Manual Boas Praticas Asma
Manual Boas Praticas Asma
Manual Boas Praticas Asma
asma
DIRECO-GERAL DA SADE Comisso de Coordenao do Programa Nacional de Controlo da Asma Revisto em Novembro 2007
INTRODUO
A Asma constitui um importante problema de sade pblica, uma vez que se trata de uma das doenas crnicas mais frequente na criana e no jovem. Com tendncia de crescimento da sua incidncia e prevalncia, a Asma uma importante causa de internamento hospitalar e, tambm, de sofrimento a vrios nveis, por vezes dirio e repetido, extensivo s famlias e grupos de pertena do doente, inserindo condicionamentos sua actividade normal e, portanto, sua qualidade de vida. O Programa Nacional de Controlo da Asma, baseado no Programa Mundial para a Asma - Global Initiative for Asthma - GINA (resultado do esforo conjunto do National Heart, Lung and Blood Institute e da Organizao Mundial de Sade) foi criado com o objectivo de reduzir, em Portugal, a prevalncia, morbilidade e mortalidade por Asma e melhorar a qualidade de vida e o bem-estar do doente asmtico. Torna-se, assim, fundamental melhorar a eficcia e a eficincia da prestao de cuidados de sade ao doente asmtico, de forma a melhor o habilitar e capacitar a autocontrolar a sua doena. neste contexto que surgem as presentes Normas de Boas Prticas na Asma, as quais, como instrumento do Programa Nacional de Controlo da Asma, devem ser encaradas como um auxiliar do profissional de sade na procura de melhores prticas profissionais na abordagem da Asma. Estas Normas, a actualizar sempre que o consenso cientfico recomende a abordagem de aspectos mais especficos da Asma, resultam do trabalho produzido no mbito da Comisso Para o Programa da Asma, criada pelo Despacho Ministerial N 6 536/99, de 1 de Abril, e traduzem o consenso e a validao cientfica do movimento GINA, da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clnica e da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, no que se refere aos novos conceitos de diagnstico e tratamento da Asma, assim como da Associao Portuguesa de Asmticos no que se refere ao desenvolvimento de competncias e capacidades no doente e na famlia para controlar a sua doena. Esperamos que o profissional de sade, no Centro de Sade ou no Hospital, encontre neste documento de carcter tcnico-normativo, agora reeditado pela Direco-Geral da Sade, pela necessidade de actualizao de novos conceitos e novos frmacos, um instrumento til que o ajude, sempre que necessrio, a prestar melhores cuidados de sade ao doente asmtico.
02.
INDICE
UM NOVO OLHAR SOBRE A ASMA COMO DIAGNOSTICAR A ASMA Isto Asma? Pontos Chave Como Utilizar o Debitmetro COMO CONTROLAR A ASMA Como Seleccionar a Medicao Como Abordar a Asma em degraus Glossrio de Medicamentos Tratamento da Asma a Longo Prazo para Lactentes e Crianas at aos 5 anos Tratamento da Asma a Longo Prazo em Adultos e Crianas de Idade Superior a 5 anos Como Tratar as Crises de Asma Critrios de Avaliao da Gravidade da Crise Asmtica Abordagem Extra-Hospitalar de uma Crise de Asma Abordagem Hospitalar de uma Crise de Asma COMO IDENTIFICAR E EVITAR FACTORES DESENCADEANTES DA ASMA A EDUCAO TERAPUTICA DO DOENTE ASMTICO COMO MONITORIZAR O TRATAMENTO PARA UM EFECTIVO CONTROLO DA ASMA A LONGO PRAZO Perguntas sobre a Monitorizao do Tratamento da Asma Factores Envolvidos na No Adeso ao Tratamento da Asma ADAPTAO INDIVIDUAL DAS NORMAS DE BOAS PRTICAS
06 10 11 12 14 16 17 19 21 27 31 39 41 43 44 46 50 54 56 57 60
04.
A prevalncia da asma tem vindo a aumentar a nvel mundial, nos ltimos anos, especialmente nas crianas. Apesar de todas as aces de divulgao e informao, a asma continua subdiagnosticada e subtratada. Existem, actualmente, novos mtodos para diagnosticar, tratar e controlar a asma e sabe-se que os custos da doena, a nvel individual e social, podem, hoje, ser minimizados. A educao e capacitao do doente asmtico contribuem, de forma decisiva, para o sucesso da teraputica. Por isso, uma melhor prtica do profissional de sade, que tenha em conta este aspecto, um dos pilares fundamentais em que assenta o xito de um Programa de Controlo da Asma. A asma uma doena inflamatria crnica das vias areas que, em indivduos susceptveis, origina episdios recorrentes de pieira, dispneia, aperto torcico e tosse particularmente nocturna ou no incio da manh, sintomas estes que esto geralmente associados a uma obstruo generalizada, mas varivel, das vias areas, a qual reversvel espontaneamente ou atravs de tratamento.
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No se esquea que
as crises de asma podem ser mortais, embora seja possvel preveni-las; as vias areas, cronicamente inflamadas, se tornam hiperreactivas e obstrudas, limitando o fluxo areo (atravs da broncoconstrio, rolhes de muco e aumento da inflamao) quando expostas a vrios estmulos ou factores desencadeantes; os factores desencadeantes mais comuns da asma, so: - infeces virais - alergnios, como os caros domsticos (no quarto de dormir, nas roupas de cama, nas alcatifas e nos colches), animais de plo, baratas, plen e fungos - fumo do tabaco - poluio atmosfrica - exerccio - emoes - irritantes qumicos - frmacos (aspirina e bloqueantes beta, entre outros) as crises de asma (ou exacerbaes) tm caracter episdico, mas a inflamao das vias areas crnica; a asma uma doena que requer tratamento a longo prazo. Para muitos doentes a asma significa o uso de medicamentos preventivos diariamente e para toda a vida; a asma pode mudar ao longo do tempo; as crises de asma podem pr a vida em risco; a asma pode ser ligeira, moderada ou grave;
08.
No se esquea que
a gravidade da asma varia entre os indivduos e pode variar num indivduo ao longo do tempo; a asma pode estar controlada, parcialmente controlada ou no controlada; as decises teraputicas assentam na gravidade e nos nveis de controlo da asma; a asma pode ser controlada de forma a que os doentes possam - prevenir os sintomas incmodos durante o dia e a noite evitar crises graves - necessitar de pouca ou nenhuma medicao de alvio - ter uma vida produtiva e fisicamente activa - ter uma funo respiratria normal, ou prxima do normal a asma pode ser prevenida: - nos lactentes com uma histria familiar de asma ou de atopia, muito provvel que evitando a exposio ao fumo do tabaco, a alguns alimentos, aos caros domsticos, alergenos dos animais domsticos e das baratas, se consiga evitar o desenvolvimento da doena; - nos adultos recomendvel evitar a exposio a produtos qumicos e a outros agressores ocupacionais no local de trabalho. importante que o doente tenha conscincia que a asma no motivo de vergonha. Atletas olmpicos, dirigentes polticos famosos e outras celebridades, para alm do cidado comum, vivem vidas perfeitamente normais e de sucesso, independentemente do facto de sofrerem de asma.
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Isto asma?
Considere o diagnstico de asma em presena de qualquer um dos seguintes sinais ou sintomas: Pieira Tosse com agravamento nocturno Pieira recorrente Dificuldade respiratria recorrente Aperto torcico recorrente Limitao reversvel e varivel do fluxo areo, atravs de medies do Peak Expiratory Flow PEF (Dbito Expiratrio Mximo Instantneo) com Peak Flow Meter (Debitmetro) ou Espirometria. o PEF aumenta mais de 20%, (ou 60 L/min) 15 ou 20 minutos aps inalao de um agonista-2 de curta aco ou o PEF sofre uma variao de mais de 20% comparativamente com os valores ao acordar, medidos 12 horas aps a ltima toma de broncodilatadores, (ou uma variao superior a 10% em doentes sem tratamento com broncodilatadores) ou o PEF decresce mais de 20%, 6 minutos aps o exerccio ou corrida
A espirometria o mtodo prefervel para medir a limitao de fluxo areo e sua reversibilidade, a fim de estabelecer um diagnstico de asma. Um aumento 12% (ou 200ml) no VEMS (volume expiratrio mximo no primeiro segundo), aps a administrao de um broncodilatador, indica limitao de fluxo areo reversvel compatvel com a asma (contudo, a maioria dos doentes com asma no apresentar reversibilidade em todas as avaliaes e recomendvel repetir o teste).
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No se esquea que
eczema, rinite alrgica ou histria familiar de asma, ou de doena atpica, esto frequentemente associados a asma; uma observao torcica normal no exclui a hiptese de asma.
No se esquea que
as crises de asma podem ser difceis de diagnosticar. Sintomas de asma como dispneia aguda, aperto torcico e pieira, tambm podem ser causados pelo "croup", pela bronquite aguda, por problemas cardiovasculares ou pela disfuno das cordas vocais; o uso da espirometria, a comprovao da reversibilidade dos sintomas com broncodilatadores e a histria de crise (se est relacionada, por exemplo, com exposies que habitualmente agravam a asma) ajudam a estabelecer o diagnstico; uma radiografia do trax pode ajudar a afastar a hiptese de pneumonia, de leses das vias areas de grande calibre, de insuficincia cardaca congestiva, de aspirao de corpo estranho ou de pneumotrax.
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14.
O valor dirio do PEF obtido ao longo de 2 a 3 semanas, quando disponvel, til para o estabelecimento do diagnstico e da teraputica. Se durante 2 ou 3 semanas o doente no conseguir atingir 80% do valor terico do PEF (estes valores constam de tabelas fornecidas com os Debitmetros), pode ser necessrio um perodo de corticosterides orais, para determinar qual o melhor valor pessoal. A monitorizao a longo prazo do PEF, acompanhado da reviso de sintomas, ser de grande utilidade para a avaliao da resposta ao tratamento. A monitorizao do PEF pode, igualmente, ajudar a detectar sinais precoces de agravamento de asma antes da ocorrncia de sintomas. Deve verificar-se, monitorizar-se e adaptar-se o tratamento para um controlo efectivo da asma a longo prazo.
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Novas abordagens teraputicas na asma podem ajudar os doentes a prevenir a maioria das crises, a permanecer livres de sintomas nocturnos e diurnos e a manterem-se fisicamente activos. Para conseguir o controlo da asma necessrio: Seleccionar a medicao mais adequada Abordar a asma a longo prazo Tratar as crises de asma Identificar e evitar os factores desencadeantes de agravamento Educar os doentes para o tratamento da sua doena Monitorizar e modificar os cuidados a ter com a doena numa perspectiva de controlo a longo prazo A maior parte dos doentes recorre ao mdico durante as crises. Para alm do tratamento destas, importante ajudar os doentes a aprenderem como prevenir crises futuras. Para muitos doentes, controlar a asma a longo prazo, significa tomar, sempre, medicao diria.
As cmaras expansoras facilitam o uso dos aerossis pressurizados, reduzem a absoro sistmica e os efeitos secundrios locais dos corticosterides inalados. Dever-se- seleccionar, para cada doente, o sistema de inalao mais adequado: As crianas com menos de 4 anos de idade devero usar um aerossol pressurizado (MDI), com uma cmara expansora e mscara facial ou um nebulizador. As crianas entre os 4 e os 6 anos de idade devero usar um aerossol pressurizado com uma cmara expansora ou, em caso de necessidade, um nebulizador. Para os doentes que usam cmara expansora, esta deve estar perfeitamente adaptada ao inalador. O tamanho da cmara deve aumentar medida que a criana cresce. Os doentes acima dos 6 anos de idade que apresentem dificuldades no uso dos aerossis pressurizados devem usar uma cmara expansora acoplada, um inalador activado pela inspirao, um inalador de p seco ou um nebulizador. Os inaladores de p seco requerem um fluxo inspiratrio que pode ser difcil de atingir em situaes de crise intensa e em crianas com menos de 5 anos de idade. Os doentes em crise aguda grave devem, preferencialmente, usar um aerossol pressurizado com cmara expansora ou um nebulizador. Os doentes e os elementos mais prximos da famlia devem ser ensinados a usar os inaladores. importante que se efectuem demonstraes na presena dos doentes, acompanhadas da distribuio de instrues ilustradas.
18.
No se esquea
que inaladores diferentes requerem diferentes tcnicas de inalao; de solicitar aos doentes, em cada consulta, que demonstrem como utilizam os inaladores, at que se assegure que o fazem correctamente;
Iniciar o tratamento no degrau mais apropriado ao grau de gravidade da asma e subir, se necessrio, de degrau.
No se esquea
Subir um degrau se o controlo atingido no for satisfatrio e mantido. Normalmente a melhoria dever verificar-se no espao de 1 ms. No entanto, antes de aumentar a medicao dever verificar a tcnica do doente na utilizao do inalador, a adeso teraputica instituda e se a evico dos alergnios e/ou desencadeantes foi conseguida. Baixar um degrau se o controlo da doena for sustentado por um perodo mnimo de 3 meses; fazer uma reduo gradual do tratamento por nveis ou degraus at ao mnimo de medicao necessrio para manter o controlo. Rever o tratamento cada 3 a 6 meses, uma vez atingido o controlo da asma. Referenciar o doente para um especialista de asma, no caso das condies clnicas se complicarem e no houver uma resposta ptima teraputica, ou em caso de ser necessrio um regime de tratamento de nvel 3 ou 4.
20.
Glossrio de Medicamentos
MEDICAO PREVENTIVA A LONGO PRAZO
Grupo
Corticosterides Adrenocorticides Glucocorticides
Nome do Genrico
Inalados (CI) Beclometasona Budesonido Ciclesonido Flunisolida Fluticasona Mometasona Triancinolona
Doses Usuais
A dose inicial depende no nvel de controle da asma e ser reduzida cada 2-3 meses at dose mnima eficaz
Para o controle dirio, utilizar a menor dose eficaz. 5-40mg de substncia equivalente prednisona, pela manh ou de dois em dois dias Nas crises graves 40-60mg diariamente em dose nica ou dividida em 2 doses para adultos ou 1-2mg/kg diariamente para crianas
Cromonas
Cromoglicato dissdico
2mg ou 5mg 2-4 inalaes 3-4 vezes ao dia. Nebulizador 20mg 3-4 vezes ao dia. 2mg/inalao 2-4 inalaes 2-4 vezes ao dia.
Nedocromil
Inalados Formoterol (F) Salmeterol (Sm) F: 1 ou 2 inalaes 2 vezes ao dia; Sm: 1 inalao 2 vezes ao dia
Comprimidos de aco longa Salbutamol (S) Terbutalina (T) S: 4mg a cada 12h T: 10mg a cada 12h
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Efeitos Secundrios
Comentrios
O risco pequeno, mas potencial, de efeitos colaterais deve ser pesado com os benefcios. O uso de cmaras expansoras e a lavagem da boca, aps a inalao, podem reduzir a candidase oral. As vrias formas no so equivalentes, nem em puffs, nem em mcg.
A longo prazo podem provocar osteoporose, diabetes, hipertenso arterial, cataratas, supresso suprarenal, obesidade, atrofia cutnea e fraqueza muscular. Ter em ateno a existncia de situaes que se podem agravar com os corticosterides orais como,por ex., infeces herpticas, varicela, tuberculose e hipertenso arterial.
Uso prolongado: doses matinais em dias alternados so menos txicas. Curto termo: cursos de 3-10 dias so eficazes para atingir o rpido controlo; administrar at que o PEF > 80% dos valor terico, ou at reverso dos sintomas.
Nenhuns conhecidos.
O Sm no deve ser usado no tratamento das crises. Usar sempre em combinao com a teraputica anti-inflamatria.
Os agonistas 2 podem causar estimulao cardiovascular, ansiedade, pirose, tremor muscular, cefaleias e hipocalimia.
Combinados com doses baixas-mdias de corticosterides inalados permitem um controlo mais eficaz do que doses altas de um corticosteride inalado isolado.
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Grupo
Combinao de Corticosterides inalados/Agonistas 2 de aco longa
Nome do Genrico
Inalados Fluticasona/ Salmeterol (F/Sm) Budesonido/ Formoterol (B/F)
Doses Usuais
F/Sm: 100, 250 ou 500mcg 1 inalao 2 vezes ao dia F/Sm: 50, 125 ou 250mcg 2 inalaes 2 vezes ao dia B/F: 320mcg/ 69mcg 1 inalao 2 vezes ao dia B/F: 80 ou 160mcg/ 4,5mcg 2 inalaes ao dia
Dose de ataque de 10mg/kg/dia com os 800mg mximos usuais divididos em 1-2 tomas
Anti-leucotrienos
Adultos: M 10mg qhs ( noite ao deitar); Z 20mg 2 vezes ao dia. Crianas: M5mg qhs (6-14 anos); M4mg qhs (2-5 anos); Z 20mg (7-11 anos) duas vezes ao dia.
Imunomoduladores
Omalizumab
Adultos: dose subcutnea a cada 2 a 4 semanas de acordo com o peso e a concentrao de IgE.
23.
Efeitos Secundrios
Comentrios
Na asma persistente, moderada ou grave a combinao pode ser mais eficaz que a duplicao da dose de CI (em alguns pases estratgia SMART (bud/form) evidncia A. As doses utilizadas esto dependentes do nvel de controle. Crianas dos 4-11 anos informao limitada Crianas < 4 anos ausncia de informao
Nuseas e vmitos so comuns. Ocorrem efeitos secundrios graves com altas concentraes plasmticas, incluindo taquicardia, convulses e arritmias.
frequentemente necessrio monitorizar a teofilinmia. A absoro e o metabolismo podem ser afectados por muitos factores, incluindo doena febril.
No esto referidos efeitos secundrios especficos nas doses recomendadas. Pode, no entanto, haver aumento das transaminases. Esto descritos alguns casos de hepatite reversvel e hiperbilirubinmia.
Os antileucotrienos so mais eficazes nas asmas persistentes ligeiras. Tm aco benfica quando associados aos CI embora no sejam to eficazes como os agonistas 2 de longa aco
24.
Designao
Agonistas-2 de aco curta Estimulantes- 2 Adrenrgicos Simpaticomimticos
Nome do Genrico
Doses Usuais
Existem diferenas de potncia, mas todos os produtos so basicamente comparados por inalao. Para o uso sintomtico prescrito de acordo com a necessidade e o tratamento antes do exerccio, 2 inalaes de IP ou 1 inalao de IPS. Para as crises de asma, 4-8 inalaes a cada 2-4h. possvel administrar a cada 20 min. com superviso mdica o equivalente a 5mg de salbutamol por nebulizador.
Anti-colinrgicos
4-6 inalaes de BI a cada 6h ou a cada 20 min no servio de urgncia. Nebulizador 500mcg a cada 20 min x 3; depois a cada 2-4h para adultos e 250-500mcg para crianas
Aminofilina
Adrenalina injectvel
Soluo 1: 1000 (1mg/ml) 0,01 mg/kg at 0,3-0,5mg, pode administrar a cada 20 min x 3
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Efeitos Secundrios
Comentrios
Inalados Os agonistas 2 tm efeitos adversos escassos nas doses recomendadas. Orais os agonistas 2 podem causar estimulao cardiovascular, tremor muscular, cefaleias e irritabilidade.
Frmaco de 1 linha para tratamento do broncospasmo agudo. A via inalatria tem um incio mais rpido e mais eficaz do que os comprimidos e os xaropes. O aumento do consumo, resposta insuficiente ou uso > 1 embalagem por ms significa ausncia de controlo da asma; h que ajustar a teraputica de longo termo. O uso de 2 embalagens/ms est associado a um aumento do risco de crise grave ou mesmo fatal
Pode causar efeitos suplementares ao dos agonistas- mas tm um incio de aco mais lento. uma alternativa para doentes com intolerncia aos agonistas- 2.
Naseas, vmitos e cefaleias. Em concentraes sricas mais elevadas: taquicardia, arritmia e convulses.
Pode considerar-se a teofilina se no houver agonistas- 2 disponveis. Pode ser necessrio monitorizar a teofilinmia.
Efeitos similares mas mais significativos do que os agonistas- 2. Adicionalmente, convulses, arrepios, febre e alucinaes. Hipertenso e vmitos em crianas
26.
Sintomas
DEGRAU 4 Asma Persistente Grave DEGRAU 3 Asma Persistente Moderada Limitao permanente da actividade fsica Dirios Uso dirio de agonistas-2 As crises afectam a actividade
Sintomas Nocturnos
Frequentes
> 2 vezes / ms
< 2 vezes / ms
.27
No se esquea
que a presena de uma das caractersticas de gravidade suficiente para colocar o doente nesse degrau.
Na reviso de Dezembro de 2006 o GINA sugere a classificao por nveis de controlo. NVEIS DE CONTROLO DA ASMA
Caractersticas
Sintomas diurnos
Controlada
Nenhum ( < 2 vezes / semana ) Nenhuma
Parcialmente Controlada
> 2 vezes / semana
No Controlada
Limitaes de actividades
Qualquer
Sintomas nocturnos / despertares Necessidade de Medicao de alvio Funo respiratria (FEV1 ou PEF) Exacerbaes
Nenhum
Qualquer
Normal
< 80% do melhor valor pessoal (se conhecido) > 1/ano* 1 em qualquer semana **
Nenhuma
* Qualquer exacerbao exige reviso do tratamento de manuteno para assegurar o adequado ** Por definio, uma exacerbao em qualquer semana torna a asma em no controlada
FEV1: forced expiratory volume in one second PEF: peak expiratory flow
28.
Agonistas-2 de aco curta inalados ou Brometo de ipratrpio ou agonistas-2 orais em comprimidos ou xarope necessrio, no excedendo 3-4 vezes/dia.
Medicao diria: Corticosterides inalados: ou * 200/400 mcg Cromoglicato (usar aerossol com cmara expansora e mscara facial ounebulizador).
Agonistas-2 de aco curta inalados ou Brometo de ipratrpio ou agonistas-2 orais em comprimidos, ou xarope, no excedendo 3-4 vezes/dia.
Desnecessrio.
Agonistas-2 de aco curta inalados ou Brometo de ipratrpio (com cmara expansora) ou agonistas-2 orais em comprimidos ou xarope no excedendo 3-vezes/semana. A intensidade do tratamento depende da gravidade da crise (ver quadro sobre o tratamento das crises).
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Descer um degrau O tratamento dever ser revisto cada 3 a 6 meses. Se o controlo da asma est mantido pelo menos h 2-3 meses, pode ser possvel uma reduo do tratamento. Subir um degrau Se o controlo da asma no for conseguido dever considerar-se uma subida de degrau do tratamento. No entanto, antes devero ser revistos a adeso do doente ao tratamento, a tcnica de administrao dos frmacos e o controlo de possveis factores ambientais.
Nota: Na reviso de Dezembro de 2006 o GiNA sugere o tratamento baseado nos nveis de controlo (vid pg. 36). Como leitura suplementar sugere-se: - Global Strategy for Asthma Management and Prevention - reviso de 2007 www.ginasthma.org
30.
No se esquea
que a presena de uma das caractersticas de gravidade suficiente para colocar o doente nesse degrau. de considerar um curto perodo de prednisolona, ou de doses elevadas de corticosterides inalados associados ao tratamento, que corresponde ao nvel inicial de gravidade da asma. Reduzir, depois, o tratamento para a menor quantidade de frmacos necessrios para manter o controlo.
Os factores desencadeantes da asma devem ser evitados, ou controlados, em qualquer dos nveis de gravidade.
.31
Sintomas
DEGRAU 4 Asma Persistente Grave Constantes. Actividade Fsica limitada. Constantes. Uso dirio de agonistas-2. As crises afectam a actividade.
Sintomas nocturnos
Frequentes.
PEF
< 60% do valor terico. Variabilidade > 30%.
A presena de uma das caractersticas de gravidade suficiente para colocar o doente nesse degrau. Os doentes podem ter crises graves seja qual for o nvel de gravidade mesmo na asma intermitente. Nestes grupos etrios deve ser considerada, igualmente, a classificao por nveis de controlo:
32.
Caractersticas
Sintomas diurnos
Controlada
Nenhum ( < 2 vezes / semana ) Nenhuma
Parcialmente Controlada
> 2 vezes / semana
No Controlada
Limitaes de actividades
Qualquer
Sintomas nocturnos / despertares Necessidade de Medicao de alvio Funo respiratria (FEV1 ou PEF) Exacerbaes
Nenhum
Qualquer
Normal
< 80% do melhor valor pessoal (se conhecido) > 1/ano* 1 em qualquer semana **
Nenhuma
* Qualquer exacerbao exige reviso do tratamento de manuteno para assegurar o adequado ** Por definio, uma exacerbao em qualquer semana torna a asma em no controlada
FEV1: forced expiratory volume in one second PEF: peak expiratory flow
No se esquea
que todos os tratamentos devem incluir o ensino do doente.
.33
Agonistas-2 de aco curta inalados sempre que necessrio, no excedendo as 3-4 vezes/dia
Agonistas-2 de aco curta inalados sempre que necessrio, para alvio dos sintomas, no excedendo as 3-4 vezes/dia
34.
Desnecessrio
Agonistas-2 de aco curta inalados, sempre que necessrio, para alvio dos sintomas, mas menos do que 1 vez/semana. A intensidade do tratamento depende da gravidade da crise de asma Agonistas-2 inalados ou Cromoglicato dissdico antes do exerccio ou da exposio a alergnio
Descer um degrau O tratamento dever ser revisto cada 3 a 6 meses. Se o controlo da asma est mantido, pelo menos h 2-3 meses, pode ser possvel uma reduo do tratamento. Subir um degrau Se o controlo da asma no for conseguido dever considerar-se uma subida de degrau do tratamento. No entanto, antes devero ser revistos a adeso do doente ao tratamento, a tcnica de administrao dos frmacos e o controlo de possveis factores ambientais.
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Tratamento Manter ou encontra o mais baixo degrau de controlo Considerar aumentar para atingir controlo Aumentar at atingir controlo Tratar como exacerbao
Diminuir Degrau 1
Aumentar
Degrau 2
Seleccionar uma
Acrescentar um ou ambos
Antileucotrieno
Antileucotrieno
Tratamento anti-IgE
36.
Os tratamentos de alvio alternativos incluem: anticolinrgicos inalatrios, agonistas-2 orais de aco curta, alguns agonistas-2 de aco longa, e teofilina de aco curta. Medicao regular com agonistas-2 de aco longa no aconselhada excepto se acompanhada pelo uso regular de glucocorticoides inalados
Nota: A literatura disponvel sobre o tratamento da asma na criana com idade igual ou inferior a 5 anos no fornece recomendaes detalhadas. Neste grupo etrio, o tratamento melhor documentado para controlo da asma, so os corticosterides inalados, e j no degrau 2 recomendado, como tratamento de controlo inicial, uma dose baixa de corticosterides por via inalatria.
Sobre a reviso acima citada vale a pena recordar vrios pontos: No que concerne a teraputica devero ser tidos em linha de conta os seguintes aspectos: Estudos recentes indicam a possibilidade de aumento do risco de mortalidade relacionada com a asma associado ao uso de agonistas-2 de aco longa num pequeno grupo de indivduos. Como resultado salientada a recomendao de no utilizar, na asma, agonistas-2 de aco longa em monoterapia. Esta medicao deve ser, apenas, usada em associao com a dose apropriada de corticosterides inalados Os agonistas-2 de aco longa no so mais indicados como opo teraputica adicional em nenhum degrau do tratamento excepto se acompanhados por corticosterides inalados. Os anti-leucotrienos adquirem um papel mais proeminente como teraputica de controlo da asma, particularmente no adulto. As cromonas, quando em monoterapia, deixam de ser consideradas como alternativa a doses baixas de glucocorticosterides inalados, nos adultos. As doses de glucocorticosterides inalados consideradas de igual potncia so apresentadas no quadro seguinte:
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Frmacos
Se a asma no est controlada com a teraputica prescrita, os nveis de tratamento devem ser aumentados at se atingir o controlo. Quando este for atingido, e mantido com sucesso, poder-se- reduzir o tratamento ao mnimo que mantm o doente controlado. O tratamento iniciado e ajustado num ciclo contnuo: avaliao do controlo da asma tratamento at obter o controlo monitorizao para manter o controlo. Dever ter-se em ateno que o aumento da medicao de alvio especialmente o uso dirio significa que o controlo da asma se est a deteriorar e que o tratamento deve ser reajustado. Para um tratamento eficaz realada a necessidade de uma parceria doente (e famlia) e profissionais de sade. O desenvolvimento de capacidade e competncias no doente e na famlia para controlar a asma a chave para um auto-controlo bem sucedido. introduzido o conceito de asmas de tratamento difcil. Os doentes com esta situao so, com frequncia, relativamente insensveis a aco dos glucocorticosterides, e muitas vezes no possvel atingir o nvel de controlo obtido nos outros asmticos. Aconselha-se, para informao adicional, a consulta do documento Global Strategy for Asthma Management and Prevention reviso de 2007, www.ginasthama .org.
38.
No administrar metilxantinas em utilizao conjunta com doses altas de agonistas-2 inalados, por no trazerem qualquer benefcio adicional e aumentarem o risco de efeitos secundrios. No entanto, as teofilinas podem ser usadas se os agonistas-2 inalados no se encontrarem disponveis. No caso de o doente j se encontrar medicado diariamente com teofilina, as concentraes sricas devero ser monitorizadas antes da adio de teofilinas de aco rpida.
No se esquea
que para o tratamento da crise de asma no so recomendadas as seguintes teraputicas: - Sedativos (estritamente proibidos) - Mucolticos (podem agravar a tosse) - Adrenalina (indicada em caso de anafilaxia e angioedema) - Sulfato de magnsio (sem efeito comprovado) - Antibiticos (excepto em casos com infeco bacteriana ou pneumonia associada)
As crises moderadas, semelhana das situaes graves, podem necessitar de assistncia hospitalar (ver quadro). As crises ligeiras podem ser tratadas no centro de sade ou no domiclio do doente, no caso de se dominar um plano teraputico que inclua a aconselhada abordagem por degraus (ver quadro).
No se esquea
que se deve monitorizar a resposta ao tratamento, avaliando os sintomas e sinais e, tanto quanto possvel, o PEF.
Em ambiente hospitalar deve avaliar-se a saturao de oxignio (Sa O2) e considerar a medio dos gases no sangue em doentes com dificuldade respiratria grave ou PEF < 30% do valor terico (ver quadro).
40.
Parmetro
Ligeira
Moderada
Grave
DISPNEIA
Consegue falar No lactente choro fraco e curto; dificuldade em se alimentar Prefere estar sentado
DISCURSO AGITAO
Palavras Geralmente Agitado Muito Aumentada (> 30cpm) Sim Movimento tracoabdominal paradoxal Sonolento / Confuso
FREQUNCIA RESPIRATRIA
Normalmente ausente
Sim
PULSO / MINUTO PEF APS BRONCODILA-T ADOR INICIAL % VALOR TERICO % MELHOR VALOR PESSOAL
100 - 200
> 120
Bradicardia
> 80%
+ 60 - 80%
< 60% do valor terico ou do melhor valor pessoal (100 L/mn nos adultos) ou resposta de durao inferior a 2 horas
.41
Parmetro
Ligeira
Moderada
Grave
> 60 mmHg
< 45 mmHg
> 95%
91-95%
< 90%
No se esquea que
A hipercapnia (hipoventilao) se desenvolve mais rapidamente nas crianas do que nos adultos e adolescentes. A presena de vrios parmetros, mas no necessariamente de todos, indicam a designao de crise. Internacionalmente usam-se os Kilopascals.
GUIA DAS FREQUNCIAS RESPIRATRIAS ASSOCIADAS DIFICULDADE RESPIRATRIA NAS CRIANAS ACORDADAS
Idade
< 2 meses 2 - 12 meses 1 - 5 anos 6 - 8 anos
Frequncia Normal
< 60 / mn < 50 / mn < 40 / mn < 30 / mn
42.
Fraca se
Os sintomas persistem ou pioram independentemente do tratamento inicial com agonistas-b2. O PEF inferior a 60% do valor terico, ou do melhor valor pessoal. Actuao: Adicionar corticosterides em comprimidos ou xarope. Repetir imediatamente os agonistas-2. Transporte imediato para servio de urgncia hospitalar.
O PEF superior a 80% do valor terico ou do melhor valor pessoal. Actuao: Dever continuar-se os agonistas-2 cada 3-4 horas durante 1-2 dias. Contactar o mdico assistente ou a enfermeira para instrues.
O PEF 60-80% do valor terico ou do melhor valor pessoal. Actuao: Adicionar corticosterides em comprimidos ou xarope. Continuar com os agonistas-2. Consultar o mdico assistente ou a enfermeira urgentemente para instrues.
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Internamento hospitalar
Agonistas-2 inalados +/- anticolinrgicos inalados. Corticosterides sistmicos. Oxignio. Considerar Aminofilina endovenosa. Monitorizao do PEF, saturao do O2, pulso e teofilinmia.
Internamento em UCI
Agonistas-2 inalados +/- anticolinrgicos inalados. Corticosterides inalados. Considerar agonistas-2 por via subcutnea, intramuscular ou endovenosa. Oxignio. Considerar Aminofilina endovenosa. Possvel intubao e ventilao mecnica.
Continuar tratamento com agonistas-2 inalados. Considerar, na maioria dos casos, corticosterides orais em comprimidos ou xarope. Educar o doente: Tomar a medicao correctamente. Rever o plano de tratamento. Controlo mdico constante.
Melhoria
O doente tem alta Se o PEF > 70% do valor terico / melhor pessoal e mantido com medicao oral ou inalada
Ausncia de melhoria
O doente internado na UCI Em caso de ausncia de melhoria num perodo de 6-12 horas
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Quando os doentes evitam a exposio aos factores desencadeantes, como alergnios e irritantes que agravam a asma, os sintomas e crises de asma podem ser evitados e a medicao reduzida.
FACTORES DESENCADEANTES MAIS COMUNS NA ASMA E ESTRATGIA DE EVICO
Desencadeante
Fumo do tabaco
(fumadores activos ou passivos)
Evico
Afastar-se do fumo do tabaco. Doentes e familiares no devem fumar. Evit-los se forem causadores de sintomas.
caros domsticos
(no visveis a olho nu) Medidas que podem ser recomendadas mas cujo benefcio clnico no est inequivocamente demonstrado
Lavar os cobertores e lenis da cama com gua quente todas as semanas e secar ao sol ou num secador de roupa. Envolver as almofadas e colches com capas protectoras anti-caros. Retirar carpetes ou alcatifas principalmente do quarto de dormir. Evitar sofs ou cadeiras forradas com tecido. Se possvel usar aspirador com filtros.
Alergia barata
Medidas que podem ser recomendadas mas cujo benefcio clnico no est inequivocamente demonstrado
Limpar a casa com frequncia. Usar pesticidas em aerossol, mas, certificar-se, que o doente no se encontra em casa.
Fechar as portas e janelas. O doente deve manter-se em casa em pocas de maior concentrao de plen e fungos.
Fungos do interior
Medidas que podem ser recomendadas mas cujo benefcio clnico no est inequivocamente demonstrado
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No se esquea que
quando os doentes reduzem a exposio ao fumo do tabaco, ou aos caros domsticos, no esto apenas a ajudarem-se a si prprios, mas, igualmente, aos seus familiares. Pode prevenir-se o aparecimento de asma, especialmente nos lactentes; a imunoterapia especfica para o tratamento de alergias ao plen (gramneas ou outros), caros domsticos, plos e faneras de animais ou fungos de ambiente Alternaria, dever ser considerada quando a evico aos alergnios no possvel, ou as teraputicas institudas no conseguem controlar os sintomas da asma. A imunoterapia especfica dever ser sempre administrada por especialistas de asma.
Tenha em ateno situaes especiais como: gravidez; patologia ORL: rinite, sinusite, polipose; infeces respiratrias; refluxo gastro-esofgico; intervenes cirrgicas; entre outras.
48.
Com a ajuda do profissional de sade, assim como de outros elementos da equipa de sade, os doentes devem ser activamente envolvidos no controlo da sua prpria asma e na preveno de situaes de crise, podendo, assim, viver de forma activa e produtiva. Com a ajuda do profissional de sade, os doentes com asma devem aprender a: tomar os medicamentos correctamente compreender as diferenas entre o alvio imediato da crise e o tratamento preventivo a longo prazo evitar factores desencadeantes monitorizar o estado da sua asma, reconhecer os sintomas e, se possvel, analisar os valores do seu PEF reconhecer os sinais de agravamento e tomar as medidas necessrias procurar a ajuda mdica adequada O profissional de sade, trabalhando em conjunto com o doente, dever estabelecer um plano escrito de controlo e tratamento da asma, que seja no apenas medicamente apropriado, mas igualmente prtico e acessvel. Um plano de controlo e tratamento da asma, dever contemplar nveis de preveno para o controlo a longo prazo quais os factores desencadeantes da asma a evitar qual a medicao a tomar diariamente Deve seguir-se um escalonamento das aces para dominar as crises: Reconhecer o agravamento da asma. Listar os indicadores, tais como aumento da tosse, aperto torcico, pieira, dificuldade respiratria, perturbao do sono ou medies do PEF (quando abaixo do melhor valor pessoal, aumentar o uso de medicao). Tratar o agravamento da asma. Ter presente os nomes e doses dos broncodilatadores de alvio rpido e dos corticosterides orais quando se usarem. Procurar ajuda mdica, como e quando. Ter presente os indicadores, tais como sensao de pnico, uma crise de incio sbito, dificuldade respiratria em repouso ou com a fala, leituras de PEF abaixo dum nvel especificado, ou uma histria de crises graves.
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Ter presente o nome, morada e nmero de telefone do consultrio do mdico assistente. Os mtodos educativos devem ser apropriados ao doente. Devem ser usados vrios mtodos, como a discusso com o profissional de sade, demonstraes, materiais escritos, audio-visuais e grupos de entre-ajuda. A educao contnua, em cada encontro com o doente, a chave do sucesso em todos os aspectos da abordagem da asma.
52.
Como monitorizar e modificar o tratamento para um efectivo controlo de asma a longo prazo
COMO MONITORIZAR E MODIFICAR O TRATAMENTO PARA UM EFECTIVO CONTROLO DA ASMA A LONGO PRAZO
O controlo da asma requer cuidados e monitorizao contnua e a longo prazo. A monitorizao inclui a reviso dos sintomas e, sempre que possvel, avaliaes da funo respiratria. A monitorizao do PEF em cada consulta, ( prefervel a espirometria, mas nem sempre est disponvel), juntamente com a reviso de sintomas, ajuda na avaliao da resposta do doente teraputica e ao ajuste da teraputica de acordo com esses valores. Um PEF estabilizado, acima dos 80% do melhor valor pessoal, sugere um bom controlo. A monitorizao do PEF, a longo prazo e em situaes de maior gravidade, pode ajudar os doentes a reconhecer os sintomas precoces de agravamento da asma (PEF inferior a 80% do melhor valor pessoal) antes dos sintomas surgirem. Os doentes podem actuar, de imediato, de acordo com o plano de tratamento, para evitar crises graves. A monitorizao do PEF, em casa, nem sempre prtica corrente ou possvel. Para doentes que no tm a percepo dos sintomas e para aqueles que j foram hospitalizados, a monitorizao em casa uma prioridade. Encontros regulares com o mdico, com 1 a 6 meses de intervalo, conforme a situao, so essenciais, mesmo depois do doente conseguir controlar a sua asma. A adeso ao plano de tratamento aumenta quando o doente tem oportunidade de falar das suas preocupaes, medos e expectativas relacionadas com a asma.
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COMO MONITORIZAR E MODIFICAR O TRATAMENTO PARA UM EFECTIVO CONTROLO DA ASMA A LONGO PRAZO
Perguntar ao doente
Acordou durante a noite com asma? Tem participado nas suas actividades fsicas habituais? Teve necessidade de mais medicao de alvio do que habitualmente? Teve necessidade de recorrer a um servio de urgncia? O seu PEF tem estado abaixo do seu melhor valor?
Aces a considerar
Assegure-se, primeiro, da adeso do doente ao tratamento. Ajuste a medicao e o plano de tratamento s necessidades do doente.
Perguntar ao doente
Como faz a sua medicao? ou
Aces a considerar
Demonstrar como se executa a tcnica correctamente Fazer com que o doente repita sua frente
O DOENTE EST A TOMAR A MEDICAO E A EVITAR OS FACTORES DE RISCO DE ACORDO COM O PLANO DE TRATAMENTO?
Perguntar ao doente
Agora que vamos planear o seu tratamento, diga-me com que frequncia faz realmente a medicao. Que dificuldades encontrou ao seguir o plano de tratamento ou a tomar a medicao? Durante o ltimo ms, alguma vez parou a medicao por se ter sentido melhor?
Aces a considerar
Ajustar o plano de modo a torn-lo mais prtico. Resolver com o doente as dificuldades encontradas no cumprimento do plano teraputico.
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COMO MONITORIZAR E MODIFICAR O TRATAMENTO PARA UM EFECTIVO CONTROLO DA ASMA A LONGO PRAZO
Perguntar ao doente
Que preocupaes tem acerca da asma, dos frmacos ou do plano de tratamento?
Aces a considerar
Providencie instrues adicionais para aliviar as preocupaes e a abordagem para ultrapassar as barreiras.
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COMO MONITORIZAR E MODIFICAR O TRATAMENTO PARA UM EFECTIVO CONTROLO DA ASMA A LONGO PRAZO
No se esquea
que os objectivos a atingir com o tratamento a longo prazo, so: Ausncia de sintomas incluindo sintomas nocturnos. Ausncia de episdios, ou crises de asma. Ausncia de visitas ao mdico ou ao hospital. Ausncia de necessidade de agonistas-2 de alvio rpido. Ausncia de limitaes actividade fsica e ao exerccio. Funo respiratria normal. Efeitos colaterais da medicao ausentes ou mnimos.
58.
Os recursos locais e os comportamentos individuais do profissional de sade determinam o modo como vo ser aplicadas as presentes normas de boas prticas, as quais dependem da forma como: avalia a prevalncia e custos da asma na sua comunidade considera o custo da medicao, dos cuidados assistenciais e da asma no controlada, como, por exemplo, hospitalizaes, perda de produtividade, absentismo escolar ou laboral, perturbaes familiares e fraca qualidade de vida considera as medidas de preveno da asma, especialmente em lactentes numa famlia com histria de atopia escolhe os tratamentos e os medicamentos, com base nos recursos do doente, nos riscos e benefcios dos diferentes tratamentos e na relao custo/eficcia desenvolve apropriadamente os materiais educativos
Uma prtica profissional, para melhor acompanhar o doente asmtico, surge quando: o profissional de sade rev as normas de boas prticas e as adapta s suas condies de trabalho so periodicamente desenvolvidos programas locais de formao ou actualizao na abordagem da asma o profissional de sade tem o cuidado de, em cada encontro com o doente asmtico, actualizar os registos o profissional de sade avalia periodicamente os seus registos, de forma a detectar reas de actuao que necessitem de correco de acordo com as normas de boa prtica
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Documento elaborado a partir da adaptao do Global Strategy for Asthma Management and Prevention, do National Hearth, Lung and Blood Institute e da World Health Organization por Coordenao do Programa Nacional de Controlo da Asma Coordenao Nacional do GINA Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clnica Sociedade Portuguesa de Pneumologia Associao Portuguesa de Asmticos e Direco-Geral da Sade
Direco-Geral da Sade Al. D. Afonso Henriques, 45 1049-005 Lisboa Tel: 21 843 05 00 . Fax: 21 843 05 30/31 emai: geral@dgs.pt web: www.dgs.pt