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Direito Penal Conceito e Características

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Direito Penal

Conceito e características

O Direito Penal tem por objeto fundamental as condutas humanas(ações ou


omissões). A sanção acompanha os fatos ilícitos, mas o direito aqui estudado tem por
finalidade precípua estabelecer balizas ao poder punitivo.

Fontes

Formais: Forma como o Direito Penal se exterioriza, conhecida também como fontes
do conhecimento. Podem ser mediatas ou imediatas.

Imediatas: Leis, constituição, tratados e convenções, complementos normativos.


Mediatas: jurisprudência, costumes, doutrina e princípios.

Materiais: queremos refletir sobre o órgão produtor das normas penais — por isso
também são conhecidas como fontes de produção ou substanciais.

“Mediante a lei complementar que autorize, Estados-membros legislem


sobre questões específicas.” (Questões locais).

Missões e funções

O Direito Penal tem como função basilar limitar o exercício do poder


punitivo.

Funções declaradas: Proteção dos bens jurídicos. Essa função estaria “na
proteção de valores relevantes para a vida humana individual ou coletiva,
sob ameaça da pena”. Preservação da paz pública e educativa.

Não declaradas: Reprodução das desigualdades sociais por meio da


criminalização seletiva, com a distribuição desigual da pena.

Bem jurídico penal

 Direito penal, última ratio.


A lesão ao bem jurídico é uma prática criminosa. Vejamos um exemplo:
“A lesão corporal presente no Artigo 121 do código Penal, vai nos mostrar
que fere um bem jurídico de suma importância: A vida.
 Bem jurídico é instituído com natureza garantidoras e teológico-
sistemática.

Constitucionalidade do Direito Penal

As Constituições cumprem a função prioritária de implementar um conjunto


de normas protetivas de direitos fundamentais, dotadas de supremacia, e
que estruturam toda a ordem jurídico-normativa. Sempre orientados pela
proteção da dignidade humana e garantia dos direitos fundamentais.

Neoconstitucionalismo
No neoconstitucionalismo, vemos a máxima expressão do
constitucionalismo, com a tentativa da implementação da máxima
efetividade das normas constitucionais, que assumem um caráter de
supremacia bastante próprio. Elas aderem ao nosso sistema de forma
definitiva, incluindo o Direito Penal, que, assim referenciado, passa ainda
mais a ser limitado e garantidor de direitos.

Princípios

Legalidade: verdadeiro direto público subjetivo

“Não há crime sem lei previa que o defina, nem pena sem prévia combinação legal.”
 A lei deve ser prévia; a lei Penal é irretroativa quando prejudicar a pessoa
acusado. “A lei penal não retroagirá, a penas se for pra beneficiar o réu”.

“a lei penal é irretroativa em regra, aplicando-se apenas aos fatos posteriores a sua
vigência, já que deve ser prévia à conduta criminosa. No entanto, quando for benéfica
à pessoa acusada, poderá retroagir, atingindo os casos em que o fato tenha sido
praticado antes da vigência legal.”

 A lei deve ser escrita: apenas as normas escritas, públicas e gerais podem
provocar efeitos penais. Isso quer dizer que os costumes não podem ser
fonte de criminalização de condutas, dado que apenas as leis penais o são.
Assim, embora desempenhem função integrativa, não se pode imputar uma
pessoa criminalmente por ter cometido um ato não previsto em norma penal
mas que contrarie os costumes. Não esqueça: é a lei que delimita a resposta
penal.

 A lei deve ser certa;( taxatividade da lei penal).

A lei penal deve ser estrita: No entanto, no Direito Penal, é impossível que haja uma
inovação na interpretação da lei, quando isso implicar um prejuízo para o réu. Aceita-
se a analogia em uma hipótese específica: quando beneficiar o réu. Para a finalidade
incriminadora, a analogia está vedada, decorrência do princípio da legalidade.

Intervenção mínima(última ratio)

Só deve ser usado quando as demais áreas do Direito não forem suficientes. Os
danos provocados pelo encarceramento de um sujeito, em nível individual e coletivo
são, muitas vezes, irrecuperáveis, por isso todo cuidado deve ser tomado para que
essa ameaça seja absolutamente excepcional (ultima ratio).

Subsidiariedade:
Atua quando as demais áreas não dão conta.
Fragmentariedade:
Punição de condutas que são relevantes, fragmento de condutas.

Lesividade

Não há crime quando a conduta não tiver oferecido ao menos um perigo concreto,
real, efetivo e comprovado a lesão ao bem jurídico. Uma pessoa não pode ser punida
por seus pensamentos ou modo de viver.

Insignificância/ bagatela
 Exclui a tipicidade;
Evita que o sistema Penal seja sobrecarregado com questões pequenas. “Filtro de
bom senso”.
Ex: Furto de um biscoito em um supermercado. (Lembrar do exemplo em sala de
aula).

Responsabilidade pessoal (intranscendência da pena)

Apenas os responsáveis diretos pelas lesões ou ameaças a lesões, isto é, autores (e


partícipes) dos crimes, devem ser criminalmente responsabilizados pelas infrações
penais que cometam, sem que isso exclua a possibilidade de ascendentes e
descendentes arcarem com a responsabilização civil dos danos.

 Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido.

Humanidade

Proíbe tratamento desumanos e cruéis. A dignidade da pessoa humana é um valor


supremo. Independente do crime cometido, todos devem ser tratados com dignidade.

Princípio da proporcionalidade

juízo de ponderação acerca da relação existente entre o bem lesionado ou posto em


perigo e o bem de que alguém pode ter sido privado, para assim debater se a
responsabilidade criminal deve efetivamente ser acionada e, em caso positivo, como
deve ser apresentada. Subdividido em três:

 Necessidade
 Adequação
 Proporcionalidade

Estado democrático de Direito Penal

 Dogmática jurídico-penal estabelecida em razão dos postulados de um Estado


democrático de Direito.

 Nesse sentido, o giro promovido pelo regime democrático, que em tese


superou o autoritarismo vigente no regime de ditadura civil militar anterior,
mudou o paradigma de relação entre Estado e sociedade. O marco da
CRFB/1988 é também o da tutela intransigente dos direitos fundamentais e,
assim, o Direito Penal no Estado Democrático de Direito é fundamentalmente
limitado, restrito pelas garantias fundamentais, consideradas pressupostos
irrenunciáveis e essenciais
 Portanto, em um Estado de Direito, o poder estatal está limitado e vinculado a
esse conjunto de direitos, por meio de uma agenda axiológica, teleológica,
normativa (formal e material), que assume a supremacia constitucional.
Teoria da Norma Jurídico-penal

As normas penais incriminadoras criam crimes, ou seja, definem as infrações penais


e cominam as respectivas penas. São divididas em duas partes:

Preceito primário: Descrição detalhada a conduta.


Preceito secundário: Individualizar a pena.

Não incriminadoras
Não descrevem crimes, nem combinam penas.

Normas penais permissivas

Elas tem o papel de afastar o caráter criminoso de uma conduta que poderia ter a
aparência de infração penal. Em uma conduta “permitida”.

Justificantes: Afasta a ilicitude. Ex: Legítima defesa.


Exculpantes: Destinam-se a eliminar a culpabilidade.

Normas explicativas (complementares)

Esclarecem o conteúdo de outras normas ou limitam o âmbito de sua aplicação. Visam


explicar as normas.

Características das normas penais

As normas penais são caracterizadas pela exclusividade, já que, como visto, só a lei
pode criar crimes e cominar penas (princípio da reserva legal).

Anterioridade: Descrevem crimes somente têm incidência se já estavam em vigor na


data do cometimento.

Imperatividade: impõe-se coletivamente a todos, sendo obrigatória sua observância.

Generalidade: tem eficácia erga omnes, dirigindo-se a todos, inclusive inimputáveis.

Impessoalidade: não se concebe a elaboração de uma norma para punir


especificamente uma pessoa.

Interpretação da lei penal

Instrumentos que podem auxiliar na determinação do significado de uma expressão ou


de uma palavra, servindo para delimitar o alcance da lei.

Função de origem: órgão/ entidade que a interpreta.

Autêntica/ legislativa: quando a própria lei trouxer a forma “correta” de interpretação.


Ela é subdivida em: Contextual- quando feita dentro do próprio texto interpretado ou
Posterior- quando a lei interpretadora entra em vigor depois da interpretada.
Doutrinária ou científica: Determina o sentido da norma aquelas pessoas que sejam
teóricas, estudiosas.

Judicial: Papel que o tribunal tem de dar um significa as leis. Feita pelos órgãos
jurisdicionais.

Quanto ao modo, meios empregados

Gramatical, literal ou sintética: leva-se em conta o sentido literal das palavras.


Teológica: busca-se a vontade da lei, atendendo-se ainda mas seus fins e a sua
posição dentro do ordenamento jurídico.
Histórico: Modo de compreender o que interpelava a sociedade no momento da sua
edição.
Sistemática: Demanda que a lei esteja com o conjunto de disposições ao qual faz
parte do (sistema) em coesão e coerência.
Progressiva: Demanda que os elementos nela contidos possam fazer sentido na
contemporaneidade.

Quanto ao resultado

Declarativa: Há perfeita correspondência entre a palavra da lei e a sua vontade.


Restritiva: Reduz o alcance da norma, através de um entendimento mais limitado dos
seus termos.
Extensiva: Ampliar o alcance dos seus termos, assim atribuindo um maior espectro de
incidência a lei.

ANALOGIA

A analogia é, em regra, vedada no campo das ciências criminais. Quando a analogia


for favorável, ela pode ser possível. Jamais será usada para incriminar condutas que
não tenham sido explicitamente consideradas criminosas. Com excessão nas
excludentes de ilicitude e culpabilidade, poderá ser empregada a analogia.

In bonam partem: A analogia empregada para benefício do agente.


In malam partem: A analogia é empregada em prejuízo do agente.

Princípios

A legalidade tem efeitos imediatos:

 Proibição da criação de crimes e penas pelos costumes;


 A proibição de emprego da envolvia para criar crimes, fundamentar ou agravar
penas;

Ambos decorrem de que não há crime sem uma lei escrita. A lei precisa ser certa, de
forma clara e precisa.

Irretroatividade

 A Lei penal só poderá retroagir se for para beneficiar o réu.


 Tanto em termos retroativos, atingindo condutas que antes eram regidas por
outra lei, mas quando da decisão emergente outra norma.
 Quanto ultrativos, quando tiver em vigor quando da prática, mas na aplicação
já estiver sido revogada.

Abolitio criminis
Retirada de um crime do ordenamento, importante em uma causa extintivo da
punibilidade.

Lex mitior

Favorece o agente de alguma maneira, redução da pena mínima de um crime por


exemplo.

Art.2º- ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único- A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.

Combinação das leis penais

 Restou consolidado o entendimento da impossibilidade de combinação de leis,


construindo o conteúdo do princípio da ponderação unitária. A tese diz que
deve ser a lei analisada caso a caso na sua inteireza, para que seja possível
determinar se benéfica ou não ao agente.

Vigência, validade, atividade e extrativistas da lei penal

 Uma lei pode ter sido “promulgada”, mas não está em “vigor”. Sendo a vigência
da lei, o primeiro requisito para o conflito de normas no tempo.

Uma lei penal formalmente editada pelo Estado, redigida e aprovada pelo legislativo e
executivo é considerada como promulgada após a assinatura. Essa regra, essa lei
passa por um período de vacância, para que a sociedade dela tome conhecimento, é
só com o seu transcurso é que poderá ser considerada em vigor.

Neste estágio, podemos dizer que todas as leis em vigor e válidas são aplicáveis nos
termos da extratividade da lei penal mais benéfica. As leis penais também podem ser
classificadas como:

Excepcionais: São criadas para serem válidas apenas em um determinado contexto


pré-estabelecido, como um exemplo: “Lei da copa”.

Temporárias: Estão limitaras quanto á sua vigência na sua redação, que prevê que a
partir de um determinado dia namorada mais vigor.

Tempo do crime

Teoria da atividade : Não importa o momento em que o resultado de um crime tenha


se dado, caso ocorra em momento diverso do momento da conduta.

Crime permanente: A consumação se prolonga no tempo. Exemplo: sequestro, onde


a vítima tem sua liberdade cerceada e o agente está em flagrante delito.
Crime continuado: Prática de vários crimes da mesma espécie, um em continuação
do outro, dentro de uma mesma intenção.

“ A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime perante, se a sua
vigência é anterior á cessação da continuidade ou permanência”.
 O termo inicial para analisar sempre será o momento em que cessou a
continuidade ou permanecia do crime. Que regulará a época, aquela
prática.

Lugar do crime

Teoria da ubiquidade: considere-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a


ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.

No tempo do crime, o que importa é a atividade e não o resultado. Para definir o


espaço ilícito penal, podemos considerar tanto o lugar da atividade, quanto o
resultado.

Territorialidade: crime cometido no âmbito Nacional


Navios ou aeronaves públicas ou do governo são consideradas território, não
importam onde estejam.
Se privado, quanto em alto mar ou nesse espaço (onde nenhum país é soberano,
seguem a lei brasileira.
Se privados, em território brasileiro, serão assim considerados.

Territorialidade e extraterritorialidade na lei penal

Extraterritorialidade: crimes cometidos no âmbito internacional.

Incondicionada: basta a situação fática para a aplicação da lei penal. Ex: Crime
contra a vida contra o presidente ou crime de Genocídio praticado por brasileiros. Art.
7º (crimes).
Condicionada: ocorre em casos em que o agente entra no território nacional, o fato
também é punível no país onde foi praticado e o crime está incluído entre aqueles
pelos quais a lei brasileira autoriza extradição. Art. 7º, inciso ll. Incluindo crimes
praticados por brasileiros no exterior.

Lei penal e pessoas

 Podemos dizer que os diplomatas tem imunidade de jurisdição penal e ficam


sujeitos a jurisdição do Estado que representam, caso em que a atribuição da
diplomacia constituiu causa pessoal de exclusão de pena irrenunciável.
 O Agente diplomático não pode também ser objeto de prisão.
 Essa imunidade se estende para todos os agentes diplomáticos, incluindo
funcionários e família.

Imunidade parlamentar

Assegura a liberdade necessária para o exercício do mandato.

Imunidade material: Liberdade de expressão e voto;


Imunidade formal: privação da liberdade de ir e vir;
Teoria do delito

Princípio da ofensividade: (Lesividade)


É necessário que para o Direito Penal atuar é necessário que lesione um bem jurídico
ou traga riscos.

Legalidade:
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia combinação legal”.
Tem a função primordial e efetiva limitação do poder de punir do Estado.
A lei deverá ser:
 Prévia
 Escrita
 Estrita
 Certa

Princípio da culpabilidade:
O princípio mais importante de caráter material, diz respeito em como imputar a
conduta a um agente. Limitado a atingir aluem somente na hipótese em que esteja o
elemento subjetivo na conduta, qual seja, dolo ou culpa.
 A culpabilidade teria como função impedir a responsabilização objetiva do
Direito penal.
 A culpabilidade vem como garantia de que a pena não poderá passar da
pessoa do condenado.

Conceitos de crime

Crime é definido como conduta:


 Típico
 Elícito
 Culpável

Conceito clássico de delito


 Dialoga a razão com o resultado, a partir do pensamento do positivismo
científico.
o conceito clássico de delito seria composto por quatro elementos estruturais:

 Ação
 Tipicidade
 Antijuridicidade
 Culpabilidade

Conceito neoclássico
 Típico
 Ilícito
 Culpável

Proposto pelo finalismo


 afirma que o finalismo deslocou o dolo e a culpa para o injusto penal, retirando-
os da culpabilidade.
 houve uma melhor delimitação dos conceitos e distinções entre os tipos
culposos e dolosos, e o dolo e a culpa não seriam mais elementos da
culpabilidade, mas do próprio injusto penal.
Classificação das infrações penais

Crime: Poderá ser reclusão ou detenção, tendo um limite de pena de 30 anos. É uma
ação penal pública ou penal privada, e a tentativa é considerada punível.

Contravenção penal: Atos violadores da norma penal. Prisão simples, não cumprindo
regime fechado. O limite de penas são de 5 anos o tipo de ação penal é tida como
Ação Penal pública Incondicionada. Não é juridicamente punível, mas pode existir
tentativa.
O conceito de infração penal é mais amplo que o conceito de crime, haja vista que,
para a teoria do delito, a infração penal é conceitualmente entendida como um gênero
de que decorrem duas espécies, qual sejam, crime (delito) e contravenção penal

Sujeitos do delito

 Ativo: Autor da infração penal; pessoa física acima de 18 anos.


Em casos de crime ambiental, a pessoa física é responsabilizada.

 Passivo: “vítima”

Formais (constantes): Estado, interessado pela ordem.


Materiais (eventuais): os titulares do bem jurídico tutelado ou em perigo.
Próprios: Cujo tipo penal exige qualidade/condição especial da vítima

Objeto material:

A doutrina conceitua como a coisa ou pessoa sobre qual incide a conduta criminosa.
Numa hipótese de X matar Y, Y será o objeto material do delito, tendo em vista que é
a pessoa sobre a qual incide a conduta criminosa. Já na hipótese em que X furta Y, o
objeto material passa a ser o objeto furtado e não mais Y.

Objeto jurídico:

é definido pelo próprio interesse da norma de proteger um valor, sendo este


considerado o bem jurídico. Ex: A vida humana. (Delito de homicídio).

Estrutura do crime a partir do conceito analítico

Tipicidade: É considerada a conduta que dá causa a um fato previsto em lei,


compreendida como a conduta + nexo causal + resultado + previsão legal.

Antijuridicidade: Será ilícito quando for:


 Estado de necessidade;
 Legítima defesa;
 Exercício regular do direito;

Culpabilidade: será culpável quando for:


 Imputabilidade;
 Potencial consciência da ilicitude;
 Exigibilidade da conduta diversa;

Tipicidade
Conceito formal: a conduta se encaixa na forma de um artigo previsto em lei.
Conceito material: Que demonstra a existência de uma violação/ofensa relevante a um
bem jurídico tutelado pelo ordenamento jurídico.

Condutas dolosas e culposas

Os elementos que compõem a parte subjetiva do crime são chamados de dolo e culpa,
e estão diretamente ligados à consciência e vontade direcionadas à prática de um
delito.

Dolo: Art.18 do Código Penal, “ O agente quis o resultado ou assumiu o risco de


produzi-lo”.

 A punição culposa só é possível para usando expressamente previstas no tipo


penal.

Volitivas: Buscam um conceito psicológico de vontade, não se analisa o aspecto


normativo, mas apenas a intenção do agente.

Cognitivas: O agente não pode insertar-se de responsabilização por violar a norma


ao indicar que não almejou o resultado.

O dolo possui uma divisão tripartite

Dolo direto de 1º grau: O agente está consciente das circunstâncias de fato e quer
realizar aquele resultado.

Dolo direto de 2º grau: (dolo das consequências necessárias) sabe que o vento vai
correr, mas não necessariamente o deseja, sendo considerado um efeito colateral.

Dolo eventual: tem-se um conhecimento do risco de ocorrência do resultado. (Carro


em alta velocidade).

Culpa: Art. 18, ll ocorrerá quando o agente der causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.

Parágrafo único do Art. 18 do CP prevê que, salvo nos casos culposos previsto
em lei, ninguém poderá ser punido por crime, somente quando o prática
dolosamente.

 Culpa consciente
 Culpa inconsciente
 Culpa própria
 Culpa impropria

Inter criminis

O caminho que se percorre para a prática de um crime.

 Cogitação (Não é punível)


 Preparação
 Execução
 Consumação
Arrependimento eficaz: O agente ao terminar todos os atos executórios, se
arrepende e consegue reverter o delito pelo arrependimento, não executando o
resultado típico.

Desistência voluntária: O a gente realiza partes dos atos executórios e desiste de


continuar a execução que o levaria para o resultado definitivo.

Diferença entre a tentativa e os referidos institutos

Arrependimento eficaz e desistência voluntária: O indivíduo pode prosseguir


comuna ação direcionada ao resultado lesivo mas não quer.

Tentativa: O agente quer prosseguir com a empreitada criminosa, mas não pode por
motivos alheios a sua vontade.

Casualidade e resultado

Casualidade: Vinculação entre a conduta do agente e o resultado. Art.13: o resultado,


de que depende a existência do crime, somente o imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado namoraria
ocorrido.

Critérios normativos para limitar o alcance da casualidade

 Ordem dogmática- penal


 De ordem valorativa
 Por intermédio da imputação objetiva

Quanto aos critérios valorativos, existem causas que podem se manisfestante de


maneiras diferentes.

Causa relativamente independente: Ocorre após a conduta do agente. No


caso relativamente independente que não produzir por si só o resultado, o
autor responde pelo resultado naturalistico.
Ex: quando x mata y e ele morre por decorrência de outra coisa.

Resultado naturalistico: Caracterizado por resultar de uma conduta que gera


alteração física no mundo dos fatos.

Resultado normativo (jurídico): Entendido como aquele que advém de uma lesão ou
risco/perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pelo ordenamento jurídico.

Teoria da imputação objetiva: Cabe destacar inicialmente que a teoria da imputação


objetiva parte de um conceito de causalidade objetiva, acrescido de critérios
normativos na relação causal, a fim de evitar o regresso ao infinito presente na
causalidade simples.

criação de um risco não permitido

Em suma, se a conduta for realizada em contexto no qual haja um risco


permitido, mesmo que seja enquadrada na lei, ela não será tipificada.

Ex: X dirige na estrada conforme as leis de trânsito, o que gera um risco permitido. Se
atropelar alguém nessas condições, não responderá por crime. Mas se ele tiver em
alta velocidade infligindo a lei, será responsabilizado pelo fato típico.
realização do risco não permitido: consiste na análise do nexo de
causalidade entre o risco criado e o resultado produzido. Nesse caso, o agente é
responsabilizado nos limites do risco que criou.

Ex: X joga y em um lago, sendo que y não sabe nadar. Z vendo a situação pulou para
tentar salvar Y, Z e Y morrem por afogamento. Logo, X será responsabilizado pela
morte de y e não de Z. Pois Z se colocou em risco em razão de conduta própria.

alcance do tipo

considerado um “corretivo” do nexo de causalidade. Tal critério é analisado a partir de


uma conduta que viole a finalidade de proteção do tipo penal, e somente haverá
responsabilização caso haja essa conexão, além de produzir danos diretos ao bem
jurídico tutelado.

Ex: Dois ciclistas estão em uma pista, X e Z, andam em fila indiana sem equipamentos
necessários. Por motivo de iluminação, o primeiro ciclista X atropela y, ocasionando a
sua morte. Apenas o primeiro deverá ser responsabilizado, tendo em vista que cada
um responde individualmente pela sua conduta.

Ilicitude e suas excludentes

É o fato típico que é contrário ao ordenamento jurídico. Trata-se do comportamento


que se enquadra no texto legal e que não possui autorização para ser praticado, não
incorre em nenhuma hipótese excludente e traz circunstâncias que não justificam a
sua prática.

Exclusão de ilicitude

 Estado de necessidade; (Art. 24)


 Legítima defesa; (Art. 25)
 Estrito cumprimento legal;

Culpabilidade

A culpabilidade é o terceiro e último elemento da figura tripartite no


delito. Culpabilidade é o juízo de reprovação que se faz sobre a conduta de um agente
que pratica um ato típico e ilícito, e que poderia e deveria ter agido de forma diferente.

 Imputabilidade (maior idade)


 Potencial consciência de ilicitude
 Exigibilidade de conduta diversa

Excludente de culpabilidade

Ex: Uma pessoa com grande deficiência mental encontra uma arma na sua casa e
começa a brincar com ela, ela atinge alguém da sua família. Essa pessoa com
deficiência mental sabia exatamente o que estava fazendo? Não. Nessa situação,
estamos de alguém inimputável.
Ele não será absolvido, mas será isenta de pena;
Outros exemplos:

• Coação oral irresistível;


• Obediência hierárquica;
• Embriaguez completa fortuita ou acidental;
 Biológico(…)

Teoria do erro

o erro considerado relevante para o Direito Penal consiste no vício da vontade e/ou do
conhecimento, ocasionando uma falsa percepção do mundo real.

Erro do tipo:
Erro do tipo essencial:
Erro do tipo acidental:
Erro sobre a pessoa:
Erro sobre o objeto:
Erro de tipo na execução:
Aberratio criminnis:
Erro de proibição:

Discriminantes putativas

 Causas imaginárias (putativas) de erro. (Excludente de ilicitude)

As discriminantes se dividem em 2:

Erro de tipo permissivo: É o caso em que o agente erra sobre a situação fática,
como o pai acha que é um bandido pulando o muro da casa e atira com o solo de
matar. Contudo, quem pulou foi seu filho, que havia esquecido a chave, e acabou
atingindo e falecido. Aqui há o casa de legítima defesa putativa (imaginaria). Tal tipo,
pode isentar de pena, mas se o tipo permitir, haverá responsabilização por culpa.

Erro de proibição indireto: Consiste no erro sobre a existência da discriminante, por


exemplo, quando o agente acha que mata em legítima defesa da honra, o que não é
aceito no mundo jurídico e nem tipificado, ou sobre os limites da discriminante, quando
o agente prossegue com a conduta além do permitido

Só será excludente de ilicitude quando de fato se estiver diante de uma situação


real. Quando a situação for derivada de erro do agente, será aplicada a teoria
limitada da culpabilidade, que define e estrutura as descriminastes putativas do
erro.

Art. 20 do código penal

Trata-se de erro sobre elemento constitutivo do tipo legal, excluindo subjetivo e


permitindo uma condenação por ato culposo, quando previsto em lei penal.

Ler e entender o tópico 5!!!!!!

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