Folclore
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Lenda do Curupira
Protetor das florestas, plantas e animais silvestres.
É uma das lendas mais populares e antigas do país. Há relatos sobre o curupira que remontam o
século XVI.
O "demônio da floresta", como também é chamado, é uma entidade sobrenatural que habita as
florestas, assumindo a responsabilidade de proteger a fauna e a flora do ataque de caçadores.
Essa criatura é caracterizada por ter o corpo coberto de pelos vermelhos, dentes verdes e os pés
virados para trás.
Essa última peculiaridade é usada para enganar as pessoas que tentam segui-lo. Elas acabam por se
confundir ao olhar para as pegadas que indicam o caminho ao contrário daquele que o curupira de
fato seguiu.
A lenda ainda conta que o curupira tem a aparência de um menino. Apesar de terem o mesmo
objetivo de proteger a floresta (e entre alguns povos, ambos terem os pés virados para trás), o
curupira e a caipora não são exatamente a mesma criatura.
A caipora é considerado um ser mitológico tupi-guarani.
Lenda do boto-cor-de-rosa
Criatura capaz de engravidar as mulheres e desaparecer.
Também de origem indígena e bastante popular na região amazônica, o boto seria um animal
mágico (parecido com um golfinho) que, durante as festividades juninas, transforma-se em um
homem muito bonito, comunicativo e conquistador.
Quando está em sua forma humana, o boto fica totalmente vestido de branco e com um grande
chapéu. Esse chapéu é usado para esconder o buraco que tem na cabeça, que são as narinas do
animal que não desaparecem com a transformação.
A lenda diz que o boto escolhe a moça mais bonita da festa para seduzir, depois a leva para o fundo
do rio, onde a engravida. No passado era comum se dizer que quando a mulher engravidava
misteriosamente, a culpa era do boto.
A narrativa fantástica sobre o boto-cor-de-rosa tentava justificar os casos de gravidez fora ou antes
do casamento, especialmente nas comunidades ribeirinhas da região amazônica. Era também uma
forma de tentar esconder ou camuflar possíveis abusos contra jovens e meninas.
Lenda do saci-pererê
Personagem do folclore mais popular no país, o saci-pererê é um menino negro que usa um gorro
vermelho, fuma cachimbo e tem somente uma perna. O saci teria perdido a sua perna em uma luta
de capoeira.
Ao contrário das outras lendas, a história do saci teria a sua origem nos grupos indígenas do sul do
Brasil. No entanto, com a popularidade do mito, existem versões da lenda em todas as regiões do
país e também na Argentina e no Uruguai.
O saci mora nas florestas, e adora fazer pegadinhas para assustar as pessoas que entram em seu
habitat sem a sua autorização.
Lenda da cuca
Ela é descrita como uma bruxa de aparência velha, com cabeça de jacaré e garras grandes.
A lenda conta que a cuca habita as florestas e gosta de raptar crianças desobedientes. Quem for pego
pela cuca é usado como ingrediente para as refeições da criatura maléfica.
A origem da cuca estaria no folclore galego-português, que possuía uma espécie de dragão que
também devorava crianças rebeldes.
O escritor Monteiro Lobato (1882 - 1948) foi um dos principais responsáveis em disseminar a lenda
da cuca por todo o Brasil, através das histórias da obra Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Lenda da mula-sem-cabeça
Uma mulher que foi amaldiçoada por ter tido uma relação com um padre.
A criatura sobrenatural é descrita como uma mula que solta fogo por onde deveria estar a sua
cabeça.
Essa lenda tem um cunho moral e machista forte, pois representa a punição pela quebra da castidade
das mulheres. Toda mulher que se apaixonasse ou tivesse relações com um padre seria transformada
em mula-sem-cabeça.
Outras versões da história dizem que a mulher que tiver relações com algum homem (namorado,
principalmente) antes do casamento, será enfeitiçada como mula sem cabeça.
Ainda segundo a história popular, a mula-sem-cabeça corre pelos campos e florestas soltando
relinchos muito altos, assustando pessoas e animais por onde passa.
A origem da lenda é europeia, especialmente de Portugal e Espanha. A sua popularidade no Brasil é
evidente, assim como em outros países da América Latina, como o México e a Argentina.
Lenda da Iara (mãe d'água)
Soltar pipa
Também conhecida como "empinar papagaio" ou "soltar rabiola", a pipa é um objeto feito a partir
de varetas e papel de seda (ou plástico, em alguns casos).
O objetivo é fazer a pipa levantar voo e manter o objeto no céu, fazendo várias acrobacias
divertidas, que são controladas através de uma linha.
Pega-pega
Essa brincadeira precisa de no mínimo dois participantes. Existem muitas variantes do jogo, mas a
mais conhecida é a seguinte:
1. Escolhe-se uma pessoa para ser o "pegador".
2. Os outros participantes devem correr e evitar serem tocados pelo "pegador".
3. Quem for pego, passa a ser o "pegador", tendo que tocar em outra pessoa para transmitir a
função.
Outra versão diz que quem for pego pelo "pegador" deve sair do jogo. O último participante que
sobrar na brincadeira será o vencedor.
Esconde-esconde
É brincadeira de grupo. As pessoas devem escolher uma para procurar, enquanto as demais se
escondem:
1. A pessoa escolhida para procurar deve contar até um número definido pelo grupo, com os
olhos fechados ou vendados.
2. Os demais participantes devem se esconder.
3. Ao terminar de contar, a pessoa que vai procurar deve gritar: "quem se escondeu, se
escondeu. Quem não se escondeu, lá vou eu!"
4. Quando encontrar alguém, tanto quem estava a procura, como quem foi encontrado, deve
correr e bater no lugar onde a brincadeira começou (onde se contou).
5. Se a pessoa que estava escondida tocar primeiro no lugar inicial do jogo, então ela ganha e o
"procurador" deve começar a procura novamente.
6. Se quem estava a procura tocar no lugar do início do jogo primeiro, a pessoa que foi
encontrada será quem irá procurar pelo grupo a partir de então.
Essa é apenas uma versão da brincadeira. Existem vários outros modos de brincar de esconde-
esconde.
Vaca-amarela
Também é uma brincadeira de grupo. Antes de começar, os participantes devem recitar o seguinte
poema: "vaca amarela pulou a janela, quem falar come o cocô dela".
A partir desse momento, todos devem ficar em silêncio, sem emitir nenhum tipo de som. Cada
participante pode tentar provocar os demais, para que deem uma risada, por exemplo. O primeiro
que falar ou fazer algum som, perde a brincadeira.
Cabra-cega ou cobra-cega
Um participante é vendado e deve tentar procurar os demais sem conseguir ver. A primeira pessoa
que for tocada pela "cabra-cega" deve assumir essa posição, trocando de lugar com quem estava
vendado.
Amarelinha
Para brincar de amarelinha é preciso fazer um desenho no chão (normalmente usando giz). A figura
deve ter dez quadrados, intercalados entre um e dois (veja a imagem abaixo):
1. Cada jogador deve atirar uma pedra para dentro do quadrado, em sequência. Ou seja,
começa-se atirando no 1, depois no 2, 3, 4 e assim sucessivamente.
2. O participante não pode pisar no quadrado onde está a pedra. Se a pedra está no quadrado 4,
a pessoa deve saltar do número 3 para o 5.
3. Um detalhe importante: somente um pé deve pisar dentro de cada quadrado. Se pisar fora do
quadrado ou com os dois pés em um só número, a pessoa "queima a amarelinha" e deve
começar tudo desde o início.
4. Quem conseguir atingir o 10 ou "céu" primeiro, vence.
Boca de Forno
Nessa brincadeira há duas funções: o mestre e os súditos. Antes de começar os participantes devem
recitar um breve poema.
• Mestre diz: "Boca de forno"
• Súditos dizem: "Forno"
• Mestre: "Jacarandá"
• Súditos: "Dá"
• Mestre: "Vão fazer tudo o que o mestre mandar?"
• Súditos: "Vamos"
• Mestre: "E se não fizer?"
• Súditos: "Leva bolo"
Após o poema, o mestre começa a desafiar os demais participantes a cumprir uma série de tarefas.
O primeiro que finalizar a ordem do mestre, ganha e os demais levam palmadas nas mãos (o
conhecido "bolo").
Festa Junina
As festas juninas são uma tradição de origem portuguesa e são comuns em todo o Brasil. A região
nordeste é conhecida por ter as maiores e mais bonitas festas juninas.
Apesar de também ser chamada de "Festa de São João", as festas juninas acontecem em
comemoração aos três principais santos da quadra junina: Santo Antônio (13 de junho), São João
(24 de junho) e São Pedro (29 de junho).
As festas juninas podem variar ligeiramente de região para região, mas os elementos típicos comuns
são as vestimentas quadriculadas e "caipiras", a dança quadrilha, bandeirinhas coloridas e comidas
típicas como quentão, canjica (ou mingau de milho), milho cozinho e vários tipos de bolo, como de
fubá e bolo podre.
Também fazem parte da tradição das festas juninas, os balões e as fogueiras. Porém, devido ao
perigo de acidentes, não devem ser usados.
Folia de Reis
A Folia de Reis também é uma festa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil durante o período
de colonização. Essa celebração comemora a visita dos três reis magos ao menino Jesus após o seu
nascimento, de acordo com os relatos bíblicos.
Durante a festa, acontecem cortejos nas ruas, onde se tocam instrumentos musicais, usa-se roupas
coloridas e dançam durante o percurso. Os participantes do cortejo visitam as casas das pessoas de
sua comunidade, para representar a visita dos reis magos ao menino Jesus.
Essa festividade é mais comum nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia.
Carnaval
O carnaval teve sua origem na Antiguidade, era uma festa em homenagem aos deuses. Com a
ascensão do cristianismo, passou a ser conhecido como a festa que antecede a Páscoa. Chegou ao
Brasil por meio dos colonizadores portugueses.
No Brasil, as tradições da comemoração portuguesa se misturaram com os ritmos e danças trazidas
pelos africanos que foram escravizados.
As festas de carnaval no Brasil são realizadas em todo o país. É a maior comemoração popular do
país. As festas mais tradicionais acontecem no nordeste: em Recife, Olinda e Salvador, e no sudeste:
no Rio de Janeiro, com os desfiles das Escolas de Samba e os famosos blocos de rua.
Congada
A congada é uma festa religiosa, com bases no cristianismo e nas religiões de matriz africana. É
comemorada em vários lugares do Brasil e faz uma homenagem aos santos negros, vistos como
ancestrais africanos que protegiam as pessoas escravizadas.
A lenda do Chico Rei também é comemorada na congada. Chico Rei teria sido um rei africano, do
Congo, que foi capturado, junto com a sua família, e trazido ao Brasil para ser escravizado.
A história conta que Chico Rei viveu em Minas Gerais e conseguiu comprar a sua liberdade, a do
filho e de mais de duzentas pessoas escravizadas com ouro.
Durante a congada também acontece a dança que simboliza a coroação do rei do Congo.
Lavagem do Bonfim
A lavagem da escadaria da Igreja do Senhor do Bonfim, na Bahia, acontece na quinta-feira antes do
segundo domingo depois do Dia de Reis. É uma festa religiosa, que reúne candomblecistas e
católicos.
A tradição da lavagem da escadaria começou no século XVIII quando as pessoas negras
escravizadas eram obrigadas a lavar a igreja para as festividades em homenagem ao Senhor do
Bonfim.
Com o sincretismo religioso, as pessoas escravizadas passaram a ver na lavagem uma espécie de
cerimônia em homenagem à Oxalá. Além da lavagem, há também um grande cortejo durante a festa
que reúne milhares de pessoas.
Samba de Roda
O samba de roda é uma herança do período da escravidão no Brasil, originalmente realizado em
culto aos orixás e caboclos, no Recôncavo Baiano.
Esse gênero musical passou a ser muito apreciado no Rio de Janeiro e, graças aos grandes nomes do
samba, tornou-se um gosto nacional. O cavaquinho, a cuíca, o pandeiro, o chocalho, entre outros
instrumentos de percussão, são fundamentais para o samba de roda.
Ciranda
Oriunda do estado de Pernambuco, essa é uma dança típica das mulheres dos pescadores. De acordo
com a tradição, elas dançavam a ciranda enquanto esperavam que seus maridos voltassem do mar.
Os cirandeiros formam uma grande roda, dançando em ritmo lento e marcando o passo com pisadas
fortes no chão. A dança pode ser simples (dois passos para trás e dois para frente) ou coreografada.
Maracatu
Também tem a sua origem no estado de Pernambuco. Baseado na cultura africana, o maracatu é
considerado um ritmo musical, ritual e dança.
Existem dois tipos de Maracatu: maracatu nação e maracatu rural, sendo que o primeiro é o mais
antigo e popular em Recife. Já o segundo tem como característica o caboclo de lança como um
personagem central da manifestação.
Quadrilha
No Brasil, a quadrilha é a dança folclórica típica das festas juninas. O estilo é inspirado nos
tradicionais bailes aristocráticos da Inglaterra e da França do século XVIII. Foi trazida ao Brasil
pela elite dos colonizadores portugueses, mas passou a ser imitada pela população.
A dança foi adaptada aos costumes e danças locais, sendo também associada aos festejos dos santos
da quadra junina.
Dançada em grupo, a quadrilha segue uma coreografia tradicional, executada por pares de
dançarinos. Ainda existe a presença do narrador, que tem o objetivo de animar e orientar a dança ao
recitar versos e frases populares.
Mesmo sendo comum em todo o país, as quadrilhas costumam ser mais apreciadas nas regiões
nordeste e norte.
Frevo
É um ritmo típico do carnaval de rua e de salão da cidade de Recife, em Pernambuco. Tem
andamento rápido e coreografia individual, marcados por instrumentos de sopro que compõem a
fanfarra.
O frevo é considerado uma mistura de vários estilos diferentes de dança, como o ballet e a capoeira.
O uso de pequenas sombrinhas durante a dança é outra particularidade.
Existem três tipos diferentes de frevo: frevo de rua, frevo-canção e o frevo-de-bloco.
Carimbó
Oriundo da região amazônica, o Carimbó é um estilo de dança muito popular no estado do Pará. A
sua composição é resultado da mistura de elementos culturais dos indígenas amazônidas, dos
africanos e dos portugueses.
Os dançarinos usam um traje típico (com tecidos coloridos, longos e com estampas florais) e
dançam em círculo. Enquanto giram e simulam um constante cortejo entre ambos, os dançarinos
podem bater palmas, bater os pés ou fazer outros movimentos corporais (como curvar o corpo,
enquanto marca o seu passo com um pé na frente do outro, ou levantar os braços).
Fonte:
https://mundoeeducação.uol.com.br/folclore
https://www.significados.com.br/folclore-brasileiro
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