Rel Buriti Bravo
Rel Buriti Bravo
Rel Buriti Bravo
BURITI BRAVO
PROJETO CADASTRO DE
FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA
ESTADO DO MARANHÃO
PAC
PROGRAMA DE
ACELERAÇÃO DO
CRESCIMENTO
Dezembro/2011
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DO MARANHÃO
ESTADO DO MARANHÃO
Geólogo: José Barbosa Lopes Filho – Especialista em Recursos Hídricos e Meio Ambiente
Teresina/Piauí
Dezembro/2011
SECRETARIA EXECUTIVA
Márcio Pereira Zimmermann
Secretário Executivo
CDD 551.49098121
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10
3 - OBJETIVO ............................................................................................................................. 11
4 – METODOLOGIA .................................................................................................................. 12
5 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO................................................................................. 13
7 – CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 32
8 – RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................ 34
APENDICE
ANEXOS
1 - INTRODUÇÃO
O Polígono das Secas, que abrange quase toda a região Nordeste e o norte de Minas
Gerais e do Espírito Santo, apresenta um regime pluviométrico marcado por extrema
irregularidade de chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cenário, a escassez de água constitui
um forte entrave ao desenvolvimento socioeconômico e, até mesmo, à subsistência da
população. A ocorrência cíclica das secas e seus efeitos catastróficos são por demais
conhecidos e remontam aos primórdios da história do Brasil.
Esse quadro de escassez poderia ser modificado em determinadas regiões, através de
uma gestão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Entretanto, a carência
de estudos de abrangência regional, fundamentais para a avaliação da ocorrência e da
potencialidade desses recursos, reduz substancialmente as possibilidades de seu manejo,
inviabilizando um gerenciamento eficiente. Além disso, as decisões sobre a implementação de
ações de convivência com a seca exigem o conhecimento básico sobre a localização, a
caracterização e a disponibilidade dessas fontes hídricas.
Para esse efetivo gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente num contexto
emergencial, como é o caso das secas, merece atenção a utilização das fontes de
abastecimento de água subterrânea, pois esse recurso pode tornar-se significativo no
suprimento hídrico da população e dos rebanhos. Neste sentido, um fato preocupante é o
desconhecimento generalizado, em todos os setores, tanto do número quanto da situação das
captações existentes. Esse fato é agravado quando se observa a grande quantidade dessas
captações de água subterrânea no semiárido, principalmente em rochas cristalinas, desativadas
e/ou abandonadas por problemas de pequena monta, em muitos casos passíveis de ser
solucionados com ações corretivas de baixo custo.
Para suprir as necessidades das instituições e demais segmentos da sociedade, atuantes
no atendimento à população da região Nordeste quanto à garantia de oferta e disponibilidade
hídricas, principalmente nos momentos críticos de estiagem, a CPRM executou o Projeto
Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no Estado do Maranhão, em
consonância com as diretrizes do Governo Federal e com os propósitos apresentados pelo
Ministério de Minas e Energia.
2 - ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Os trabalhos de cadastramento estenderam-se por todo o estado do Maranhão, que foi
dividido, metodologicamente, para efeito de planejamento, em oito áreas de atuação,
compreendendo 213 municípios e cobrindo uma superfície aproximada de 330.511 km 2
(Figura 1).
Figura 1 - Área do projeto, em destaque, abrangendo todo o estado do Maranhão, e o cadastramento das regiões
nordeste e norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, realizado pela CPRM.
3 - OBJETIVO
metodológicas, a região metropolitana da Ilha de São Luis, onde estão incluídos a capital e os
municípios de Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar.
4 – METODOLOGIA
Brasil ao Milionésimo – GIS Brasil (CPRM, 2004), com alguns ajustes. Mas, em função da
diferença de escala, podem apresentar distorções ou algum erro.
Na produção desses mapas, foram utilizadas bases cartográficas com dados
disponibilizados pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, como hidrografia,
localidades e estradas e os Mapas Municipais Estatísticos, em formato digital do IBGE
(2007), elaborados a partir das cartas topográficas da SUDENE e do DSG – escala 1:100.000,
sobre os quais foram colocados os dados referentes aos poços e fontes naturais, além da
geologia e hidrogeologia. A base estadual com os limites municipais foi cedida pelo IBGE.
Os trabalhos de montagem e arte final dos mapas foram realizados com o software ArcGIS
10.
Há municípios em que ocorrem alguns casos de poços plotados fora dos limites do
mapa municipal. Tais casos acontecem devido a problemas ainda existentes na cartografia
municipal ou a informações incorretas, fornecidas aos recenseadores.
Além desse produto impresso, todas as informações coligidas em cada município estão
disponíveis em meio digital, através de um CD ROM, permitindo a sua contínua atualização.
5 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
d’águas permanentes e em áreas livres, públicas e privadas. Além disso, a disposição final do
lixo urbano não é feita adequadamente em um aterro sanitário.
De acordo com os dados da IBGE (2000) apenas 6,37% dos domicílios têm seus lixos
coletados, enquanto 88,69% lançam seus dejetos diretamente no solo ou os queimam e 4,93%
jogam o lixo em lagos ou outros destinos. Dessa forma, a disposição final do lixo urbano e do
esgotamento sanitário não atendem as recomendações técnicas necessárias, pois não há
tratamento do chorume, dos gases produzidos pelos dejetos urbanos, nem dos efluentes
domésticos e pluviais, como forma de reduzir a contaminação dos solos, a poluição dos
recursos naturais e a proliferação de vetores de doenças de veiculação hídrica. Além disso, a
coleta do lixo dos estabelecimentos de saúde é acondicionada de forma inadequada, elevando
o risco de poluição dos recursos hídricos subterrâneos.
O fornecimento de energia é feito pela CHESF através da CEMAR (2011) pelo
Sistema Regional de Teresina que compreende a região Leste, polarizada por Caxias e Timon.
É suprido radialmente em 69 KV. Composto por quatro subestações, sendo duas na tensão
69/13,8 KV e duas na tensão 34,5/13,8 KV. Segundo o IMESC (2010) referente aos dados de
2008, existem 5.677 consumidores de energia elétrica no município de Buriti Bravo.
durante praticamente todo o ano, superando os 2.000 mm. Nas outras regiões, prevalece o
clima tropical quente e semiúmido (Aw), com sucessão de chuvas durante o verão e inverno
seco, cujas precipitações reduzidas alcançam 1.250 mm. Há registros ainda menores na região
sudeste, podendo chegar a 1.000 mm.
O território maranhense apresenta-se como uma grande plataforma inclinada na
direção sul-norte, com baixo mergulho para o oceano Atlântico. Os grandes traços atuais do
modelado da plataforma sedimentar maranhense revelam feições típicas de litologias
dominantes em bacias sedimentares. Essa plataforma, submetida à atuação de ciclos de erosão
relativamente longos, respondeu de forma diferenciada aos agentes intempéricos, em função
de sua natureza, de estruturação e de composição das rochas, modelando as formas tabulares e
subtabulares da superfície terrestre. Condicionados ao lineamento das estruturas litológicas,
os gradientes topográficos dispõem-se com orientações sul-norte. As maiores altitudes estão
localizadas na porção sul, no topo da Chapada das Mangabeiras, no limite com o estado do
Tocantins. As menores altitudes situam-se na região norte, próximo à linha de costa.
Feitosa (1983) classifica o relevo maranhense em duas grandes unidades: planícies,
que se subdivide em unidades menores (costeira, flúvio-marinha e sublitorânea), e planaltos.
As planícies ocupam cerca de 60% da superfície do território e os planaltos 40%. São
consideradas planícies as superfícies com cotas inferiores a 200 metros. Já os planaltos,
restritos às áreas do centro-sul do estado, são superfícies com cotas acima de 200 metros.
Jacomine et al. (1986 apud VALLADARES et al., 2005) apresentam de maneira
simplificada as seguintes formas de relevo no estado do Maranhão: chapadas altas e baixas,
superfícies onduladas, grande baixada maranhense, terraços e planícies fluviais, tabuleiros
costeiros, restingas e dunas costeiras, golfão maranhense e baixada litorânea.
O leste maranhense é formado, em quase sua totalidade, por planaltos entremeados de
chapadas, colinas e morros. A drenagem, utilizando-se de zonas de fraqueza nas rochas
sedimentares de direção sul-norte, esculpiu relevos de áreas planas, rampeadas em relação à
drenagem e/ou relevos residuais de topo plano. Dissecados em lombas, colinas e morros,
esses relevos têm altitudes variando de 140 a 400 metros. O Planalto Dissecado do Itapecuru,
com altitude entre 140 a 200 metros, apresenta um relevo de colinas e morros com vales
pedimentados. Ocorrem, ainda, relevos residuais de topo plano e colinas, e, no trecho cortado
pelo rio Itapecuru, tem-se um relevo plano que corresponde a um antigo nível de terraço desse
rio. A região correspondente ao Patamar de Caxias caracteriza-se por apresentar um relevo
com áreas planas, rampeadas em relação à drenagem. Destacam-se também, relevos residuais
em colinas, cristas, pontões e morros. Essa unidade apresenta altitudes que variam de 120 a
155 metros. Na área dos Tabuleiros do Médio Itapecuru, o relevo exibe um predomínio dos
topos dissecados em lombas e colinas, com altitudes entre 180 a 240 metros. Na área dos
Tabuleiros do Parnaíba, na margem esquerda do rio, ocorrem planos irregulares, em níveis
altimétricos entre 20 e 400 metros, com vertentes dissecadas em colina e morros. Os
Tabuleiros Sublitorâneos apresentam um relevo plano, entalhado por uma drenagem de
direção sul-norte. Ao longo dessa drenagem, ocorrem lombas e colinas suaves com altitudes
variando de 25 a 100 metros, decaindo de sul para norte.
As variabilidades de clima, de relevo e de solo do território brasileiro permitem o
desenvolvimento de uma grande diversidade de ambientes naturais. A cobertura vegetal do
Maranhão reflete, em particular, a influência das condições de transição climática entre o
clima amazônico e o semiárido nordestino. Na área do Planalto Dissecado do Itapecuru, a
vegetação original de floresta foi substituída pela agropecuária e pela agricultura de
subsistência; o clima regional varia de subúmido a semiárido e subúmido, com pluviosidade
anual entre 1.400 a 1.600 mm. Na área do Patamar de Caxias, a cobertura vegetal é
representada pelo contato da Savana com a Floresta, com o predomínio da primeira; o clima
regional é subúmido a semiárido, com a pluviosidade anual entre 1.300 a 1.500 mm. Na
região dos Tabuleiros do Médio Itapecuru, ocorre vegetação caracterizada pelo contato
Savana/Floresta com a agropecuária e a agricultura de subsistência; o clima regional é
subúmido a semiárido, com a pluviosidade variando de 1.200 a 1.400 mm. Nos Tabuleiros do
Parnaíba, a vegetação é caracterizada pelo contato Savana/Floresta, com domínio da Savana
Arbórea Aberta,que foi descaracterizada em alguns trechos para a implantação da
agropecuária e da agricultura de subsistência; o clima regional é subúmido a semiárido, cuja
pluviosidade anual varia entre 1.100 a 1.400 mm.
Os solos da região estão representados por Latossolo Amarelo, Latossolo Vermelho-
Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo e Solos Litólicos (EMBRAPA, 2006). Latossolo
Amarelo são solos profundos, bem a acentuadamente drenados, com horizontes de coloração
amarelada, de textura média e argilosa, sendo predominantemente distróficos, ocorrendo
também álicos, com elevada saturação de alumínio e teores de nutrientes muito baixos. São
encontradas em áreas de topos de chapadas, ora baixas e dissecadas, ora altas e com extensões
consideráveis, apresentando relevo plano com pequenas e suaves ondulações, tendo como
tropical semi-úmido, com temperatura mínima de 22,40 ºC, máxima de 32,59 ºC média anual
de 26,76 ºC.
O clima da região do município, segundo a classificação de Köppen, é tropical (AW’)
com dois períodos bem definidos: um chuvoso de janeiro a junho, com médias mensais
superiores 141,6 mm, e outro seco, correspondente a aos meses de julho a dezembro. Dentro
do período de estiagem, a precipitação pluviométrica varia de 1,1 a 129,4 mm, com
precipitação total anual em torno de 1.107,8mm, segundo o Jornal do Tempo (2011). Esses
dados são referentes ao período de 1961 a 1990.
O período mais quente do ano vai de setembro a novembro, com valores médios de
28,58 °C e o mês mais frio é fevereiro, com 25,91 °C de média. O relevo do município é
plano e suavemente ondulado, tendo a área inserida na unidade geomorfológica denominada
Superfície Maranhense com Testemunho, caracterizada em forma de mesas resultante do
processo de dissecação em interflúvios tabulares e grupamento de mesas, formada por relevos
residuais tabulares isolados em superfícies aplanadas. Estão presentes superfícies
pediplanadas que apresentam extensas superfícies elaboradas em rochas sedimentares com
amplos vales interplanálticos sedimentados.
A planície aluvionar caracteriza-se por apresentar uma superfície extremamente
horizontalizada, onde os sedimentos inconsolidados (areias, argilas e cascalhos) encontram-se
depositados nas margens e nos leitos dos principais cursos d’água da região. A região possui
uma vegetação de transição entre a zona dos cocais, a pré-amazônica e o cerrado, onde são
encontradas várias espécies: babaçuais densos e puros, cerrados, matas de galeria ou ciliares e
uma vegetação composta de mata seca denominada "carrasco".
Os cerrados são formações florestais típicas de climas quentes com um período
intensamente chuvoso, seguido de um período seco bem delimitado com vegetação arbórea,
composta de árvores esparsas, tortuosas, copas bastante esgalhadas e raramente com folhas
decíduas adaptadas a solos deficientes em água e elementos nutritivos e profundos, as
espécies dominantes são: o Pau-terra, a Sambaíba, o Murici, a Faveira de bolota, o Pequi e o
Bacuri. O babaçual é uma mata formada pela família das palmáceas, ocorrendo em áreas de
baixos platôs e nas áreas de relevo ondulado. A espécie dominante é o Babaçu e nas áreas
baixas é encontrado o Buriti.
As matas de galeria ou mata ciliares ocorrem ao longo dos rios e riachos no meio da
região do Cerrado; são formações arbóreas – arbustiva que algumas vezes tem o buritizal
5.4 – Geologia
6 - RECURSOS HÍDRICOS
Parnaíba-Balsas, Bacia do rio Tocantins, além de outras pequenas bacias. Suas principais
vertentes hidrográficas são: a Chapada das Mangabeiras, a Chapada do Azeitão, a Serra das
Crueiras, a Serra do Gurupi e a Serra do Tiracambu.
As bacias hidrográficas são subdivididas em sub-bacias e microbacias. Elas
constituem divisões das águas, feitas pela natureza, sendo o relevo responsável pela divisão
territorial de cada bacia, que é formada por um rio principal e seus afluentes.
O município de Buriti Bravo pertence à bacia hidrográfica do rio Itapecuru, que drena
a sua área. Trata-se de uma bacia irregular, estreita nas nascentes e na desembocadura,
alargando-se na parte central, onde atinge aproximadamente 120 km. O rio Itapecuru pode ser
caracterizado, fisicamente, em 03 (três) grandes regiões distintas: Alto, Médio e Baixo
Itapecuru. Nasce nos contrafortes das serras Crueira, Itapecuru e Alpercatas, em altitudes em
torno de 500 metros nas fronteiras dos municípios de Mirador, Grajaú e São Raimundo das
Mangabeiras. Percorre 1.090 km até a sua desembocadura na baía do Arraial, ao sul de São
Luís. Corre no sentido oeste-leste das nascentes até o povoado de Várzea do Cerco, 25 km à
montante da cidade de Mirador, tomando rumo norte ao deslocar-se sobre os chapadões do
alto curso, até receber o seu maior depositário, o rio Alpercatas, que contribui com 2/3 de seu
volume, em sua desembocadura. Muda de direção para nordeste até receber o rio Corrente,
tracejando um longo contorno no município de Caxias. Apesar de apresentar algumas
inflexões, mantém-se na mesma direção, até alcançar a Baía do Arraial, onde desemboca por
dois braços: o Tucha, como principal, e o Mojó, como secundário. Fatores como as
características da rede de drenagem, a compartimentação, as formas de relevo da bacia e a
navegabilidade foram os critérios nos quais a SUDENE se baseou para dividir o curso do rio
(BEZERRA, 1984 apud ALCÂNTARA, 2011). A rede de drenagem distribui-se em padrão
geralmente paralelo no alto curso, embora uma tendência dendrítica se revele cada vez mais à
medida que vai atingindo o baixo curso (IBGE, 1997). Os rios da bacia do Itapecuru drenam
os terrenos sedimentares da Bacia Sedimentar do Parnaíba. Eles são compostos,
principalmente, pelas sequências de arenitos, de siltitos, de folhelhos e de argilitos, nos quais
a ocorrência de falhas e fraturas condicionam seus cursos. A bacia do rio Itapecuru constitui
um divisor de água que se interpõe entre a Bacia do Parnaíba, a leste, e a Bacia do Mearim, a
oeste. Como afluentes importantes, verifica-se, pela margem direita, os rios Correntes,
Pirapemas e Itapecuruzinho, e os riachos Seco, do Ouro, Gameleira e Guariba. Pela margem
esquerda, tem-se os rios Alpercatas, Peritoró, Pucumã, Codozinho, dos Porcos e Igarapé
Grande, além dos riachos São Felinho, da Prata e dos Cocos. Alérm do rio Itapecuru, drenam
a área do município os rios Correntes, Balseiro e os riachos da Caiçara, da Lagoa do Frio, do
Buriti Bravo, da Caatinga Branca, da Gamboa, Inhumas, Cipó, do Chupé, Baixa do Coco,
Seco, do Barreiro Velho, da Aldeia, do Raposo, Caiçara, dentre outros
poços públicos estão desativados, enquanto os particulares somam apenas 03. Os públicos, a
depender da administração municipal, podem entrar em operação com substancial acréscimo
de disponibilidade hídrica aos 37 já existentes, em pleno uso.
Com relação à qualidade das águas dos poços cadastrados foram realizadas, “in loco”,
medidas de condutividade elétrica, em amostras de águas de 53 poços, que é a capacidade de
uma substância conduzir a corrente elétrica, diretamente relacionada com o teor de sais
dissolvidos.
Na maioria das águas subterrâneas naturais, a condutividade elétrica da água
multiplicada por um fator, que varia entre 0,55 e 0,75, gera um valor estimativo dos Sólidos
Totais Dissolvidos (STD). Neste diagnóstico utilizou-se o fator médio 0,65 para se obter o
teor de sólidos totais dissolvidos, a partir do valor da condutividade elétrica, medida por
condutivímetro nas águas dos poços cadastrados e amostrados.
A água com demasiado teor de sais dissolvidos não é recomendável para determinados
usos. De acordo com a classificação de Mcneely et al. (1979), quadro 2, considera-se que
águas com teores de STD menores do que 1.000 mg/L de sólidos totais dissolvidos são, em
geral, satisfatórias para o uso doméstico, sendo consideras de tipologia doce. Ressalta-se que
para fins industriais podem ser utilizadas, respeitando-se os processos envolvidos, de acordo
com critérios específicos de cada indústria.
Quadro 2 – Classificação das águas subterrâneas, quanto ao STD, segundo Mcneely et al. (1979).
Com relação aos Sólidos Totais Dissolvidos – STD apresenta uma média por poço de
363,34 mg/L, com valor mínimo de 22,10 mg/L, encontrado na localidade Lages (poço JC
179) e valor máximo de 1.667,0 mg/L detectado no povoado Boi (poço JE 085). De acordo
com a classificação de Mcneely et al. (1979), quadro 2, 94,34% das águas se enquadram no
tipo doce e 5,66% são ligeiramente salobra, figura 8.
7 – CONCLUSÕES
7.10 - As formações Pedra de Fogo, aflorando em uma área restrita a SSE e, Pastos
Bons, aflorando a NE e a W do município, reunindo principalmente siltitos, folhelhos,
arenitos muito finos e argilosos, caracterizam-se como aquitardos, com potencial
hidrogeológico que varia de muito fraco a fraco, sendo explotados principalmente através de
poços tubulares rasos e poços escavados, tipo “amazonas”;
7.11 - As formações Mosquito e Sardinha, constituída por diabásios, apresentam uma
permeabilidade primária quase nula, condicionando a ocorrência de água subterrânea a uma
porosidade secundária, representada por fraturas e fendas com circulação restrita às fraturas
abertas, dando origem a reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão,
comumente denominado “aqüífero fissural”. Neste contexto hidrogeológico, em geral, o
potencial é praticamente nulo;
7.12 - Com relação à qualidade das águas dos poços cadastrados foram realizadas,“in
loco”, medidas de condutividade elétrica, em amostras de águas de 53 poços;
7.13 - A Condutividade Elétrica, obtida nas amostras analisadas dos poços
cadastrados, apresenta em 94,34% baixos valores de Sólidos Totais Dissolvidos (STD),
caracterizando a água como doce como determina a Portaria do MS nº 518/2004. Em 5,66%
das amostras foram obtidos valores acima de 1.000,0 mg/L, caracterizando a água como
ligeiramente salobra;
7.14 - Em termos de Sólidos Totais Dissolvidos – STD apresenta uma média, por
poço, de 363,34 mg/L, com valor mínimo de 22,10 mg/L, encontrado na localidade Lages
(poço JC 179) e valor máximo de 1.667,0 mg/L detectado no povoado Boi (poço JE 085). De
acordo com a classificação de Mcneely et al. (1979), 94,34% das águas se enquadram no tipo
doce e 5,66% são ligeiramente salobra;
7.15 - Por não ser objetivo do projeto não foram realizados testes de bombeamento nos
poços cadastrados;
7.16 - Em função da carência de dados dos poços existentes, do conhecimento de
valores referenciais de vazões dos aqüíferos da região e da imprecisão das informações
coletadas, junto aos usuários e moradores, não foram abordados aspectos quantitativos das
descargas de água subterrânea.
8 – RECOMENDAÇÕES
9–REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Departamento Nacional da Produção Mineral. Projeto Radam. Folha SA. 23 São
Luis e parte da folha SA. 24 Fortaleza: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso
potencial da terra. Rio de Janeiro: DNPM, 1973. v. 3. (Levantamento de Recursos Naturais,
3).
CABRAL, J. Movimento das águas subterrâneas. In: FEITOSA, A. C.; MANOEL FILHO, J.
Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 2. ed. Fortaleza: CPRM, 2000. p. 35-52.
COSTA, J. L. et al. Projeto Gurupi: relatório final da etapa. Belém: CPRM, 1977. v.1.
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C.; MANOEL FILHO, J. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 2. ed. Fortaleza: CPRM,
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LIMA, E. A. M.; LEITE, J. F. Projeto Estudo Global dos Recursos Minerais da Bacia
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MANOEL FILHO, J. Ocorrências das águas subterrâneas. In: FEITOSA, A. C.; MANOEL
FILHO, J. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 2. ed. Fortaleza: CPRM, 2000. p. 13-33.
APÊNDICE
CÓDIGO LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE NATUREZA SITUAÇÃO DO FINALIDADE DO USO PROF NE ND SITUAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE COND.ELÉTRICA STD (mg/L)
POÇO DO PONTO TERRENO (m) (m) (m) POÇO BOMBEAMENTO (µS/cm)
JC154 Boa Vista -6,0046185 -43,8236047 Tubular Público Abastecimento Urbano 115 Em operação Submersa 307 199,55
JC155 Baixa Verde -5,9758062 -43,8290764 Tubular Público Abastecimento Urbano 150 Em operação Submersa 333 216,45
JC156 Vista Alegre -5,9613974 -43,8236261 Tubular Público Abastecimento Urbano 150 Em operação Submersa 502 326,30
JC157 Mocambo -5,9416831 -43,8152684 Tubular Público Abastecimento Urbano 108 Em operação Submersa 1614 1.049,10
JC158 Lagoinha -5,9586937 -43,8161696 Tubular Público Abastecimento Urbano 112 Em operação Submersa 677 440,05
JC179 Lages -5,9880478 -43,7859143 Tubular Público Abastecimento Urbano 150 Em operação Submersa 34 22,10
JE074 Povoado Mendes -5,7098169 -43,5969526 Tubular Público Abastecimento Urbano 210 Em operação Submersa 787 511,55
JE075 Assentamento Rio Claro -5,7163883 -43,6232919 Tubular Público 194 Paralisado Submersa
JE076 Povoado Solta do Zezito -5,6661452 -43,6320735 Tubular Público Abastecimento Urbano 100 Em operação Submersa 574 373,10
JE077 Fazenda Pau D´Arco -5,7129336 -43,6859859 Tubular Particular Doméstico 120 Em operação Compressor 159,8 103,87
JE078 Fazenda Pau D´Arco -5,721565 -43,6854065 Tubular Particular 150 26,7 Paralisado Submersa 342 222,30
JE079 Fazenda Barauna -5,7113028 -43,7172336 Tubular Particular Doméstico 110 Em operação Submersa 293 190,45
JE080 Povoado Angical -5,6602068 -43,7749333 Tubular Público Doméstico 186 Em operação Submersa 346 224,90
JE081 Povoado Coluna I -5,6335778 -43,7644459 Tubular Público Abastecimento Urbano 120 Em operação Submersa 410 266,50
JE082 Povoado Alecrim -5,7693834 -43,6857016 Tubular Público Abastecimento Urbano 86 Em operação Submersa 420 273,00
JE083 Povoado São João -5,7821454 -43,7105978 Tubular Público 136 Paralisado Submersa
JE084 Fazenda Brasilinha -5,7924075 -43,798231 Tubular Particular Doméstico Em operação Submersa 290 188,50
JE085 Povoado Boi -5,7347293 -43,7956024 Tubular Público Abastecimento Urbano 80 Em operação Submersa 2580 1.677,00
JE086 Povoado Cipo Tuta -5,7518847 -43,7739892 Tubular Público Abastecimento Urbano 50 15 Em operação Compressor 990 643,50
JE087 Fazenda Baixão do Cipo -5,7433231 -43,7829746 Tubular Particular Doméstico Em operação Submersa 484 314,60
JE088 Fazenda Santa Rita -5,7612134 -43,7907101 Tubular Particular Doméstico 100 Em operação Submersa 720 468,00
JE250 Vila Zé Henrique -5,8455192 -43,8330605 Tubular Público Paralisado Submersa
JE251 Multirão -5,8403813 -43,8448393 Tubular Público Paralisado Submersa
JE252 Grotão -5,8385523 -43,8425192 Tubular Público Abastecimento Urbano Em operação Submersa 402 261,30
JE253 SEDE-Posto Médico -5,8305434 -43,8318661 Tubular Público Abandonado 0,00
JE254 Bairro Titirana -5,840938 -43,838827 Tubular Público Abastecimento Urbano Em operação submersa 541 351,65
JE255 Bairro Discopão -5,8413369 -43,8296289 Tubular Público Abastecimento Urbano Em operação submersa 255 165,75
JE256 Bairro Centro -5,8380604 -43,8389015 Tubular Público Abastecimento Urbano Em operação submersa 488 317,20
JE257 Sitio Jaldo Cruz -5,8411111 -43,8419444 Tubular Particular Não instalado
JJ-286 Bom Jesus -5,9375525 -43,8307393 Tubular Público Abastecimento Urbano Em operação Compressor 515 334,75
JJ-287 Chapada de Santana -5,9250749 -43,8849414 Tubular Público Abastecimento Urbano 154 30 Em operação Compressor 497 323,05
JJ-288 Sambaiba -5,9285564 -43,9011956 Tubular Público Abastecimento Urbano 120 20 Em operação Submersa 316 205,40
JJ-369 Serraria -5,8936877 -44,0268893 Tubular Público Abastecimento Urbano 80 Em operação Submersa 622 404,30
JJ-370 Marajá -5,9175272 -44,0079368 Tubular Público Abastecimento Urbano 120 Em operação Submersa 197,2 128,18
JJ-371 Morada Nova -5,8968259 -44,0070409 Tubular Público Abastecimento Urbano 160 Em operação Compressor 347 225,55
JJ-372 Santa Fé -5,9008063 -43,9755089 Tubular Público Abastecimento Urbano 120 Em operação Submersa 471 306,15
JJ-373 Santa Fé -5,8995939 -43,9749403 Tubular Público 110 50 Paralisado 0,00
JJ-374 Fazenda Boa Esperança -5,8411003 -43,8552547 Tubular Particular Doméstico 108 Em operação Submersa 59,7 38,81
JJ-375 Fazenda Bela Vista -5,8507992 -43,8925321 Tubular Particular Doméstico 120 Em operação Compressor 97,5 63,38
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CÓDIGO LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE NATUREZA SITUAÇÃO DO FINALIDADE DO USO PROF NE ND SITUAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE COND.ELÉTRICA STD (mg/L)
POÇO DO PONTO TERRENO (m) (m) (m) POÇO BOMBEAMENTO (µS/cm)
JJ-376 Barro Vermelho -5,8633251 -43,9272077 Tubular Público Abastecimento Urbano 150 30 Em operação Submersa 403 261,95
JJ-377 Cágado -5,8821757 -43,9422334 Tubular Público Abastecimento Urbano 150 Paralisado Submersa 0,00
JJ-378 Ponto D´Água -5,8636523 -43,9507736 Tubular Público Abastecimento Urbano 175 100 Em operação Submersa 529 343,85
JJ-379 Fazenda Alto Alegre -5,8701057 -43,9718557 Tubular Particular Doméstico 140 Em operação Submersa 842 547,30
JJ-380 Povoado Alegre -5,8677185 -43,981104 Tubular Particular 220 Obstruído
JJ-381 Povoado Alegre -5,8690114 -43,9832819 Tubular Público Abastecimento Urbano 150 100 Em operação Submersa 705 458,25
JJ-382 Três Lagoas -5,848868 -44,0102703 Tubular Público Abastecimento Urbano 103 Paralisado
JJ-383 Três Lagoas -5,8473981 -44,010678 Tubular Público Abastecimento Urbano 98 22 Em operação Submersa 548 356,20
JJ-384 Três Lagoas -5,8443833 -44,0105225 Tubular Particular Doméstico 139 14 Em operação Submersa 538 349,70
JJ-596 Lagoa do Gado -5,7985927 -43,9619852 Tubular Público Abastecimento Urbano 120 70 Em operação Submersa 779 506,35
JJ-597 Povoado José Carlos -5,8072937 -43,8948763 Tubular Público Abastecimento Urbano 180 60 Em operação Submersa 613 398,45
JJ-598 Campos Novos -5,818103 -43,9187909 Tubular Público Abastecimento Urbano 204 Em operação Submersa 527 342,55
JJ-599 Povoado Menezes -5,7616479 -43,8884176 Tubular Público Abastecimento Urbano 150 Em operação Submersa 1572 1.021,80
JJ-600 Povoado Pedras -5,5873419 -43,8717557 Tubular Público Abandonado Submersa
JJ-601 Lagoa dos Bichos -5,6402619 -43,883949 Tubular Público 100 30 Abandonado
JJ-602 Canafista -5,7061208 -43,8811434 Tubular Particular Doméstico/animal Em operação Compressor 544 353,60
JJ-603 Serrinha -5,7379265 -43,8476426 Tubular Público Abastecimento Urbano 250 100 Em operação Submersa 835 542,75
JJ-604 Serrinha -5,7395733 -43,846559 Tubular Público Abastecimento Urbano Em operação Submersa 860 559,00
JJ-673 Chapada do Coelho -5,9544666 -43,7631048 Tubular Público 53,6 Paralisado 156 101,40
JJ-674 Itaúna -5,9134931 -43,8038207 Tubular Público Abastecimento Urbano Em operação Submersa 126,6 82,29
JJ-675 Fazenda Bananeira -5,8836348 -43,8007952 Tubular Particular Doméstico 114 35 Em operação Submersa 548 356,20
JJ-769 Moita do Coco -5,8549727 -44,064349 Tubular Público Abastecimento Urbano 180 Em operação Submersa 696 452,40
JJ-770 Fazenda Cacobim -5,8563835 -44,0160746 Tubular Particular Doméstico/animal 186 86 Em operação Submersa 1007 654,55
JJ-771 Muntum -5,8727665 -43,6837114 Tubular Público Abastecimento Urbano 120 46,8 Paralisado Submersa 483 313,95
JJ-772 -5,8325065 -43,7946475 Tubular Particular 36,33 Obstruído
JJ-773 Fazenda Caverna -5,7790715 -43,8392151 Tubular Particular 116 38,8 Não instalado 436 283,40
JJ-774 Caverna -5,7787658 -43,8400412 Tubular Particular 33,1 Obstruído 0,00
JJ-775 Canabrava -5,7578982 -43,8490588 Tubular Público Abastecimento Urbano 80 Em operação Submersa 207 134,55
JJ-776 Canabrava -5,7586492 -43,8487155 Tubular Público Abastecimento Urbano 80 10 Paralisado Submersa
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ANEXOS