Direito Penal Conceito e Características
Direito Penal Conceito e Características
Direito Penal Conceito e Características
Conceito e características
Fontes
Formais: Forma como o Direito Penal se exterioriza, conhecida também como fontes
do conhecimento. Podem ser mediatas ou imediatas.
Materiais: queremos refletir sobre o órgão produtor das normas penais — por isso
também são conhecidas como fontes de produção ou substanciais.
Missões e funções
Funções declaradas: Proteção dos bens jurídicos. Essa função estaria “na
proteção de valores relevantes para a vida humana individual ou coletiva,
sob ameaça da pena”. Preservação da paz pública e educativa.
Neoconstitucionalismo
No neoconstitucionalismo, vemos a máxima expressão do
constitucionalismo, com a tentativa da implementação da máxima
efetividade das normas constitucionais, que assumem um caráter de
supremacia bastante próprio. Elas aderem ao nosso sistema de forma
definitiva, incluindo o Direito Penal, que, assim referenciado, passa ainda
mais a ser limitado e garantidor de direitos.
Princípios
“Não há crime sem lei previa que o defina, nem pena sem prévia combinação legal.”
A lei deve ser prévia; a lei Penal é irretroativa quando prejudicar a pessoa
acusado. “A lei penal não retroagirá, a penas se for pra beneficiar o réu”.
“a lei penal é irretroativa em regra, aplicando-se apenas aos fatos posteriores a sua
vigência, já que deve ser prévia à conduta criminosa. No entanto, quando for benéfica
à pessoa acusada, poderá retroagir, atingindo os casos em que o fato tenha sido
praticado antes da vigência legal.”
A lei deve ser escrita: apenas as normas escritas, públicas e gerais podem
provocar efeitos penais. Isso quer dizer que os costumes não podem ser
fonte de criminalização de condutas, dado que apenas as leis penais o são.
Assim, embora desempenhem função integrativa, não se pode imputar uma
pessoa criminalmente por ter cometido um ato não previsto em norma penal
mas que contrarie os costumes. Não esqueça: é a lei que delimita a resposta
penal.
A lei penal deve ser estrita: No entanto, no Direito Penal, é impossível que haja uma
inovação na interpretação da lei, quando isso implicar um prejuízo para o réu. Aceita-
se a analogia em uma hipótese específica: quando beneficiar o réu. Para a finalidade
incriminadora, a analogia está vedada, decorrência do princípio da legalidade.
Só deve ser usado quando as demais áreas do Direito não forem suficientes. Os
danos provocados pelo encarceramento de um sujeito, em nível individual e coletivo
são, muitas vezes, irrecuperáveis, por isso todo cuidado deve ser tomado para que
essa ameaça seja absolutamente excepcional (ultima ratio).
Subsidiariedade:
Atua quando as demais áreas não dão conta.
Fragmentariedade:
Punição de condutas que são relevantes, fragmento de condutas.
Lesividade
Não há crime quando a conduta não tiver oferecido ao menos um perigo concreto,
real, efetivo e comprovado a lesão ao bem jurídico. Uma pessoa não pode ser punida
por seus pensamentos ou modo de viver.
Insignificância/ bagatela
Exclui a tipicidade;
Evita que o sistema Penal seja sobrecarregado com questões pequenas. “Filtro de
bom senso”.
Ex: Furto de um biscoito em um supermercado. (Lembrar do exemplo em sala de
aula).
Humanidade
Princípio da proporcionalidade
Necessidade
Adequação
Proporcionalidade
Não incriminadoras
Não descrevem crimes, nem combinam penas.
Elas tem o papel de afastar o caráter criminoso de uma conduta que poderia ter a
aparência de infração penal. Em uma conduta “permitida”.
As normas penais são caracterizadas pela exclusividade, já que, como visto, só a lei
pode criar crimes e cominar penas (princípio da reserva legal).
Judicial: Papel que o tribunal tem de dar um significa as leis. Feita pelos órgãos
jurisdicionais.
Quanto ao resultado
ANALOGIA
Princípios
Ambos decorrem de que não há crime sem uma lei escrita. A lei precisa ser certa, de
forma clara e precisa.
Irretroatividade
Abolitio criminis
Retirada de um crime do ordenamento, importante em uma causa extintivo da
punibilidade.
Lex mitior
Art.2º- ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único- A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
Uma lei pode ter sido “promulgada”, mas não está em “vigor”. Sendo a vigência
da lei, o primeiro requisito para o conflito de normas no tempo.
Uma lei penal formalmente editada pelo Estado, redigida e aprovada pelo legislativo e
executivo é considerada como promulgada após a assinatura. Essa regra, essa lei
passa por um período de vacância, para que a sociedade dela tome conhecimento, é
só com o seu transcurso é que poderá ser considerada em vigor.
Neste estágio, podemos dizer que todas as leis em vigor e válidas são aplicáveis nos
termos da extratividade da lei penal mais benéfica. As leis penais também podem ser
classificadas como:
Temporárias: Estão limitaras quanto á sua vigência na sua redação, que prevê que a
partir de um determinado dia namorada mais vigor.
Tempo do crime
“ A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime perante, se a sua
vigência é anterior á cessação da continuidade ou permanência”.
O termo inicial para analisar sempre será o momento em que cessou a
continuidade ou permanecia do crime. Que regulará a época, aquela
prática.
Lugar do crime
Incondicionada: basta a situação fática para a aplicação da lei penal. Ex: Crime
contra a vida contra o presidente ou crime de Genocídio praticado por brasileiros. Art.
7º (crimes).
Condicionada: ocorre em casos em que o agente entra no território nacional, o fato
também é punível no país onde foi praticado e o crime está incluído entre aqueles
pelos quais a lei brasileira autoriza extradição. Art. 7º, inciso ll. Incluindo crimes
praticados por brasileiros no exterior.
Imunidade parlamentar
Legalidade:
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia combinação legal”.
Tem a função primordial e efetiva limitação do poder de punir do Estado.
A lei deverá ser:
Prévia
Escrita
Estrita
Certa
Princípio da culpabilidade:
O princípio mais importante de caráter material, diz respeito em como imputar a
conduta a um agente. Limitado a atingir aluem somente na hipótese em que esteja o
elemento subjetivo na conduta, qual seja, dolo ou culpa.
A culpabilidade teria como função impedir a responsabilização objetiva do
Direito penal.
A culpabilidade vem como garantia de que a pena não poderá passar da
pessoa do condenado.
Conceitos de crime
Ação
Tipicidade
Antijuridicidade
Culpabilidade
Conceito neoclássico
Típico
Ilícito
Culpável
Crime: Poderá ser reclusão ou detenção, tendo um limite de pena de 30 anos. É uma
ação penal pública ou penal privada, e a tentativa é considerada punível.
Contravenção penal: Atos violadores da norma penal. Prisão simples, não cumprindo
regime fechado. O limite de penas são de 5 anos o tipo de ação penal é tida como
Ação Penal pública Incondicionada. Não é juridicamente punível, mas pode existir
tentativa.
O conceito de infração penal é mais amplo que o conceito de crime, haja vista que,
para a teoria do delito, a infração penal é conceitualmente entendida como um gênero
de que decorrem duas espécies, qual sejam, crime (delito) e contravenção penal
Sujeitos do delito
Passivo: “vítima”
Objeto material:
A doutrina conceitua como a coisa ou pessoa sobre qual incide a conduta criminosa.
Numa hipótese de X matar Y, Y será o objeto material do delito, tendo em vista que é
a pessoa sobre a qual incide a conduta criminosa. Já na hipótese em que X furta Y, o
objeto material passa a ser o objeto furtado e não mais Y.
Objeto jurídico:
Tipicidade
Conceito formal: a conduta se encaixa na forma de um artigo previsto em lei.
Conceito material: Que demonstra a existência de uma violação/ofensa relevante a um
bem jurídico tutelado pelo ordenamento jurídico.
Os elementos que compõem a parte subjetiva do crime são chamados de dolo e culpa,
e estão diretamente ligados à consciência e vontade direcionadas à prática de um
delito.
Dolo direto de 1º grau: O agente está consciente das circunstâncias de fato e quer
realizar aquele resultado.
Dolo direto de 2º grau: (dolo das consequências necessárias) sabe que o vento vai
correr, mas não necessariamente o deseja, sendo considerado um efeito colateral.
Culpa: Art. 18, ll ocorrerá quando o agente der causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.
Parágrafo único do Art. 18 do CP prevê que, salvo nos casos culposos previsto
em lei, ninguém poderá ser punido por crime, somente quando o prática
dolosamente.
Culpa consciente
Culpa inconsciente
Culpa própria
Culpa impropria
Inter criminis
Tentativa: O agente quer prosseguir com a empreitada criminosa, mas não pode por
motivos alheios a sua vontade.
Casualidade e resultado
Resultado normativo (jurídico): Entendido como aquele que advém de uma lesão ou
risco/perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pelo ordenamento jurídico.
Ex: X dirige na estrada conforme as leis de trânsito, o que gera um risco permitido. Se
atropelar alguém nessas condições, não responderá por crime. Mas se ele tiver em
alta velocidade infligindo a lei, será responsabilizado pelo fato típico.
realização do risco não permitido: consiste na análise do nexo de
causalidade entre o risco criado e o resultado produzido. Nesse caso, o agente é
responsabilizado nos limites do risco que criou.
Ex: X joga y em um lago, sendo que y não sabe nadar. Z vendo a situação pulou para
tentar salvar Y, Z e Y morrem por afogamento. Logo, X será responsabilizado pela
morte de y e não de Z. Pois Z se colocou em risco em razão de conduta própria.
alcance do tipo
Ex: Dois ciclistas estão em uma pista, X e Z, andam em fila indiana sem equipamentos
necessários. Por motivo de iluminação, o primeiro ciclista X atropela y, ocasionando a
sua morte. Apenas o primeiro deverá ser responsabilizado, tendo em vista que cada
um responde individualmente pela sua conduta.
Exclusão de ilicitude
Culpabilidade
Excludente de culpabilidade
Ex: Uma pessoa com grande deficiência mental encontra uma arma na sua casa e
começa a brincar com ela, ela atinge alguém da sua família. Essa pessoa com
deficiência mental sabia exatamente o que estava fazendo? Não. Nessa situação,
estamos de alguém inimputável.
Ele não será absolvido, mas será isenta de pena;
Outros exemplos:
Teoria do erro
o erro considerado relevante para o Direito Penal consiste no vício da vontade e/ou do
conhecimento, ocasionando uma falsa percepção do mundo real.
Erro do tipo:
Erro do tipo essencial:
Erro do tipo acidental:
Erro sobre a pessoa:
Erro sobre o objeto:
Erro de tipo na execução:
Aberratio criminnis:
Erro de proibição:
Discriminantes putativas
As discriminantes se dividem em 2:
Erro de tipo permissivo: É o caso em que o agente erra sobre a situação fática,
como o pai acha que é um bandido pulando o muro da casa e atira com o solo de
matar. Contudo, quem pulou foi seu filho, que havia esquecido a chave, e acabou
atingindo e falecido. Aqui há o casa de legítima defesa putativa (imaginaria). Tal tipo,
pode isentar de pena, mas se o tipo permitir, haverá responsabilização por culpa.