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Bioetica 1

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CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - 3º BIMESTRE

ESCOLA ESTADUAL DE CARAÍ


NOME: _________________________________________________________
TURMA:___________ TURNO: ____________
PROFESSOR (A): MARIA JOSÉ LOPES DOS SANTOS

INTRODUÇÃO A BIOÉTICA
O que é BIOÉTICA?

“A Bioética é uma área de estudo


interdisciplinar que envolve a Ética e a Biologia,
fundamentando os princípios éticos que regem a
vida quando essa é colocada em risco pela
Medicina ou pelas ciências”. A palavra Bioética é
uma junção dos radicais “bio”, que advém do
grego bios e significa vida no sentido animal e
fisiológico do termo (ou seja, bio é a vida
pulsante dos animais, aquela que nos mantém
vivos enquanto corpos), e ethos, que diz respeito
à conduta moral.
Trata-se de um ramo de estudo interdisciplinar que utiliza o conceito de vida da Biologia, o Direito e
os campos da investigação ética para problematizar questões relacionadas à conduta dos seres
humanos em relação a outros seres humanos e a outras formas de vida.

Origem da Bioética

A Bioética surgiu na segunda metade do século XX, devido ao grande desenvolvimento da


Medicina e das ciências, que avançaram cada vez mais para a modificação da vida humana e a
promoção do conforto humano, bem como para a utilização de cobaias vivas (humanas e não
humanas). A fim de evitar horrores, como os que foram vividos dentro dos campos de concentração
nazistas e de técnicas médicas que ferissem os princípios vitais das pessoas, surgiu a Bioética
como meio de problematizar o que está oculto na pesquisa científica ou na técnica médica quando
elas envolvem a vida.
A importância social da Bioética centra-se, justamente, no fato de que ela procura evitar que a vida
seja afetada ou que alguns tipos de vida sejam considerados inferiores a outros. A Bioética discute,
por exemplo, a utilização de células-tronco embrionárias em suas mais diversas problemáticas,
passando pela necessidade de abortar-se uma gestação para retirar tais células e pelos benefícios
que os tratamentos obtidos por esse recurso podem promover para as pessoas.
Também é tratado por estudiosos de Bioética o respeito aos limites que devemos ter ao lidar com
animais, seja para o cuidado ou a alimentação, seja para a utilização comercial deles, pois são seres
vivos dotados de sentidos e capazes de sofrer.

Autores da Bioética
Hoje, alguns autores são referências para os estudos de Bioética no mundo. Entre eles, estão o
filósofo Tom L. Beauchamp, professor da Georgetown University, e o filósofo e teólogo James F.
Childress, professor de Ética da Universidade de Virgínia. Juntos, esses dois destacados estudiosos
da Bioética escreveram o livro Princípios de Ética Biomédica, que contém a formulação dos
princípios bioéticos básicos, inspirados em grandes sistemas éticos de filósofos considerados
cânones do conhecimento ocidental, como Kant e Mill.
Outro autor de igual importância é Peter Singer, filósofo australiano e professor da Universidade de
Princeton desde 1999. Dentre suas obras, podemos destacar Ética prática, que problematiza
questões referentes à Ética enquanto área de estudo capaz de interferir na vida cotidiana das
pessoas, analisando questões polêmicas, como o aborto e a eutanásia; e Libertação animal, que
funda a teoria dos direitos dos animais."
Em Princípios de Ética Biomédica, Beauchamps e Childress estabelecem quatro princípios básicos
que devem nortear o trabalho bioético tanto para as ciências que utilizam cobaias quanto para as
técnicas biomédicas e médicas que lidam diretamente com a vida. Esses princípios estão ligados a
teorias éticas conhecidas e ganham um novo contorno em suas formulações voltadas para a vida
animal.

1. Princípio da não maleficência: consiste na proibição, por princípio, de causar qualquer dano
intencional ao paciente (ou à cobaia de testes científicos). A sua mais antiga formulação pode ser
encontrada no Juramento de Hipócrates, e, no século XX, ele foi estabelecido como princípio
bioético pelos estudiosos Dan Clouser e Bernanrd Gert.

2. Princípio da beneficência: pode ter seu gérmen encontrado no juramento hipocrático, em que
se é afirmado que o médico deve visar ao benefício do paciente. Beauchamp e Childress vão
além, estabelecendo que tanto médicos quanto cientistas que utilizem cobaias devem basear-se
no princípio da utilidade (o utilitarismo de Mill e Bentham), visando a provocar o maior benefício
para o maior número possível de pessoas.

3. Princípio da autonomia: tem suas raízes na filosofia de Immanuel Kant e busca romper a
relação paternal entre médico e paciente e impedir qualquer tipo de obrigação de cobaias para
com a ciência. Trata-se do respeito à autonomia do indivíduo, pois esse é o responsável por si, e
é ele que decide se quer ser tratado ou se quer participar de um estudo científico.

4. Princípio da justiça: baseado na teoria da justiça, de John Rawls, esse princípio visa a criar um
mecanismo regulador da relação entre paciente e médico, a qual não deve ficar submetida mais
apenas à autoridade médica. Tal autoridade, que é conferida ao profissional devido ao seu
conhecimento e pelo juramento de conduta ética e profissional, deve submeter-se à justiça, que
agirá em caso de conflito de interesses ou de dano ao paciente.

Temas da Bioética

“A Bioética trata de temas muito delicados, muitas vezes considerados tabus. Há uma dificuldade
de estabelecimento de proposições únicas e últimas, pois existem, ao menos, três grandes áreas do
conhecimento que envolvem a Bioética e porque, enquanto ciência, ela não pode se submeter à
moral religiosa, que pode ser um obstáculo forte em questões relativas à vida, principalmente a
humana.
Listamos abaixo alguns temas tratados pela Bioética, expondo uma breve discussão que pode
aparecer sobre eles:

 Médico e paciente x cientista e cobaia

É o principal ponto tocado pelos estudos de Beauchamp e Childress, que formulam a solução
principalista (que se baseia em uma ética de princípios) para os problemas decorrentes.

 Eutanásia e suicídio assistido

A tradução literal de eutanásia é “boa morte”. Eutanásia é o ato de encerrar a vida de alguém que,
incapacitado, está em situação de penúria e não pode decidir por si mesmo. Quando um animal de
estimação tem uma doença crônica progressiva ou ficou gravemente sequelado por algum mal, os
veterinários podem dar a eles a eutanásia para encerrar o seu sofrimento
O suicídio assistido é um tipo de eutanásia, mas aplicado por humanos que decidem tirar a própria
vida de maneira digna e assistida por pessoas que garantirão o não sofrimento do paciente. Peter
Singer baseia-se no respeito à dignidade humana e no direito à escolha, que, para Beauchamp e
Childress, podem ser representados pelo princípio da autonomia, para afirmar a necessidade de
serem respeitadas as escolhas individuais de cada sujeito e a necessidade de olhar-se para a
dignidade de uma vida que não vale a pena ser vivida.
 Aborto
Singer defende o aborto de fetos com até três meses de gestação, período em que a Medicina
afirma não haver ainda atividade cerebral e, portanto, há a ausência completa de sentidos. O aborto,
antes dos três meses, seria apenas a interrupção do crescimento celular dentro de um corpo. Para
discutir sobre isso, Singer parte das noções de consciência e de senciência (sentidos básicos e
noção da presença no mundo pela dor e pelo sofrimento).

 Utilização de células-tronco
Partindo da utilidade e da beneficência, a utilização de células-tronco embrionárias é eticamente
viável quando visa ao tratamento e à melhoria da vida comum. A parte polêmica desse tema é a
necessidade de efetuar-se abortos para conseguir a extração de células de embriões. A eticidade do
aborto, nesses casos, baseia-se nos mesmos princípios discutidos no tópico anterior.

 Direitos dos animais


Singer escreveu o livro Libertação animal, que, entre outras coisas, discute os direitos dos animais.
Os animais são providos de níveis de senciência e, por isso, sofrem, sentem dor, medo, fome etc.
Isso é suficiente para notar que os animais não podem ser indiscriminadamente utilizados pela
indústria, tirando a dignidade de suas vidas. Singer problematiza a alimentação humana que utiliza
os animais como produtos e, mais profundamente, introduz ao debate a utilização dos animais para
testes científicos, farmacêuticos e de cosméticos.
Por Francisco Porfírio
Professor de Filosofia"

Atividades:

1) A pesquisa envolvendo seres humanos deverá ter como base quatro princípios básicos da
bioética definidos abaixo: I. Capacidade de decisão, liberdade e direito de autogovernar-se; II.
Respeito a equidade dos indivíduos; III. Fazer o bem, cuidar e favorecer a qualidade de vida; IV. Não
causar mal e/ ou danos ao paciente de forma intencional. Marque a opção que apresenta a ordem
correta de definição destes princípios:
A) I - Autonomia, II - Justiça, III - Beneficência e IV - Não Maleficência.
B) I - Beneficência, II - Autonomia, III - Não Maleficência e IV - Justiça.
C) I - Autonomia, II - Justiça, III - Não Maleficência, e IV – Beneficência
D) I - Justiça, II - Não Maleficência, III - Beneficência e IV - Autonomia.
E) I - Justiça, II - Não Maleficência, III - Autonomia e IV - Beneficência.

2) A bioética é apoiada por quatro princípios e um deles assegura o bem-estar das pessoas,
evitando danos, e garante que sejam atendidos seus interesses. Busca-se a maximização do
benefício e a minimização dos agravos. Esse é o princípio da:
A) autonomia.
B) não maleficência.
C) beneficência.
D) justiça.
E) igualdade.

3) Paciente J.C.L, 67 anos, portador de câncer, em cuidados paliativos, possui queixa continua de
dor. Nesse caso, a enfermeira implementou um plano de controle da dor e monitorou a resposta do
paciente ao plano. O princípio que norteia o monitoramento é o(a):
A) justiça.
B) fidelidade.
C) beneficência.
D) não maleficência.
E) respeito à autonomia.
4) A bioética é uma ética aplicada que trata de conflitos e controvérsias morais no âmbito das
Ciências da Vida e da Saúde, envolvendo valores e práticas. Suas reflexões abordam temas que
atingem a vida de forma irreversível. Você já conhecia esse tema? Vamos montar uma roda de
conversa e aprender mais sobre Bioética! Lembre-se: sua participação e opinião são de grande
importância. Registre aqui os pontos levantados nesta roda.

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ÁREAS DE ESTUDO DA BIOÉTICA CLONAGEM

A bioética visa estimular na sociedade discussões sobre temas


polêmicos como aborto, eutanásia, reprodução assistida e
engenharia genética e outros problemas ligados à vida, à morte e à
existência humana, mas sempre visando o debate quanto aos
aspectos éticos.
Hoje começaremos a falar sobre a clonagem.
A clonagem é um processo artificial pautado na reprodução de
cópias genéticas (organismos idênticos) de determinados seres
vivos através de um filamento de DNA.
Ao invés de utilizar os gametas sexuais masculinos
(espermatozoides) e femininos (óvulos) é realizada usando as
células somáticas. Em outras palavras, retira-se o núcleo da célula,
e coloca-se no lugar uma célula somática. A primeira clonagem
aconteceu em 1996, no Instituto Roslin, na Escócia, por um grupo
de embriologistas liderado pelo doutor Ian Wilmut.
Eles criaram o primeiro mamífero por meio da técnica chamada de “Clonagem Reprodutiva”,
uma ovelha que ficou conhecida como “Dolly”, produzida através de uma célula somática de
glândula mamária de um animal adulto.

Ética e Clonagem Humana

Muitas questões giram em torna da ética e do processo de clonagens e, até hoje, não ficou
efetivamente comprovada se foi realizada uma clonagem humana em laboratório.
Depois da Dolly, muitos cientistas e a sociedade em geral refletiram sobre os benefícios e os
prejuízos trazidos por esse processo.
A princípio, a engenharia genética aliada à medicina aposta na clonagem como forma de
beneficiar grande parte da população, seja na diminuição do número de pessoas necessitadas
pelos transplantes de órgãos, ao criar órgãos e células, ou na cura e no tratamento de
determinadas enfermidades, defeitos genéticos ou casos de infertilidade.
Por outro lado, a questão ética e religiosa levanta questões sobre a clonagem de seres humanos e
muitos estudiosos acreditam que esse processo, futuramente, pode afetar a individualidade dos
indivíduos, gerar preconceito e, ademais, beneficiará apenas uma parcela da população, uma
vez que a clonagem é muito cara e se tornará um comércio.
Dessa forma, espera-se que a ciência tenha como princípio o respeito aos valores morais e
éticos.
Tipos de Clonagem
Há 4 tipos de clonagem:
1. Clonagem Natural: é o caso dos gêmeos univitelinos, seres idênticos que possuem o
mesmo genoma.
2. Clonagem Induzida: reprodução assexuada realizada artificialmente em laboratório
através de duas células mães, que produzirão seres idênticos, ou clones.
3. Clonagem Reprodutiva: processo de reprodução assexuada através de células
somáticas, ou seja, qualquer célula do corpo, exceto os gametas sexuais (óvulo e
espermatozoide).
4. Clonagem Terapêutica: técnica utilizada para a reprodução de células-tronco, muito
semelhante à clonagem reprodutiva, contudo, não é introduzida no útero.
PROJETO GENOMA HUMANO

O Projeto Genoma Humano (PGH) foi uma pesquisa científica que contou com a participação de
cientistas de 18 países.
O genoma é o conjunto de genes de uma espécie. O gene é formado por sequências de
centenas ou milhares de pares de bases nitrogenadas.
Assim, o principal objetivo do projeto era realizar o
sequenciamento das bases nitrogenadas do DNA humano.
Os resultados finais foram apresentados em abril de 2003,
com 99% do genoma humano sequenciado e 99,99% de
precisão.
Os resultados preliminares do projeto foram divulgados na
revista Nature, em 2001.

Objetivos
O projeto Genoma Humano possuía uma série de
objetivos, dos quais destacam-se:
 Sequenciar todos as pares da bases nitrogenadas do
DNA e que compõem o genoma do ser humano;
 Identificar todos os genes humanos;
 Desenvolver uma metodologia ágil para os estudos de
sequenciamento do DNA;
 Desenvolver novas ferramentas para análise dos dados
do DNA e novas formas de disponibilizá-los aos
pesquisadores;
 Oferecer um banco público de dados com os
resultados do projeto para dar suporte à pesquisa científica,
médica e farmacológica.
Financiamento
Um projeto de tamanha dimensão e importância precisou de grandes investimentos econômicos,
ele se caracterizou com um consórcio público internacional.
Para isso, contou com financiamento público, sob a coordenação do Instituto Nacional de
Saúde e do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Também contribuíram com o financiamento universidades norte-americanas, inglesas,
francesas, alemãs, japonesas, chinesas e brasileiras. Além de recursos de empresas privadas.
A coordenação inicial dos trabalhos ficou a cargo do geneticista norte-americano James Watson.
Em todo o projeto atuaram mais de 5 mil cientistas em 250 laboratórios.
Avanços e resultados
Ao desvendar o genoma humano abriram-se uma série de possibilidades para o avanço de
outras pesquisas na área de genética, medicina e biotecnologia.
Foi descoberto que o genoma humano possui 3,2 bilhões de nucleotídeos e que a sequência
deles é 99,9% igual entre todas as pessoas.
Apesar da enorme quantidade de bases, apenas 2% do genoma é usado para a síntese de
proteínas.
 Disponibilidade do sequenciamento do DNA para até 2 mil doenças genéticas;
 Melhoria da compreensão das causas de alguns tipos de câncer;
 Possibilidade de diagnóstico de doenças genéticas;
 Produzir medicamentos com maior poder de atuação e menores efeitos colaterais;
 Novas terapias e tratamentos baseados no perfil genético de cada indivíduo;
 Possibilidade de personalizar medicamentos conforme a necessidade individual do paciente;
 Maior suporte para a medicina forense, possibilitando o esclarecimento de crimes com
precisão.
Vantagens e Desvantagens
Dentre as vantagens do projeto, o conhecimento de risco do desenvolvimento de patologias é a
principal. Esse conhecimento permite o planejamento familiar por meio de aconselhamento genético.
Apesar das inúmeras vantagens e benefícios, a principal desvantagem do projeto envolve a
questão ética. A manipulação genética ainda é uma área recente e que vai além das
questões científicas.

Projeto Genoma Humano no Brasil


O Brasil foi um dos cooperadores do Projeto Genoma Humano. Desde 2000, o principal centro de
estudos do genoma humano no Brasil está instalado na Universidade de São Paulo (USP).
Também são desenvolvidas no país pesquisas genéticas de pragas agrícolas e plantas.O Brasil
foi responsável pelo sequenciamento bactéria Xylella fastidiosa, causadora da doença amarelinho
que afeta as laranjeiras.

Atividades:

1) Quando falamos em clonagem, normalmente nos lembramos das técnicas realizadas em


laboratório em que é possível produzir um indivíduo idêntico a outro. Entretanto, a formação de
clones é possível também na natureza por meio do processo de:

a) reprodução assistida.
b) conjugação.
c) reprodução assexuada.
d) fecundação interna.
e) reprodução sexuada.

2) Apesar do que muitos pensam, a clonagem não é utilizada apenas com a finalidade de gerar
um indivíduo idêntico ao que o originou. Algumas vezes ela é realizada para produzir células-tronco
para o tratamento de algumas enfermidades. Esse último tipo de clonagem é conhecido por:

a) clonagem in vitro.
b) clonagem reprodutiva.
c) clonagem multiplicadora.
d) clonagem terapêutica.
e) clonagem reparadora.

3) Em 2012, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgou sua intenção de


trabalhar na clonagem de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, como é ocaso do lobo- guará,
da onça-pintada e do veado-catingueiro. Para tal, células desses animais seriam coletadas e
mantidas em bancos de germoplasma para posterior uso. Dessas células seriam retirados os
núcleos e inseridos em óvulos anucleados. Após um desenvolvimento inicial in vitro, os embriões
seriam transferidos para úteros de fêmeas da mesma espécie. Coma técnica da clonagem, espera-
se contribuir para a conservação da fauna do Cerrado e, se der certo, essa aplicação pode
expandir- se para outros biomas brasileiros.
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 8 mar. 2013 (adaptado).

A) gera clones haploides inférteis.


B) aumenta a possibilidade de mutantes.
C)leva a uma diminuição da variabilidade genética.
D)acarreta numa perda completa da variabilidade fenotípica.
E) amplia o número de indivíduos sem capacidade de realizar diferenciação celular.
4) Em sua opinião, qual a parte negativa da clonagem?

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FERTILIZAÇÃO IN VITRO

A reprodução humana assistida é um dos métodos mais tradicionais de procriação, auxiliando


aqueles que, por algum motivo, não conseguem realizar o projeto parental de modo natural. Um dos
métodos de reprodução humana assistida é a fertilização in vitro, a qual se faz através da junção de
material genético do homem e da mulher, criando em laboratório embriões que serão
implantados no útero, dando início a gestação. Para que ocorra sucesso no tratamento, são
produzidos embriões além do necessário, ou seja, embriões excedentários, que poderão ser
congelados, doados e até mesmo descartados.
Em 1978, a introdução da fertilização in vitro (sigla em inglês IVF) desencadeou intenso debate
ético sobre o uso de tecnologias inovadoras de reprodução, que se haviam deflagrado uma década
antes. Foram levantadas questões sobre se as técnicas prejudicariam crianças e pais e/ou
alterariam a compreensão sobre o significado de procriação, família e paternidade.
A controvérsia diminuiu gradualmente, quando bebês saudáveis nasceram por esses recursos:
em pelo menos oito países, comitês voltados à Ética e à Bioética emitiram declarações que
consideraram, em princípio, o uso de IVF “eticamente aceitável”, pela chance de permitir que casais
inférteis gerassem descendentes, até como extensão do modo natural de reprodução: embora
envolva a junção de espermatozoide e óvulo em uma placa de petri (recipiente usado em laboratório
para cultura de micro-organismos) ou em tubo de ensaio, uma vez implantados, os embriões
cumprem um período natural de gestação, que culmina no nascimento de bebês.
A reprodução humana assistida renovou a esperança dos que não podiam concluir com o
planejamento familiar de filiação, trazendo consigo inúmeros questionamentos quanto a ética na
pesquisa e na manipulação do material genético doado.
Os conflitos diminuíram ao se verificar que tais tecnologias, com exceção da inseminação artificial
por doador, levaram pessoas até então estéreis a terem seus próprios filhos genéticos. Além disso,
filhos gerados pelos novos métodos não se traduziram, então, em riscos às famílias nucleares e
tradicionalmente estruturadas.
Os desafios éticos voltaram à tona a partir da década de 1990, devido os avanços científicos,
aliados às mudanças de ambientes sociais e culturais: a intervenção humana no processo de
procriação tornou-se mais frequente, mais complexa, e altamente tecnológica.
Por exemplo, oocistos (gametas femininos que ainda não atingiram a maturidade) passaram a ser
removidos cirurgicamente de uma mulher e, após a fertilização, transferidos a outra. Mães
substitutas puderam ceder seus úteros a casais com quem não tinham conexão genética.
Embriões criados in vitro, a serem criopreservados e armazenados para uso nos próximos
anos por pais genéticos ou por desconhecidos – e por aí afora.

Dilemas éticos
Atualmente é difícil argumentar que tais métodos inovadores correspondem a meras extensões
do jeito natural de se reproduzir. Partenogênese (desenvolvimento de um ser vivo a partir de um
óvulo não fecundado); clonagem (processo utilizado para criar uma réplica geneticamente exata de
uma célula, tecido ou organismo), e ectogênese (conjunto de técnicas necessárias para produzir
bebês fora do corpo da mulher, isto é, úteros artificiais) já estão no horizonte científico.
Doadoras de óvulos, mães substitutas e doadores de esperma figuram como “auxiliares” aos que
não têm filhos de maneira natural. Novas formas de reprodução assistida são cada vez mais usadas
para gerar crianças sem vínculos hereditários ou genéticos com as famílias que as criarão.
Finalmente, tecnologias de reprodução assistida não são mais usadas exclusivamente no
contexto de famílias nucleares tradicionais: casais homossexuais e mulheres e homens
solteiros contam acesso a elas, o que leva grupos religiosos – e até alguns seculares – a
expressarem preocupações quanto ao enfraquecimento do compromisso mútuo familiar e o
bem-estar dos filhos resultantes de processos artificiais. Também na mira dos críticos está
eventual “uso indevido de recursos sanitários”, porque esses métodos não são empregados
somente na superação de problemas médicos, mas com a intenção de contornar limites
biológicos à paternidade.
Além disso, há quem veja o perigo de mercantilização de seres humanos e seus produtos
corporais: oferecer grandes quantias de dinheiro a terceiros, principalmente os mais carentes,
pode diminuir a voluntariedade de sua escolha em participar do processo. Lembrando: no
Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe que a cessão temporária de útero tenha
caráter lucrativo ou comercial.
Aqui vale lembrar outra questão ética importante: apenas poucas pessoas se beneficiam
das novas tecnologias reprodutivas: o acesso depende, entre outros, de fatores econômicos,
culturais, de raça e de classe social. Assim, seu uso tem potencial para ampliar ainda mais as
fronteiras econômicas e sociais entre ricos e pobres, e entre uma subcultura e outra.
No Brasil, não existe ainda nenhuma legislação que regulamente os procedimentos de
reprodução assistida. O único documento de que se dispõe para tanto é a Resolução 1358/923
do Conselho Federal de Medicina. Este, apesar de não ter força de lei, oferece as orientações
éticas para utilização das novas tecnologias reprodutivas nas clínicas de fertilização. Nesse
documento estão presentes algumas informações sobre o que os médicos estão permitidos ou
impedidos de fazer no uso das tecnologias reprodutivas.
Em uma análise das sessões dessa resolução, percebe-se uma tentativa de banalizar a
atividade médica quando da manipulação de gametas para fins reprodutivos. A utilização de
técnicas médicas para realização de procedimento de fecundação abriu uma série de novas
situações que impõem dilemas específicos, os quais demandam reflexão e regulamentação
ética para além dessa resolução. Diversos aspectos do uso das novas tecnologias
conceptivas, porém, encontram-se defasados nesse documento, como a assistência à
reprodução para casais não heterossexuais, a doação de embriões pré-implantados para
pesquisa científica e clonagem humana.
Atividades:

1) João e Maria recorreram a FIV após várias tentativas de engravidar sem sucesso. Foram
retirados 6 óvulos que foram fertilizados e congelados. Na primeira tentativa de fertilização,
foram implantados 2 óvulos. Após alguns dias, Maria descobriu que estava grávida, ou seja,
sua FIV havia positivado. Ela não tem interesse em implantar os outros óvulos e encaminhou-
os para descarte. Vamos refletir sobre a questão. Maria está cometendo algum crime? O que
você pensa a respeitos dos embriões que serão descartados?

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