao (sulcos, asperso, mangueiras, gotejadores, micro-arperso, etc), uns tm maiores ou menores influncias na disseminao e controle de doenas bacterianas, principalmente pela localizao da gua na plantas. Os mtodos de irrigao que depositam a gua nas folhas (microasperso e asperso), so responsveis pela contaminao de plantas sadias pela distribuio das bactrias, das plantas infectadas para as ss; ainda, promovem a lavagem de bactericidas aplicados via pulverizao foliar diminuindo a eficincia dos bactericidas e dificultando o controle da doena. A irrigao por mangueiras e sulcos, onde a gua aplicada em elevado volume, escorrendo por longo trechos (sulcos) ou em lminas por toda a rea (mangueiras), so responsveis pela distribuio das bactrias especialmente a murcha bacteriana. A irrigao por meio de gotejadores - distribuindo a gua somente no solo (gota a gota), sem molhar as folhas e permitindo o controle rigoroso da vazo o nico mtodo de irrigao que contribui no controle de bactrias, seja evitando a disseminao, 72
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seja favorecendo a eficincia de bactericidas, permitindo, inclusive, a aplicao de produtos pelo sistema de injeo de defensivos na gua de irrigao. f) Presena de chuvas: No raro encontramos produtores irrigando o tomateiro aps chuvas. Por falta de pluvimetros, de informaes de quantidade de milmetros de chuvas registradas diariamente, sem o conhecimento das necessidades hdricas da cultura e da capacidade de reteno do solo e por acreditar ser necessrio lavar as folhas do tomate aps uma chuva, muitos produtores irrigam logo depois de chuvas. Assim procedendo, mesmo sem querer, estar elevando ao mximo a quantidade de gua do solo, promovendo encharcamento. Consequentemente, todos os problemas decorrentes do excesso hdrico afetaram o tomateiro. As bactrias so beneficiadas pelas chuvas e pela irrigao desnecessria. 7 DESBROTA E CAPAO Aps realizado cada desbrota (em cultivo normal realizado uma desbrota semanal), necessrio a pulverizao com produtos bacterostticso - cobre ou cobre + maneb. Quando em condies de alto risco de infeco, aconselhamos associar um bactericida sistmico com um bacterosttico. A pulverizao deve ser realizar no mesmo dia da desbrota. O mesmo procedimento deve ser adotado por ocasio da capao final. 8 ESTIMULAR DEFESA NATURAL DA PLANTA A cada ano surgem no mercado produtos que estimulam o sistema de defesa natural da planta contra fungos e bactrias. O futuro de controle de doenas passar, antes de tudo, pela resistncia individual de cada planta, por diversos mtodos de estmulos. Um dos produtos disponveis ao produtor rural o KENDAL - composto de vrios elementos. Dentro do programa de controle de bactrias o Kendal tem apresentado timos resultados, como mais uma ferramenta eficiente.
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Vrios outros produtos esto sendo lanados no mercado, no entanto, ser necessrio bastante ateno com a origem dos produtos somente adquirir produtos de empresas reconhecidamente srias e com registro no Mistrio da Agricultura. 9 -CONTROLE QUMICO A associao da medidas preventivas, anteriormente sem a presena de doenas bacterianas. Antes de tratarmos dos produtos e mtodo de controle qumico, alguns tpicos merecem ser discutidos: I Diagnstico. A perfeita e rpida identificao da (s) bactria (s) presentes, de primordial importncia. Quanto mais rpido e preciso for o diagnstico, inclusive tendo o cuidado de quantificar a severidade do ataque , permite a) determinar no programa de tratamento curativo - produtos, - doses, - intervalos de aplicao; b) c) maior eficincia dos produtos aplicados, conseqentemente sucesso no controle da viabilizar economicamente o plantio. Pela reduo das perdas de produo e de doena; menor custo no uso de bactericidas. Para quantificar a severidade do ataque das doenas bacterianas, considerar: S 1 - inicial ou leve = menos de 10% de plantas com sintomas S 2 mdio = de 10 a 20% de plantas com sintomas S 3 severo ou grave = quando mais de 20% de plantas infectadas. Ter especial ateno, quando for diagnosticar, pois dificilmente iremos encontrar somente uma bactria presente, na mesma planta ou na mesma rea, considerando o grau de severidade a soma das bactrias presentes. II As condies climticas locais ou regionais: presena de chuvas, Umidade Relativa do ar, temperatura diurna e noturna (mnima e mxima), so fatores que obrigatoriamente devem ser considerados. Nos meses (ou perodos) onde as condies climticas so mais favorveis ao desenvolvimento das bactrias, as doses de 74
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qumicos especficos para o controle das doenas, torna possvel o cultivo de tomateiro
bactericidas devem ser maiores (doses mximas recomendadas para cada produto), e os intervalos entre as aplicaes no devem ser maiores do que: a) Preventivo = no mximo de 10 dias b) Curativo = mximo 5 dias Na Ibiapaba, os meses com condies mais favorveis so Maro, Abril e Maio. Os dados climticos podem ser vistos em grficos e quadros anexos, nas pginas podendo servir de comparativo para outras regies. III Histrico da regio e da rea. As informaes da presena de bactrias na cultura de tomate (ou outras solanceas), nos ltimos trs anos ajudam a definir um programa preventivo, bem como, deixar em alerta mximo, com vistorias dirias, visando detectar o momento exato do incio da infestao, facilitando a identificao da bactria, conseqentemente seu controle. Prestar bastante ateno nas bactrias em evoluo nos ltimos anos, h sempre a possibilidade de uma exploso populacional, dificultando o controle e causando prejuzos. PROGRAMA DE CONTROLE QUMICO: I PREVENTIVO: 5 DAT = KASUMIN (50 cc) + CUPRA-500 (50 gr) 15DAT = DITHANE (50 gr)+ CUPRA-500 (50gr) 20 DAT = KENDAL = 60 cc 25DAT = AGRIMICINA(40 gr)+CUPRA-500 (50gr) 35 DAT = POLYRAM (50 gr) + CUPRA-500 (50 gr) 40 DAT = KENDAL = 60 cc 45 DAT = MYCOSHIELD (40 gr) 55 DAT = MANZATE (50 gr) + CUPRA-500 (50 gr) 60 DAT = KENDAL = 60 cc 65 DAT = KASUMIN (50 cc)+CUPRA-500 (50 gr)
O intervalo entre as pulverizaes pode ser considerado o dia de desbrota e no dia da capao final. DOSES PARA 20 LITROS DE GUA
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Com as aplicaes acima, aps 65 DAT, provavelmente as bactrias estaro sob controle, dispensando outras pulverizaes. II Curativo 1 PULVERIZAO NO DIA DIAGNSTICO AGRIMICINA (50 gr) + CUPRA 500 (50 gr) 2 PULVERIZAO KASUMIN (60 cc) + CUPRA 500 (50 gr) 3 PULVERIZAO KENDAL = 60 cc + MYCHOSIELD (60 gr) 4 PULVERIZAO DITHANE M 45 = (50gr) + CUPRA 500 (50 gr) 5 PULVERIZAO REPETIR A PARTIR DA 1 O COBOX (ou outra marca comercial de cobre) PODE SER USADO EM SUBSTITUIO AO CUPRA, dependendo da disponibilidade no mercado. DOSES PARA 20 LITROS DE GUA Aps cinco pulverizaes o controle realizado. Geralmente novas pulverizaes sero feitas conforme o tratamento Preventivo citado no item I, sendo a primeira aplicao 8 dias depois do 5 tratamento curativo. O INTERVALO DAS PULVERIZAES CURATIVAS DEPENDE DO GRAU DE SEVERIDADE, no entanto, sempre adotar uma pulverizao aps cada desbrota e no dia da captao final. LEVE = 4 EM 4 DIAS aps a 1 Pulverizao GRAVE = 2 EM 2 DIAS aps a 1 Pulverizao
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A aplicao do Cupra 500 + Dithane M45, necessita uma pr-mistura das doses em gua, pelo perodo mnimo de 4 horas, para que seja efetuada a reao qumica, transformando os dois princpios ativos (cobre e cobre (produto bacterosttico). COMPOSIO DOS BACTERICIDAS: KASUMIN = Kasugamycin 20 g/l AGRIMICINA = Oxitetraciclina (terramicina) 15 g/Kg + Estreptomicina 150 g/Kg MYCOSHIELD = Oxitetraciclina (terramicina) 200 g/Kg AGRIMAICIN 500 = Cobre metlico (tribsico) 400 g/Kg + Oxitetraciclina 3 g/Kg CUPRA 5OO + DITHANE M 45 = Cobre metlico 500 g/Kg + 800 g/Kg de Mancozeb COBOX + POLYRAM = Oxicloreto de cobre + Metiram mancozeb) em bisditiocarbamato de
10- ENXERTIA o mtodo mais seguro para o controle de bactrias sistmicas de solo. A enxertia se torna mais importante quando o plantio realizado em Estufas ou em regies que historicamente as bactrias so o fator limitante da produo. Com uso de enxertia possvel o controle de bactrias (principalmente as de solo), bem como nematides. As empresas produtoras de sementes esto, mesmo que timidamente, iniciando o lanamento de porta-enxertos. A enxertia em tomate um processo fcil, com alto ndice de pegamento (mais de 95 %). 11 - CULTIVO EM RECIPIENTE Este mtodo de cultivo deve ser usado somente em cultivo em estufa. Vrios recipientes podem ser utilizados: vasos plsticos, tnel de plstico, sacos plsticos 40x40
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cm, etc. A grande vantagens do plantio em recipientes o isolamento total das plantas do solo. Temos usado sacos de plstico de 40x40 cm, com 0,15 mm de espessura, com excelentes resultados controlando 100% as bactrias. 05 - DOENAS VIRTICAS DO TOMATE RELAO DE DOENAS VIRTICAS: 1 = TOPO AMARELO TMV Vrus do Mosaico do Tabaco 2 = FRISAMENTO DO OLHO GEMINIVIRUS - TG/TY Vrus do Encrespamento Amarelo da Folha do Tomate 1- T M V VRUS DO MOSAICO DO TABACO OUTRAS DENOM INAOES: Vrus do topo amarelo Vrus do olho branco TMV, por muitos anos (aproximadamente entre 1980 at 1995), foi a principal doena virtica do tomateiro no Cear. Naquele perodo basicamente eram cultivados dois tipos de tomateiro o MM70 e o Santa Clara, cultivares altamente sensveis ao TMV, principalmente o Santa Clara (substituto do MM70). O TMV provocou uma das mais srias crises tcnica e econmica na regio da Ibiapaba, tendo proporcionada perdas enormes. Em algumas regies o cultivo de tomate tornou-se invivel, dado o alto grau de infestao do vrus, conhecido entre os produtores por olho-branco. Somente com a introduo de hbridos resistentes o problema foi solucionado. O primeiro hbrido resistente ao TMV introduzido na Ibiapaba foi o ALTAIR, comercializado no Brasil pela Feltrin Sementes. Foi um marco na explorao de tomate na Ibiapaba os produtores s acreditaram na resistente do Altair, aps vrias demonstraes - por meio de plantios em uma mesma rea de tomate Santa Clara e Altair onde a resistncia era visual. A partir de ento, todos passaram a acreditar que a nica soluo para erradicar o vrus era o cultivo de tomates resistentes. 78
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Atualmente praticamente uma regra: todos os tomates hbridos so resistentes ao TMV. Com o cultivo de quase 100% das reas com tomates hbridos, desapareceu da Ibiapaba. TRANSMISSOR: Pulgo SINTOMAS O TMV quando infecta o tomateiro, provoca: a) descolorao da parte nova (ponteiros) das plantas, os fololos ficam com um verde muito claro, dando a impresso de quase branco de onde gerou o nome de olhobranco. b) Paralisao do crescimento da planta. Quando a infestao ocorre em plantio com menos de 20 DAT, os danos so irreversveis. Quase sempre a infestao com o vrus acontece em toda a rea. Nesses casos, a erradicao total das plantas a nica medida aconselhvel. Em plantas com idade superior a 30 DAT, os danos so severos, mas possvel de colheita mesmo com baixa produtividade. CONTROLE a) Controle do transmissor. Na pratica muito difcil o controle do pulgo, de modo eficiente, para evitar a transmisso de vrus a picada de prova do pulgo suficientes para transmitir o vrus. Porm, sendo adotado um programa preventivo, usando inseticidas sistmicos - Exemplo Orthene, Hamidop, Vexter. O programa de controle da Mosca Branca, ou mesmo tempo controla o pulgo e outros insetos sugadores. b) Adubao de cobertura com macros-elementos e foliar com micros-elementos, ajuda consideravelmente no fortalecimento das plantas, de modo que elas possam reagir uma presena do vrus. No elimina o vrus, claro. No entanto, por meio da reao das plantas ao vrus, possvel fazer com que elas voltem a crescer, atingindo produtividade aceitvel. o vrus
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PRIMEIRO PLANO : TOMATE SANTA CLARA COM TMV SEGUNDO PLANO : TOMATE LONGA VIDA RESISTENTE AO TMV 2 GEMINIVIRUS 2.1- OUTRA DENOMINAO- Frisamento do Tomate Nos ltimos cinco anos o Geminivrus a principal doena do tomateiro no Estado do Cear todas as regies produtoras esto com alta incidncia desse vrus. Os prejuzos causados pelo frisamento do tomateiro so incalculveis, no entanto, de modo superficial podemos afirmar que no menos de 40% o volume geral de perdas na produtividade. Muitos so os casos de perda de 100%, com erradicao total dos plantios. Atualmente no se pergunta se tem geminivirus na horta, mas qual a quantidade de plantas atacadas.
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TRANSMISSOR Mosca branca (Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii) ver detalhes sobre a mosca branca no item Pragas. SINTOMAS NA PLANTA uma planta de tomate infectada pelo geminivirus apresenta os sintomas na parte mais nova (no olho). Os fololos iniciam a mudana de colorao do verde para o quase amarelo, a mudana de cor constatada inicialmente na base de cada fololo. Ao mesmo tempo surge o encrestamento (frisamento) de todo o topo da planta, com fololos pequenos e enrolados. Praticamente a planta paralisa o crescimento. O sintoma de frisamento muito semelhante deficincia de boro. Em muitos casos pode existir a deficincia de boro e no o ataque do vrus. A diferena principal entre a deficincia de Boro e o Vrus a mudana de cor da base do fololo (sintoma caracterstico do vrus). Outro aspecto importante, o ataque do vrus inicialmente em plantas isoladas, espalhadas por toda a rea, a cada dia surgem novas plantas com sintomas. A deficincia de boro, quase sempre, apresenta sintomas em todas as plantas ao mesmo tempo. Com a paralisao do crescimento, consequentemente, a frutificao deixa de existir. Quando a planta infectada pelo vrus com mais de 40DAT, as folhas em geral tendem a enrolar, ficam sem o brilho normal e ficam menos suculentas. Dependendo do estdio em que a planta infectada, os danos sero mais ou menos significativos. Plantas que apresentam os sintomas de geminivrus antes dos 20 DAT, pode ser considerada como perda total. Nos casos em que os sintomas so vsveis entre 21 e 35 DAT as perdas sero significativas, podendo existir produo, desde que medidas nutricionais sejam adotadas, ver detalhes abaixo. Para os tomateiro que apresentam sinais da existncia do vrus com idade acima de 35DAT os danos econmicos sero menores, principalmente porque j teremos o mnimo seis cachos emitidos. O vrus quando infecta com mais de 35 DAT no paralisa totalmente o desenvolvimento da planta. Sendo adotadas algumas medidas nutricionais, a planta reage ao vrus, atingindo produtividades mdias. Em casos de incidncia virtica em plantas com mais de 50 dias, os danos sero mnimos por vezes passando desapercebido. Normalmente uma planta com mais de 50 DAT j se encontra com 9 a 10 cachos emitidos e com as pencas da base praticamente formadas. Nas variedades mais
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precoces, com 60DAT inicia a colheita principalmente quando as condies climticas so favorveis. 2.4 MEDIDAS DE CONTROLE I - MEDIDAS NUTRICIONAIS AUXILIARES. Sempre que uma planta infectada por um vrus, h a necessidade de reforo nutriconal, em cobertura e pr via foliar, principalmente. O fornecimento de macros, micro-elementos e aminocidos de fundamental importncia. evidente que o controle da praga vetora tem que ser realizado, ver detalhes do controle da mosca branca no item sobre Pragas. Temos visto que alguns elementos so mais necessrios para uma planta com geminivrus, sendo o caso do Boro, Clcio, Fsforo e Magnsio. O Boro e o Clcio so essenciais para o desenvolvimento das clulas, portanto com atuao de destaque nas partes mais novas exatamente onde o vrus mais causa danos. Com o fornecimento de Clcio+Boro, estamos fornecendo condies para que a planta possa reagir, desenvolvendo novas clulas continuando com seu processo normal de crescimento. O Fsforo o elemento que fornece energia planta. Mais do que outra, uma planta com geminivrus requer energia para enfrentar o vrus. O Magnsio elemento essencial para a formao da Clorofila. Tendo em vista que o vrus provoca a destruio da clorofila dos fololos, temos que estimular a formao de quantidade maior de clorofila. Com a adubao de Magnsio, estimulamos a fomao de clorofila, permitindo que a planta possa repor as perdas provocada pelo vrus. Com a ao conjunta (sinergismo) do Boro+Clcio e do Magnsio+Fsforo, o tomateiro pode reagir ao vrus. Diversos so os casos em que a recuperao excelente. Exemplo de Programa de Adubao Foliar, com doses para 20 L de gua : 1 Dia Clcio SL17 = 50 cc + Boroplus (10%) 20 cc + Kempi 10 cc 2 Dia MgAtivatto = 50 cc + Plantafol 10-55-10 = 100 cc 3 Dia Megafol ou Torpeed = 50 cc Intervalo de 48 horas. Repetir o tratamento acima por 4 vezes, obedecendo o mesmo intervalo de 48 horas. Continuar aplicando o tratamento a cada 5 dias, aps a 4 aplicao. 82
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Os foliares podero ser aplicados junto com defensivos, quando compatveis. No entanto, o ideal que a pulverizao seja separada, dando preferncia para pulverizar primeiro com os foliares quando for usar defensivos no mesmo dia. Programa de adubao de cobertura: As quantidades prevista no programa de adubao de cobertura, devero ser acrescidas de 30 a 50%, conforme o grau de incidncia do vrus. Durante 15 dias a adubao ser reforada, voltando s doses normais em seguida. II - USO DE MUDAS SADIAS Tem sido muito comum plantas com idade entre 5 a 10 DAT, j apresentarem sintomas de geminivrus. Entre a transmisso (pela mosca branca)e o aparecimentos dos primeiros sintomas (primeiras plantas com frisamento) existe o intervalo de 12 dias em mdia. Para que os sintomas apaream entre 5 a 10DAT, a transmisso foi efetuada quando as mudas estavam em fase de produo, nas Estufas. Portanto, a aquisio de mudas isentas de vrus, produzidas em Estufas de reconhecida responsabilidade, o primeiro e mais importante passo para a produo sem Geminivirus. III - CONTROLE DO VETOR O controle da Mosca Branca (Bemisia ssp), por ser o nico transmissor do Geminivrus, essencial. O nvel de mosca branca, tem que ficar abaixo de uma mosca adulta por planta. Ver em controle de pragas, programa de controle de mosca branca. IV CULTIVO DE HBRIDOS TOLERANTES A cada ano esto sendo lanados novos hbridos com TOLERNCIA ao Geminivirus, no entanto, alguns problemas esto sendo registrados a nvel de campo: a) Hbridos com Baixa produo de flores, com conseqente baixa produtividade; b) Frutos no aceitos plos consumidores , por serem muito grandes e de baixa vida ps-colheita; c) Outros apresentam baixa tolerncia, sendo facilmente quebrada; d) As mudanas climticas provocam deformaes de frutos;
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e) Falta de definio dos nveis de adubao para cada hbrido -, produzem frutos por vezes muito pequenos e noutras vezes frutos grande e moles. Somente por meio de hbridos com alta tolerncia ou RESISTENTES, ser possvel o controle do Geminivrus (ou qualquer outro vrus). Portanto, a soluo ser gentica, o combate mosca branca (vetor) continuar sendo necessria, mas no a soluo definitiva do problema da virose .
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GEMINIVRUS
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06 - GRFICO DE OCORRNCIA DE PRAGAS DO TOMATE NO CEAR OCORRNCIA DE PRAGAS EM TOMATE ENVARADO PLANTIO DE CAMPO CEAR MOSCA BRANCA (Bemisia ssp ) - PULGO (Myzus persicae)
MOSCA BRANCA FASE CRTICA
TRAA
- Tuta absoluta
PEQUE
FORMIGA LAGARTA ROSCA (A. ipsilon) CACHORRO DE AREIA COLHEITA FLORAO FASE INICIAL E FRUTIFICAO
D.T. = DIA DO TRANSPLANTE TOMATE SANTA CLARA = CONSIDERAR AT 112 DAT TOMATE HBRIDO LONGA VIDA = CONSIDERAR AT 126 DAT MOSCA BRANCA = PERODO CRTICO = TRANSMISSO DE GEMINIVIRUS. BROCA PEQUENA = PREOCUPAO COM OVOS E LARVAS ANTES DE PENETRAR NOS FRUTOS PRAGAS CITADAS = PRESENTES NO ESTADO, COM DANOS ECONMICOS 07 - PRAGAS DO TOMATE RELAO DE PRAGAS 1- LAGARTA ROSCA -Agrotis ypsilon 2- FORMIGAS 3- MOSCA BRANCA Bemisia ssp 4- MINADORA Liriomyza sativa 5- TRAA Tuta absoluta 6- BROCA PEQUENA DOS FRUTOS Neoleucinodes elegantalis 7- MICRO-CARO - Aculops lycopersici
1 LAGARTA ROSCA A Lagarta Rosca vem se tornando uma praga importante, provocando perdas significativas em reas de tomate. A maior incidncia tem sido verificada em reas que j tenham sido cultivadas com outras hortalias. Nos ltimos anos o cultivo sucessivo das mesmas reas, uma necessidade, pela falta de novas reas. Mesmo com a rotao de culturas, algumas doenas e pragas aumentam at porque algumas so comuns a vrias culturas. A Lagarta Rosca uma praga de vrias culturas, alm do tomate merece destaque, milho, cenoura, repolho, pimento, feijo, rosas. O ataque de lagarta rosca, nos ltimos anos, tem sido responsvel pela maioria da necessidade de replanta em hortas recm transplantadas. Nos casos mais graves, na primeira noite aps o transplante, perdas de at 20% podem ser registradas.
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DESCRIO: 1- Classificao: ORDEM = Lepidoptera FAMLIA = Noctuidae GNERO = Agrotis ESPCIE =Agrotis ipsylon, Huf ( A. ipsilon ou Agrotis sp ) 2- Descrio Adulto: Mariposa Ovo: Postura nas folhas Larva: Lagarta de hbito noturno, de cor marrom claro com listra marrom escuro. Pupa: De cor marrom, ficam no solo. MODO DE ATAQUE A lagarta rosca passa o dia no solo, saindo noite para se alimentar. Ela corta as plantas rente ao solo. Plantas que aparecem pela manh tombadas sobre solo, com claros sinais de ter sido cortado por algum inseto, indicam a presena de lagarta rosca. Cavando ao redor da planta cortada, a uma profundidade de at 15 cm, a lagarta poder ser encontrada. Ao ser tocada, ela se enrola de onde originou seu nome. CONTROLE A aplicao de defensivos para o combate lagarta rosca, deve ser realizado diretamente nas covas ou no colo das plantas, conforme o grau de infestao. I= Para solos com alta infestao: Pulverizar as covas 2Dias antes do Transplante Produtos: Vexter/Astro/Nufos/Lorsban (CLORPIRIFOS ) Dosagem: 30 ml/20Lde gua Repetir a aplicao no dia do Transplante II = Para solo com baixa infestao Pulverizar o colo das plantas imediatamente aps o Transplante com um dos produtos citados no item I, na mesma dosagem. Repetir, se ainda aparecerem plantas cortadas, 3 DAT. 90
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LAGARTA
PUPA 2 FORMIGAS Talvez a praga mais antiga seja a formiga. Mesmo depois de tantos anos, ainda se constitui uma praga importante. Os danos so causados nos primeiros DAT. Perdas de at 10%, em uma nica noite, tem sido registrado. Ao menor descuido as formigas
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cortam as plantas recm transplantadas, cortando prximo ao solo. Uma planta so provocados pela ao de formigas.
de
tomate cortada por formigas no mais se recupera. Grande parte dos casos de replanta A formigade-roa e a formiga-de-ninho , so as responsveis pelas perdas em tomateiros no Cear. Para o controle da formiga-de-roa o uso de inseticidas na formulao de iscas resolve o problema. timos resultados temos conseguido com uso da isca Blitz. Para o combate formiga-de-ninho os melhores resultados so as aplicaes de inseticidas lquidos, diretamente no ninho. Com o uso de Vexter/Astro/ Nufos( Clorpirifos ) na dosagem de 30 ml/20L de gua, as formigas so eliminadas. Utilizar um pulverizador costal, sem o bico, somente com a lana. Como medida auxiliar de alta eficincia, aconselhamos espalhar dentro e ao redor ( em todo o permetro ) da rea plantadas, galhos de mandioca, que funcionam como atrativo para a formigas. Elas do preferncia s folhas de mandioca. De tal modo que o tomateiro no ser atacado e permite localizar com facilidade os formigueiros, o que muito importante. 3- MOSCA BRANCA A mosca branca atualmente a praga mais importante para a cultura do tomate. Os danos diretos j so muito grandes. O dano indireto, muito mais srio, tem sido o responsvel pelos maiores prejuzos nas reas cultivadas com tomate. Foi a primeira praga a merecer do Governo Federal o Alerta Fitossanitrio Nmero 1, por iniciativa do CENARGEN ( Embrapa DF ) Inmeros seminrios, simpsios, palestras e reunies foram realizadas por todo o Pas, para tratar especificamente da mosca branca.
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3.1 CLASSIFICAO ORDEM = Hemiptera FAMLIA = Aleyrodidae GNERO = Bemisia ESPCIES = Bemisia tabaci ( ou raa A ) Bemisia argentifolii ( ou raa B ) 3 .2 DESCRIO Exclusiva para mosca branca Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii. Outras espcies de mosca possuem vrias caractersticas diferentes, postura, ovos e ninfas. A mosca branca no uma mosca e nem branca. As moscas so da ordem Dptera, a mosca branca Hemptera. O corpo da mosca branca de cor amarela. O nome vem da semelhana com uma mosca e em funo das asas possurem uma camada de p branco. Adulto: um pequeno inseto voador, sugador, de vo rpido, que vive sob as folhas, onde realiza sua postura, ecloso, desenvolvimento das ninfas e completa todo o seu ciclo. Mede pouco menos de 1 mm, com as fmeas um pouco maior que os machos, quando so vistas em par, o macho o menor, sendo facilmente visvel a diferena de tamanho. O corpo de cor amarelada e as asas so recobertas por uma fina camada de cor branca de onde vem o nome. Atacam as plantas durante todo o dia. Se deslocam nas plantas de forma ascendente, nas folhas mais velhas so encontradas maiores quantidades de ninfas e nas folhas seguintes os adultos e ovos so mais presentes. Quase sempre na mesma folha temos ovos, ninfas em todos os estdios e adultos, o que detectamos a presena maior ou menor de uma das fases. O ataque da mosca branca acontece em qualquer idade da cultura. Em tomates transplantados nas primeiras horas do dia, no final da tarde j so encontradas moscas brancas nas plantas. Da, a necessidade de tratamento preventivo no dia do transplante, conforme veremos no item sobre controle dessa praga que merece total ateno. A ausncia de um controle planejado e permanente, pode levar a nveis to elevados do a praga, inviabilizando totalmente a cultura. uma regra: nas reas de tomate existem moscas branca. Um pequeno nmero de adultos suficiente para infectar uma grande quantidade de plantas, tendo em vista o
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principalmente
sobre
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carter migratrio das moscas dentro de um mesmo plantio. Uma mosca transmite vrus para vrias plantas. A populao de adulto nos meses de chuva, em razo das condies climticas desfavorveis, reduzida consideravelmente. Nos perodo secos ( sem precipitao pluviomtrica ) comum verificarmos verdadeiras exploses populacionais da mosca branca. A mosca branca prefere os meses de alta temperatura, baixa umidade relativa do ar e ausncia de chuva. A presena de vrias espcies de plantas cultivadas e/ou nativas em todos os estdios o ambiente ideal para a mosca branca. O deslocamento da mosca branca segue o sentido dos ventos. Ovo Postura na face inferior da folha de modo disperso, um ovo em cada local. Os ovos eclodem com 5 a 7 dias (variando conforme a temperatura), tem formato piriforme ou ovide, cor branco-amarelado (mudando de cor, at atingir a cor marrom quando prximo ecloso), medem cerca de 0,2 mm, apresentando dificuldade para visualizao a olho nu, sendo mais prtico o uso de uma lupa. Cada adulto fmea da mosca branca, pode pr de 30 a 400 ovos. Ha relatos de que pode chegar a mais de 1.000 ovos por adulto. Nas condies ideais de cultura e clima ( temperatura alta e baixa umidade relativa do ar ), a postura gira em torno de 300 ovos/fmea. Ninfa No primeiro nstar muito pequena ( 0,3 mm ), um pouco alongada e mvel e muito gil se desloca alguns centmetros ( por poucas horas ), a procura do melhor local para se fixar a partir de ento no mais se movimenta. medem entre 0,4 a 0,5 mm. No quarto nstar ( ou pupa ), muda de translcida para opaca, evoluindo para cor amarelada, aparecem os ocelos ( dois pontos de cor escura da parte frontal ), adquire mais volume no corpo, medindo de 0,6 mm a pouco menos de 1 mm . Ao completar o estdio de pupa, o adulto eclode por meio de uma fenda aberta na parte frontal-superior. Aps emergir, o invlucro fica preso folha, podendo ser visualizado com facilidade, 94
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No
translcido e apresenta a fenda ( que vista de frente tem a forma de um T ) de sada do adulto. 3.3 CICLO DE VIDA ADULTO = de poucas horas a 20 dias OVO = 5 a 7 dias NINFA = 15 dias TOTAL DE DIAS = de 21 a 28 dias, em mdia, podendo ser de vida mais longa. O ciclo de vida varia conforme a temperatura. Nos meses de temperatura mais baixa, o ciclo maior. Quanto mais quentes forem os dias, mais rpido o ciclo ser completado. 3.4 - DANOS: A) DIRETOS: Pelo fato de ser inseto sugador a mosca branca retira sua alimentao da planta, sugando a seiva, debilitando a planta. Ao mesmo tempo que suga a seiva, a mosca branca injeta toxinas e vrus. A presena de toxina mais visvel nos frutos que ficam com aspecto esbranquiados e sem sabor (o que chamamos de isoporizao ). As folha se enrolam para cima ( expondo a face inferior), ficam menores, duras, sem brilho e speras. As ninfas so altamente sugadoras de seiva. A alta populao de mosca branca, promove a retirada de grande quantidade de seiva. A grande densidade da mosca branca eliminam substncias aucaradas ( excrementos ) sobre o folhas e frutos, onde se desenvolvem fumaginas. Com isso se forma uma camada de cor negra sobre folhas e frutos, prejudicando a fotossntese e dando aparncia feia aos frutos ( em alguns casos os produtores lavam os frutos para retirar a fumagina ) Basta imaginar que em uma horta, sem controle de mosca branca, com 16.000 plantas ( 1 hectare ), com a populao de 10 adultos/planta , quantidade Teramos cerca de 160.000 facilmente encontrada em hortas com infestao as plantas, considerando mdia ( J contamos cerca de 60 moscas adultas em apenas um fololo de tomate ). insetos sugando diariamente somente os adultos, sem calcular as ninfas. No sendo realizado o controle, considerando: a) o ciclo completo de 30 dias, b) condies climticas favorveis, c) hospedeiro timo ( que permite completar o ciclo ),
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d) postura de 400 ovos/adulto ( mximo ) e) reproduo de 50% de fmeas frteis ( igual a 200 fmeas/ciclo ) f) das fmeas frteis, somente 50% sero reproduo til, g) rea de 1 ha ( 16.000 plantas ) com 10 adultos/plantas, h) sem medidas de controle, i) calculada com as plantas com 5 DAT, podemos projetar o crescimento populacional das moscas, considerando uma taxa de crescimento de 25% do total de postura, para cada ciclo. 1 Ciclo =Aos 5 DAT = 160.000 adultos 2 Ciclo = Aos 35 DAT = 160.000 x 100 = 16.000.000 moscas 3 Ciclo = Aos 65 DAT = 16.000.000 x 100 = 1.600.000.000 moscas 4 Ciclo = Aos 95 DAT = 1.600.000.000 x 100 = 160.000.000.000 Para uma horta de 16.000 plantas, considerando somente 4 ciclo da mosca branca e uma infestao inicial de 10 adultos/planta. Os valores acima foram calculados visando demonstrar a rapidez da evoluo da praga, o quanto de seiva pode ser retirada e a quantidade de excrementos aucarados que sero eliminados. Vale lembrar que em uma mesma planta existem todas as fases: ovo, ninfas e adultos com o ciclo sendo completado todos os dias. O que justifica a importncia atual da mosca branca no mundo. No causa nenhum espanto a formao de nuvem de mosca branca, em regies onde no foram adotadas medidas de controle. B ) INDIRETOS: A transmisso de vrus do grupo Geminivirus, o dano indireto da mosca branca, muito mais grave que os danos diretos por ela provocados. Ver detalhes dos sintomas no item Vrus. Plos dados abaixo podemos ter uma idia da agressividade do vrus no tomateiro. GEMINIVRUS: FAMLIA = Geminiviridea GNERO = Bogomovirus Principais Grupos = TYLCV ( Tomato Yellow Leaf Curt Virus) TGMV ( Tomato Golden Mosaic Virus ) Vejamos um exemplo de Amostragem de Nveis de vrus em tomateiro no Cear: 96
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR LABORATRIO DE VIROLOGIA VEGETAL PRESENA DE GEMINIVIRUS NO TOMATEIRO ABSORO COM AMOSTRAS FOLIARES
N Plan SINTOMAS 70 15 23 32 58 10
Mdia
Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 1,971 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 1,732 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 1,695 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 1,570 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 2,098 0,253
Data do teste : 11 de junho de 1999 Lcurl Leaf curl, Lrl enrolamento para baixo Lrd enrolamento para a direita St nanismo ( Stunt ) Fab queda floral ( Flouver abscission ) Testes realizados por Prof. Dr. Jos Albrsio de Arajo Lima Dr. Joaquim Torres Filho e Equipe da UFC.
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3.5 - DADOS SOBRE TRANSMISSO DE GEMINIVRUS: TIPO : Persistente-circulativo AQUISIO A mosca branca sadia adquire o vrus ao se alimentar de plantas infectadas, que pode ser tomate ou qualquer outra espcie. O perodo de aquisio (tempo necessrio para a mosca branca adquirir o vrus) de aproximadamente 15 minutos, se alimentando de uma planta contaminada. CIRCULAO O vrus no interior da mosca branca, aps a aquisio, circula pelo seu corpo at atingir as glndulas salivares quando estar pronto para ser transmitido para uma planta sadia. O perodo de circulao (ou perodo de latncia) demora de 4 a 20 horas. TRANSMISSO A mosca infectada transmite o vrus quando est se alimentando de uma planta. Ao introduzir seu aparelho sugador (estilete) na folha da planta visando sugar a seiva (que seu alimento), a mosca branca ao mesmo tempo transmite o vrus e toxinas. Enquanto durar a vida da mosca em fase adulta, ela estar transmitindo o vrus, perodo que pode durar at 20 dias. Uma nica mosca pode transmitir vrus para vrias plantas, tendo em vista seu movimento dentro de uma mesma horta. Na Serra da Ibiapaba mosca branca somente iniciou a transmisso de vrus em agosto de 1998, quando foram detectados os primeiros sintomas. Nessa poca todos os municpios j tinham alta incidncia de mosca branca, provocando somente os danos diretos. A evoluo foi muito rpido tendo em vista que os produtores e tcnicos da regio no acreditavam na agressividade e nos danos que a mosca branca poderia trazer. Somente quando o mal j estava feito que foram dar crdito, mas j era tarde a quantidade de mosca e a infestao de vrus estavam fora de controle. No Cear, consideramos impossvel a erradicao (ou mesmo um controle eficaz) da praga, antes da introduo de hbridos tolerantes, por vrios fatores:
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I = A existncia de plantios durante todo o anos, com plantas em todos os estdios de vida (todos os dias so plantas novas hortas de tomate) Com plantios novos sendo realizados vizinhos a hortas velhas com mosca branca e viroses. II = O cultivo de vrias culturas hospedeiras, dentre elas o pimento, repolho, abobrinha, pepino, feijo, feijo vargem, couve, mandioca, beringela, maxixe, algodo, abbora, melancia, rosas e flores diversas. III = Vrias plantas nativas hospedeiras, com destaque para jurubeba roxa, jurubeba branca, mata-pasto, taboquinha, babo, goiabinha, e muitas outras. IV = O abandono de hortas com altas infestao de mosca e com 100% das plantas com vrus. O produtor ao sentir que a sua horta est em situao de perda total, no erradica de imediato as plantas. O que pior, em muitos casos abandona totalmente o plantio, passando vrios dias para erradicar. No perodo em que o plantio ficou abandonado at a erradicao (que pode levar at mais de 1 ms), as moscas ficam sem nenhum controle e com a reproduo plena. V = Infelizmente os hortas aps a ltima colheita no so imediatamente erradicadas. J verificamos plantios que aps a colheita ficam mais de 2 meses abandonados. Com as brotaes novas (local preferido pelos adultos da mosca branca) que surgem nas plantas e com o grande nmero de ninfas e moscas adultas existentes, h uma exploso populacional, sendo incalculvel o nmero da praga. VI = Falta de um programa de controle da mosca branca. Com a total falta de pesquisa e sem Assistncia Tcnica os produtores no dispem de um programa mnimo preventivo de combate mosca branca. Mesmo pela importncia econmica dessa praga, nenhuma medida foi adotada pelo governo Federal, Estadual e Municipal, visando manter a pragas em nveis de danos econmicos mnimos. Cada produtor tenta controlar a praga de um modo diferente. Erros graves foram e continuam sendo cometidos, seja no uso de produtos sem eficincia, na dosagem errada, na falta de alternncia de princpios ativos, na preocupao somente com o inseto na fase adulta, na tentativa de controlar a praga somente quando os nveis de danos so altos e visuais, etc, etc. Informaes so levadas aos produtores por pessoas no capacitadas, em geral orientaes que mais desorientam do que ajudam. VII = A produo sem nenhum controle de mudas em estufas. Existem dezenas de pequenos produtores de mudas, muitos sem nenhum conhecimento tcnico. No 99 realizam pulverizaes contra a mosca branca. No controlam o acesso de pessoas ao
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interior das estufas. Mudas contaminadas com geminivrus so comercializadas livremente. A produo e comercializao de mudas so realizadas sem nenhum controle. 3. 6 - MEDIDAS DE CONTROLE: A mosca branca uma praga que morre facilmente, mas de difcil controle, pelo seu poder de reproduo rpida, alta ovoposio, completar o ciclo em vrias plantas cultivadas e nativas, alm de usar outras tantas como hospedeiras-alimentar. Somente um conjunto de Medidas de Controle permitem a manuteno em nveis aceitveis, vejamos as mais imprescindveis: 1- Aquisio de mudas isentas de mosca branca adultos, ovos e ninfas. 2- Isolamento da rea a ser cultivada com plstico amarelo, pelo menos nos trs lados do sentido do ventos. O plstico deve ter altura mnima de 1,5 m, sendo pulverizado com leo lubrificante SAE 40, ou pincelado com graxa incolor + leo SAE 40 . O uso de cola especiais ideal, no entanto o preo muito elevado sendo mais usado em culturas mais nobres, exemplo da rosas, onde se usa a isca Tatoo. O que tambm recomendado para preparar armadilhas de monitoramento em campo e estufas. 3- Transplantar as mudas com idade mnima de 22 DAS, plantas com 28 DAS devem ser preferidas, desde que tenham qualidade. 4- Fazer uma aplicao com inseticida do grupo qumico Neonicotinide nas bandejas, no dia anterior ou no dia do transplante, exemplo Confidor, Saurus ou Actara. 5- Realizado o transplante, seguir um programa mnimo de controle da mosca branca, de modo preventivo (mesmo porque a presena da praga uma certeza). 6- Monitorar a regio, sempre em busca de informao para determinar o grau de infestao com geminivirus na regio do plantio a ser realizado (ao preferencialmente governamental).Com o resultado do dados, determinar intervalo de pulverizao.
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3.7 - PROGRAMA DE PULVERIZAO O INTERVALO entre cada pulverizao depende do risco em potencial (grau de infestao de mosca branca virtica na regio da horta a ser plantada). Realizar o tratamento abaixo at 45DAT. Aps 45DAT, reavaliar a situao da horta, passando a usar no programa os inseticidas com curto perodo de carncia. Conforme a evoluo quantitativa da presena de mosca branca, o intervalo deve ser modificado. Se iniciado com intervalo pequeno, pode ser aumentado conforme a mosca for diminuindo a incidncia. Se for iniciado com intervalo maior, poder ser reduzido se a mosca branca aumentar a quantidade. Nenhum programa de pulverizao pode ser fixo. Os produtos, doses e intervalos de pulverizaes devem ser modificados conforme as necessidades peridicas, considerando todos os fatores locais clima, quantidade da praga, estdio e sanidade geral das plantas, lanamento de novos grupos qumicos e/ou princpios ativos, disponibilidade de produtos no mercado e tipo de tomate cultivada. O importante monitorar, sempre no horrio da manh, entre 8 e 10 horas de cada dia. Vistoriando 0,5% das plantas, a cada dia, at os 30DAT. abrangendo toda a rea plantada. DADOS PARA DETERMINAR INFESTAO DE MOSCA BRANCA ADULTA EM TOMATEIRO COM AT 30DAT CONSIDERANDO 0,5% DE PLANTAS PARA AMOSTRAGEM REA DE 1,0 ha. Grau de infestao Gravssimo Muito Grave Grave Medianamente grave Levemente grave Sob controle Soma de mosca > 150 100 a 149 50 a 99 25 a 49 5 a 24 <5 Contagem aleatria
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a) Alternar os grupos qumicos b) Alternar os princpios ativos, dentro de um mesmo grupo qumico c) Nunca usar dosagem inferior ou superior s recomendadas. d) Nunca fazer misturas de muitos produtos, principalmente de inseticidas com fungicidas e adubos foliares. Muitos produtos so incompatveis. Somente realizar misturas com orientao tcnica. e) O volume de calda recomendados deve ser aplicado. Bastante ateno com pulverizaes muito rpidas, que no fazem a cobertura necessria. f) As pulverizaes contra mosca branca, preferencialmente devem ser realizadas visando praticamente somente a mosca branca e no perodo da manh (quando possvel). g) Muito ateno para o pH da Calda, os inseticidas possuem maior eficincia em pH 5,5. Quando necessrio usar um redutor de pH. Exemplo: Compact Zinco, Redufol, Wuxxal e Kempi, Control DMP. h) O intervalo de pulverizao deve ser determinado pelo grau de infestao, sendo o intervalo de 3 dias para os casos de infestao gravssima e 10 dias quando o grau de infestao for levemente grave. PROGRAMA DE PULVERIZAES PARA SITUAO DE INFESTAO DE VRUS ALTSSIMA (QUADRO ATUAL DA IBIAPABA) INTERVALO: 1 PULVERIZAO A CADA TRES DIAS: Doses para 20 Litros de gua Pulverizar sempre com EPI. EXEMPLO DE ALTERNNCIA DE GRUPOS QUMICOS: 1= Neonicotinide (Cloronicotinil) 2= Fsforado sistmico 3= Carbamato 4= Piridazona 5= Neonicotinide (Cloronicotinil) 6= Fosforado + Piretride 7= Piridil ter 102
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8= Carbamato + Piretride 9= Piridazona 10= Fosforado sitmico + Piretride 11 = Tiadiazin EXEMPLO DE PROGRAMA DE PULVERIZAO: 1a
Dia do Transplante : Confidor = Dose 1 pacote de 30 gramas Local : no colo das plantas Volume de calda = 20 litros para 1500 plantas
2a : Orthene = 15 gramas Local : Pulverizao foliar Volume de calda = 20 Litros para 4.000 plantas 3a : Methomex = 15 ml Local : pulverizao foliar por cima . Volume de calda = 20 Litros para 4000 plantas 4a : Sanmite = 20 ml Assist = 20 ml Local : Pulverizao foliar por cima e por baixo da folhas Volume de calda = 20 Litros para 3000 plantas 5a : Saurus = 10 gramas Local : Pulverizao foliar normal Volume de calda = 20 Litros para 3000 plantas 6a : Deltaphos = 20 cc Local: pulverizao normal Volume de calda = 20 litros para 2500 plantas
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7a :
Thiobel = 45 gramas Applaud = 10 gramas Local : Pulverizao por baixo da folhas e nos cachos Volume de Calda = 20 litros para 2000 plantas
8a :
Sanmite = 20 cc Assist = 20 cc Local = por baixo das folhas Volume de calda = 20 litros para 2000 plantas
9a : Orthene = 15 gramas Meothrin = 8 cc Local : Pulverizao por cima e por baixo das folhas Volume de Calda = 20 litros para 1500 plantas 10 a : Cordial = 15 ml Local : pulverizao normal na planta Volume de Calda = 20 litros para 1.300 plantas 11 a : Thiobel = 45 gramas Meothrin = 8 cc Local : Pulverizao por cima e por baixo das folhas, procurando atingir os cachos. Volume de Calda = 20 litros para 1300 plantas 12 a : Capypso = 4 cc Decis tab = 1 tablete para 50 litros de gua Local : pulverizao por cima e por baixo Volume de calda = 20 litros para 1000 plantas
13a :Cordial = 15 ml Local : pulverizao normal na planta Volume de Calda = 20 litros para 1.000 plantas 104
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14a : Deltaphos = 20 cc Local: pulverizao normal nas folhas Volume de calda = 20 litros para 1.000 plantas 15 a : Orthene = 15 gramas Sevin = 50 cc Local = pulverizao por cima e por baixo, atingir os cachos Volume de calda = 20 litros para 800 plantas 16a : Applaud = 10 gramas Thiobel = 45 gramas Local : por baixo das folhas, atingir cachos Volume de calda = 20 litros para 800 plantas Em todos as aplicaes utilizar espalhante adesivo (menos onde for aplicado Assist) e um redutor de pH, de modo a manter o pH da calda entre 5 e 5,5. A partir da 20a PULVERIZAO, avaliar a situao da horta, determinando quantidade de mosca branca adulta por planta e percentual de plantas virticas, Fazer novo planejamento de pulverizaes, tendo total ateno com a carncia dos produtos, no usar produtos com carncia superior a 7 dias at aos 60 DAT. A partir de ento somente aplicar produtos com carncia de no mximo 3 dias.
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OVOS E NINFAS
NINFA 2 NSTAR
ADULTO
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4 MINADORA A mosca minadora ou riscadeira do tamateiro no praga principal. Porm em algumas regies e em alguns meses tem causado danos econmicos. A destruio das folhas promove reduo de produo. Classificao Ordem: Dptera Famlia: Agromyzidae Gnero : Liriomyza Espcie: Liriomyza huidobrenses , Liriomyza sativa Descrio O adulto da Minadora uma pequena mosca, com cerca de 2 mm, de corpo preto com manchas brilhosas, com as asas transparentes . De vo rpido, gosta de pousar sobre varas, arames e barbantes. Realiza a postura nas folhas, onde abre minsculas cavidades para depositar o ovos (um por cavidade), sempre iniciando a postura nas folhas mais velhas. A cavidade chamada de puncturas. A larva de cor cremeamarelada, pequena , pode, de corpo liso e de alimenta da folha abrindo uma galeria. A galeria inicialmente fina, aumentando de largura conforme o desenvolvimento da larva, observando atentamente, sero vistas dentro da galeria pontuaes negras, que so as feses da larva. Para emergir da folha a larva abre uma pequena fenda no final da galeria. Fotos na pgina 102. Ciclo de Vida A mosca minadora completa o ciclo em perodo que varia conforme as condies climticas. Nos meses de temperatura alta e umidade relativa do ar baixa, o ciclo mais curto girando entre 19 e 25 dias. Nos meses de precipitao pluviomtrica e baixa temperatura pode chegar aos 40 dias. Para cada estdio, em mdia: Ovo = eclode com 2 dias Larvas = 4 dias Pupa = 9 dias Adulto = vrios dias
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Danos Plantas fortemente atacadas pelas larvas da minadora, sofrem alta reduo de rea foliar verde. Como conseqncia a Fotossntese prejudicada, com reduo da vida da planta, menor produtividade e qualidade dos frutos. A reduo foliar, expe os frutos ao do sol. Perda superiores a 20% j foram constatadas em plantios com alta incidncia de minadora, principalmente no municpio de Croat, Serra da Ibiapaba, Ce. Por outro lado, folhas minadas so portas de entrada de bactrias. Em cultivo protegido tem sido praga preocupante . Controle A minadora no uma praga de controle difcil. Existem inseticidas com alta eficincia. Especfico: Trigard Dose = 3 gramas/ 20 L de gua Ao : sobre as larvas No Especfico: Vertimec/Abamex Dose = 20 ml/20L de gua Ao : larvas Thiobel Dose = 45 g/20L de gua Ao : larvas Orthene Dose = 15 gramas/20 L gua Ao : Adulto / larva Meothrin Dose = 6 a 8 ml/20L gua Ao : adulto / larva Cascade Dose = 8 ml/20L de gua Ao: ovicida e larva inicial Armadilhas : Colorida Atrativo cor : amarela Apreenso : Cola isca Tatoo 108
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Graxa branca/amarela leo lubrificante SAE 90 Para um controle eficiente, aconselhamos: 1 - Iniciar a pulverizao logo no surgimentos da primeiras puncturas e minas iniciais. 2 - Primeira Pulverizao: Cascade + Orthene 3 - Segunda Pulverizao: Vertimec/Abamex ,2 dias depois da 1a . 4 - Terceira Pulverizao: Thiobel + Meothrin, 5 dias aps a 2a 5 - Quarta Pulverizao: Trigard + Orthene, 5 dias aps a 3a . 6- Quando necessrio associar produtos com modo de ao diferente, que controlem a praga em estdios diferentes: Ex.: Cascade + Vertimec/Abamex Cascade + Orthene Trigard + Cascade Trigard + Thiobel Trigard + Meothrin Trigard + Orthene
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5 - TRAA DO TOMATEIRO Dentre as vrias pragas do Tomateiro, a Traa classificada como uma das pragas chaves. Dependendo da regio e do clima, a praga principal. O certo que tomateiro cultivado em qualquer local , em qualquer poca do ano e independente do nvel de tecnologia usado, a Tuta absoluta estar sempre presente, em maior ou menor grau de infestao. A pesquisa pblica, as empresas produtoras de defensivos, os tcnicos de campo e os produtores tm dedicado boa parte de seus tempos na busca do controle dessa praga. Pela sua importncia como praga de danos diretos, os esforos so enormes visando diminuir as perdas de produo e diminuir os custo de controle da traa do tomateiro. Por outro lado, o comportamento errado (muitas vezes por pura ignorncia) da maioria dos produtores e de muitos tcnicos (sem tica profissional, visando somente atingir cotas de vendas) tem provocado o rpido surgimento de geraes de Tuta absoluta com, resistncia a inseticidas altamente eficientes destruindo anos de pesquisas e de investimentos. Em muitos casos a exploso populacional de geraes resistentes, leva a prejuzos enormes inviabilizando totalmente o controle da praga, seja pelo alto custo direto na aquisio e aplicao de defensivos, pela baixa eficincia dos mesmo, ou pela soma dos dois fatores. Nos meses de alta temperatura perodo de Julho a Dezembro a presena da traa maior, superando os danos provocados por broca pequena, minadora, microcaro e outras pragas (somente a mosca branca consegue superar a traa). A traa uma praga da parte area do tomateiro, danificando caule, folhas e frutos. CLASSIFICAO ORDEM: Lepidptera FAMLIA: Gelechiidea GNERO: Tuta ESPCIE: Tuta absoluta , Meyrick NOME ANTERIOR: Scrobipalpuloides absoluta
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DESCRIO A) Ovo : Os ovos so muito pequenos, medindo menos de 1 mm, quando novos possuem a colorao amareladas, evoluindo para avermelhado quando esto prximo a eclodir. Em mdia cada fmea pe 200 ovos, podendo ser mais ou menos em funo das condies climticas, apostura ser maior nas pocas mais quentes. B) Larva: Por ser um Lepidoptero, as larvas da traas so lagartas que se movimentam na parte area das plantas. De tamanho pequeno, variando entre 6,5 a 7,5 mm de comprimento, com pouco mais de 1mm de largura. Quando o ataque no olho da planta (broto de crescimento) ser visto somente uma lagarta se alimentando em cada broto. Porm, nas folhas e frutos podem ser vrias lagartas atacando ao mesmo tempo. As larvas so de cor verde, com cabea escura, apresentando um anel de cor escura no primeiro segmento, como se fosse um colar. C) Crislida: a traa pode empupar em vrios locais: - dentro das galerias formadas nos ponteiros, - nas folhas, - nas galerias dos frutos, - no solo Existem dois tipos de pupas. a) Pupa nua: quando realizada no solo ou sobre leses abertas nos frutos, b) Pupa em casulo: quando realizada sobre as folhas ou nas galerias do caule. D) Adulto: Trata-se de uma pequena mariposa, portanto com hbito de realizar a postura ao entardecer, indo at ao amanhecer do dia seguinte. Durante o restante do dia, se esconde sob as folhas do tomateiro, somente voando se for provocada. O vo curto e rpido, saindo de uma planta para outra, sempre em busca de abrigo. A cor do adulto da traa do tomateiro cinza, com muitas pintas escuras sobre as asas, o que a torna inconfundvel. Quando medida da ponta de uma asa ponta da outra asa mede aproximadamente 1 cm; medindo da cabea at a outra extremidade (ovopositor), mede aproximadamente 6 mm.
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CICLO BIOLGICO OVO 4 DIAS, Podendo variar de 4 a 7 dias., dependendo das condies climticas LARVA: 14 DIAS CRISLIDA: 8 DIAS ADULTO: 22 DIAS TOTAL DE OVO A ADULTO : 26 A 30 DIAS COMPORTAMENTO O adulto da traa uma mariposa, portanto, com hbito crespuscular-noturnoauroral. A postura realizada em vrias partes da planta: ponteiros, folhas e frutos, com ovos sendo distribudos individualmente e de forma aleatria. As larvas, estdio da praga que causa danos, podem atacar os ponteiros, frutos e folhas, vejamos os sintomas: Nos ponteiros, formam galerias no sentido descendente, destruindo a gemas de crescimento da plantas (em geral para cada ponteiro atacado, existe uma larva de traa). Uma planta nova (com at 15 DAT) que atacada no ponteiro principal perde a capacidade de crescimento, ficando inutilizada. Em alta infestao de traa nos ponteiros, o plantio poder ser totalmente prejudicado, sendo os danos irreversveis. A identificao de ponteiros atacados fcil pela presena de fezes, a formao da galeria (de cima para baixo), a existncia da larva e a morte do ponteiro so inconfundveis, de visualizao rpida e fcil. Vale lembrar que a nica praga que ataca e danifica o ponteiro do tomate. Nas folhas, locais preferidos pelas larvas, formam galerias de forma desorganizadas, largas e com presena de muitas fezes de cor preta. Em ataque inicial, poder existir confuso de identificao, com a minadora (Liriomyza). No entanto, vale saber que as galerias formadas pelas minadoras so mais finas, praticamente no se visualiza as fezes e de formato mais regular iniciam muito finas e aumentam a largura progressivamente (dando a impresso de uma estrada com algumas curvas). Quando comparamos as larvas de traa com a larva da Liriomyza as diferenas so claras, basta ler a descrio de ambas. A traa do tomateiro mais destrutiva. Em alta incidncia
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provoca a queima total das folhas, dando a impresso de a planta ter sido queimada por fogo ou herbicida, expondo totalmente os frutos ao sol. Nos Frutos, onde os danos so maiores e diretos, as larvas preferem se alimentar na insero do clice. No incio do ataque poder passar desapercebido, tendo em vista serem as larvas muito pequenas e ficarem encobertas pelas spalas (pequenas folhas do pednculo do fruto). Da, a necessidade de vistoriar cuidadosamente os cachos, principalmente em regies de alta incidncia e nos perodos mais favorveis meses quentes (alta temperatura e baixa umidade do ar). As larvas se alimentam por cima dos frutos (diferente da broca pequena, a traa no penetra para o interior dos frutos), formando galerias superficiais, deixando um rasto de fezes de cor escura. Quando os cachos possuem os frutos juntos, um tocando o outro, a larva ataca exatamente no local onde os frutos se tocam, destruindo os dois frutos de uma s vez este fato muito comum em frutos de tomates de crescimento determinado: os tomates rasteiros. Vale lembrar que a destruio dos frutos s constatada em nvel de danos econmicos, nos plantios mal conduzidos, onde o produtor no monitora sua rea, e somente adota medidas de controle quando visivelmente os danos so muito elevados. Em geral os primeiros sintomas da presena da traa nas folhas, servindo de alerta para o produtor. No entanto, no regra. Muitas vezes as primeiras larvas so vistas nos ponteiros. Os frutos so atacados posteriores s folhas e ponteiros. As larvas sero encontradas nos lados e na parte de cima dos frutos, dificilmente elas atacam a parte inferior dos frutos. DANOS Por ser uma praga que ataca vrias partes da planta, a traa provoca danos diferentes, conforme a regio atacada. a) Danos nos ponteiros: ao atacar os ponteiros, tornando as planta cegas e paralisando o desenvolvimento natural, em muitos casos necessrio a erradicao da rea e plantar novas mudas. J verificamos danos de at 80% de uma rea de tomate, sendo anti-econmico cultivar somente 20% da rea. Quando o cultivo realizado com tomates do tipo Longa Vida, sementes hbridas de alto custo, os prejuzos so muito elevados, devendo ser levado em considerao todos os outros custos: preparo do solo, adubao, irrigao, pulverizaes, etc. Pelo exposto, devemos ter o mximo de cuidados para ao surgimentos das primeiras larvas de traa nos ponteiros, 114
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imediatamente adotar medidas de controle, independente do dia da semana. Ver em Medidas de Controle. b) Danos nas folhas: a destruio parcial ou total das folhas, reduz a fotossntese com reduo do tamanho dos frutos, consequentemente menor produo e produtividade Em alta infestao a paralisao das atividades da planta total, inibindo o crescimento dos frutos. A exposio dos frutos ao sol, pela falta de folhas, reduz em muito a qualidade e quantidade de frutos comerciais. Ao mesmo tempo, as galerias abertas so portas de entrada de bactrias. c) Danos nos frutos sendo o dano direto no produto a ser comercializado, a presena de larvas de traa nos frutos, pode levar a perdas de at 100% da produo. So muito comuns os casos de perdas em torno de 20% da produo. Quando os danos da traa esto associados aos provocados pela broca pequena, os percentuais chegam facilmente a 50% da produo. Vale destacar que so perdas de frutos j produzidos, portanto, com todos os custos j realizados. O produtor no deixar de ganhar por no produzir, efetivamente ele perde a produo j feita. CONTROLE Para o controle eficiente da traa vrias medidas precisam ser adotadas: a) uso de feromnio, b) uso de trichogramma c) uso de defensivos qumicos especficos, d) erradicao e destruio de restos culturais Sobre o uso de feromnio e trichogramma ver captulo especfico, vale lembrar que so indispensveis para o controle eficiente da traa. Devendo se complementado com outras medidas. Controle com uso de defensivos qumicos: Um bom programa de controle de traa, passa pela alternncia de princpios ativos, usando sempre produtos de alta eficincia. Nunca repetir o mesmo princpio ativo seguidamente. Vale lembrar que o importante no o preo do litro do produto, mais a eficincia do controle. Vejamos um exemplo de programa de controle da Traa:
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1a Aplicao: Pirate = 15 ml + Xenthari = 20 gr 2a Aplicao: Atabron = 20 ml + Xenthari = 20 gr 3a Aplicao: Thiobel = 45 gr + Meothrin = 5 cc 4 Aplicao: Vertimec/Abamex = 20 ml + Xenthari = 20 gr O intervalo de aplicao est diretamente relacionado ao grau de infestao. Infestao alta = a cada 3 dias uma aplicao Infestao mdia = a cada 4 dias uma aplicao Infestao inicial = a cada 5 dias uma aplicao. O intervalo entre as aplicaes dever ser aumentado conforme for diminuindo o grau de infestao. Ter o cuidado de direcionar o bico do pulverizador para a regio mais atacada, realizando uma boa cobertura ponto de escorrimento. No realizar pulverizaes sem a presena da traa, os inseticidas so fisiolgicos (precisam entrar em contato com a larva) ou biolgicos (necessitam ser absorvidos no ato da praga de alimentar). O Thiobel tem ao ovicida, sendo muito til quando a quantidade de ovos for elevada, evitando a ecloso da larva. A traa uma praga que precisa ser eliminada com rapidez, eficincia e no incio da infestao. O monitoramento permanente da rea cultivada de primordial importncia, fornecendo dados para a tomada de deciso do momento e dos produtos a serem pulverizados.
a
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LARVA NO FRUTO
LARVA MENOS DE 1 cm
FRUTOS DANIFICADOS TRAA NA FOLHA DANO MAIOR MINADORA NA FOLHA DANO MENOR
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6- BROCA PEQUENAS DOS FRUTOS A Broca Pequenas dos Frutos a principal praga do tomateiro cultivado no perodo chuvoso, no Estado do Cear. Os maiores danos na produo so decorrentes das perdas de frutos furados, provocados pela broca pequena, com perdas que vo de no mnimo 20% at 80%. No perodo chuvoso (Dezembro a Junho) quando esta praga a maior preocupao e o maior volume de defensivos so direcionados para seu controle. CLASSIFICAO ORDEM: Lepidoptera FAMLIA: Pyraustidae GNERO :Neoleucinodes ESPCIE : N. elegantalis, Guene CICLO BIOLGICO Ovo: 3 a 5 dias Larva: 28 dias Pupa: 17 DIAS Adulto : 10 DIAS TOTAL DE OVO A ADULTO : 48 a 50 dias DESCRIO Ovo : os ovos da broca pequena so encontrados principalmente sobre os frutos, geralmente a postura realizada sobre o meio ou ombro dos frutos. Podero ser encontrados ovos sobre a flor. No local da postura os ovos esto sempre agrupados, girando em torno de 3 a 7 ovos juntos, formando uma pequena fila de pequenos ovos de cor branco-creme. Os produtores costumam chamar de lndea dos frutos , pelo fato de apresentar semelhanas com a lndea-do-piolho humano, ao ser pressionado por uma unha. Larva: Ao eclodirem as larvas penetram nos frutos pequenos, com menos de 10 mm de dimetro. Nos frutos maiores as larvas no penetram, a pelcula dos frutos apresentarem resistncia suficiente ao ataque da praga. Os frutos apresentam na parte externa um pequeno ponto preto correspondente ao local da entrada de cada larva. J 118
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tivemos a oportunidade de contar cerca de 32 pontuaes em um nico fruto. Porm, um nica larva suficiente para danificar um fruto. No interior dos frutos as larvas se desenvolvem (destruindo totalmente a placenta do fruto), por um perodo mdio de 28 dias, findo o qual elas saem dos frutos seguindo o mesmo caminho de entrada. Existe o canibalismo entre as larvas, onde as mais fortes devoram as menores. Em funo do canibalismo a relao de larvas que entram e as que saem dos frutos de 5 x 1, esta relao poder ser maior dependendo da quantidade de larvas existente. Inicialmente as larvas so de cor verde claro, prximo a deixarem os frutos a cor muda para rseo. Pupa: Aps deixarem os frutos, as larvas procuram o solo para empupar. As pupas ficam profundidade de 3 a 5 cm, podendo ser encontradas com certa facilidade, escavando prximo ao p de tomate - que apresente frutos furados pela larva da broca pequena. Adulto: uma mariposa, portanto com hbito de postura que vai do entardecer ao amanhecer do dia seguinte. Nos perodos de maior incidncia da broca pequena, os ovos so encontrados com muita facilidade, sobre os fruto, em vistoria no horrio entre 8horas e 10horas da manh. A mariposa mede cerca de 2,5 cm de ponta a ponta das asas. O corpo at 1,5 cm, com cor variando de creme a marrom claro. Asas de cor branca, tem uma caracterstica que facilita sua identificao: a presena de uma mancha de cor marrom em cada asa. Durante a vida de adulto a mariposa pe at 120 ovos (em geral variando de 30 a 120 ovos por fmea),o que consideramos um nvel de postura mdio (quando comparado com outras pragas). CONTROLE O controle da broca pequena dos frutos o mais difcil em tomate. Somente um conjunto de medidas aplicadas ao mesmo tempo, podem ser eficientes. Temos adotado o seguinte procedimento: 1 - Uso de armadilhas com feromnio, sendo o mtodo mais eficiente no combate ao adulto da broca pequena. feromnio. 2 - Distribuio de ovos de trichogramma. A eficincia do trichogramma, parasitando os ovos de broca pequena e traa do tomateiro, indiscutvel. Ver detalhes no captulo sobre uso de trichogramma.
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3 - Pulverizao semanal nos cachos. Usando produtos de alta eficincia sobre os ovos e larvas da broca pequena, com jato dirigido para os cachos (bico invertido: de baixo para cima), com volume de calda em torno de 1200 litros de calda por hectare cachos. Ver abaixo relao de produtos e doses. 4 - Cultivo em estufa, com tela nylon tipo sombrite 50%, fechando as laterais da estufa. Com o cultivo em estufa (principalmente nos meses de chuva), o controle da broca pequena facilmente realizado, tendo em vista a mariposa dificilmente passar pela tela de nylon. Em estufa o uso de inseticidas mnimo. Monitorando pelo uso das armadilhas de feromnio e da presena de ovos nos frutos, podemos realizar pulverizaes com intervalo de 15 dias ou mais. PRODUTOS PARA CONTROLE DE BROCA PEQUENA DOSES PARA 20 LITROS DE GUA USAR ESPALHANTE ADESIVO E REDUTOR DE Ph\ THIOBEL (Cartap)= 45 gramas Ao ovicida e larvicida METHOMEX/LANNATE (Methomyl) = 20 ml Ao ovicida e larvicida SEVIN (Carbaryl)= 40 ml Ao sobre larvas MEOTHRIN (Fenfopathrin)= 5 ml Ao sobre larvas e adultos. FASTAC (Alfacipermethirna) = 3 ml Ao sobre larvas e adultos. DECIS TAB (Deltamethrin) = tablete = Ao sobre larvas e adultos. PULVERIZAES: UMA PULVERIZAO SEMANAL especfica para os cachos. ALTERNAR: quando plantas com mais de 60DAT - , promovendo uma cobertura bem feita de todos os
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7 MICRO CARO Das sete pragas aqui descritas, o micro-caro ou caro do bronzeamento do tomateiro a de menor importncia, tendo em vista ser a que causa menos danos econmicos na cultura. Porm, no deixa de ter a sua importncia como praga individual, ou quando analisada no conjunto de pragas e doenas da cultura do tomate. Quando realizado seu controle, nenhum prejuzo verificado, por outro lado, em plantios mal conduzidos pode haver perdas de produo. CLASSIFICAO ORDEM Acari DAMLIA Eryphidae GNERO Aculops ESPCIE Aculops lycopersici DESCRIO O caro do bronzeamento do tomateiro um micro-caro individualmente visvel somente com uso de lupa de aumento de 50X. Atacam o tomateiro em colnia de milhares de caros por planta, o que facilita sua identificao rpida e precisa no campo, mesmo sem uso de qualquer lente de aumento. Nenhuma outra praga apresenta caractersticas semelhantes s do Aculops lycopersici. uma praga que ataca inicialmente o caule da planta de modo ascendente. As folhas e frutos tambm podem ser atacadas, desde que no seja realizado o controle logo no incio do surgimento no caule. Quando surgem os primeiros micro-caros, o caule do tomateiro apresenta pontuaes amarelas, que ao receberem a luz do sol brilham semelhante a pontos cor de ouro. Para identificar o micro-caro, basta afastar as folhas e deixar o sol atingir o caule, estando presentes, os caros brilham intensamente. Com a continuao do ataque, os caros mudam de amarelo para o bronzeado e negro na fase final. Em geral na base do caule a cor mais escura (bronzeado ou negro), sendo nas partes mais novas (ponta do caule, folhas e frutos) de cor amarelo. Em alta infestao prejudica a fotossntese , poder provocar a queda de flores (casos raros) e recobre os frutos, tornando imprestveis para comercializao. 122
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CLIMA O micro-caro do tomateiro uma praga tpica dos meses quente (perodo com alta temperatura e baixa umidade do ar). Nos meses de transio de inverno (perodo com chuva) para o vero (perodo sem chuva), o que corresponde aos meses de maio e junho, o ataque do micro-caro aumenta rapidamente. Nos meses com quase total ausncia de chuva (perodo de julho a novembro) necessrio bastante cuidado com possibilidade de uma exploso da populacional do micro-caro. Por outro lado, ao iniciar o perodo chuvoso (meses de Dezembro e Janeiro), existe uma reduo na incidncia desta praga. Quando a poca chuvosa se consolida (meses de fevereiro at abril) o caro do bronzeamento praticamente desaparece. Pelo exposto podemos concluir que o A. lycopersici uma praga de transio de perodo chuvoso para seco e de meses secos. CONTROLE Para controlar o micro-caro existem produtos de altssima eficincia, at porque um caro de fcil controle. Diferente de muitos outros caros fitfagos. Pulverizar com: Vartimec ou Abamex = 15 ml / 20 litros de gua Em qualquer poca do ano. Kumulus/Thiovit (Enxofre) = 40 gramas/20 litros de gua Somente em dias de baixa umidade relativa do ar e sem possibilidade de chuva. Geralmente uma pulverizao a cada 15 dias suficiente. Quando for pulverizar com Abamectin (Abamex ou Vertimec) para o controle de traa, ao mesmo tempo estar realizando o controle do micro-caro. Em alguns casos sero necessrias pulverizaes especficas para o controle do caro do bronzeamento.
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INICIO DO ATAQUE
PERDAS DE FRUTOS
FOTO MICROSCPIO
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CONTROLE BIOLGICO DE PRAGAS EM TOMATEIRO A cada dia o controle das pragas e doenas se torna um desafio maior, principalmente plos fatores abaixo relacionados: a) o crescente surgimentos de pragas resistentes aos defensivos qumicos, b) fungos e bactrias criando resistncias a fungicidas e bactericidas; c) o crescimento da rea cultivada, com fortssima reduo da vegetao nativa eliminando a rea de sobrevivncia em equilbrio de muitas pragas; d) mudanas climticas ao longo dos anos, muitas vezes o clima uma grande indefinio: ora chove em excesso, noutros dias total falta de umidade; dias muito quentes e noites de baixa temperatura favorecendo s pragas e doenas; e) a necessidade de produzir alimentos de melhor qualidade externa e interna, para atender a um mercado consumidor mais exigentes; f) o alto custo de produo, com grande participao dos defensivos no custo total da produo; g) a necessidade de se buscar, ao mesmo tempo, a mxima produtividade, menor custo, qualidade visual dos frutos (qualidade externa), ofertar alimentos com teores de defensivos aceitveis (dentro dos limites pr-estabelecidos); Diante do exposto, as medidas de controle de pragas de doenas precisam ser adotadas de forma conjunta. H a urgente necessidade de trabalharmos o controle fitossanitrio com uma nova viso. O uso de defensivos agrcolas no pode ser encarado como a nica medida a ser adotada. Dentre as medidas de controle de pragas e doenas, temos: 1- Armadilhas luminosas. 2- Armadilhas com feromnio. 3- Barreiras mecnicas: telas de nylos, cercas de palha, cercas plsticas. 4- Legais: Leis e barreiras fitossanitrias. 5- Educativas: cursos, palestras, formao de profissionais. 6- Defensivos qumicos, produtos e tcnicas de aplicao. 7- Defensivos naturais. 8- Pedradores naturais. 9- Monitoramento. 10- Equilbrio Nutricional. 11- Genticas.
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Algumas das medidas possuem suas limitaes. No entanto, devemos aproveitar o maior nmero possvel de medidas disponveis. Com o uso equilibrado e responsvel de cada medida aproveitando ao mximo os benefcios de cada uma podemos adotar o MIP (Manejo Integrado de Pragas) e o MID (Manejo Integrado de Doenas). Das onze medidas citadas, o Uso de ARMADILHA COM FEROMNIO E A DISTRIBUIO DE TRICHOGRAMMA, so duas que esto ao dispor de qualquer produtor rural, so de fcil aplicao, de baixo custo e altssima eficincia. Vamos falar de cada uma separadamente, mas lembrando que devem ser usadas ao mesmo tempo, sem esquecer os outros mtodos de controle. USO DE FEROMNIO CONCEITO Feromnio o atrativo sexual femenino naturalmente expedido plos insetos, para atrair o parceiro masculino, visando o ato sexual e a reproduo como conseqncia. A produo de FEROMNIO em laboratrio, em escala comercial um prtica antiga, mas de uso recente no Brasil, estando limitado aos produtores mais tecnificados. Tal fato tem sido registrado simplesmente pela falta de divulgao dos benefcios do controle biolgico das pragas. FINALIDADE A utilizao de Feromnio visa capturar os insetos machos e adultos (supresso) de modo seletivo, isto , cada feromnio atrativo de uma nica praga. De tal modo, haver uma reduo imediata e altamente significativa do nmero de ovos da praga alvo. Menos ovos, significa menor nmero de larvas danificando a cultura. Eliminado os insetos adulto do sexo masculino, as fmeas iro morrer virgem sem produo de ovos. Ao mesmo tempo, por meio da contagem de insetos capturados realizamos o monitoramento da praga, ver dados sobre o monitoramento das pragas, neste captulo. APLICAO Feromnio fornecido em evaporadores plsticos, que devem ser distribudos sob proteo de armadilha. A armadilha protege o evaporador e realiza a captura do inseto. O feromnio o atrativo. 126
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Conforme as condies climticas (que determinam a maior ou menor presso de cada praga),calculamos o nmero de feromnio, a ser distribudo na rea cultivada. Para o Tomateiro, recomendamos: NMERO DE ARMADILHAS I = PARA A BROCA PEQUENA (Neoleucinodes elegantalis): NO PERODO CHUVOSO Ou quando a presso da Praga for ALTA. NO PERODO SEM CHUVA Ou quando a presso da praga for BAIXA. MNIMO de 1 Armadilha para cada 200 plantas, ou seja 5 armadilha por 1000 plantas. 1 Armadilha para cada 400 plantas, ou seja 5 armadilhas por 2000 plantas II = PARA A TRAA (Tuta absoluta) NO PERODO CHUVOSO ou com BAIXA presso da praga. NO PERODO DE ALTA TEMPERATURA, ou com ALTA presso da praga Quando falamos de quantidade mnima, lembramos que quanto maior for a presso da praga, maior dever ser quantidade de armadilhas, no sendo necessrio mais do que uma armadilha para cada 100 plantas. POSIO DAS ARMADILHAS A distribuio das armadilhas deve obedecer algumas normas, sendo importante: 1 - A primeira linha de armadilha deve ficar no limite do plantio, do lado de entrada da corrente de ar (favorvel ao vento). 2 - A distncia entre as linhas seguintes de armadilha ser entre 15 e 20 m. 3 - A distncia entre cada armadilha (na linha) deve ser de 7 a 10 m. 4 - A disposio em tringulo. ALTURA DAS ARMADILHAS O fundo da armadilha deve ficar sempre altura do topo da planta, devendo ser levantada pelo menos uma vez a cada 15 dias. Altura usada, para tomate envarado, plantio de campo: 1a Posio = 30 cm do solo 2a Posio = 60 cm do solo
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- 1 armadilha para 500 plantas. Mnimo de 1 armadilha para 330 plantas, ou seja 3 armadilhas por 1000 plantas.
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3a Posio = 100 cm do solo 4a Posio = altura mxima (no arame de conduo). Mantendo as armadilhas com altura superior ao topo das plantas, melhoramos a circulao do feromnio dentro da rea, facilitando a captura dos insetos. Conforme a disponibilidade de tempo e pessoal, levantar as armadilhas uma vez por semana melhor. Para o tomate de crescimento determinado, conforme o mtodo de conduo e a variedade, determinar o perodo de levantar e a altura das armadilhas, sempre levando em considerao que o fundo da armadilha dever ficar um pouco acima do topo (olho) das plantas. Nos cultivos em estufa, onde usamos armadilhas externas e internas, a altura de cada armadilha, segue o mesmo critrio: sempre acompanhando o crescimento das plantas, com altura mnima igual altura das plantas. MODELOS DE ARMADILHAS Existem vrios tipos de armadilhas, de formatos e mateiras diversos. O modelo que vamos descrever a seguir, muito prtico, de baixo custo e de eficincia altssima, podendo ser montado por qualquer pessoa. Montagem de armadilha (Modelo Macap) para captura de insetos, com uso de ferommio.. Material : Para uma Armadilha: 02 pratos de plstico medindo 8 polegadas (20 cm)de dimetro interno e 2 polegadas (5 cm) profundidade, com capacidade (volume) de 1 litro . 3 pedao de arame galvanizado nmero 16, medindo 11 cm cada. 1 pedao de arame galvanizado numero 18, medindo 20 cm.
Montagem: a) furar os pratos, em trs pontos, em forma triangular (furando os dois ao mesmo tempo, de modo que os furos fiquem eqidistantes); b) furar um dos pratos, em dois pontos, no centro , distante 3 cm um furo do outro. Este prato ser usado como parte superior da armadilha. c) Afixar no prato do item b, o arame galvanizado numero 18, para suporte da armadilha. 128
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d) Afixar os trs arames numero 16, unindo os dois pratos, de modo que fique uma abertura de 5 cm entre os pratos, utilizando uma bitola feita em madeira. LQUIDO DE CAPTURA Cada armadilha, que tem capacidade de 1 litros, deve ser cheia com uma soluo contendo gua limpa mais detergente neutro. A relao de 250 ml de detergente neutro para 10 litros de gua. Reabastecer as armadilhas sempre que necessrio dependendo do clima, a evaporao da gua ser maior ou menor. A soluo gua+detergente neutro dever ser totalmente trocada sempre que a quantidade de insetos capturar for muito alta, o que promove mau cheiro gua. MONITORAMENTO A contagem de insetos adultos capturados dever ser feita diariamente. O prazo mximo de contagem a cada 3 dias. Com a contagem diria, vamos dispor de informaes precisas dos nveis de infestao de cada praga, permitindo tomar decises sobre o uso de defensivos qumicos. Vale lembrar que somente os insetos capturados no mesmo dia, ficam sobre a soluo gua-detergente os insetos dos dias anteriores ficam depositados no fundo da armadilha. Considerar, no ato da contagem, somente os insetos sobre a soluo gua-detergente. Nveis de danos econmicos: 1- Para a broca pequena: nvel aceitvel = mximo 3 adultos por armadilha/dia (mdia de todas as armadilhas). 2- Para a traa: nvel aceitvel = mximo de 10 adultos por armadilha/dia (mdia de todas as armadilhas). 3- Bastante ateno deve ser dada sobre nveis de danos em reas localizadas principalmente em plantios de grandes reas. Em muitos dias, em determinadas reas do plantio, podero ser atingidos nveis de danos econmicos. Quando tal fato surgir, devero ser pulverizadas as reas de entrada das pragas que so os Focos da Praga. 4- Para facilitar a contagem, identificao de reas crticas e pulverizaes posteriores, identificar cada armadilha, numerando em seqncia e realizando um croquis da distribuio das armadilhas.
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5- Utilizando um programa de computador de MIP, ou mesmo por clculos manuais, facilmente determinamos os nveis de danos econmicos. O uso de armadilhas com feromnio realiza e supresso seletiva/natural da praga, e fornece dados dirios para monitoramento, sendo uma ferramenta extraordinria, com um dos menores custo/benefcio no combate s pragas. USO DE FEROMNIO PARA CONTROLE E MONITORAMENTO DE PRAGAS
DISTRIBUIO DE ARMADILHAS
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DISTRIBUIO DE ARMADILHAS COM FEROMNIO EXEMPLO PARA 1 HECTARE DE TOMATE PARA SUPRESSO DA PRAGA 100.00m
A1
7 a 10 m
15 a 20 m
1 0 0 m
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CONTROLE DE TRAA DO TOMATEIRO ( Tuta absoluta ) COM FEROMNIO = PREVENO DE POSTURA = MDIA DE OVOS POR DIA 107 DIAS
100000 90000 80000 70000 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 30 DIAS 31 DIAS 31 DIAS 107 DIAS 20 ARMADILHAS 5000 PLANTAS
N OVOS
15 DIAS
out/00 95080
nov/00 19040
MESES
dez/00 20129
OVOS
jan/01 31403
Mdia/dia 33597
OVOS
CONTROLE DE TRAA DO TOMATEIRO ( Tuta absoluta ) COM FEROMNIO TOTAL DE ADULTOS MORTOS
20 ARMADILHAS 14000 107 DIAS 5000 PLANTAS
12000
10000
N ADULTOS
8000
6000
107 DIAS
4000
2000
out/00 4754
dez/00 2080
jan/01 3245
MDIA 2996
TOTAL 11983
ADULTOS MORTOS
ADULTOS MORTOS
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APLICAO DE TRICHOGRAMMA Dos inmeros inimigos naturais de pragas existentes na natureza, merecem destaque o Gnero Trichogramma, com algumas espcies j conhecidas e criadas em laboratrio. O Genero Trichogramma formado por pequenas Vespas (menos de 1 mm), que so parasitides eficienttssimos de ovos de muitos insetos da ordem dos Lepidopteros (lagartas), podendo ser Aplicado em qualquer cultura. Na cultura do tomateiro, o Trichogramma parasita ovos de: Agrotis ypsilon lagarta rosca Spodoptera frugiperda broca grande (Lagarta do cartucho do milho) Helicoverpa zea broca grande (Lagarta da espiga do milho) Neoleucinodes elegantalis broca pequena Tuta absoluta traa do tomateiro
PRODUO E FORNECIMENTO O uso de Trichogramma so est sendo possvel, tendo em vista a tecnologia desenvolvida pela EMBRAPA, permitindo a criao em Laboratrio. Na Natureza a quantidade de vespas de Trichogramma insuficiente para controlar as pragas. A produo em larga escala em Laboratrio est disponvel a qualquer produtor. O fornecimento feito por meio de cartelas com ovos, com data de ecloso prevista. Hoje possvel planejar a Aplicao de Trichogramma, de modo seguro e contnuo: existe a produo suficiente e o sistema de entregas rpidas via Correios. Cada CARTELA fornecida com 20 Polegadas. Cada Polegada contm em mdia 2.500 ovos de Trichogramma Portanto, uma cartela comercializada com 50.000 ovos, aproximadamente. Em mdia a ecloso ser entre 24 e 48 horas aps o recebimento das cartelas. MODO DE AO: A vespa do Trichogramma, deposita seus ovos no inteiror dos ovos de Lepidopteros, de modo a ser possvel a sua prpria reproduo. Realizada a postura, cerca de 7 a 10 dias depois eclodem novas vespas. Do ovo parasitado somente eclodem vespas, as lagartas no nascem. De tal modo, o controle das lagartas realizado antes
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mesmo delas nascerem, evitando danos diretos, principalmente no caso da traa e da broca pequena. QUANTIDADE Para um hectare de tomate, com densidade de 16.000 plantas, devem ser Aplicadas um total de 30 cartelas semanalmente. Teremos: 30 cartelas/semana 600 polegadas/semana 1.500.000 ovos/semana DISTRIBUIO Em uma rea de 100 m x 100m, distribuir de modo que: a) em cada linha de plantas sejam Aplicadas 20 polegadas(20 pontos); b) para cada 3 linhas da cultura, uma receba trichogramma (em mdia 30 linhas teis); c) cada ponto de aplicao receba uma polegada (sero 600 pontos). TCNICA DE APLICAO Quando da Aplicao dos ovos, alguns cuidados devem ser observados: 1- Ao cortar e distribuir as cartelas, nunca pegar diretamento sobre os ovos. Sempre pegar nas bordas da cartela e de cada polegada. Qualquer presso sobre os ovos, pode danificar (esmagar os ovos). 2- Para cortar usar uma tesoura, amolada e inox. 3- Para fixar cada polegada no campo, usar um dos trs mtodos : a) um pequeno saco de tecido tipo malha (ex. volta-ao-mundo ou fil) b) um clipe (tipo enxertia) c) cola (tipo sapateiro) 4No perodo de chuva, usar algum objeto para proteger os ovos. O mais prtico, eficiente e econmico copo descartvel de 100 ml.
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VESPA
1 COM CLIPE
FEROMNIO + TRICHOGRAMMA
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08 - PRAGAS E DOENAS DO PIMENTO DOENAS DO PIMENTO FNGICAS 1 = MURCHA DE ESCLERCIO - Sclerotium rolfsii 2 = ANTRACNOSE Colletotrichum gloeosporioides 3 = PINTA PRETA Alternaria solani 4 = ODIO Oidium lycopersicum / Erisiphe cichoracearum 5 = OIDIOPSI Oidiopsis sicura / Leveillula taurica BACTERIANAS 1 Mancha Bacteriana Xanthomonas campestris 2 Talo-oco Erwinia spp VIRTICAS 1 - ToMV Vrus do Mosaico do Tomate
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DOENAS FNGICAS: 1 MURCHA DE ESCLERCIO OUTROS NOMES: Murcha do Pimento Mofo do Pimento Murchadeira AGENTE CAUSAL Sclerotium rolfsii A mortalidade de plantas ou at mesmo de plantios inteiros, tem sido provocado pela murcha de esclercio. Sendo um fungo de solo, se desenvolve de modo lento e contnuo, passando desapercebido. Somente quando algumas plantas apresentam os sintomas de murcha repentina, que o produtor busca auxlio. Tem sido uma regra no Cear: todos os plantios de pimento apresetam esclercio em maior ou menor incidncia, mas sempre causando danos econmicos. DANOS Em plantios de pimento infectados pelo fungo Sclerotium rolfsii e que no so adotadas medidas de controle, o desenvolvimento do fungo provoca a morte de at 100% das plantas, em mdia os prejuzos variam entre 40 e 80% da rea cultivada. Em plantas com alta incidncia deste fungo, a produo comercial no existe. A morte das plantas acontecem poucos dias antes de iniciar a primeira colheita, com os frutos ainda imaturos. A perda de produo da planta afetada e total. SINTOMAS Para diagnosticar a presena de esclercio em pimento, necessrio examinar o colo da planta. O fungo se desenvolve no colo, dentro do solo. O sintoma caracterstico a presena de pequenas pontuaes brancas. No incio as pontuaes so poucas, com o desenvolvimento do fungo, forma uma camada branca em volta do caule, semelhante ao um capucho de algodo. A ser pressionado com movimentos leves feitos pela mo, o fungo se transformar junto com a casca do caule, que se desintegra - em uma substncia lquida de cor escura semelhante lama.. A regio um pouco acima e abaixo
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do colo aumenta de volume (intumescncia), podendo atingir at o dobro do dimetro normal, o que chamamos de inchamento do caule . O sistema radicular tambm afetado, ficando reduzido em quantidade de razes, que se tornam pequenas e de cor escura. A parte interna do caule (vasos lenhosos) fica com cor mais escura marrom claro normalmente a cor interna d e um caule sadio branca. muito importante que a existncia de pontuaes brancas na parte externa do colo da planta seja identificado logo no incio. Para tanto devem ser realizadas vistorias a cada 10 dias, cavando um pouco ao redor do colo da planta, tendo o cuidado para no atingir o caule da planta o que danificaria facilmente o fungo. O fungo se desenvolve acompanhando o crescimento da planta. Em pleno grau de parasitismo, o fungo provoca a destruio da capacidade de absoro e movimento de gua e nutriente pela total obstruo dos vasos internos e destruio da casca , de modo comparativo, podemos dizer que provoca o enfarte da planta. Como conseqncia a planta morre. A morte constatada de um modo particular: sempre ser detectada no perodo da manh. As plantas vo dormir aparentemente perfeitas, todas vivas, verdes e sem nenhum sintomas externo de doena. No dia seguinte, surgem plantas murchas, sempre em reboleiras. Iniciado os primeiros casos de murchas, vira um seqncia, todos os dias amanhecero novas plantas murchas. A murcha irreversvel, a aps iniciar o processo de murcha a planta no se recupera. A morte de plantas acontece em plantios com idade entre 60 e 70 dias aps transplante (DAT), dependendo somente da intensidade de infestao inicial, nveis de adubao nitrogenada (quanto mais nitrognio, mais esclercio), sistema de irrigao (excesso hdrico favorece o desenvolvimento do fungo) e do histrico da rea (cultivo anteriores de solanceas favorecem o surgimento mais rpido e mais agressivo do fungo). Em resumo: Plantas murchando subitamente ainda verdes, com colo inchado e apresentando fungo esbranquiado, destruio da casca do caule e mudana de cor interna dos vasos do caule com certeza o Sclerotium rolfsii a causa da morte.
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CONTROLE Nas atuais condies de cultivo do pimento, onde geralmente os solos j foram cultivados com outras solanceas, existe a necessidade de realizar tratamento preventivo para o controle eficiente do esclercio. Realizamos inmeros testes com resultados positivos, preventivamente com: 1 - Pulverizar o colo das plantas, entre 10 e 15 DAT, com Plantacol (Quintozene), Dosagem: 50 gramas/20 litros de gua. Jato direcionado para o colo das plantas. Volume de calda: 20 litros para 2.000 plantas. 2 - Pulverizar, via foliar, aos 20 DAT com Score (Difenconazole - Triazol) Dosagem : 10 ml/20 litros de gua Jato direcionado para as folhas. Volume de calda: 20 litros para 4.000 plantas. 3 - Pulverizar aos 30 DAT com Cercobin (Thiophante methil Benzimidzol) Dosagem: 20 gramas/20 litros de gua Jato dirigido para as folhas Volume de calda 20 litros para 3.000 plantas. Em todas as pulverizaes usar espalhante adesivo e redutor de pH (para 5 a 5,5). Os produtos atualmente ainda sem registro para Pimento, devem aguardar registro para uso em campos de produo comercial. Tratamento Curativo O Tratamento curativo somente vivel economicamente quando realizado em casos de infestao inicial, ainda sem a mortalidade de plantas. Em alguns casos, mesmo com o surgimento de algumas plantas murchando, ainda realizamos o tratamento curativo, principalmente se o preo do produto estiver bom mnimo de 3 dlares por caixa de 12 Kg. As plantas em fase de murcha no se recuperam, porm possvel evitar a morte das demais plantas, alcanando produtividades boas.
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CONTROLE DE ESCLERCIO (Sclerotium rolfsii) TESTES DE CAMPO: CONTROLE DE 100% DO FUNGO. 1 - Pulverizar com Plantacol (PCNB Quintozene) Dosagem: 60 gramas/20 litros de gua Volume de calda: 20 litros para 1.500 plantas. Descobrir parcialmente o colo das plantas, formando uma pequena bacia em volta do caule Jato dirigido para o colo da planta. 2 - Pulverizar com Score (Difenconazole Triazol) Dosagem: 10 ml/20 litros de gua. Volume de calda: conforme o estdio da cultura, variando de 400 a 1000 litros por hectare, o importante realizar cobertura total da folhas. poca: 1 dia aps a aplicao do Plantacol 3 - Pulverizar com Cercobin (Thiophanate methyl) Dose: 20 gramas/20 litros de gua. Volume de calda idem Score. poca: 3 dias aps aplicao do Score. Repetir o mesmo tratamento cerca de 8 a 10 dias depois. Em alguns casos no h a necessidade de repetir o tratamento. Monitorar semanalmente, para diagnosticar o retorno do fungo. Tendo em vista que o princpio ativo PCNB (Quintozene) ser retirado do mercado em breve, estudos de campo esto sendo realizados , com outros princpios ativos, visando a substituio do Plantracol. O Score ainda no est registrado para cultura do Pimento, seu registro em solanceas somente para tomate . No entanto, em testes realizados em todos os anos desde 1999, a sua eficincia muito boa. Lembrando que um triazol que no causa retardamento no crescimento mesmo no uso em mudas no causa fitotoxicidade.
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2 - ANTRACNOSE AGENTE CAUSAL : Colletotrichum gloeosporioides OUTROS NOMES: Olho de peixe. Nos ltimos 4 anos a antracnose a principal doena fngica do Pimento no Estado do Cear, sendo responsvel plos maiores prejuzos de perda de produo. Com seu alto poder destrutivo e infectando principalmente os frutos, j foram registrados perdas de at 100% de plantios. SINTOMAS A antracnose apresenta os sintomas principalmente nos frutos. Inicialmente surgem pequenas pontuaes nos frutos de qualquer idade. As pontuaes so levemente deprimidas com um alo mido. No incio, pelo seu diminuto tamanho, pode passar desapercebido. Rapidamente a mancha cresce. Quando a antracnose est totalmente desenvolvida, forma de uma mancha grande, deprimida (semelhante a uma bacia) e com cor rseo. A cor rseo dos miclios do fungo. Sempre sero encontradas diversas manchas em um mesmo fruto. No entanto, somente uma mancha suficiente para danificar o fruto, tornando imprestvel para comercializao. Quando colhidos em plantios com antracnose, os frutos podem apresentar as manchas em ps-colheita. durante o transporte da regio produtora at o centro consumidor de modo que parcial ou total os frutos no so comercializados, com perdas significativas. POCA PROPCIA As condies climticas perfeitas para o surgimento do fungo da antracnose, so quando esto todos presentes ao mesmo tempo os fatores de Umidade Relativa do Ar Alta, Tempera Diurna Alta, Temperatura Noturna Baixa e primeiras precipitaes Pluviomtricas (incio do perodo chuvoso). Dezembro e Janeiro. comum o produtor afirmar: com as primeiras chuvas vem junto a olho de peixe. No Cear corresponde aos meses de
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CONTROLE Em reas cultivadas com Pimento, no perodo de Outubro de um ano at maio do ano seguinte, pulverizaes preventivas devem ser realizadas. Segue relao de fungicidas para o controle de antracnose. Produtos sistmicos Doses para 20 litros de gua Adicionar espalhante adesivo e redutor de pH (manter entre 5 e 5,5) STROBY Kresoxin methil = dose 10 ml AMISTAR Azosystrobin = 2 gramas DEROSAL Carbendazim = 20 ml MANAGE - Imibenconazole 20 gramas CERCOBIN - Thiophanate methyl - 20 ml O princpio ativo Pyraclostrobin, em fase de registro e lanamento comercial, em testes realizados apresentaram eficincia elevadssima no controle de antracnose. Produtos protetores ORTHOCIDE Captan 50 gramas DACOSTAR / DACONIL/ BRAVONIL Chlorothalonil 50 gramas POLYRAM Metiram 60 gramas FOLPAN Folpet 40 gramas ANTRACOL Propineb 60 gramas Os melhores resultados , em testes realizados nos perodos de maior incidncia do fungo, foram obtidos com tratamento preventivo. Nas situaes que foram necessrios tratamentos curativos, testes com o tratamento abaixo resultaram no controle total do patognico.
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PROGRAMA CURATIVO PARA ANTRACNOSE 1= STROBY + DACOSTAR 2= DEROSAL + FOLPAN 3= F 518 (CABRIO TOP) (Pyraclostrobin + Metyram) 3= MANAGE + ORTHOCIDE 4= AMISTAR + ANTRACOL 5= CERCOBIN + POLYRAM Intervalo a cada 4 dias uma pulverizao. Direcionar o jato para os frutos Fazer cobertura total da plantas, com volume de calda mnimo 800 litros/ha para plantas adultas. Vale observar que alguns produtos esto em fase de registro para o Pimento, devendo aguardar os registros para serem indicados a nvel de produtor. Sobre os registros consultar MARA, literatura, fabricantes e Profissionais tcnicos. ANTRACNOSE - Colletotrichum gloeosporioides TODAS AS MANCHAS SO DEPRESSIVAS
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3 - PINTA PRETA AGENTE CAUSAL Alternaria solani SINTOMAS Na cultura de Pimento os sintomas da Pinta Preta so vsveis na folhas mais velhas. , portanto, um fungo de ao ascendente, iniciado nas folhas da base e progredindo para as partes mais novas. Esta uma caracterstica que facilita a identificao da doena. O fungo Alternaria solani provoca a formao de manchas foliares com as seguintes caractersticas: a) A formao de anis concntricos um anel maior e mais novo em volta de um anel menor e mais velho. Cada anel resultado de uma nova gerao do fungo. Somente a pinta preta apresenta anis concntricos. b) O formato da mancha ser sempre arredondado, com centro mais claro. c) Vrias manchas estaro presentes ao mesmo tempo. Raramente ser detectada somente uma mancha na folha. d) Os sintomas sero vistos nas duas faces da folha. e) Vrias manchas podero conforme vo se desenvolvendo, formar uma nica mancha grande e de formato irregular. Porm, uma anlise cuidadosa poder identificar cada mancha individualmente. f) A folha atacada apresenta amarelecimento parcial ou total da folha. g) Os sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenas. Acompanhando o desenvolvimento do fungo, por no mximo 3 dias, fica fcil diagnosticar. POCA MAIS PROPCIA Perodo com alta umidade relativa do ar e baixa temperatura, com dias chuvosos e nublados, oferece condies timas para o desenvolvimento do fungo. possvel que em perodos sem chuvas posa surgir o pinta preta, sendo mais raro os casos.
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CONTROLE O uso de pulverizaes preventivas, nos perodos mais propcios ao fungo, o ideal, visando evitar danos econmicos. Para um controle eficiente de pinta preta, realizamos vrios testes com os produtos abaixo, todos com eficincia sobre o fungo da Alternaria solani. I - Controle qumico: Pulverizao foliar (doses para 20 litros de gua) a) Produtos de ao curativa e preventiva: SCORE 10 cc - Difenconazole, pode ser usado em qualquer estdio, sem risco de reduo do crescimento. CARAMBA 10 a 20 cc - Metconazole , somente aps 30 DAT. FOLICUR 20 cc Tebuconazole somente aps 30DAT SPORTAK 30 cc Prochloraz - somente aps 30 DAT DACOSTAR 40 gramas Clorothalonil, qualquer estdio. STROBY 8 cc Kresoxyn methil, qualquer estdio. ROVRAL 30 cc Iprodione, qualquer estdio. SIALEX 15 gramas Procimidone , qualquer estdio AMISTAR 2 gramas - Azoxystrobin cuidado com super-dosagem. CABRIO TOP 60 grams Pyraclostrobin + Metyram qualquer estdio b) Produtos de ao protetora, que podero ser usados associados aos produtos anteriores: POLYRAM 40 a 60 gramas Metiram ANTRACOL 50 gramas Propineb DITHANE 50 gramas - Mancozeb ORTHOCIDE 50 gramas Captan c) Em breve sero laados e registrados produtos da linha F500, Cabrio Top e Cantus, que em testes realizados foram de altssima eficincia no controle curativo da pinta preta. d) Ter o cuidado de aguardar o registro dos produtos no registrados para a cultura do Pimento, consultar literatura, fabricantes, MARA E PROFISSIONAIS TCNICOS. II Medidas Auxiliares vlidas para todos os fungos. a) Evitar cultivo novos prximos de culturas contaminadas, principalmente de as plantas infectadas estiverem na parte de cima do vento. O plantio novo deve ser sempre 147 favorecido pelo vento, de modo que este passe primeiro pelas plantas novas.
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b) Sempre que for realizar pulverizaes (preventivas ou curativas) efetuar a cobertura total das plantas. Evitar as pulverizaes muito rpidas. c) Plantar somente mudas sadias, produzidas em Estufas, isentas de doenas. d) Vistorias perdicas devem ser realizadas no mximo a cada 3 dias. e) Nunca tentar economizar fungicidas diminuindo doses. f) Sempre que possvel usar barreiras vegetais ou plsticas. g) Evitar circulao de pessoas de reas contaminadas para sadias. h) Realizar servios primeiro nas reas novas ou sadias, posteriormente nas reas mais velhas ou com doenas. PINTA PRETA Alternaria solani
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ANIS CIRCULARES
4 ODIO OUTROS NOMES: Mofo branco Mofo da folha. AGENTE CAUSAL : Erisiophe cichoracearum/ Oidium lycopersicum A presena de odio em pimento somente constatado quando cultivado em regies ou pocas de alta temperatura e baixa umidade do ar, o mesmo vale para outras culturas (tomate, melo, rosas, etc). um fungo exclusivo de perodo seco. Em plantios protegidos (estufas) este fungo causa problemas srios, podendo ser a doena principal. SINTOMAS A formao de uma camada fina de cor branca sobre as folhas a principal caracterstica da presena de odio no pimento. Inicialmente so observadas pequenas manchas brancas. Com o desenvolvimento do fungo, o limbo foliar poder ser totalmente recoberto. Em casos de ataque severo, todas as folhas apresentam o fungo, podendo paralisar o crescimento e at mesmo a morte das plantas. um fungo de folha, que no sendo controlado, promove prejuzos econmicos . CONTROLE Existem diversos fungicidas especficos e muitos outros de excelente atuao sobre o fungo oidium spp. Exemplos de Produtos Comercias, testado em cultivo de Pimento na Ibiapaba-Ce.
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Doses para 20 litros de gua. a) Fungicidas sistmicos especficos: MANAGE Imibenconazole = 20 gramas Os ingredientes ativos (i. a.) Boscolid e Kresoxim-methyl ,(COLLIS, e CABRIO TOP) em testes de campo foram de eficincia altssima no controle de odio, com o Collis especfico para odio Todos em fase de registro e lanamento comercial. b) Fungicidas sistmicos no especficos: SIALEX - Procimidone = 20 gramas FOLICUR Procimidone = 20 ml CERCOBIN Thiophanate methyl = 20 ml c) Fungicidas protetores: ORTHOCIDE Captan 50 gramas DACOSTAR / DACONIL/ BRAVONIL Chlorothalonil 50 gramas POLYRAM Metiram 60 gramas FOLPAN Folpet 40 gramas Obs.: Aguardar o registro de Produtos Comerciais ainda no registrados para a cultura do Pimento. Sempre que for pulverizar um i.a. sistmico, associar um i.a. protetor ODIO
5 OIDIOPSI OUTROS NOMES : Mofo das folhas Queda das folhas AGENTE CAUSAL : Oidiopsi sicula Plantios de pimento com perdas de produo resultante da infestao de oidiopsi recente no Cear. Nos anos de 2001 e 2002, foram registrados alguns casos com maior grau de severidade. Nos cultivos protegidos o fungo mais agressivo, podendo vir a ser doena principal. SINTOMAS Manchas recobertas por uma fina camada de mofo de cor inicial branca, na face inferior das folhas so os primeiros sintomas da presena de oidiopsi. As manchas so de formato circular irregular. um fungo de ao ascendente. Portanto, as folhas mais velhas sero as primeiras a serem infectadas. A queda de folhas imediata. Basta uma nica mancha de oidiopsi para provocar a queda de uma folha. O desfolhamento poder ser total. Uma caracterstica deste fungo o surgimento de manchas de cor verde-claro (evoluindo para o amarelo), na face superior da folha cada mancha surgida na face superior, corresponde existncia do fungo na face inferior da folha. Com a evoluo do fungo surgem nos locais das manchas pequenas pontuaes de cor escura (entre marrom escuro e preto). As folhas perdem a cor verde, surgindo um amarelecimento parcial do limbo foliar. TRATAMENTO Para o controle do oidiopsi o uso dos produtos recomendados para oidum so eficientes. Devendo ser observado os seguintes cuidados: a) Pulverizar com o bico invertido de baixo para cima. b) Sempre que aplicar um produto sistmico ou estrobilurina, usar um produto protetor associado.
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c) Pulverizaes devem ser realizadas preventivamente ou logo no surgimento dosprimeiros sintomas, para evitar a queda de folhas. d) Manter a rea cultiva limpa, recolhendo todas as folhas infectadas que caram das plantas doentes OIDIOPSI Oidiopsi sicula
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DOENAS BACTERIANAS
1- MANCHA BACTERIANA AGENTE CAUSAL : Xanthomonas campestris Nos ltimos cinco anos trs bactrias passaram a causar danos ao Pimento, a mancha bacteriana, a pinta bacteriana e a erwnia. Das trs, a pinta bacteriana a de menor incidncia, seguida pela erwinia. A mancha bacteriana a principal doena bacteriana da parte area do pimento. SINTOMAS Nas Folhas: O que caracteriza a mancha bacteriana nas folhas do pimento so manchas de formato irregular, com aspecto aquoso (encharcadas), dando um aspecto de mancha provocada por queima de gua quente. Com o desenvolvimento da bactria as manchas adquirem uma cor escura e menos mida, provocando o desfolhamento parcial ou total da planta. Em cultura com a bactria Xanthomonas, sero encontradas muitas folhas cadas, junto planta. Em casos de infestao severa, somente a parte nova (olho) da planta no derrubado pela bactria, o que expes os frutos ao do sol e interrompe as atividades da planta. Como conseqncia os frutos no se desenvolvem e a produo deixa de existir. O surgimento dos sintomas sero primeiro nas folhas e na parte mais velhas. Nos Frutos: Os sintomas nos frutos aparecem posterior aos sintomas da folhas. Surgem sobre os frutos manchas de formato irregular e cor marrom, semelhantes verrrugas. As manchas possuem tamanho variado, em geral so pequenas - menos de 5 mm. Em cada fruto vrias manchas sero detectadas. Quando as medidas de controle so adotadas no incio da infestao da bactria, os sintomas dos frutos no sero visto. Pulverizadas ao surgirem as primeiras manchas dos frutos, o controle possvel, sem perdas de frutos. Diferente da antacnose, a mancha bacteriana, se controlada imediatamente e logo no incio, possibilita a comercializao do frutos. Os frutos mais velhos sero infectados primeiro.
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MANCHA NA FOLHA
MANCHA AMPLIADA 10 X
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2 TALO OCO AGENTE CAUSAL - Erwinia spp De todas as bactrias que atacam o pimento ao talo-oco que maiores prejuzos vem causando. Pelo fato de ser uma bactria que se desenvolve no interior da planta com sintomas no visualizados facilmente - , na maioria dos casos somente quando os danos so graves que o produtor procura orientao tcnica. SINTOMAS a) No caule : a bactria provoca a destruio do interior do caule, a medula (parte branca) do caule atacada e destruda. O caule fica oco, de onde vem o nome da doena. Manchas de cor escura surgem do lado externo do caule, o que pode ser visto na bifurcao do caule. Cuidado com sintomas de Fitfora (requeima) que tem sintoma na bifurcao muito parecido. Lembramos que a requeima apresenta cor mais escura e no atinge a medula do caule. b) Nos frutos: a parte interna do fruto totalmente destruda. Pelo fato da existncia da pelcula externa que muito resistentes -, o fruto se transforma em uma bolsa de lquido. O lquido existente dentro do fruto atacado pela erwinia de cor escura e apresenta mau cheiro caracterstico. O fruto ao ser tocado, a bolsa de lquido se desprende da planta, permanecendo fixo o talo (Pednculo floral) do fruto. Frutos que ficam na plantas secam totalmente, adquirindo cor creme com manchas escuras. c) Na planta: a bactria erwinia provoca a murcha total da planta, de modo lento e progressivo quando uma planta inicia o processo de murcha, no mais se recupera, qualquer hora do dia ela permanece murcha. Plantas murcham isoladamente dentro da rea. Em vrios pontos de uma mesma rea, sero detectadas plantas murchando. CURATIVO Para todas as bactrias: 1 = Agrimicina (50 gr) + Curpograb (50 gr)
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de menor incidncia ,
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2 = Kasumin (60 cc) + Kendal (60 gr) 3 = Mycoshield (50 gr) + Cuprogarb (50 gr) Intervalo entre aplicaes: a cada 3 dias Repetir o tratamento 2 vezes. Reduzir adubao nitrogenada para nvel mnimo. Controlar a irrigao ou excesso de gua de chuva (fazer drenagem da rea). TALO OCO Erwinia spp
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AGENTE CAUSAL Vrus do Mosaico do Tomate. Na cultura do Pimento no Cear o nico vrus que tem causado problemas, com perdas de produo e prejuzos econmicos. SINTOMAS O vrus do mosaico do pimento apresenta os sintomas nas folhas mais novas. Manchas de cores verdes mais claras surgem no limbo foliar. Pontuaes mais escuras, formadas pelo acumulo localizado de clorofila, aparecem na folha. Ao mesmo tempo a folha reduz o crescimento e apresetam escarquilhamento , dobrando para baixo. CONTROLE O nico mtodo de controle eficiente do ToMV o cultivo de hbridos com resistncia. Merecem destaque os hbridos Magali R e Nathalie. So pimentes de alta produtividade, resistente ao ToMV, suportam o transporte a longas distncias e de frutos comercial (atualmente os preferidos do mercado consumidor regional).
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PROGRAMA PREVENTIVO PARA CONTROLE DE FUNGOS E BACTRIAS: TESTADO EM PERODO CHUVOSO EM REGIES COM ALTA PRESSO DE FUNGOS E BACTRIAS. DT = Previcur(30 ml) + Orthocide (50 gr) = para fungos de solo 05DAT = Agrimicina (50 gr) + Cuprogarb (50 gr). 10DAT = Score (10 cc) + Dacostar (50 gr) 15DAT = Kasumin (50 cc) + Kendal(60 ml) 20DAT = Forum (15 gr) + Folpan (50 gr) 25DAT = Mycoshield (50 gr) + Cuprogarb (50 gr) 30DAT = Sialex (20 gr) + Antracol (50 gr) 35DAT = Agrimicina (50 gr) + Positron Duo (50 gr) 40DAT = Cercobin (20gr) + Dithane (50 gr) 45DAT = Stroby (10 ml) + Dacostar (50 gr) + Kendal (60 ml) 50DAT= Kasumin (50 cc) + Cuprogarb (50 gr) 55DAT = Derosal (20 ml) + Forum (15 gr) 60DAT = Manage (20 gr) + Folpan (50 gr) 65DAT = Cabrio Top = F518 (60 gr) 70DAT = Mycoshield (50 gr) + Cuprogarb (50 gr) 75DAT = Previcur (30 ml) + Dacostar (50 gr) FRUTAL2003 158
Depois de 75DAT, avaliar o estado de sanidade das plantas, para decidir novo programa de pulverizaes, tendo o mximo de ateno com a carncia dos produtos. Para o uso de produtos no registrados para a cultura, aguardar o registro junto aos organismos governamentais, consultando sempre ao MARA, literaturas, fabricantes profissionais tcnicos. O intervalo de 5 dias dever ser maior conforme as condies climticas. No perodo sem chuvas, intervalos de 15 dias podero ser adotados. Especial ateno na mudana climtica de vero (perodo seco) para inverno (perodo com chuva), principalmente com a antracnose. Os testes foram realizados em Pimento Magali-R e Martha-R e Natrhalie nos anos de 2002 e 2003. Conforme a disponibilidade dos produtos comerciais, substituir por produto similar. Ver relao de produtos comerciais indicados para cada tipo de doena no final da apostilha. PRAGAS DO PIMENTO 1- LAGARTA ROSCA - Agrotis ipsilon 2- PULGO Mysus persicae, Aphis gossypii 3- CAROS Aculops lycopersici, Tetranhicus urticae 4- MOSCA BRANCA Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii O pimento uma cultura de poucas pragas. Praticamente nenhuma praga imitante da produo, ao contrrio do tomate e repolho que possuem pragas importantes. Mesmo em regies onde existem algumas pragas, o controle relativamente fcil, com danos econmicos pequenos desde que adotadas medidas de controle. As sete pragas citadas acima so as mais encontradas em cultivo de pimento a cu aberto ou protegido. Dados sobre a mosca branca, ver no captulo sobre pragas do tomate.
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1 - LAGARTA ROSCA OUTROS NOMES : ROSCA NOME CIENTFICO: Agrotis ipsilon. DETALHES Ver em pragas do tomateiro - descrio, danos e controle iguais, para Tomate, pimento, repolho, beringela, cenoura, pepino e outras hortalias. Em pimento j constatamos danos nos frutos, principalmente nos primeiros frutos, que ficam prximos ao solo. A lagarta consegue penetrar no fruto, danificando a parte interna. Nos casos de danos diretos em frutos novos realizamos testes de controle com pulverizao com clorpirifos (Marcas comerciais Astro, Vexter, Lorsban, Nufos), na dosagem de 30 ml/20 litros de gua, ter bastante cuidado com a carncia que alta (21 dias). Vale lembrar que os produtos no esto registrados para pimento, devendo ser consultado o MARA, literatura, fabricantes e Profissionais tcnicos sobre novos registros. Algumas hortalias possuem registro do clorpirifos: tomate, couve, repolho, cenoura.
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2 - PULGO Os danos provocados por pulgo em pimento so pequenos, a existncia de timos produtos qumicos, os programas de controle de mosca branca (Bemisia spp) que ao mesmo tempo controlam outras pragas (inclusive pulgo e tripes), a ateno do produtor (em identificar rapidamente a praga), uma boa adubao (sem excessos de nitrognio) e a rotao de cultura tornaram o pulgo uma praga secundria. Mesmo assim, os cuidados devem tomados evitando o surgimento da praga com presso suficiente para causar danos diretos e indiretos. DESCRIO ORDEM : Homoptero FAMLIA: Aphididae GNEROS : Myzus, Aphis, ESPCIES: Myzus persicae e Aphis gossypii Por se tratar de uma das mais antigas e conhecidas pragas, desnecessrio uma descrio detalhada, em qualquer livro, revista e informativo tcnico facilmente encontrado informaes precisas e minuciosas sobre o pulgo. Lembrar sempre que o pulgo uma praga que se localiza sob as folhas(preferncia pelas folhas novas), e provoca o encarquilhamento das folhas ao sugar a seiva da planta. CONTROLE O controle de pulgo dever ser preferencialmente realizado com inseticidas de ao sistmico. Os produtos comerciais relacionados a seguir so eficientes: Doses para 20 litros de gua. a) Produtos de modo ao sistmico, para uso em pulverizao foliar: ORTHENE Acephate = 15 gramas HAMIDOP/TAMARON- Metamindophos = 20 ml CALYPSO = Thiacloprid = 5 ml Produtos com registro para Pimento. b) Produtos de modo de ao sistmico, para uso em esguincho: CONFIDOR = Imidacloprid = 10 gramas (20 litros para 1500 plantas) Ao surgirem os primeiros pulges (monitorando em mdia um por planta), pulverizar com intervalo de 7 dias:
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1 = Orthene 2 = Calypso 3 = Tamaron ou Hamidop Reduzir intervalo para 5 dias, em alta infestao. PULGO
AUMENTO 10X
AMPLIADO
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3 - CAROS A maior ou menor incidncia de caro na cultura do Pimento est relacionado diretamente com as condies climticas. Nos meses de alta umidade relativa do ar (com chuvas) e baixa temperatura, teremos baixa incidncia de caros. Nos meses de baixa umidade do ar (pocas secas) e de alta temperatura, o caro passa a ser problema srio. Podendo reduzir a produo a nveis muito baixos. DESCRIO CLASSE = ARACHNIDA ORDEM = ACARI FAMLIA = ERYOPHIDAE (micro-caro) TETRANYCHIDAE GNEROS =Aculops, Tetranhicus, ESPCIES = Aculops lycopersici \Tetranhicus urticae (rajado) T. ludeni (vermelho) A presena do caro rajado de menor importncia na cultura do pimento, esta praga sempre ser coloca na face inferior das folhas, ver descrio com detalhes no captulo sobre pragas de flores. Em raros casos o caro da seriguela poder parasitar os frutos pimento, formando uma camada sobre o frutos (igual ao verificado nos frutos da siriguela). Frutos ficam imprestveis para o comrcio. O principal caro o Aculops lycopersici, com nome comum de micro-caro. SINTOMAS O micro-caro no pimento fica localizado principalmente na parte de baixo das folhas. O topo da planta a parte preferida do caro. Na face inferior das folhas sero vistas manchas de cor marrom claro, formadas pelo agrupamento de caros, que vai evoluindo para marrom escuro, cobrindo totalmente a folha conforme a infestao do caro for progredindo. As folhas ficam pequenas e tendem a enrolar para baixo. Quando a infestao for alta, as gemas de crescimento (olho da planta) morrem. o que o produtor chama de cegar a planta. A florao imediatamente afetada, com perda parcial, podendo ser registrada a queda total de flores e frutos pequenos. Os danos do micro-caro em pimento so
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muito mais severos em pimento do que em tomate. Fotos na pgina 154. CONTROLE O caro em algumas culturas de controle muito complicado, exigindo uma srie de medidas e vrios produtos qumicos. Para o pimento mais fcil o seu controle. Pulverizaes com produtos base de enxofre podem controlar, desde que aplicado no incio do ataque. Produtos cujo p.a enxofre. Dose dos produto comercial para 20 litros de gua: THIOVIT enxofre 800 g/Kg = 50 gramas. KUMULUS enxofre 800 g/Kg = 50 gramas Outros Acaricidas: TEDION - Tetradifon ovicida = 50 ml . Os acaricidas organo-estnicos Caligur (Azociclotrin)10 ml, e Hokko Cyhexatin (Cyhexatin) 10 gramas, em testes foram os de melhor eficincia. No entanto no possuem registro em pimento: Caligur registro em tomate e Cyhexatin em beringela.
RAJADO - OVO
=60X
= 10 X
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09 - PRAGAS E DOENS DO REPOLHO 1 -DOENAS DO REPOLHO BACTERIANA MANCHA BACTERIANA Xanthomonas campestris pv campestris 2 - PRAGAS DO REPOLHO TRAA DAS CRUCFERAS Plutella xylostella LAGARTA ROSCA Agrotis ipsilon MOSCA BRANCA Bemisia argentifolli e Bemisia tabaci. PULGO Mysus spp MANCHA BACTERIANA OUTRO NOME : MANCHA DO REPOLHO AGENTE CAUSAL Xanthomonas campestris pv campestris O repolho infectado principalmente por duas bactrias a Xanthomonas campestris e a Erwinia spp. Porm, a mancha bacteriana a principal doena do repolho e a responsvel por causar danos econmicos significativos. SINTOMAS A bactria ataca as folha do repolho, iniciando pelas folhas mais velhas, progredindo para as mais novas. A presena das bactrias ser detectada primeiro nas bordas das folha, que apresentam queimas localizadas, formando manchas que crescem de fora para dentro. A formao de uma mancha de cor clara, em forma de V permite identificar a Xanthomonas com facilidade.
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CONTROLE Para todas as bactrias do repolho. Pulverizar com os bactericidas abaixo, com doses para 20 litros de gua. 1-Agrimicina (50 gr) + Cuprogarb (50 gr) 3- Kasumin (50 cc) + Kendal (60 cc) 4- Mycoshield (50 gr) + Cuprogarb (50 gr) Intervalos entre aplicaes: I - Para tratamento preventivo em perodo chuvoso = a cada 8 dias II Para tratamento preventivo em perodo sem chuva = a cada 15 dias III Para tratamento preventivo em irrigao por aspersor = a cada 8 dias IV Para tratamento curativo em perodo chuvoso = a cada 3 dias V Para tratamento curativo em perodo sem chuva = a cada 5 dias.
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MANCHA EM FORMA DE V
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Ver informaes no captulo de Pragas do Tomateiro 2- MOSCA BRANCA - Bemisia argentifolii e Bemisia tabaci
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4- TRAA DO REPOLHO OUTRO NOME: TRAA DAS CRUCFERAS NOME CIENTFICO: Plutella xylostella A Traa das crucferas a principal praga do repolho, sendo responsvel plos maiores danos econmicos na cultura. A maior quantidade de defensivos usados no repolho direcionado ao controle da Plutella xylostella. Quando o controle no realizado com os cuidados tcnicos necesrios, pode acontecer uma exploso populacional da traa das crucferas, com resistncia a defensivos exemplo de tal fato foi a resitncia criada ao princpio ativo Profenofos, pelo uso nico do produto por vrios anos, no perodo de 1989 a 1992 na regio da Ibiapaba, Estado do Cear. O controle s foi possvel com a mudana para outros princpios ativos, na poca foram usados os ingredientes ativos Lufenuron (marca comercial Match) e i.a. Fentoato (m. c.. Elsan), associados ao Bacillus thuringienseis (m.c. Dipel) DESCRIO ORDEM : LEPIDOPTERA SUB-ORDEM: DITRYSIA SUPERFAMILIA: YPONOMEUTOIDEA FAMLIA: PLUTELLIDAE GNERO: PLUTELLA ESPCIE: Plutella xylostella O adulto da Plutella xylostella uma micro-mariposa, portanto com hbito de postura durante o entardecer, noturno e ao amanhecer. Durante o dia ficam escondidas sob as folhas do repolho, somente voando ao serem incomodadas, possuem vo rpido. Quando a incidncia da praga muito elevada, podem ser formadas pequenas nuvens de mariposas, mesmo durante o dia, ao serem provocadas. A cor dos adulto cinza com pontuaes pretas. A postura dos ovos feita na face inferior das folhas. Os ovos so muito pequenos, somente visveis com uso de lente de aumento (mnimo de 10 vezes), de cor creme/amarelado quando novos, adquirindo cor um pouco mais escuro quando prximo 170
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ecloso da larva. Podem ser encontrados isolados ou alguns prximos aos outros. O formato um pouco alongado. Uma fmea pode pr at 350 ovos. Durante o estdio de larva a traa do repolho passa por 4 nstares, em cada nstar o comportamento diferente: 1 nstar minam as folhas, e se alimentam no interior das folhas, sem provocar rompimento. Fase de dfcil visualizao da praga. 2 e 3 nstar - se alimentam das folhas, sem romper a epiderme superior, formando bacias na parte inferior das folhas. Olhando a folha por baixo, fcil localizar a praga. 4 nstar consomem qualquer parte folha, provocando furos nas folhas. Com o desenvolvimento da folha o furo aumenta de tamanho. As larvas sero vistas com facilidade. Aps completar a fase de larva, ser iniciada a fase de pupa. Neste estdio, a traa confecciona uma teia de fios, sob a qual se empupa. Todo o processo realizado nas face inferior da folha. O ciclo completo desta praga est diretamente relacionado com as condies climticas da regio onde o repolho cultivado. Em locais de clima seco, com temperaturas acima de 30C, o ciclo completo pode ser de apenas 12 dias. Quando a temperatura vai decrescendo, o ciclo de vida vai aumentando em nmero de dias, a uma temperatura de 15C o ciclo completado em at 34 dias. Portanto, o ciclo biolgico pode variar de 12 a 34 dias. CONTROLE Pelas caractersticas da traa das crucferas e da prpria cultura, um bom controle envolve medidas que precisam ser adotadas em conjunto, dentre as medidas podemos destacar: a) Uso de feromnio, visando o controle dos adultos, antes da postura; b) Aplicao de trichogramma; c) Uso de defensivos qumicos de vrios grupos e ingredientes qumicos, visando o atingir a pragas em vrios estdios; d) Alternncia e associao correta de defensivos; e) Uso de um bom espalhante adesivo, a folha do repolho apresenta dificuldade de fixao dos defensivos; f) poca certa de aplicao dos defensivos e armadilhas;
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g) Doses e volume de calda necessrios para uma boa cobertura; h) Quando necessrio, uso de um produto para desalojar a praga I Uso de feromnio: Especfico para supresso de Plutella xylostella. Aplicar 1 armadilha para cada 200 plantas, que devero ser distribudas no mesmo dia transplante . O modelo o mesmo adotado para tomate ver no captulo sobre uso de feromnio em controle de pragas do tomateiro. A altura da armadilha deve ser de 30 cm do solo. II Uso de Tricogramma: A vespa de Trchogramma spp sendo um parasita de ovos de Lepidpteros, muito eficiente no controle de ovos de traa do repolho. Distribuir uma polegada para cada 150 plantas. Ver em uso de Trichogramma na cultura do tomateiro como aplicar. III Defensivos qumicos para controle de Plutella xylostella, dose para 20 litros de gua. a) Produtos com registro para a cultura do repolho: ATAB RON = Clorfuazuran = 20 ml XENTHARI = Bacillus thuringiensis = 10 gramas PIRATE = Chlorfenapyr = 20 ml DECIS = Deltamethrin = 10 ml TAMARON/HAMIDOP = Metamidofos = 20 ml LANNATE/METHOMEX = Methomyl = 20 ml b) Produtos eficientes, ainda no registrados para a cultura do repolho: THIOBEL = Cartap = 45 gramas = ovicida e larvicida MEOTHRIN = Fenpropathrin = 5 ml = larvicida e adulticida FASTAC = Alfacipermetrina = 3 ml = larvicida e adulticida Usados somente a nvel de testes de controle, no recomendar para o produtor produto sem registro consultar literatura . para a cultura e praga. Aguardar registro, solicitando informaes do Ministrio da Agricultura e dos fabricantes. Em casos de dvidas
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c) Produtos desalojantes de larvas: ENXOFRE 80 % = 40 gramas. d)Espalhante adesivo: BREAK THRU - Silicone = 5 a 10 ml PROGRAMA DE CONTROLE DE TRAA DO REPOLHO TESTADO EM 2003 STIO MACAP = GBA DO NORTE CE 1a = Atabron + Xenthari 2a = Thiobel + Meothrin 3a = Pirate + Xenthari 4a = Decis + Methomex 5a = Meothrin + Xenthari 6a = Methomex + Fastac. Produtos no registrados, devem aguardar registro no Ministrio da Agricultura. Intervalos de pulverizao: Infestao inicial = 1 a cada 5 dias Infestao mdia = 1 a cada 4 dias Infestao alta = 1 a cada 3 dias Nos casos de pulverizao em infestao mdia e alta, aps o controle da praga, aumentar o intervalo entre aplicao. Monitorar a cada 3 dias, examinando as folhas na face inferior. A presena de adultos voando um alerta para infestao em futuro prximo. O uso de trichogramma controla pelo parasitismo dos ovos e o feromnio captura dos adultos machos , evitando a fecundao das fmeas. O enxofre deve ser usado para desalojar as larvas, quando j existir formao de cabea, devendo ser aplicado no mnimo 4 horas antes da pulverizao com outros defensivos. pela
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10 - BIBLIOGRAFIA 1 - BLANCARD, D. Enfermidades del Tomate , Ediciones Mundi-Prensa, MADRID, 1996. 2 - GABOR, B AND WIEBE, W. , Tomato Diseases. SVS- PETOSEED, CALIFRNIA USA, 1997. 3 LOPES, Carlos Alberto, SOARES, Alice Maria Quezado. Doenas Bacterianas das Hortalias Diagnose e Controle, EMBFRAPA , 1997 BRASLIA, BR 4 OLIVEIRA,Maria Regina Vilarinhos de, SILVA, Odilson Luiz Ribeiro e .Alerta Fitosanitrio 1 Ministrio da Agricultura e do Abastecimento Braslia-DF-Brasil1997. 5- SOUSA, Jlio Csar de, REIS, Paulo Rebelles, TRAA DO TOMATEIRO, Histrico, Reconhecimento, Biologia, Prejuzos e Controle EPAMIG- Lavras, MG, Boletim Tcnico N 38, julho/92. 6- GHINI, Raquel, KIMATI Hiroshi,. Resistncia de Fungos a Fungicidas Embrapa Meio Ambiente - FRAC, Jaguarina- S.P. Brasil 2002. 7-BAYER DO BRASIL ( Atual BAYER CORPSCIENCE ) Catlogo de Produtos So Paulo, S.P. Brasil novembro 1999 8- AVENTIS CROPSCIENCE ( ATUAL BAYER CROPSCIENCE) Manual Tcnico de Produtos So Paulo S.P. Brasil , agosto 2000. 9- NOVARTIS ( ATUAL SYNGENTA PROTEO DE CULTIVOS ) Guia de Produtos Novartis Agro, So Paulo S.P. Brasil 1998. 10 BASF Informativo F 500 So Paulo, S.P.. Brasil , 2001. 11 BASF Informativos Cabrio Top, Polyram e Collis , So Paulo, S.P. Brasil, 2003. 12 HOKKO DO BRASIL Informe Kasumin e Orthene, So Paulo, S.P, Brasil, 2002. 13 HOKKO DO BRASIL Manejo da Mosca Branca informativo tcnico So Paulo, S.P. Brasil 2002 14 HOKKO DO BRASIL Programas de Tratamento de HortiFruti , informativo tcnico, So Paulo, S.P. Brasil, 2000. 15 ISCA TECNLOGIAS Informativos Armadilhas para captura de pragas. Iju, R.S. Brasil 2002. 16 BIOPRED ( Tecnologia Embrapa ) Trichogramma: A soluo biolgica para o controle de pragas. - informativo tcnico Uberlndia MG Brasil, 2002. 176
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11 - PRAGAS E DOENAS DE ROSAS APRESENTAO A Elaborao desta apostila, surgiu pelo fato da cultura de rosas no estado do cear ser uma atividade nova, e seu conhecimento ainda est em fase inicial. Muitas so as dificuldades encontradas sendo que uma das principais o controle de algumas enfermidades e pragas em nossas condies. O cultivo de rosas necessita de pesquisas, adaptao de tecnologias e de um esforo muito grande nas atividades dirias, pela complexidade da cultura e da necessidade de produzir e ofertar qualidade. No temos a pretenso de esgotar o assunto, mas sim contribuir com as informao provenientes da experincia acumulada nos ltimos dois anos que nos dedicamos exclusivamente ao cultivo de flores, com destaque para rosas (Rosas sp), grberas (Gerbera jamesonii) e lisiantus (Eustoma grandiflorum). Esperamos que o contedo tcnico sirva para que novos produtores possam iniciar suas atividades com informaes confiveis. Ao mesmo tempo, para os que j trabalham com necessria da atividade. PRINCIPAIS DOENAS DE ROSAS 1 - ODIO - Sphaeroteca pannosa f. sp. Rosae 2 - MLDIO - Peronospora sparsa 3 - BOTRITIS - Botrytis cinerea (Botryotinia fuckeliana) PRINCIPAIS PRAGAS DE ROSAS 1 - CARO Tetranychus urticae 2 - MOSCA BRANCA Bemisia sp 3 - SCIARA Fungus gnatus (Bradysia ssp) 4 - LAGARTAS Agrotis ipsilon, Spodoptera frugiperda. flores, desejamos que seja possvel aumentar seus conhecimentos, tirar dvidas e ajudar na evoluo natural e
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ENFERMIDADES CAUSADAS POR FUNGOS 1 - ODIO Outros nomes: Cenicilla, Mldio polvoso, Mldio pulverulento Agente causal: Sphaeroteca pannosa f.sp. rosae CLASSIFICAO Diviso: Amastigomycota Subdiviso: Ascomycotina Classe: Ascomycetes Sub-classe: Plectomycetidae Srie: Pyrenomycetes Famlia: Erysiphaceae Gnero: Sphaerotheca Forma imperfeita: Deuteromycetes - Oidium sp. O odio foi citado pela primeira vez em 300 a.c. e at hoje mantm-se como importante doena tanto em campo aberto como estufas, e, provavelmente a mais largamente distribuda. Apesar de descrita pela primeira vez em 1819, a doena estava presente muito antes e, atualmente, conhecida em todos os pases onde as rosas so cultivadas. O agente causal, uma forma especializada de S.pannosa e parasita obrigatrio, isto , no permanece vivo em tecidos mortos. O miclio branco e cresce na superfcie dos tecidos, enviando haustrios globosos (orgos de alimentao) dentro das clulas da epiderme da planta, e forma um amontoado de hifas na superfcie, algumas das quais desenvolvem conidiforos eretos. No topo de cada conidiforo, so produzidos condios ovais, que se agarram um aos outros em cadeia. Sob condies de estufa, o fungo perpetua-se quase que exclusivamente, por condios e por miclio. Uma cadeia de 5 a 10 condios formada e so disseminados pelo ar, causando novas infeces. Os condios esto prontos para disseminao 24 horas aps a sua formao, quando so destacados do conidiforo e dispersos pelo ar. 178
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FATORES QUE FAVORECEM - Fortes mudanas de temperatura - Correntes de ar (vento direcionado no cultivo) - Alta umidade a noite - Fertilizao com excesso de nitrognio SINTOMATOLOGIA - Todas as partes areas da planta podem ser atacadas pelo odio, sendo as folhas e os brotos jovens os mais afetados.(fotos 1 e 2). - A parte superior das folhas inicialmente apresentam reas levemente onduladas, em forma de bolhas, que logo so cobertas pelas estruturas de crescimento do fungo: de aspecto farinceo e de cor branco-acinzentada. (foto 3) - As folhas jovens ficam retorcidas, deformadas e completamente cobertas por um p branco. As folhas velhas so usualmente afetadas e quando as condies ambientais so favorveis podem desprender-se prematuramente. - Na haste, o desenvolvimento do fungo acontece principalmente em tecidos suculentos e freqentemente no pednculo (base do boto).(fotos 4 e 5). - Os sintomas iniciais do odio podem confundir-se com os do mldio velloso (mldio). A diferena entre as enfermidades consiste na abundncia de esporos esbranquiados na parte superior das folhas.(fotos 6, 7 e 8) DANOS - Reduo da fotossntese - Enfraquecimento das plantas pelo ataque aos botes, folhas jovens e pontos de crescimento. - Reduo na produo de flores de 20 a 40% . - Perda da qualidade comercial (aparncia) CONTROLE g.1) Medidas preventivas: - Assegurar uma boa ventilao na estufa, sem que as plantas sejam diretamente afetadas por correntes de ventos.
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- Controlar a umidade e temperatura (no deixar a umidade cair de aprox. 50% e a temperatura no passar de 360C) - Manter sempre limpa a estufa, eliminando partes afetadas das plantas. - Evitar adubaes com excesso de nitrognio (manter um nvel de 250 ppm de nitratos) - Aplicar fertilizantes foliares ricos em potssio(MKP, FITOFS K-PLUS,...) tecidos das plantas. g.2) Controle Qumico: No controle de odio, uma das aplicaes mais importantes e corriqueira a pulverizao com produtos base de enxofre (Thiomex, Sulfure, Nutrienxofre,...). No mercado, existe uma gama muito grande de produtos para controle dessa enfermidade, porm ainda so poucos com registro na cultura de rosas. Um dos aspectos mais importantes que se deve levar em considerao num programa de pulverizao o cuidado com a rotatividade de grupos qumicos e princpios ativos para minimizar o risco do fungo adquirir resistncia. A seguir temos a sugesto de produtos que podem ser utilizados em um programa de pulverizao:
Produto Saprol Trifmine Score Manage Amistar Sportak Thiomex Nutienxofre Sulfure Rosb. Oidium Grupo qumico Piperazinas Imidazole Triazol Triazol Strobyrulina Imidazol A.M.S. A.M.S. A.M.S. Produto orgnico Princpio ativo Dose(g ou ml/100l) triforina Triflumizole Difenconazole Imibenconazole Azoxystrobim Prochloraz Enxofre Enxofre Enxofre Polisulfuros 4-metil guayacol Micofun Produto Orgnico Compostos de enxofre 100 Translaminar 150 40 60 75 10 60-80 200 150 150 100 Modo de ao Contato/sistmico Sistmico Sistmico Sistmico Sistmico Sistmico Contato Contato Contato Contato
e silcio
Observaes: Amistar ainda no est registrado para o uso em rosas e/ou em determinadas flores. Consultar o MARA, Fabricantes, Literatura e Profissionais Tcnicos. Os produtos citados foram usados em testes, com resultado de eficincia alto.
FOTO 3: Parte superior da folha com a presena de manchas ligeiramente onduladas de cor branco-acinzentada.
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FOTOS 4 e 5: Deteco da pesena de odio em uma haste jovem e num pedculo (base do boto).
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1) MLDIO Outros nomes: Mldio velloso, Mancha roxa. Agente causal: Peronospora sparsa Berk. CLASSIFICAO Diviso: Mastigomycota Subdiviso: Diplomastigomycotina Classe: Oomycetes Ordem: Peronosporales Famlia: Peronosporaceae Gnero: Peronospora O mldio da roseira (relatado pela primeira vez em 1862 por Berkeley, na Inglaterra), uma doena injuriosa com potencial para causar srias epidemias, se caracteriza por apresentar um miclio intercelular e uma reproduo atravs de condios. Em condies midas, os condios e conidiforos do fungo aparecem copiosamente na superfcie inferior das folhas e sob condies menos favorveis, eles podem aparecer de forma muito esparsa dificultando sua visualizao. O perodo de infeco mais vulnervel, porm curto (somente com poucas horas de durao), dando, ao mldio, vantagem em curtos perodos de clima favorvel. A infeco exige que a superfcie do hospedeiro esteja mida. Uma superfcie seca, mesmo com alta umidade relativa, inadequada. O fungo pode manter-se em galhos como miclio latente, sem necessariamente produzir esporos. Os esporngios germinam em gua dentro de 4 horas e a esporulao na superfcie das folhas podem ocorrer em 3 dias em condies ideais e podem sobreviver at 1 ms em folhas secas desprendidas. Essa doena (Peronospora sparsa.) muito destrutiva em cultivos protegidos de rosas, no causa sria preocupao em estufas comerciais aquecidas. FATORES QUE FAVORECEM - Falta de ventilao no ambiente de cultivo. - Presena de gua livre na superfcie dos tecidos da planta. - Plantas debilitadas por algum tipo de estresse (hdrico, salino, fitotoxidez,...). 184
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- Temperatura na faixa de 180C (tima para germinao) - Umidade relativa acima de 85%. - pocas do ano em que as tardes e noites so chuvosas e manhs calorosas com presena de sol. * Obs: Os esporos no germinam a 50C e morrem quando so expostos a 270C por um perodo de 24 horas. SINTOMATOLOGIA - Desenvolvimento de manchas irregulares de colorao que varia de prpura a caf escura nas folhas e os fololos podem se tornar clorticos. (foto 1) - Nas hastes, pednculos e spalas surgem leses de tamanho variado com uma colorao que varia de prpura a preta. - Nas folhas mais jovens se desenvolvem pequenas reas arroxeadas ou prpuras enquanto em folhas adultas se formam grandes zonas de contorno irregular de cor verde plida que logo se torna castanha escura (foto 2) - Geralmente ocorre queda de folhas (fotos 3 e 4). DANOS - Enfraquecimento das plantas pelo ataque do patgeno. - Perda da qualidade comercial (aparncia) - Perda de produo (podendo chegar 100%) - Morte de plantas severamente atacadas.(foto 5) Obs: Alguns sintomas de fitotoxidez provocados pela aplicao de defensivos podem confundir-se com as manchas de mldio. (foto 6) CONTROLE g.1) Medidas preventivas: - Garantir uma boa ventilao no cultivo (manejo de cortinas, janelas, podas de arejamento, ventiladores...). (foto 7). - Controlar a umidade e temperatura (manter a umidade abaixo de 85% e temperatura acima de 270C nas horas mais quentes do dia, associando adequada ventilao.
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- Eliminao de tecidos vegetais afetados pela doena, mantendo sempre limpo o local de cultivo. - Aplicao foliar de produtos que aumentem as defesas naturais das plantas contra o ataque da doena (FOSFITOS DE POTSSIO, FONTES CLCIO, AMINOCIDOS, ...) periodicamente. g.2) Controle qumico: No controle qumico, temos produtos que agem de maneira preventiva, curativa e preventiva/curativa. Devemos iniciar as pulverizaes preventivas com fungicidas cpricos, mancozeb, furalaxil, fosetyl-Al, e outros, no primeiro momento em que as condies climticas favoream o desenvolvimento do fungo, tendo o cuidado em rotacionar os grupos qumicos e princpios ativos. Em pases como Equador e Qunia comum no controle de mldio a aplicao no p da planta de produtos base de fosetyl-Al. Em seguida segue-se alguns produtos que foram utilizados com sucesso no controle do fungo, em testes realizados ao nvel de campo em cultivo protegido (estufas):
Produto Aliette Flio Gold Dacostar Ditane* Kocide Cabrio-top Bravonil Ultrex* Rosburg Fosetyl** Rosburg Supersiga** Previcur Grupo qumico Monoetil Fosfite Metalico Multiplos.sitios Fenilamida Cloronitrilo Ditiocarbamato Cprico Strobylurina Cloronitrilo Propamocarb Hydrochloride Clorothalonyl + Metalaxil Clorotalonil Mancozeb Hidrxido de cobre Piraclostrobin Clorotalonil Fostato de aluminio cido hidroxietilsulfnico Carbamatos 150 Sistmico 200 200 120 200 150-180 100-200 100-200 180 Sistmico contato Contato Contato Contato Sistmico Contato Protetor Preventivo Princpio ativo Fosetyl-Al Dose(g ou ml/100l) 200 Modo de ao Sistmico
** Produtos orgnicos da Quimirosburg do Equador. *** Previcur est registrado para vrias ornamentais, no incluindo Rosas spp.
FOTO 2: Transio de uma mancha do verde plido para castanho escuro em uma folha de rosa.
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FOTOS 3 e 4: Sintomatologia de um ataque severo de Mldio em rosas provocando a queda das folhas das plantas.
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FOTO 5: Morte de uma planta de rosa provocada pelo ataque de Paronospora sparsa.
FOTO 6: Comparativo entre uma folha com sintoma de mldio (lado esquerdo) e com fitotoxidez (lado direito).
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FOTO 7: Algumas tcnicas de manejo para aumentar a ventilao do ambiente de cultivo (estufa). 2 - BOTRYTES: Outros nomes: Podrido de botrytis, Mancha de botrytis, mofo cinzento. Agente causal: Botrytis cinerea Classificao: Diviso: Amastigomycota Subdiviso: Deuteromycotina Forma-classe: Deuteromycetes Forma-subclasse: Hyphomycetidae Ordem: Moniliales Famlia: Moniliaceae 190
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Gnero: Botrytis Forma perfeita: Ascomycetes - Botryotinia fuckeliana de Bary, Whetz. Botrytis cinerea um patgeno necrotfico, as infeces tm lugar por meio de ferimentos, via tecidos mortos ou em deteriorizao ou por penetrao direta no hospedeiro intacto. Os condios so uniformes, hialinos, unicelulares e se formam em conidiforos ramificados sobre a superfcie do tecido infectado. O agrupamento dos condeos se da em forma de cacho de uva (foto 1). O fungo pode infectar mais de 200 gneros de plantas e est amplamente distribudo no mundo. O cultivo de rosas em estufas na Colmbia, um dos mais afetados pelo patgeno, especialmente durante a temporada de chuvas, onde a umidade relativa alta durante o dia e a noite. No Brasil, a doena considerada uma das principais causas de perdas em pr e ps-colheita, nas estufas de produo de Minas gerais e so Paulo. O patgeno pode causar perdas considerveis em plantas ornamentais, hortcolas, frutferas e cereais , em condies de sementeira, viveiro, campo e casa de vegetao, bem como durante o armazenamento e transporte (danos mais severos). Em rosas, o fungo pode afetar outras partes das plantas (estacas de mudas, tocos de hastes cortadas,...), porm as flores ou botes florais so os mais afetados e de importncia econmica. FATORES QUE FAVORECEM - Botrytis est diretamente relacionado com perodos de alta umidade chuvas). - A faixa de temperatura ideal para o crescimento do fungo e desenvolvimento da enfermidade de 150C a 220C. - Nveis elevados de nitrognio amoniacal e boro favorecem o desenvolvimento do fungo. - Injrias causadas por pragas como trypis, lagartas, etc. e danos mecnicos. - As partes terminais dos tocos resultantes do corte das flores, bem como as feridas provocadas pelas podas, so portas de entrada para o fungo. - Restos de culturas contaminadas.
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(cerrao e
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SINTOMATOLOGIA: - Nas ptalas aparecem pequenos pontos de 0,5 a 1mm de dimetro, de cor caf clara ou arroxeada que sob condies midas aumentam rapidamente at cobrir toda a ptala.(foto 2) - Durante os perodos de umidade contnua e temperaturas baixas, os botes infectados no campo no se abrem e so cobertos pelos miclios do fungo. Os botes infectados podem cair. Leses lisas, um tanto midas de cor marrom escuro, evoluindo para preto, podem crescer desde a base do boto. (fotos 3 e 4). - Em estacas de mudas na cmara mida na estufa de propagao, o fungo provoca a morte das estacas deixando-as pretas e ligeiramente amolecidas (fotos 5 e 6). - Apodrecimento das pontas dos tocos resultantes da colheita das flores e de podas de limpeza feitas nas plantas (foto 7) - Em alguns casos, manchas circulares com aparncia de ampolas roxo-avermelhadas podem aparecer sobre a superfcie das ptalas. Estas infeces so bem observadas em cultivares de cor branca (foto 8). Obs: Na grande maioria das vezes o fungo de Botrytis cinerea se encontra de forma latente nos campos de produo (estufas) e s se desenvolvem depois que as flores so embaladas, armazenadas e transportadas em cmaras-frias. Obs2: Durante o processo de transporte pode ocorrer condensao provocada por oscilaes de temperatura, o que favorece o seu desenvolvimento. DANOS 1- Diretos: - Morte de mudas em estufas de propagao. - Perda de flores pelo apodrecimento das ptalas. 2- Indiretos : - Prejuzos financeiros relacionados a custo de produo e logstica. - Transtornos com os clientes que reclamam e devolvem toda mercadoria.
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CONTROLE O controle de Botrytis cinerea dificultado pelo fato de lutarmos contra um inimigo invisvel, pois, como j foi dito, os sintomas do fungo no costumam aparecer no campo. Dentro de um manejo integrado o saneamento do local (remover as partes infectadas muito importante e deve ser feito o mais rpido possvel, as partes das plantas no cho podem dispersar os esporos do fungo, particularmente em cultivos no solo) , prticas culturais e fungicidas qumicos so medidas recomendadas, geralmente para seu controle em estufas de produo de rosas. Problema srio no controle qumico a resistncia do patgeno a fungicidas, que pode se desenvolver dentro de uma estao de cultivo mesmo com o uso de misturas de princpios ativos. Dois grupos de fungicidas de ao especfica, benzimidazoles e dicarboximidas, qumicos . Medidas auxiliares ajudam a controlar o seu desenvolvimento, tais como desinfeco de tesouras, mesas de classificao, da cmara fria, coxos de transporte, etc. A literatura cita alguns produtos registrados para o controle de botrytis: usados largamente promoveram o surgimento de populaes resistentes, quando aplicados durante perodo longo, sem alternncia com outros grupos
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Tabela 1. Produtos registrados para o controle de Botrytis cinerea e Botrytis gladiolorum, no Brasil, independente da cultura. Produto comercial Benlatea Bravonila Captan 500 PMa Cercobin 700 PM Cerconil PMa Cerconil SCa Cuprozebb Daconil BRa Dacostar 500a Dacostar 750a Dithane PM Dithiobina Folpan Agricura Fungiscan Isatalonila Kobutol 750a Manzate 800 Metiltiofan Mythos Orthocide 500a Persistb Rovrala Rovral SCa Sialex 500a Sumilex 500 PMa Tecto 600a Tiofanato Sanachem Princpio ativo Benomyl Chlorothalonil Captan Thiophanate methyl Thiophanate methyl + chlorothalonil Thiophanate methyl + chlorothalonil Oxicloreto de cobre + mancozeb Chlorothalonil Chlorothalonil Chlorothalonil Mancozeb Thiophanate methyl + mancozeb Folpet Thiophanate methyl Chlorothalonil Quintozene Mancozeb Thiophanate methyl Pyrimethanil Captan Mancozeb Iprodione Iprodione Procimidone Procimidone Thiabendazole Thiophanate methyl Modo de ao Sistmico Contato Contato Sistmico Sistmico e contato Sistmico e contato Contato Contato Contato Contato Contato Sistmico e contato Contato Sistmico Contato Contato Sistmico Contato Contato Contato Contato Sistmico Sistmico Sistmico Sistmico
Vanox 500 SCa Contato Chlorothalonil a Vanox 750 PM Contato Chlorothalonil FONTE: cd-Room Reijers: Doenas em roseiras cultivadas em estufas. Produtos em negrito registrados para roseira.
a b
Registrados somente para Botrytis cinerea. Registrados somente para Botrytis gladiolorum. 194
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Em teste s prticos realizados ao nvel de campo (estufas), conseguimos um bom controle de Botrytis cinerea ultilizando os seguintes produtos, com alternncia de grupos qumicos e princpios ativos: Tabela 2- Relao de produtos usados em teste no controle de Botrytis cinerea. GRUPO QUMICO Dicarboximidas Cloronitrilo Benzimidazol Fenilamida PRINCPIO ATIVO Procimidone Clorothalonil Carbendazin Ofurace / Folpet PRODUTO COMERCIAL Sialex Dacostar Derosal Folpan RISCO DE RESISTNCIA Alto/cruzada Baixo Alto/cruzada Alto (Oomicetos) Strobyrulina Benzimidazol Kresoxim-methyl Thiofanatomethil Ditiocarbamato Strobyrulina DMI/triazol Methiran Piraclostrobin Imibenconazole Polyran Cabrio Top Manage Baixo Moderado Moderado Protetor Sistmico Sistmico Stroby Cercobin Moderado Alto Sistmico Sistmico MODO DE AO sistmico Protetor Sistmico Protetor
Produtos em negrito registrados para roseiras Manage, registrado para Crisntemo. Para verificar alteraes, consultar MARA, literatura e fabricantes.
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FOTOS 3 e 4: ptala coberta pelos miclios do fungo (A) boto infectado na base do boto (B).
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FOTO 7: Apodrecimento provocado por botrytis em locais onde foram realizadas podas de limpeza ou colheita de flores.
1 - CAROS Poucos grupos de animais mostram to grande variedades de formas, habitat e comportamento como os caros, sendo encontrados em quase todos os locais acessveis vida animal. Os trs grupos com hbito alimentar diferente que esto associados s plantas cultivadas so: I) Os predadores, que so benficos para os cultivos, pois se alimentam de outros caros prejudiciais, pequenos insetos e ovos de nematides. II) Os micfagos que geralmente se alimentam de fungos em gros armazenados, na casca de rvores, no solo e em habitat de insetos perfuradores de madeira. III) Os fitfagos, que causam srios problemas na agricultura, pois se alimentam dos vegetais e vivem em colnias na face inferior das folhas, brcteas ou no interior das inflorescncias. Estes ltimos atacam diversas culturas de importncia econmica como fruteiras, hortalas, plantas ornamentais, roseiras e etc. Na cultura de rosa, o caro rajado (Tetranychus urticae) sem dvida a principal praga e de mais difcil controle. BIOLOGIA As fmeas que usualmente predominam nas populaes de caros possuem visveis manchas em ambos os lados do abdmen e medem aproximadamente 0,5mm de comprimento. Todos os estdios de desenvolvimento acontecem na parte inferior das folhas. Na espcie de tetranichus urticae a fmea coloca de 50 a 100 ovos dependendo da planta em que o caro em que o caro se encontra (hospedeiro).(foto 1).
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SINTOMATOLOGIA - Em um ataque de caro muito intenso a queda de folhas bem como a morte de plantas podem ser observadas. Nestas condies, os caros produzem teias que cobrem totalmente a folhagem e flores, comprometendo severamente a aparncia das plantas. - Em ataques menores as folhas das plantas ficam clorticas e coriceas (duras) (foto 2). DANOS I) Diretos: - Perda de produo - Perda de qualidade de hastes II) Indiretos: - Risco de perda de todo um embarque em uma exportao, pois este vistoriado por orgos competentes (Ministrio da agricultura), e dependendo do nvel de infestao a carga pode ser aprendida e queimada. CONTROLE de fundamental importncia para o controle de caros que um acompanhamento dirio seja feito no cultivo monitorando a presena e quantidade de adultos , formas jovens e ovos presentes. Para isto necessrio o auxlio de uma lupa de bolso com aumento de 10 a 15X. A associao de medidas alternativas e controle qumico deve ser muito bem aplicados em nossas condies. Obs: Os caros sempre aparecem em focos bem definidos no cultivo, ento, a eliminao imediata deste foco deve ser feita com lavagens e pulverizaes localizadas, evitando assim sua disperso. MEDIDAS ALTERNATIVAS - Manter sempre mido o ambiente de cultivo atravs de irrigaes das ruas com mangueira, aspersores, micro-aspersores, etc. (foto3) - Fazer a lavagem da folhagem das plantas com jatos de gua pressurizados, dirigidos em direo dos pulmes. (foto4) 200
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- Aplicar produtos como sabo neutro, sabo de coco e sais (nitrato de potssio) nas plantas. - Retirar partes de plantas infestadas pela praga e queimar. - Manter sempre o ambiente limpo. CONTROLE QUMICO As aplicaes de defensivos devem ser freqentes afim de manter nveis baixos de populao do caro. Em testes realizados a nvel de campo, quando se tem um nvel alto de infestao, o intervalo de aplicao dos produtos deve ser de no mximo 3 dias pois em nossas condies climticas o ciclo do caro acelerado. Devemos utilizar sempre produtos seletivos (no eliminar inimigos naturais) tendo o cuidado em rotacionar sempre seus princpios ativos para diminuir o risco de resistncia. Tabela 1: Lista de alguns produtos indicados no controle de caros. Produto Vertimec/abame x Tedion Pirate Kmulos/ Thiovit Cascade Biosec Fluxenoxuron Sais potssicos de cidos graxos Obs 1: caros predadores so usados com sucesso por alguns produtores de rosas. Estes so caros de corpo achatado e de contorno oval (foto 5) que movem-se rapidamente a procura do alimento caro-praga: de preferncia os tetraniqudeos. Obs 2: Durante a aplicao de produtos muito importante levar em considerao o posicionamento do jato (de baixo para cima, para pegar a parte inferior das folhas), o
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Modo de ao
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volume de calda aplicado (na faixa de 1200 l/ha), e o uso de espalhantes adesivos para uniformizar a calda na planta. Obs 3: Mesmo que o produto tenha registro para o controle de caro, deve-se sempre fazer testes em reas pequenas para observar sintomas de fitotoxidez, que muito comum em nossas condies.
FOTO 1: Detalhe do adulto, forma jovem e ovo de caro rajado (Tetranichus urticae).
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FOTO 3: Detalhe do uso de mangueira (A), Asperso (B) e microasperso (C) para manter a umidade no local de cultivo.
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2 - MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii) Nesta seo nos limitaremos a comentar sobre a sintomatologia do ataque, danos e controle em flores, uma vez que a sua descrio j foi citada no captulo referente a pragas em tomateiro. SINTOMATOLOGIA O sintoma mais notrio do ataque de mosca branca em roseiras a presena de fumagina (foto1) sobre ramos e folhas, (fungos saprfitos que aparecem devido a excreo de uma substncia aucarada). DANOS Por se alimentarem de seiva do floema, provocam a debilidade das plantas podendo Perda de qualidade comercial, devido a presena de fumagina (aparncia). A deteco da presena de apenas um ovo, ninfa ou adulto na folhagem de uma haste leva-las a diminuio de produo ou at mesmo a morte.
que est sendo exportada, leva a perda total do embarque, pois a carga apreendida e incinerada. CONTROLE Para que se consiga um controle realmente efetivo da praga do sculo (mosca branca), devemos levar em considerao uma srie de medidas, que envolve diversos rgos (municipais, estaduais e federais): I) Medidas Legais: Barreiras fitossanitrias devem ser montadas em portos, aeroportos, etc. O incentivo a pesquisa de fundamental importncia. Registros emergenciais de produtos para seu controle devem ser dados em casos
extremos. II) Medidas educativas: Palestras, cursos e campanhas no meio de comunicao devem ser intensificadas, para um melhor conhecimento da praga (ciclo, hbitos, etc.).
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III) Medidas Fsicas: Uso de plstico amarelo (atrativo de mosca branca) com uma substncia colante (cola prpria, graxa, etc.) de fundamental importncia no monitoramento para se detectar a presena da mosca no local de cultivo. (foto2) Plstico com uma altura mnima de 2,5 metros ao redor das estufas dificulta O uso de tela anti-afdeos tambm constitui uma excelente barreira. significativamente o acesso da praga ao cultivo. (foto3) IV) Medidas auxiliares: - Monitorar diariamente o cultivo.(foto4) - Procurar posicionar os pulmes das plantas de maneira que facilite a aplicao de defensivos. (foto 5) Obs: No cultivo de rosas em vasos, uma prtica cultural indispensvel a formao de pulmes, que consiste em baixar as hastes sem valor comercial para que a planta possua bastante folhas que realizem fotossntese. O posicionamento desses pulmes quase que evita a penetrao de defensivos, servindo assim, como esconderijo ideal para pragas, fazendo com que o controle da mosca branca e caros sejam bastante dificultados. Erradicar plantas daninhas hospedeiras.(foto6) Aplicar detergente neutro na folhagem atacada (excelente controle de ninfas).
V) Controle qumico: Em qualquer programa de pulverizao a rotatividade de produtos pertencentes a grupos qumicos e princpios ativos distintos muito importante no que diz respeito a minimizar o risco da praga ou doena adquirir resistncia. Um programa de controle de mosca branca utilizado com sucesso ao nvel de campo no cultivo de rosas, grberas e lisianthus, ser apresentado a seguir:
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Orthene/Cefanol Meothrin
Fosforados Piretrides
Acephate Fenpropathrin
Adulto-Residual Adulto-Choque
Applaud - Registrado para Grberas e Begnias Cordial, registrado para tomate e pepino. Para verificar alteraes, consultar MARA, literatura e fabricantes O intervalo das aplicaes ir depender do nvel de infestao que se encontra no cultivo: NVEL N0 DE APLICAES SEMANAIS Gravssimo Grave Mdio Baixo 4 3 2 1 > 26 11 25 6-10 <5 >2 1,1 a 2 0.3 a 1 0,1 a 0,2 > 26 11-25 6-10 <5 % ADULTO N0 / PLANTA % NINFA N0 / PLANTA > 10 5a9 2a4 1a2
Obs: Na Serra de Ibiapaba as provveis espcies que atacam roseiras so Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii.
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FOTO 1: Fumagina causada pelo ataque de Mosca branca em uma folha de rosa.
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FOTO 3: Detalhe da estufa, mostrando a barreira fsica contra a entrada de mosca branca exercida pelo plstico.
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FOTO 5: Comparativo entre dois tipos de formao de pulmo em rosas. Fileira dupla (A) e fileira nica (B).
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3) SCIARA (Fungus gnats): O mosquito sciara um pequeno inseto (2 a 5mm) pertencente a ordem dptera (Gnero: Bradysia sp.) e famlia sciaridae disseminado mundialmente em viveiros de plantas, floriculturas e jardins. Seu ciclo de vida compreende 4 estgios : ovo, larva, pulpa e adulto (foto 1) que na temperatura ideal de 250C e umidade elevada ocorre entre 10 e 14 dias. As fmeas procuram locais midos para ovoposio e chegam a por at 200 ovos. O adulto tem asas cinza fosca e antenas longas (fotos 2 e 3) sendo encontrados andando sobre vasos e canteiros ou voando ao redor das plantas. A larva, de at 8mm, translcida e com caracterstica particular em possuir a cabea preta (foto 4). O adulto se alimenta de fungos existentes na matria orgnica do substrato e as larvas, de fungos e tambm de tecidos das plantas. So conhecidos ao redor de 100 gneros e possivelmente mais de 1000 espcies do mosquito. 193 espcies colocadas em 29 gneros esto reportados para o neotrpico. SINTOMATOLOGIA As plantas comeam a murchar devido ao ataque direto da larva se alimentando dos tecidos da raiz formando galerias e indiretamente por serem contaminadas por algum tipo de patgeno, como fungos, bactrias, etc. (foto 5) DANOS - Na falta de matria orgnica migram para as plantas. - Destroem o sistema radicular e o colo das plantas, formando galerias em toda sua extenso. - Apodrecimento do colo das plantas e reduo de tamanho. - Morte acentuada de mudas em estufas de propagao. - Perdas considerveis na produo devido morte de plantas atacadas. CONTROLE Para que se obtenha sucesso no controle de sciara (Fungus gnats) a associao de prticas alternativas, controle biolgico e a utilizao correta de defensivos agrcolas deve ser levada em considerao. 212
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I - Medidas alternativas: - Adquirir mudas de locais idneos. - Distribuio de armadilhas amarelas (atrativas de adultos) com cola adesiva dispostas na horizontal acima dos vasos e na vertical em baixo das bancadas (adultos). (foto 6) - Distribuio de iscas feitas com pedaos de batata-inglesa cortados em cunha ao nvel do solo e substrato (larvas). - Utilizao de mulching ou outras formas para manter a superfcie do solo ou substrato seco, evitando assim que as fmeas depositem seus ovos (foto 7). - Isolamento do cultivo com uso de telas com malhas finas (volta ao mundo, tela antiafdeos) para evitar o trnsito de adultos de um local afetado para outro. - Evitar entrar no local de cultivo com roupa amarela. II) Controle Biolgico: Diversos agentes biolgicos de controle esto sendo utilizados por produtores do mundo inteiro. Estes incluem caros e nematides predadores. III) Controle Qumico: O controle qumico deve ser realizado com pulverizaes direcionadas para o colo das plantas (foto 8), com produtos eficientes, procurando sempre alternar os grupos qumicos e princpios ativos, pois a praga adquire resistncia muito rpido aos defensivos. Objetivando aumentar a eficincia do controle de sciara, utilizando defensivos qumicos, foi realizado um experimento por CRUZ, G.F. et al. a nvel de laboratrio, onde os resultados se encontram disposio no livro de resumos do 430 Congresso Brasileiro de Olericultura. A seguir temos a relao dos princpios ativos com respectivas dosagens e modo de ao, que exerceram melhor controle de larvas de Fungus gnats : Princpio Ativo Cartap Carbaryl Pyridaben Difluobenzuron Dose (ml/100 litros) 250 150 100 50 Modo de ao Contato Contato Contato Fisiolgico
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Ateno: Nem um dos produtos utilizados tm registro para controle de Fungus gnats (Diptero : Siciaridae), devendo ento a quem interessar entrar em contato com ministrio da agricultura ou rgos competentes.
FOTO 1: Detalhe da pulpa (A), larva (B) e adulto (C) de Fungus gnats (Sciara)
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4 - LAGARTA Lagarta rosca Agrotis ipsilon. A lagarta rosca provoca danos na cultura de rosas, podendo levar plantas adultas morte. Mudas recm plantadas so mais facilmente atacadas e danificadas. Ver danos nas fotos 1, 2, 3, e 4.
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Lagarta do Cartucho do milho Spodoptera frugiperda Os danos causados por esta praga afetam a qualidade das hastes por danificarem as folhas e botes florais. Flores para exportao tero que ser totalmente isentas de larvas de lepidpteros, sob pena de apreenso e incinerao de todo lote exportado, se constatado uma nica larva. Ver fotos 5, 6, 7 e 8
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MTODOS DE CONTROLE DE LEPIDOPTEROS Dentre os vrios mtodos de controle de lagartas, podemos destacar: a) Uso de armadilhas com feromnio (atrativo sexual ), visando captura dos adultos
machos, com reduo de fmeas fertilizadas e postura de ovos. FOTO 9 Armadilha com feromnio = 4 unidades/ha b) Aplicao de vespas de trichogramma, parasitas de ovos de lepidopteros.
FOTO 10 Aplicao
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c) Controle qumico, com uso de inseticidas, apresenta dificuldade de produtos com registro em rosas. Por outro lado, o uso de trichogramma e feromnio efetuam um controle satisfatrio. Ver no captulo sobre tomate, relao de defensivos com eficincia sobre Agrotis ipisilon e Spodoptera frugiperda. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS: 1- AMORIM, 14.02.2003. 2- SILVA, L. O que Fungus gnats? [Onlina]. URL: http://www.aflori.com.br. Arquivo capturado em 15/02/02. 3- AZEVEDO, F.R. Identificao e controle de caros de importncia agrcola para o estado do Cear. Agricultura irrigada do Cear, ano 3, n.3. 40p. 4- HOEST, R.K. Compendio de enfermedades de rosas. Equador, Maio de 1998, 50p. 5- GALLI, F., et al. Manual de Fitopatologia. Editora Agronmica ceres LTDA. 1980, 587p. 6- ROMOLEROUX, A.T. Vademecum florcula ,20 Edio, Quito Ecuador, 2001, 496p. 7- OLIVEIRA, M.R.V., SILVA. O.L.R. Alerta fitossanitrio 1. Ministrio da Agricultura, Braslia-DF, 1997, 16p. 8- REIJERS e STWART - Doenas em roseiras cultivadas em estufas (cd-Room) 9- ANDREI, E. Compndio de defensivos Agrcolas. Organizao Andrei editora LTDA. So Paulo, 1999, 672p. D.S. Famlia Sciaridae On Line
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CURRCULO DO INSTRUTOR
Gustavo Filgueira Cruz Engenheiro Agrnomo Gerente Geral de Produo Stio Lagoa Jussara s/n So Benedito (88) 9961.7876 UF Fax CE CEP 62.370-000
reijersceara@uol.com.br
CURRICULUM VITAE Eng. Agrnomo, pela Universidade Federal do Cear (UFC), em 1996; Ministrao de diversos cursos na rea de Plantas Medicinais, pela Universidade Federal do Cear UFC em 1999; Mestrado em Fitotecnia na rea de Plantas Medicinais, pela Universidade Federal do Cear UFC em 1999; Bolsista de Desenvolvimento Cientfico Regional (DCR) pelo CNPq de mar/1999 a nov/2000; Credenciado para emisso de CFO (Certificado Fitossanitrio de Origem), pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) em 2002; Gerente Geral de Produo da Empresa Reijers Produo de Rosas Ltda., no municpio de So Benedito CE, desde 2002.
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CURRCULO DO INSTRUTOR
Francisco Aliomar Albuquerque Feitosa Tcnico em Agropecuria Proprietrio CE 187 Distrito de Sussuanha Guaraciaba do Norte (88) 652.1083 / 9962.9248 estufamcapa@lig.com.br
CURRICULUM VITAE
UF Cear Fax
CEP
62.380-000
88 652.1210
Tcnico em Agropecuria, pela EICAM Mombaa, CE, em 1975; Coordenador de Escritrio Local da ANCAR-CE de 1976 a 1979; Gerente da Empresa Fazenda Bom Indstria e Comrcio produo de hortalias e fruticulturade 1979 a 1981; Gerente da Companhia Industrial Ducoco Fazenda Amontada produo de Coco, de 1981 a 1984; Gerente da Agropecuria Lima Fazenda Salgado Itapipoca CE, produo de caju, de 1984 a 1985; Proprietria da Solorico Com. e Rep. Ltda. insumos e implementos agrcolas de 1986 a 1996; Proprietrio das Estufas Macap produo de mudas e hortalias em estufas, desde 1995; Consultor e coordenador tcnico do Projeto Pingo Dgua Quixeramobim CE, 2001 2002; Consultor do Governador do Estado do Maranho Projeto Ilha da Produo (hortalias e frutas), So Luiz MA, de julho/2002 a Fev/2003; Consultor tcnico de vrias empresas no desenvolvimento de defensivos e sementes e programas de controle de pragas e doenas em hortalias.
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