TCC - Marina Santana Da Silva
TCC - Marina Santana Da Silva
TCC - Marina Santana Da Silva
RECIFE
2023
MARINA SANTANA DA SILVA
RECIFE
2023
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do programa de geração automática do SIB/UFPE
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
____________________________________________
O presente Trabalho de Conclusão de Curso, tem como tema o aumento dos índices
de violência doméstica contra mulheres, uma expressão da questão social, no
contexto pandêmico, sobretudo a partir da análise de dados referentes ao estado de
Pernambuco. Discute-se que a medida sanitária de distanciamento social – a qual,
entre outros fatores, rebateu na menor comunicação e circulação das mulheres em
ambientes externos, permanência quase que ininterrupta e solitária com o potencial
agressor favoreceu o aumento dos casos de violência doméstica. O objetivo geral do
estudo foi identificar nexos causais entre o distanciamento social e o aumento dos
casos de violência doméstica no estado de Pernambuco. Quanto aos objetivos
específicos da pesquisa foram definidos os seguintes: debater sobre a violência
contra a mulher com enfoque no contexto pandêmico, como fenômeno presente na
sociedade capitalista e uma das várias expressões da questão social; identificar
ações de enfrentamento à violência contra a mulher no estado de Pernambuco
durante a pandemia. Metodologicamente, tomamos por base o método materialista
histórico dialético de Marx, a fim de desvelar as determinações sociais da violência
doméstica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com uso dos procedimentos de
levantamento bibliográfico e da pesquisa documental. Os resultados, com base nos
dados analisados, apontaram o aumento dos casos de violência doméstica contra
mulheres, feminicídios e transfeminicídios em Pernambuco no contexto pandêmico.
Os dados levantados evidenciam que a maioria dos casos de violências foram
praticados contra vítimas do sexo feminino, entre 20 e 29 anos, pardas, com ensino
fundamental incompleto. Em relação a mulheres com deficiência, as mais
vitimizadas são as que possuem deficiência física. Foram identificadas medidas de
enfrentamento nos âmbitos dos governos municipal e estadual. Outrossim, o Serviço
Social atuou no atendimento a mulheres em situação de violências na pandemia.
This Course Completion Work has as its theme the increase in the rates of domestic
violence against women, an expression of the social issue, in the pandemic context,
especially from the analysis of data referring to the state of Pernambuco. It is argued
that the sanitary measure of social distancing – which, among other factors, reflected
in the lower communication and circulation of women in external environments,
almost uninterrupted and solitary stay with the potential aggressor, favored the
increase in cases of domestic violence. The general objective of the study was to
identify causal links between social distancing and the increase in cases of domestic
violence in the state of Pernambuco. As for the specific objectives of the research,
the following were defined: to discuss violence against women with a focus on the
pandemic context, as a phenomenon present in capitalist society and one of the
various expressions of the social question; identify actions to combat violence
against women in the state of Pernambuco during the pandemic. Methodologically,
we take Marx's historical dialectical materialist method as a basis, in order to unveil
the social determinations of domestic violence. This is a qualitative research, using
bibliographic survey procedures and documentary research. The results, based on
the analyzed data, pointed to an increase in cases of domestic violence against
women, feminicides and transfeminicides in Pernambuco in the pandemic context.
The data collected show that most cases of violence were committed against female
victims, between 20 and 29 years old, brown, with incomplete primary education. In
relation to women with disabilities, the most victimized are those with physical
disabilities. Coping measures were identified at the municipal and state government
levels. Furthermore, the Social Service acted to assist women in situations of
violence during the pandemic.
1 INTRODUÇÃO 12
2 VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES: ELEMENTOS PARA O DEBATE 15
2.1 VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES NA SOCIABILIDADE BURGUESA 15
2.2 TIPOLOGIAS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES 21
3 ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHERES EM
PERNAMBUCO NO CONTEXTO PANDÊMICO 25
3.1 PANDEMIA E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHERES 25
3.2 PANDEMIA DA COVID-19 E ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA CONTRA MULHERES EM PERNAMBUCO 37
3.3 SERVIÇO SOCIAL NO ATENDIMENTO À MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIAS: PRÁTICA PROFISSIONAL E PRODUÇÃO CIENTÍFICA 41
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 48
5 REFERÊNCIAS 50
12
1 INTRODUÇÃO
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) objetiva debater sobre as violências
praticadas contra mulheres no estado de Pernambuco no contexto da pandemia da
covid-19. As violências contra as mulheres são consideradas uma violação dos
direitos humanos, além de serem uma das várias expressões da questão social. A
questão social é o principal objeto de trabalho da/do assistente social, profissional
cuja atuação é ancorada, conforme o Código de Ética Profissional e o projeto
ético-político da profissão, na defesa intransigente de direitos. Conceituada por
Iamamoto (2015) como a expressão das desigualdades inerentes ao processo
acumulativo e dos efeitos produzidos por ele e manifesta em múltiplas expressões,
entre as quais as violências.
Nossa aproximação com a temática aconteceu no percurso formativo da
graduação, sobretudo a partir de estudos realizados nas disciplinas de Introdução ao
Serviço Social e Saúde, gênero e violência, as quais permitiram um aprofundamento
maior sobre as violências. Além dos estudos, o aprofundamento do conhecimento
sobre o tema central se deu mediante participação em eventos, palestras e cursos
de formação complementar. Para mais, a realização do Estágio Curricular
Obrigatório, permitiu-nos o conhecimento de casos de violências contra mulheres
relatados no cotidiano profissional.
Mota e Augusto (2021) pontuam que a violência contra a mulher é um
fenômeno mundial, salientando seu efeito danoso sobre uma parcela significativa da
população. Para as autoras, o fenômeno demanda atenção do poder público e da
sociedade civil devido às consequências e aos impactos causados na vida e na
saúde das mulheres e, muitas vezes, de crianças e adolescentes.
Marques et al. (2020) abordam o aumento dos casos de violências no
contexto pandêmico, citam a preocupação de pesquisadores/as, organizações
internacionais e governamentais, destacada nas mídias. O lar, segundo os autores,
acabou se tornando um lugar de abuso e de medo gerando fatores que contribuíram
na vulnerabilidade das mulheres as situações de violências, onde:
[...] as medidas emergenciais necessárias para lutar contra a COVID-19
aumentaram o trabalho doméstico e o cuidado com crianças, idosos e
familiares doentes. Restrições de movimento, limitações financeiras e
insegurança generalizada também encorajam os abusadores, dando-lhes
poder e controle adicionais. [...] No âmbito relacional, o tempo de
convivência com o agressor é crucial. Ademais, ao se reduzir o contato
social da vítima com amigos e familiares, reduzem-se as possibilidades de a
13
mulher criar e/ou fortalecer uma rede social de apoio, buscar ajuda e sair da
situação de violência (MARQUES ET AL, 2020, p. 02).
O distanciamento social, necessário como medida sanitária de contenção do
coronavírus, gerou a restrição de movimento, diminuição da renda, desemprego,
insegurança atrelada ao medo da morte iminente, redução da rede de apoio das
mulheres e estresse, potencializando fatores desencadeadores de violências. Em
Pernambuco, como será apresentado no trabalho, os índices de violência contra
mulheres cresceram, apesar da estimativa de que persistiram os problemas de
subnotificação e de denúncias não protocoladas no período. O isolamento social foi
a estratégia utilizada para combater a doença, mas produziu rebatimentos na vida
das mulheres. O tempo ininterrupto de convívio das mulheres com as/os
agressoras/es, elevaram as dimensões das violências sofridas pelas mulheres na
pandemia, inclusive do feminicídio, sendo necessário intervenção do governo
estadual na elaboração de ações emergenciais para seu enfrentamento.
O trabalho teve como objetivo geral identificar nexos causais entre o
distanciamento social e o aumento dos casos de violência doméstica no estado de
Pernambuco. Quanto aos objetivos específicos, foram definidos os seguintes:
debater sobre a violência contra a mulher com enfoque no contexto pandêmico,
como fenômeno presente na sociedade capitalista e uma das várias expressões da
questão social; identificar ações de enfrentamento à violência contra a mulher no
estado de Pernambuco durante a pandemia.
Metodologicamente, o estudo tomou por base o método materialista histórico
dialético de Marx, cuja característica é considerar a aparência do fenômeno,
conhecendo o objeto em sua essência a partir de análises críticas sucessivas do real
(NETTO, 2011). Dessa forma, foi realizada a pesquisa qualitativa que está centrada
no universo dos significados, motivações, crenças, aspirações, valores e atitudes,
sem necessitar do apoio de dados estatísticos (MINAYO, 2009; TRIVIÑOS, 1987).
Quanto aos procedimentos metodológicos foram realizados o levantamento
bibliográfico: pesquisa em textos, livros e trabalhos acadêmicos que tratam da
temática central, com destaque de autoras/es do Serviço Social, Ciência Sociais,
Filosofia e Psicologia.
A pesquisa documental, definiu como corpus os seguintes documentos: Lei
11.340/2006; Lei 14.022/2020; Leis municipais da Cidade do Recife: Lei
18.690/2020; Decreto nº 34.408/2021 e a Lei nº 18.815/2021. Foram utilizados 01
documento da Secretaria da Mulher de Pernambuco, intitulado Anuário Biênio
14
1
O uso das aspas na escrita dessa palavra, segundo Munanga (2010), se justifica pela ausência da tranquilidade
no uso científico do termo, Kergoat (2010) argumenta acerca dessa utilização ao considerá-la uma categoria
socialmente construída. Para a autora, tal construção é resultante de discriminação e de produção ideológica,
pois a palavra possui uma carga social e histórica, esta solução não é convincente, pois os debates em torno
dessa questão não conseguiram estabelecer uma alternativa teórica e ideologicamente consensual.
16
quanto dimensões subjetivas, fruto das ações dos sujeitos na construção da história”
(IAMAMOTO, 2015, p. 156). Nesse sentido, a autora afirma que a questão social se
expressa na sociedade por meio das desigualdades econômicas, políticas, culturais
entre as classes, com mediações disparadas das relações de gênero; não se trata
apenas da distinção existente entre quem é rico ou pobre, mas assume o caráter de
classe que constitui as relações sociais; argumenta, ainda, que as várias expressões
da questão social possuírem características étnico-raciais e formações regionais
(IAMAMOTO, 2015). Corrobora Cisne e Santos (2018, p. 99) ao afirmarem que a
questão social tem “[...] a consolidação da sociedade de classes e se acirram as
contradições, explorações, conflitos, resistências, lutas e antagonismos de classe”.
Considerando essa teorização, é possível afirmar que as expressões da questão
social no Brasil apresentam particularidades muito ligadas ao racismo e ao
patriarcado, sendo estes sistemas estruturantes de nossa formação sócio-histórica.
A dinâmica capitalista na formação do Brasil imprimiu essas particularidades com
base na exploração patriarcal escravista, que, segundo Cisne e Santos (2018),
possui implicações culturais, políticas e sociais. A dominação patriarcal “[...]
consolida o poder de mando ao patriarca, a quem se devota pessoalmente uma
cultura de obediência e submissão que está para além das leis e normas abstratas e
impessoais do Estado” (CISNE; SANTOS, 2018, p. 100). Com isso, é importante
destacar o fato de a dominação patriarcal na sociedade capitalista ter contribuído
para a dominação e submissão das mulheres no âmbito privado, utilizando a
violência como um dos mecanismos de poder.
As violências são mundiais, multifacetadas, de complexa conceituação e
carregadas de polissemia, apesar de ter aparente neutralidade. Costuma envolver
conflitos de autoridade, lutas de poder, vontade de dominar, posse e aniquilamento,
segundo Minayo (2006). O conceito da violência é controverso e a justificativa se dá
com a “[...] cautela ao tratar da violência, ´[...] pois não existe “a” violência, mas
muitas, diversas, postas em distintas funções [...]” (MISSE, 2008 apud JUBÉ;
CAVALCANTE; CASTRO, 2016, p. 02). Para a maioria das teorizações feministas, a
violência contra as mulheres é entendida como violência de gênero; há posições que
ressaltam a base patriarcal e, no campo do Serviço Social, as relações sociais de
sexo como veremos mais adiante.
Melo (2007) afirma que as violências podem ser classificadas como estrutural,
econômica, social, religiosa, institucional, policial, podendo atingir pessoas ou
17
inalienáveis do ser humano. É uma forma de tortura que, embora não seja
praticada diretamente por agentes do Estado, é reconhecida como violação
dos direitos humanos desde à Conferência Mundial de Direitos Humanos
realizada em Viena (Áustria) em 1993, isto porque cabe ao Estado garantir
segurança pública, [...], para a população feminina (TELES; MELO, 2012, p.
21).
As autoras consideram essas violências uma forma de discriminação muito
grave ao evidenciar a violação dos direitos humanos das mulheres, atingindo sua
cidadania, tendo como motivação primordial seu pertencimento de sexo-gênero. As
violências contra as mulheres, para Cisne e Santos (2018) derivam da estrutura da
relação social do patriarcado, ao se apropriar do corpo e da vida das mulheres em
múltiplos sentidos. É evidente salientar que a apropriação do corpo e da vida das
mulheres ocorre por meio da dominação, tal ação se dá através de várias formas
distintas, seja ela explícita ou não, colocando-as em uma situação de
vulnerabilidade. A violência “[...] é reflexo das relações patriarcais, [...] que provocam
violações e explorações em âmbito estrutural [...]” (CISNE; SANTOS, 2018, p. 70).
Na sociedade capitalista, segundo Prisco (2018), os gêneros são produzidos
através das relações de poder, constituindo como um recurso utilizado pelos homens
para manter o status e o privilégio social. O gênero é “[...] uma categoria elaborada
por conflitos, na qual se estabelece a dominação de um sexo sobre o outro em uma
sociedade dinâmica e contraditória” (DUARTE; ALVES; SOUSA, 2016, p. 05). Nesse
sentido, o conceito de gênero é muito aberto e cultural; costuma apresentar a
diferença da forma da construção social dos sexos com status diferentes dos
homens e das mulheres (SAFFIOTI, 2004; DUARTE; ALVES; SOUSA, 2016). Para
Saffioti (2004) não está resumido a uma categoria de análise, mas a uma categoria
histórica que exige investigação intelectual. Para Scott (2016) o gênero é uma
categoria social utilizada para designar as relações sociais de sexo, com ênfase em
um sistema de relações sem determinar a sexualidade de forma direta. O gênero,
segundo Scott (2016), se refere aos domínios estruturais e ideológicos implicados
nas relações sociais de sexo.
Na produção hegemônica no campo do Serviço Social, o conceito de gênero é
criticado por Cisne e Santos (2018) ao afirmar que:
O conceito de gênero necessita, portanto, de uma análise crítica não
apenas pela dualidade que induz ao tendenciar a dicotomia sexo/gênero,
natural/social, obscurecendo o caráter histórico de categorias como sexo e
corpo. O [...] conceito de gênero reside na ocultação da hierarquia e dos
antagonismos materiais existentes entre os sexos. Essa ocultação ocorre
porque, hegemonicamente, os estudos de gênero não são desenvolvidos de
forma relacional aos sistemas de exploração, notadamente, de classe
(CISNE; SANTOS, 2018, p. 50).
20
entre outros e, conforme o Artigo 3º, todos os direitos das mulheres devem ser
garantidos por meio de políticas públicas direcionadas ao combate à violência, cujo
dever é destinado a família, ao Estado e a sociedade (BRASIL, 2006).
As tipologias das violências cometidas contra as mulheres, segundo a Lei Maria
da Penha, são a violência doméstica, familiar e suas formas de materialização como
violências física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. A violência doméstica e
familiar contra a mulher se caracteriza por qualquer ação ou omissão com base no
gênero, causando morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psíquico, dano moral ou
patrimonial (BRASIL, 2006). O Artigo 5º da Lei Maria da Penha reconhece como
violência doméstica, aquela que ocorre no ambiente doméstico, podendo
configurar-se por vínculo familiar e nas relações íntimas de afeto; esta ocorre
quando o agressor convive ou já tenha convivido com a mulher, independentemente
de morar no mesmo local ou não (BRASIL, 2006).
No debate teórico, Saffioti (2004) pontua características da violência doméstica
contra as mulheres, destacando a rotinização atrelada a codependência
estabelecida no relacionamento; a autora aborda a necessidade de intervenção
externa para a ruptura da violência doméstica contra as mulheres, pois o fenômeno
acontece, quase sempre, na relação afetiva com muitos elementos dificultadores à
superação. A violência doméstica, segundo Teles e Melo (2012) acontece dentro de
casa, nas relações familiares, podendo ser entre pais e filhos, jovens e pessoas
idosas. As autoras a diferenciam da violência intrafamiliar como a que acontece fora
do ambiente doméstico, mas é praticada entre membros familiares.
Seguindo a tipificação criminal da Lei Maria da Penha, a violência psicológica é
definida, no segundo inciso do Artigo 7º, como:
[...] qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou
que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
violação da sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito
de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação (BRASIL, 2006, p. 01).
A violência psicológica causa danos à saúde mental da mulher com prejuízos
diretos na autoestima, tendo em vista o exercício do controle, dominação do
comportamento, das crenças e das decisões da mulher. Tal violência quase sempre
está presente nas demais manifestações das violências contra as mulheres, pela
possível conjugação da humilhação, manipulação, ameaça e isolamento (CISNE;
23
Escola 40 19
Indústria/Construção 10 07
29
Habitação Coletiva 62 60
A tabela acima foi produzida com base nos dados levantados no Sistema de
Informações de Agravo e Notificação (SINAN) coletados por meio do sítio eletrônico.
A grande parcela dos casos de violências nas residências, põe em xeque a
concepção da casa como lugar de refúgio; na pandemia acabou sendo paradoxal
para as mulheres, segundo Nascimento e Nascimento (2021). As autoras salientam
o fato de o confinamento ter proporcionado para as mulheres a possibilidade de se
prevenir contra o vírus letal, mas as deixou mais vulneráveis às violências e ao
feminicídio. Corroborando com nosso debate e reforçando a premência da defesa
das mulheres, no que se refere ao sexo das vítimas de violências no contexto da
pandemia, a maioria era do sexo feminino, confome segue abaixo.
Tabela 4 - Notificações de violência interpessoal/autoprovocada
em Pernambuco por sexo
Indígena 30 29 73
Fonte: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
A tabela foi elaborada com base nos dados fornecidos pelo sistema de dados
do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania por meio do sítio eletrônico do
governo federal. A tabela mostra que os registros de denúncias de violências
perpetradas contra mulheres em Pernambuco foram maiores para a população
parda e branca, cujos registros das notificações foram aumentando anualmente. No
que tange a faixa etária das mulheres vítimas de violência maioria tem entre 20 a 29
anos de idade, conforme segue a tabela abaixo.
Tabela 6 - Violência interpessoal/autoprovocada em Pernambuco por faixa etária
Faixa etária Quantitativo de Quantitativo de notificações
notificações em 2020 em 2021
A tabela elaborada com base nos dados do SINAN mostra que a maioria dos
casos notificados de violências cometidas contra mulheres em Pernambuco foi
predominante entre jovens do sexo feminino. No que se refere ao grau de instrução
das vítimas de violências no estado, a maioria possui o ensino fundamental
incompleto. Nesse sentido, tal fato evidencia a necessidade de o Estado assegurar
os direitos das mulheres a terem uma educação de qualidade, tendo em vista que
este é um direito constitucional.
Tabela 7 – Grau de instrução das mulheres vítimas de violências
GRAU DE 2020 2021 2022
INSTRUÇÃO
Pós-graduação 42 57 74
Mestrado 02 08 10
Doutorado 40 07 12
Pós-doutorado 29 14 40
Fonte: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
A tabela produzida com base nos dados divulgados pelo Ministério no sítio
eletrônico aponta que os casos de violências ocorreram com aquelas, cujo grau de
instrução relativa à escolaridade é incompleto. Conforme os dados do Ministério, ao
analisar a renda das mulheres, nota-se que a faixa de renda da população feminina
em Pernambuco é de até 1 salário-mínimo, conforme a tabela.
Tabela 8 - Faixa de renda das vítimas do sexo feminino em Pernambuco por ano
5 a 15 60 132 60
salários-mínimos
33
Mais de 15 08 23 06
salários-mínimos
Ex-namorado 93 76 95
Namorado/a 70 56 83
Ex-esposa 04 04 73
Fonte: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
34
Auditiva/surdez 19 49 43
Autismo 00 00 06
Múltipla 08 15 11
Fonte: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
A tabela produzida com base nos dados do MDHC revela que as violações
cometidas no contexto da pandemia em Pernambuco contra mulheres com
deficiência, vitimou sobretudo mulheres que possuem deficiência física. Almeida
(2011) fala sobre as violências contra mulheres com deficiências, desvelando o fato
delas sofrerem o mesmo tipo de violência em relação às que não têm. A autora
evidencia a não visualização das mulheres com deficiências nos estudos de gênero,
o que pode indicar o não reconhecimento da sua condição particular e da falta de
acesso a direitos sociais.
No que tange a crimes cometidos contra mulheres no estado, segundo os
dados publicados pela Secretaria de Defesa Social do estado de Pernambuco
35
Ameaça 12.650
Calúnia 191
Cárcere privado 38
Dano 1.755
Difamação 904
Estupro 170
Injúria 4.607
2
O Artigo 217 do Código Penal Brasileiro prevê o crime de estupro de vulnerável a prática de relação
sexual contra pessoa menor de 14 anos de idade, com enfermidade, deficiência mental ou quando a
vítima não tem condições de oferecer resistência (BRASIL, 1940). Outrossim, em relação aos crimes
praticados contra as mulheres, é importante frisar que a ocorrência dos casos registrados de estupro
de vulnerável foram contra meninas entre 0 a 12 anos de idade. Conforme os microdados
disponibilizados pela SDS/PE, foram observados registros de violências contra adolescentes,
mulheres entre 18 até 59 anos e alguns casos contra mulheres idosas com 60 anos de idade ou mais.
Contudo, não foi possível trazer os dados relativos aos crimes cometidos em 2021 e 2022 em tempo
hábil devido a alta demanda da sistematização dos dados secundários, porém estes já foram
disponibilizados pela Secretaria.
36
2020 82
2021 101
A tabela foi produzida por Ramos e outros autores (2022), com base nos
dados publicados pelo Fórum de Segurança Pública, o qual mostra aumento
significativo dos registros de feminicídios e transfeminícidos no estado. Tal fato,
desvela as violências praticadas contra as mulheres trans/travestis sob a justificativa
da condição de gênero, sendo imprescindível a necessidade de políticas públicas
direcionadas para sua proteção.
No que se refere à faixa etária das vítimas de feminicídio, a maioria tem entre
18 a 24 anos de idade, conforme dos dados levantados pelo Jornal do Commercio,
conforme segue.
Tabela 13 – Faixa etária das mulheres vítimas de feminicídio no estado em 2021
FAIXA ETÁRIA QUANTITATIVO
Até 17 anos 26
18 a 24 anos 47
25 a 29 anos 40
30 a 34 anos 38
35 a 64 anos 75
65 anos ou mais 10
Fonte: Jornal do Commercio.
A tabela produzida a partir das notícias publicadas pelo Jornal do Commercio,
apresenta a faixa etária jovem das mulheres vítimas de feminicídio em Pernambuco.
No que se trata da tipologia de violências cometidas contra mulheres em
37
Feminicídio 91
Violência sexual/estupro 18
Tortura/cárcere privado/sequestro 09
Agressão verbal/ameaça 07
Transfeminicídio 10
Fonte: Ramos et al.
2020 317
2021 453
Fonte: Secretaria da Mulher de Pernambuco.
A tabela foi produzida com base nas informações do Anuário Biênio
2021/2022 disponibilizado no site da Secretaria da Mulher de Pernambuco.
Conforme a tabela acima, em 2021 houve aumento do atendimento dado às
mulheres em situação de violências na Rede de Proteção estadual no contexto
pandêmico. Segundo a Secretaria da Mulher de Pernambuco (2021), a Patrulha
Maria da Penha foi implantada em 26 Áreas Integradas de Segurança (AIS), cuja
ação foi realizada no âmbito municipal. Desse modo, para a Secretaria da Mulher de
Pernambuco (2021, p, 109) a Patrulha Maria da Penha foi “[...] implantada em 2021
nos municípios de Agrestina, Buíque, Igarassu, Paudalho, Passira, Petrolândia,
Serra Talhada, Toritama e Vicência”. Na pandemia, a Secretaria atendeu no total
cerca de 172 mulheres na modalidade remota e realizou o cadastro de 45 mulheres
para o 190 Mulher (SECRETARIA DA MULHER DE PERNAMBUCO, 2021). Outra
medida realizada pela Secretaria foi a criação do Aplicativo 190 Mulher, que em
2020 cerca de 601 mulheres foram cadastradas e houve 716 cadastros em 2021.
41
Para Costa e Vieira (2022) a análise da questão social tornou-se uma pauta
teórica importante para o Serviço Social desde o processo de intenção de ruptura
com o tradicionalismo, com vistas à atuação profissional crítica. Nessa esteira,
compreender as várias expressões da questão social foi uma exigência, incluindo
estudos sobre as violências contra mulheres pois “[...] historicamente foi naturalizada
e individualizada no Brasil” (COSTA; VIEIRA, 2022, p. 10). Salientam a necessidade
de destrinchar os fundamentos e o conceito relativo à questão social, tendo em
conta que essas violências “[...] se conectam com elementos estruturais do modo de
produção capitalista [...] fruto das relações de gênero patriarcais e de relações
étnico-raciais racistas [...]” (COSTA; VIEIRA, 2022, p. 10).
Feitosa e Lima (2018) falam da violência contra a mulher ter se tornado uma
expressão da questão social muito recorrente na sociedade, salientado o fato de ter
se tornado alvo de políticas públicas de prevenção e combate pelo Estado. Ao
analisarem a exploração do trabalho feminino na sociedade capitalista, pontuam que
não se limita à produção de mercadorias, estando presente na reprodução do
trabalho doméstico das mulheres sem a produção da mais-valia. Admitem que as
violências contra mulheres estão presentes desde os tempos remotos anteriores ao
capitalismo, podendo até existir desde o surgimento da humanidade. É nesse bojo
que as autoras argumentam acerca da desigualdade existente entre homens e
mulheres na contemporaneidade ao exemplificar a inferioridade feminina existente
na Grécia. Além da desigualdade, as expressões da questão social e as violências
contra as mulheres se tornaram muito importantes para o Serviço Social e, seja
como área de conhecimento ou como profissão3, assistentes sociais atuam nos
espaços socio-ocupacionais que compõem as redes de atendimento a mulheres em
situação de violências, ofertadas nas políticas públicas de Assistência Social,
Educação, Justiça e Segurança Pública, Saúde, além de cargos de assessoria,
planejamento e gestão governamental em Ministérios, Secretarias e Gerências
específicas ao trato da questão.
Com isso, é de suma importância ao exercício profissional de assistentes
sociais, desvelar elementos determinantes para compreensão, a fim de apreender a
3
Referência ao artigo da Profª Ana Elizabete Mota: Serviço Social brasileiro: profissão e área do
conhecimento. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rk/a/9kN3x6tySLZWBNGKsHk4rbS/?format=pdf&lang=pt#:~:text=O%20Servi%
C3%A7o%20Social%20%C3%A9%20uma,profiss%C3%A3o%20n%C3%A3o%20impede%20que%20
seus Acesso em: 24 abr. 2023.
44
totalidade significativa da vida do sujeito [...], sem descartar sua correlação com as
inúmeras situações e expressividades observadas” (AMARO, 2003, p. 15). Lisboa e
Pinheiro (2005) argumentam as situações em que ocorre a visita domiciliar as
mulheres, principalmente diante de demandas relativas ao trabalho com famílias.
Além disso, as autoras citam a visita domiciliar no processo de guarda das crianças
e, também, no caso da/do profissional necessitar fazer abordagem da vizinhança a
fim de acompanhar a situação das mulheres. Nesse sentido, Lisboa (2014) salienta
a necessidade de estabelecer as articulações com as Redes de Serviço para a
mulher e os seus filhos serem atendidos nos projetos e programas da Política de
Assistência Social. A autora pontua, ainda, o acompanhamento da usuária junto com
os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e com os Centros de
Referência Especializados de Assistência Social (CREAS); cita, também, a mudança
da escola das crianças no período de abrigamento das mulheres.
A atuação do Serviço Social no atendimento de mulheres acontece por meio
da reunião com a equipe multiprofissional, conforme segue:
As reuniões com a equipe multiprofissional – de assistentes sociais,
psicólogos, médicos, enfermeiros, advogados e outros – são decisivas para
o encaminhamento correto das situações de violência. O assistente social
[...] é o primeiro contato das pessoas que chegam às instituições, realiza a
primeira entrevista, faz visitas e elabora um estudo social, emitindo parecer
(em caso de solicitação do juiz) e procedendo aos encaminhamentos
(LISBOA; PINHEIRO, 2005, p. 206).
É evidente pontuar que o trabalho da/do assistente social está articulado em
rede junto com outros profissionais da saúde e de áreas correlatas no atendimento
de mulheres em situação de violências. Lisboa (2014) argumenta acerca da
necessidade das/dos profissionais buscarem formas de interação com aqueles que
integram a equipe. Lisboa e Pinheiro (2005) fazem a crítica relativa ao trabalho das
instituições, os quais deveriam estar articulados em rede para o melhor atendimento
às mulheres. Desse modo, as autoras citam as Delegacias Especializadas de
Atendimento à Mulher (DEAMs), os Centros de Atendimento, hospitais, Instituto
Médico Legal (IML), Casas Abrigos, entre outros. A atuação da/do profissional, nos
termos de Biella (2005) é referente ao combate e a erradicação das violências que é
exercido nos espaços sócio-ocupacionais públicos ou privados. Silveira (2022) fala
que o trabalho da/do assistente social deve ter ações e estratégias de prevenção, a
fim de minimizar os altos índices de violência doméstica. A autora cita o desafio no
cotidiano profissional de assistentes sociais que é o acolhimento e o abrigo para as
mulheres em situação de violências, a fim de evitar novas ocorrências desse fato.
46
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O contexto pandêmico ocasionou mudanças profundas nas relações sociais,
bem como explicitou de forma inequívoca a ordem predatória do capital – seu
padrão de opressão e exploração de classe. Não restou dúvida de que tal padrão
incide sobre a classe trabalhadora, marcadamente sobre seus setores mais
pauperizados e vulnerabilizados; neste bojo encontram-se milhares de mulheres,
particularmente mulheres negras habitantes de territórios periféricos que foram
duramente afetadas durante a pandemia e vivenciaram ainda mais agudamente o
desemprego, a insegurança alimentar e nutricional e as muitas violações de direitos
a que estão expostas historicamente no Brasil desde os primórdios de sua formação.
As violências contra mulheres, sobretudo as direcionadas a mulheres
trabalhadoras, pobres e negras, ampliou-se nesse contexto. As estratégias de
contenção do novo coronavírus, especialmente a adoção do confinamento social,
ademais de sua importância e fundamental necessidade, deixou as mulheres mais
suscetíveis a situações de violências no cenário doméstico, sendo a diminuição da
renda familiar pela suspensão de atividades econômicas informais – trabalho que
enquadra a maior parte dos/das trabalhadores/as mais precarizados/as - e o
convívio direto com as/os potenciais agressoras/es se tornaram os principais fatores
desencadeadores de violências. Além disso, tal fato se complexificou em
Pernambuco haja vista o aumento e a subnotificação dos casos de violências contra
mulheres.
Nesse sentido, a relação da pandemia com as violências contra as mulheres
se dá pela diminuição da rede de apoio, do estresse atrelado ao convívio direto com
agressoras/res seja nas relações intrafamiliares ou de afeto íntimo. É válido salientar
que na sociabilidade capitalista as relações sexo-gênero, as relações sociais de
sexo baseadas no patriarcado contribuem para manutenção dos mecanismos de
dominação feminina. Destarte cabe, também, destacar a divisão racial e sexual do
trabalho cujo fator é intrínseco ao racismo que coloca as mulheres pretas em maior
condição de subalternidade e mais expostas a todos os tipos de violências. No bojo
da sociabilidade capitalista surgem as expressões da questão social, sendo as
violências perpetradas contra as mulheres uma dessas expressões.
Quanto ao estado de Pernambuco e o contexto pandêmico, os dados
analisados evidenciam o aumento muito significativo dos casos de violências e
violações praticada contra as mulheres. É imprescindível frisar que no respectivo
49
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