Bibliotecas Aspectos Históricos
Bibliotecas Aspectos Históricos
Bibliotecas Aspectos Históricos
Abstract: The university library has demonstrated with the advent of information and
communication technologies, especially the Internet, a fundamental role in the access,
elaboration and distribution of information. The objective is to present a historical, conceptual
and conceptual context of the university library, as well as its role within the university in this
context. Also worthy of mention is the products and services normally offered by these
institutions. It is concluded that university libraries have incorporated information and
communication technologies into their reality, making it clear that instead of being a threat to
the library, it presents itself as a vital tool for the development of various activities, not only
in terms of management, but mainly at the level of communication and interaction between
the library and its users.
Entrevista concedida ao programa Conexões da TV UFG exibido dia 04 de setembro de 2014. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=ZCji5oJZ-rc
Entre as bibliotecas da antiguidade destacam-se as bibliotecas do Egito. A biblioteca
de Nínive é considerada a primeira biblioteca da história, ela estava localizada no palácio do
rei assírio Assurbanipal II, seu acervo era composto por documentos registrados em placas de
argila cozida e escrita em caracteres cuneiformes que remontam o século IX a.C. (MARTINS
1998).
Além da biblioteca de Nínive, existiram muitas outras bibliotecas em templos e
palácios da Babilônia, todavia, como a de Nínive, todas sucumbiram. Entre elas, estão as de
Assur, Koloch e Nippur (PEREZ-RIOJA, 1952 apud SANTOS, 2013). Mas apesar da
biblioteca de Nínive ser a primeira da história a mais famosa de todas as bibliotecas egípcias
foi a biblioteca de Alexandria.
A biblioteca de Alexandria foi fundada por Ptolomeu I, general de Alexandre o grande
e foi pensada para ser uma biblioteca capaz de concentrar em si toda a sabedoria produzida.
equipados com molduras e argola de bronze, presas as correntes de ferro, com uma das
extremidades fixadas às estantes (RANGANATHAN, 2009).
O surgimento das universidades caracterizou-se como um ponto importante para
evolução das bibliotecas, pois apesar das universidades terem surgido sob a tutela das ordens
religiosas, essas estavam a caminho da laicização. E esse fato indicou um novo momento, no
qual, os livros extravasam o âmbito da religiosidade e avançavam para outros territórios
(MILANESI, 2002).
Martins (1998) afirma que é a partir da renascença que a biblioteca começa adquirir o
seu sentido moderno e é também a época que surge junto ao livro a figura do bibliotecário. É
nesse contexto de transformações que a biblioteca da início a uma concepção do seu papel, na
qual começa a se afastar do contexto de depósito de livros para se tornar um espaço
disseminador da informação. E a invenção de Gutenberg contribuiu e muito para isso.
Gutenberg desenvolveu no século XV a prensa de tipos móveis, e a partir dessa
invenção foi possível a produção em alta escala de livros, boletins, jornais e etc. Dessa forma
a imprensa de Gutenberg surgiu, então, para incrementar o barateamento da produção de
livros e a disseminação do conhecimento. O raro e o caro tornaram-se acessível, o que era
particular ao clero e aos nobres passou a ser utilizado por segmentos mais amplos da
população. O manuscrito de poucos, revestido de sacralidade, tornou-se profano pela
reprodução e pelas tiragens progressivamente maiores (MILANESI, 2002).
A partir da invenção da imprensa ocorreu a proliferação de obras impressas, o que
contribuiu para a criação e a ampliação das bibliotecas o que nos direciona ao conceito da
biblioteca moderna, voltada para o atendimento das necessidades de seus usuários.
A história da biblioteca é marcada por inúmeras transformações e Martins (1998)
sintetiza essa história com maestria em quatro pontos principais, são eles: a laicização, a
democratização, a especialização e a socialização. Da antiguidade a idade média as
bibliotecas estavam ligadas as ordens religiosas, mas à medida que estas entidades foram
desaparecendo as bibliotecas passam a gozar, nos tempos modernos, do estatuto de instituição
leiga e civil, pública e aberta, tendo o seu fim em si mesma. E essa laicização aliada as
contribuição da prensa de Gutenberg possibilitaram a democratização do acesso, e o que até
então estava restrito a poucos se tornou disponível para todos. Como consequência dessa
democratização, as bibliotecas tiveram que passar pelo processo de especialização, na qual,
elas passaram a constituir seus acervos para atender as demandas do grande público.
Enfim, o processo de socialização, que é o que distingue o papel da biblioteca nos dias
atuais. E o que antes tinha como característica ser um espaço sagrado e restrito, na
modernidade, tornou-se um espaço de socialização do conhecimento, de disseminação da
informação, de propagação de ações culturais e promoção da leitura. O papel da biblioteca
passa de guardião de livros para disseminadora da informação (MARTINS, 1998).
Eis que emergem outras conceituações para o termo biblioteca. Cunha e Cavalcanti
(2008, p.48) definem biblio
como os serviços e respectivo pessoal, que têm a atribuição de fornecer e interpretar esses
registros, a fim de atender às necessidades de informação, pesquisa, educação e recreação de
seus us
A primeira biblioteca brasileira teve origem nos colégios jesuítas no período colonial.
No século XVI os livros eram raros nas mãos de particulares, mas já eram números
significativos nos colégios jesuítas. Segundo Moraes (2006) as bibliotecas jesuíticas possuíam
acervos de nível universitário, abrangendo os mais variados conhecimentos, por isso as obras
não atendiam apenas o ensino das primeiras letras, mas também a formação filosófica.
Com a expulsão em 1759 da companhia de Jesus as bibliotecas sofreram uma grande
perda, pois as bibliotecas dos colégios jesuítas foram deixadas a ermo durante anos e a quase
a totalidade das obras foi destruída, roubada ou vendida como papel velho (MARTINS,
2006).
Segundo Martins (2006) a primeira tipográfica em solo brasileiro foi instituída em
1747 por Antônio Isidoro da Fonseca, mas o grande marco para a história do livro e da
biblioteca no Brasil foi à chegada da família real Portuguesa em 1808 ao Rio de Janeiro. Pois
D João VI trouxe consigo todo aparato do estado e também a biblioteca Real Portuguesa. Para
atender as demandas de impressão do governo, em maio do mesmo ano foi criada a Imprensa
Régia, sendo esta destinada a publicação de atos oficiais.
Em 1810 por decreto de 27 de julho, o acervo trazido por D. João VI foi acomodado
nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo e em 29 de outubro institui-se
154
https://www.bn.gov.br/sobre-bn/historico
as bibliotecas universitárias iniciam uma etapa. Pois até a reforma do ensino superior as
universidades não funcionavam de forma sistêmica e nem possuíam clareza de suas
finalidades, e isso refletiu também nas bibliotecas, as quais foram se desenvolvendo de forma
isolada e a partir de iniciativas particulares e Carvalho (1981) elucida essa realidade dizendo
que:
As bibliotecas podem ser classificadas segundo funções e serviços que oferecem, pela
comunidade que atendem e pelo vínculo institucional. A partir desses quesitos podemos dizer
que existem bibliotecas públicas, bibliotecas comunitária, bibliotecas nacional, bibliotecas
escolares, bibliotecas especializadas e bibliotecas universitárias.
No geral todos os tipos de bibliotecas têm por objetivo atender as necessidades
informacionais do seu público, no entanto cada uma delas apresentam em si suas
especificidades. As bibliotecas públicas, por exemplo, são instituições mantidas pelo Estado
(vínculo municipal, estadual ou federal) e seu público alvo é toda a sociedade. Já as
bibliotecas comunitárias são um espaço de incentivo à leitura e acesso ao livro, esse tipo de
biblioteca é mantida pela comunidade local, sem vínculo direto com o Estado. As bibliotecas
Nacionais tem por função reunir e preservar toda a produção bibliográfica do país.
As bibliotecas escolares, como o próprio nome diz, estão inseridas no âmbito escolar,
em instituições que oferecem ensino pré-escolar, fundamental e/ou médio. Elas têm como
principal função dar suporte ao ensino e por isso atendem, prioritariamente, alunos,
professores e funcionários da unidade escolar que estão inseridas. Já as bibliotecas
especializadas são aquelas que possuem todo seu acervo voltado para um campo específico do
conhecimento e elas podem ser geridas tanto pelo setor público quanto pelo setor privado.155
E por fim as bibliotecas universitárias, essas são instituições que tem por objetivo
apoiar o ensino, pesquisa e extensão e estão vinculadas a uma unidade de ensino superior,
podendo ser essas instituições públicas ou privadas.
155
As definições sobre os tipos de bibliotecas foram retiradas do site do Sistema Nacional de biblioteca Públicas
(SNPB) disponível no link: http://snbp.culturadigital.br/tipos-de-bibliotecas/
estabelecimentos de ensino superior, destinada aos professores e aos alunos, embora possa ser
980, p. XXIII). Pinto (1993) complementa
dizendo que essas bibliotecas são destinadas a suprir as necessidades informacionais da
comunidade acadêmica no desempenho das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Cunha e Cavalcanti (2008, p. 53) definem a biblioteca universitária como aquela que
é mantida por uma instituição de ensino superior e que atende às necessidades de informação
dos corpos docente, discente e administrativo, para apoiar tanto as atividades de ensino quanto
as de pesquisa e extensão. Pode ser uma única biblioteca ou várias organizadas como sistema
que é parte de um sistema mais amplo, que poderia ser chamado sistema de informação
Complementando essa ideia de Fujita (2005) de que a biblioteca faz parte de um sistema mais
amplo podemos citar Tarapanoff (1981) a qual afirma que a biblioteca universitária é o
resultado da sociedade à quem pertence: de suas características e prioridades socioeconômicas
e culturais. É uma unidade sem autonomia própria e esta subordinada à universidade. Baseada
nessas premissas, a biblioteca universitária reflete as características da universidade.
Dessa forma, as bibliotecas universitárias fazem parte de um super sistema,
representados pelas instituições de ensino superior a qual pertencem, e são integrantes
também de um sistema de bibliotecas (com a estrutura organizacional de bibliotecas centrais e
bibliotecas setoriais ou de sistema de bibliotecas). Pensando assim, podemos compreender as
bibliotecas universitárias a partir de uma visão sistêmica e isso pode ser percebido na figura
abaixo.
Figura 7 - Níveis de sistemas que envolvem as bibliotecas
Dessa forma, conceitos como o da biblioteca 2.0, que entende a biblioteca como
aquela que está presente em todos os lugares, não existindo barreiras físicas, e que possui sua
organização centrada nos usuários, deve ser incorporada a realidade das bibliotecas
universitárias. Bem como o uso das diversas ferramentas da web 2.0.
O termo biblioteca 2.0 (Library 2.0) foi concebido por Michael Casey em seu blog
LibrayCrunch, para
colaboração, e tecnologias multimídia baseadas em web para serviços e coleções de
bibliotecas baseados em web
O avanço das tecnologias da informação e da comunicação tem contribuído para a
reestruturação dos processos de comunicação, de produção, de transmissão e uso da
informação. Estamos diante das ferramentas da web 2.0 e as possibilidades que elas podem
proporcionar para as instituições que as utilizam.
Dessa forma, convém sustentar que na atualidade, as bibliotecas universitárias devem
se engajar nos princípios da biblioteca 2.0 afim de oferecer aos seus usuários, produtos e
serviços condizentes ao exigido nesse contexto de grande fluxo informacional.
4 CONCLUSÃO
BATTLES, Matthew. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta do Brasil,
2003. 238 p.
CUNHA, Murilo Bastos da. Construindo o futuro: a biblioteca universitária em 2010. Ciência
da Informação , Brasília, v. 29, n. 1, p. 71-89, jan./abr. 2000.
GARCEZ, Eliane Maria Stuart; RADOS, Gregório J. Varvakis. Biblioteca híbrida: um novo
enfoque no suporte à educação à distância. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 2, p.44-
51, maio/ago. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12907.pdf>. Acesso
em: 13 nov. 2017.
MANESS, Jack M.. TEORIA DA BIBLIOTECA 2.0: Web 2.0 e suas implicações para as
bibliotecas. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 17, n. 1, p.43-50, jan./abr. 2007.
Disponível em: <http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/831/1464>. Acesso
em: 26 fev. 2017