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Nutrição e Exercícios Físicos 1 P 1

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NUTRIÇÃO E EXERCÍCIOS FÍSICOS

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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SUMÁRIO

NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................... 1

Educação Física e nutrição .......................................................................................... 3

1 - Introdução ................................................................................................................. 3

2 - Nutrição nos esportes ............................................................................................. 6

3 - Nutrição na educação física escolar ................................................................... 10

4 - Considerações finais ............................................................................................. 14

Referências ................................................................................................................... 15

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Educação Física e nutrição

1 - Introdução

Entendemos que a nutrição tem forte ligação com a educação física. Tanto
na área de treinamento em Esportes como na educação física escolar. Na área
de treinamento em esportes, a ligação da nutrição com a educação física fica
facilmente evidenciada na busca do alto rendimento, como um dos fatores que
pode maximizar o desempenho atlético, atingindo também a saúde geral do
atleta. Na educação física escolar, estudos sugerem que o programa de
alimentação escolar deve ser explorado no sentido de criar atividades educativas
de nutrição e saúde, adotando um aspecto pedagógico e não somente
assistencial como vem sendo feito. Desta forma, acreditamos que os
conhecimentos de nutrição são pertinentes ao profissional de educação física.

Atualmente, podemos apreciar nos meios de comunicação uma discussão


presente na sociedade sobre nutrição, suas aplicações e acessibilidade. Essa
discussão apresenta-se também no ambiente acadêmico. Um impulso
importante para a ênfase desta questão veio de programas governamentais de
combate a fome que vem sendo colocado como uma das prioridades da nova
gestão do governo federal.

Essa discussão, inevitavelmente adentrou-se no ambiente da educação


física. Surgindo várias indagações a respeito do campo de conhecimento da
nutrição, como: é importante para o profissional de educação física,
conhecimento básico de nutrição? Em caso afirmativo, estes profissionais
possuem este conhecimento básico? Existem mecanismos legais que incluem
no currículo básico das instituições que formam profissionais de educação física,
conteúdo relativo a esse conhecimento? Buscando responder a estas questões
escrevemos este ensaio.

Por nutrição entende-se a ciência que estuda o ato de nutrir-se através


do conjunto de processos que vão desde a ingestão do alimento até a sua

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assimilação pelas células, incluindo os fenômenos sociais, econômicos, culturais
e psicológicos que podem influenciar na alimentação (MITCHELL, 1988).

Observando a definição das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso


de Graduação em Enfermagem, Medicina e Nutrição, do MEC (Ministério de
Educação e Cultura), notamos que o Nutricionista é um profissional com
formação generalista, humanista e crítica. Capacitado a atuar, visando a
segurança alimentar e a atenção dietética, em todas as áreas do conhecimento
em que a alimentação e a nutrição se apresentem fundamentais para a
promoção, manutenção e recuperação da saúde e para a prevenção de doenças
de indivíduos ou grupos populacionais, contribuindo para a melhoria da
qualidade de vida, pautado em princípios éticos, com reflexão sobre a realidade
econômica, política, social e cultural. O MEC ainda diz que o Nutricionista com
licenciatura em nutrição está capacitado para atuar na educação básica e na
educação profissional em nutrição.

Já as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em


Educação Física do MEC, compreende uma área de estudo, elemento
educacional e campo profissional caracterizados pela análise, ensino e aplicação
do conjunto de conhecimentos sobre o movimento humano intencional e
consciente nas suas dimensões biológica, comportamental, sócio-cultural e
corporeidade. Como um campo de intervenção profissional que, por meio de
diferentes manifestações e expressões da atividade física/movimento
humano/motricidade humana (tematizadas na ginástica, no esporte, no jogo, na
dança, na luta, nas artes marciais, no exercício físico, na musculação, na
brincadeira popular, bem como em outras manifestações da expressão corporal)
presta serviços à sociedade caracterizando-se pela disseminação e aplicação do
conhecimento sobre a atividade física, técnicas e habilidades buscando viabilizar
aos usuários ou beneficiários o desenvolvimento da consciência corporal,
possibilidades e potencialidades de movimento visando a realização de objetivos
educacionais, de saúde, de prática esportiva e expressão corporal.

Ainda as diretrizes supracitadas do MEC definem o perfil do profissional


de educação física como um profissional com formação generalista, humanista,
crítica e reflexiva, qualificado para o exercício profissional com base no rigor

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científico e intelectual e pautado no princípio ético. Deverá ser formado para
estudar, pesquisar, esclarecer e intervir profissional e academicamente no
contexto específico e histórico-cultural, a partir de conhecimentos de natureza
técnica, científica e cultural de modo a atender as diferentes manifestações e
expressões da Atividade Física/Movimento Humano.

Colocando ainda que o campo de atuação do profissional de educação


física é pleno nos serviços à sociedade na área da educação física, nas suas
diversas formas de manifestações no âmbito da cultura e do movimento Humano
intencional, através das atividades físicas, esportivas e similares, sejam elas
formais e não formais, tais como ginástica, esporte, jogos, danças, lutas, artes
marciais, exercícios físicos, musculação entre tantas outras. Este campo é
delimitado pela capacidade profissional de coordenar, planejar, programar,
supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos,
programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria,
consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de
equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos,
científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas, do desporto e
similares. Deverão, outrossim, ser consideradas as características regionais e os
diferentes interesses identificados com o campo de atuação profissional.

Entre as competências e habilidades que o MEC define como sendo


objetivos da formação do graduado em educação física, a primeira citada é:

Atenção à saúde, como profissional da área de saúde, dentro do âmbito


da educação física, deve estar apto a desenvolver ações de prevenção,
reabilitação, promoção e proteção da saúde, tanto em nível individual quanto
coletivo. O profissional de educação física deve assegurar ainda que sua prática
seja realizada de forma segura, integrada e contínua com as demais instâncias
do sistema de saúde. Devem realizar seus serviços dentro dos mais altos
padrões de qualidade e dos princípios da ética, tendo em conta que a
responsabilidade da atenção à saúde não encerra com o ato técnico, mas sim,
com a resolução do problema de saúde, tanto de natureza individual como
coletivo.

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Acreditamos assim, ser a nutrição um conteúdo muito presente nas
áreas de atuação dos professores de educação física. Compartilhando da
opinião que: "Os educadores da área da saúde e os assistentes de saúde ou
nutrição suplementam e fazem a extensão dos serviços de orientação em
nutrição [...]" (LÍNNEA 1988).

Em algumas áreas a importância da nutrição na educação física é mais


óbvia, como no treinamento. Porém, na educação escolar não temos a mesma
facilidade de notar o professor de educação física utilizando na área
conhecimentos nutricionais. E acreditamos ser importante para o professor de
educação física escolar o conhecimento de nutrição assim como o de maturação,
crescimento e pedagogia. Esta ligação da nutrição com a educação física, nos
sugere que a formação dos professores de educação física poderia incluir alguns
conteúdos da nutrição para a formação de um profissional minimamente
instruído nesta área de conhecimento.

2 - Nutrição nos esportes

No treinamento a nutrição fica muito evidente como um fator limitante da


saúde e consequentemente desempenho do atleta.

Segundo Weineck (1999): a alimentação deve suprir a demanda


energética assim como garantir o balanço hídrico, balanço de nutrientes, balanço
vitamínico e o balanço mineral. Em atletas a alimentação é ainda mais
importante, pois a nutrição inadequada às necessidades específicas de cada
sujeito, pode prejudicar a saúde e o desempenho de atletas e não atletas durante
o processo de treinamento físico.

Salientamos, que a nutrição não deve ser só lembrada quando se busca


alto rendimento, sendo um recurso disponível para melhorar a saúde geral como
frisou Wolinsky (1996) "[...] à nutrição é importante para a saúde geral do atleta".

São muitos os conhecimentos já produzidos e consolidados em nutrição,


como as RIDs (Recomendações de Ingestão pela Dieta), que são adotadas pela
Organização Mundial de Saúde, mas este mesmo avanço da nutrição não pode

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ser diretamente aplicado a atletas, sendo esta uma população merecedora de
atenção especial, "Atualmente, não existem dados disponíveis para que se
apresente um conjunto de RIDs (Recomendações Individuais Diárias) para
atletas" (WOLINSKY, 1996). Os profissionais que tem contato direto com esta
população devem estar atentos a estas particularidades e não generalizar
informações de forma aleatória, pois se assim fizer estará correndo risco de
equivocar-se.

O esporte sabidamente modifica as demandas energéticas e


metabólicas, "Atletas de sexo masculino e feminino podem ter necessidades
nutricionais muito especiais devido a alterações fisiológicas ou especificidades
do esporte".(WOLINSKY, 1996). Sendo, portanto, de suma importância para
professores de educação física que são potenciais influenciadores do atleta, o
conhecimento destas modificações fisiológicas em um estudo da nutrição do
atleta.

Mas este estudo de nutrição necessário para o entendimento dos


processos fisiológicos e metabólicos do atleta não tem sido a maior fonte de
informação dos profissionais e que agem diariamente e diretamente com esta
população e dos próprios praticantes de Atividade Física:

"A maioria dos técnicos e atletas obtém seu conhecimento a partir de


anúncios, colegas de profissão, ou parentes; a maioria dessas fontes não possui
informações suficientes em nutrição. Há um grande número de conceitos
equivocados, informações errôneas e dogmas".

Esta afirmação retirada do artigo: Nutrition knowledge and practice of


coaches, treiners, and athletes, (PARR, PORTER and HODGSON, 1984),
parece concordar com os resultados obtidos por pesquisa realizada por Lollo e
Tavares (2003) nas academias de Campinas listadas no CREF em 2003. Os
resultados mostram que a maioria dos consumidores de Suplementos
Alimentares das Academias de Ginástica de Campinas obtém informações sobre
os suplementos que ingerem de amigos e propagandas e não de instrutores ou
técnicos, sugerindo baixa comunicação de informações sobre nutrição entre
professores e alunos, descaracterizando a função educativa e informativa dos

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professores. Informação essa, que deveria se dar com o Educador Físico
indicando e esclarecendo a importância da consulta a um Nutricionista que tem
competência e atribuições legais para indicar a suplementação e/ou dieta mais
adequada de acordo com os objetivos do atleta. Talvez essa consulta fosse mais
proveitosa se o Educador Físico e Nutricionistas dialogassem e elaborassem em
conjunto os procedimentos necessários para a obtenção dos resultados
pretendidos de forma saudável e consistente. Sendo a atuação de cada
profissional, na sua área específica de conhecimento.

Esta deficiência na função educativa também parece estar presente nos


professores de Goiânia, em pesquisa realizada em nas academias de Goiânia,
Araújo et al (2002) concluiu que o uso de anabolizantes foi alto e que os
professores ou instrutores foram os principais responsáveis pela indicação de
consumo dos mesmos, caracterizando uma postura equivocada perante o
assunto, pois mesmo desconsiderando a ética da questão o professor/instrutor
não possui autorização legal para indicar o uso de esteróides anabolizantes.
Acreditamos que parte destas indicações pode ter sido feita até mesmo pelo
desconhecimento mais profundo dos danos à saúde que tais substâncias podem
causar. Acreditamos que a falta de informação pode contribuir para esse tipo de
comportamento, portanto acreditamos que um conhecimento básico de nutrição
para o Educador Físico poderia ajudar a impedir que ele venha a se aventurar
prescrevendo dietas, pois teria algum conhecimento dos importantes efeitos
disto. Com conhecimento básico, o profissional poderia se convencer dos reais
efeitos da nutrição na educação física e do importantíssimo, insubstituível,
indispensável e benéfico papel do Nutricionista.

Visto que alguns consumidores se baseiam em informações dos rótulos


de suplementos alimentares (LOLLO E TAVARES 2003), coloca-se uma dúvida
na qualidade das informações veiculadas pela publicidade e propaganda no
consumo de suplementos nutricionais. Santos, do Departamento de
Planejamento Alimentar e nutrição da Faculdade de Engenharia de Alimentos da
Universidade Estadual de Campinas, publicou em 2002 o artigo: Fontes de
informação sobre nutrição e saúde utilizadas por estudantes de uma
universidade privada de São Paulo e afirmou em seu estudo sobre as fontes de
informação sobre suplementos alimentares (SANTOS 2002):

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"Nos Estados Unidos, a American Dietetic... (1995) afirma que o material
promocional de suplementos nutricionais (entre outros produtos) constitui uma
das fontes importantes na difusão de informações incorretas sobre nutrição".

A mídia e o Marketing têm forte influência sobre a alimentação de acordo


com a pesquisa acima citada, podendo ainda distorcer resultados científicos,
como informa Wolinsky (1999) "no entusiasmo para encontrar a fórmula mágica,
a mídia tem tirado conclusões de algumas pesquisas que superam os resultados
das investigações". No Brasil são escassas as pesquisas que avaliam a
qualidade das informações veiculadas em propagandas de suplementos
alimentares, novas pesquisas nesse campo são recomendadas.

Como fonte segura de informações sobre Alimentação e nutrição, os


Americanos criaram o Food and Nutrition Information Center em Baltimore EUA,
que entre outros serviços promove respostas específicas a respeito de alimentos
e nutrição, além de emprestar livros e vídeos.

A responsabilidade do professor de educação física que interage com


atletas pode ser mais que a obtenção de bons resultados, pode ser também a
responsabilidade da manutenção da saúde e da própria vida do atleta caso este
tenha distúrbios alimentares como a anorexia ou bulimia.

Segundo Mcardle (1996), a anorexia nervosa é um distúrbio alimentar


grave que consiste em uma privação voluntária de alimentos, mais freqüente em
mulheres adolescentes que tem opinião negativa sobre seus próprios corpos. O
autor ressalta que este distúrbio alimentar pode ocorrer em atletas de
competição, como em dançarinas e ginastas.

Chamamos a atenção para o papel do Educador Físico, principalmente na


identificação de potenciais quadros bulímicos e anoréxicos encaminhando o
atleta para diagnóstico com equipe especializada, já que o dia a dia com os
atletas permite um contato muito próximo com um público muito afetado por
estes distúrbios segundo Mcardle (1996).

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3 - Nutrição na educação física escolar

Mostramos até agora evidencias da presença constante da nutrição nas


áreas de treinamento esportivo, mas estas não se restringem a este campo,
estão presentes também na educação física escolar.

O estudo: Alimentação na escola como forma de atender às


recomendações nutricionais de alunos dos Centros Integrados de Educação
Pública (CIEPS), realizado na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"
campus/USP Piracicaba Silva (1998) conclui que é necessário corrigir falhas do
conteúdo nutricional das refeições distribuídas na escola, pois as mesmas
constituem parte fundamental do consumo alimentar dos alunos dos CIEPs.

Achamos que resultados de pesquisas como esta devem ser conhecidos


pelos professores que trabalham com os escolares especialmente o Educador
Físico, pois é na aula de educação física que a demanda energética pode
aumentar além dos níveis das aulas em sala de aula por conta da atividade física,
assim, podem ocasionar um déficit calórico ainda maior. Portanto, o Educador
Físico de escolares deve conhecer as condições dos alunos, inclusive
nutricionais, para desempenhar seu papel com máxima eficiência e preservação
da saúde. Preferencialmente que estas condições nutricionais dos alunos não
sejam conhecidas apenas através do possível bom senso e sim por avaliações
metódicas mesmo que simples, dos escolares. Atualmente existem muitos
modelos de inquéritos nutricionais que auxiliam no conhecimento do estado
nutricional tanto de crianças como de adolescentes e adultos. Ressaltamos que
a escolha do modelo, aplicação e interpretação exigem a presença de um
Nutricionista.

Infelizmente, temos notado que a realidade reportada pela pesquisa


acima, está presente em outras partes de nosso país, principalmente pela
cobertura atual da mídia que vem explorando o assunto, que ganhou notoriedade
com programas de combate a fome. Portanto, receamos que se os números
noticiados forem verdadeiros a probabilidade de educadores físicos que
lecionam para escolares encontrar crianças subnutridas seja alta.

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Costa e Ribeiro (2001), acreditam em um função maior para a merenda
escolar, no estudo: Programa de Alimentação escolar: Espaço para
Aprendizagem e Produção de Conhecimento, colocam: "As atividades práticas
executadas no serviço de alimentação escolar podem ser objeto das atividades
pedagógicas executadas pelos professores e intermediadas pelo Nutricionista".

Salientam também a possibilidade de inclusão da: "[...] aprendizagem em


saúde e nutrição como parte da cultura do serviço de alimentação escolar,
produzindo conhecimento significativo". (COSTA E RIBEIRO 2001)

Concluem deslumbrando a possibilidade de somar uma função ao nosso


ver nobre ao programa (COSTA E RIBEIRO 2001).

"O Programa de Alimentação Escolar tem se resumido, muitas vezes, no


fornecimento de lanches ou refeições no intervalo das atividades escolares.
Entretanto, existem possibilidades, que podem ser usadas pelo Nutricionista
responsável pelo Programa, para desenvolver atividades educativas em
nutrição, visando à promoção da saúde da comunidade escolar".

Mostram assim, a possibilidade do ato de alimentar-se na escola ser


educativo, levando os escolares a adquirirem conhecimentos sobre nutrição, o
que imaginamos ser de grande importância para todas as escolas. Pois, mesmo
com ampla disponibilidade de alimentos que os alunos mais favorecidos
economicamente têm, é possível que sejam mal nutridos e sofram carência de
algum nutriente (vitaminas, por exemplo), por consumirem alimentos pobres em
nutrientes e muitas vezes ricos em calorias. Ocorrendo assim a obesidade e a
desnutrição ao mesmo tempo.

Na pesquisa: Educação nutricional em serviços públicos de saúde (1999),


realizada no Departamento de Enfermagem de Ciências Médicas da
Universidade estadual de Campinas (BOOG 1999):

"As conclusões referem-se à necessidade de implementação de


atividades de educação nutricional nos serviços de saúde, às dificuldades dos
profissionais para abordar problemas relativos à nutrição e à necessidade de
discutir o ensino de nutrição nos cursos da área da saúde".

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Sendo educação física um curso da área de saúde, e de caráter
pedagógico tão presente, corroboramos a opinião de que há "[...] à necessidade
de discutir o ensino de nutrição nos cursos da área da saúde".

O Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração


e Contabilidade da Universidade de São Paulo, realizou uma: Análise da
composição dos gastos com alimentação no Município de São Paulo (Brasil) na
década de 1990. Objetivando "Identificar as estruturas de consumo alimentar no
Município de São Paulo, de 1990 a 1996, e compará-las com as derivadas de
cestas de alimentos balanceados (CA)"(BARRETO E CYRILLO 2000). E
concluíram que: "Infere-se a existência de uma provável inadequação dietética
nos domicílios de São Paulo e de riscos associados a uma ingestão insuficiente
de legumes, verduras e frutas".

Atribui-se um maior consumo de produtos industrializados a ação


do Marketing, pois os preços destes produtos aumentaram relativamente mais
que o das frutas e legumes. Portanto seria razoável indicar que os educadores
(incluindo os físicos) sejam instrumentos da veiculação de uma alimentação mais
adequada, "verduras e frutas são alimentos ricos em vitaminas, minerais
antioxidantes e fibras; consequentemente, são agentes importantes na
prevenção das doenças crônico-degenerativas" (BARRETO E CYRILLO 2000).
Enquanto o marketing vem agindo no sentido contrário:

"Portanto, a diminuição na parcela dos orçamentos familiares relativa aos


produtos in natura, conforme descrito, representaria um risco potencial à maior
frequência dessas morbidades e estaria contribuindo para o estabelecimento da
transição nutricional e epidemiológica no País" (BARRETO E CYRILLO 2000).

Segundo as conclusões de um estudo epidemiológico realizado por


Oliveira (2002) sobre a colesterolemia em crianças e adolescentes de baixa
renda, as escolas e instituições devem adotar trabalhos multidisciplinares com
práticas nutricionais e atividades físicas regulares, promovendo a saúde através
de conhecimentos ou hábitos alimentares saudáveis transmitidos às crianças
que poderiam divulgar esse conhecimento à sua família.

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Pipitone (1997), sugere que a merenda oferece um espaço pedagógico a
ser explorado para discussão de temas importantes em época de economia
globalizada e influências da comunicação de massa. Sturion (2002) afirma que
a educação nutricional deve implementar atividades relacionadas com a
formação de bons hábitos, afirmando ainda que o programa de alimentação
escolar tem um objetivo educacional e por isso um caráter universal.

Na discussão da merenda escolar encontramos as mais variadas opiniões


(PIPITONE, 1997), alguns achando que se trata de um problema de quantidade
mais do que de qualidade, outros vem à merenda como assistencialista e
paliativa, outros como desvio das atividades genuinamente pedagógicas da
escola e alguns veem ainda como direito da criança. Destacamos que estas são
apenas algumas das opiniões podemos encontrar. Porém, acreditamos que
independente da discussão em torno dos programas de merenda e/ou
alimentação escolar, acreditamos que o alimento tem efeito benéfico, porém
temporário, já a educação alimentar é um patrimônio dado à criança por toda a
vida.

Salientamos que seria imprescindível a presença de um Nutricionista


participando de um programa de educação alimentar, até mesmo para o
cumprimento lei que regulamenta a profissão sancionada em 17/09/1991 sob o
n° 8.234, que diz:

"É obrigatória a participação de nutricionistas em equipes


multidisciplinares, criadas por entidades públicas ou particulares e destinadas a
planejar, coordenar, supervisionar, implementar, executar e avaliar políticas,
programas, cursos nos diversos níveis, pesquisas ou eventos de qualquer
natureza direta ou indiretamente relacionados com alimentação e nutrição, bem
como elaborar e revisar legislação e códigos próprios desta área".

Desta forma, acreditamos que sob a orientação de um Nutricionista, o


Educador Físico atuando em escolas, poderia contribuir para a educação
alimentar dos alunos, necessitando de um mínimo de informação sobre nutrição
para realizar efetivamente essa contribuição de forma coerente e eficiente.

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4 - Considerações finais

Esperamos ter demonstrado eficientemente nesta breve explanação, que


a educação física têm forte ligação com a nutrição tanto na área de cunho mais
pedagógico e escolar, como no treinamento em esportes, visando alto
rendimento ou mesmo a promoção da saúde.

De fato, o estado nutricional é um fator capaz de influenciar na saúde do


indivíduo, esta que por sua vez está diretamente relacionada ao desempenho
físico. Se levarmos em consideração que geralmente é através de atividades
motoras que o professor de educação física exerce seu papel de pedagogo ou
treinador, percebemos que uma má nutrição - seja por falta de alimentos ou
informação - pode prejudicar todo o processo pelo qual o Educador Físico exerce
seu papel.

Acreditamos que a presença do Nutricionista é invariavelmente


insubstituível, indispensável quando tratamos de nutrição. Essa relevante
importância poderia ser mais facilmente evidenciada para os Educadores
Físicos, se estes tivessem um conhecimento mínimo sobre nutrição. Achamos
altamente benéficos os conhecimentos básicos de nutrição para Educadores
Físicos. Visto a desobrigação deste conteúdo na formação dos mesmos,

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acreditamos que a participação de palestras, workshops, fóruns e etc... que
possam transmitir tais conhecimentos, são recomendadas.

São recomendadas novas pesquisas e discussões sobre a importância


dos conhecimentos de nutrição para Educadores Físicos. A discussão atual
sobre o assunto ao nosso ver ainda é insuficiente para a edificação de uma
posição consensual.

Referências

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alimentar e anabolizante por praticantes de musculação nas academias de
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ISSN 0103-1716

BARRETTO, S. A. J.; CYRILLO, D.C. Análise da composição dos gastos


com alimentação no Município de São Paulo (Brasil) na década de 1990. Rev.
Saúde Pública, fev. 2001, vol.35, no.1, p.52-59. ISSN 0034-8910.

BOOG, M. C. F. Educação nutricional em serviços públicos de


saúde. Cad. Saúde Pública, 1999, vol.15 supl.2, p.139-147. ISSN 0102-311X.

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15
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http://www.mec.gov.br/sesu/ftp/pareceres/13802EdFisica.doc Acesso em: 27
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São Paulo/SP: Roca, 1996.

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