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Região Vila Toninho - Diagnóstico Socioterritorial

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1

Diagnóstico Socioterritorial
EXPEDIENTE
Prefeito │Edinho Araújo
Vice-Prefeito│ Orlando Bolçone
Secretária Municipal de Assistência Social │Helena Marangoni

Secretaria Municipal de Assistência Social


Assessora de Secretária│Carla Ávila dos Santos
Assessora Especial │Eliana Cristina Lechado Guizzi
Assessora│Edimara Carrasco
Coordenadoria de Gestão│Cláudia Jaqueline Bortoloto Franco
Departamento Administrativo e de Execução Orçamentária │Walquíria de Arruda Correa
Departamento de Gestão de Cadastro Único, Benefícios e Transferência de
Renda│Renata Correa Leite de Oliveira
Divisão de Gestão Operacional│Danilo Numer de Santana
Departamento de Gestão de Repasse de Recursos Públicos│Fernanda Paula Magossi
Arado
Departamento de Proteção Social Básica│ Fernanda dos Santos
Departamento de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade│Janaina
Darli Duarte Simão
Departamento de Gestão do Trabalho do SUAS│Kleber de Mascarenhas Navas
Departamento de Vigilância Socioassistencial │Vanessa Gimenez Ferreira
Coordenação Diagnóstico Socioterritorial: Vanessa Gimenez Ferreira

Equipe de apoio Departamento de Vigilância Socioassistencial: Adriano Marra, Ana


Augusta Silva de Oliveira, André Stéfano Balbino Debiagi, Caroline da Silva Vissechi Maia,
Cláudia Jaqueline Bortoloto Franco, Geis de Oliveira Benevides, Isabella Caroline Malerba,
Liliani Mendonça Rodas, Luana Cristina Candian de Souza, Patrícia Lisboa Ribeiro Bernussi,
Rafaela Yepes Moro.

Revisão do Diagnóstico Socioterritorial: Cláudia Jaqueline Bortoloto Franco, Geis de


Oliveira Benevides, Márcia Aparecida Gonçalves, Patrícia Lisboa Ribeiro Bernussi e Vanessa
Gimenez Ferreira.

Facilitadoras: Caroline da Silva Vissechi Maia, Fabiana Izilda Funiceli Laredondo, Fernanda,
Paula Magossi Arado, Geis de Oliveira Benevides, Klymene Moreno de Sousa, Liliani
Mendonça Rodas, Lívia Rodrigues Restofe, Luzia Emília Sanchez Ayala, Marcela Camila
Garcia Gouveia Menezes, Márcia Santos da Rocha, Marinalva Madela de Brito, Thays Ferreira
Gianini Proto.

Estagiária: Isabella Caroline Malerba.


Capa: Bruno Vieira de Carvalho.
3

SUMÁRIO

Apresentação..............................................................................................................4
Introdução...................................................................................................................5
PARTE I........................................................................................................................7
PARTE II.....................................................................................................................77
Região Vila Toninho.................................................................................................78
PARTE III..................................................................................................................142
Glossário da Assistência Social............................................................................142
4

APRESENTAÇÃO

São José do Rio Preto/SP, sede da Região Metropolitana do Noroeste Paulista,


é uma das melhores cidades do Brasil para se viver. É o que mostram indicadores e
estudos diversos, como o divulgado em 2023 pelo Instituto Trata Brasil, colocando o
município como o melhor do País no ranking de saneamento básico.

É sempre possível e necessário avançar. A propósito, os novos tempos,


advindos do contexto pandêmico, trouxeram desafios sociais, administrativos,
políticos e econômicos. Neste sentido, a Política de Assistência Social é
imprescindível para a proteção social e defesa dos direitos dos rio-pretenses.

Para cumprir esse papel tão importante, a Assistência Social necessita


entender e analisar a conjuntura em que está inserida, sendo que esse processo se
dá por meio do Diagnóstico Socioterritorial. Um documento fundamental para a
compreensão da realidade vivida pelas famílias da nossa cidade, especialmente as
mais vulneráveis, para planejar e propor ações assertivas com as demandas da
população.

Esta publicação é fruto de um trabalho coletivo desenvolvido pelas equipes


técnicas da Secretaria Municipal de Assistência Social, os usuários, conselheiros de
direitos e rede socioassistencial. Cumpre uma das ações do Programa de Metas
Gestão 2021/2024 de aprimoramento do Sistema Único de Assistência Social-SUAS,
de São José do Rio Preto, por meio do desenvolvimento de ações integradas entre as
políticas públicas, de modo a assegurar atenções às diversidades e heterogeneidade
de públicos e territórios.

Um trabalho robusto e pormenorizado, que mostra as nossas Regiões, por meio


de dados quantitativos e qualitativos, através do olhar da Assistência Social e dos
munícipes atendidos. Com essa ferramenta, nosso governo poderá planejar ações
ainda mais inclusivas e preocupadas com a qualidade de vida e bem-estar de todos
os rio-pretenses.
Prefeito Edinho Araújo
5

INTRODUÇÃO

O Primeiro Diagnóstico Socioterritorial de São José do Rio Preto foi construído


entre os anos de 2013-2014 e se apresentou como central na consolidação do
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) na cidade. Os dados orientaram a
elaboração do Plano Municipal de Assistência Social, instrumento de planejamento
estratégico, que organiza, regula e norteia a execução da Política Municipal de
Assistência Social na perspectiva do SUAS.
A atualização do Diagnóstico foi realizada em 2015/2016, numa versão que
procurou retratar a realidade do município sob o olhar da política de assistência social,
subsidiada pela pesquisa de dados: 1) em fontes secundárias, como o IBGE, Cadastro
Único, MDS/SAGI e 2) em fontes primárias, junto aos serviços, percepção da
população e dos demais atores sociais, por meio do Mapa Falado, que ocorrera no
primeiro Diagnóstico.
O Diagnóstico Socioterritorial 2021/2022 traz a proposta de fazer uma
construção participativa, que incluiu as equipes de trabalhadores do SUAS e os
usuários dos serviços. O trabalho começou em fevereiro de 2021, com o levantamento
e estruturação dos dados. Percorremos as 10 Regiões do município para discussão
e qualificação das informações compiladas pelo Departamento de Vigilância
Socioassistencial. Contamos com a participação de 10 facilitadores que ficaram
responsáveis por fomentar a reflexão e realizar a escrita do documento de forma
conjunta com as equipes.
Nas rodas de conversa nos Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS), Centros de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), Centro
Pop, Departamentos de Gestão do Trabalho e Vigilância Socioassistencial discutimos
os dados de população, Cadastro Único, índice de extrema pobreza, CAGED, renda
familiar, violências e violações de direitos de cada uma das 10 Regiões do município.
Foram realizadas 47 rodas de conversas, que permitiram mapear as
potencialidades e vulnerabilidades de cada território, com suas marcas,
particularidades e necessidades.
Após a discussão dos dados quantitativos e da qualificação dos dados de forma
coletiva e participativa com os trabalhadores, iniciamos as coletas de informações com
os usuários e com as redes socioassistencial e intersetorial. As equipes tiveram
6

autonomia para escolher a metodologia a ser utilizada na pesquisa, que está descrita
neste documento em 10 capítulos, contemplando as 10 Regiões do município.
Ressaltamos que este é um diagnóstico das equipes e o percurso dialogado
permitiu que o diagnóstico fosse interventivo e formativo, visto que propiciou a
identificação de demandas que foram discutidas em audiência pública realizada pelo
Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), em novembro de 2021, com a
temática da atuação da rede e a vigilância socioassistencial para o fortalecimento do
SUAS.
O Diagnóstico Socioterritorial 2021/2022 tem como diretrizes os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O
documento está organizado em três partes. A parte I (primeira) com informações
gerais do município e, em seguida, apresenta-se o Mapa Falado que foi realizado com
os Conselhos de direitos: CMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente (CMDCA), Conselho Municipal do Idoso (CMDI) e Conselho sobre Álcool
e outras Drogas (COMAD). Segue, ainda, com apresentação de relatos de casos da
alta complexidade, que expressam a necessidade da intersetorialidade para o público
de jovens em acolhimento institucional.
Na parte II estão os diagnósticos das 10 Regiões do município.
A parte III é composta de um Glossário publicado em 2021 e traz conceitos que
utilizamos na Assistência Social e no trabalho social do município.

Helena Marangoni
Secretária Municipal de Assistência Social
7

PARTE I
8

SUMÁRIO

A Assistência Social em São José do Rio Preto.......................................................9


A Política de Assistência Social no Município de São José do Rio
Preto..........................................................................................................................10
O contexto da Assistência Social no tempo presente...........................................15
A necessidade de resistir e lutar pela Assistência Social......................................19
Os desafios de Rio Preto no campo da Assistência Social...................................20
Recursos Humanos da SEMAS...............................................................................20
O contexto de pandemia..........................................................................................23
Panorama da Assistência Social no Município......................................................24
Território e demografia.............................................................................................26
Evolução da Rede.....................................................................................................30
População e vulnerabilidade...................................................................................35
Território de São José do Rio Preto.........................................................................36
Mapa Falado com Conselhos de Direitos................................................................41
Relatos de casos Alta Complexidade......................................................................49
Referências...............................................................................................................53
Apêndice 1 – Rede Socioassistencial no município..............................................56
9

A ASSISTÊNCIA SOCIAL EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Apresentamos nesta seção as marcas históricas da Assistência Social no Brasil


e em São José do Rio Preto, documento este que foi elaborado em supervisão
realizada pelo assistente social Rodrigo Diniz no primeiro trimestre de 2020. Foram
realizadas discussões com os trabalhadores do SUAS, os quais representavam
CRAS, CREAS, Centros de Convivência, Centro POP e gestão, portanto, uma
construção coletiva que apresenta um resgate histórico e contextualização dos
atravessamentos da conjuntura político-econômica e social. O Departamento de
Vigilância Socioassistencial atualizou o documento em abril de 2022 e complementou
com informações atuais.
Anteriormente à Constituição Federal de 1988, as práticas de assistência eram
realizadas por entidades de caridade, principalmente as ligadas à igreja católica, e
realizadas por meio de ações filantrópicas e de cunho caritativo.
A partir de 1988, com a Constituição Federal, a Assistência Social passa a
compor a seguridade social no tripé com a saúde e previdência social. Em 1993, é
regulamentada a Lei 8.742, de 07/12/1993 que trata da Lei Orgânica de Assistência
Social (LOAS), que dispõe sobre os princípios, diretrizes, organização e gestão,
prestações e financiamento dos serviços socioassistenciais.
Entre 1996 e 1997 foram realizadas conferências municipais, estaduais e
federal de assistência social, respeitando e pautando o controle social. Em 2004 é
aprovada a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), com vistas à efetivação
da assistência social como direito de cidadania e responsabilidade do Estado.
Em 2005, a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
(NOB SUAS) organiza o modelo de proteção social, e em 2006 a Norma Operacional
Básica de Recursos Humanos (NOB RH) estabelece as equipes de referência,
atribuições e eixos a serem considerados pela gestão do trabalho e educação
permanente.
A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (Resolução Nº 109, de
11/11/2009) regulamenta/tipifica os serviços por níveis de complexidade. Em 2011
ocorre a ratificação da LOAS, alinhando-a com a PNAS, o que se concretiza por meio
da Lei n°. 12.435 de 06/07/2011, a qual efetiva o SUAS.
10

Os movimentos sociais fizeram parte da história de lutas e conquistas desta


política social, destacam-se:
• Mobilização do Movimento Nacional de Pessoas em Situação de Rua;
• Movimento de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes;
• Coletivo de Gestores da Política de Assistência Social (COEGEMAS E
CONGEMAS);
• Participação de entidades de classe como os Conselhos Federais de
Serviço Social (CFESS) e de Psicologia (CFP).
A trajetória da Assistência Social é marcada pela publicação de várias
resoluções, manuais e guias para nortear e orientar o trabalho dos municípios. Cabe
ressaltar que outras normatizações e marcos legais contribuíram para assegurar o
campo da proteção social e defesa de direitos, como as legislações sobre os direitos
da criança e adolescente, da pessoa idosa, pessoas com deficiência e combate à
violência contra a mulher.
A trajetória da Assistência Social no Brasil, e em São José do Rio Preto, é
permeada por lutas, resistências e compromisso de trabalhadores, gestores,
conselheiros e usuários.

A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO


PRETO

Conforme o Plano Municipal de Assistência Social de São José do Rio Preto:


Diagnóstico Socioterritorial (2014-2017), a Assistência Social teve seu marco inicial
em 13 de novembro de 1964, com a publicação da Lei nº 1.051/1964, por meio da
criação do Departamento de Assistência Social, administrado por um Conselho
Colegiado (Diretor), composto por 11 membros, representantes de instituições
assistenciais do Município, Câmara Municipal e livre indicação do prefeito. A criação
desse Departamento de Assistência Social convergia com os conceitos históricos da
assistência social, identificada à época como caridade, solidariedade, benemerência
aos menos favorecidos e apoio ao próximo, como forma de dominação e controle de
segmentos segregados pela conjuntura econômica, e considerados “disfuncionais”
perante a sociedade, culpabilizando-se pela própria condição de vida.
11

Ao mesmo tempo, era instituída a Fundação Rio-pretense de Assistência Social


(FRAS) pela Lei Municipal n° 1.071, de 05 de janeiro de 1965, administrada por um
Conselho Administrativo, Diretoria Executiva e Conselho Fiscal. Dentre suas fontes
de receita destacavam-se recursos municipais, pois a FRAS integrava o Orçamento
Municipal.
Com a Lei Municipal nº 2.104/1977, que alterou a estrutura administrativa da
Prefeitura Municipal, a Assistência Social passou a integrar a Assessoria de Saúde,
Esporte e Bem-Estar. Cabia à Assessoria a execução da Política Municipal de Saúde,
Esporte e Promoção Social, em especial as funções relativas ao Pronto Socorro
Municipal, as medidas ligadas à melhoria da qualidade de vida da população e
administração das funções de promoção e assistência social em qualquer nível dentro
do Município, além das atividades esportivas de qualquer natureza promovida ou
assistida pelo Poder Público Municipal.
A Lei Municipal nº 3.045, de 07 de junho de 1982, criou a Assessoria do Bem-
Estar Social com o objetivo de planejar, coordenar e executar programas de promoção
social, vinculando administrativamente a FRAS à sua estrutura e desvinculando as
funções de promoção social da Assessoria de Saúde e Esportes. Nesse período foram
organizadas as três primeiras Creches Municipais Públicas para crianças de três
meses a seis anos de idade, nos bairros Jardim Fuscaldo, Jardim Soraya e São Jorge.
O Decreto nº 2.883/1982 constituiu a Assessoria de Bem-Estar Social como:
Assessoria do Bem-Estar - Gabinete do Assessor e Departamento de Promoção
Social, subdividida em Divisão de Serviços Gerais, Seção de Apoio à Implantação e
Dinamização de Recursos Sociais e Fundação Rio-pretense de Assistência Social.
Com a Lei nº 3.162 de 14 de setembro de 1982 a Assessoria de Bem-Estar
Social passa a denominar-se Secretaria Municipal de Bem-Estar Social como órgão
encarregado de programar, coordenar, executar e supervisionar os serviços de
Assistência Social e Promoção Humana do município em qualquer nível, sempre com
o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida da população (SÃO JOSÉ DO
RIO PRETO, 1982).
Atualizada em 17 de janeiro de 1983, pela Lei nº 3.262, também passou a ter a
incumbência de coordenar e fiscalizar os trabalhos das entidades que recebiam auxílio
da Prefeitura Municipal, com o objetivo de “promover o homem e melhorar suas
condições de vida”. Na década de 80, a Administração Municipal, por meio do Projeto
Unidade de Subprojeto/Cidades de Médio Porte (UAS/COM), com recursos do Banco
12

Mundial a fundo perdido, elaborou o diagnóstico da cidade, indicando por região da


cidade a necessidade de equipamentos sociais e/ ou serviços de infraestrutura. Neste
sentido, mantinha uma equipe de profissionais que constituía quatro gerências:
Modernização Administrativa, Infraestrutura Urbana, Infraestrutura Comunitária e
Infraestrutura Econômica.
O diagnóstico da cidade e a operacionalização das diretrizes e metas do projeto
marcaram a década, pois equipamentos sociais como Creches e Centros
Comunitários eram de responsabilidade da Assistência Social. Por volta de 1985, no
Governo José Sarney, o foco era a elaboração de planos de desenvolvimento
econômico e social. Destacou-se então o Plano Nacional de Desenvolvimento da
Nova República, que propunha um desenvolvimento baseado em critérios sociais.
Nesse período, instalou-se um complexo processo de mobilizações sociais, debates
e articulações, repercutindo em grande pressão social para a elaboração de novas
concepções de assistência social, o que culminou na garantia da Assistência Social
como política pública com a Constituição Federal de 1988.
Para regular e institucionalizar os avanços alcançados, foi fundamental a
aprovação de leis orgânicas, como a LOAS, que introduziu um novo significado à
Assistência Social, dando início, enfim, ao processo de regulamentação da Política de
Assistência Social no país.
São José do Rio Preto acompanhou todo o percurso de transformação da
Assistência Social, da perspectiva da caridade para política pública na ótica dos
direitos, com ações para constituição do Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente (Lei Municipal n° 4.956, de 15 de maio de 1992) e do Conselho
Municipal de Assistência Social (Lei Municipal n° 6.110, de 14 de dezembro de 1995),
com intensa articulação com a sociedade civil organizada.
Durante o período de 1982 a 1990, a Secretaria Municipal de Bem-Estar Social
ampliava e adequava sua estrutura administrativa para a oferta de serviços com vistas
a atender as novas demandas: criação da Casa de Meninos e Meninas em Situação
de Rua; programa com famílias; jornada ampliada para crianças e adolescentes;
ampliação do número de creches com capacitação de funcionários; formação de
equipe multiprofissional com assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional e
médico, para acompanhamento e supervisão; celebração de convênios com entidades
de assistência social para a administração das creches e Programa de
13

Desfavelamento transferido à Empresa Municipal de Construções Populares


(EMCOP) no início dos anos 90.
Na metade dos anos 90, as ações da Secretaria Municipal do Bem-Estar Social
passaram a ser realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e entidades de
assistência social parceiras com a Secretaria com o objetivo de descentralizar o
atendimento social e articular esse atendimento com as demais políticas. Foram
criadas 15 unidades e distritos de Seguridade Social, buscando integrar os serviços
em rede, por segmento e área geográfica.
No final dos anos 90 ocorreu a transição das creches para a Educação,
atendendo às novas normativas legais, historicamente um dos campos prioritários de
atuação da assistência social.
Em 2002, acompanhando o cenário nacional, a Secretaria Municipal de Bem-
Estar Social passa a denominar-se Secretaria Municipal de Assistência Social, do
Trabalho e dos Direitos da Cidadania (SMAS), com mudanças na estrutura e atuação.
Foram criados o Departamento de Ação Comunitária e da Família, Departamento da
Criança e do Adolescente e Departamento de Geração de Trabalho e Renda,
posteriormente alterados para Departamento de Economia Solidária.
A IV Conferência Nacional de Assistência Social, em 2003, deliberou sobre a
implantação do SUAS, modelo de gestão definido para todo o território nacional,
objetivando consolidar um sistema descentralizado e participativo, conforme já
instituído pela LOAS. A Proteção Social passa a ser organizada em Proteção Social
Básica e Proteção Social Especial de média e alta complexidade.
Com a aprovação da PNAS, em meados de 2004, a Assistência Social avança
como política pública no cenário nacional e o SUAS, por sua vez, veio reforçar e
aprimorar a LOAS. No ano de 2004 houve ainda a criação da Casa dos Conselhos
buscando fortalecer a atuação dos Conselhos Municipais no processo de controle
social. Em dezembro de 2005, em consonância com o SUAS, o Núcleo de Assistência
Social Parque da Cidadania foi transformado em CRAS.
De 2005 a 2008 as demandas da Assistência Social eram atendidas em 14
Núcleos de Assistência Social (NAS), distribuídos em áreas com índices de
vulnerabilidade social expressivos, desenvolvendo programas para idosos, famílias,
adolescentes, entre outros.
A Lei complementar 279, de 10 de março de 2009, cria a Secretaria Municipal
do Trabalho e do Emprego, e então a Secretaria de Assistência passa a chamar
14

Secretaria Municipal de Assistência Social e dos Direitos de Cidadania. Por fim, com
a Lei complementar 346, de 18 de agosto de 2011, a Secretaria passa a ser Secretaria
Municipal de Assistência Social.
De 2008 a 2010 ocorre uma reorganização para 04 CRAS, 09 NAS e 01
CREAS. Esse período de transição ocorreu até 2010, quando todos os NAS se
transformaram em CRAS, atendendo à adequação proposta pela PNAS, SUAS e
NOB.
Em 2010 e 2011 houve a necessidade de ampliação do atendimento criando-
se mais um CREAS e um Centro Pop. Os equipamentos foram identificados como
CREAS Família, Idoso e Deficiente, CREAS Família, Criança e Adolescente e CREAS
POP, com objetivo de contribuir para o fortalecimento da família no desempenho de
sua função protetiva, restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia
das famílias e indivíduos. No mesmo período houve a implantação do Centro de
Convivência do Idoso (CCI).
Entre 2012 e 2013 a Secretaria Municipal de Assistência Social contava com
os seguintes equipamentos: 14 CRAS, 01 Centro de Atendimento de Assistência
Social (CAAS), 01 CCI, 02 Centros de Inclusão Solidária Nasce a Esperança (CISNE),
Norte e Centro, 02 CREAS, sendo CREAS Criança/Adolescente e CREAS Idoso e 01
CREAS População de Rua. Considerando as orientações da Tipificação Nacional dos
Serviços Socioassistenciais, os cursos profissionalizantes passam a ser executados
pela Pasta do Trabalho, transformando o CISNE Norte em Centro de Convivência da
Família (CCF) e o CISNE Centro em Centro de Convivência da Juventude (CCJ),
unidades com oferta exclusiva do Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos.
Em 2014 ocorreu um avanço importante que foi a criação dos Departamentos
de Gestão do Trabalho e de Vigilância Socioassistencial.
Em 2015 foi instituído o Fórum Municipal dos Trabalhadores do SUAS de São
José do Rio Preto (FMTSUAS - SJRP). De caráter permanente, representa os
trabalhadores em suas diversas formas de organização, entidades de trabalhadores
ligados à assistência social com personalidade jurídica ou pessoas físicas
trabalhadoras do SUAS. É um fórum de articulação e deliberação política em defesa
do SUAS, democrático, participativo, com financiamento específico e controle social.
Em 2018 ocorreu o reordenamento dos serviços de média complexidade, com
transição da execução feita pela rede parceira para as unidades de CREAS, que
15

passaram a contar com equipes compostas por trabalhadores estatutários, aprovados


em concurso. Neste momento, seguindo orientações da Tipificação, houve alteração
nas denominações dos CREAS temáticos, que passaram a ser denominados de
CREAS I e CREAS II, unificando o atendimento das violações de direitos tipificadas.
Entre 2016 e 2017 em uma ação intersetorial, após estudos entre as
Secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação, coordenadas pela Secretaria
de Planejamento foi feita a unificação dos territórios de abrangência das respectivas
secretarias. A ação foi oficializada pelo Decreto nº 18.073 de 29 de junho de 2018,
que institui a divisão geográfica do município de São José do Rio Preto em 10 (dez)
Regiões: Bosque, CEU, Central, Cidade da Criança, HB, Pinheirinho, Represa,
Talhado, Vila Toninho e Schmitt. Por conseguinte, houve a reorganização das áreas
de abrangência dos CRAS e CREAS.
Em 2022, São José do Rio Preto conta com 13 CRAS, 03 Centros de
Convivência (CCF, CCI e CCJ), 02 CREAS e 01 Centro Pop. O apêndice 1 nos
apresenta a rede de execução direta, a rede parceira e a rede com execução de
projetos e Serviços que estão cadastradas no Conselho Municipal de
Assistência Social e CMDCA.

O CONTEXTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO TEMPO PRESENTE

No contexto federal podemos sinalizar a conjuntura de retrocessos dos direitos


da população, que se expressa com a Emenda Constitucional nº 95/2016 do
congelamento dos gastos em políticas sociais como saúde, educação e assistência
social, e no mesmo contexto se concretiza no país a reforma trabalhista e
previdenciária. A Assistência Social, como área integrante da seguridade social, sofre
grandes ataques no que tange ao seu financiamento e formas de execução, a
exemplo, de julho de 2019 até dezembro de 2021 praticamente não houve liberações
de novos benefícios do Programa Bolsa Família1.
Há também demora para avaliação do Benefício de Prestação Continuada
(BPC) e o acesso ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) de forma remota,
somente por telefone e via sítio eletrônico, o que inviabiliza e dificulta o atendimento

1 O Programa Bolsa Família foi substituído pelo Decreto n° 10.852, de 8 de novembro de 2021 que
regulamenta o Programa Auxílio Brasil, instituído pela Medida Provisória n° 1.061, de 9 de agosto de
2021.
16

da população e revela grande lacuna na Política Pública de Previdência Social com


reflexos diretos à Assistência Social.
No contexto do Estado de São Paulo ocorre o encerramento de inclusões em
benefícios dos programas de transferência de renda, o programa Ação Jovem
terminou em outubro de 2021 e o Renda Cidadã em fevereiro de 2022. No município
ocorreu o rebatimento da agudização das expressões da questão social que se mostra
forte e intenso, como maior capilarização da pobreza pelos diversos territórios da
cidade, que incide no aumento da demanda por cesta básica e por programas de
transferência de renda.
Os estudos do Departamento da Vigilância Socioassistencial do município e
dos profissionais do território, que efetivam também a função Vigilância no cotidiano
de trabalho, apontam o aumento da extrema pobreza. Para se ter uma ideia, em 2013
havia no município 6.000 famílias em situação de extrema pobreza, em 2019 esse
número passou para 11.000 famílias e em janeiro de 2022, 16.498 famílias 2.

Gráfico 1 — Evolução no número de pessoas em extrema pobreza inscritas no


Cadastro Único no município, 2012 a 2022.
Extrema Pobreza
40144
35564
31637
27754
24942
22346
20364 20879 20958 19860 19557

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial, com dados do CECAD-CadÚnico/ Ministério da


Cidadania, referência mês de maio de cada ano, exceto 2022, que utilizou janeiro.

2 Para os levantamentos de dados que utilizam a lista Cecad, foi utilizada a base disponibilizada pelo
Departamento de Gestão de Cadastro Único, Benefícios e Transferência de Renda, que faz um filtro
inicial retirando os cadastros inválidos. Assim, os dados apresentados serão diferentes dos dados
disponibilizados no site do Ministério da Cidadania, que considera cadastros inválidos.
17

É importante ressaltar, no entanto, que em 2022 foi alterada a renda per capita
da extrema pobreza. Anteriormente, eram consideradas em extrema pobreza as
famílias cuja renda per capita não ultrapassasse R$ 89,00. Atualmente, esse limite é
de R$105,00. Essa alteração foi um dos fatores que influenciou no aumento
expressivo entre maio de 2021 e janeiro de 2022.
Ainda no âmbito da extrema pobreza, foi criado um índice que nos permite
avaliar sua incidência em cada Região, conforme tabela 1 e mapa. O índice é
calculado dividindo a população em extrema pobreza, inscrita no Cadastro Único, pelo
número total de habitantes daquela região e, por fim, multiplicando por 100.

Tabela 1 — Índice de extrema pobreza de São José do Rio Preto.

Pessoas em População estimada


Região Índice
extrema pobreza por Região

CEU 7.490 40.192 18,64


Bosque 5.519 33.003 16,72
Pinheirinho 7.832 52.812 14,83
Talhado 3.021 20.817 14,51
Vila Toninho 2.921 26.357 11,08
Cidade da Criança 5.582 54.677 10,21
Schmitt 1.213 15.239 7,96
Central 3.059 103.196 2,96
HB 1.941 70.279 2,76
Represa 992 48.411 2,05
São José do Rio Preto 39.570 464.983 8,51
Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial, com dados da Conjuntura Econômica de São
José do Rio Preto, 2021; CECAD-CadÚnico jan./22 Ministério da Cidadania.
18

Mapa 1 — Índice de extrema pobreza de São José do Rio Preto.

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial, com dados da Conjuntura Econômica de


São José do Rio Preto, 2021; CECAD-CadÚnico jan./22 Ministério da Cidadania.

Observa-se que a Região com menor índice é a Represa, com 2,05, enquanto
o CEU, Região com maior índice, se apresenta com 18,64. A Região CEU possui
índice 9 vezes maior que a Represa, o que evidencia a grande desigualdade entre as
19

Regiões. O município como um todo apresenta um índice de 8,51, o que significa que
a cada 100 pessoas no município, 8 estão em extrema pobreza. Importante pontuar
que não foram contabilizadas as 574 pessoas em situação de rua que estão em
extrema pobreza inscritas no Cadastro Único, pois não é possível definir com exatidão
em qual Região estão.
Neste sentido, o cenário político, econômico e cultural do tempo presente
demonstra a regressão no campo da cidadania. A diminuição dos espaços
institucionais e legais associados aos direitos da população e o impacto desse denso
e restritivo processo será sentido a médio e longo prazo pela sociedade.

A NECESSIDADE DE RESISTIR E LUTAR PELA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Entende-se que a necessidade de resistir e lutar pela Política de Assistência


Social deve se fundamentar pela sua própria construção histórica, seus avanços e
conquistas, pela participação e protagonismo coletivo e aguerrido de trabalhadores,
gestores, conselheiros, usuários, e também de entidades da sociedade civil. A
trajetória desta política é sustentada pela busca da garantia de direitos
socioassistenciais, na compreensão e busca dos direitos humanos, pela autonomia
dos sujeitos sociais, visto que a Assistência Social historicamente tem acolhido o
público que se encontra à margem de todas as outras políticas e contextos de inserção
econômica, fatores estes que ocorrem devido ao sistema capitalista.
As possíveis formas de resistência devem se dar no cotidiano, por meio da
atuação profissional do conjunto de trabalhadores, como também no fortalecimento
da participação dos usuários, destacando-se mais do que nunca algumas forças
propulsoras como o compromisso ético-político, o fortalecimento do controle social, a
importância do SUAS e da necessidade de mobilização, a proximidade com o
território, a necessidade de fomentar reflexões, espaços coletivos de discussões e
trocas, pesquisas e seminários que possam refletir e propor ações dentro da
conjuntura atual valorizando a PNAS e o SUAS, insistência na garantia de recursos
humanos qualificados e efetivação via concursos públicos.
Resistir à onda conservadora e à barbárie econômica que retira os direitos e
negligencia a cidadania está pautada na defesa intransigente da estrutura e
arquitetura desta política. Para tanto, são necessários o contínuo processo de
20

educação permanente, a garantia da continuidade de serviços e a normatização de


alíquota financeira para a Assistência Social.
Há que se ressaltar que é de suma importância o estímulo à participação social
dos usuários como forma de fortalecimento do controle social, tendo em vista a
garantia dos direitos já conquistados, bem como a sua ampliação.

OS DESAFIOS DE RIO PRETO NO CAMPO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

No município de São José do Rio Preto, a Política de Assistência Social tem


alguns desafios no campo da participação social e do controle social por parte dos
usuários, no sentido de efetivar esse instrumento e fazer valer esse mecanismo.
Mesmo com as dificuldades e retrocessos observados no âmbito nacional, São
José do Rio Preto, município com gestão plena na Assistência Social, consegue
manter as ofertas existentes, traço de resistência do conjunto de atores que
movimentam essa política social.
O orçamento municipal da pasta permite, além da manutenção dos serviços,
ampliar algumas ofertas, embora ainda não a totalidade necessária e buscada. Os
recursos federais não obedecem a constância nos repasses, impossibilitando planejar
ações permanentes e exigindo constantes revisões no direcionamento financeiro, pois
é comum parcelas serem transferidas de maneira cumulativa e com prazos reduzidos
para liquidação, obrigatória para os próximos recebimentos. O fato de não se ter um
percentual de repasse mínimo para a Assistência Social dificulta o planejamento e
execução de investimento em serviços, benefícios, programas e projetos.

RECURSOS HUMANOS DA SEMAS

Com relação à participação democrática dos trabalhadores, a Secretaria de


Assistência Social vem proporcionando espaços de debate, reflexão e propostas
acerca do cotidiano vivido pelas equipes da secretaria.
Em julho de 2018 foi apreciado e aprovado, pelo CMAS, o Plano Municipal de
Educação Permanente (PMEP) e, na sequência, deu-se início à sua execução, o que
trouxe a possibilidade de encontros, oficinas e capacitação com renomados
21

professores/pesquisadores de forma continuada, envolvendo as proteções sociais,


departamentos e gestão. Vale ressaltar que o plano está em fase de atualização.
A gestão do trabalho, no contexto do Sistema Único de Assistência Social, tem
buscado criar espaços de acolhida e escuta dos trabalhadores para as suas
demandas, propondo melhores condições técnicas e éticas de trabalho, por meio de
processos que ofereçam uma formação continuada, a fim de se materializar um
planejamento estratégico que dê respaldo às ações que viabilizem a gestão
participativa e o controle social, por meio da articulação com os diversos sistemas de
informação neste âmbito, conforme preceitua o documento Gestão do Trabalho e
Educação Permanente do SUAS em Pauta (BRASIL, 2014).
Apresentaremos o quadro com os Recursos Humanos da Rede Pública,
divididos entre servidores e terceirizados.

Quadro 1 — Trabalhadores do SUAS - Rede Pública.


Profissionais Servidor Terceirizado Total
Assistente Social 72 39 111
Educador Social 46 40 86
Psicólogo 19 31 50
Agente Administrativo 33 16 49
Motorista 6 29 35
Auxiliar de limpeza 0 25 25
Estagiários 20 0 20
Pedagogo 15 0 15
Vigia 6 8 14
Especialista em Desenvolvimento 8 0 8
Social
Serviços Gerais 6 2 8
Cargos em Comissão 6 0 6
Supervisor Técnico 3 0 3
Professor de Artes 2 0 2
Auxiliar de Contabilidade 1 0 1
Almoxarife 1 0 1
Eletricista 0 1 1
Coordenador Administrativo 1 0 1
Fonte: Departamento de Gestão do Trabalho, referência Julho/2022.

O próximo quadro apresenta os Recursos Humanos da rede parceira com a


Secretaria Municipal de Assistência Social, composta pelas seguintes Organizações
da Sociedade Civil: Associação Espírita A Caminho da Luz (AELUZ), Albergue
22

Noturno, Associação Mamãe Idalina (AMAI) - SCFV e Acolhimento, Associação dos


Amigos da Criança com Câncer (AMICC), Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE), Associação e Oficina de Caridade Santa Rita de Cássia,
Associação Evangélica Lar de Betânia, Associação Madre Teresa de Calcutá,
Associação Paraíso - SCFV, Associação Renascer, Comunidade Só Por Hoje -
Acolhimento Institucional e Acolhimento Compartilhado, Centro Regional de Atenção
Aos Maus Tratos na Infância (CRAMI), Damas de Caridade - Unidades (I,II, III,IV),
Instituto Riopretense dos Cegos Trabalhadores, Lar Esperança - Centro Dia e ILPI,
Lar São Francisco de Assis - Acolhimento Pessoas em Situação de Rua e ILPI, Lar
São Vicente de Paulo - Centro Dia, Projeto Educacional Profissionalizante do
Adolescente (PROEPAD), Serviço Social São Judas Tadeu, Rancho de Luz e
Maquininha do Futuro.

Quadro 2 — Trabalhadores do SUAS - Rede Parceira.


Recursos Humanos Quantidade
Educador/Monitor 74
Cuidador 62
Auxiliar de Limpeza 59
Cozinheiro 28
Assistente Administrativo 28
Assistente Social 25
Psicólogo 24
Auxiliar Cozinha 18
Coordenador 10
Educadora Social (Mãe Social) 10
Terapeuta 8
Encarregado administrativo 7
Motorista 6
Manutenção 5
Recepcionista 3
Oficineiros 2
Pedagogo 1
Supervisor 0
Vigia 0
Jardineiro 0
Total 370
Fonte: Departamento de Gestão de Repasse de Recursos Públicos, referência
Julho/2022.
23

O CONTEXTO DE PANDEMIA

Cenários

Cenário – avanço da Pandemia

Em dezembro de 2019, foi registrado o primeiro caso de Covid-19 na China. O


vírus se espalhou pelos diversos países do mundo levando a Organização Mundial da
Saúde (OMS) a declarar a doença como Pandemia em 11 de março de 2020. O
município de São José do Rio Preto reconheceu estado de calamidade pública e
estabeleceu medidas de enfrentamento em 24 de março de 2020, por meio do decreto
N° 18.571.
Ao longo dos meses, diversas normativas, notas técnicas e orientações foram
expedidas pelos órgãos responsáveis em todas as esferas, necessitando de constante
acompanhamento para aplicação e direcionamento das ações. Neste contexto, a
Assistência Social foi reconhecida como política responsável por serviço essencial,
trazendo a necessidade da manutenção das atividades e atendimentos em suas
unidades, resguardadas as normas sanitárias e orientações de prevenção, como
forma de garantia da proteção social à população em meio à pandemia, traduzida pela
crescente demanda pelos serviços e benefícios socioassistenciais no período.

O cenário da Covid-19 e a interface com as desproteções sociais

A Frente Nacional do SUAS3 contextualizou que a Covid-19 representa o


agravamento da desigualdade social em nosso país e as implicações para pessoas
com menor renda, sem habitação ou em condições insalubres e precárias de moradia,
pessoas com comorbidades, população em situação de rua e a precarização das
condições de vida em função do desemprego e ausência de renda.

3 Organização plural de OSCs, instituições não governamentais, trabalhadores, usuários, gestores,


professores, pesquisadores e pessoas interessadas em defender a Assistência Social e a Seguridade
Social brasileira. Disponível em: https://maissuas.files.wordpress.com/2016/06/circular01e02-
frenteseguridadesuas.pdf.
24

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no


quarto trimestre de 2021 o país apresentava taxa de desocupação de 11,1% com 12
milhões de desempregados, 4,8 milhões de desalentados e taxa de subutilização de
24,3% (IBGE, 2021).
Diante desse contexto, a renda emergencial instituída pela Lei n° 13.979 pode
ser apontada como conquista da sociedade brasileira, e os dados de que 51% da
população brasileira solicitou a renda, demonstra a gravidade de uma das facetas da
desproteção vivenciada pela população (FRENTE NACIONAL, 2020).
De acordo com o Portal Transparência (2021), no município de São José do
Rio Preto, o pagamento do valor global aos beneficiários do Auxílio Emergencial foi
de R$ 95.095.555,00 no período de janeiro a dezembro de 2021, com exceção do mês
de novembro, em que a informação não foi disponibilizada. Em dezembro, na última
folha de pagamento disponível no site do ano de 2021, havia 7 pessoas recebendo
este auxílio no município.

PANORAMA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO

Considerando a crise de saúde instalada em diversos países e que chegou ao


Brasil desencadeando uma série de ações, sejam elas por meio de legislações e
normativas, desde março de 2020, a Secretaria Municipal de Assistência Social
implementou as ações destacadas:
• Publicação de portarias regulando formas de trabalho, fluxos e orientações com
relação à Pandemia;
• Aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), produtos de higiene
e limpeza, orientações quanto às indicações de saúde sobre a limpeza dos
ambientes e higiene pessoal;
• Instalação de placas verticais de acrílico nos balcões e mesas de atendimento
ao público;
• Organização dos atendimentos à população com criação de Central de
Orientações, via telefone, e Formulário de Atendimento, na página da SEMAS,
no site da Prefeitura Municipal;
• Aquisição de aparelhos celulares para utilização nas unidades
públicas, priorizando o atendimento remoto e, excepcionalmente, presencial
25

em situações especiais e necessárias, mediante agendamento quando


possível;
• Instalação de roteadores wi-fi nas unidades públicas para acesso à internet,
facilitando o uso de aplicativos de videoconferência e comunicação
(WhatsApp) com usuários da Assistência Social;
• Uso de mensagens curtas de texto (SMS) para envio de informações e
orientações aos usuários;
• Descentralização do atendimento presencial nas unidades, utilizando escolas
e equipamentos próximos, para evitar aglomeração;
• Ampliação dos horários de atendimento do Centro POP, permitindo à
população em situação de rua acessar diariamente os serviços ofertados;
• Disponibilização ampliada do Serviço de Acolhimento em Abrigo para pessoas
em situação de rua;
• Adequação das parcerias com Organizações da Sociedade Civil (OSCs), a fim
de contemplar o impacto da Pandemia;
• Ampliação da comunicação social interna e externa, com divulgação contínua
de informes, e-mails, cartazes sobre a Pandemia, formas de prevenção,
funcionamento das unidades CRAS, CREAS, Centro POP e Centros de
Convivência;
• Ação integrada com a Secretaria de Saúde para orientações aos trabalhadores
e testagem para Covid-19 nas unidades da SEMAS, assim como ação conjunta
de mitigação nos acolhimentos para idosos nas ILPIs, parceiras e acolhimentos
de crianças e adolescentes e de pessoas em situação de rua, dentre outras.

Os reflexos percebidos não são apenas na saúde, mas também na economia


e nas condições socioeconômicas da população. A Política de Assistência Social tem
um papel importante na busca de garantia da Proteção Social para a população em
situação de vulnerabilidade. Cerca de 18,4% das pessoas do município estão
inseridas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico),
o que sinaliza um perfil de vulnerabilidade e indica a necessidade de cobertura e ações
para atendimento dessa população.
Em abril de 2020 foram iniciados atendimentos realizados de forma remota,
como uma das estratégias de reorganização dos atendimentos e acompanhamentos
26

dos Serviços, de acordo com as normas sanitárias, assim como no início de 2022,
após outro rebatimento da pandemia devido à variante Ômicron. No fechamento deste
Diagnóstico (maio/2022), os serviços passam pelo processo de retomada de
atividades coletivas e grupais.
A pandemia trouxe grandes desafios no que se refere à reorganização dos
Serviços e demandas da população. Destaca-se que em meio às dificuldades
enfrentadas durante o contexto pandêmico ocorreu, em dezembro de 2021, o IV
Seminário dos Trabalhadores do SUAS - Luta e Resistência Contra o Desmonte do
SUAS em Tempos de Pandemia, momento em que foi assumido o compromisso da
SEMAS em realizar uma Mesa de Negociação com os trabalhadores do SUAS.

TERRITÓRIO E DEMOGRAFIA

Apresentaremos a contextualização de alguns dados gerais do município e


rede socioassistencial.
São José do Rio Preto possui uma população estimada em 464.983 habitantes
(dados Conjuntura Econômica do município, a qual se baseia na projeção do Censo
IBGE para 2020) e possui dois distritos, Schmitt e Talhado, com população de 20.678
e 5.419, respectivamente. A área urbana contempla 94% da população e 6% residem
em área rural. Esta tem como característica a presença de loteamentos irregulares e
por este motivo, as informações acerca das famílias não são computadas nos dados
oficiais no município, o que demanda ações para que a Proteção Social alcance a
população considerada invisível.
Segundo o IBGE Cidades, base de dados 2010, a densidade demográfica é de
945,12 hab./km². De acordo com a Conjuntura Econômica 2020, a população está
dividida nas Regiões seguindo as porcentagens: Central 22%; HB 15%, Cidade da
Criança 12%, Pinheirinho 11%, Represa 10%, CEU 9%, Bosque 7%, Vila Toninho 6%,
Talhado 4% e Schmitt 3%.
27

Mapa 2 — Estimativa populacional por região de São José do Rio Preto.

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial, com dados do Nota metodológica IBGE,


SINASC 2019 e SINAN 2019.
28

Quadro 3 — Estimativa populacional por Região de São José do Rio Preto.


Região População
Central 103.196
HB 70.279
Cidade da Criança 54.677
Pinheirinho 52.812
Represa 48.411
CEU 40.192
Bosque 33.003
Vila Toninho 26.357
Talhado 20.817
Schmitt 15.239
Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial, com dados do Nota metodológica
IBGE, SINASC 2019 e SINAN 2019.

O banco de informações da Fundação SEADE (Sistema Estadual de Análise


de Dados) aponta que a RA de São José do Rio Preto possui taxa anual de
crescimento para 2010/2020 de 0,7 % e para 2020/2030 0,3%, demonstrando
envelhecimento populacional.
Segue quadro com dados referentes à extensão territorial, os quais foram
informados pela Secretaria Municipal de Obras, que se baseou no decreto nº 18.073,
de 29 de junho de 2018, que institui a Divisão Geográfica da área do município de São
José do Rio Preto em 10 Regiões.

Quadro 4 — Extensão territorial das Regiões de São José do Rio Preto.


Região Área/Km²
HB 85.706,06
Talhado 66.333,43
Represa 58.878,42
Schmitt 53.424,05
Pinheirinho 42.074,58
Bosque 39.667,31
CEU 26.704,99
Cidade da Criança 22.001,78
Central 21.368,05
Vila Toninho 21.283,86
Fonte: Secretaria Municipal de Obras/PMSJRP.
29

O município possui um total de 94.730 crianças e adolescentes (0 a 17 anos),


o que representa 20,37% da população total e 86.348 idosos, que retrata 18,57% da
população.
Fazendo a correlação dos ciclos de vida de 0 a 17 anos de idade do município
com a mesma faixa etária dos territórios de CRAS, apresentamos em ordem
decrescente a distribuição das crianças e adolescentes no município.

Quadro 5 — Distribuição das crianças e adolescentes (0 a 17 anos) do município


nos territórios de CRAS.
CRAS n %
Centro 14.264 15
Novo Mundo 12.452 13
São Deocleciano 10.450 11
Jardim Belo Horizonte 8.301 9
Santo Antônio 8.043 8
João Paulo II 7.824 8
Antunes 7.090 7
Solo Sagrado 5.708 6
Vila Toninho 5.687 6
Eldorado 3.874 4
Lealdade e Amizade 3.709 4
Schmitt 3.687 4
Parque da Cidadania 3.641 4
Total 94.730 100
Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial/SEMAS.

Com relação aos idosos, a distribuição de idosos nos territórios dos CRAS,
fazendo a correlação do ciclo de vida do município/território de CRAS, ocorre da
seguinte forma.
30

Quadro 6 — Distribuição dos idosos do município nos territórios de CRAS.


CRAS n %
Centro 30.801 35,7
Novo Mundo 13.418 15,5
São Deocleciano 6.561 7,6
João Paulo II 5.238 6,1
Jardim Belo Horizonte 4.589 5,3
Vila Toninho 4.527 5,2
Antunes 4.119 4,8
Eldorado 3.749 4,3
Solo Sagrado 3.494 4
Lealdade e Amizade 3.009 3,5
Schmitt 3.003 3,5
Santo Antônio 2.993 3,5
Parque da Cidadania 847 1
Total 86.348 100
Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial/SEMAS.

EVOLUÇÃO DA REDE

As seguranças afiançadas pelo SUAS são de garantias do direito social


realizada pela proteção social. A rede de execução dos Serviços encontra-se no
apêndice e demonstramos um painel de atendidos, considerando a média anual de
atendimentos de 2021, conforme quadros 7, 8 e 9. Os dados apresentados são
coletados pelos equipamentos da rede socioassistencial e compilados pelo
Departamento de Vigilância Socioassistencial por meio do monitoramento mensal. Tal
procedimento visa acompanhar o número de indivíduos/famílias atendidos pelas
Proteções Sociais Básica e Especial de Média e Alta Complexidade nos serviços
prestados.
31

Quadro 7 — Rede Socioassistencial: Proteção Social Básica, 2021.


Proteção Social Básica
Serviço Equipamento Média anual
PAIF CRAS 5.573
Serviço de Proteção Social
CRAS 48
Básica no Domicílio
SCFV - 0 a 5 anos e 11
CRAS 19
meses
SCFV - 6 a 14 anos e 11
CRAS, CCJ, OSCs Parceiras 868
meses
SCFV - 15 a 17 anos e 11
CCJ, CRAS, OSCs Parceiras 89
meses
SCFV - 18 a 29 anos e 11
CCJ, CCF, OSCs Parceiras 82
meses
SCFV - 30 a 59 anos e 11
CCJ, CCF 81
meses
SCFV - 60 anos ou mais CCI, CCF e CRAS 726
Total 7.486
Fonte: Secretaria Municipal de Assistência Social - Departamento de Gestão de Repasses de
Recursos Públicos, Departamento de Proteção Social Básica e Departamento de Vigilância
Socioassistencial.

Quadro 8 — Rede Socioassistencial: Proteção Social Especial de Média


Complexidade, 2021.
Proteção Social Especial Média Complexidade
Serviço Equipamento Média Anual
PAEFI CREAS 411
Serviço de Medida
Socioeducativa - Liberdade CREAS 68
Assistida
Serviço de Medida
Socioeducativa - Prestação de CREAS 28
Serviços à Comunidade
Serviço de Medida
Socioeducativa - LA e PSC CREAS 13
(medida acumulada)
Serviço Especializado em Centro Pop e OSC Só por
197
Abordagem Social Hoje
Serviço Especializado para
Centro Pop 552
pessoas em situação de rua
Serviço Proteção Social
APAE, Renascer, Instituto
Especial para pessoas com 283
Cegos
deficiência e suas famílias
Serviço Proteção Social
Lar Esperança e Lar São
Especial para pessoas idosas 43
Vicente de Paulo
e suas famílias
Total 1593
Fonte: Secretaria Municipal de Assistência Social - Departamento de Gestão de Repasses de
Recursos Públicos, Departamento de Proteção Social Especial e Departamento de Vigilância
Socioassistencial.
32

Quadro 9 — Rede Socioassistencial: Proteção Social Especial de Alta


Complexidade.
Proteção Social Especial Alta Complexidade
Serviço Equipamento Unidade/Ofertas Média anual
Acolhimento Institucional Casa-lar 27
Associação Mamãe
para crianças e
Idalina - AMAI Reintegração Familiar 49
adolescentes
Acolhimento Institucional Comunidade Abrigo 5
para adolescentes em Terapêutica Só Por
abrigo familiar Hoje Reintegração Familiar 3
Acolhimento Institucional
compartilhado entre as Casa-lar 3
Secretarias Municipais Comunidade
de Assistência Social e Terapêutica Só Por
Saúde para Atendimento Hoje
a crianças e Reintegração Familiar 1
adolescentes
Associação e
Oficina de Caridade
Santa Rita de
Acolhimento Institucional
Cássia, Associação
para Idosos em
Evangélica Lar de - 153
Instituição de Longa
Betânia, Lar São
Permanência – ILPI
Vicente de Paulo e
Instituto Lar
Esperança
Pessoas diferentes
513
atendidas
Acolhimento Institucional
em Casa de Passagem Pernoite e jantar
Albergue Noturno 30
para Pessoas Adultas e (média diária)
Protetor dos Pobres
famílias em situação de
Casa de Passagem
rua - casa de passagem 19
(mensalmente)
Jantar (média diária) 94
Associação Amigos
das Crianças com
Acolhimento Institucional
Câncer e - 30
Provisório
Cardiopatias -
AMICC
Famílias atendidas 12
Acolhimento em Família
CRAMI
Acolhedora Crianças em família
3
acolhedora
Famílias guardiãs
20
Programa Guarda atendidas
CRAMI
Subsidiada Crianças em Famílias
38
Guardiãs
Associação Lar São
Francisco de Assis
Serviço de Acolhimento
na Providência de - 76
Institucional
Deus (Casa do
Cireneu)
33

Serviço de Acolhimento
Institucional para
AELUZ - 7
Pessoas com Deficiência
em Residência Inclusiva
Associação Lar São
Serviço de Proteção em
Francisco de Assis
situação de calamidades
na Providência de - 74
públicas e de
Deus (Casa do
emergências
Cireneu)
TOTAL GERAL 1080
Fonte: Secretaria Municipal de Assistência Social - Departamento de Gestão de Repasses de
Recursos Públicos, Departamento de Proteção Social Especial e Departamento de Vigilância
Socioassistencial.

Considerando os beneficiários de BPC, segundo o Departamento de Gestão de


Cadastro Único, Benefícios e Transferência de Renda, o município contava com 6.234
BPC Idoso e 3.406 BPC Deficiente em janeiro de 2022. Os CRAS com maior número
de BPC idoso são: CRAS Centro (1.471), CRAS Novo Mundo (795), CRAS João Paulo
II (698), CRAS Santo Antônio (515) e CRAS Eldorado (514). Já a maior incidência de
BPC Deficiente está, respectivamente, no CRAS Centro (594), CRAS Solo Sagrado
(384), CRAS João Paulo II (355), CRAS Santo Antônio (353) e CRAS Novo Mundo
(316).
O mapa apresenta a rede socioassistencial do município, composta por 13
CRAS, 2 CREAS, 1 Centro Pop, 3 Centros de Convivência e demais Serviços
executados pela rede parceira.
34

Mapa 3 — Rede Socioassistencial de São José do Rio Preto.

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial, com dados do Censo SUAS 2021,


Departamento de Gestão de Repasses de Recursos Públicos, Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Municipal de Assistência Social.
35

POPULAÇÃO E VULNERABILIDADE

A crise agravada pelo contexto de pandemia demostra um cenário de 40.144


pessoas em extrema pobreza em São José do Rio Preto, considerando a base do
CECAD de janeiro de 2022. As cinco regiões com maior concentração são,
respectivamente, CEU, Bosque, Pinheirinho, Talhado e Vila Toninho.
Considerando o Cadastro Único, com base CECAD de janeiro de 2022, o
município possui 36.758 famílias cadastradas e 16.498 famílias em extrema pobreza
(renda per capita até R$105,00).
O Diagnóstico Socioterritorial 2017 apontou o surgimento de ocupação de
áreas públicas e particulares por meio de barracos, e identificou como causa a crise
econômica dos anos de 2015 e 2016, que agravou a situação socioeconômica de
inúmeras famílias surgindo as referidas áreas de ocupações que se encontram
atualmente no território do CRAS Jardim Belo Horizonte.
Durante o ano de 2021, os 13 CRAS do município atenderam 24.968 famílias
no serviço PAIF, enquanto, no PAEFI, os CREAS atenderam 882 famílias/indivíduos
e o Centro POP atendeu 3.091 pessoas no serviço especializado para pessoa em
situação de rua e/ou e abordagem social, e considerando as pessoas que foram
categorizadas como pessoas em situação de rua, foram atendidas 2.268.
Em se tratando da escolaridade, a rede municipal de educação atendeu 21.695
alunos do Ensino fundamental no ano de 2020, e 756 jovens e adultos pelo EJA, dados
da Conjuntura Econômica São José do Rio Preto. A consulta ao banco de dados do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP),
considerando a rede pública de ensino, mostra que o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB) em 2019, do 5° ano do Ensino Fundamental, foi de 6,7 para
uma meta projetada de 6.8; já para o 9º ano, o IDEB foi de 5.3 para uma meta de 6.0,
e 3º ano do Ensino Médio, meta atingida de 4.6 (a meta era de 4.3).
De acordo com o Novo Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados
(CAGED), de janeiro a dezembro de 2021, o município somou 71.651 admissões e
63.909 desligamentos. Ressaltamos que se trata de recorte de emprego formal. A
discussão com as equipes das 10 Regiões, para a construção deste diagnóstico
Socioterritorial, constatou o aumento nos atendimentos de famílias em contexto de
desemprego e das que exerciam trabalho informal. Considerando a base de dados do
36

CECAD de agosto de 2021, temos 28.203 que declararam desemprego e 6.781 que
declararam trabalho informal. Neste sentido, as equipes de atendimento dos CRAS e
CREAS apontam, sobretudo, o aumento de solicitação de cestas básicas e inclusão
em programas de transferência de renda.
A análise das Informações do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN), com dados de vigilância de violência interpessoal e
autoprovocada em São José do Rio Preto de 2021, demonstra total de 2.922
notificações. As especificações por tipo de violência são: física 964; autoprovocada
758; psicológica/moral 803; negligência/abandono 162; sexual 174;
financeira/econômica 17; trabalho infantil 40; intervenção legal 05 e tortura 04.
Na coleta de informações do Sistema de Registro Mensal de Atendimentos
(RMA) identifica-se 483 famílias ou indivíduos vítimas de violência ou violações de
direitos que ingressaram no PAEFI em 2021, sendo 266 famílias/indivíduos no CREAS
1 e 217 no CREAS II.
Com relação à Pessoa em Situação de Rua (PSR) no município, no ano de
2021 foram atendidas 2.366 pessoas pelos seguintes serviços: Serviço especializado
para Pessoa em Situação de Rua, Serviço de Abordagem Social e pela OSC Albergue
Noturno, que executa a Casa de Passagem e Acolhimento Institucional.
No trimestre de abril a junho de 2022, foram atendidas uma média mensal de
855 pessoas no Centro POP e 480 no Albergue Noturno Protetor dos Pobres. Das
pessoas atendidas e que foram categorizadas, tivemos uma média de 797 pessoas,
sendo 448 (56,3%) Moradores de Rua, 297 (37,2%) Flutuantes, 52 (6,5%) Munícipes
Não Moradores de Rua.
Quase a totalidade das PSR (Flutuante e Morador de Rua) encontram-se nas
faixas etárias acima de 18 anos, sendo que a faixa etária de 30 a 59 anos corresponde
a 75,7% em média das pessoas atendidas. Quanto ao sexo biológico, em média 89%
são pessoas do sexo masculino e 11% são do sexo feminino. No caso dos Munícipes
não Moradores de Rua, 67,7% estão na faixa etária de 30 a 59 anos. Quanto ao sexo
biológico, 80% são do sexo masculino e 20% do sexo feminino.

TERRITÓRIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


37

Apresentam-se os seguintes mapas: Regiões de São José do Rio Preto,


abrangência dos CRAS, divisão territorial dos CREAS e Rede Socioassistencial, bem
como imagens das fachadas dos CREAS e Centro POP.

Mapa 4 — Regiões de São José do Rio Preto.

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial/Secretaria de Assistência Social.


38

Mapa 5 — Territórios dos CRAS.

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial /Secretaria de Assistência Social.


39

Mapa 6 — Territórios dos CREAS.

Fonte:
Departamento de Vigilância Socioassistencial/Secretaria de Assistência Social.
40

Figura 1 — Fachada CREAS I.

Fonte: Arquivo SEMAS.

Figura 2 — Fachada CREAS II.

Fonte: Arquivo SEMAS.


41

Figura 3 — Fachada Centro POP.

Fonte: Arquivo SEMAS.

MAPA FALADO COM CONSELHOS DE DIREITOS

No dia 13 de junho de 2022 realizou-se, na sede da Secretaria Municipal de


Assistência Social, a atividade do Mapa Falado, contando com a participação de 27
pessoas, representantes do Departamento de Vigilância Socioassistencial, CMAS,
CMDI, CMDCA e COMAD.
Iniciou-se com a proposta metodológica a ser utilizada e explanando como se
daria a participação dos presentes. Fora esclarecido o objetivo do Mapa Falado, com
a finalidade de somar informações ao Diagnóstico Socioterritorial (2022), norteando
as ações a serem contempladas no PMAS (2022/2025). Foi enfatizada a importância
do processo de construção coletiva com a metodologia do diálogo e reflexão como
proposta de finalização do documento para, posteriormente, realizar a devolutiva e
socialização das informações através da publicação deste Diagnóstico.
Sendo assim, realizou-se o processo de discussão em torno dos mapas
expostos e a identificação com marcadores de acordo com cada cor, representando
as respectivas legendas, com as temáticas: vermelho (para elencar situações de
42

risco), prata (ausências nos territórios), verde (espaços de convivência e lazer), azul
(experiências coletivas do território) e laranja (marcas e características de identidade
do território).

• VERMELHO – Locais e situações de riscos:

1. Transporte público em loteamentos e chácaras;


2. Infraestrutura e acessibilidade;
3. Acessibilidade no comércio;
4. Tráfico de drogas;
5. Uso abusivo de Substância Psicoativa (SPA);
6. Exploração Sexual.

De acordo com a análise do grupo, as vulnerabilidades perpassam as políticas


públicas e enfrentá-las é uma tarefa que exige integração e ações intersetoriais.
Foi levantada a questão da falta de mobilidade nas estâncias e chácaras
distantes dos territórios e os riscos a ela relacionados. O transporte público ineficiente
acarreta, segundo o grupo, na falta de segurança, já que as pessoas ficam muito
tempo nos pontos de ônibus, que muitas vezes não são iluminados nem sinalizados,
além de não possuírem acessibilidade para deficientes físicos.
Além disso, foi citada como consequência desse fator, a evasão escolar, pois
as crianças/adolescentes residentes nesses locais enfrentam uma série de
dificuldades para acessar a escola. Referente à mobilidade, existe a falta de
infraestrutura e acessibilidade, não somente nas estâncias, mas em todo o município,
o que gera uma série de transtornos e dificuldades para pessoas idosas e deficientes,
sendo um fator dificultador para suas vidas cotidianas e o acesso à educação, cultura,
esporte e lazer.
Outro fator discutido foi o tráfico de drogas, apontado pelo grupo como mais
visível nas Regiões Bosque, CEU, Pinheirinho, Vila Toninho, Schmitt (Vila Ramos) e
Central. Sobre o uso abusivo de substâncias psicoativas, explanou-se que está em
todas as Regiões, com foco para a região do centro da cidade, que abriga o que os
representantes presentes no Mapa Falado nomearam de “cracolândia”. Foi
mencionado o fato de que, dentro dos condomínios, existe o uso e, até mesmo, tráfico
velado e que não entram nas estatísticas. Relatou-se o fato de os traficantes aliciarem
43

adolescentes para o tráfico. Atreladas ao uso e tráfico de SPA, o grupo mencionou a


prostituição e exploração sexual como escancaradas nas Regiões Central, Pinheirinho
e CEU, com foco para as Regiões Pinheirinho e CEU onde ocorre, também, a
exploração sexual de crianças e adolescentes.

• PRATA – Ausências nos territórios:


1. Saneamento básico em loteamentos e chácaras;
2. Centro Dia;
3. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo (SCFV) para
Crianças e adolescentes no contraturno escolar;
4. Mobilidade urbana;
5. Inserção de jovens no mercado de trabalho e/ou capacitação para
inclusão;
6. Segurança Pública;
7. Remoção (saúde);
8. Outra unidade do “Bom Prato”;
9. Política de Habitação;
10. Critérios para concessão de benefícios;
11. Implementação de mais Centros de Convivência Familiar (CCF);
12. Articulação entre Políticas Públicas para a promoção de cultura;

A legenda das ausências foi, sem dúvida, a mais utilizada. Dentre as ausências
enumeradas acima, destacou-se, durante a discussão, a falta de comunicação em
locais distantes (loteamentos e chácaras irregulares) como fator impeditivo de acesso
à segurança e saúde “não é possível chamar a polícia nem uma ambulância, se
necessário, porque os celulares não têm sinal” (sic). Foi mencionada também a
ausência de orelhões, vistos como ultrapassados na “geração dos celulares”, mas
muito necessários nesses locais.
Uma ausência que implicou em problematizações, por parte do grupo, foi a
inexistência de unidades de Centro Dia para os idosos nas Regiões Cidade da
Criança, Pinheirinho e Schmitt, com ênfase para a necessidade de ser disponibilizado
transporte para os usuários do serviço. Ainda, nessa direção, foi mencionado o fato
de os serviços estarem, em sua maioria, concentrados na Região Central, não sendo
ofertados ou, quando ofertados, ineficientes, nas demais Regiões do município.
44

O grupo expôs a ausência de políticas públicas para inserção de jovens no


mercado de trabalho, enfatizando o fato de haver discriminação quanto aos jovens
que não se enquadram no “padrão estabelecido”. Observam-se preconceitos
relacionados a adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidades sociais, além
da estigmatização dos jovens que moram nas regiões mais periféricas da cidade,
principalmente em estâncias e chácaras.
Com relação à falta de segurança pública, o grupo mencionou que os
condomínios não enfrentam as consequências dessa ausência. Contudo, essa não é
a realidade da maioria da população, pois são muitas as situações (violência, tráfico,
insegurança etc.) vivenciadas em decorrência das fragilidades da segurança pública.
Outro fator destacado refere-se à dificuldade enfrentada pelos usuários ao
tentar utilizar os serviços de remoção da saúde (locomoção de pacientes para
consultas/tratamentos). O serviço foi apontado como “muito burocrático e ineficiente”,
já que, quando disponibilizado, não chega no horário, o que, muitas vezes, faz com
que o paciente perca a consulta. Enfatizou-se, nesse caso, as Regiões Vila Toninho,
CEU, Pinheirinho e Schmitt, com a observação de que isso também ocorre nas
demais.
A dificuldade de acolhimento para dependentes químicos que desejam se tratar
foi mencionada por um dos participantes, que citou o fato de os trâmites serem muito
burocráticos. Aproveitou-se o momento para divulgar os fluxos para acolhimento, que
devem passar inicialmente pelo CAPS, e a importância desses fluxos.
Quanto à fome e insegurança alimentar, foi mencionada a ausência de outras
unidades do Bom Prato na região norte, com foco no Pinheirinho, CEU e Bosque,
sendo enfatizada sua necessidade por todo o grupo. Ainda neste âmbito,
mencionaram-se as ausências provocadas pelos critérios de concessão de benefícios
às famílias, que, segundo uma participante, desconsideram os novos arranjos
familiares formados em decorrência da crise econômica que o país enfrenta, com a
formação, inclusive, de cortiços. Ao citar a situação dos cortiços e rearranjos
familiares, foi levantada a falta de políticas habitacionais, principalmente na Região
Pinheirinho.
Referente aos serviços e locais de convivência sugeriu-se a implementação de
mais Centros de Convivência da Família. Quanto à situação do atual CCF, foi
mencionando que a piscina aquecida gera a maior parte da demanda reprimida do
local, já que a demanda é maior do que a oferta.
45

Por fim, mas não menos importante, foi trazida à discussão a falta de
articulação entre as políticas públicas. Concluiu-se, a esse respeito, que há muitos
espaços que podem servir para realização de eventos e atividades referentes aos
serviços, mas esses espaços estão subaproveitados, uma vez que falta estrutura
mínima como bancos e tomadas em praças. Segundo o grupo, se as políticas
articulassem entre si, os espaços seriam melhor aproveitados. A ênfase, neste tópico,
foi a realização de grupos e atividades culturais, que poderiam chegar às demais
Regiões, mas, pelas questões já mencionadas, ficam concentradas na Região
Central.

• VERDE – espaços de convivência e lazer:


1. Centro de Convivência Familiar (CCF).
• AZUL – experiências coletivas do território (solidariedade, mobilização).
1. Associações;
2. Grupos Narcóticos anônimos (NA)/Alcoólicos Anônimos (AA);
3. Intervenções culturais descentralizadas.

Neste tópico foram destacadas as associações de moradores de bairros que,


segundo relatos, se fortaleceram durante a pandemia (com ênfase às Regiões
Pinheirinho, Cidade da Criança, Central, Schmitt e HB). De modo que os grupos
formados por “vizinhança solidária” existentes, dentre outras, na região Central,
promovem a solidariedade e segurança entre os moradores.
Outros pontos citados como positivos foram os grupos de ajuda (NA e AA)
presentes nas Regiões Vila Toninho e Central e as intervenções culturais
descentralizadas que ocorrem nas Regiões Talhado, Represa e Schmitt.

• LARANJA – marcas e características de identidade do território


1. Polo turístico (Schmitt);
2. Complexo (Cidade da Criança);
3. Shopping (HB);
4. Saúde (HB);
5. Represa/Swift (Represa);
6. Rodoviária (Central);
7. Basílica (Central);
46

8. Calçadão (Central);
9. Biblioteca (Central);
10. Zoológico (Bosque);
11. Cristo (Central);
12. UNESP (Bosque);
13. FAMERP (HB);
14. Pinheirinho (Pinheirinho);
15. Campo de futebol São Francisco (HB);
16. Centro Esportivo Eldorado (Cidade da Criança);
17. Praça de Esporte e Cultura (Schmitt);

Destaca-se, nesse tópico, que de forma geral os participantes apresentaram a


oferta de serviços públicos, bem como os espaços de convivência, esporte e cultura
como importantes marcas e características de identidade dos territórios do município.
Ressaltou-se a importância desses espaços e serviços como referências para a
população e usuários dos serviços ofertados.

Apontamentos finais

Na finalização das discussões foi dada a oportunidade ao grupo de analisar a


atividade e expor seus pontos de vista. Foi mencionado, como ponto positivo, que o
Diagnóstico tem sido um processo “bacana”, participativo e democrático. Como ponto
negativo citou-se o fato de Rio Preto, apesar de ser uma metrópole, possuir muitos
pontos a serem melhorados em diversas políticas públicas, como as políticas para
pessoas idosas, já que a cidade está “envelhecendo” e, segundo o grupo, as políticas
não têm acompanhado esse indicador social. Também foi explicitado o fato de as
políticas públicas não chegarem até os espaços que poderiam ser utilizados para
oferta de seus serviços. Observou-se que muitos espaços possuem potencial para o
desenvolvimento de ações e atividades, mas são subutilizados ou não são
devidamente utilizados por falta de divulgação e da integração entre as políticas.
Por fim, o grupo refletiu sobre a importância da função vigilância, ressaltando
que essa não é só de competência da Política de Assistência Social, mas de todas as
políticas públicas sociais e seus equipamentos. Nessa direção, avaliou-se a relevância
da atividade do Mapa Falado, como exemplo da sistematização das demandas, já que
47

muitas não chegam aos Conselhos de Direitos por não terem sido sistematizadas e
reduzidas a termo, impedindo que as instâncias competentes atuem, de forma direta
e objetiva, para saná-las.

Figura 4 — Mapa falado realizado com conselhos de direitos. Regiões Central, CEU
e Pinheirinho.

Fonte: SEMAS – Secretaria Municipal de Assistência Social.


48

Figura 5 — Mapa falado com conselhos de direitos - Regiões Schmitt e Talhado.

Fonte: SEMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social.

Figura 6 — Mapa falado com conselhos de direitos - Regiões Cidade da Criança e


HB.

Fonte: SEMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social.


49

Figura 7 — Mapa falado com conselhos de direitos - Regiões Vila Toninho, Bosque e
Represa.

Fonte: SEMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social.

RELATOS DE CASOS ALTA COMPLEXIDADE

Referente à alta complexidade, o Departamento de Proteção Social Especial,


em conjunto com o Departamento de Vigilância Socioassistencial, traz o relato de
casos de jovens que estão no Serviço de Acolhimento Institucional para adolescentes
em abrigo da OSC Comunidade Terapêutica Só Por Hoje, com um quadro descritivo
de seus contextos de vida, enumerados de A até D, e uma análise fazendo a
correlação com o importante papel das políticas públicas.
50

Quadro 10 — Breve histórico dos adolescentes do Serviço de Acolhimento em


Abrigo Institucional para adolescentes – OSC Só Por Hoje – Casa
1.
Nomes fictícios Descrição
- Acolhimento por negligência e abandono;
“A” - Acolhimento em outro serviço desde criança;
17 anos - Baixa tolerância à frustração;
- Envolvimento com o uso e tráfico de drogas;
Acolhido neste - Internação no CIAPS - 15 dias devido a uso de substâncias;
Serviço desde: - Dificuldade com figuras de autoridade;
23/11/20 - Dificuldade com normas e regras escolares;
- Comportamento de agressividade devido às adversidades;
-Acompanhamento no CAPS AD III - Schmitt, realizou
acompanhamento ambulatorial em torno de 06 meses, prescrita
medicação controlada, mas nega fazer uso;
- Mudança de período escolar para o noturno na tentativa de busca
de emprego, atingirá sua maioridade em outubro/2022;
- O serviço de acolhimento, através da Vara da Infância e Juventude
conheceu uma empresa no ramo de peças automotivas para
caminhão, na qual o proprietário teve a sensibilização com a história
dos adolescentes acolhidos, e outros dois adolescentes que
passaram por acolhimento tiveram uma oportunidade nesta
empresa;
- No início de fevereiro /2022 – foi realizado um teste na empresa
descrita, na área de separação de itens para venda, o adolescente
apresentou interesse de aprendizagem, foi realizada junto à equipe
e empresa a importância de continuar estudando, para a
possibilidade de crescimento dentro da empresa;
- “A” começou a frequentar a escola com assiduidade, iniciou um
relacionamento com uma adolescente da sala que o estimula com
as questões escolares e de trabalho;
- Não vem apresentando, até o momento, nenhuma situação de
risco e uso de substâncias;
- Com o primeiro salário, comprou uma bicicleta e um celular e
relatou ser a “primeira vez que teve dinheiro do seu suor” ; (sic)
- Apresenta interesse de buscar uma vida autônoma, e constituir
sua própria família.
- Órfão de mãe;
“B” - Negligenciado pelo genitor;
18 Anos - Situação de rua e uso de substâncias;
- Evasão escolar;
- Dificuldade de aprendizagem;
- Tratamento ambulatorial CAPS I CENTRO;
- Permaneceu no acolhimento cerca de 14 meses, no período
retomou a rede de ensino;
- Realizou curso de Jovem Aprendiz na ARPROM, foi contratado
como estagiário por uma rede de supermercados, apresentou bom
desempenho, foi demitido devido à extensão do período de
pandemia;
- O serviço de acolhimento entrou em contato com uma empresa e
relatou que o adolescente precisaria de um trabalho, pois teria que
trabalhar sua autonomia para o a saída do acolhimento;
- O serviço o ajudou na locação de um local próximo ao trabalho,
para a economia do transporte;
- O adolescente precisou de todo um aparato do acolhimento e da
empresa, para a construção de sua autonomia, como auxílio da
gestão financeira, compras de itens domésticos etc.
- O jovem está há dois anos empregado e residindo sozinho.
51

“C” - Acolhido por motivo de negligência;


17 Anos - Sem contato familiar;
Acolhido neste - Evadido da escola;
Serviço desde: - Atualmente concluiu o ensino fundamental no sistema EJA,
18/01/22 aguardando liberação para a inclusão no ensino médio do ensino
regular;
- Iniciou há cerca de 20 dias o estágio em uma empresa e ainda está
em período de teste.
- Acolhido por motivo de negligência;
“D” - Cumprindo medida de Liberdade Assistida por motivo de agressão;
17 ANOS - Cursando o 2º ano do ensino médio;
Acolhido neste - Durante a seleção de estagiários uma empresa ficou sensibilizada
Serviço desde: pelo fato de o adolescente estar em contexto de acolhimento e
14/09/21 decidiu, juntamente com a equipe, dar uma oportunidade de
trabalho para o adolescente;
- Estagiando na empresa há cerca de 2 meses.
Fonte: OSC Só Por Hoje e Departamento de Proteção Social Especial.

Análise e Discussão

Os adolescentes acolhidos apresentam em comum nas suas trajetórias de vida,


situações de vulnerabilidade social, rompimento de vínculos familiares e comunitários
e violação de direitos em diversos âmbitos. Alguns destes adolescentes, na busca
pela sobrevivência, se envolveram no tráfico de drogas, considerada a pior forma de
trabalho infantil e pela sociedade, um caminho sem volta.
Os relatos apresentados apontam retorno à escola, inserção no trabalho,
resgate dos vínculos familiares, superação da dependência química e o alcance da
autonomia. É instigante pensarmos: quais os elementos que propiciaram a mudança
da trajetória de vida dos adolescentes? Inclusive um dos relatos testemunha que
mesmo com a maioridade tal mudança permaneceu. Porque permaneceu? Para
respondermos estas questões é necessário compreender o serviço de acolhimento.
O acolhimento institucional tem como objetivo a proteção integral do
adolescente, devendo ser desenvolvido com o adolescente e sua família trabalho
social que oportunize espaço para reflexão, atividades socioeducativas, retorno à
escola, capacitação profissional, inserção no mercado de trabalho e cuidado integral
à saúde.
O adolescente acolhido tem garantido no acolhimento institucional condição
habitacional digna, alimentação, material de higiene, vestuário, rede de internet, vaga
em escola próxima à residência ou do trabalho, cursos de capacitação e vale
transporte para o desenvolvimento de atividades. O acolhimento institucional, ainda,
52

por intervenção do juiz da infância e juventude, conta com parceiros que priorizam os
adolescentes na oferta de vagas de estágio e emprego. Temos ainda equipe técnica,
formada por psicóloga e assistente social, que em conjunto com os educadores, terá
a missão de supervisionar/orientar os acolhidos, além de realizar atendimentos
particularizados com os adolescentes e seus familiares. A finalidade é o resgate do
vínculo familiar e apoio na construção de estratégias para a superação das
dificuldades a serem enfrentadas no cotidiano, sempre sob a égide do Estatuto da
Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990).
Pela descrição do serviço de acolhimento institucional visualizamos que o
adolescente tem acesso aos direitos apregoados pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente, o que nos leva a pensar que mesmo o adolescente que já vivenciava
diversas desproteções e situações de risco podem ter uma mudança de trajetória.
Infelizmente, a realidade experimentada pelos adolescentes e suas famílias antes do
acolhimento institucional era de muitas desproteções (renda, habitação, alimentar,
escolar e etc.).
Fleury (2010) em texto sobre os modelos de proteção social elabora o conceito
de cidadania invertida “[...] na qual o indivíduo tem que provar que fracassou no
mercado para ser objeto da proteção social”.
O acolhimento institucional é uma medida judicial aplicada em casos graves,
quando se reconhece a impossibilidade de proteção por parte da família e o
esgotamento das ações do estado em atuar junto à família para a proteção de seus
membros, portanto, falamos de fracasso. Todavia, é este fracasso que permite ao
adolescente e sua família ascender à condição de cidadania universal, pois “Os
benefícios passam a ser concedidos a partir das necessidades, com fundamentos nos
princípios da justiça social [...]” (FLEURY, 2010).
Concluímos que o acesso à cidadania universal viabiliza a segurança de
autonomia, é promotora de sonhos, assegura aos adolescentes escolhas, tornando-
os protagonistas de sua própria história. Assim, também questionamos as teses
meritocráticas que responsabilizam os sujeitos por seus sucessos ou fracassos.
53

REFERÊNCIAS

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da Cidadania, [2019]. Disponível em: http://www.cidadania.gov.br/servicos/cadastro-
unico. Acesso em: 13 fev. 2021.

BRASIL. IBGE. Desemprego. [Internet]. Disponível em:


https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php. Acesso em: 13 fev. 2021.

BRASIL. Emenda Constitucional 95 de 15 de dezembro de 2016. Altera o Ato das


Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá
outras providências. Brasília, DF, 2016.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e


do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em:
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=1
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BRASIL. Portal da Transparência. [Internet]. Disponível em:


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Trabalho e Educação Permanente do SUAS em Pauta. Brasília, 2014.

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Serviços Socioassistenciais. Ministério de Desenvolvimento Social. Brasília, DF,
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54

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Assistência Social LOAS e dá outras providências. Brasília, DF, 1993.

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Assistência Social – NOB-RH/SUAS, 2006. Política Nacional de Educação
Permanente do SUAS (PNEP/SUAS). Portaria nº 115, de 20 de março de 2017.

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RH/SUAS. Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome - MDS. 2005. BRASIL,
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BRASIL. Resolução nº 109 de 25 de novembro de 2009. Tipificação Nacional dos


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BRASIL. Lei nº 12.435 de 6 de julho de 2011. Altera a Lei no 8.742, de 7 de


dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social. Diário
Oficial da União 2011; 7 set.

FLEURY, S. Políticas sociais. In: OLIVEIRA, D.A.; DUARTE, A.M.C.; VIEIRA, L.M.F.
DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte:
UFMG/Faculdade de Educação, 2010. Disponível em:
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55

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SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Lei nº 4.956 de 15 de maio de 1992. Dispõe sobre a
política municipal de atendimento dos direitos da criança e do adolescente e dá
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SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Decreto nº 18.073 de 29 de junho de 2018. Institui a


Divisão Geográfica da área do Município de São José do Rio Preto em Regiões e dá
outras providências. Diário Oficial do Município, São José do Rio Preto, SP, 01 de
julho de 2018. Ano XV - nº 4396. Disponível em:
<file:///C:/Users/cvissechi/Downloads/pgm-decreto_18073.pdf>. Acesso em: 7 mar.
2022.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Decreto nº 18.571 de 24 de março de 2020.


Reconhece estado de calamidade pública no Município de São José do Rio Preto
decorrente da pandemia do Coronavírus (COVID-19) e estabelece medidas de
enfrentamento. Diário Oficial do Município, São José do Rio Preto, SP, 25 de março
de 2020. Ano XVII - nº 4922. Disponível em: <
file:///C:/Users/cvissechi/Downloads/pgm-Decreto_18571.pdf>. Acesso em: 7 mar.
2022.
56

APÊNDICE 1 – REDE SOCIOASSISTENCIAL NO MUNICÍPIO


Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Rua Antônio Serviço de
Crianças e CMDCA;
Associação Anjo Munia, 1086 - Jd. Convivência e
1 Bosque Básica adolescentes de 07 130 Censo SUAS
da Guarda Nazareth Fortalecimento de
a 14 anos 2021
(17) 3363-4589 Vínculos (SCFV)
CMDCA;
Censo SUAS
Serviço de 2021;
Crianças e
Convivência e Departamento
Básica adolescentes de 07 120 X X
Fortalecimento de de Gestão de
Associação das a 14 anos
Rua Rosa Vínculos (SCFV) Repasse de
Damas de
Generosa Recursos
Caridade (Lar de
2 Bosque Pinheiro, 441- Públicos
Fátima)
João Paulo II Projeto de Atender até 160 crianças e
núcleo João
(17) 3224-5384 Fomento Lar de adolescentes, de ambos os sexos, Departamento
Paulo II
Fátima "In Fight" de 06 a 14 anos, excepcionalmente de Gestão de
Início 01/04/2021 Projeto de Fomento para adolescentes de 15 anos, X Repasse de
Término ofertando o jiu-jitsu em cinco Recursos
31/01/2023 núcleos: Planalto, João Paulo II, Públicos
22 meses Novaes, Vitória Régia e Maceno.
Serviço de
Famílias em
Proteção e
situação de
Atendimento
vulnerabilidade
Rua Rosa Integral à Família
social
Generosa (PAIF)
Pinheiro, 401 João Serviço de
CRAS¹ João Convivência e Adolescentes de 15 Censo SUAS
3 Bosque Paulo II - Básica -
Paulo II Fortalecimento de a 17 anos e idosos 2021
(17) 3223-8550
(17) 99779-0611 Vínculos (SCFV)
(17) 3221-5183 Serviço de Pessoas com
Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
57

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social

Rua Valdomiro
Serviço de
Cornachione, 209
Lar Maria José Convivência e Jovens a partir de Censo SUAS
4 Bosque Bosque da Básica 30
de Jesus Fortalecimento de 18 anos a idosos 2021
Felicidade
Vínculos (SCFV)
(17) 3224-8050
Rua Alexandre Serviço de
Casa Evangélica
Tambury, 243 - Jd. Especial de Alta Acolhimento Homens adultos de Censo SUAS
5 Central de Recuperação 12
Conceição Complexidade Institucional em 18 a 59 anos 2021
Adonai (CERAI)
(17) 3223-6468 República
Pessoas adultas ou
Pernoite e
famílias em
Serviço de Jantar (média Censo SUAS
situação de rua,
Rua Acolhimento diária): 40; 2021;
Albergue Noturno desabrigo por
Independência, Especial de Alta Institucional - Casa de Departamento
6 Central Protetor dos abandono, X
2611 - Centro Complexidade Abrigo Institucional Passagem de Gestão de
Pobres migração, ausência
(17) 3232-8260 e Casa de (mensal): 10; Repasse de
de residência e
Passagem Jantar (média Recursos
pessoas em
diária):100 Públicos
trânsito
Serviço de
acolhimento
Institucional
4 Casas-lares e Censo SUAS
Sede: Rua Rubião
Associação crianças e 2021;
Jr, 2056 - Boa
Filantrópica Especial de Alta adolescentes em Crianças e 10 vagas para Departamento
7 Central Vista (sede da X X
Mamãe Idalina Complexidade reintegração adolescentes cada casa lar de Gestão de
equipe)
(AMAI) familiar Repasse de
(17) 3222-5121
obs. O serviço Recursos
atende todas as Públicos
regiões do
município.
58

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Associação Rio- Ações de
Rua Prudente de
pretense de Promoção da
Moraes, 3308 - Adolescentes de 14 CMDCA;
8 Central promoção do Básica Integração ao 700 X
Centro a 17 anos CMAS
Menor Mercado de
(17) 3214-6830
(ARPROM) Trabalho
Serviço de
Associação Casa Rua Borba Gato,
Especial de Alta Acolhimento Censo SUAS
9 Central de Caridade Pão 149 - Jd. Paulista Adultos 15
Complexidade Institucional - 2021
da Vida (17) 3305-3028
Abrigo Institucional

Rua Maximiano Serviço de


Associação
Mendes, 157 - Convivência e 18 a 29 anos, 30 a Censo SUAS
10 Central Madre Teresa de Básica 30
Santa Cruz Fortalecimento de 59 anos e idosos 2021
Calcutá
(17) 3235-4645 Vínculos (SCFV)

Jovens, adultos,
idosos e famílias
Serviço que utilizam
Especializado em espaços públicos
Rua Antônio de
Abordagem Social como forma de
Godoy, 2839 -
Especial de moradia e/ou
Centro Censo SUAS
11 Central Centro Pop³ Média sobrevivência -
(17) 3237-3000 20211
Complexidade Jovens, adultos,
(17) 3231-6939
Serviço idosos e famílias
(17) 99709-0301
Especializado para que utilizam as
Pessoas em ruas como espaço
Situação de Rua de moradia e/ou
sobrevivência
Serviço de
Rua João Teixeira, Famílias em
Proteção e
260 - Vila Santa situação de Censo SUAS
12 Central CRAS Centro Básica Atendimento -
Cruz vulnerabilidade 2021
Integral à Família
(17) 3212-7670 social
(PAIF)
59

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
(17) 99779-1276 Serviço de
(17) 3215-3300 Convivência e Adolescentes de 15
Fortalecimento de a 17 anos e idosos
Vínculos (SCFV)
Serviço de Pessoas com
Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social
Serviço de
Proteção e Famílias e
Atendimento indivíduos que
Especializado a vivenciam violação
Famílias e de direitos
Indivíduos (PAEFI)
Adolescentes de 12
Rua Maximiano
a 18 anos
Mendes, 154 - Serviço de
Especial de incompletos, ou
Santa Cruz Proteção Social a Censo SUAS
13 Central CREAS² II Média jovens de 18 a 21 -
(17) 3227-2520 Adolescentes em 2021
Complexidade anos, em
(17) 3212-8217 Cumprimento de
cumprimento de
(17) 99734-8969 Medida
medida
Socioeducativa de
socioeducativa de
Liberdade Assistida
Liberdade Assistida
(LA) e de Prestação
(LA) e de
de Serviços à
Prestação de
Comunidade (PSC)
Serviços à
Comunidade (PSC)
Ações de
Centro de Rua Dr.
Promoção da Adolescentes e
Integração Presciliano Pinto, CMDCA;
14 Central Básica Integração ao jovens de 14 a 24 - X
Empresa-Escola 3300 - Boa Vista CMAS
Mercado de anos
(CIEE) (17) 3211-2953
Trabalho
60

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Serviço de
Rua Silva Jardim, Crianças e CMDCA;
Centro Social Convivência e
15 Central 3925 - Santa Cruz Básica adolescentes de 06 55 X Censo SUAS
Santa Cruz Fortalecimento de
(17) 3232-2678 a 14 anos 2021
Vínculos (SCFV)
CMDCA;
Censo SUAS
Serviço de 2021;
Crianças e
Convivência e Departamento
Básica adolescentes de 07 110 X X
Fortalecimento de de Gestão de
Associação das a 14 anos
Vínculos (SCFV) Repasse de
Damas de Av. Philadelpho M.
Recursos
Caridade (Lar de Gouveia Neto, 785
16 Central Públicos
Fátima) - Vila Novaes
Projeto de Atender até 160 crianças e
núcleo Vila (17) 32222-1614
Fomento Lar de adolescentes, de ambos os sexos, Departamento
Novaes
Fátima "in Fight" de 06 a 14 anos, excepcionalmente de Gestão de
Início 01/04/2021 Projeto de Fomento para adolescentes de 15 anos, X Repasse de
Término ofertando o jiu-jitsu em cinco Recursos
31/01/2023 núcleos: Planalto, João Paulo II, Públicos
22 meses Novaes, Vitória Régia e Maceno
Av. Dr. Cenobelino
Grupo de Serviço de
de Barros Serra, Todos os ciclos de
Atendimento e Convivência e Censo SUAS
17 Central 3003 Básica vida - todas as 30
Prevenção do Fortalecimento de 2021
Pq. Industrial faixas etárias
Câncer (GAPC) Vínculos (SCFV)
(17) 3500-2100
Serviço de
Proteção Social
Especial de
Especial para
Média Idosos 38 X
Idosos e suas Censo SUAS
Complexidade
Lar São Vicente Rua Fernão Dias Famílias - Centro 2021
de Paulo de São Paes Leme, 414 - Dia para Idosos Departamento
18 Central
José do Rio Vila Maceno Serviço de de Gestão de
Preto (17) 3224-6435 Acolhimento Repasse de
Especial de Alta Institucional - Recursos
Idosos Até 50 X
Complexidade Abrigo Institucional Públicos
(Instituição de
Longa
61

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Permanência para
Idosos - ILPI)

Serviço de
Rua Dom Pedro I, Crianças e CMDCA;
Legião da Boa Convivência e
19 Central 2776 - Jd. Canaã - Básica adolescentes de 07 150 X Censo SUAS
Vontade (LBV) Fortalecimento de
(17) 3235-1811 a 14 anos 2021
Vínculos (SCFV)
Rua José Serviço de
Instituto Crianças e CMDCA;
Bonifácio, 1598 - Convivência e
20 Central Comboniano São Básica adolescentes de 07 300 X X Censo SUAS
Jd. Roseiral Fortalecimento de
Judas Tadeu a 14 anos 2021
(17) 3215-9200 Vínculos (SCFV)
Associação dos
Rua Floriano Serviço de
Ostomizados de Todos os ciclos de
Peixoto - nº 926, Convivência e Censo SUAS
21 Central São José do Rio Básica vida - todas as 20
bairro: Boa Vista Fortalecimento de 2021
Preto e Região faixas etárias
(17) 30225636 Vínculos (SCFV)
(AORP)
Ações de
Rede de
Promoção da Adolescentes e
Assistência Rua Cila, 2866 - CMDCA;
22 Central Básica Integração ao jovens de 14 a 24 125 X
Social Cristã Vila Imperial CMAS
Mercado de anos
(RASC)
Trabalho
Censo SUAS
2021;
Serviço de CMDCA
Crianças e
Convivência e Departamento
Associação das Rua Amélia Básica adolescentes de 07 200 X X
Fortalecimento de de Gestão de
Damas de Ferreira Del a 14 anos
Vínculos (SCFV) Repasse de
23 CEU Caridade (Lar de Campo, 125 - Jd.
Recursos
Fátima) Planalto
Públicos
núcleo Planalto (17) 3236-8887
Projeto de Atender até 160 crianças e
Departamento
Fomento Lar de adolescentes, de ambos os sexos,
Projeto de Fomento X de Gestão de
Fátima "In Fight" de 06 a 14 anos, excepcionalmente
Repasse de
Início 01/04/2021 para adolescentes de 15 anos,
62

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Término ofertando o jiu jitsu em cinco núcleos: Recursos
31/01/2023 Planalto, João Paulo II, Novaes, Públicos
22 meses Vitória Régia e Maceno.
Abrange as regiões CEU, Pinheirinho
e Talhado Departamento
Rua da Liberdade,
Projeto de Atender 200 crianças e adolescentes de Gestão de
Associação s/n - Talhado
24 CEU Fomento Projeto de Fomento e suas famílias, X Repasse de
Paraíso (sede)
Arte de Rua respeitando o ciclo de vida e faixa Recursos
(17) 997164691
etária, propiciando espaços de Públicos
proteção acolhedor
Atender um total de 90 crianças e
adolescentes por mês, com idade de
Av. Virgílio Dias de Projeto de Fomento 06 a 17 anos e 11 meses de ambos Departamento
Associação de
Castro, 388 - São Início: 07/06/2021 os sexos de Gestão de
Assistência São Projeto Entre
25 CEU Deocleciano Término: região de abrangência X X Repasse de
Deocleciano Laços
(sede) 06/06/2022 CRAS São Deocleciano (paróquia) Recursos
(AASD)
(17) 3224-5616 12 meses CEU das Artes Nova Esperança Públicos
CRAS Lealdade e Amizade (Escola
Estadual João Deoclecio da Silva)
Serviço de
Famílias em
Proteção e
situação de
Atendimento
vulnerabilidade
Integral à Família
social
Rua Zacarias (PAIF)
Selime Alex Serviço de
André, 200 - Pq. Convivência e Adolescentes de 15
Censo SUAS
26 CEU CRAS Cidadania da Cidadania Básica Fortalecimento de a 17 anos e idosos -
2021
(17) 3212-9195 Vínculos (SCFV)
(17) 3219-5220 Serviço de Pessoas com
(17) 99729-0423 Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social
63

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Serviço de
Famílias em
Proteção e
situação de
Atendimento
vulnerabilidade
Integral à Família
social
(PAIF)
Rua Josefina Reis
Serviço de
Assunção, 385 -
Convivência e Adolescentes de 15
CRAS Santo Santo Antônio Censo SUAS
27 CEU Básica Fortalecimento de a 17 anos e idosos -
Antônio (17) 3217-8024 2021
Vínculos (SCFV)
(17) 3219-7104
Serviço de Pessoas com
(17) 99645-4742
Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social
Censo SUAS
Serviço de
2021;
Proteção Social
Especial de Departamento
Especial para
Média Idosos 20 X de Gestão de
Idosos e suas
Complexidade Repasse de
Famílias - Centro
Recursos
Rua Edson Pupin, Dia para Idosos
Públicos
Instituto Lar 651 - Jd. Santo
28 CEU Serviço de
Esperança Antônio Censo SUAS
Acolhimento
(17) 3219-9720 2021;
Institucional -
Departamento
Especial de Alta Abrigo Institucional
IDOSOS Até 20 X de Gestão de
Complexidade (Instituição de
Repasse de
Longa
Recursos
Permanência para
Públicos
Idosos - ILPI)
Associação Rua Theodoro Serviço de
Cidade da Espírita a Sanches, 2300 - Convivência e Adultos de 30 a 59 Censo SUAS
29 Básica 30 X
Criança Caminho da Luz São Jorge Fortalecimento de anos 2021
(AELUZ) (17) 3236-6098 Vínculos (SCFV)
64

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Censo SUAS
2021;
Serviço de
Rua Theodoro Departamento
Acolhimento Jovens e adultos
Sanches, 2300 - Especial de Alta de Gestão de
Institucional - com deficiência de Até 16 X X
São Jorge Complexidade Repasse de
Residência 18 a 59 anos
(17) 3219-8325 Recursos
Inclusiva
Públicos;
CMDCA
Rua Francisco
Rodrigues de Serviço de
Serviço Social Crianças e CMDCA;
Cidade da Freitas, 184 Convivência e
30 Maria Peregrina Básica adolescentes de 07 130 X Censo SUAS
Criança Jardim Belo Fortalecimento de
(SESMAP) a 17 anos 2021
Horizonte Vínculos (SCFV)
(17) 3219-9970
Crianças,
adolescentes,
jovens, adultos,
Sede: Av. Das CMDCA;
Especial de Serviço idosos e famílias
Hortênsias, 660 - CMAS;
Média Especializado em que utilizam 70 X X
Jardim dos Seixas gestão de
Complexidade Abordagem Social espaços públicos
(17) 3236-3696 parcerias
como forma de
moradia e/ou
sobrevivência
Cidade da Comunidade Só Crianças e
31
Criança Por Hoje Serviço de adolescentes do
Acolhimento município, de 10 a
Institucional - Casa 17 anos, de ambos
Sede: Av. Das CMDCA;
Lar - Casa os sexos, com
Hortênsias, 660 - Especial de Alta CMAS;
Compartilhada4 transtornos 10 X X
Jardim dos Seixas Complexidade Gestão de
obs: O Serviço mentais, em
(17) 3236-3696 Parcerias
atende todas as situação de risco
Regiões do pessoal e social,
Município sob medida de
proteção
65

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Serviço de
Acolhimento Adolescentes
Sede: Av. Das Institucional - homens, de 12 a 17 CMDCA;
Hortênsias, 660 - Especial de Alta Abrigo Institucional anos, em situação CMAS;
ATÉ 10 X X
Jardim dos Seixas Complexidade obs: O Serviço de risco pessoal e Gestão de
(17) 3236-3696 atende todas as social, sob medida Parcerias
Regiões do de proteção
Município
Serviço de Famílias em
Convivência e situação de
Fortalecimento de vulnerabilidade
Vínculos (SCFV) social
Serviço de
Rua Brás Repizo
Convivência e Adolescentes de 15
Nabas, 262 - Vila
Cidade da Fortalecimento de a 17 anos e idosos Censo SUAS
32 CRAS Eldorado Romana Básica -
Criança Vínculos (SCFV) 2021
(17) 99733-4507
Serviço de Pessoas com
(17) 3219-0186
Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social
Serviço de
Famílias em
Proteção e
situação de
Atendimento
vulnerabilidade
Integral à Família
Rua Rogério social
(PAIF)
Cozzi, 657 - Jd.
Serviço de
Cidade da CRAS Jardim Anielli Censo SUAS
33 Básica Convivência e Adolescentes de 15 -
Criança Belo Horizonte (17) 3222-4256 2021
Fortalecimento de a 17 anos e idosos
(17) 3219-0078
Vínculos (SCFV)
(17) 99718-2169
Serviço de Pessoas com
Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
66

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social

Ações de
Habilitação e
Associação Rua Joaquim
Reabilitação da Crianças e
Beneficente dos Fernandes Diniz,
Pessoa com adolescente de um
34 HB Vinte e Cinco - 100 - Tarraf II Básica 100 CMAS
Deficiência e a ano e cinco meses
ABVIC (Amigos (17) 3216-4160
Promoção de Sua a 12 anos
da Hipo) (17) 99644-3678
Integração à Vida
Comunitária
Av. Anisio Haddad Serviço de
Associação Lar Crianças e CMDCA,
6580 - Jardim Convivência e
35 HB dos Menores Básica adolescentes de 07 200 X Censo SUAS
Aclimação Fortalecimento de
(ALARME) a 14 anos 2021
(17) 3226-4100 Vínculos (SCFV)
Censo SUAS
Associação dos
Rua Dr. Lino 2021;
Amigos da Serviço de
Braile, 355 - Jd. Crianças, Departamento
Criança com Especial de Alta Acolhimento
36 HB Francisco adolescentes e 46 X X de Gestão de
Câncer ou Complexidade Institucional - Casa
Fernandes famílias Repasse de
Cardiopatia de Passagem
(17) 2137-0777 Recursos
(AMICC)
Públicos
Serviço de Censo SUAS
Rua Dr. Raul Proteção Social 2021;
Associação de
Silva, 1863 - Nova Especial de Especial para Departamento
Pais e Amigos Pessoas com 160 (sede e
37 HB Redentora Média Pessoas com X X de Gestão de
dos Excepcionais deficiência Schmitt)
(17) 3227-1200 Complexidade Deficiência e suas Repasse de
(APAE)
/2136-1200 Famílias - Centro Recursos
Dia Públicos
Rua Olavo
Serviço de
Guimaraes Crianças e CMDCA;
Centro Social Convivência e
38 HB Correa, 815 - Básica adolescentes de 07 80 X Censo SUAS
Parque Estoril Fortalecimento de
Jardim Ouro Verde a 14 anos 2021
Vínculos (SCFV)
(17) 3201-1550
67

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Serviço de
Convivência e
Fortalecimento de
Vínculos (SCFV) e
Rua Rosa
Clube dos Ações de
Gregório Gomes, Todos os ciclos de
Amigos dos Habilitação e Censo SUAS
39 HB 495 - Jd. Básica vida - todas as 180
Deficientes Reabilitação da 2021; CMAS
Maracanã faixas etárias
(CADE) Pessoa com
(17) 3231-7463
Deficiência e a
Promoção de sua
integração à vida
comunitária
Casa de Apoio Rua Saad k. Saad
ao Paciente Aboujaoude, 161 - Serviço de
Especial de Alta Censo SUAS
40 HB Adulto com Jd. Michel Jacob Acolhimento Adultos e idosos 54
Complexidade 20211
Câncer (17) 3216-1593 / Institucional
(CAPACC) (17)3227-2676
Rua Olavo
Serviço de
Guimarães Crianças e CMDCA;
Casa de Convivência e
41 HB Correa, 600 - Jd. Básica adolescente de 07 60 X Censo SUAS
Eurípedes Fortalecimento de
Urano a 14 anos 2021
Vínculos (SCFV)
(17) 3227-4733
Serviço de
Av. Brigadeiro
Centro Regional Acolhimento Até 15 famílias
Faria Lima, 5544 - Crianças e CMDCA;
de Atenção aos Especial de Alta Institucional - acolhedoras
42 HB Vila São Pedro - adolescentes com X X gestão de
Maus Tratos na Complexidade Família Acolhedora até 25 famílias
3º andar medida de proteção parcerias
Infância (CRAMI) e Programa Guarda subsidiadas
(17) 3227-3484
Subsidiada
Serviço de
Rua Centenário, Famílias em
Proteção e
CRAS Novo 1299 - Jd. Novo situação de Censo SUAS
43 HB Básica Atendimento -
Mundo mundo vulnerabilidade 2021
Integral à Família
(17) 3226-3131 social
(PAIF)
68

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
(17) 3227-0169 Crianças de 0 a 6
Serviço de
(17) 99779-2480 anos e seus
Convivência e
responsáveis,
Fortalecimento de
adolescentes de 15
Vínculos (SCFV)
a 17 anos e idosos
Serviço de Pessoas com
Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social
Serviço de
Proteção e Famílias e
Atendimento indivíduos que
Especializado a vivenciam violação
Famílias e de direitos
Indivíduos (PAEFI)
Adolescentes de 12
Rua José
a 18 anos
Polachini Serviço de proteção
Especial de incompletos, ou
Sobrinho, 575 - Jd. social a Censo SUAS
44 HB CREAS I Média jovens de 18 a 21 -
Sinibaldi adolescentes em 2021
Complexidade anos, em
(17) 3216-2226 cumprimento de
cumprimento de
(17) 3216-3155 medida
medida
socioeducativa de
socioeducativa de
Liberdade Assistida
Liberdade Assistida
(LA) e de Prestação
(LA) e de
de Serviços à
Prestação de
Comunidade (PSC)
Serviços à
Comunidade (PSC)
Fundação Líbero
Av. Francisco das
Badaró de Ações de promoção Adolescentes
Chagas Oliveira,
Ensino e da integração ao mulheres a partir CMDCA;
45 HB 1175 Básica 90 X
Assistência mercado de de 15 anos e 08 CMAS
Chácara Municipal
Social trabalho meses a 17 anos
(17) 3201-4900
(FULBEAS)
69

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Ações de CMDCA;
habilitação e Censo SUAS
Instituto
Rua Cleo Oliveiro reabilitação da 2021;
Riopretense dos Especial de
Roma, 200 - Jd. pessoa com Pessoas com Departamento
46 HB Cegos Média 48 X X
Morumbi deficiência e a deficiência visual de Gestão de
Trabalhadores Complexidade
(17) 3355-5001 promoção de sua Repasse de
(IRCT)
integração à vida Recursos
comunitária Públicos
Serviço de
Censo SUAS
Acolhimento
2021;
Rua Roberto Institucional -
Associação Departamento
Simonsen, 430 - Especial de Alta Abrigo Institucional
47 HB Evangélica Lar Idosos Até 43 X de Gestão de
vila São José Complexidade (Instituição de
de Betânia Repasse de
(17) 3227-2200 Longa
Recursos
Permanência para
Públicos
Idosos - ILPI)
Rua Doutor Raul Serviço de
CMDCA,
Associação Silva, 1523 - Nova Especial de Alta Acolhimento
48 HB Adultos 26 X Censo SUAS
Operação Alegria Redentora Complexidade Institucional -
2021
(17) 3305-6127 Abrigo Institucional
Av. Faiez
Associação Serviço de
Nametalh Tarraf,
Beneficente Convivência e Adultos de 30 a 59 Censo SUAS
49 HB 1.180 - São Básica 40
Jerônimo de Fortalecimento de anos 2021
Marcos
Mendonça Vínculos (SCFV)
(17)32273311
Censo SUAS
Associação Lar Serviço de
Av. Benedito Pessoas adultas de 2021;
São Francisco de Proteção em
Rodrigues Lisboa, ambos os sexos Departamento
Assis na Especial de Alta Situação de
50 HB 400 - São que se encontram Até 50 X de Gestão de
Providência de Complexidade Calamidades
Francisco em situação de rua Repasse de
Deus (Casa de Públicas e de
(17) 3229-3769 e desabrigo Recursos
Cireneu) Emergências
Públicos
Rua Nagib Famílias em
Serviço de
Abissamira, 1801 - situação de Censo SUAS
51 Pinheirinho CRAS Antunes Básica Proteção e -
Jd. Antunes vulnerabilidade 2021
Atendimento
(17) 3236-5611 social
70

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
(17) 3219-0060 Integral à Família
(17) 99717-9120 (PAIF)
Serviço de
Convivência e Adolescentes de 15
Fortalecimento de a 17 anos e idosos
Vínculos (SCFV)
Pessoas com
Serviço de proteção
deficiência e/ou
social básica no
pessoas idosas que
domicílio para
vivenciam situação
pessoas com
de vulnerabilidade
deficiência e idosas
social
Serviço de
Famílias em
Proteção e
situação de
Atendimento
vulnerabilidade
Integral à Família
social
(PAIF)
Rua Beatriz da
Serviço de
Conceição, 241 -
Convivência e Adolescentes de 15
CRAS Solo Solo Sagrado Censo SUAS
52 Pinheirinho Básica Fortalecimento de a 17 anos e idosos -
Sagrado (17) 3217-3200 2021
Vínculos (SCFV)
(17) 3237-3333
Pessoas com
(17) 99772-7435 Serviço de proteção
deficiência e/ou
social básica no
pessoas idosas que
domicílio para
vivenciam situação
pessoas com
de vulnerabilidade
deficiência e idosas
social
Rua Nagib Serviço de
Instituto Crianças e CMDCA;
Abissamra, 1665 - Convivência e
53 Pinheirinho Educacional Básica adolescentes de 06 140 X Censo SUAS
Ana Célia Fortalecimento de
Casa da Criança a 17 anos 2021
(17) 3236-1960 Vínculos (SCFV)
Rua Maria da
Associação Serviço de Crianças,
Encarnação
Espírita Rancho Convivência e adolescentes e Censo SUAS
54 Pinheirinho Ferreira, 365 Básica 40 X
de Luz “Paulino Fortalecimento de jovens 2021
Solo Sagrado
Garcia” Vínculos (SCFV) de 07 a 29 anos
(17) 3236-1013
71

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Rua Paschoal Serviço de
Todas os ciclos de CMDCA;
Instituto As Decrescenzo, 599 Convivência e
55 Pinheirinho Básica vida, a partir dos 7 60 X Censo SUAS
Valquírias - Jd. Itapema Fortalecimento de
anos 2021
(17) 99151-2686 Vínculos (SCFV)
CMDCA;
Rua Alcina Censo SUAS
Projeto
Medeiros Pinto Serviço de 2021;
Educacional Crianças e
César, 99 Convivência e Departamento
56 Pinheirinho Profissionalizante Básica adolescentes de 06 50 X X
Residencial Fortalecimento de de Gestão de
do Adolescente a 14 anos
Califórnia Vínculos (SCFV) Repasse de
(PROEPAD)
(17) 3219-1467 Recursos
Públicos
Abrange as regiões CEU, Pinheirinho
e Talhado Departamento
Rua da Liberdade, Projeto de atender 200 crianças e adolescentes de Gestão de
Associação
57 Pinheirinho s/n - Talhado Fomento Projeto de Fomento e suas famílias, X Repasse de
Paraíso
(17) 997164691 Arte de Rua respeitando o ciclo de vida e faixa Recursos
etária, propiciando espaços de Públicos
proteção acolhedor
Associação de Av. Virgílio Dias de Serviço de
Crianças e CMDCA;
Assistência São Castro, 388 - São Convivência e
58 Represa Básica adolescentes de 07 120 X Censo SUAS
Deocleciano Deocleciano Fortalecimento de
a 17 anos 2021
(AASD) (17) 3224-5616 Vínculos (SCFV)
Atender um total de 90 crianças e
adolescentes por mês, com idade de
Projeto de Fomento 06 a 17 anos e 11 meses de ambos Departamento
Associação de Av. Virgílio Dias de
Início: 07/06/2021 os sexos de Gestão de
Assistência São Castro, 388 - São Projeto Entre
59 Represa Término: região de abrangência Repasse de
Deocleciano Deocleciano Laços
06/06/2022 CRAS São Deocleciano (paróquia) Recursos
(AASD) (17) 3224-5616
12 meses CEU das Artes Nova Esperança Públicos
CRAS Lealdade e Amizade (Escola
Estadual João Deoclecio da Silva)
Famílias em
Rua Olinda Loria Serviço de
CRAS São situação de Censo SUAS
60 Represa Khauan, 151 - pq. Básica Proteção e -
Deocleciano vulnerabilidade 2021
São Miguel Atendimento
social
72

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
(17) 3223-1238 Integral à Família
(17) 99706-9526 (PAIF)

Crianças de 0 a 6
Serviço de
anos e seus
Convivência e
responsáveis,
Fortalecimento de
adolescentes de 15
Vínculos (SCFV)
a 17 anos e idosos
Pessoas com
Serviço de proteção
deficiência e/ou
social básica no
pessoas idosas que
domicílio para
vivenciam situação
pessoas com
de vulnerabilidade
deficiência e idosas
social
Crianças e
Av. Benedito Serviço de adolescentes de 07
Projeto CMDCA;
Sufredini, 655 - Convivência e a 17 anos; jovens
61 Represa Maquininha do Básica 200 X X Censo SUAS
São Deocleciano Fortalecimento de de 18 a 29 anos e
Futuro 2021
(17) 3221-6251 Vínculos (SCFV) adultas (os) de 30 a
59 anos
Censo SUAS
Serviço de proteção 2021;
Especial de social especial para Departamento
Pessoas com 160 (sede e
Média pessoas com X X de Gestão de
deficiência Schmitt)
Associação de Complexidade deficiência e suas Repasse de
Pais e Amigos Rural - Engº famílias - centro dia Recursos
62 Schmitt dos Excepcionais Schmitt Públicos
- núcleo rural (17) 3227-1201 Inovar e ampliar o serviço clínico de
Projeto de Fomento Departamento
(APAE) saúde, nas instalações
Início: 01/06/2021 de Gestão de
Projeto da APAE Rural de São José do Rio
Término: X Repasse de
Equoterapia Preto.
30/10/2022 Recursos
APAE SEDE - Central
17 meses Públicos
APAE Rural - Schmitt
Serviço de Censo SUAS
Associação e Rua Voluntários Especial de Alta
63 Schmitt Acolhimento Idosos Até 84 X 2021;
Oficina de da Pátria 44 - Complexidade
Institucional - Departamento
73

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Caridade Santa Schmitt Abrigo Institucional de Gestão de
Rita de Cássia (17) 3808-1527 (Instituição de Repasse de
Longa Recursos
Permanência para Públicos
Idosos - ILPI)
Serviço de
Famílias em
Proteção e
situação de
Atendimento
vulnerabilidade
Integral à Família
social
(PAIF)
Rua Voluntários
Serviço de
da Pátria, 460 -
CRAS - Convivência e Adolescentes de 15
Engº Schmitt Censo SUAS
64 Schmitt Engenheiro Básica Fortalecimento de a 17 anos e idosos -
(17) 3808-1412 2021
Schmitt Vínculos (SCFV)
(17) 3808-1010
Serviço de Pessoas com
(17) 99657-9597
Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social
Atender um total de 90 crianças e
adolescentes por mês, com idade de
Av. Virgílio Dias de Projeto de Fomento 06 a 17 anos e 11 meses de ambos Departamento
Associação de
Castro, 388 - São Início: 07/06/2021 os sexos de Gestão de
Assistência São Projeto Entre
65 Talhado Deocleciano Término: região de abrangência X Repasse de
Deocleciano Laços
(sede) 06/06/2022 CRAS São Deocleciano (paróquia) Recursos
(AASD)
(17) 3224-5616 12 meses CEU das Artes Nova Esperança Públicos
CRAS Lealdade e Amizade (Escola
Estadual João Deoclecio da Silva)
Serviço de
Rua da Liberdade, Crianças e CMDCA;
Associação Convivência e
66 Talhado s/n - Talhado Básica adolescentes de 07 30 X Censo SUAS
Paraíso Fortalecimento de
(17) 997164691 a 14 anos 2021
Vínculos (SCFV)
Rua da Liberdade, Projeto de Abrange as regiões CEU, Pinheirinho Departamento
Associação
67 Talhado s/n - Talhado Fomento Projeto de Fomento e Talhado X de Gestão de
Paraíso
(17) 997164691 Arte de Rua atender 200 crianças e adolescentes Repasse de
74

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
e suas famílias, Recursos
respeitando o ciclo de vida e faixa Públicos
etária, propiciando espaços de
proteção acolhedor
Rua Geraldo de
Paiva Ferreira
Projeto de Fomento Departamento
Associação (projetada 15), s/n
Início: 01/06/2021 Atender até 150 crianças e de Gestão de
Filantrópica Lealdade e Projeto Vem Ser
68 Talhado Término: adolescentes de 06 a 17 anos e 11 X X Repasse de
Mamãe Idalina - Amizade o Futuro
31/05/2022 meses, de forma virtual. Recursos
AMAI ao lado do CRAS
12 meses Públicos
Lealdade e
Amizade
Serviço de
Famílias em
Proteção e
situação de
Atendimento
vulnerabilidade
Integral à Família
social
Rua Geraldo de (PAIF)
Paiva Ferreira, s/n Crianças de 0 a 6
Serviço de
- Residencial anos e seus
Convivência e
CRAS Lealdade Lealdade e responsáveis, Censo SUAS
69 Talhado Básica Fortalecimento de -
e Amizade Amizade adolescentes de 15 2021
Vínculos (SCFV)
(17) 3229-7566 a 17 anos e idosos
(17) 99761-4234 Serviço de Pessoas com
(17) 3214-0592 Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social
CMDCA;
Censo SUAS
Associação Rua Azaim Pinto Serviço de 2021;
Crianças e
Vila Filantrópica Murta, 136 - Convivência e Departamento
70 Básica adolescentes de 07 50 X X
Toninho Mamãe Idalina Vitória Régia Fortalecimento de de Gestão de
a 14 anos
(AMAI) (17) 3238-1457 Vínculos (SCFV) Repasse de
Recursos
Públicos
75

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
Serviço de CMDCA
Proteção Social CMAS
Especial de Especial para Departamento
Pessoas com
Média Pessoas com 82 X X de Gestão de
deficiência
Complexidade Deficiência e suas Repasse de
Famílias - Centro Recursos
Av. Amélia Cury Dia Públicos
Vila Associação Gabriel, 4701 - Jd. Projeto de
71
Toninho Renascer Soraia Fomento Atendimento gratuito a 40 pessoas
(17) 3213-9595 Pediasuit e Projeto de Fomento com deficiência intelectual e
Snoezeien Início: 01/06/2021 dificuldades físicas associadas ou
Início: Término: não, e autismo, de 0 a 14 anos, em X
01/06/2021 30/06/2022 02 métodos inovadores: sendo 30
Término: 13 meses vagas no Snoezelen e 10 vagas no
30/06/2022 Pediasuit, por 13 meses.
13 meses
CMDCA
Serviço de Departamento
Crianças e
Convivência e de Gestão de
Básica adolescentes de 07 115 X X
Fortalecimento de Repasse de
Associação das a 14 anos
Rua Hermelinda Vínculos (SCFV) Recursos
Damas de
Martins Vieira Públicos
Vila Caridade (Lar de
72 Rocha, 77 Projeto de Atender até 160 crianças e
Toninho Fátima)
Vitória Régia fomento lar de adolescentes, de ambos os sexos, Departamento
núcleo Vitória
(17) 3238-5442 Fátima "in Fight" de 06 a 14 anos, excepcionalmente de Gestão de
Régia
Início 01/04/2021 Projeto de Fomento para adolescentes de 15 anos, X Repasse de
Término ofertando o jiu jitsu em cinco núcleos: Recursos
31/01/2023 Planalto, João Paulo II, Novaes, Públicos
22 meses Vitória Régia e Maceno.
Rua Maria Onofre Serviço de
Famílias em
Lopes Santos, Proteção e
Vila CRAS Vila situação de Censo SUAS
73 1273 - Vila Básica Atendimento -
Toninho Toninho vulnerabilidade 2021
Toninho Integral à Família
social
(17) 99772-7439 (PAIF)
76

Parceria Cadastro
Serviço/ Nº de Vagas Fonte da
Nº Região Unidade Endereço/Telefone Proteção Social Público Atendido com a no
Modalidade Ofertadas Informação
SEMAS CMDCA
(17) 3218-1430 Crianças de 0 a 6
Serviço de
(17) 3238-1012 anos e seus
Convivência e
responsáveis,
Fortalecimento de
adolescentes de 15
Vínculos (SCFV)
a 17 anos e idosos
Serviço de Pessoas com
Proteção Social deficiência e/ou
Básica no Domicílio pessoas idosas que
para Pessoas com vivenciam situação
Deficiência e de vulnerabilidade
Idosas social
Ações de
Instituto Rua Benedito Adolescentes de 14
Promoção da
Vila Educacional Guagliardi, 291 - a 17 anos, e CMDCA;
74 Básica Integração ao 350 X
Toninho Francisco de Romano Calil adultos de 18 a 59 CMAS
Mercado de
Assis (IEFA) (17) 3218-3336 anos
Trabalho
77

PARTE II
78

Região Vila Toninho

Facilitadoras: Geis de Oliveira Benevides


Caroline da Silva Vissechi Maia
79

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................81
2. HISTÓRICO DO TERRITÓRIO..............................................................................83
3. PERFIL DA REGIÃO..............................................................................................83
4. CARACTERIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS DA REGIÃO..............................................87
4.1 Migração.........................................................................................................89
4.2 Adolescentes e jovens..................................................................................91
4.3 Idosos e envelhecimento populacional.......................................................92
5. PECULIARIDADES DO TERRITÓRIO..................................................................93
5.1 Chácaras e estâncias...................................................................................93
6. O CRAS VILA TONINHO........................................................................................99
6.1 Caracterização dos serviços e atendimentos do CRAS............................99
6.2 Acompanhamento PAIF.............................................................................100
6.3 Atendimento PAIF.......................................................................................100
6.4 Insegurança alimentar no território...........................................................102
6.5 Grupo PAIF..................................................................................................103
6.6 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de execução direta
no CRAS............................................................................................................104
6.6.1 SCFV 0 a 6 anos................................................................................104
6.6.2 SCFV 15 a 17 anos............................................................................105
6.6.3 SCFV Idosos.....................................................................................105
6.7 Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com
Deficiência e Idosas.........................................................................................107
7. REDE SOCIOASSISTENCIAL.............................................................................107
8. OFERTA E DEMANDA DOS SERVIÇOS NO TERRITÓRIO...............................109
8.1 Ciclo de vida: 0 a 6 anos.............................................................................109
8.2 Ciclo de vida: 07 a 14 anos.........................................................................109
8.3 Ciclo de vida: 15 a 17 anos.........................................................................111
8.4 Ciclo de vida: 18 a 24 anos.........................................................................111
8.5 Ciclo de vida: Idosos..................................................................................112
9. REDE INTERSETORIAL......................................................................................112
9.1 Articulação com a rede e outras políticas públicas.................................115
80

10. CREAS I.............................................................................................................116


10.1 Violências, violações e PAEFI.................................................................116
10.2 Serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (SMSE/MA).....118
11. PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA....................................................................123
12. FRAGILIDADES, POTENCIALIDADES E DESAFIOS DO TRABALHO SOCIAL
NO TERRITÓRIO.....................................................................................................124
13. COLETA DE DADOS COM OS USUÁRIOS E REDE.........................................127
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................137
REFERÊNCIAS.................................................................................................139
APÊNDICE 1 – Instrumental de coleta de dados com usuários....................140
APÊNDICE 2 – Instrumental de coleta de dados com a rede socioassistencial
e intersetorial....................................................................................................141
81

1. INTRODUÇÃO

Construir um diagnóstico é sempre um desafio, pois se trata de uma análise


interpretativa de uma determinada realidade. E, nesse processo de construção, é
necessário submeter essa realidade a um olhar intencional, organizado, direcionado
e sistemático.
Em se tratando do SUAS, entende-se que uma das realidades a ser submetida
à análise, pensando em um plano de intervenção local, é o território. Contudo, para
compreensão, leitura e interpretação dessa realidade específica, é preciso considerar
que território não se limita à mera divisão política ou espaço estrito. O território é um
espaço vivido e incorpora as relações sociais, no qual se materializam desigualdades,
relações de poder, riscos, vulnerabilidades e potencialidades. Assim, é um espaço
dinâmico e contraditório, constitui-se como espaço de fragilidades e potencialidades,
de proteção e desproteção.
O Diagnóstico Socioterritorial é um instrumento relevante para subsidiar as
ações da Política de Assistência Social nos seus diferentes níveis de gestão, visto que
contribui para processos de planejamento e implantação de serviços
socioassistenciais na perspectiva regional, ou seja, a partir da realidade local, em
consonância com as demandas e requisições da população usuária do SUAS no
território.
Sob essa perspectiva, ressalta-se a importância do Diagnóstico Socioterritorial
ser construído pelos atores sociais locais para, desse modo, apreender as
particularidades da Região Vila Toninho e dos diferentes territórios e subterritórios que
a compõe, captando as vulnerabilidades, potencialidades e propostas levantadas por
quem de fato vivencia as relações e impactos locais.
A construção coletiva deste Diagnóstico ocorreu através de reuniões realizadas
de forma presencial e remota, em função da pandemia de COVID-19, nos dias
24/09/2021, 16/11/2021, 15/12/2021, 04/03/2022 e 01/04/2022. Os momentos de
reflexão e discussão, de forma geral, contaram com a presença e participação das
equipes do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Vila Toninho, CREAS
II – com o Serviço de Medidas Socioeducativas (MSE) e Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), Centro Pop, Abordagem
Social e Departamentos de Vigilância Socioassistencial e Gestão do Trabalho.
82

A equipe do Departamento de Vigilância atuou como facilitadora, esteve


presente fomentando e impulsionando as discussões a partir da apresentação de
dados quantitativos e auxiliou na escrita do documento. As equipes de referência, com
base na vivência do cotidiano de trabalho no território, contribuíram com a qualificação
das informações, realização da coleta e análise dos dados apreendidos com os
usuários e rede de atendimento local, bem como, com o desenvolvimento e
sistematização do texto do Diagnóstico Socioterritorial. Nesse processo, foram
levantados o histórico e perfil da Região, as particularidades e singularidades dos
diversos territórios que a compõem (bairro Vila Toninho, bairros adjacentes, estâncias
e chácaras), impactos da Pandemia de COVID- 19 no cotidiano da população usuária
dos serviços do SUAS, as fragilidades e potencialidades, as demandas e requisições
locais, e, ainda, a articulação e relação do CRAS com os serviços socioassistenciais
e intersetoriais ofertados no território e em São José do Rio Preto.
Os resultados desta construção coletiva são apresentados em duas etapas. A
primeira é direcionada à apresentação do histórico, perfil da Região, caracterização
do território, serviços ofertados pela Política de Assistência Social (Proteção Social
Básica e Especial), atendimentos realizados junto às famílias, demandas e
necessidades da população local. A segunda traz os resultados da sistematização e
análise da pesquisa empírica, realizada com os usuários dos serviços do SUAS e
profissionais da rede de atendimento local, na qual se buscou levantar potencialidades
e dificuldades, situação de emprego, renda e subsistência familiar, demandas e
ofertas de serviços por segmentos (crianças, adolescentes, jovens e idosos) e oferta
de serviços públicos das diferentes políticas setoriais na Região.
Em suma, este documento apresenta a leitura do território e análise das
particularidades locais, a fim de contribuir para com a construção de políticas públicas
efetivas que vão ao encontro das demandas e requisições locais. Especialmente as
que devem ser atendidas no âmbito da Política de Assistência Social, com vistas a
assegurar o acesso a direitos, viabilizando melhorias na qualidade de vida da
população usuária dos serviços socioassistenciais.
83

2. HISTÓRICO DO TERRITÓRIO

O bairro denominado Vila Toninho está localizado nas terras anteriormente


pertencentes a Antônio Lopes dos Santos, popularmente conhecido como “Seo
Toninho”4.
Seu Toninho, vindo de Portugal, transformou-se em um dos homens mais
influentes da vida pública rio-pretense entre as décadas de 1920 e 1960, investindo,
principalmente, em terras e loteamentos imobiliários. Em 1956, lançou o primeiro
loteamento de chácaras de recreio da região: a Estância Jockey Club, na margem
direita do córrego dos Macacos. Tempos depois, em 1963, após comprar um grande
terreno, lançou as "Chácaras Vila Jockey Club", ao lado da estância. Dois anos depois,
ele lançava um grande loteamento popular, com exatos mil lotes (espaço equivalentes
a 1.000 campos de futebol), entre o Rio Preto e a rodovia Washington Luís. Não tendo
nome oficial a princípio, o bairro, pouco a pouco, na boca do povo, começou a ser
chamado de "Vila do Seo Toninho" até cair definitivamente no gosto popular e se
tornar a Vila Toninho.
Quando foi lançado em 1965, o bairro era apenas um loteamento suburbano,
sem infraestrutura, distante do centro da cidade e sem nome. As terras da Vila Toninho
eram na verdade uma imensa fazenda de café, cujo casarão permaneceu em pé até
meados de 2005. O casarão acabou dando lugar aos galpões do distrito industrial da
Vila Toninho, hoje considerado uma das características do bairro.
Em sua história, o território teve marcada a presença de altos índices de
violência e criminalidade, o que contrasta com os demais territórios do espaço da Zona
Leste do município. Atualmente, agrega-se a estas situações de vulnerabilidades a
questão do tráfico de drogas.

3. PERFIL DA REGIÃO

A Região Vila Toninho foi instituída pelo Decreto Municipal 18.073/2018,


dispositivo legal que instituiu a divisão Geográfica da Área do Município de São José
do Rio Preto em Regiões, tornando-se “referência obrigatória para a Administração
Pública Direta e Indireta”. A reorganização da área do município em dez Regiões

4O histórico apresentado nessa etapa do Diagnóstico Socioterritorial tem como referência informações
provenientes da revista eletrônica Cafeicultura, artigo “História do Café: Vila Toninho, a pequena Rio
Preto”.
84

partiu da necessidade de definir uma única divisão geográfica e territorial para atuação
das políticas públicas, objetivando, assim, integrar as ações e atendimentos dos
serviços públicos municipais, de forma a potencializar o trabalho da Gestão Pública
municipal.
Com a reorganização territorial do município, o CRAS Vila Toninho tornou-se
referência para as antigas Regiões Administrativas (RAs): 09 - Jardim Soraia, 10 -
CAIC Romano Calil, 11 - Cristo Rei e Vila Toninho. Atualmente o território é composto
por aproximadamente 25 bairros, sendo estes: Jardim dos Gomes, Jardim Soraia,
Jardim Vitória Régia, Vila Hipódromo, Vila São Judas Tadeu, Conjunto Habitacional
CAIC, Parque Industrial Campo Verde, Parque Residencial Romano Calil, Conjunto
Habitacional Cristo Rei, Parque Industrial Tancredo Neves, Parque Residencial
Lauriano Tebar II, Parque Residencial Cambuí, Vila Toninho, Chácara Jockey Club
(Zona Rural), Estância Bela Vista III (Zona Rural), Estância Jockei Club, Estância
Recreio (Zona Rural), Pazzotti, Morada Campestre, Setsul, Brejo Alegre, Centro
Industrial Pascutti, Jardim Zaira, Residencial Quinta da Mata e Vila Verde.
Destaca-se que os bairros Estância Recreio, Estância Bela Vista III e Pazzotti
são considerados loteamentos irregulares, conforme informações da Secretaria
Municipal de Habitação/2022.
85

Figura 1 — Mapa da Região Vila Toninho.

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial - 2018.

O território do CRAS caracteriza-se por ser extenso e seus bairros possuem


particularidades diversas, dentre elas, condomínios residenciais populares,
condomínios residenciais de alto padrão e loteamentos irregulares com características
rurais. O território ainda é marcado pela significativa presença do tráfico de drogas e
violência, mas possui também, entre moradores mais antigos, uma rede de
solidariedade e amizade e um sentimento de pertencimento, o que estimula a
permanência no local e retorno de outros.
86

Quanto ao comércio, existe uma rede local, situada principalmente na Avenida


de Maio, contando com farmácias, mercados, bares, pequenas mercearias e lojas
diversas, que são acessadas principalmente pela população que tem dificuldade de
se locomover até o centro da cidade. Já os principais serviços de Educação, Saúde e
Assistência Social concentram-se nos bairros urbanos da Região, especialmente no
bairro Vila Toninho. Para os moradores de bairros rurais que fazem parte do território
do CRAS, como Estância Jockey Club, Brejo Alegre e Bela Vista III, é necessário
percorrer longa distância e percurso em ruas sem pavimentação para acessar esses
serviços públicos básicos. Ainda, nessa direção, observa-se que os espaços públicos
de lazer se localizam, em sua maioria, nos bairros urbanos, sendo mais restritos nos
bairros rurais e em outros bairros são inexistentes.
Na Figura 2, constituída por 4 fotos, observa-se, na primeira, a Rua João Urias
Gomes (uma das principais e mais movimentas da Vila Toninho) e, nas demais, o
bairro Romano Calil.

Figura 2 — Montagem com fotos da Vila Toninho e Romano Calil.

Fonte: equipe de referência do CRAS Vila Toninho.


87

Segundo dados da Conjuntura Econômica 2021 de São José do Rio


Preto/Secretaria Municipal de Planejamento, a Região Vila Toninho compreende uma
população de 26.357 habitantes, o que corresponde a 6% da população total do
município. Possui 21.283,86 Km², o que corresponde a 5% da extensão territorial do
município, de acordo com dados informados pela Secretaria Municipal de Obras, a
qual se baseou no decreto nº 18.073, de 29 de junho de 2018, que institui a Divisão
Geográfica da área do município de São José do Rio Preto em Regiões.
De acordo com dados de projeção da Secretaria de Saúde do ano 2020, a
Região Vila Toninho possui 4.037 crianças, com idade até 11 anos e 11 meses, e
1.650 adolescentes, com idade entre 12 e 17 anos e 11 meses. Fazendo a proporção
da faixa etária de crianças e adolescentes em relação ao total de pessoas do território,
temos aproximadamente 22% de população neste ciclo. Já a estimativa de idosos é
de 17%.
Possui aproximadamente 20% de sua população inscrita no Cadastro Único,
sendo 5.347 pessoas e 2.431 famílias, de acordo com dados CECAD de agosto/2021.
Apresenta 9,81 como índice de desigualdade de extrema pobreza, o que aponta que
a cada 100 pessoas, aproximadamente 10 estão em contexto de extrema pobreza,
tendo como base o CECAD de maio/2021. Referente aos dados de desemprego e
trabalho informal, em agosto de 2021 havia, no CECAD, 1.995 pessoas
desempregadas e 327 pessoas em trabalho informal.

4. CARACTERIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS DA REGIÃO

Será apresentada uma breve caracterização das famílias residentes no


território que têm acessado o CRAS Vila Toninho, especialmente a partir da conjuntura
forjada pela Pandemia de COVID-19 nos anos de 2020, 2021 e início de 2022. As
informações foram sistematizadas com base nas reuniões realizadas para construção
do Diagnóstico Socioterritorial e nos apontamentos da equipe de referência durante
os momentos de reflexão e redação do texto do diagnóstico.
Há, no território, forte incidência de agrupamentos familiares formados por
famílias que convivem em um mesmo espaço devido à dificuldade de acesso à renda
e habitação. Os aluguéis possuem alto valor se comparados a outros bairros do
município, o que acaba comprometendo a maior parte da renda das famílias e
acarretando a rotatividade delas dentro do território. Em casos mais extremos,
88

observa-se que a insuficiência ou até mesmo ausência de renda acarreta despejos, o


que contribui para essa rotatividade.
A recomposição e os rearranjos familiares são característicos do território. A
mudança de companheiros (as) corrobora com alterações de residência e,
consequentemente, ocorrem solicitações de atualizações e inclusões no Cadastro
Único e nos prontuários do CRAS. Os novos arranjos familiares são, ainda, utilizados
como estratégia para custeio das despesas, como os agrupamentos familiares retro
citados.
Houve a mudança de perfil das pessoas que buscam atendimento no CRAS
devido ao contexto de desemprego agravado pelos desdobramentos da pandemia de
COVID-19, e à inflação e alta dos preços de produtos básicos, que resultaram na
perda do poder aquisitivo e alteração do perfil socioeconômico de muitas famílias.
Famílias que antes não acessavam o equipamento por possuírem renda fixa
ou, quando acessavam, buscavam apenas vagas em Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para crianças, passaram a buscar outros tipos de
atendimentos, sendo os principais: solicitações de cestas básicas e inclusão em
serviços e benefícios socioassistenciais. Nesse sentido, destacam-se famílias
residentes em bairros como Romano Calil e Jardim Soraia, que são considerados de
padrão mais elevado e com poder aquisitivo maior. Ressalta-se que muitas dessas
famílias têm fonte de renda fixa, contudo, em função da alteração do perfil
socioeconômico, não têm conseguido arcar com necessidade básicas de
subsistência.
Em relação ao Cadastro Único, percebe-se que muitas pessoas têm receio de
solicitar a inclusão por se sentirem constrangidas ou desconfiadas, já que, devido à
alteração de perfil das pessoas que procuram o cadastro, estas muitas vezes
desconhecem ou têm preconceito ante a situação. Algumas pessoas por possuírem
renda fixa e mesmo assim estarem precisando de auxílio financeiro, apresentam
resistência em informar o valor da renda familiar durante o atendimento. Durante a
fase mais restrita da pandemia, verificou-se que muitos usuários não compareceram
à entrevista para efetivarem a inclusão/atualização por não ter com quem deixar seus
filhos, que estavam fora da escola. Diante dessa situação, a equipe do CRAS sugeria
visita domiciliar sempre que possível, contudo, as famílias não aceitavam e
continuavam reagendando o atendimento, sem comparecer.
89

Outra alteração de perfil observada foi no sexo biológico das pessoas que
buscam atendimento. Observou-se o aumento nos atendimentos diários de usuários
homens, tanto solteiros quanto casados, de variadas faixas etárias, com um único
denominador comum: perderam o emprego devido à pandemia e se encontram em
situação de insegurança de renda.
Outro reflexo da pandemia e da crise econômica que o país tem enfrentado foi
a alta do preço do gás, item de necessidade básica e que tem se tornado inacessível
para muitas famílias do território. Esse fato faz com que algumas famílias procurem
alternativas para cozinhar sem gás e suprir suas necessidades. Uma das alternativas
é utilizar etanol para cozinhar em fogões à lenha improvisados, o que já ocasionou
acidentes graves, como queimaduras e até mesmo incêndios.
Com a precarização das políticas sociais e por vezes, as famílias não
entenderem os critérios estabelecidos para acesso a programas de transferência de
renda (PTR), têm demonstrado irritabilidade exacerbada durante os atendimentos.

4.1 Migração

O território tem número significativo de pessoas advindas do Maranhão, com


destaque para o município de Penalva. Nota-se que essas pessoas não vêm para o
município com empregos ou planos pré-definidos. A maior parte desses migrantes não
tem estabelecida estrutura adequada para sobrevivência, o que acarreta em famílias
vivendo em condições precárias, várias famílias dividindo o mesmo imóvel - na maioria
das vezes sem estrutura para acomodá-las. Ao serem questionadas sobre os motivos
que as trouxeram para o município, verifica-se que muitas dessas pessoas vieram
com expectativa de melhoria de condições de vida em relação ao local anteriormente
habitado, bem como de encontrar empregos e condições melhores de subsistência, o
que nem sempre acontece.
Algumas dessas pessoas tentam se estabelecer na Região e, ao verificar a
quebra da expectativa de melhoria de vida, retornam para suas cidades. No entanto,
é comum que retornem novamente para o município para a mesma região da Vila
Toninho e tentem novamente se estabelecer no local.
Observou-se esse movimento de migração no período da favela do Brejo
Alegre, visto que as pessoas vieram do Maranhão e, como não foi possível acesso à
90

renda e trabalho, passaram a ocupar a área de favela na expectativa de serem


beneficiados em programas habitacionais.
No que tange à inclusão e atualização de Cadastro Único, grande parte desses
usuários não apresenta a certidão de nascimento, pois não se importam com a
documentação civil, o que implica, por parte do CRAS, em solicitação de
documentação para a cidade de origem. Algumas famílias possuem dois Cadastros
Únicos - um para cada membro (responsável familiar) - resultando em recebimento
irregular de benefícios, o que exige ação de sensibilização para organização e
fidedignidade das informações familiares, fato que muitas vezes não é aceito pela
família. Geralmente os filhos permanecem no Maranhão, mas, mesmo assim, as
famílias querem incluí-los no Cadastro Único com endereço daqui.
Ressalta-se que as informações do Cadastro Único são autodeclaratórias e,
embora a equipe tenha conhecimento de algumas situações divergentes das
declaradas, não é possível alinhar a realidade vivenciada com a realidade
documentada sem a declaração expressa da família.
Nas imagens é possível visualizar, respectivamente, o acesso à Vicinal João
Parise, à rua Salvatore Sant’angelo, onde se localizava a antiga ocupação e a rua oito
do Brejo Alegre, local em que moram os imigrantes de Penalva até os dias atuais.
91

Figura 3 — Montagem com fotos do acesso para o Brejo Alegre e Rua do bairro.

Fonte: Equipe de referência do CRAS Vila Toninho.

4.2 Adolescentes e jovens

Há, na Região, forte presença de tráfico e uso de drogas entre adolescentes, o


que ocasiona situações de disputa entre gangues de dentro e de fora do território. É
comum que esses jovens se envolvam em homicídios, tentativas de homicídio,
agressões, dentre outros, por conta dessas disputas, sendo que algumas são
recentes. A presença constante das drogas entre os adolescentes influencia, também,
no índice de evasão e defasagem escolar.
São frequentes os relatos dos adolescentes acerca de abordagens policiais
violentas, principalmente nos Conjuntos Habitacionais da CDHU e Minha Casa Minha
Vida. Alguns deles afirmam que as abordagens violentas estão relacionadas ao
racismo e estigma por conta das vestimentas.
Outro aspecto apontado pela equipe de referência do CRAS é a ausência de
projetos e/ou de cursos técnicos voltados para o público jovem, principalmente para
adolescentes. Considerando que o serviço público deve trabalhar de forma articulada,
92

é necessário que haja o envolvimento de outras secretarias do município e parcerias


com instituições como, por exemplo, o SEBRAE, a fim de propiciar ofertas de
projetos/cursos mais atrativos para os jovens, já que a ausência desses serviços
estimula os adolescentes a permanecerem nas ruas e em situação de risco.

4.3 Idosos e envelhecimento populacional

A partir dos atendimentos e acompanhamentos realizados pela equipe de


referência, é possível identificar casos de negligência, abandono, violência física e
patrimonial sofridas pelos idosos.
Além do processo de envelhecimento natural, esse grupo apresenta
progressivo comprometimento das condições de saúde e necessita, muitas vezes, da
rede de apoio familiar, no entanto, nem sempre existe vínculo com a família. Em
alguns casos observa-se, inclusive, que a família pode significar fator de risco para o
idoso, devido a conflitos familiares e intergeracionais. Apreende-se também que
alguns idosos não possuem a rede de apoio familiar e demandam das políticas
públicas, que nem sempre conseguem suprir suas necessidades (ex.: fraldas
geriátricas e cuidadores).
No território existem, inclusive, casos de idosos acamados que precisam de
cuidados contínuos, mas ficam sozinhos por não possuírem cuidadores - seja da
família ou de serviço particular. Desse modo, ficam expostos a situações de risco até
conseguirem acolhimento em Instituições de Longa Permanência (ILPIs) que atendam
de forma adequada às suas necessidades. Em contrapartida, outros, apesar de
debilitados devido à idade, se negam a receber apoio da família ou irem para
instituições de acolhimento e, embora acompanhados pelos serviços públicos,
permanecem em situação de risco.
É grande a procura por acolhimento institucional, mas na maioria dos casos o
idoso possui rede de apoio familiar e não está sofrendo violação de direitos, o que
dificulta a inclusão. Ocorre que as famílias, mesmo sendo presentes, relatam que
trabalham fora para arcar com o sustento e não têm condições de cuidar desse idoso.
Ao procurarem ajuda, como transporte para Centro Dia, a família se depara com a
ausência estatal, que não oferece esse tipo de serviço. A equipe entende que essas
situações não se caracterizam como violação de direitos, mas estratégia de
sobrevivência desses filhos, já que precisam trabalhar para sustentar a família e, uma
93

vez denunciados, a situação se agravaria. Há, portanto, falha na proteção e na


prevenção de situações de violação de direitos que podem vir a surgir destes
contextos.
Também é comum identificar idosos que, apesar de possuírem renda fixa,
como aposentadorias e Benefício de Prestação Continuada (BPC), realizam
empréstimos que comprometem grande parte de suas rendas. Verifica-se que, muitas
vezes, os idosos são, na verdade, vítimas de instituições financeiras ou de familiares
(filhos e netos) que fazem empréstimos sem a autorização do idoso. Isso reflete
diretamente nas condições de subsistência do idoso, visto que o restante do dinheiro,
muitas vezes, não é suficiente para arcar com as necessidades básicas.
Ante o relatado, a equipe de referência do CRAS aponta que a implementação
efetiva do Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio (SPSBD) para Idosos e
Pessoas com Deficiência é primordial para o atendimento dessas famílias. A equipe
destaca que o SPSBD não é efetivamente realizado, haja vista que se faz necessária
uma equipe específica para sua execução. Falta definição quanto à operacionalização
no município. O serviço que é realizado atualmente é, na verdade, o PAIF, portanto,
não atende às demandas apresentadas por este segmento, que requisitam
atendimento e acompanhamento em consonância com suas especificidades.
É importante destacar que o atendimento de pessoas com deficiência e idosos
não são de competência somente da Política de Assistência Social, pois muitas das
demandas apresentadas estão relacionadas a questões de saúde. Assim, também
exige articulação intersetorial e ações com a rede pública de saúde para atender às
demandas que fogem do âmbito dos serviços socioassistenciais. A equipe de
referência desenvolve articulações necessárias para atender esse público, contudo,
as ações ainda não abrangem as particularidades e especificidades apresentadas por
idosos e deficientes.

5. PECULIARIDADES DO TERRITÓRIO

5.1 Chácaras e estâncias

No território destaca-se a existência de chácaras e estâncias. Brevemente


discorreremos sobre as principais.
94

Estância Bela Vista III

A Estância Bela Vista III, além de ser distante do território urbano, é de difícil
acesso. As ruas são íngremes e esburacadas e o caminho a percorrer até chegar às
casas é longo. A identificação das ruas e numeração das casas e chácaras são
confusas, em alguns locais não existem placas ou qualquer outra forma que permita
o reconhecimento do local, o que dificulta a realização de visitas domiciliares.
A maioria dos moradores é de baixa renda e, possivelmente, buscam o local
atraídos pelo baixo valor do aluguel. Quanto à questão da mobilidade urbana e
transporte público, há apenas três horários de linhas de ônibus disponíveis - um no
período da manhã, outro ao meio-dia e outro no período da tarde - e, quando chove,
não é possível acessar o local devido ao transbordamento da represa próxima à ponte.

Figura 4 — Montagem com fotos do acesso e rua da Estância Bela Vista III.

Fonte: equipe de referência do CRAS Vila Toninho.


95

Pazzoti

Ao final do bairro Brejo Alegre existe um loteamento irregular popularmente


conhecido como Pazzoti. O bairro é composto por apenas sete residências
identificadas, mas há a informação de que mais duas famílias unipessoais residem no
local. Estas ainda não foram referenciadas ao CRAS, pois trabalham e não são
encontradas durante o dia.
O bairro fica na lateral da linha férrea e só pode ser acessado por uma única
entrada, que se localiza à rua Silvio Pelicer Filho. Para acessar as casas é preciso
atravessar uma passagem estreita que possui uma espécie de “escoamento de água”
ao lado. O local não tem saneamento básico, as casas se assemelham a construções
improvisadas de uma favela e apresentam riscos de deslizamentos, em função do
local de onde foram construídas.

Figura 5 — Montagem com fotos do Loteamento Pazzoti e


seu acesso.

Fonte: equipe de referência do CRAS Vila Toninho.


96

Por se tratar de loteamento irregular, o Pazzoti apresenta diversas


vulnerabilidades sociais e de infraestrutura que demandam intervenções das políticas
públicas sociais. A partir dos atendimentos e acompanhamentos realizados pela
equipe de referência do CRAS Vila Toninho, foi possível identificar diversos problemas
e aspectos dificultadores enfrentados, cotidianamente, pelos moradores do bairro.
Os moradores relatam que o serviço de distribuição de correspondência não
atende ao bairro e, para recebê-las, é necessário fornecer endereço de familiares e/ou
terceiros residentes em outros bairros.
O serviço de transporte público coletivo não oferta linha e/ou itinerário
específico para atender o loteamento. A linha que passa perto do Pazzoti é a São
José do Rio Preto/Schmitt, cujo ponto de espera mais próximo fica a 1,5km do bairro,
na Vicinal João Parise (Rio Preto - Schmitt). O transporte escolar também não
contempla o local, o que obriga crianças e adolescentes a se deslocarem para
unidades escolares, localizadas na Região Vila Toninho ou Região Schmitt, a pé ou
por meio de transporte de tração animal (carroça). Os adolescentes que estudam no
Distrito de Engenheiro Schmitt precisam atravessar a linha férrea ou percorrer uma
longa distância pela vicinal para chegar à escola.
Não há rede de iluminação pública no bairro. A distribuição de energia elétrica
é irregular e ocorre através de um único medidor instalado na casa de um dos
residentes. O uso é coletivo e o pagamento da única fatura é rateado ao final do mês
pelos moradores. O abastecimento de água é realizado, em sua maioria, por uma
mina que foi canalizada para distribuição nas residências. Não há coleta regular de
lixo, por isso, os resíduos são descartados em locais próximos às residências e
posteriormente queimados pelos próprios moradores. Quanto à limpeza urbana, os
moradores reclamam dos entulhos e lixo de construção, que com frequência são
descartados irregularmente nas redondezas do bairro.
As famílias residentes no local caracterizam-se por serem de baixa renda, a
maioria está referenciada ao CRAS e devidamente inscrita no Cadastro Único, sendo
algumas beneficiárias de Programas de Transferência de Renda. Os moradores desse
bairro não conseguem acessar os serviços públicos com rapidez devido às condições
das ruas e à distância. Nota-se que, em alguns casos, os usuários contam com a ajuda
de vizinhos como rede de apoio e para locomoção.
97

Figura 6 — Montagem com fotos do acesso ao loteamento Pazzoti.

Fonte: equipe de referência do CRAS Vila Toninho.

Nas imagens é possível visualizar o único e estreito acesso ao Loteamento


Pazzoti. O muro observado nas duas últimas fotos foi construído pela empresa férrea
RUMO, a fim de proteger e prevenir acidentes. A última foto mostra um poste, que é
o último da rua, ficando o restante sem acesso à energia elétrica.

Estância Jockey Club


Na Estância Jockey Club existem várias comunidades terapêuticas que atraem,
dentre outras, muitas pessoas em situação de rua encaminhadas por outros
municípios para tratamento de dependência química. Entre as comunidades,
destacam-se o Centro Terapêutico Raio de Luz, Centro Terapêutico Espírito Santo e
Comunidade Terapêutica Sol. Assim que recebem “alta” da comunidade, esses
“internos” ficam na chamada “casa do meio” (nome dado pela Comunidade Sol), local
onde permanecem por alguns meses até estarem “prontos para seguirem suas vidas”.
Contudo, observa-se que, ao final do tratamento, a grande maioria dos usuários não
98

consegue retornar às suas cidades e aqueles com histórico de vivência nas ruas
permanecem no território ou se deslocam para o centro da cidade.
O CRAS oferece, aos “internos” dessas comunidades, atendimento técnico e
inclusão/atualização de Cadastro Único. Isso requer a organização e articulação da
equipe para suprir as demandas apresentadas por esses usuários como, por exemplo,
ausência de documentação civil. A principal solicitação é a inserção desses “internos”
no Cadastro Único, o que pode gerar acesso a benefícios de transferência de renda
devido à condição de extrema pobreza apresentada nos atendimentos. No entanto,
muitos usuários entram em averiguação cadastral, pois as informações apresentadas
divergem de outras bases de dados do governo, o que gera ainda mais demanda de
trabalho para o CRAS. As comunidades terapêuticas que recebem recursos públicos
estão referenciadas ao CRAS e seguem o fluxo de dos usuários acolhidos definido
pela SEMAS.

Figura 7 — Acesso à estância Jockey Club.

Fotos: Reprodução Google Maps e equipe de referência do CRAS Vila Toninho.

Além das comunidades terapêuticas, o bairro é conhecido por abrigar um


tradicional hotel da cidade. As chácaras da Estância Jockey Club evidenciam
99

diferenças sociais gritantes. O bairro possui desde chácaras grandes e bem


estruturadas, pertencentes a pessoas de classes sociais elevadas, até casebres. As
ruas que dão acesso ao bairro são de terra e cascalho e muito esburacadas. O bairro
possui pontos de ônibus em algumas ruas.

6. O CRAS VILA TONINHO

6.1 Caracterização dos serviços e atendimentos do CRAS

Com base nos dados da Gerência de Informações de Vigilância em Saúde/SMS


(2021), estima-se que o território possui 8.798 famílias. Destas, 4.941 encontram-se
cadastradas na Proteção Social Básica, conforme Relatório Circunstanciado do CRAS
Vila Toninho de fevereiro de 2022.
Das 2.570 famílias do território inseridas no Cadastro Único em dezembro de
2021, de acordo com a lista Cecad, cerca de 1.279 recebem o benefício Auxílio Brasil
(folha de pagamento de fevereiro/2022).

Quadro 1 — Benefícios socioassistenciais recebidos por famílias/indivíduos da


Região Vila Toninho.
Auxílio Brasil Viva Leite Renda Cidadã Ação Jovem BPC PCD BPC idoso

1279 97 0 0 185 412


Fonte: Relatório Circunstanciado do CRAS Vila Toninho - fevereiro de 2022.

O CRAS executa os serviços de Proteção Social Básica, sendo eles:


• Serviço de Proteção e Atendimento Integral à família (PAIF);
• Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;
• Serviço de Proteção Social Básica no Domicilio para Idosos e Pessoas
com Deficiência.
Por meio de solicitação, demanda espontânea ou encaminhamento da rede, a
acolhida ofertada pelo CRAS às famílias se desdobra em estudo técnico para
identificação de situações de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, do
precário ou nulo acesso aos serviços públicos, da fragilização de vínculos de
pertencimento e sociabilidade e/ou qualquer outra situação de vulnerabilidade e risco
100

social. Diante das informações, a família referenciada passa a ser atendida ou


acompanhada dentro dos objetivos dos três serviços ofertados.

6.2 Acompanhamento PAIF

Em fevereiro de 2022, estavam inseridas no acompanhamento PAIF 154


famílias. A equipe de referência pontua que as principais situações de risco e
vulnerabilidade social no território do CRAS Vila Toninho, que implicam em
acompanhamento PAIF são: evasão escolar, negligência/abandono, uso abusivo de
drogas na presença de crianças, violência doméstica, abuso sexual infantil, ausência
de renda, insegurança alimentar, saúde mental, ausência de vaga em ILPIs, ausência
de vaga/transporte para os Centros dia.
Alguns dos principais desafios para a realização do acompanhamento PAIF e
o trabalho social são: dificuldade de encontrar o usuário devido à distância ou
mudança de telefone, tempo restrito para execução dos acompanhamentos,
priorização de alguns acompanhamentos, dificuldade de vinculação de alguns
usuários no acompanhamento, dificuldade de articulação com a rede (ausência de
retorno dos contatos, comunicação de vulnerabilidades identificadas, ausência de
entendimento dos serviços executados pelo CRAS, confusão de atribuições dos
agentes da rede, negligência na ausência de notificações das violações identificadas).
Ressalta-se ainda que as demandas apresentadas nos atendimentos
extrapolam as barreiras da Política de Assistência Social, requerendo articulação com
outras políticas e serviços. A ausência ou insuficiência de oferta de vagas nos serviços
de saúde, unidades educacionais, Centros Dia, ILPIs, trabalho e emprego, cursos de
qualificação profissional (vagas que garantam também o acesso) somam-se aos
problemas de infraestrutura e deslocamento, inviabilizando o pleno exercício de
direitos dos usuários dos serviços socioassistenciais.

6.3 Atendimento PAIF

As famílias classificadas como Atendimento PAIF recebem orientações e


atendimento segundo a demanda trazida. O serviço está organizado para o
atendimento de demanda espontânea e encaminhamentos da rede, embora tenha
como base organizacional os agendamentos prévios. Com aumento significativo da
procura pelos serviços de Proteção Social Básica, os agendamentos têm se alongado
101

mais do que o comum. Esse fator remete à necessidade de ampliação da equipe de


referência, tendo em vista que as demandas apresentadas pelas famílias se
relacionam à subsistência e garantia de acesso a direitos constitucionalmente postos.
No cotidiano de trabalho, observa-se a crescente busca por inclusão em
Programas de Transferência de Renda, Tarifa Social de Energia e Água, Cesta de
Legumes, Projeto Viva Leite e, principalmente, cesta básica. Além disso, são
realizadas buscas ativas das famílias encaminhadas pela rede e, quando observada
vivência de vulnerabilidades sociais, o CRAS realiza as ações necessárias para
atender às demandas.
Atualmente, o grande aumento das demandas contribui para que as listas de
espera para inclusão nos programas e serviços acima citados fiquem cada vez
maiores, o que, somando-se aos processos burocráticos impostos, caracteriza fator
de risco para o surgimento de novas vulnerabilidades e violações, uma vez que não é
realizada a prevenção através do acesso aos direitos básicos de cidadania.

Gráfico 1 — Atendimentos PAIF nos anos de 2019, 2020 e 2021.

13372

8108
7308
5211
4628
3833

2019 2020 2021


Atendimentos Famílias Atendidas

Fonte: Relatórios Circunstanciados do CRAS Vila Toninho dos anos de 2019, 2020 e 2021.

Destaca-se a relação direta do aumento dos atendimentos ao cenário


pandêmico, que acarretou, junto às demandas de saúde curativa e preventiva, a
agudização das vulnerabilidades, trazendo para a assistência social famílias que
anteriormente desconheciam a referida política.
O ano de 2022 iniciou-se com alta procura de atendimentos, numa perspectiva
crescente, em relação ao ano de 2021. A questão da insegurança alimentar,
102

ausência/insuficiência de renda e desemprego apresentam-se como principais


situações que levam as famílias a acessarem o CRAS. Esse fato indica que o atual
cenário econômico brasileiro tem rebatimento direto nas condições de vida das
famílias da Região.

6.4 Insegurança alimentar no território

Faz-se necessário destacar a insegurança alimentar no território, ante o


referido aumento pela procura dos serviços do CRAS, que traz como questão
premente a oferta de cestas básicas. Este benefício eventual tem se configurado como
complemento de renda para as famílias, que o têm solicitado mensalmente. Ao
contrário da demanda, a oferta não se traduz em atendimento para situações
eventuais/emergenciais de insegurança alimentar. Soma-se a isso o
desconhecimento das famílias acerca das atribuições dos técnicos e do equipamento
que são, muitas vezes, reduzidos à avaliação e fornecimento de cestas básicas. Esse
fato coloca em evidência o desafio constante de resgatar os objetivos da atuação dos
profissionais e da Política de Assistência Social para além do imediatismo e voltando-
se para o trabalho social contínuo.

Quadro 2 — Solicitações, concessões e demanda reprimida de Cestas Básicas nos


anos de 2019, 2020 e 2021.
2019 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Solicitações 138 113 104 133 144 135 137 137 118 142 102 142 1545
Concessões 73 92 92 88 69 70 71 75 62 75 77 135 979
Demanda
29 20 28 32 69 57 60 45 36 50 10 7 443
Reprimida

2020 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Solicitações 116 101 235 159 416 297 186 210 217 257 300 315 2809
Concessões 105 101 181 79 285 181 110 116 88 148 165 201 1760
Demanda
5 0 9 55 72 81 57 75 118 90 116 90 768
Reprimida

2021 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Solicitações 266 299 501 390 312 334 373 318 321 290 306 291 4001
Concessões 105 107 265 141 99 165 145 265 215 158 226 203 2094
Demanda
151 184 219 241 208 149 121 51 106 132 80 13 1655
Reprimida
Fonte: Relatórios Circunstanciados do CRAS Vila Toninho, dados dos anos de 2019, 2020 e 2021.
103

Gráfico 2 — Progressão das solicitações de Cestas Básicas nos anos de 2019, 2020
e 2021.
4001

2809

2094
1760
1545
979

2019 2020 2021

Solicitação Concessão

Fonte: Relatórios Circunstanciados do CRAS Vila Toninho, dados dos anos de 2019, 2020 e 2021.

A oferta da cesta de legumes pelo Banco de Alimentos municipal trouxe um


reforço ao combate à insegurança alimentar das famílias do território. Assim como
descrito sobre a cesta básica, também apresenta um crescimento de demanda
significativo nos últimos três anos. As famílias em situação de extrema pobreza
devidamente cadastradas no Cadastro Único recebem, semanalmente, uma cesta
com verduras, legumes e frutas, de acordo com a oferta dos itens da estação, que são
adquiridos por meio de doações de empresas parceiras, sociedade civil, Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA) e produção própria. O território possui dois pontos de
distribuição, de forma a facilitar o acesso dos dois extremos da região, são eles o
Projeto Aquário (Vila Toninho) e o Lar de Fátima.

6.5 Grupo PAIF

O grupo de famílias PAIF teve como inscritos, durante muitos anos, as famílias
beneficiárias do Programa Renda Cidadã, devido à condicionalidade de frequência
nos grupos do CRAS. A ausência de novos beneficiários acarretou a diminuição
gradativa da quantidade de participantes, somando-se a isso os atravessamentos do
período pandêmico. Atualmente o grupo é composto por usuárias dos serviços do
CRAS, que apresentam frequência irregular. Embora tenha havido adesão às
atividades remotas no período de restrições ao grupo presencial, a
ausência/dificuldade de acesso aos meios remotos foi observada como entrave. Este
104

fato prejudicou o vínculo de alguns usuários ao serviço. O desafio que se coloca é


garantir a participação dos usuários desatrelada de contrapartidas de Programas de
Transferência de Renda. Para a execução do grupo, é necessário desenvolver as
temáticas pertinentes aos objetivos do serviço de forma lúdica, horizontal, garantindo
visitas, passeios, oficinas de interação, além de atividades que despertem para o
protagonismo e emancipação como, por exemplo, oficinas de fomento à geração de
renda.

6.6 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de execução direta


no CRAS

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é executado pelo


CRAS nos segmentos 0 a 6 anos, 15 a 17 anos e idosos.

6.6.1. SCFV 0 a 6 anos

No cotidiano do trabalho com o público de 0 a 6 anos, identifica-se a ausência


de oferta de atividades atrativas para que as famílias desenvolvam vínculo com o
serviço. O grupo iniciou suas atividades em janeiro de 2020, e, antes mesmo que
fosse finalizado o processo de divulgação e sensibilização no território, tivemos o
período da pandemia que fez com que a consolidação do grupo fosse prejudicada,
tendo em vista as medidas de restrição definidas pela Saúde. Embora tenha havido
adesão às atividades remotas no período de restrições ao grupo presencial, a
ausência/dificuldade de acesso aos meios remotos foi observada como entrave para
o desenvolvimento das atividades.
Este serviço apresenta desafios com relação à oferta de atividades atrativas e
diversificadas, o que vem sendo buscado atualmente com as possibilidades trazidas
pelas novas orientações de saúde ante a diminuição do contágio pela COVID-19 e
percentual de pessoas vacinadas. Outra questão que se coloca é a alta rotatividade
dos inscritos, uma vez que as mães se inscrevem no grupo e participam enquanto
aguardam vaga em tempo integral nas creches.
105

6.6.2. SCFV 15 a 17 anos

Assim como o Grupo PAIF, o SCFV para adolescentes de 15 a 17 anos teve


como inscritos, durante muitos anos os adolescentes beneficiários do Programa Ação
Jovem, devido à condicionalidade de frequência nos grupos do CRAS - atrelada ao
benefício, à época, de R$80,00 mensais. A ausência de novos beneficiários acarretou
a diminuição gradativa da quantidade de participantes até a saída do último
beneficiário que ainda participava dos encontros. Os demais beneficiários do
programa possuíam ausência justificada e foram desligados no início de 2021, em
razão da conclusão do ensino médio. Somando-se a isso, tivemos os
atravessamentos do período pandêmico e a dificuldade de interação com os
adolescentes pelo formato remoto de atividades. Aqui, também, o desafio que se
coloca é garantir a participação dos usuários desatrelada da vinculação PTRs.
Embora o território possua quantidade significativa de adolescentes nesta faixa
etária, observa-se que esse público busca por atividades e oficinas que se configurem
em possibilidades concretas de acesso ao mercado de trabalho, o que,
consequentemente, se apresentaria como ação para prevenção ao tráfico de drogas
- cada vez mais crescente entre este público. Somando-se às relações e trocas de
experiências positivas promovidas pelo espaço de convivência, o SCFV, se realizado
de forma efetiva, cumpriria em grande parte seu objetivo.

6.6.3. SCFV Idosos

O SCFV Idosos visa a promover um processo de envelhecimento ativo e


saudável, além de assegurar um espaço de encontro, a fim de promover a convivência
familiar e comunitária. Assim, as reuniões ocorrem semanalmente e propiciam
vivências que valorizam as experiências e que estimulam a autonomia e o
protagonismo social dos idosos, além de atividades que visam a atender às demandas
e os interesses inerentes a essa faixa etária - acima de 60 anos.
Assim, se observa o cumprimento de seus objetivos satisfatoriamente, à
medida em que se configura em espaço de convivência e troca de experiências
positivas entre os participantes. Alguns dos usuários atualmente inscritos, em dado
momento, foram identificados em situação de isolamento social e a busca ativa e
inclusão no serviço possibilitaram a ampliação da interação e acesso à comunidade,
além do acesso aos espaços públicos do município.
106

Interessante destacar que os idosos gostam tanto dos encontros que alguns
chegam com uma hora de antecedência. Relatam que é a única “diversão” que eles
têm. Isso demonstra a relevância do serviço de convivência na vida deles. Atualmente,
o CRAS possui dois grupos em horários e dias distintos, o que possibilita que os
moradores do território sejam atendidos o mais próximo de suas residências. As
reuniões são realizadas no CRAS Vila Toninho, às quintas-feiras, e no Núcleo
Esportivo CAIC, às terças-feiras. Ambas as reuniões ocorrem de 14h às 16h.
Faz-se necessário apontar a parceria estabelecida com a equipe do Projeto
Trilhando a Longevidade como muito positiva, tendo em vista as atividades
diversificadas e profissionais competentes e comprometidos disponibilizados para o
trabalho com a população idosa.
No período de suspensão das atividades presenciais devido ao risco de
contágio pelo Coronavírus, diferentemente dos demais grupos, as atividades remotas
surtiram o efeito esperado, o que denota o vínculo fortalecido com os usuários
inscritos. Em contrapartida, percentual significativo dos inscritos demonstraram
dificuldades de acesso a tecnologias remotas, o que impossibilitou sua participação.
Apesar de alguns idosos ainda carregarem valores e visões de um mundo
machista e patriarcal, sempre que possível esses temas são trazidos para discussão,
promovendo debates de forma leve e descontraída, visando a uma sociedade mais
justa, onde as mulheres sejam vistas e tratadas em condição de igualdade com os
homens.
Entende-se que os momentos reflexivos e informativos são importantes, mas
ao final de algumas reuniões são realizadas algumas atividades de jogos lúdicos. Há
atividades externas, quando os idosos são levados (de ônibus ou outros transportes
fretados) a equipamentos públicos e pontos conhecidos e importantes da cidade
(Centro de Convivência do Idoso, Centro de Convivência da Juventude, CEU das
Artes, Bosque Municipal, Represa, shoppings, viveiro de mudas, bailes, etc.), o que
fomenta o sentimento de pertencimento e conhecimento do que existe na cidade.
Por fim, pode-se afirmar que, atualmente, o SCFV Idosos é o grupo de maior
relevância no CRAS Vila Toninho, devido à assídua participação dos idosos ao longo
dos anos, apesar de tantas mudanças e rotatividade das equipes.
Destaca-se que a contextualização acerca destes três ciclos do SCFV será
retomada na seção 7 que aborda a rede socioassistencial do território.
107

6.7 Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com


Deficiência e Idosas

Embora ainda não organizado nos moldes estabelecidos pelas Orientações


Técnicas Sobre o Serviço da Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com
Deficiência e Idosas (BRASIL, 2017), o serviço vem sendo executado à medida em
que os usuários apresentam impossibilidade/dificuldades de acessar o equipamento
para suas demandas de atenção básica. As famílias são orientadas e encaminhadas
para a rede socioassistencial e para outras políticas públicas, com o objetivo de
promover o acesso aos direitos.
Sua finalidade é a prevenção de agravos que possam provocar o rompimento
de vínculos familiares e sociais dos usuários, visando garantir os direitos, o
desenvolvimento de mecanismos para a inclusão social, a equiparação de
oportunidades e a participação e o desenvolvimento da autonomia (BRASIL, 2009). É
importante destacar a relevância de seu desenvolvimento em articulação com a rede
intersetorial, com destaque às ações a serem desenvolvidas também com a família
no fortalecimento da função cuidadora e preventiva de violações.
Um desafio observado no cotidiano de trabalho com o referido público está nas
vulnerabilidades diretamente relacionadas a outras políticas como saúde, habitação e
previdência social.

7. REDE SOCIOASSISTENCIAL

Quadro 3 -Rede socioassistencial.


Nº de Parceria Cadastro
Proteção Fonte da
Unidade Endereço/Telefone Público Atendido Vagas com a no
Social Informação
Ofertadas SEMAS CMDCA
CMDCA;
Censo SUAS
Rua Azaim Pinto
Associação 2021;
Murta, 136 - Crianças e
Filantrópica Departamento
Vitória Régia Básica adolescentes de 50 X X
Mamãe Idalina de Gestão de
07 a 14 anos
(AMAI) Repasse de
(17) 3238-1457
Recursos
Públicos
Av. Amélia Cury Especial de CMDCA;
Associação Pessoas com
Gabriel, 4701 - Jd. Média 82 X X CMAS;
Renascer deficiência
Soraia Complexidade Departamento
108

Atendimento de Gestão de
(17) 3213-9595 gratuito a 40 Repasse de
pessoas com Recursos
Projeto de deficiência Públicos
Fomento intelectual e
Pediasuit e dificuldades
Snoezeien físicas
associadas ou
Início: não, e autismo, X
01/06/2021 de 0 a 14 anos,
Término: em 02 métodos
30/06/2022 inovadores:
sendo 30 vagas
(13 meses) no Snoezelen e
10 vagas no
Pediasuit, por 13
meses.
Crianças e
Básica adolescentes de 115 X X
07 a 14 anos

Atender até 160


crianças e
adolescentes, de
Projeto de
Rua Hermelinda ambos os sexos, CMDCA;
Associação das fomento lar de
Martins Vieira de 06 a 14 anos, Departamento
Damas de Fátima "in
Rocha, 77 - Vitória excepcionalmente de Gestão de
Caridade (Lar de Fight"
Régia para Repasse de
Fátima) - núcleo
adolescentes de X Recursos
Vitória Régia Início
(17) 3238-5442 15 anos, Públicos
01/04/2021
ofertando o jiu
Término
jitsu em cinco
31/01/2023
núcleos: Planalto,
(22 meses)
João Paulo II,
Novaes, Vitória
Régia e Maceno.

Famílias em
situação de
- - -
vulnerabilidade
social

Rua Maria Onofre Crianças de 0 a 6


Lopes Santos, anos e seus
1273 - Vila responsáveis,
CRAS Vila Toninho - - - Censo SUAS
Básica adolescentes de
Toninho 15 a 17 anos e 2021
(17) 99772-7439 idosos
(17) 3218-1430
(17) 3238-1012
Pessoas com
deficiência e/ou
pessoas idosas
que vivenciam - - -
situação de
vulnerabilidade
social

Rua Benedito
Instituto Adolescentes de
Guagliardi, 291 -
Educacional 14 a 17 anos, e CMDCA;
Romano Calil Básica 350 X
Francisco de adultos de 18 a CMAS
Assis (IEFA) 59 anos
(17) 3218-3336

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial.


109

8. OFERTA E DEMANDA DOS SERVIÇOS NO TERRITÓRIO

8.1 Ciclo de vida: 0 a 6 anos

O SCVF para crianças de 0 a 6 anos e seus responsáveis é ofertado no território


apenas pelo CRAS Vila Toninho. Desde sua implantação teve significativa diminuição
dos inscritos. Observa-se que as expectativas que atraíram as famílias inicialmente
não se conjuminaram com os objetivos do serviço. Principalmente no que se refere à
periodicidade dos encontros. As famílias que buscam o serviço, em sua maioria, são
mães e responsáveis por crianças que aguardam vagas nas creches e necessitam da
oferta de um serviço continuado com periodicidade diária, devido às demandas por
inserção ao mercado de trabalho.

8.2 Ciclo de vida: 07 a 14 anos

Apesar de o CRAS não ofertar o Serviço de Convivência e Fortalecimento de


Vínculos para esse público, existe na região oferta satisfatória de vagas pela rede
parceira. No entanto, a oferta satisfatória não significa acesso. Há grande incidência
de crianças/adolescentes pertencentes a esse ciclo de vida que moram nas estâncias
pertencentes ao território. Tais estâncias são territorialmente distantes, o que
inviabiliza o acesso ao CRAS e aos serviços, já que o transporte público ofertado é
escasso. Por exemplo, na estância Bela Vista III, os ônibus passam apenas duas
vezes ao dia. A família, para acessar o CRAS ou algum serviço presente nos limites
urbanos, tem que se ausentar de sua residência e retornar somente ao final do
dia. Isso prejudica também o acesso a serviços ofertados para outros públicos.
Discorreremos brevemente sobre as entidades que ofertam o SCFV para esse
ciclo de vida. Ressalta-se que a inclusão das crianças e adolescentes prioritárias tem
se dado de maneira satisfatória, à medida que fora garantida análise para priorização,
a partir do fluxo trazido pela Central de Vagas.
São realizados contatos, reuniões remotas e presenciais para atendimento
articulado das demandas apresentadas nos equipamentos, o que garante
assertividade no processo de prevenção da Proteção Social Básica.
110

• AMAI
A Associação Filantrópica Mamãe Idalina é parceira municipal e executa o
SCFV para crianças de 7 a 14 anos no território. Atualmente atende a 50 crianças e
adolescentes no período da tarde, com oficinas socioeducativas, oficinas esportivas,
oficinas culturais e oficinas lúdicas. Um diferencial na oferta do serviço é que possui
estrutura para transporte, o que facilita o deslocamento e acesso dos inscritos.
Observa-se, em alguns momentos, resistência por parte de usuários
específicos em acessar a vaga disponibilizada devido a questões de preconceito
religioso. É importante observar, no entanto, que a oferta do serviço é feita de acordo
com o que preconiza o termo de convênio celebrado para a oferta do Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculo, no qual é vedado qualquer tipo de prática
religiosa.

• São Judas Tadeu


Embora o Instituto Comboniano São Judas Tadeu esteja situado
territorialmente na Região Centro, o SCFV para crianças de 7 a 14 anos executado
pela entidade tem percentual significativo de inscritos residentes no território da
Região Vila Toninho.
Anterior à nova divisão das Regiões, o local onde está situada a entidade
pertencia à Região Vila Toninho e, por estar situado no limite entre os dois territórios,
fica mais acessível aos moradores da Região Vila Toninho do que da Região Centro,
em grande parte.
Atualmente atende a 300 crianças e adolescentes nos períodos da manhã e
tarde, com oficinas socioeducativas, oficinas esportivas, oficinas culturais e oficinas
lúdicas. Tem garantido o deslocamento e acesso dos inscritos por meio da confecção
de Carteirinha de Estudantes, junto à Riopretrans.

• Lar de Fátima
A Associação das Damas de Caridade é parceira municipal e executa o SCFV
para crianças de 7 a 14 anos no território. Atualmente atende a 110 crianças e
adolescentes nos períodos da manhã e tarde, com oficinas socioeducativas, oficinas
esportivas, oficinas culturais e oficinas lúdicas. A entidade também é parceira do
município na distribuição de leites do Projeto Viva Leite e das cestas de legumes do
Banco de Alimentos.
111

8.3 Ciclo de vida: 15 a 17 anos

O trabalho social com adolescentes de 15 a 17 anos se apresenta como um


desafio à assistência social e à rede do território. Inclusive, alvo de discussão
frequente nas reuniões intersetoriais, diante das vulnerabilidades e demandas
identificadas pelos equipamentos que atendem a este segmento.
Ao observar os altos índices de violações e tráfico envolvendo adolescentes
desta faixa etária, identifica-se a ausência de ofertas e possibilidades que possam se
configurar em alternativas dentro do território.
A assistência social oferta ações para este seguimento na forma do SCFV
executado no CRAS Vila Toninho, que atualmente não possui adolescentes inscritos
e se encontra em fase de sensibilização. O referido serviço carregou durante alguns
anos a marca trazida pelo Programa Ação Jovem, no qual os beneficiários tinham
como condicionalidade a participação em grupo semanal no CRAS. Quase a
totalidade dos inscritos eram beneficiários, que tinham como contrapartida o
recebimento de valor mensal. E em meio à adversidade trazida com as atividades
remotas, ante a pandemia, a sensibilização se faz primordial para a retomada das
atividades. Junto a isso, o Centro de Convivência da Juventude, localizado na Região
Centro, recebe os adolescentes do território, ofertando o SCFV de maneira a
contemplar as demandas de todos os territórios.
O Instituto Educacional São Francisco de Assis oferta cursos
profissionalizantes a adolescentes, jovens e adultos, nas áreas de administração e
produção de alimentos.

8.4 Ciclo de vida: 18 a 24 anos

Os usuários residentes no território são encaminhados e atendidos pelo CCJ e


CCF, com atividades organizadas dentro dos objetivos do SCFV. Eles são atendidos
também pelo Instituto Educacional São Francisco de Assis, nos cursos
profissionalizantes nas áreas de administração e produção de alimentos. O Projeto
Aquário oferta atividades em parceria com a Secretaria de Esportes. São atendidos
adolescentes, jovens e adultos com aulas de artes marciais e dança.
112

8.5 Ciclo de vida: Idosos

A oferta de serviços aos idosos do território se dá a partir do SCFV executado


pelo CRAS Vila Toninho. Os idosos também participam das atividades desenvolvidas
pelo CCI, onde são ofertadas atividades culturais e manuais.
A despeito da necessária suspensão das atividades coletivas, o trabalho
desenvolvido com o público idoso no CRAS tem se mostrado de relevância, devido à
assídua participação dos idosos ao longo dos anos, apesar de tantas mudanças e
rotatividade da equipe. Através dele, possibilita-se aos idosos que saiam do
isolamento social e tenham contato com a comunidade onde residem, fortalecendo
laços de proteção e apoio. Além disso, o trabalho preventivo se consolida na oferta de
discussões circulares e horizontais.
Entende-se, no entanto, que seja necessário implementar ações mais
específicas aos idosos com perfis e demandas diferenciadas. O território apresenta
alto índice de violações de direito a pessoas idosas, o que leva refletir sobre a
qualificação do trabalho preventivo com o público, que necessita ser alcançado pela
rede, para além das demandas espontâneas. Nesse sentido, destaca-se a necessária
articulação com a saúde para execução do Serviço de Proteção Social Básica
no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas.

9. REDE INTERSETORIAL

Ao olhar para as demandas apresentadas no trabalho social com famílias


realizado através da Proteção Social Básica no território, se faz essencial analisar
como elas se convergem para a necessária articulação com a rede. Assim, é
importante destacar que a intersetorialidade se apresenta como instrumento para a
efetivação das políticas públicas e consequente consolidação dos direitos sociais.
O quadro apresentado refere-se à rede intersetorial e parceiros.
113

Quadro 4 — Rede Intersetorial da Região Vila Toninho.


EDUCAÇÃO
NOME SERVIÇO OFERTADO
Escola de Educação infantil. Ponto de distribuição do projeto
“Beatriz de Carvalho Seixas”
Viva leite

“Márcia Affini Bagdasaryan” Escola de Educação infantil

“Izaltina Maria” Escola de Educação infantil

“Prof. Cleophas Beltran Silvente” Ensino fundamental

“Profª Nayr Santos Cunha” Ensino Fundamental e Médio

“Prof. Modesto Rodrigues Marques” Escola de Educação infantil

“Norberto Buzzini” Escola de Educação infantil, Ensino Fundamental

“João José Feris” Ensino fundamental

“Agostinho Brandi” Escola de Educação infantil

“Michel Pedro Sawaya” Ensino fundamental

“Profª Amália Senir Lisboa Pontes Escola de Educação infantil


Gestal”
Habilitação e reabilitação. Centro Educacional (Ensino
Fundamental e Educação Especial) projetos (Música, Artes,
Renascer Centro Educacional Teatro e Esportes)
UNIDADE II - É voltada para a preparação, capacitação e
inclusão no Mercado de Trabalho.
CULTURA
Violão, guitarra, contrabaixo, violino, viola, viola caipira,
Núcleo de Artes “Roberto Farath”
bateria, artes, piano, teclado, teoria e instrumento de sopro.
SAÚDE

Centro de Controle de Zoonoses Castração gratuita de cães e gatos; vacinação.

UBSF CAIC/Cristo Rei "Prof. Dr. José Diabetes e Hipertensão Arterial, Bebê Clínica, Escola da
Liberato Ferreira Caboclo" Coluna, Escola da Saúde, Lian Gong, Saúde Mental
Tabagismo; Saúde do Homem; Grupo de Uso Racional de
UBSF Vila Toninho "Dr. Gilberto Medicamentos (GURA); Aleitamento materno; Gestantes;
Lopes da Silva" Educação Alimentar Infantil (GEAi); Educação Alimentar
Adulto (GEAa)
UPA Vila Toninho Urgência e Emergência 24 horas

ESPORTE
Campo do Cristo Rei Espaço de recreação, lazer e convivência
Campo de Futebol do Jardim Yolanda Espaço de recreação, lazer e convivência
Campo de Futebol do Jockey Club Espaço de recreação, lazer e convivência
Aulas de Karatê, ginástica e espaço de recreação, lazer e
Centro Esportivo da CAIC
convivência
114

Centro Esportivo da Vila Toninho Espaço de recreação, lazer e convivência


Praça Esportiva Jardim Vitória Regia Espaço de recreação, lazer e convivência
Campo de Bocha do Cristo Rei Espaço de recreação, lazer e convivência
Praça ao lado da EMEI Zumbi dos
Espaço de recreação, lazer e convivência
Palmares - Vila Hipódromo
Praça Esportiva da Vila Toninho - Vila
Espaço de recreação, lazer e convivência
Toninho
Centro Social da CAIC - CAIC Espaço de recreação, lazer e convivência
Pista Caminhada Cristo Rei - Cristo
Espaço de recreação, lazer e convivência
Rei
Área no Cristo Rei - Residencial Cristo
Espaço de recreação, lazer e convivência
Rei
Praça Professor Luiz Jacob - Vila São
Espaço de recreação, lazer e convivência
Judas Tadeu
Campo de Futebol Vila Toninho - Vila Aulas de futebol infantil, espaço de recreação, lazer e
Toninho convivência
Praça Prof. Oscar Salgado Bueno -
Espaço de recreação, lazer e convivência
Jardim dos Gomes
Aulas dança para adultos e de artes marciais (Karatê e jiu
Projeto Aquário jitsu) para crianças e adolescentes, em parceria com a
Secretaria de Esportes
Rede do território
Ponto de distribuição da cesta de legumes do Banco de
Projeto Aquário
Alimentos
Instituto Educacional “Franciso de Cursos técnicos; atendimento a famílias em suas
Assis” - IEFA necessidades

Comunidade Terapêutica Sol Acolhimento de usuários abusivos de álcool e outras drogas

Fonte: equipe CRAS Vila Toninho.


115

9.1 Articulação com a rede e outras políticas públicas

O trabalho em rede possibilita maior clareza e assertividade na superação das


vulnerabilidades e violações vivenciadas pelas famílias em suas complexas e diversas
realidades sociais, tendo como foco superar ações fragmentadas.
A articulação com a rede intersetorial sempre se configurou como um desafio
no território. Por esta razão, a reconfiguração das reuniões intersetoriais em 2019
apresentou-se como estratégia primordial para a garantia do exercício dos direitos e
acesso da população do território às políticas públicas do município.
O CRAS, enquanto referência no território, busca constantemente apresentar
as demandas trazidas pelos usuários atendidos que dizem respeito às políticas de
saúde, educação, habitação, segurança pública e segurança alimentar, a fim de
contribuir para os encaminhamentos necessários à superação dos entraves.
Observa-se, no entanto, que o trabalho articulado ainda não se consolidou, uma
vez que alguns equipamentos públicos ao atender um usuário que apresente
vulnerabilidades diversas, não incorporaram a prática de acionar as diversas políticas
do território as quais precisam ser trabalhadas e acompanhadas pelos diversos atores
da rede.
Outro ponto de entrave é a participação dos equipamentos existentes no
território, que tem sido aquém do esperado, o que faz com que as discussões
promovidas não abarquem os desafios e proposições condizentes com a amplitude
do que se denominaria o termo intersetorial. Destaca-se a ausência das unidades da
educação da rede estadual do território.
Nas interfaces cotidianas com a rede intersetorial, a equipe técnica do CRAS
Vila Toninho pontua dificuldade na articulação com algumas escolas do território.
Nota-se, nas referidas instituições, um não olhar para os alunos cidadãos de direitos.
Assim, acabam vendo na Assistência Social um “escape” para não lidar com questões
e problemas identificados no contato direto com crianças e adolescentes, se eximindo
da responsabilidade protetiva compulsória ante a questões como abuso sexual,
violência e negligência, por exemplo. Articulações para prevenção de situações de
risco e violência também são precárias, tendo em vista a ausência de contatos diante
da identificação de vulnerabilidades das famílias do aluno. Percebe-se que há receio
116

da divulgação dos casos de violação devido à exposição e, principalmente, represália


por parte dos pais dos alunos.
Com a pandemia e toda a reformulação da oferta dos serviços à população
(tendo em vista as recomendações sanitárias), esta vem apresentando muitas
dificuldades de acesso às políticas públicas e os prejuízos têm sido imensuráveis.
Grande parte do público atendido possui muita dificuldade em acessar a internet.
Neste sentido, o CRAS tem buscado viabilizar acesso por meio dos canais remotos
disponibilizados, por exemplo, pelo INSS e Defensoria Pública. Além disso, as
alterações frequentes de legislação e fluxos para acesso têm acarretado na busca
constante pela equipe, visando a assertividade nas orientações, o que se identifica
como algo que extrapola às vezes a função do CRAS.
As articulações com o Conselho Tutelar têm se traduzido em um dos
dificultadores mais significativos no atendimento às famílias. Além da dificuldade de
acesso aos conselheiros e procedimentos divergentes, a população também tem
trazido situações em que não consegue ser atendida.

10. CREAS I

10.1 Violências, violações e PAEFI

No decorrer do ano de 2021 foram atendidas pelo PAEFI na região Vila Toninho
52 famílias, sendo que 29 casos são provenientes de novas inclusões em 2021 e 23
casos foram inseridos anteriormente e continuaram em acompanhamento. A
qualificação dos dados que será apresentada refere-se apenas às 29 inclusões no
PAEFI no decorrer de 2021.
O maior número de violações ocorre no que diz respeito à negligência e
abandono, sendo um total de 21 das 29 novas inclusões ocorridas em 2021. As outras
violações inseridas no acompanhamento no ano de 2021 foram: violência física, abuso
sexual, exploração sexual, violência psicológica, situação de rua, trabalho infantil,
discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou raça/etnia, outras formas de
violação decorrentes de discriminações/submissões a situações que provoquem
danos e agravos à sua condição de vida e os impedem de usufruir autonomia e bem-
estar.
117

A expressão da violação de maior ocorrência (negligência e/ou abandono)


ocorreu na faixa etária acima de 60 anos, totalizando 11 idosos (5 do sexo feminino e
6 do sexo masculino), seguidos de 4 situações de negligência e abandono na faixa
etária de 0 a 6 anos, 2 na faixa etária de 7 a 12 anos, 2 na faixa etária de 13 a 17 anos
e 2 na faixa etária de 18 a e 59 anos.

Gráfico 3 — Inclusões no PAEFI em 2021. Total 29.

6 6

3 3

2 2 2

0 a 6 anos 7 a 12 anos 13 a 17 anos 18 a 59 anos 60 anos ou mais


Feminino Masculino
Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial.

Gráfico 4 — Inclusões no PAEFI por negligência ou abandono, 2021.


Total 21

6
5

3
2 2
1 1 1

0a6 7 a 12 13 a 17 18 a 59 acima de 60

Feminino Masculino

Fonte: Departamento de Vigilância Socioassistencial.

Durante as discussões coletivas destacou-se que a violência contra a mulher é


uma característica do território. Nessa direção, de acordo com os dados de 2020
118

fornecidos pela Secretaria da Mulher, foram atendidas 81 pessoas pelo CRAM e 1


pela Casa Abrigo.
As situações de violência contra a mulher chegam tanto por demanda
espontânea quanto por encaminhamento da rede. Geralmente são mulheres com
dependência financeira, com filhos, baixo grau de escolaridade e quase sempre em
um novo relacionamento. Outro ponto a se destacar é a dependência emocional.
Essas mulheres sofrem violências constantemente e acabam banalizando a questão
- física, moral, psicológica e sexual. Sobre a articulação com o CRAM, a principal
dificuldade é que, se a mulher não acessar o serviço (e a grande maioria não vai até
o CRAM), eles não realizam a busca ativa, não vêm até o usuário. Muitas vezes, é
solicitada a participação da equipe do CRAS para promover o vínculo com a usuária
atendida, o que nem sempre ocorre de imediato.

10.2 Serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (SMSE/MA)

Serão apresentados alguns dados coletados sobre os adolescentes em


cumprimento de medida socioeducativa da Região Vila Toninho. Para análise, foram
selecionados dados da sistematização dos atendimentos do mês de novembro de
2021, considerando o total de 7 adolescentes.
Como complemento, serão apresentados alguns dados do diagnóstico
realizado pelas equipes do Serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto
(SMSE/MA) dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social, CREAS
I e II, no ano de 2019, tendo como público alvo os adolescentes em cumprimento de
medida socioeducativa referenciados ao serviço, que, à época, era de 229
(considerando os dois equipamentos).
Na ocasião, este diagnóstico foi elaborado com a perspectiva de dar visibilidade
às particularidades e demandas dos adolescentes em cumprimento de medida
socioeducativa em meio aberto. Tendo por objetivo de ser utilizado como ferramenta
de diálogo com as demais políticas públicas, assim como sensibilizá-las sobre a
necessidade e a responsabilidade de adequarem-se para atendê-los - visto que
apenas através do acesso a tais direitos seria possível garantir a proteção integral
destes adolescentes, conforme preconizado pelo ECA (BRASIL, 1990).
119

Dados das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto

A Liberdade Assistida (LA) constitui a maior parte das Medidas Socioeducativas


(MSE) executadas por este Serviço no território, correspondendo a 72% dos casos, já
a Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) apenas 14%, o mesmo percentual de
adolescentes em cumprimento das duas medidas acumuladas. Metade dos
adolescentes atendidos são reincidentes no cumprimento de medida socioeducativa.
A taxa de descumprimento das medidas socioeducativas é de 25%.
Atualmente, o ato infracional de maior representatividade neste território é o
tráfico de drogas (72%), seguido por desobediência (14%) e dano (14%).
A infração de medida sanitária é considerada o ato infracional de maior
incidência atualmente. Na mesma perspectiva, antes da pandemia, a maior incidência
se dava pela infração de falsidade ideológica, sendo grande parte dos adolescentes
pertencentes à classe média e classe média alta que frequentam as festas da cidade,
no entanto, tal infração não está no rol dos adolescentes em cumprimento de MSE do
território. Os adolescentes que cumprem MSE pela infração de perigo à vida ou saúde
de outrem são muito jovens, quase crianças, ainda brincam de empinar pipa, mas isso
não se aplica à Região Vila Toninho.

Dados gerais (referência novembro/2021)


As idades dos adolescentes atendidos na Região Vila Toninho variam de 14 a
18 anos, sendo um com 14 anos, um com 15, dois com 16, dois com 17 e um com 18
anos. A totalidade dos adolescentes em cumprimento de MSE no mês de referência
(novembro/21) era do gênero masculino.
No momento de elaboração do Plano Individual de Atendimento (PIA), a
maioria dos meninos se autodeclarou como parda (57%), seguido por 29% de
adolescentes que se declararam negros e 14% se declararam brancos.
Os adolescentes não realizaram declarações sobre orientação sexual. É
importante destacar que a equipe sempre respeitou a autodeclaração dos
adolescentes na coleta destas informações, independentemente de qualquer
divergência.
Nenhum adolescente no momento tem filhos. Geralmente este dado está
relacionado ao quantitativo de usuárias do gênero feminino que, em grande maioria,
120

são mães solo. Em outro momento, alguns adolescentes do gênero masculino


informaram serem pais e não exercerem a função paterna.

Saúde
Todos adolescentes em cumprimento de MSE do território da Vila Toninho
relataram que não fazem acompanhamento em saúde, somente comparecendo
quando há alguma dor urgente, mais precisamente em Unidade de Pronto
Atendimento (UPA). Nenhum adolescente dessa região acessa o Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS). Observamos que a principal demanda desse território é de
atenção básica de saúde.
A maioria dos adolescentes do território (86%) cita que já fez uso de
substâncias psicoativas, porém nenhum adolescente realizou tratamento em saúde
por esse motivo. Atualmente, 43% dos adolescentes declararam uso recreativo de
maconha.

Educação
Iniciaram a MSE sem matrícula escolar 57% dos adolescentes. Atualmente,
dois deles ainda não estão matriculados, portanto, estão fora da rede de ensino e um
não forneceu essa informação.
Com relação à defasagem escolar, 80% dos adolescentes que deveriam estar
cursando o Ensino Médio estão no Ensino Fundamental.
Vale salientar que os adolescentes que estavam fora da rede de ensino
relataram dificuldade para efetivar a matrícula na escola, o que também ocorreu em
2019. De acordo com o levantamento feito pelo SMSE-MA 2019, dos 229
adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em São José do Rio Preto,
27% disse ter tido dificuldades para efetivar sua matrícula escolar, tendo como
destaque algum obstáculo no procedimento escolar (9%), falta de vagas (3%) e a
família não ter comparecido à escola para fazê-lo (6%). Referente ao mesmo
levantamento, constataram-se que 62% dos adolescentes tiveram dificuldades em
permanecer na escola. Em 11% dos casos estudados foram relatadas as
necessidades não atendidas dos adolescentes passarem por avaliações pedagógicas
na escola.
121

Trabalho e Renda
No início do cumprimento de MSE havia registro de trabalho formal de um dos
adolescentes, de 18 anos, entretanto, no momento, nenhum deles informou estar
trabalhando formalmente, estando um deles em condição de permanência no tráfico
de drogas, configurado como uma das piores formas de trabalho infantil. De acordo
com o levantamento SMSE-MA 2019, a ocupação habitual dos adolescentes em
trabalho informal é algum tipo de trabalho braçal (servente de pedreiro, por exemplo).
Devido aos critérios de idade e escolaridade estabelecidos pelas instituições,
não foi possível encaminhar a maioria dos adolescentes deste território para agências
de inserção no mercado de trabalho formal (seja por vínculo de estágio ou Jovem
Aprendiz), somente um foi encaminhado, mas não foi inserido até o presente
momento.
A partir do levantamento, extraiu-se que um dos adolescentes fez algum tipo
de curso profissionalizante, o que se deu durante o período de internação na
Fundação Casa. Atualmente, 50% relatam interesse em fazer curso de
informática/computação, 38% de cabeleireiro/barbeiro e 13% de inglês.
Segundo o levantamento SMSE-MA 2019, 28% dos adolescentes alegam não
ter feito cursos por terem outros interesses, 22% alegam como impeditivo o custeio
do curso, 18% que os cursos gratuitos não são de seu interesse, 6% que não tem
vaga no curso de seu interesse, 9% não atenderam aos critérios para poder matricular-
se nos cursos disponíveis, 4% informaram que os cursos eram ofertados em locais
distantes do domicílio, 6% relataram conflito entre o horário de trabalho e os cursos
disponíveis, 4% alegaram não poder custear o transporte.

Cultura, Lazer e Esporte


Os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa da Região Vila
Toninho não indicaram espaços de cultura em seu território de moradia (embora
exista) e a maioria afirma falta de interesse nas respectivas atividades. O espaço de
cultura citado por um dos adolescentes é o cinema, localizado em Shopping fora da
Região. Um deles afirma ter realizado atividade cultural (hip hop e capoeira) na
Fundação CASA anteriormente.
No que tange à prática de esportes, 71% dos adolescentes afirmam que jogam
futebol em campinho do território, entretanto, não em condição de treino ou atividade
sistemática, caracterizando apenas como atividade de lazer. Um dos adolescentes
122

afirma inclusão em prática esportiva no Projeto Aquário, localizado no território, outro,


que também participou de atividade no respectivo projeto, disse que as atividades
cessaram no período da pandemia e não retornaram.
Além da prática do futebol, no que tange às demais atividades entendidas como
lazer pelos adolescentes, passar tempo com os amigos é o relato que mais aparece
(44%), seguido por soltar pipa (33%) e jogos eletrônicos (23%).

Desafios encontrados/Considerações Finais


Observa-se que os números apresentados colocam muitos desafios tanto ao
serviço de medidas socioeducativas como às demais políticas públicas no sentido de
garantir a proteção integral dos adolescentes.
Destaca-se como principais desafios nos atendimentos do SMSE-MA
necessidade de propostas de metodologias interessantes para adolescentes de 13 a
20 anos, atendendo às particularidades de cada faixa etária. Há a necessidade de
atender qualificadamente as adolescentes do gênero feminino, evitando que suas
particularidades e necessidades sejam invisibilizadas. Nesse sentido, é constatado
nos acompanhamentos da MSE que o número de mulheres (gênero feminino)
geralmente é menor, portanto, é preciso formular metodologias que abarquem as
demandas por elas apresentadas. Elenca-se a necessidade em trabalhar as temáticas
sobre raça/etnia, gênero (modelos de masculinidades, heteronormatividade,
paternidade, autocuidado etc.).
Com relação às políticas públicas, faz-se necessário o diálogo com a saúde no
sentido de garantir atendimento às demandas destes adolescentes na atenção básica.
Relacionado à educação, observa-se o desafio de garantir o acesso e a permanência
destes adolescentes no ambiente escolar, incluindo a atenção às especificidades que
possam apresentar. Faz-se necessária a criação de programas, inclusive de incentivo
de renda, para combate de evasão escolar no Ensino Médio, visto que são altas as
taxas de evasão nesse período escolar.
Com relação ao trabalho e renda, se reconhece a urgência de garantir que tais
adolescentes tenham acesso aos cursos que efetivamente têm interesse e as
agências não apenas flexibilizem as políticas de encaminhamento para as vagas, mas
se engajem do desafio de inseri-los no mercado formal, de acordo com os parâmetros
de proteção ao trabalhador entre 14 e 17 anos (BRASIL, 1990). Tais instituições, junto
aos programas municipais, deveriam ofertar condições de atividades de formação de
123

caráter educativo com contrapartida financeira, para que os adolescentes possam, de


fato, contar com boa formação, uma vez que além de excluir adolescentes em
cumprimento de MSE devido a critérios estabelecidos, essas instituições acabam
corroborando com a condição de subemprego.
Considerando esporte, cultura e lazer, observa-se que os adolescentes de
baixa renda têm pouco acesso, o que requer a criação de ações específicas que os
atenda em seus territórios de vivência.
Outra situação extremamente grave é a rivalidade entre grupos de jovens
envolvidos com o tráfico de drogas, incluindo os jovens da Região Vila Toninho. A
chamada “guerra” tem ceifado vidas frequentemente mediante tiroteios entre jovens
de um bairro contra outro. Os adolescentes contam que a “guerra” começou com o
assassinato de um jovem morador da Vila Toninho, há mais de dois anos.
Recentemente, um adolescente do território que foi atendido neste equipamento nos
anos de 2019, 2020 e 2021, morador do Bairro CAIC, foi brutalmente assassinado.
No tocante à segurança pública, muitos adolescentes e jovens do território
relatam que vivenciaram ou vivenciam situações de violência em seus cotidianos,
inclusive violência policial.

11. PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA

Na região da Vila Toninho existem 4 pontos consolidados de concentração de


pessoas em situação de rua, a saber:
1. Rua Maria Onofre Lopes dos Santos, Vila Toninho - próximo a um estabelecimento
comercial;
2. UBS/UPA - ao lado do Velório Municipal;
3. Antigo depósito de bebidas;
4. Av. Pecy Gandini, 1305 - Vila Toninho.
No Bairro da Vila Toninho existem dois locais: um estabelecimento comercial e
a UBS (ao lado do Velório) que costumam ter usuários que ali permanecem e fazem
uso, principalmente do álcool.
A marginal Percy Gandini se caracteriza como um local onde usuários vão para
usar drogas e existe profissionais do sexo. Já na região dos bairros Cristo Rei/Caic
encontramos mais usuários de drogas, mas que não se caracterizam como moradores
124

de rua. Alguns usuários alternam este território com o da Vila Elvira e região da Igreja
do São Judas.
Em relação ao perfil das pessoas em situação de rua, predomina o uso de
álcool sobre outras drogas. Costumam dormir em prédios abandonados como fábricas
desativadas e bares. Alguns só saem de casa para consumir drogas e acabam
voltando para a residência. Apesar de a maioria ter vínculos com o território e até
possuir moradia fixa, muitos não possuem vínculo nenhum com a família, ou são
relações fragilizadas. Existem aqueles que são trecheiros, ou seja, estão de
passagem.
Quando questionados sobre os motivos de ida para a rua, a equipe da
Abordagem Social pontua o uso de álcool e drogas, já que o uso abusivo causa
conflitos familiares e rompimento de vínculos e pode fazer com que a pessoa saia de
casa. Muitas vezes o uso abusivo é ocasionado por conflitos familiares, o que cria um
ciclo.

12. FRAGILIDADES, POTENCIALIDADES E DESAFIOS DO TRABALHO SOCIAL


NO TERRITÓRIO

A partir do caminho percorrido para identificação do perfil da Região Vila


Toninho, da contribuição dos profissionais da assistência social, dos usuários e da
rede intersetorial, foi possível elencar as principais características. Necessário se faz
destacar o que de mais rico existe no território, bem como os pontos de entrave, que
se apresentam como desafio à consolidação dos direitos da população residente.

Fragilidades
Já foi explicitado no decorrer deste, que a escassa oferta de atividades de lazer
e cultura, educação e formação para o mercado de trabalho para adolescentes e
jovens tem dificultado as ações de prevenção à violência, uso e tráfico de drogas. Este
cenário tem ligação direta com o crescente aumento da atividade de tráfico e situações
de violência que se agravam pela disputa entre gangues da Vila Toninho e de outros
territórios.
Percebe-se significativo aumento das situações de violações de direitos contra
idosos, principalmente no período de pandemia e pós-pandêmico, somando-se a este
125

fator o agravamento das questões de saúde dos idosos, que esbarram na escassa
oferta de vagas em ILPI, quando a condição deles assim requer.
A presença da linha férrea, localizada em espaço de grande fluxo de pessoas
para as atividades diárias, expõe os moradores ao risco de acidentes e a problemas
de deslocamento (inclusive há histórico pregresso de acidentes com moradores).
As áreas de estâncias possuem diversas necessidades, em termos estruturais
e de ofertas de políticas públicas, o que faz com que os moradores nem sempre
consigam acessar direitos básicos.
A ausência de associações de moradores também pode ser apontada como
uma fragilidade, tendo em vista que agregam a população para dar visibilidade às
demandas dos bairros da Região, ao colocá-las em pauta junto aos órgãos
governamentais.

Potencialidades
O território apresenta uma área industrial, que oferta diversos campos de
trabalho e, por se tratar de local próximo às residências, facilita o acesso.
As articulações com os equipamentos de saúde têm se mostrado eficazes em
sua maioria, traduzindo-se por vezes em prevenção e proteção às famílias atendidas.
A oferta de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é a maior
dentre as regiões do município. Embora seja algo positivo, por vezes o acesso ao
serviço se torna empecilho em função da locomoção por falta do fornecimento de
transporte.

Desafios do trabalho social


Um dos maiores desafios do trabalho social no território é o fortalecimento da
rede Intersetorial, não só no que diz respeito às articulações, mas também à utilização
das reuniões intersetoriais a partir do Grupo Gestor Intersetorial (GGI) para
resolutividade das demandas trazidas pelos representantes das políticas públicas.
Faz-se essencial a disseminação e divulgação das ações e ofertas aos usuários e
entre os atores da rede.
As ações comunitárias precisam se traduzir em rotina no território que,
inclusive, possui bairros, loteamentos e estâncias cujo acesso é dificultado. Neste
sentido, a descentralização dos serviços como, por exemplo, da Secretaria do
126

Trabalho, também se configuraria como parte das atividades que permitem o acesso
dos usuários aos serviços.
Importante destacar a necessária ampliação da equipe de trabalho, que
executa os serviços da Proteção Social Básica e Especial, à medida que a demanda
por proteção e prevenção de vulnerabilidades e violações vem se intensificando no
território, para que seja dado o devido reforço nas ações do CRAS e CREAS.
127

13. COLETA DE DADOS COM OS USUÁRIOS E REDE

Metodologia utilizada
Na pesquisa sobre o território Vila Toninho utilizou-se de questionários com
perguntas abertas e foi direcionada aos usuários dos serviços do CRAS e às
instituições que ofertam serviços à população no território. Essa etapa do diagnóstico
se apresentou como essencial à compreensão das ausências e potencialidades do
território, ante à dinâmica das vivências.
Foram selecionados usuários de categorias específicas, a fim de trazer à tona
as impressões vivenciadas nos espaços diversos do território, que trazem, em si,
algumas peculiaridades.
A aplicação dos questionários voltados aos usuários foi realizada pela Proteção
Social Básica e Proteção Social Especial, a partir dos serviços PAIF, SCFV, PAEFI e
MSE. As entrevistas, formalmente consentidas e autorizadas, foram realizadas no
período de 14 a 28 de março de 2022, totalizando 15 questionários.
Na análise dos dados coletados, procurou-se identificar os apontamentos
comuns e divergentes, apresentando-os em categorias.

Rede Intersetorial
A coleta de dados com a rede intersetorial da região Vila Toninho ocorreu de
21 a 30 de março. Foi disponibilizado, através do Google Form, um formulário com
questões qualitativas sobre características do território, mensuráveis através dos
atendimentos à população por cada equipamento participante. Nesta, as instituições
participantes foram numeradas, a fim de possibilitar sua identificação.

Quadro 5 — Identificação das instituições


entrevistadas.
Identificação Política pública que representa

Instituição 1 Saúde

Instituição 2 Assistência Social

Instituição 3 Educação

Instituição 4 Educação
128

Instituição 5 Educação

Instituição 6 Assistência Social

Instituição 7 Educação

Instituição 8 Assistência Social


Fonte: Equipes Região Vila Toninho.

No que se refere ao perfil dos usuários atendidos na rede intersetorial


participante, foi apontado que a necessidade das famílias com relação à renda, está
diretamente ligada à baixa escolaridade para inserção no mercado de trabalho. A
ausência de renda faz com que sejam demandadas doações (roupas, calçados e
móveis). A dificuldade de colocação no mercado formal gera predominância do
trabalho informal (bicos), com baixos salários, o que acaba interferindo na aquisição
de recursos simples e básicos. Nas creches, “os pais verbalizam sobre estar sem
emprego e não poder enviar as fraldas ou itens de higiene, necessários à rotina diária”
(Instituição 7 - Educação) (sic).
Na relação com as famílias, os aspectos dificultadores relacionados aos
cuidados e proteção apresentados foram o uso de álcool e outras drogas, violência
doméstica, falta de transporte interbairros, baixa escolarização e formação
profissional, ausência de diálogo entre os pais/responsáveis e os jovens,
desconhecimento e falta de acesso aos equipamentos públicos, renda, falta de
comprometimento dos pais no acompanhamento escolar, ausência de projetos de
contraturno escolar para jovens. Destacam, ainda

Percebo no discurso dos jovens a dificuldade de diálogo entre eles


e responsáveis, muitos precisam desenvolver a autonomia
precocemente porque os pais saem pra trabalhar e deixam
responsabilidades com eles (Instituição 1 - Saúde). (sic)

Algumas vezes as crianças relatam para as professoras das


dificuldades que tem passado em casa e acabamos fazendo ações
entre os professores para ajudar as famílias, principalmente neste
período de pandemia (Instituição 3 - Educação). (sic)

[...] Vivemos em uma sociedade excludente, imediatista em que a


desigualdade e falta de oportunidades afetam as relações familiares.
Muitos de nossos alunos vivem em ambiente impróprio em que
convivem com tráfico de entorpecentes, álcool, muitas mães se
desdobram trabalhando em mais de um emprego, sendo a renda
principal da família (Instituição 4 - Educação). (sic)
129

Os participantes destacam como aspectos facilitadores o fato de as políticas


públicas serem atuantes no território, melhoria na renda, no acesso aos direitos (o que
gera melhoria nas relações familiares), colaboração e participação dos
pais/responsáveis junto à escola e financiamento de transporte para participarem das
atividades.
Foi apontada a necessidade de ações intersetoriais para lidar com a questão
das demandas dos jovens do território. Dentre as demandas elencadas, destacam-se
a ausência de espaços de convivência, lazer, escuta e aprendizado; inclusão no
primeiro emprego, mesmo sem experiência prévia; acompanhamento familiar; falta
de acesso à cultura, esporte, cursos profissionalizantes, atividades ou projetos
atrativos.
Os participantes apontam como estratégia a implementação de ações como
a valorização da escola por ser espaço de desenvolvimento de aprendizagens
fundamentais na formação do cidadão. Acerca disso, é preciso investimento na
educação com equipamentos para inovação, preparação para o mercado de
trabalho mediante projetos como Jovem Aprendiz entre outros que oferecem
oportunidades. Foi destacado que “ficam muito ociosos, necessitam de atividades
para formação profissional no próprio território” (Instituição 5 - Educação) (sic).
Com relação às demandas voltadas às crianças de 0 a 12 anos, foi apontado
a necessidade da ampliação de equipamentos no território com atividades tanto
para crianças como adolescentes (inferior a 14 anos), embora o território apresente
uma significativa oferta de vagas. Outro ponto destacado trata-se da insegurança
alimentar [...] sabemos que muitas crianças tem as refeições garantidas na escola,
mas a limitação dos alimentos (porção por criança) restringe a escola em atender
totalmente a necessidade individual de cada uma (Instituição 4 - Educação) (sic).
A ausência de projetos que incentivam o desenvolvimento integral das
crianças, envolvendo a escolaridade, acesso à cultura, tecnologias, lazer, esportes,
orientação e acompanhamento psicológico e social para as famílias, transporte para
levá-las em projetos também foi observada pelos participantes.
Foram apontadas questões que perpassam a diversidade de vulnerabilidades
das famílias, como a demanda de assistência médica especializada para crianças
(pediatra), a necessidade de atividades esportivas e de um centro de recreação para
que não fiquem ociosos após o período escolar
130

Mais agilidade no setor da saúde para com o atendimento de


crianças com necessidades especiais e com os demais, uma vez
que uma criança não tem um atendimento simples, como
oftalmologia, apresenta comprometimentos na aprendizagem e
causa consequências (Instituição 4 - Educação). (sic)

Atendemos crianças de 3 a 5 anos e percebemos que muitas estão


sempre em busca de afeto com grande necessidade de acolhimento
[...] (Instituição 3 - Educação). (sic)

Os idosos do território, segundo os participantes, apresentam as seguintes


necessidades: acesso à saúde, cultura e lazer, acompanhamento sistemático da
equipe de referência, projetos que valorizem e conscientizem sobre a importância
dos idosos na sociedade, atividades relacionadas ao bem-estar, equipamentos com
atividades para esse público no próprio território, “porque muitos tem dificuldade de
locomoção para irem longe” (Instituição 6 - Assistência Social) (sic). Foi mencionada
como fator de desproteção a questão dos idosos que desempenham o papel dos
pais quanto ao acompanhamento das crianças na escola.
Ainda que de maneira precária, o fato de estarem quase sempre na mesma
situação de ausências, a solidariedade nas relações comunitárias foi apontada como
fator positivo. Destacam-se as ações realizadas por igrejas, que “promovem
diversas ações com atos de solidariedade, oferecendo espaços para lazer, arte,
esportes. A maioria da comunidade são moradores antigos, com estabilidade e
apresentam boa relação uns com os outros - são solidários” (Instituição 4 -
Educação) (sic).
As articulações, essenciais ao atendimento integral dos usuários, perpassam
os seguintes atravessamentos: tentativas de articulação e aproximação entre os
setores, que ainda não dão conta da necessidade, desconhecimento de todas as
políticas públicas que atendem o território e troca de profissionais de referência nos
equipamentos. Aponta-se descrença nesta articulação da rede no território, por ser
incipiente, não havendo espaços para interações como esportes, lazer. A Instituição
8 - Assistência Social pontua também sobre a fala das famílias sobre a “dificuldade de
acessar ao CRAS por motivos de localização, não ter dinheiro para o transporte, não
conseguirem resolver em apenas um dia”. (sic)

Se não houver vontade, compromisso com a causa, respeito aos


usuários e preocupação em oferecer a eles possibilidades e
oportunidades para saírem da situação de dependência em que se
encontram, sejam dependência dos órgão públicos ou privados, para
131

sua sobrevivência, talvez seja momento de rever como está


acontecendo essa articulação (Instituição 2 - Assistência Social). (sic)

Para os participantes, o território apresenta as seguintes dificuldades: espaço


para levar informações (sobre as infecções sexualmente transmissíveis, por
exemplo), ausência de agências bancárias, insuficiência de transportes públicos,
domínio do tráfico em alguns pontos do bairro, o que afeta as vivências das crianças
fora da escola, marginalização, falta de espaços e acesso à cultura, lazer, esportes,
falta de cuidado com o espaço público, locais de lazer mal cuidados tanto pelos
moradores como pelo poder público, pouco investimento por parte do comércio,
falta de lideranças comunitárias e ausência de transporte para acessar aos serviços
de contraturno escolar.
Quanto às potencialidades, foi apontado que “todo território tem
potencialidades se as pessoas envolvidas estiverem prontas a se unirem, diante
das dificuldades e adversidades” (Instituição 1 - Saúde) (sic). O grupo intersetorial,
escolas da rede pública, projetos e serviços da assistência social (como o SCFV),
comércio e o IEFA foram destacados como pontos positivos do território.

Usuários
Para coleta de dados com os usuários, foram realizadas entrevistas
individualizadas com 15 usuários dos serviços socioassistenciais residentes no
território. As entrevistas foram executadas a partir da utilização de instrumental
elaborado pela equipe, sendo um questionário estruturado com indagações referentes
ao local de moradia e convivência, com o objetivo de compreender a maneira com que
sentem suas vivências em seus territórios, as potencialidades e dificuldades dos
espaços que ocupam e das relações que estabelecem com os demais. Segue quadro
6 com identificação dos/das participantes.
132

Quadro 6 — Identificação dos usuários participantes.


Tempo de
Usuária(o) Idade Gênero Cor Renda Familiar Bairro residência no
território
R$ 400,00
A 25 F parda Vila Toninho 6 anos
(Auxílio Brasil)
R$ 1.212,00 (BPC
B 63 F branca Vila Toninho 41 anos
Idoso)

Auxílio Brasil +
C 26 F negra Pazzotti 10 anos
renda informal

Auxílio Brasil +
D 33 F parda Vila Toninho 3 anos
renda informal

E 67 F parda R$ 1.800,00 São Judas 67 anos


F 77 F negra R$ 1.212,00 Vila Toninho 47 anos
G 70 F branca R$ 1.212,00 São Judas 43 anos
H - F parda R$ 400,00 (AB) Vila Toninho 4 anos

I - F branca R$ 400,00 (AB) Bela Vista III 20 anos

Auxílio Brasil +
J 41 F - Vila Toninho 3 anos
renda / faxina

K 45 F branca R$ 400,00 (AB) Vila Toninho 13 anos

L 66 F branca R$ 1.212,00 Vila Toninho 40 anos


M 68 F negra R$ 2.424,00 São Judas 30 anos
R$ 1.500,00
N 18 M pardo Vila Toninho 16 anos
(informal)
O 16 M branco R$ 1.212,00 Cristo Rei 16 anos
Fonte: Equipes Região Vila Toninho.

Enquanto potencialidades do território, o CRAS é o serviço mais citado e as


respostas descrevem o órgão pelo seu fácil acesso e resolutividade às demandas. Na
sequência, as respostas apontam como positivo ter UBSF no território, dando ênfase
ao seu caráter de serviço essencial. O fato de existirem creche e escola próximas
também é citado enquanto potencialidade, considerando que a educação é uma
demanda diária de crianças e adolescentes.
Com exceção dos usuários que residem em loteamentos não incluídos no
perímetro urbano, os que moram nos bairros consolidados como regulares apontam
a existência de praças, pontos de ônibus e comércio estruturado variado (mercado,
posto de gasolina, padaria e casa lotérica). Há afirmativa de senso de comunidade
(bairro Cristo Rei) e citação de manter-se uma relação respeitosa onde não há tanta
integração e ajuda mútua entre a comunidade.
133

A falta de especialista para atendimento pediátrico de emergência na UPA é o


problema em destaque nas respostas. O atendimento pediátrico de urgência ocorre
apenas em horário matutino e nos demais horários do dia a família somente consegue
atendimento em unidade localizada em outra região da cidade, o que acarreta na
demora do atendimento, considerando a distância das demais UPAs.
A violência é citada como problema no local. Há apontamentos sobre a falta de
segurança pública no território, falta de ronda policial e uso de substância psicoativa
em locais públicos. O adolescente entrevistado, identificado como usuário O (Cristo
Rei), cita a violência policial no território.
Visto como problema, existem apontamentos sobre o trânsito de pessoas
historicamente estigmatizadas pela sociedade por sua condição social vulnerável,
como é o caso das pessoas em situação de rua e de dependentes químicos.
É abordada a questão de o poder público não cuidar devidamente da limpeza
(lixo) e da estrutura física das vias públicas, considerando buracos nas ruas e
calçadas. Além de pontuar outros problemas, a usuária I (Bela Vista III), moradora de
loteamento irregular, pauta ainda a falta de zelo nos terrenos baldios considerando a
existência de mato e as condições das casas vazias, sentindo o abandono com
relação àquele bairro.
Falta de vagas em creche, necessidade de aumento de linhas de ônibus e
ausência de agências bancárias também foram citados enquanto entraves.
No contexto dos usuários entrevistados, vê-se que os que não possuem
problemas relacionados à renda ou desemprego são os idosos, considerando que são
beneficiários do BPC, aposentados ou pensionistas. Os demais usuários não
possuem segurança de renda, considerando situação de desemprego ou emprego
informal esporádico, sendo que não há, dentre os entrevistados, usuários inseridos no
mercado de trabalho por meio de emprego formal. A dificuldade de encontrar
emprego, mesmo trabalho informal, é trazida à tona. Muitos dos usuários
entrevistados sobrevivem apenas com a renda do benefício do Auxílio Brasil.
A questão da permanência de jovens muito tempo ociosos na rua é notória aos
entrevistados, que relacionam este fato à ausência de atividades para os jovens no
território. Os usuários afirmam a necessidade de oferta de cursos que visem ao
desenvolvimento intelectual dos jovens, bem como cursos profissionalizantes, a fim
de gerar a possibilidade de ingresso destes ao mercado de trabalho.
134

A ausência de escola que atenda em período noturno também foi indicada, o


que proporcionaria aos jovens a possibilidade de atividades de trabalho ou estágio
durante o dia. Os usuários verificam que o ensino escolar integral tem sido obsoleto e
afirmam que seria mais proveitoso a substituição desse sistema pela existência de
projetos em contra turno que ofertem cursos de informática e cursos
profissionalizantes.
Foi mencionada a falta de área de lazer para os jovens. Há relato de existência
de projeto social com ofertas de atividades diversas, porém com baixa adesão e pouca
divulgação.
O tráfico de drogas é apontado como uma atividade praticada por jovens do
território e pelos que residem em outros locais, mas comercializam entorpecentes
naquela região. Ainda no que tange a questão relacionada às drogas, é sentida pelos
usuários a ausência de um programa que auxilie jovens dependentes químicos
ofertando reuniões periódicas.
A população jovem entrevistada afirma que os idosos frequentam as praças do
território onde praticam atividades físicas como caminhada e exercícios na academia
ao ar livre.
Os idosos sentem a necessidade de oferta de mais atividades de convivência,
além das atividades realizadas pelo CRAS. É levantada a necessidade de oferta de
atividades físicas diferenciadas das existentes no território e que possuem alto
impacto nas condições de saúde, como dança, ginástica, natação e a hidroginástica.
Os usuários sugerem a criação de clube para execução de atividades aquáticas e que
possibilite, além de atividades físicas mais prazerosas com caráter recreativo, um local
de lazer. É citado o CCF na Região Norte da cidade como sendo um equipamento de
difícil acesso à população idosa desse território, devido à distância.
Idosos afirmam, ainda, que a locomoção no território é dificultada por entulhos
e calçadas esburacadas. Falta atendimento aos idosos que possuem determinadas
limitações em suas residências, possibilitando-lhes o acesso a serviços.
Ausências e necessidades no âmbito da política de saúde também são
notórias. As sugestões são a ampliação de horários de atendimento da farmácia da
UBSF para horários alternativos e aos finais de semana, necessidade de mais
médicos e agilidade no atendimento dos serviços de saúde local aos idosos.
No que se referem às necessidades das crianças, os usuários afirmam
ausência de equipamentos e serviços que ofertem modalidades variadas de esporte
135

e lazer. Citam ausência de brinquedos nas praças e, apesar da existência do projeto


Aquário, sugerem ofertas de atividades para crianças em espaços públicos e seguros
e a criação de centro comunitário. A usuária I (Bela Vista III), que reside em loteamento
não regularizado, afirma que não há oferta de projetos para crianças em seu bairro.
No que tange à saúde, é explicitada a falta de pediatra na UPA e na UBSF. O
atendimento odontológico no território também é apontado como precário,
considerando a insuficiência de dentistas na USBF a fim de agilizar os atendimentos
odontológicos. Há relatos de que a higiene bucal das crianças tem sido negligenciada
nas escolas, portanto, seria viável estender programas de saúde à rede de ensino.
Uma das queixas no que se refere à locomoção e uso de transporte público é
o valor atual das passagens, exceto os idosos que gozam do direito de não ter
respectiva despesa. O ônibus público torna-se um serviço inacessível para a grande
parte da população. A usuária H (Vila Toninho) afirma que nem sempre possui o
dinheiro da passagem e, portanto, caminha até os serviços de que necessita.
A redução de linhas e horários é um problema atual do território e após a
pandemia, o problema acentuou-se. A usuária J (Vila Toninho), que trabalha em
outros bairros de faxineira, que é um serviço braçal pesado, necessita acordar bem
mais cedo para chegar ao local de trabalho utilizando ônibus. Usuários de loteamentos
irregulares têm ainda mais dificuldades com essa questão, visto que nestes bairros os
horários de ônibus são extremamente reduzidos. A usuária I (Bela Vista III) reside em
um bairro onde o ônibus circula somente em três horários no dia e, sendo beneficiária
do projeto Viva Leite, menciona a dificuldade semanal em percorrer uma grande
distância a pé para fazer a retirada do leite. A usuária C (Pazzotti) afirma que em seu
bairro sequer tem serviço de transporte público e, quando chove, seus filhos não vão
à aula. Tais dificuldades resultam em muito sofrimento a esta população no que tange
à mobilidade.
O bairro Cristo Rei é apontando de forma positiva em relação à mobilidade. No
local, usuários encontram muitos serviços próximos e há linha de ônibus a cada 15
minutos. O usuário O, que utiliza serviço de transporte por aplicativo afirma que este
considera o local seguro já que que não há significativas dispensas de corridas por
parte dos motoristas.
Sobre a política de Assistência Social, os participantes reconhecem o trabalho
do CRAS no território, aludindo ser um “bom serviço”. Este fato pode estar diretamente
relacionado ao tempo de uso dos serviços ofertados, pois se trata de usuários que, ao
136

longo do tempo, tiveram oportunidades de entender sobre as funções e objetivos do


equipamento.
Dos entrevistados, dez residem no território há mais de 10 anos, sendo o de
maior tempo, há 47 anos e o de menor, há 3 anos. Assim, foi possível trazer as
impressões sobre as mudanças no território no decorrer do tempo em que ali residem.
As principais mudanças observadas no perfil do bairro foram a infraestrutura (asfalto,
linhas de ônibus) e também as relacionadas ao estigma do local, uma vez que “não
se podia falar que morava na Vila Toninho, pois não arrumava trabalho, devido ao
preconceito” (Usuária J) (sic). Além do reconhecimento na melhoria na oferta da
educação, disponibilidade de comércio, e aumento da população. Foi citada a
ausência de mudanças em um dos territórios com maior demanda de organização de
infraestrutura e urbanização. Com relação ao perfil da população e segurança pública,
o usuário O (Cristo Rei) citou que “o bairro ficou mais calmo, tem mais idosos.
Aumentou a quantidade de policial. Também residem no bairro policiais aposentados”.
(sic)
137

14. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente diagnóstico visou assegurar a leitura e análise do território da


Região Vila Toninho, que é dinâmico e contraditório, portanto, vivenciado de forma
diferente pelos usuários dos serviços socioassistenciais. Foi construído coletivamente
pelos equipamentos da Assistência Social, a partir do levantamento de dados
históricos de formação da Região; da catalogação de políticas públicas existentes, da
atuação dos equipamentos socioassistenciais; de entrevistas com a população; da
coleta de dados com a rede de serviços públicos; e das imprescindíveis reflexões
realizadas.
Apresenta a realidade social e cultural vivenciada por munícipes da Região Vila
Toninho, abarcando as peculiaridades e as vivências inerentes a eles, as
diversificadas demandas oriundas de cada ciclo de vida e as situações sociais e
econômicas de sua população. Assim, objetivou-se identificar as fragilidades e
potencialidades do território, bem como verificar a oferta de serviços públicos da
Região, correlacionando ofertas e demandas com as situações de vulnerabilidade e
risco social presentes na Região Vila Toninho.
Por se tratar de uma Região composta por bairros de diferentes realidades, as
fragilidades encontradas também são distintas. A mobilidade e o acesso aos serviços
para quem reside em loteamentos não regularizados são mais difíceis, tornando a vida
desses cidadãos muito mais sofridas em vários aspectos: infraestrutura, saneamento
básico, saúde, educação, assistência social, cultura, esporte e lazer.
Dentre outras dificuldades, o diagnóstico abarca a escassa oferta de atividades
de lazer e cultura para adolescentes e jovens do território; o crescente aumento da
atividade de tráfico e as decorrentes situações de violência; as diversas violações de
direitos existentes no território, principalmente contra idosos; a falta de atendimento
médico especializado no atendimento de urgência às crianças; a ausência de
lideranças comunitárias e associações de moradores que corrobora com a inalteração
de determinados problemas locais.
No entanto, além das fragilidades mencionadas, foi mostrada a potência
existente na Região, que tem em sua história inúmeras marcas das transformações.
Há um crescimento exponencial de indústrias no território, o que resulta em maior
oferta de trabalho; os equipamentos de saúde têm se mostrado eficazes, atuantes na
138

prevenção e proteção das famílias atendidas; a oferta de Serviço de Convivência e


Fortalecimento de Vínculos é a maior dentre as regiões do município.
As análises apresentadas nos possibilitam identificar muitos desafios: faz-se
necessário fortalecer a rede intersetorial; é imprescindível a disseminação e ampla
divulgação das ações e ofertas de serviços ao público em geral bem como aos atores
da rede; desenvolver ações comunitárias; ofertar serviços nas estâncias; ampliar a
equipe do CRAS para fins de acompanhamento sistemático e efetivação de sua
função protetiva.
Assim, conclui-se que o respectivo diagnóstico se apresenta como uma
ferramenta poderosa para engendrar ações e projetos a fim de melhorar as condições
de vida da população dessa Região.
139

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Federal no. 8.069, de 13 de julho de 1990, com suas alterações.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm> . Acesso em 18/07/ 2021.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Orientações técnicas: Proteção


Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas. Brasília, DF:
MDS, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2017.

BRASIL. LEVANTAMENTO ANUAL SINASE 2017. Brasília: Ministério da Mulher,


da Família e dos Direitos Humanos, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt
br/navegue-por-temas/crianca-e-
adolescente/LevantamentoAnualdoSINASE2017.pdf. Acesso em 17/07/2021.

BRASIL. Dados e Indicadores SINASE. Brasília: Ministério da Mulher, da Família e


dos Direitos Humanos, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-
por-temas/crianca-e adolescente/dados-e-indicadores/sinase. Acesso em
16/07/2021.

História do Café: Vila Toninho, a pequena Rio Preto. Revista Cafeicultura, 2007.
Disponível em: https://revistacafeicultura.com.br/?mat=10363. Acesso em
03/06/2022.

SILVA, Ana Célia. Branqueamento e branquitude: conceitos básicos na formação


para a alteridade. Apud: NASCIMENTO, A.D.,HETKOWSKI, T.M., (Orgs). Memória
e formação de professores. Salvador: EDUFBA, 2007.
140

APÊNDICE 1 – Instrumental de coleta de dados com usuários

I – Identificação:
Idade:______________________________________________________________
Gênero:_____________________________________________________________
Cor (autodeclarada):___________________________________________________
Renda:______________________________________________________________
Bairro:______________________________________________________________
Há quanto tempo reside no território:_______________________________________

II – Questionário:
1 - O que você acha que a Região/bairro que você mora possui de importante? Que
atende as necessidades de sua família e comunidade? (Aqui, o objetivo da pergunta
é levantar as potencialidades)
2 - O que você acha que a Região/bairro que você mora possui de problemas? Se
sim, indicar quais?
3 - Você, sua família vivencia problemas relacionados ao desemprego e/ou não ter
renda suficiente para sobreviver?
4 - O que você observa com relação às necessidades dos jovens do bairro. (aqui o
objetivo da perguntar é ver se a pessoa tem algum aspecto a considerar sobre
problemas, tais como necessidade de acesso dos jovens às políticas públicas);
5 - O que você observa com relação às necessidades dos idosos do bairro. (aqui o
objetivo da perguntar é ver se a pessoa tem algum aspecto a considerar sobre
problemas, tais como necessidade de acesso dos idosos às políticas públicas);
6 - O que você observa com relação às necessidades das crianças no
território/Região? (aqui o objetivo da perguntar é ver se a pessoa tem algum aspecto
a considerar sobre problemas, tais como necessidade de acesso das crianças às
políticas públicas);
7 - O que você observa de necessidade com relação à locomoção no bairro? Como é
para acessar os serviços, fazer uso de transporte público? (aqui levantar a mobilidade,
o recurso financeiro para o acesso: tem dificuldade com relação à mobilidade? tem
dificuldade com relação a dinheiro para o transporte?)
Ainda referente a questão 7, caso a pessoa não elencar sobre a política de Assistência
Social, perguntar: e referente aos serviços do CRAS, CREAS?
8 - Há quanto tempo reside no bairro?
9 - Quais as principais mudanças observadas no perfil do bairro, tendo como base o
período em que se mudou para ele?
141

APÊNDICE 2 – Instrumental de coleta de dados com a rede socioassistencial e


intersetorial

I – Identificação:
Política pública que representa:___________________________________________
Função que desempenha:_______________________________________________
Há quanto tempo trabalha nesse local de trabalho:____________________________

II – Questionário:
Descrever como percebe as necessidades da vida das famílias/territórios em no que
se refere:
1 - Acesso à renda (Descrever como percebe a necessidade das famílias com relação
a renda);
2 - Acesso a emprego (Descrever como percebe a questão do emprego (trabalho
formal, informal ou desemprego nas famílias/usuários atendidos na sua unidade de
trabalho);
3 - Impactos das relações familiares (Descrever com percebe aspectos facilitadores e
dificultadores das relações familiares na proteção ou desproteção das
famílias/usuários na sua unidade de trabalho);
4 - O que você observa com relação às necessidades dos jovens do território/Região?
5 - O que você observa com relação às necessidades das crianças no
território/Região?
6 - O que você observa com relação às necessidades dos idosos no território/região?
7 - Como se manifesta as relações de solidariedade no território/região (vizinhos,
parentes, amigos, igreja, comunidade);
8 - Como você avalia a articulação entre as políticas públicas no território para atender
as demandas das famílias/usuários do território/Região (o objetivo é levantar a
articulação da rede e acesso dos usuários/famílias as diversas políticas públicas):
9 - Percebe alguma dificuldade com relação ao território/Região? Quais?
10 - Percebe potencialidade (s) no território/Região? Quais?
142

PARTE III

GLOSSÁRIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL:


Conceitos aplicados ao trabalho social
143

SUMÁRIO

Apresentação...........................................................................................................146
A...............................................................................................................................147
Abrangência.........................................................................................................147
Acolhida...............................................................................................................147
Acolhida no Serviço..............................................................................................147
Acolhida Particularizada.......................................................................................147
Acolhida no Domicílio...........................................................................................148
Acolhida em Grupo...............................................................................................148
Ação Particularizada.............................................................................................148
Ação Particularizada no domicílio.........................................................................149
Ação Comunitária.................................................................................................149
Ação Indireta........................................................................................................149
Ação não continuada............................................................................................149
Acolhimento institucional......................................................................................150
Acompanhamento Especializado.........................................................................150
Acompanhamento Familiar...................................................................................150
Acompanhamento familiar em grupo....................................................................151
Acompanhamento familiar particularizado............................................................151
Acompanhamento psicossocial............................................................................152
Articulação de rede (trabalho em rede).................................................................152
Ato infracional.......................................................................................................152
B...............................................................................................................................153
Benefício de Prestação Continuada (BPC)...........................................................153
Benefícios eventuais............................................................................................153
Busca ativa...........................................................................................................153
Busca ativa na Proteção Social Básica.................................................................154
Busca ativa na Proteção Social Especial (Serviço Especializado em Abordagem
Social) ..................................................................................................................154
C...............................................................................................................................155
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único)..155
144

Carteira do idoso..................................................................................................155
Centro de Convivência da Família (CCF) .............................................................155
Centro de Convivência da Juventude (CCJ).........................................................155
Centro de Convivência do Idoso (CCI) ................................................................156
Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro
POP) ....................................................................................................................156
Centros de Referência de Assistência Social (CRAS)..........................................156
Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS)..................156
Ciclo de vida.........................................................................................................157
D...............................................................................................................................158
Demanda Reprimida.............................................................................................158
E...............................................................................................................................159
Encaminhamento.................................................................................................159
Estudo Social........................................................................................................159
F...............................................................................................................................160
Formas de acesso................................................................................................160
G...............................................................................................................................161
Grupo...................................................................................................................161
O...............................................................................................................................162
Oficinas................................................................................................................162
Oficina com famílias.............................................................................................162
P...............................................................................................................................163
Plano de Acompanhamento Familiar no PAIF......................................................163
Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar no PAEFI............................163
Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar no Serviço Especializado para
População em Situação de Rua............................................................................163
Plano Individual de Atendimento (PIA) ................................................................164
Plano de Desenvolvimento do Usuário (PDU) .....................................................164
R...............................................................................................................................165
Risco Social..........................................................................................................165
S...............................................................................................................................166
Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF)..............................166
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)...........................166
145

Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e


Idosas...................................................................................................................166
Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos
(PAEFI)................................................................................................................167
Serviço Especializado em Abordagem Social.......................................................167
Serviço de Proteção Social a adolescentes em cumprimento de medida
socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à
Comunidade (PSC) ..............................................................................................168
Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua..................................168
V...............................................................................................................................170
Violação de direitos..............................................................................................170
Vulnerabilidade social...........................................................................................170
REFERÊNCIAS........................................................................................................172
146

APRESENTAÇÃO
O “Glossário da Assistência Social: conceitos aplicados ao trabalho social”
produzido pela Secretaria Municipal de Assistência Social de São José do Rio Preto
(SEMAS) é composto por conceitos-chave que aparecem de forma recorrente nas
publicações mais representativas da área da Assistência Social.
O presente trabalho nasceu da necessidade de socializar e ao mesmo tempo
buscar alinhar conceitos, na tentativa de oferecer uma fonte de consulta a todos os
atores sociais do campo da assistência social. Nesse sentido, busca trazer para a
reflexão alguns termos existentes em outros glossários ou documentos similares,
dando a oportunidade de abrir alguns caminhos para dialogar com trabalhadores do
SUAS, gestores, conselheiros, usuários, estudantes e demais interessados.
O conjunto de conceitos que integra este Glossário foi construído inicialmente
a partir de uma primeira pesquisa conjunta iniciada em meados de 2015, com parte
dos técnicos e técnicas da Secretaria, sobre os principais conceitos que apareciam no
seu cotidiano profissional e nas suas leituras.
A SEMAS realizou Oficinas para nivelamento de Conceitos entre os anos de
2018 e 2019 com seus trabalhadores, visando a identificar os conceitos com
entendimentos diversos. Por meio das Oficinas foi possível aprimorar a comunicação
e o entendimento, bem como a definição conjunta de uma proposta de vocabulário
comum a todos, tendo como base as legislações/normativas elaboradas pelo então
Ministério da Cidadania e pela Política Nacional de Assistência Social. Os conceitos
encontram-se definidos nesse Glossário e poderão ser retomados pelos
trabalhadores, sempre que necessário.
Esta é uma publicação que resulta da atuação de muitos trabalhadores e
trabalhadoras ao longo dos últimos anos e que avança na perspectiva de que todos e
todas fazemos Proteção Social. O Departamento de Vigilância Socioassistencial
sistematizou os materiais que haviam sido elaborados pelas equipes, respeitando o
resultado de suas produções e elencou os principais conceitos utilizados no trabalho
social. O documento apresenta os conceitos em ordem alfabética.
Eis um produto a serviço dos trabalhadores do SUAS e de uma política social
que se estabelece enquanto direito do cidadão e dever do estado.
Helena Marangoni
Secretária de Assistência Social
147

A
Abrangência referência territorializada da procedência dos usuários e do
alcance do serviço, delimitados de acordo com as especificidades de cada município
(BRASIL, 2009a).
No ano de 2018, com base no decreto 18.037, São José do Rio Preto passou
a ser dividida em 10 regiões: Bosque, Central, CEU, Cidade da Criança, HB,
Pinheirinho, Represa, Schmitt, Talhado e Vila Toninho. O Decreto buscou padronizar
e unificar as diferentes regiões da cidade, já que antes cada secretaria tinha sua
própria divisão administrativa (SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, 2019).
Acolhida constitui uma importante dimensão inerente ao trabalho social,
compreendida sob duas perspectivas: 1-como ação/procedimento de acolhida,
caracterizada pelo contato inicial das famílias/indivíduos com os serviços de
assistência social, que envolve o recebimento dos usuários do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), em local com infraestrutura adequada e profissionais
qualificados, e o direcionamento das suas demandas, contribuindo para a
humanização do atendimento socioassistencial (BRASIL, 2011a). Tem como objetivo
identificar as necessidades apresentadas pelas famílias e indivíduos, avaliar se
realmente constitui situação a ser atendida e identificar demandas imediatas de
encaminhamentos. Esse momento irá nortear as primeiras ações do profissional, bem
como contribuirá para o início da construção de vínculo de referência e de confiança;
2- A postura acolhedora, ética e de respeito à dignidade e não-discriminação,
afiançada pela segurança de acolhida, que deve nortear todas as ações na
Assistência Social, na perspectiva do reconhecimento do usuário enquanto sujeito de
direitos (BRASIL, 2011a, p. 59).
Acolhida no Serviço refere-se ao processo de acolhida que ocorre no espaço
físico das unidades do SUAS. [...] é preciso garantir locais adequados, configurados
para assegurar o bem-estar das famílias, ao expor suas demandas e vulnerabilidades,
e para resguardar o sigilo das informações, devendo ocorrer, portanto, em uma sala
de atendimento. Essa atividade, geralmente, é antecedida pela recepção da família
na Unidade da rede socioassistencial (BRASIL, 2012, p. 22).
A acolhida no Serviço pode ser particularizada ou em grupo.
Acolhida Particularizada é o processo de acolhida de uma família, ou algum
de seus membros, de modo particularizado. É o momento no qual o profissional
148

preenche ou atualiza o Prontuário da Família. Pode ocorrer no equipamento ou no


domicílio da família (BRASIL, 2012, p. 22).
Acolhida no Domicílio consiste no processo de acolhida de uma família, ou
de algum de seus membros, no seu próprio domicílio. Essa forma de acolhida deve
ser utilizada em situações específicas, nas quais as famílias não respondem ao
convite para comparecer à Unidade de Atendimento ou vivenciam situações de
vulnerabilidade ou risco social e não procuram o Serviço. [...] deve ser pautada nos
princípios de respeito à privacidade da família e da sua autonomia, tanto no que diz
respeito à receptividade em seu domicílio, quanto à disponibilidade para responder às
perguntas e para sua inserção nas demais ações dos Serviços Socioassistenciais [...]
(BRASIL, 2012, pp. 22-23).
*Observação: conforme definido na oficina de conceitos da SEMAS, para fins
de relatório circunstanciado e Registro Mensal de Atendimentos (RMA) a visita
domiciliar corresponde à soma da ação particularizada no domicílio e da acolhida no
domicílio.
Acolhida em Grupo é o processo de acolhida realizado de modo coletivo (duas
ou mais famílias). Utiliza-se como estratégia a formação de pequenos grupos de
acolhida para: a) repasse de informações gerais sobre o Serviço; b) escuta das
demandas gerais das famílias; c) compreensão dos impactos do território sobre tais
demandas, e d) publicização e discussão de assuntos de interesse de um grande
número de famílias ou da comunidade (informações sobre o Benefício de Prestação
Continuada, Programa Bolsa Família, outras políticas públicas, inclusão produtiva
etc.). [...] As acolhidas particularizadas e em grupo se complementam [...]. (BRASIL,
2012, p. 21).
Conforme pactuado na oficina de conceitos da SEMAS, os conceitos foram
validados da seguinte forma:

• A acolhida é a primeira ação realizada para a família nos Serviços;


• Em caso de mudança de território ocorrerá uma nova acolhida;
• A acolhida em Grupo não exclui a necessidade da realização da
acolhida particularizada, nem impede a realização de acolhida particularizada.

Ação Particularizada refere-se ao atendimento prestado pela equipe técnica


do equipamento à família - algum (ns) membro (s) ou todo o grupo familiar, após a
149

acolhida, de modo individualizado. A opção pela utilização de ações particularizadas


[...] têm por princípio conhecer a dinâmica familiar mais aprofundadamente e prestar
um atendimento mais específico à família (BRASIL, 2012, pp. 41-42).
A ação particularizada pode ocorrer no Serviço ou no domicílio.

Ação Particularizada no domicílio é o processo de atendimento


individualizado prestado à família em sua unidade domiciliar [...]. O deslocamento até
o domicílio da família possibilita aos técnicos conhecer a realidade dos territórios, as
formas de convivência comunitária e arranjos familiares - rol de informações muito
importantes para adequar as ações do PAIF para o alcance do seu caráter preventivo
e protetivo (BRASIL, 2012, p. 43).
*Observação: conforme definido na oficina de conceitos da SEMAS, para fins
de relatório circunstanciado e Registro Mensal de Atendimentos (RMA) a visita
domiciliar corresponde à soma da ação particularizada no domicílio e da acolhida no
domicílio.
Ação Comunitária são ações de caráter coletivo, voltadas para a dinamização
das relações no território. Possuem escopo maior que as oficinas com famílias, por
mobilizar um número maior de participantes, e devem agregar diferentes grupos do
território a partir do estabelecimento de um objetivo comum (BRASIL, 2012, p. 37).
São exemplos de ações comunitárias as palestras, campanhas, eventos
comunitários e mobilizações (BRASIL, 2012).
Ação Indireta de acordo com a oficina de conceitos realizada pela SEMAS,
consiste em toda ação realizada indiretamente, quando não se está pessoalmente
diante do usuário do Serviço: articulação com a rede, reunião para discussão de caso,
contato telefônico, elaboração de relatório, dentre outras ações elencadas por cada
Serviço.
Ação não continuada de acordo com a oficina de conceitos realizada pela
SEMAS, consiste no atendimento pontual ao usuário/pessoa. Após a avaliação
técnica é compreendido que não se apresenta demanda de atendimento para a
política de assistência social naquele momento. Utilizada para casos específicos e
excepcionais, por exemplo: pessoa tem casa no território (herança), mora em outro
município e foi pedir orientação no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS)
sobre inventário; idoso aposentado procurou o CRAS para o benefício de tarifa social,
não possui critérios e não apresenta vulnerabilidades que demandem outros
150

atendimentos; pessoa procurou para informações a respeito do programa minha casa


minha vida, não possui critérios e não apresenta vulnerabilidades que demandem
outros atendimentos.
Acolhimento institucional Serviço inserido no escopo da Proteção Social
Especial de Alta Complexidade.
Acolhimento em diferentes tipos de equipamentos, destinado a famílias e/ou
indivíduos com vínculos familiares e comunitários rompidos ou fragilizados, a fim de
garantir proteção integral (BRASIL, 2009b, p. 44).
Deve ofertar, em consonância aos princípios e diretrizes do SUAS, condições
para alimentação, higiene, respeito à individualidade e autonomia. As unidades de
acolhimento são classificadas de acordo com o público. Para crianças e adolescentes:
casa-lar e abrigo institucional; para adultos e famílias o abrigo institucional e casa de
passagem; para mulheres em situação de violência o abrigo institucional; para jovens
e adultos com deficiência as residências inclusivas e para idosos a casa-lar e o abrigo
institucional (Instituição de Longa Permanência para Idosos - ILPI) (BRASIL, 2009b,
p. 49-50).
Acompanhamento Especializado no âmbito do Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) compreende
atendimentos continuados e uma gama de possibilidades para seu desenvolvimento,
segundo as demandas e especificidades de cada situação (atendimentos individuais,
familiares e em grupo; orientação jurídico-social; visitas domiciliares, etc.).
Proporciona espaço de escuta qualificada e reflexão, além de suporte social,
emocional e jurídico-social às famílias e aos indivíduos acompanhados, visando ao
empoderamento, enfrentamento e construção de novas possibilidades de interação
familiares e com o contexto social (BRASIL, 2011a, p. 60).
Acompanhamento Familiar no âmbito do Serviço de Proteção e Atendimento
Integral à Família (PAIF) e de acordo com o artigo 20 do Protocolo de Gestão
Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do SUAS, o
acompanhamento familiar consiste no desenvolvimento de intervenções
desenvolvidas em serviços continuados, com objetivos estabelecidos, que possibilite
à família o acesso a um espaço onde possa refletir sobre sua realidade, construir
novos projetos de vida e transformar suas relações - sejam elas familiares ou
comunitárias.
151

Comporta, portanto, um conjunto variado de ações, que devem ser planejadas


e executadas pelos profissionais do SUAS, com participação ativa da família. O
acompanhamento é destinado às famílias que apresentam situações de
vulnerabilidades, que requerem a proteção da assistência social para garantia de seus
direitos socioassistenciais, acesso aos direitos sociais e ampliação de sua capacidade
protetiva, demandando, para isso, uma atenção diferenciada, um olhar mais atento
dos profissionais do CRAS, na medida em que essas situações vivenciadas, caso não
sofram imediata intervenção profissional, podem tornar-se risco social e/ou violação
de direitos (BRASIL, 2012).
Acompanhamento familiar em grupo o processo de acompanhamento
familiar em grupo é indicado para responder situações de vulnerabilidades
vivenciadas pelas famílias com forte incidência no território. Neste sentido, faz-se
necessário realizar um bom diagnóstico socioterritorial - conhecer suas
vulnerabilidades e potencialidades e sua incidência, de modo a constituir grupos de
famílias com afinidades, necessidades e características similares, de forma a efetivar
seu acompanhamento, tornando-o um processo de compartilhamento de experiências
entre os participantes, de reflexão sobre a realidade, de acesso à informação sobre
direitos, de apoio à família em sua função protetiva e de construção de projetos de
vida que possibilitem ampliação dos direitos sociais. A formação de um grupo é
marcada pela inserção de seus participantes na sociedade, pelas determinações
econômicas, sociais e culturais. Assim, a técnica de trabalho em grupo é mais do que
a junção de várias pessoas para conversar sobre um tema ou repassar informações.
Requer a existência, entre seus participantes, de uma interação social e algum tipo de
vínculo. Pode-se dizer que a passagem da condição de agrupamento para a de um
grupo, consiste na transformação de interesses comuns para a de interesses em
comum (BRASIL, 2012, p. 70-71).
Acompanhamento familiar particularizado deve ser proposto às famílias em
situações de vulnerabilidades, em condições desfavoráveis para acompanhamento
em grupo: seja porque a família demanda uma atenção imediata, por risco de retornar
à situação de extrema pobreza ou recair em risco social; nos casos em que a família
tem dificuldades de se deslocar até o CRAS; por necessidade de proteção a algum de
seus membros; quando a família não se sente à vontade para participar do
acompanhamento em grupo; quando a situação demanda sigilo; ou quando seus
horários são incompatíveis com os do(s) grupo(s) (BRASIL, 2012, p.75).
152

Acompanhamento psicossocial de acordo com revisão bibliográfica


realizada por meio da oficina de conceitos da Semas diz respeito à atuação conjunta
de profissionais cujo objetivo é direcionar a ação de maneira mais abrangente com
conhecimentos e habilidades específicas de diferentes áreas [...]. Exige frequência e
sistematização dos atendimentos, utilizando-se de diferentes metodologias e
instrumentais. Nessa intervenção o foco está em conhecer o indivíduo e/ou família
identificando demandas explícitas e implícitas levando em conta seu contexto social,
cultural, a rede que acessa e/ou conta, as dificuldades vivenciadas, expectativas
dentre outros aspectos. É também o espaço onde será possível estabelecer vínculo,
favorecendo uma relação de discussão e reflexão sobre as dificuldades encontradas
no cotidiano, promovendo o fortalecimento de potenciais e autonomia, mantendo um
olhar para os aspectos que constituem fenômenos sociais e interferem na vida de
indivíduos, famílias e grupos (BRASIL, 2013, p. 68).
Articulação de rede (trabalho em rede) é o processo pelo qual se cria e
mantém conexões entre diferentes organizações, a partir da compreensão do seu
funcionamento, dinâmicas e papel desempenhado, de modo a coordenar interesses
distintos e fortalecer os que são comuns (BRASIL, 2009a, p. 21).
Ato infracional de acordo com as disposições gerais do Capítulo I do Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) "Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
descrita como crime ou contravenção penal; Art. 104. são penalmente inimputáveis os
menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei" (BRASIL, 1990, p.
3568).
O Art. 112 do ECA versa sobre as medidas socioeducativas, que é aplicada
aos adolescentes quando verificada a prática de ato infracional (BRASIL, 1990).
153

B
Benefício de Prestação Continuada (BPC) garantia de um salário mínimo
mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais,
que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la
provida por sua família, considera-se o critério de renda per capita de ¼ de salário
mínimo para essa avaliação. O benefício é gerido pelo Ministério do Desenvolvimento
e Assistência Social, Família e Combate à Fome e operacionalizado pelo INSS. Os
recursos para custeio do BPC provêm do Fundo Nacional de Assistência Social -
Ministério do Desenvolvimento Social (BRASIL, 1993).
Benefícios eventuais são um tipo de proteção social que se caracteriza por
sua oferta de natureza temporária para prevenir e enfrentar situações provisórias de
vulnerabilidade decorrentes ou agravadas por nascimentos, mortes, vulnerabilidades
temporárias e calamidades. [...]. Concedidos em forma de pecúnia, bens ou serviços,
buscando garantir as seguranças sociais de acolhida, convívio e sobrevivência aos
indivíduos e às famílias, com impossibilidade temporária de arcar, por conta própria,
com o enfrentamento de situações de vulnerabilidade decorrentes ou agravadas por
contingências que causam danos, perdas e riscos, desprotegendo e fragilizando a
manutenção e o convívio entre as pessoas (BRASIL, 2018, p. 16).
As Orientações Técnicas para Benefícios Eventuais no SUAS irão tratar de
cada benefício eventual, inclusive os que historicamente relacionam-se à Assistência
Social, mas são de responsabilidade de outras políticas públicas.
Busca ativa é utilizada como ferramenta de gestão e estratégia de
aproximação às famílias para processo de inserção nos programas e serviços
ofertados na rede socioassistencial. É definida como uma procura de informações por
meio do deslocamento das equipes de referência ao território e tem como objetivo
identificar as situações de vulnerabilidade e risco social para ampliar o conhecimento
e a compreensão da realidade social, bem como as [...] “potencialidades e recursos
culturais, econômicos, sociais e políticos” do território, as redes sociais de apoio e as
necessidades de articulação da rede socioassistencial para a efetividade da proteção
social. Portanto, envolve as equipes de referência, o território e as decisões da gestão.
(BRASIL, 2009a, p.30).
Conforme pactuado na oficina de conceitos da SEMAS, serão consideradas:
154

Busca ativa na Proteção Social Básica é o deslocamento da equipe ao


território para buscar famílias que não tem prontuário e famílias que tem prontuário,
mas se encontra sem nenhum registro de atendimento, por um ano e meio (18 meses);
Busca ativa na Proteção Social Especial (Serviço Especializado em
Abordagem Social) é a identificação da incidência de trabalho infantil, exploração
sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras situações de
violação de direitos;
Na operacionalização não será considerado como busca ativa: contato
telefônico ou meio eletrônico, correspondência e para famílias que tem prontuário com
registro de atendimento a menos um ano e meio (18 meses).
155

C
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro
Único) é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda,
permitindo que o governo conheça melhor a realidade socioeconômica dessa
população. Nele são registradas informações como: características da residência,
identificação de cada pessoa, escolaridade, situação de trabalho e renda, entre
outras. Desde 2003, o Cadastro Único se tornou o principal instrumento do Estado
brasileiro para a seleção e a inclusão de famílias de baixa renda em programas
federais, sendo utilizado obrigatoriamente para a concessão dos benefícios do
Programa Bolsa Família, da Tarifa Social de Energia Elétrica, do Programa Minha
Casa Minha Vida, entre outros. Também pode ser usado para a seleção de
beneficiários de programas ofertados pelos governos estaduais e municipais. Por isso,
ele funciona como uma porta de entrada para as famílias acessarem diversas políticas
públicas. A execução do Cadastro Único é de responsabilidade compartilhada entre o
governo federal, os estados, os municípios e o Distrito Federal. Em nível federal, o
Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome é o
gestor responsável, e a Caixa Econômica Federal é o agente operador que mantém o
Sistema de Cadastro Único. O Cadastro Único está regulamentado pelo Decreto nº
6.135, de 26 de junho de 2007, e outras normas (BRASIL, 2019a).
Carteira do idoso é o instrumento de comprovação para que o idoso tenha
acesso gratuito ou desconto de, no mínimo, 50% no valor das passagens
interestaduais, de acordo com o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03). Além do Número
de Identificação Social - NIS, a carteira dos Idosos traz informações de identificação
do idoso e do município em que ele mora e a foto. [...] é fornecida somente para idosos
com mais de 60 anos que não possuem meios de comprovação de renda e que
recebam até dois salários mínimos (BRASIL, 2019b).
Centro de Convivência da Família (CCF) unidade pública municipal da
Proteção Social Básica destinada à prestação de Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos a toda a família, de acordo com as faixas etárias contidas
na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2009b).
Centro de Convivência da Juventude (CCJ) unidade pública municipal da
Proteção Social Básica destinada à prestação de Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos a adolescentes e jovens de 12 a 29 anos.
156

Centro de Convivência do Idoso (CCI) unidade pública municipal da Proteção


Social Básica destinada à prestação de Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos à população idosa residente no município a partir dos 60 anos.
Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua
(Centro POP) unidade pública municipal destinada à prestação de serviço ofertado
para pessoas que utilizam as ruas com espaço de moradia e/ou sobrevivência. Tem
a finalidade de assegurar atendimento e atividades direcionadas para o
desenvolvimento de sociabilidades, na perspectiva de fortalecimento de vínculos
interpessoais e/ou familiares que oportunizem a construção de novos projetos de vida.
(BRASIL, 2009b, p. 40).
Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) [...] Dada sua
capilaridade nos territórios, caracteriza-se como a principal porta de entrada do SUAS
[...]. O CRAS é uma unidade de proteção social básica do SUAS, que tem por objetivo
prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos sociais nos territórios,
por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, do fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania
(BRASIL, 2009a, p.9).
O município de São José do Rio Preto possui treze CRAS:
Antunes, Centro, Eldorado, Jardim Belo Horizonte, João Paulo II, Lealdade e
Amizade, Novo Mundo, Parque da Cidadania Santo Antônio, São Deocleciano,
Schmitt, Solo Sagrado e Vila Toninho.
Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS)
unidade pública e estatal, de abrangência municipal ou regional. Oferta,
obrigatoriamente, o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a famílias e
indivíduos (PAEFI) (BRASIL, 2011a, p. 20).
Responsável pela oferta de atenções especializadas de apoio, orientação e
acompanhamento a indivíduos e famílias com um ou mais membros em situação de
ameaça ou violação de direitos. Os objetivos são: fortalecer as redes sociais de apoio
à família; contribuir no combate a estigmas e preconceitos; assegurar proteção social
imediata e atendimento interdisciplinar às pessoas em situação de violência visando
à sua integridade física, mental e social; prevenir o abandono e a institucionalização;
fortalecer os vínculos familiares e a capacidade protetiva da família (BRASIL, 2011a).
157

No município de São José do Rio Preto existem dois CREAS, sendo CREAS I
e CREAS II, e as equipes são divididas por região como forma de fortalecer as
articulações com o território:
CREAS I - Bosque, Central, HB, Represa, Schmitt, Talhado e Vila Toninho;
CREAS II - CEU, Cidade da Criança e Pinheirinho.
Executam o PAEFI e o Serviço de Proteção Social a adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação
de Serviços à Comunidade (PSC).
Ciclo de vida etapas do desenvolvimento do ser humano como infância,
adolescência, juventude, idade adulta e das pessoas idosas bem como o
desenvolvimento familiar, marcado, por exemplo, pela união dos parceiros,
separação, recasamento, nascimento e desenvolvimento dos filhos e netos, morte e
outros eventos (BRASIL, 2006).
158

D
Demanda Reprimida conforme pactuado na oficina de conceitos da SEMAS é
quando o usuário atende aos critérios para o acesso ao serviço e/ou benefício, contudo,
não é possível sua efetivação.
Na operacionalização não serão considerados como demanda reprimida:
demandas de outras políticas públicas trazidas pelo usuário; usuários que não atendam
aos critérios de programas, serviços e benefícios do governo estadual/federal. Segundo
Silva (2009) a demanda reprimida ocorre quando a oferta do serviço prestado é inferior
ao serviço existente, ou seja, quando o usuário possui critério para acesso, procura o
serviço/benefício da Política de Assistência Social e a unidade não consegue atender
ou por deficiência da própria unidade ou por impedimento do próprio usuário.
159

E
Encaminhamento é o processo de orientação e direcionamento das famílias,
ou algum de seus membros, para serviços e/ou benefícios socioassistenciais ou de
outros setores. Tem por objetivo a promoção do acesso aos direitos e a conquista da
cidadania. Os Encaminhamentos no âmbito do SUAS pressupõem contatos prévios e
posteriores da equipe técnica dos serviços e o estabelecimento de fluxos, de forma a
possibilitar a efetivação do encaminhamento, garantir o retorno da informação e o
efetivo atendimento e inclusão da família. Deve ser formalizado por meio de algum
tipo de documento ou formulário que possa ser entregue ao usuário e à usuária e/ou
enviado para a outra unidade. O documento de encaminhamento deve, no mínimo,
identificar a pessoa encaminhada, a unidade de origem, a unidade de destino e o
motivo do encaminhamento. Tal documento também deve ter a identificação do
profissional que o fez (BRASIL, 2012, p.44-47).
Estudo Social conforme documento produzido na oficina de conceitos da
SEMAS é realizado pelos profissionais de nível superior dos CRAS, CREAS e
CENTRO POP por meio de entrevista, visita domiciliar, observação, instrumental de
vulnerabilidade social, entre outros. Conforme as Orientações PAIF vol. 2 é a análise
tecnicamente qualificada sobre a família, determinante para explicitar a necessidade
de inserção da família no atendimento ou no acompanhamento familiar. Neste
momento, os profissionais responsáveis deverão, em conjunto com as famílias:
enumerar as situações de vulnerabilidade social vivenciadas, buscando compreender
suas origens e consequências; identificar as potencialidades e recursos que as
famílias possuem; identificar/reconhecer as características e especificidades do
território que influenciam e/ou determinam as situações de vulnerabilidade
vivenciadas pelas famílias. O estudo social da situação familiar constitui momento de
compreensão da realidade vivenciada pelas famílias, bem como de afirmação da
assistência social como direito de cidadania e dever do Estado (BRASIL, 2012, p.18).
160

F
Formas de acesso de acordo com revisão bibliográfica realizada pela oficina
de conceitos da SEMAS os usuários têm acesso a serviços e ações ofertados pela
política de assistência social, em geral, por demanda espontânea, busca ativa,
encaminhamentos da rede socioassistencial e/ou encaminhamentos de serviços das
demais políticas públicas. Os serviços de Proteção Social Especial, pela sua
especificidade de atendimento, são acessados também por encaminhamentos dos
serviços de proteção, incluindo o serviço de abordagem social e dos demais órgãos
do Sistema de Garantia de Direitos (BRASIL, 2009b).
161

G
Grupo de acordo com revisão bibliográfica realizada pela oficina de conceitos
da SEMAS, na concepção de Pichon-Rivière, o grupo apresenta-se como instrumento
de transformação da realidade, e seus integrantes passam a estabelecer relações
grupais que vão se constituindo, na medida em que começam a partilhar objetivos
comuns, a ter uma participação criativa e crítica e a poder perceber como interagem
e se vinculam (BASTOS, 2010, p. 164).
[...] é através do reunir-se com um grupo de semelhantes (reunião de duas ou
mais pessoas que desempenham determinados papéis sociais em torno de uma tarefa
que lhes diz respeito) que os indivíduos podem analisar e compreender os fenômenos
sociais, os quais estão intimamente ligados ao modo de produção capitalista, tendo
assim condições de reivindicar seus direitos perante a sociedade (SILVA; GUEDES,
2015, p. 184).

O acompanhamento em grupo ocorre quando os objetivos a serem atingidos


forem de longo prazo, ou seja, demandam um processo de caráter continuado e
planejado, por período de tempo determinado, no qual há, a partir de vulnerabilidades,
demandas e potencialidades apresentadas pela família e a definição dos objetivos a
serem alcançados. O processo de acompanhamento familiar em grupo é indicado
para responder situações de vulnerabilidades vivenciadas pelas famílias; quando o
foco for a garantia das seguranças afiançadas pela política de assistência social e a
promoção do acesso das famílias aos seus direitos, com vistas ao fortalecimento da
capacidade protetiva da família, a partir das respostas do Estado para sua proteção
social. Observação: uma família que participa de uma oficina pode demandar inserção
em processo de acompanhamento familiar (Brasil, 2012, p. 75).
162

O
Oficinas [...] consistem em atividades de esporte, lazer, arte e cultura no âmbito
do grupo do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Também
é possível realizar atividades recreativas [...]. Essas atividades podem ser resultado,
inclusive, de articulações intersetoriais no âmbito municipal e do Distrito Federal. [...]
Vale destacar, entretanto, que as oficinas, as palestras e as confraternizações
eventuais, por si só, não constituem o SCFV, são estratégias para tornar os encontros
dos grupos atrativos e, com isso, dialogar com o planejamento dos percursos, com os
temas abordados junto aos usuários e com os objetivos a serem alcançados nos
grupos. São atividades utilizadas como recursos para discutir assuntos apresentados
pelos componentes dos grupos; para reunir a família num momento festivo - com
lanches, músicas e brincadeiras - para proporcionar a interação entre diversas
gerações familiares e com os demais sujeitos do território (BRASIL, 2017a, p. 75).
Oficina com famílias de acordo com revisão bibliográfica realizada pela oficina
de conceitos da SEMAS consiste na realização de encontros previamente
organizados, com objetivos de curto prazo a serem atingidos com um conjunto de
famílias, por meio de seus responsáveis ou outros representantes, sob a condução de
técnicos de nível superior da equipe (BRASIL, 2012). As oficinas com famílias devem
buscar articular diversas dimensões que propiciam a mudança social por meio da
transformação das crenças, práticas, relações dos sujeitos sociais e nível de
participação social das famílias, utilizando-se da informação com ênfase na reflexão,
na convivência e na ação (BRASIL, 2012, p.35).
163

P
Plano de Acompanhamento Familiar no PAIF de acordo com revisão
bibliográfica realizada pela oficina de conceitos da SEMAS, no âmbito dos serviços
ofertados no CRAS, através do PAIF, consiste no planejamento conjunto entre a(s)
família(s) e profissional do acompanhamento familiar, imprescindível para o alcance
dos objetivos desse processo. No Plano devem ser descritas: as demandas e
necessidades da(s) família(s); as vulnerabilidades a serem superadas; as
potencialidades que o(s) grupo(s) familiar(es) possui(em) e que devem ser
fortalecidas, a fim de contribuir nas respostas às vulnerabilidades apresentadas
pela(s) família(s); os recursos que o território possui que podem ser mobilizados na
superação das vulnerabilidades vivenciadas pela(s) família(s); as estratégias a serem
adotadas pelos profissionais e família(s) no processo de acompanhamento familiar;
os compromissos da(s) família(s) e dos técnicos (enquanto representantes do Estado)
no processo de superação das vulnerabilidades; o percurso proposto para o
acompanhamento [...] (BRASIL, 2012, p.67-68).
Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar no PAEFI no âmbito
dos serviços ofertados no CREAS é necessário que para cada família/ indivíduo, seja
traçado o Plano de Acompanhamento. Nesse instrumento, faz-se necessário o
apontamento de objetivos, estratégias e recursos que possam contribuir para o
trabalho social, considerando as particularidades e o protagonismo de cada família e
indivíduo. Construído gradualmente e de forma participativa ao longo da vinculação e
acompanhamento, deve ser continuamente revisto pela equipe. O Plano tem a função
de, instrumentalmente, organizar a atuação interdisciplinar no CREAS, delineando,
operacional e metodologicamente, o caminho a ser seguido por todos os profissionais,
possibilitando o monitoramento e a avaliação dos resultados alcançados com os
usuários. Portanto, é fundamental garantir a sua dinamicidade, reformulações e
aprimoramento, baseados nas intervenções realizadas, nos resultados alcançados e
no processo vivenciado por cada indivíduo ou família (BRASIL, 2011a, p. 69).
Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar no Serviço
Especializado para População em Situação de Rua constitui importante
instrumento de trabalho e tem a função de organizar a atuação interdisciplinar da
equipe5 e delinear, operacionalmente e metodologicamente, o caminho a ser seguido

5 No âmbito do Serviço ofertado pelo Centro Pop.


164

por todos os profissionais, possibilitando o monitoramento e a avaliação dos


resultados alcançados. Importante destacar que o Plano de Acompanhamento precisa
envolver a participação protagonista dos usuários nesse processo, que deve
considerar a realidade de vida e a singularidade de cada sujeito e família
acompanhados. Por meio de metodologia participativa, o Plano deve ser construído
gradualmente, desde o momento da acolhida inicial, e ser reavaliado continuamente
ao longo do acompanhamento no Serviço, considerando o processo de cada família
ou indivíduo atendido. É necessário, portanto, que seja flexível, dinâmico e repactuado
sempre que necessário (BRASIL, 2011b, p. 83-84).
Plano Individual de Atendimento (PIA) está previsto na Lei do Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), que estabelece a obrigatoriedade
de sua elaboração na execução das medidas socioeducativas, definindo-o como
“instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com
o adolescente”. [...] O PIA é um instrumento de planejamento que deve ser pactuado
entre o técnico e o adolescente, envolvendo a sua família e as demais políticas
setoriais, conforme os objetivos e as metas consensuadas na sua elaboração. Deve
ser utilizado como ferramenta para a convergência das ações intersetoriais,
estabelecendo objetivos e metas a serem cumpridas pelo adolescente (BRASIL, 2016,
p.59).
Plano de Desenvolvimento do Usuário (PDU) é um instrumento técnico de
acompanhamento e desenvolvimento do usuário, que corresponde ao planejamento
particularizado do acompanhamento de cada usuário a partir de suas demandas,
singularidades e dos objetivos a serem alcançados. O PDU estrutura o trabalho social
do Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio, com cada usuário e sua família. É
elaborado a partir do conhecimento de contextos, consensos, combinados,
compromisso e responsabilidades assumidas de ambas as partes: Serviço, usuário,
cuidador (a) e família - também as redes de apoio existentes no território. No caso de
o usuário morar sozinho, é necessário consensuar com ele (a) o envolvimento da
família na elaboração do PDU, essa atitude traduz-se em respeito à sua autonomia
(BRASIL, 2017b, p. 91).
165

R
Risco Social de acordo com revisão bibliográfica realizada por meio da oficina
de conceitos da SEMAS relaciona-se à possibilidade da ocorrência de um evento na
vida de um indivíduo ou de uma família, expressando-se pela suspeita ou por
episódios de violência, abandono, negligência, abuso e exploração sexual, situação
de rua, trabalho infantil, ato infracional, etc. (BRASIL, 2011a). As situações de
vulnerabilidades sociais podem ser agravadas, transformar-se em situação de risco
e/ou violação de direitos (BRASIL, 2012).
166

S
Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) deve ser
executado exclusivamente pelos CRAS e consiste no trabalho social com famílias, de
caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias,
prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e
contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento de
potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo. O trabalho
social do PAIF deve utilizar-se também de ações nas áreas culturais para o
cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar universo informacional e
proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço. As ações não devem
possuir caráter terapêutico (BRASIL, 2009b, p. 12). As ações que compõem o
Trabalho Social com Famílias do PAIF são: acolhida, oficinas com famílias, ações
comunitárias, ações particularizadas e encaminhamentos (BRASIL, 2012).
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Serviço
realizado em grupos, organizado a partir de percursos, de modo a garantir aquisições
progressivas aos seus usuários, de acordo com o seu ciclo de vida, a fim de
complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de
risco social. Forma de intervenção social planejada que cria situações desafiadoras,
estimula e orienta os usuários na construção e reconstrução de suas histórias e
vivências individuais e coletivas, na família e no território. Organiza-se de modo a
ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de
identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a socialização e a convivência
comunitária. Possui caráter preventivo e proativo, pautado na defesa e afirmação dos
direitos e no desenvolvimento de capacidades e potencialidades, com vistas ao
alcance de alternativas emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabilidade social
(BRASIL, 2009b, p. 16).
Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com
Deficiência e Idosas O serviço tem por finalidade a prevenção de agravos que
possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais dos usuários. Visa a
garantia de direitos, o desenvolvimento de mecanismos para a inclusão social, a
equiparação de oportunidades e a participação e o desenvolvimento da autonomia
das pessoas com deficiência e idosas, a partir de suas necessidades e
potencialidades individuais e sociais, prevenindo a situação de risco, a exclusão e o
167

isolamento. O serviço deve contribuir com a promoção do acesso de pessoas com


deficiência e pessoas idosas aos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos
e a toda rede socioassistencial, aos serviços de outras políticas públicas, entre elas
educação, trabalho, saúde, transporte especial e programas de desenvolvimento de
acessibilidade, serviços setoriais e de defesa de direitos e programas especializados
de habilitação e reabilitação. Desenvolve ações extensivas aos familiares, de apoio,
informação, orientação e encaminhamento, com foco na qualidade de vida, exercício
da cidadania e inclusão na vida social, sempre ressaltando o caráter preventivo do
serviço (BRASIL, 2009b, p. 25).
Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e
Indivíduos (PAEFI) Deve ser executado exclusivamente pelos CREAS, sendo um
serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus
membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende atenções e
orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o
fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento
da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as
vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal e social. São usuários
do Serviço famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos por ocorrência
de: violência física, psicológica e negligência; violência sexual (abuso e/ou exploração
sexual); afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida
socioeducativa ou medida de proteção; tráfico de pessoas; situação de rua e
mendicância; abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência
da orientação sexual e/ou raça/etnia; outras formas de violação de direitos
decorrentes de discriminações/submissões a situações que provocam danos e
agravos a sua condição de vida e os impedem de usufruir autonomia e bem estar;
descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa Família em decorrência de
violação de direitos (BRASIL, 2009b, p. 29).
Serviço Especializado em Abordagem Social Serviço ofertado, de forma
continuada e programada, com a finalidade de assegurar trabalho social de
abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho
infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras.
Deverão ser consideradas praças, entroncamento de estradas, fronteiras, espaços
públicos onde se realizam atividades laborais, locais de intensa circulação de pessoas
e existência de comércio, terminais de ônibus, trens, metrô e outros. O Serviço deve
168

buscar a resolução de necessidades imediatas e promover a inserção na rede de


serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva da garantia
dos direitos (BRASIL, 2009b, p. 31).
Serviço de Proteção Social a adolescentes em cumprimento de medida
socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à
Comunidade (PSC) O Serviço tem por finalidade prover a atenção socioassistencial
e acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento de medidas
socioeducativas em meio aberto, determinadas judicialmente. Deve contribuir para o
acesso a direitos e para a ressignificação de valores na vida pessoal e social dos
adolescentes e jovens. Para a oferta do serviço faz-se necessário a observância da
responsabilização face ao ato infracional praticado, cujos direitos e obrigações devem
ser assegurados de acordo com as legislações e normativas específicas para o
cumprimento da medida (BRASIL, 2009b, p. 34).
De acordo com o ECA, Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais,
aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a
frequência à escola ou à jornada normal de trabalho (BRASIL, 1990).
De acordo com o ECA, Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que
se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o
adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a
qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses,
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida,
ouvidos o orientador, o Ministério Público e o defensor (BRASIL, 1990).
Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua Serviço
Executado pelo Centro Pop, é um serviço ofertado para pessoas que utilizam as ruas
como espeço de moradia e/ou sobrevivência. Tem a finalidade de assegurar
atendimento e atividades direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades, na
169

perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais e/ou familiares que


oportunizem a construção de novos projetos de vida (BRASIL, 2009b, p. 40).
170

V
Violação de direitos de acordo com revisão bibliográfica realizada por meio
da oficina de conceitos da Semas constitui-se como a transgressão dos direitos
fundamentais, compostos pelo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade, garantidos pela Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º. As
violações de direitos constituem fenômenos de causas multifatoriais, não podendo ser
compreendidas, portanto, apenas como resultantes da desigualdade social e da
pobreza. Além disso, podem ser analisadas pela ótica do não acesso às vias de
restituição dos direitos violados, ou seja, no não acesso ao exercício pleno da
cidadania (ASSIS, FONSECA, FERRO, 2018). De acordo com a Tipificação Nacional
dos Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2009) as famílias e indivíduos vivenciam
violações de direitos por ocorrência de violências (física, psicológica, negligência e
sexual), afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida
socioeducativa ou medida de proteção, tráfico de pessoas, situação de rua, abandono,
vivência de trabalho infantil, discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou
raça/etnia, outras formas de violação de direitos decorrentes de
discriminações/submissões a situações que provocam danos e agravos a sua
condição de vida e os impedem de usufruir autonomia e bem estar, descumprimento
de condicionalidades do Programa Bolsa Família PBF em decorrência de violação de
direitos.
Vulnerabilidade social de acordo com revisão bibliográfica realizada por meio
da oficina de conceitos da SEMAS, na Política Nacional de Assistência Social
frequentemente aparece junto com o termo risco social, não se notando discernimento
entre elas e remetendo a uma complementaridade. [...]. Nas Orientações Técnicas
sobre o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (2012), evidencia-se a
preocupação de explorar o conceito de vulnerabilidade e as relações com o risco. O
documento se apoia em autores que reconhecem que o conceito é complexo, sendo
a vulnerabilidade uma condição relacionada à inserção e estabilidade no mercado de
trabalho, à fragilidade de suas relações sociais e à regularidade e qualidade de acesso
aos serviços públicos ou outras modalidades de proteção social. O risco é tido, assim,
como decorrente da não prevenção das situações de vulnerabilidade social.
Pode-se dizer que, no campo socioassistencial, há uma descrição ampla sobre
o que compõe a vulnerabilidade social, entendida não como um estado, mas como
uma condição que pode ser temporária. Dessa maneira, as ações da proteção básica
171

têm como alvo as situações de vulnerabilidade social, preconizando ações voltadas


para a atenção e prevenção a situações de risco (FERNANDES, R. M. C.,
HELLMANN, A., 2016, p.302).
172

REFERÊNCIAS

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