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Tese Biosinais

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JULIANO ELESBÃO RATHKE

SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE SINAIS


BIOMÉDICOS: MÓDULOS DIDÁTICOS DE ECG,
EMG, EOG E CONVERSÃO ANALÓGICO-DIGITAL
DE BIOSINAIS

FLORIANÓPOLIS
2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA ELÉTRICA

SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE SINAIS BIOMÉDICOS: MÓDULOS


DIDÁTICOS DE AQUISIÇÃO DE ECG, EMG, EOG E CONVERSÃO
ANALÓGICO-DIGITAL DE BIOSINAIS

Dissertação submetida à
Universidade Federal de Santa Catarina
como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica.

JULIANO ELESBÃO RATHKE

Florianópolis, Agosto de 2008


SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE SINAIS BIOMÉDICOS: MÓDULOS
DIDÁTICOS DE AQUISIÇÃO DE ECG, EMG, EOG E CONVERSÃO
ANALÓGICO-DIGITAL DE BIOSINAIS

JULIANO ELESBAO RATHKE

‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre


em Engenharia Elétrica, Área de Concentração em Engenharia Biomédica, e
aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
da Universidade Federal de Santa Catarina. ’

_________________________________________
Fernando Mendes de Azevedo, D. Sc.
Orientador

________________________________________
Kátia Campos de Almeida, Ph.D.
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica

Banca Examinadora:

________________________________________
Fernando Mendes de Azevedo, D.Sc.
Presidente

________________________________________
José Marino Neto, Dr
Co-Orientador

________________________________________
Fernanda Isabel Marques Argoud, Dr.

________________________________________
Renato Garcia Ojeda, Dr.

________________________________________
Pedro Bertemes Filho, Ph.D.

ii
AGRADECIMENTOS

A Deus por me conceder a vida e me dar condições para realização


deste trabalho.
Aos meus Pais e irmãos pela humildade, compreensão e honestidade
que me deram, traçando um caminho de integridade para que eu possa
trilhar minha vida.
Aos meus colegas e amigos, que fizeram ter a certeza de que a
solidariedade é o melhor caminho para a construção de um futuro melhor.
A toda equipe de colegas e amigos do IEB-UFSC pelo esforço
empreendido.
Ao aluno Geovani Scolaro pela contribuição no desenvolvimento do
software de visualização.
A Analog Devices pela doação das amostras de componentes utilizados
no projeto.

iii
Resumo da Dissertação apresentada à UFSC como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica.

SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE SINAIS


BIOMÉDICOS: MÓDULOS DIDÁTICOS DE AQUISIÇÃO
DE ECG, EMG, EOG E CONVERSÃO ANALÓGICO-
DIGITAL DE BIOSINAIS

JULIANO ELESBÃO RATHKE

Agosto/2008

Orientador: Fernando Mendes de Azevedo, Dr.Sc.


Área de Concentração: Engenharia Biomédica.
Palavras-chave: Engenharia Biomédica, Conversão Analógico-digital, Eletrocardiograma,
Eletromiograma, Eletrooculograma.
Número de páginas:162

RESUMO: O acelerado avanço de novas tecnologias na área da saúde tem feito a


engenharia biomédica uma área de grande potencial empreendedor e intenso
desenvolvimento tecnológico, criando uma demanda por profissionais altamente
qualificados. No entanto, a disponibilidade de cursos e oportunidades de estudo na área
ainda não é significativa a ponto de contribuir de forma expressiva para a formação de
profissionais qualificados. O objetivo principal deste trabalho está no desenvolvimento de
um instrumento de auxílio ao ensino de temas de Engenharia Biomédica na graduação de
Engenharia Elétrica da UFSC. O sistema apresenta uma proposta de solução didática para a
criação de módulos de aquisição de sinais de ECG, EMG e EOG que, em conjunto com
outros componentes (módulo base, fonte de alimentação, software de visualização),
formam um sistema de aquisição de sinais biomédicos. Os sinais adquiridos pelo sistema
são utilizados para demonstrar os problemas encontrados na conversão Analógica-Digital
(A/D) de biosinais, mais especificamente a questão da amostragem. A avaliação do sistema
foi realizada em duas etapas: na primeira, os alunos de uma turma regular de engenharia
elétrica realizaram aulas práticas utilizando o sistema; na segunda, foi criado um mini-
curso de engenharia biomédica na prática. Através de um questionário foram avaliados
aspectos motivacionais do sistema, quantificando sua facilidade de uso e se o mesmo é
organizado, estimulante e significativo. O resultado da avaliação mostrou que o sistema é
motivador com uma alta expectativa para o sucesso.

iv
Abstract of Dissertation presented to UFSC as a partial fulfillement of the
requirements for the degree of Máster in Electrical Engineering.

PROCESSING SYSTEM OF BIOMEDICALS SIGNALS:


DIDACTICAL MODULES FOR ACQUISITION OF ECG,
EMG, EOG AND ANALOG TO DIGITAL CONVERSION OF
BIOSIGNALS

JULIANO ELESBAO RATHKE

August/2008

Supervisor: Fernando Mendes de Azevedo


Area of Concentration: Biomedical Engineering.
Keywords: Biomedical Engineering, Analog-to-Digital conversion, Electrocardiogram,
Electromyogram, Electrooculogram.
Number of pages:162

ABSTRACT: With the increasing of brand new technologies for health


applications, it also demands for highly qualified biomedical engineer. However, the
number of curses offered in this area is not significant for getting important contributions
from the professional point of view. This paper describes the development of an instrument
to be used in Biomedical Engineering by graduate students in the Department of Electrical
Engineering of Federal University of Santa Catarina, so called Didactic Biomedical
Engineering (DBE) system. This system acquires and processes the biomedical signals,
such as ECG, EMG and EOG. It also includes a development of a generalized and modular
biomedical acquisition board and a software to visualize the signals. By using the DBE
system, both teaching modules and practical class tutorials are expected to be created. The
developed system was used to acquire biomedical signals from volunteers and then to
analyze by software the quantization inaccuracies from the analogical to digital (A/D)
conversion. This software permits the user to change the number of bits in the A/D
conversion and then to study the impact of it in the acquired signal resolution. The
evaluation of the system was realized in two stages. In the first stage, students of a regular
Electrical Engineering class carried out practical classes using the system. In a posterior
stage, a mini-course of Biomedical Engineering was created for practical work.The
motivational aspects of the system like, facility to use, if the system is organised,
stimulating and significant, were evaluated through a questionnaire. The result of the
evaluation showed a very high motivating system with a high expectation for success.

v
SUMÁRIO

SUMÁRIO ..................................................................................................................................................... VI

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................ VIII

LISTA DE TABELAS .................................................................................................................................. XI

LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................................................XII

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................1

1.1 MOTIVAÇÃO.........................................................................................................................................3
1.2 OBJETIVOS............................................................................................................................................4
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................................4
1.2.2 Objetivos Específicos.......................................................................................................................4
1.3 VISÃO GERAL DO SISTEMA .......................................................................................................................5
1.4 JUSTIFICATIVAS ..................................................................................................................................7
1.5 METODOLOGIA DE TRABALHO .......................................................................................................8
1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.......................................................................................................9

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................11

2.1 INSTRUMENTAÇÃO DE SINAIS BIOMÉDICOS............................................................................................11


2.2 ELETROCARDIOGRAMA ..........................................................................................................................15
2.3 ELETROMIOGRAMA ................................................................................................................................19
2.6 ELETROOCULOGRAMA ...........................................................................................................................21
2.7 CONVERSÃO ANALÓGICO-DIGITAL DE BIOSINAIS ..................................................................................23
2.8 TRANSMISSÃO USB ...............................................................................................................................29
2.8.1 Introdução .....................................................................................................................................29
2.9 NORMAS ASSOCIADAS ....................................................................................................................35

3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................................................37

3.1 PLATAFORMA DIDÁTICA DE ENGENHARIA BIOMÉDICA ...........................................................................37


3.1.2 Sistema de processamento de sinais biomédicos ...........................................................................38
3.2 MÓDULO BASE ...................................................................................................................................41
3.2.1 Comunicação Wireless ..................................................................................................................44
3.2.2 Comunicação USB.........................................................................................................................44
3.2.3 Comunicação Serial ......................................................................................................................46
3.3 FIRMWARE PARA O MICROCONTROLADOR DO MÓDULO BASE ...........................................................47
3.4 MÓDULOS DE AQUISIÇÃO DE ECG, EMG E EOG .................................................................................52

vi
3.4 MÓDULOS DE AQUISIÇÃO DE ECG, EMG E EOG ................................................................................ 53
3.4.1 Cadeia de Aquisição dos módulos de ECG, EMG e EOG ............................................................ 56
3.4.2 Ponteira exploradora.................................................................................................................... 65
3.4.3 Sinal de Teste ................................................................................................................................ 67
3.4.4 Circuito do Aluno.......................................................................................................................... 68
3.5 FONTE DE ALIMENTAÇÃO ...................................................................................................................... 70
3.6 SOFTWARE PARA VISUALIZAÇÃO DOS SINAIS......................................................................... 70
3.7 ROTEIRO DE AULA PRÁTICA ......................................................................................................... 71

4. RESULTADOS.......................................................................................................................................... 72

4.1 RESULTADOS DE BANCADA e TESTES DE FUNCIONALIDADE...............................................72


4.1.1 Módulo de ECG ............................................................................................................................ 72
4.1.2 Módulos de EMG e EOG .............................................................................................................. 75
4.1.3 Envio dos sinais em 12, 8 e 4 bits ................................................................................................. 81
4.1.4 Teste do ganho .............................................................................................................................. 82
4.1.5 Ponteira exploradora e circuito do aluno..................................................................................... 85
4.2 TESTES INTEGRADOS ............................................................................................................................. 88
4.3 TESTES DE SEGURANÇA ELÉTRICA ......................................................................................................... 90
4.4 AVALIAÇÃO DO SISTEMA ....................................................................................................................... 93
4.4.1 Questionário para avaliação ........................................................................................................ 94

5. DISCUSSÕES .......................................................................................................................................... 101

6. CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 106

ANEXO I – ROTEIRO DE AULA PRÁTICA ......................................................................................... 108

ANEXO II – QUESTIONÁRIO ................................................................................................................. 130

ANEXO III – CÁLCULO DO FILTROS.................................................................................................. 132

ANEXO IV – ESQUEMA ELÉTRICO DO MÓDULO BASE E DA FONTE DE ALIMENTAÇÃO 146

ANEXO V – RESULTADOS DOS TESTES DE SEGURANÇA ELÉTRICA ...................................... 149

ANEXO VI – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS MÓDULOS DE ECG, EMG E EOG ............... 155

ANEXO VII – PUBLICAÇÕES................................................................................................................. 158

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 159

vii
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.1-VISÃO GERAL DO SISTEMA. ..............................................................................................................6


FIGURA 2.1 – DIAGRAMA DE BLOCOS GERAL DE UM PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE UM SINAL DIGITAL,
(ADAPTADO DE COHEN, 2006). ................................................................................................................14
FIGURA 2.2-EXEMPLO DO REGISTRO DE UM ECG NORMAL. A ONDA P CORRESPONDE À DESPOLARIZAÇÃO DOS
ÁTRIOS, O COMPLEXO QRS CORRESPONDE À DESPOLARIZAÇÃO DOS VENTRÍCULOS E A ONDA T
CORRESPONDE À REPOLARIZAÇÃO DOS VENTRÍCULOS. ADAPTADO DE (GUYTON, 2006). ........................15
FIGURA 2.3 – LARGURAS DE BANDA UTILIZADAS EM ELETROCARDIOGRAFIA (TOMPKINS, 1995).......................16
FIGURA 2.4 – TRIÂNGULO DE EINTHOVEN E O SISTEMA DE DERIVAÇÕES BIPOLARES. OS PONTOS RA, LA E LL
(ABREVIATURA EM INGLÊS DOS MEMBROS CORRESPONDENTES) DEFINEM AS POSIÇÕES DOS ELETRODOS.
ADAPTADO DE (MARTINCOSKY 2003) E (TOMPKINS 1995). .....................................................................17
FIGURA 2.5 – DOZE DERIVAÇÕES PADRÃO UTILIZADAS NO ECG CLÍNICO. A) DERIVAÇÃO I. B) DERIVAÇÃO II. C)
DERIVAÇÃO III. LETRAS D, E, E F REPRESENTAM AS DERIVAÇÕES AUMENTADAS AS LETRAS G E H AS
DERIVAÇÕES PRECORDIAIS. ADAPTADO DE (TOMPKINS 1995). ................................................................18
FIGURA 2.6 – SINAL DE EMG ADQUIRIDO COM ELETRODOS DE SUPERFÍCIE FIXADOS NA PELE SOBRE O PRIMEIRO
MÚSCULO INTERÓSSEO DORSAL NA MÃO. O SINAL AUMENTA EM AMPLITUDE À MEDIDA QUE A FORÇA
REALIZADA PELO MÚSCULO AUMENTA (DE LUCA, 2006). ........................................................................19
FIGURA 2.7 – A) ARRANJO DE ELETRODOS MONOPOLAR. B) ARRANJO DE ELETRODOS BIPOLAR. NOTE QUE NO
ARRANJO BIPOLAR OS SINAIS SÃO ADQUIRIDOS EM PONTOS DIFERENTES, NO ENTANTO O RUÍDO É COMUM
ÀS DUAS ENTRADAS DO AMPLIFICADOR. ADAPTADO DE (DE LUCA 2006). ...............................................21
FIGURA 2.8 – A) DIPOLO OCULAR; B) POSIÇÃO DOS ELETRODOS PARA REGISTRO DO EOG. OS ELETRODOS (D-E)
REGISTRAM O MOVIMENTO HORIZONTAL E (B-C) O VERTICAL, (A) É O ELETRODO DE REFERÊNCIA (BAREA
ET AL., 2002)...........................................................................................................................................22
FIGURA 2.9 – SINAL QUANTIZADO COM 4 BITS...................................................................................................24
FIGURA 2.10 – DIVISÃO DO SINAL EM AMOSTRAS (AMOSTRAGEM), PROCESSO REALIZADO PELO CONVERSOR
A/D, FIGURAS (A) E (B); RECONSTRUÇÃO DO SINAL Á PARTIR DE AMOSTRAS PROCESSO REALIZADO PELO
CONVERSOR D/A, FIGURAS (C) E (D).........................................................................................................25
FIGURA 2.11 - O EFEITO DE FREQÜÊNCIAS DE AMOSTRAGEM CONSIDERADAS BAIXAS SOBRE A FORMA DE ONDA
DO SINAL, A LETRA (A) MOSTRA UM SINAL DE ECG E A LETRA (B) UM SINAL SENOIDAL. ADAPTADO DE
(BEMMEL & MUSSEN, 1997). ...................................................................................................................25
FIGURA 2.12 – VALORES DIGITAIS ATRIBUÍDOS AOS NÍVEIS DE QUANTIZAÇÃO..................................................26
FIGURA 2.13 – EFEITO DA QUANTIZAÇÃO (TEXAS INSTRUMENTS, 1999)............................................................28
FIGURA 2.14 - TOPOLOGIA DE UM SISTEMA USB COM COMUNICAÇÃO DIRETA ENTRE O HOST (MICRO) E
DISPOSITIVO, OU COM A PRESENÇA DE UM HUB. ADAPTADO DE (TORRES, 2001). ....................................30
FIGURA 2.15 - PACOTES UTILIZADOS NA TRANSMISSÃO USB (A) TOKEN, (B) DATA, (C) HANDSHAKE,
(ZELENOVSKY & MENDONÇA, 1999)........................................................................................................31
FIGURA 2.16 - CONECTORES USB. ADAPTADO DE (USB IMPLEMENTERS FÓRUM, 2000)......................................33
FIGURA 2.17 - ESQUEMA FÍSICO DA CONEXÃO DO BARRAMENTO USB (ZELENOVSKY & MENDONÇA, 1999).......34
FIGURA 3.1 – COMPONENTES DO SPSB. ..............................................................................................................38
FIGURA 3.2 – ESQUEMA DE LIGAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES DO SPSB. ..........................................................39
FIGURA 3.3 – PÁGINA DO PORTAL SAÚDE+EDUCAÇÃO, EM DETALHE OS ITENS CONTIDOS NO TUTORIAL. ..........40
FIGURA 3.4 - PRINCIPAIS RECURSOS DO MB: (1) CONEXÃO USB; (2), (4), (6), (8), (11) CONECTORES LATCH; (3),
(5), (7), (9), (10) LEDS INDICADORES DE CONEXÃO; (12) LEDS INDICADORES DE TRANSMISSÃO TX E RX;
(13) CONECTOR SERIAL RS232; (14) CONEXÃO PARA FONTE DE ALIMENTAÇÃO.......................................42
FIGURA 3.5 - ESQUEMA MOSTRANDO A INTERFACE ENTRE O MÓDULO BASE E OS OUTROS COMPONENTES DO
SPSB. .......................................................................................................................................................43
FIGURA 3.6 - ESQUEMA DE LIGAÇÃO DO CHIP DE COMUNICAÇÃO USB (FT232R). ...............................................45
FIGURA 3.7 – ESQUEMA UTILIZADO PARA ISOLAÇÃO ELÉTRICA ENTRE O MÓDULO BASE E O COMPUTADOR. .....46
FIGURA 3.8 - CIRCUITO UTILIZADO NA COMUNICAÇÃO SERIAL ENTRE O MICROCONTROLADOR DO MÓDULO BASE
E A PORTA SERIAL DO COMPUTADOR. ......................................................................................................47
FIGURA 3.9 – FLUXOGRAMA COM A SEQÜÊNCIA DE ATIVIDADES EXECUTADAS PELO FIRMWARE PARA A
EXECUÇÃO DAS TAREFAS DE DIGITALIZAÇÃO, RECEPÇÃO E TRANSMISSÃO DE DADOS. A VARIÁVEL ADCCP
É UM REGISTRADOR QUE HABILITA OS CONVERSORES A/D. O NÚMERO ATRIBUÍDO A ESTE REGISTRADOR
SETA QUAL A/D É HABILITADO, POR EXEMPLO, QUANDO ADCCP=0 O A/D0 ESTA HABILITADO. ................48

viii
FIGURA 3.10 – PADRÃO DO PACOTE UTILIZADO PARA ENVIO DE INFORMAÇÕES DO MICROCONTROLADOR PARA O
COMPUTADOR. O PACOTE DE DADOS É CONSIDERADO VÁLIDO QUANDO: 1-AS DUAS PRIMEIRAS POSIÇÕES
FOREM “*”E “:” RESPECTIVAMENTE, 2- O PACOTE CONTER 15 POSIÇÕES, 3- O PACOTE ENCERRAR COM
“;”........................................................................................................................................................... 50
FIGURA 3.11 – POSIÇÕES DOS RESULTADOS DOS A/DS NO PACOTE DE DADOS. .................................................. 50
FIGURA 3.12 – VETOR COM O RESULTADO DA CONVERSÃO DE UM ADC COM 12 BITS. OS QUATRO PRIMEIROS
BITS SÃO BITS DE SINAL, OS BITS 16 Á 27 CONTÊM O RESULTADO DA CONVERSÃO DO A/D...................... 51
FIGURA 3.13 – RESULTADO DAS OPERAÇÕES REALIZADAS PELA “MÁSCARA” DE SOFTWARE. ........................... 52
FIGURA 3.14 – A) VALORES DE AMPLITUDE QUE FORMAM O SINAL DE ECG; B) TRAÇADO DO SINAL DE ECG
GERADO A PARTIR DOS VALORES DE AMPLITUDE DA FIGURA (A), (TOMPKINS, 1995). ............................. 53
FIGURA 3.15 - DIAGRAMA DE BLOCOS E LIGAÇÃO DO MÓDULO DIDÁTICO DE ECG COM O MÓDULO BASE E O
COMPUTADOR. ........................................................................................................................................ 54
FIGURA 3.16 - ESQUEMA MOSTRANDO A SUBSTITUIÇÃO DE UM FILTRO PASSA-ALTAS POR UM FILTRO MONTADO
EXTERNAMENTE EM UM PROTOBOARD (CIRCUITO DO ALUNO). ............................................................... 55
FIGURA 3.17. RECURSOS DO MÓDULO DIDÁTICO DE ECG. (1) CONECTOR PARA O CABO DOS ELETRODOS, (2)
CONECTOR PARA A PONTEIRA DE PROVA, (3) CHAVE HABILITA CIRCUITOS, (4) SAÍDAS DOS CIRCUITOS
DISPONÍVEIS PARA O ALUNO, (5) JUMPER PARA SELEÇÃO DO GANHO DA PONTEIRA DE PROVA, (6) JUMPER
PARA SELEÇÃO SINAL DE TESTE/ SINAL DOS ELETRODOS, (7) CONECTOR PARA ENTRADA DE SINAL DE
CIRCUITO EXTERNO, (8) CONECTOR PARA ALIMENTAÇÃO DE CIRCUITO EXTERNO, (9) CONECTOR PARA
LIGAÇÃO COM O MÓDULO BASE. ............................................................................................................. 55
FIGURA 3.18 – CADEIA DE AQUISIÇÃO. A) MÓDULO DE ECG; B) MÓDULOS DE EMG OU EOG. ............................. 56
FIGURA 3.19 – ESQUEMA DA CONFIGURAÇÃO UTILIZADA PARA O CIRCUITO DO AMPLIFICADOR DE
INSTRUMENTAÇÃO.................................................................................................................................. 57
FIGURA 3.20 – CONFIGURAÇÃO BIPOLAR DE ELETRODOS. A) MÓDULO DE ECG; B) MÓDULOS DE EMG E EOG. ... 58
FIGURA 3.21 – CIRCUITO DE PERNA DIREITA UTILIZADO NO MÓDULO DE ECG. ADAPTADO DE (INA129
DATASHEET). .......................................................................................................................................... 59
FIGURA 3.22 – FILTRO PASSA-FAIXA UTILIZADO PARA CONDICIONAMENTO DO SINAL DE ECG POSSUINDO
FREQÜÊNCIAS EM CORTE DE 0,5 HZ E 50 HZ. ........................................................................................... 60
FIGURA 3.23 – FILTRO PASSA-FAIXA UTILIZADO PARA CONDICIONAMENTO DO SINAL DE EMG POSSUINDO
FREQÜÊNCIAS DE CORTE DE 2 HZ E 500 HZ.............................................................................................. 61
FIGURA 3.24 – FILTRO PASSA-FAIXA UTILIZADO PARA CONDICIONAMENTO DO SINAL DE EOG POSSUINDO
FREQÜÊNCIAS DE CORTE DE 0,5 HZ E 100 HZ........................................................................................... 61
FIGURA 3.25 – CIRCUITO DO FILTRO NOTCH DE 60 HZ PROJETADO COM FATOR DE QUALIDADE DE 2,78............ 62
FIGURA 3.26 – RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA DOS CIRCUITOS DE FILTRAGEM UTILIZADO NO SINAL DE EMG. ....... 63
FIGURA 3.27 – CIRCUITO UTILIZADO NA ETAPA FINAL DE GANHO. .................................................................... 64
FIGURA 3.28 – CIRCUITO GERADOR DE OFFSET UTILIZADO NOS MÓDULOS DE ECG, EMG E EOG......................... 65
FIGURA 3.29 – CIRCUITO PARA PROTEÇÃO DO CONVERSOR A/D. ....................................................................... 65
FIGURA 3.30 – CIRCUITO IMPLEMENTADO PARA AQUISIÇÃO DE SINAIS COM A PONTEIRA EXPLORADORA.
ATRAVÉS DA POSIÇÃO DO JUMPER J2 É CONFIGURADA A SELEÇÃO DO GANHO........................................ 66
FIGURA 3.31 – MEDIÇÃO DE SINAIS COM A PONTEIRA EXPLORADORA NOS PONTOS DE TESTE COLOCADOS EM
DIFERENTES PONTOS DA CADEIA DE AQUISIÇÃO...................................................................................... 66
FIGURA 3.32 – CIRCUITO UTILIZADO PARA O CONDICIONAMENTO DO SINAL DE TESTE GERADO PELO CONVERSOR
D/A.......................................................................................................................................................... 67
FIGURA 3.33 - JUMPER J1 DO MÓDULO FAZENDO A SELEÇÃO ENTRE O SINAL DOS ELETRODOS E O SINAL DE
TESTE...................................................................................................................................................... 68
FIGURA 3.34 – CHAVE HABILITA CIRCUITOS INTERROMPENDO A LIGAÇÃO ENTRE OS CIRCUITOS DA CADEIA DE
AQUISIÇÃO.............................................................................................................................................. 69
FIGURA 3.35 – EXEMPLO DE USO DO CIRCUITO DO ALUNO, SUBSTITUIÇÃO DO FILTRO PASSA-ALTAS POR UM
FILTRO MONTADO PELO ALUNO EM UM PROTOBOARD............................................................................. 69
FIGURA 4.1 - SINAL DE ECG GERADO PELO SIMULADOR UTILIZANDO O SINAL DA DERIVAÇÃO 2 APLICADO À
ENTRADA DO MÓDULO DE ECG................................................................................................................ 73
FIGURA 4.2 - SINAL DE ECG GERADO PELO SIMULADOR UTILIZANDO O SINAL DA DERIVAÇÃO 2 APLICADO À
ENTRADA DO MÓDULO DE ECG................................................................................................................ 74
FIGURA 4.3 - SINAL DE ECG GERADO PELO SIMULADOR UTILIZANDO O SINAL DA DERIVAÇÃO 2 APLICADO À
ENTRADA DO MÓDULO DE ECG................................................................................................................ 74
FIGURA 4.4 - SINAL GERADO PELO SIMULADOR ECG PLUS VISUALIZADO NA TELA DO COMPUTADOR. A) SINAL
COM AMPLITUDE DE ENTRADA DE 1MV DE PICO E FREQÜÊNCIA DE 60 BPM; B) SINAL COM AMPLITUDE DE
1MV DE PICO E FREQÜÊNCIA DE 120 BPM. O GANHO DO MÓDULO DE ECG FOI AJUSTADO EM 500............ 75

ix
FIGURA 4.5 – COMPARAÇÃO ENTRE O SINAL DE EMG ADQUIRIDO ENTRE O SISTEMA COMERCIAL BIOPAC E O
MÓDULO DE EMG. NESTE REGISTRO FORAM ADQUIRIDOS SINAIS DA CABEÇA LONGA DO BICEPS MEDIAL
COM REFERÊNCIA NO PRONADOR.............................................................................................................76
FIGURA 4.6 – COMPARAÇÃO ENTRE O SINAL DE EOG ADQUIRIDO ENTRE O SISTEMA COMERCIAL BIOPAC E O
MÓDULO DE EOG. O REGISTRO DA MOVIMENTAÇÃO OCULAR FOI FEITO NA REGIÃO ORBITAL LATERAL NOS
DOIS OLHOS COM REFERÊNCIA NA REGIÃO MENTONIANA, MEDICÃO DO MOVIMENTO HORIZONTAL. .......77
FIGURA 4.7 - SIMULAÇÃO DA RESPOSTA EM RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA PARA O FILTRO PASSA-ALTAS
UTILIZADO NOS MÓDULOS DE EOG E ECG (FREQÜÊNCIA DE CORTE 0,5 HZ E GANHO DE 1,545).................78
FIGURA 4.8 - SIMULAÇÃO DA RESPOSTA EM RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA PARA O FILTRO PASSA-ALTAS
UTILIZADO NO MÓDULO DE EMG (FREQÜÊNCIA DE CORTE 2 HZ E GANHO DE 1,591). ...............................79
FIGURA 4.9 - SIMULAÇÃO DA RESPOSTA EM RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA PARA O FILTRO PASSA-BAIXAS
UTILIZADO NO MÓDULO DE ECG (FREQÜÊNCIA DE CORTE DE 50 HZ E GANHO DE 1,545). .........................79
FIGURA 4.10 - SIMULAÇÃO DA RESPOSTA EM RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA PARA O FILTRO PASSA-BAIXAS
UTILIZADO NO MÓDULO DE EMG (FREQÜÊNCIA DE CORTE DE 500 HZ E GANHO DE 1,591). ......................80
FIGURA 4.11 - SIMULAÇÃO DA RESPOSTA EM RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA PARA O FILTRO PASSA-BAIXAS
UTILIZADO NO MÓDULO DE EOG (FREQÜÊNCIA DE CORTE 100 HZ E GANHO DE 1,581). ............................80
FIGURA 4.12 - SIMULAÇÃO DA RESPOSTA EM RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA PARA O FILTRO NOTCH DE 60 HZ
UTILIZADO NOS MÓDULO DE ECG, EMG E EOG..........................................................................................81
FIGURA 4.13 – COMPARAÇÃO ENTRE O SIMULADO DE ECG ENVIADO AO COMPUTADOR COM DIFERENTE NÚMERO
DE BITS. ...................................................................................................................................................82
FIGURA 4.14 – SINAL MEDIDO NA SAÍDA DOS TRÊS MÓDULOS (CANAL 1) EM COMPARAÇÃO AO SINAL APLICADO
À ENTRADA DO DIVISOR RESISTIVO (CANAL 2). .......................................................................................83
FIGURA 4.15 - SIMULAÇÃO DO VALOR MÁXIMO E MÍNIMO DO GANHO CONSIDERANDO O ERRO ASSOCIADO AOS
COMPONENTES PARA O MÓDULO DE ECG. ................................................................................................84
FIGURA 4.16 - SIMULAÇÃO DO VALOR MÁXIMO E MÍNIMO DO GANHO CONSIDERANDO O ERRO ASSOCIADO AOS
COMPONENTES PARA O MÓDULO DE EMG. ...............................................................................................84
FIGURA 4.17 - SIMULAÇÃO DO VALOR MÁXIMO E MÍNIMO DO GANHO CONSIDERANDO O ERRO ASSOCIADO AOS
COMPONENTES PARA O MÓDULO DE EMG. ...............................................................................................85
FIGURA 4.18.- COMPARAÇÃO ENTRE OS SINAIS MEDIDOS COM O A PONTEIRA EXPLORADORA E COM O CIRCUITO
DE AQUISIÇÃO. ........................................................................................................................................86
FIGURA 4.19 - COMPARAÇÃO ENTRE OS SINAIS MEDIDOS COM O OSCILOSCÓPIO E COM A PONTEIRA
EXPLORADORA. .......................................................................................................................................86
FIGURA 4.20 - COMPARAÇÃO DO SINAL MEDIDO COM E SEM A PRESENÇA DO CIRCUITO DO ALUNO. ..................87
FIGURA 4.21 - RUÍDO INSERIDO PELA PRESENÇA DO CIRCUITO DO ALUNO. ........................................................88
FIGURA 4.22 - COMPARAÇÃO ENTRE OS SINAIS ADQUIRIDOS PELO OSCILOSCÓPIO, PLOTADO PELO SOFTWARE DE
VISUALIZAÇÃO E O GRÁFICO OBTIDO A PARTIR DOS DADOS DE ENTRADA DA PORTA USB. OS SINAIS
FORAM ADQUIRIDOS DA CABEÇA LONGA DO BICEPS MEDIAL COM REFERÊNCIA NO PRONADOR. ..............89
FIGURA 4.23 - ESQUEMA DE LIGAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES DO SPSB E O ANALISADOR DE SEGURANÇA
ELETROMÉDICA. AS ALIMENTAÇÕES DA FONTE E DO COMPUTADOR SÃO FORNECIDAS PELO ANALISADOR
QUE REALIZA AS TROCAS DE POLARIDADE DA ALIMENTAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DOS TESTES................92
FIGURA 4.24 – GRÁFICO INDICANDO A PONTUAÇÃO RECEBIDA POR CADA ATRIBUTO........................................95
FIGURA 4.25 – GRÁFICO MOSTRANDO A PONTUAÇÃO DAS QUALIDADES MOTIVACIONAIS TOTAIS. ....................96
FIGURA 4.26 - PONTUAÇÃO DE CADA ATRIBUTO DA PLATAFORMA. ...................................................................99
FIGURA 4.27 - GRÁFICO DEMONSTRANDO A EXPECTATIVA DE SUCESSO EM FUNÇÃO DO VALOR ATRIBUÍDO À
PONTUAÇÃO DE CADA ATRIBUTO, NESTE CASO AS COORDENADAS V E XS VALEM RESPECTIVAMENTE 40,9
E 39,9. ...................................................................................................................................................100

x
LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1 - SINAIS BIOELÉTRICOS INDICANDO FAIXA DE FREQÜÊNCIA, AMPLITUDE E TIPO DE AQUISIÇÃO.
ADAPTADO DE (COHEN, 2006). ............................................................................................................ 13
TABELA 2.2 - SINAIS BIOMÉDICOS E QUANTIZAÇÃO, NÚMERO DE BITS, (ADAPTADO DE BEMMEL & MUSSEN,
1997). ..................................................................................................................................................... 28
TABELA 2.3 - DESCRIÇÃO DA PINAGEM DOS CONECTORES TIPO A E TIPO B. ADAPTADO DE (USB
IMPLEMENTERS FÓRUM, 2000). .............................................................................................................. 33
TABELA 2.4 - DESCRIÇÃO DA PINAGEM DO CONECTOR MINI-B. ADAPTADO DE (USB IMPLEMENTERS FÓRUM,
2000). ..................................................................................................................................................... 34
TABELA 3.1 – GANHO TOTAL DOS MÓDULOS DE ECG, EMG E EOG................................................................ 63
TABELA 4.1 – GANHO CALCULADO, GANHO MEDIDO E ERRO CALCULADO. ...................................................... 83
TABELA 4.2 – RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS. .............................................................................................. 97
TABELA 4.3 – RESULTADO DAS PONTUAÇÕES ATRIBUÍDAS A CADA QUESTÃO.................................................. 97
TABELA 4.4 – RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS AS QUESTÕES ABERTAS.......................................................... 98
TABELA V.1 – VALORES MEDIDOS DA CORRENTE DE FUGA ATRAVÉS DO PACIENTE COM TENSÃO SOBRE AS
PARTES APLICADAS EM COMPARAÇÃO AOS LIMITES DA NORMA. MEDIÇÕES REALIZADAS COM O MÓDULO
DE ECG. ............................................................................................................................................... 149
TABELA V.2 – VALORES MEDIDOS DA CORRENTE DE FUGA ATRAVÉS DO PACIENTE COM TENSÃO SOBRE AS
PARTES APLICADAS EM COMPARAÇÃO AOS LIMITES DA NORMA. MEDIÇÕES REALIZADAS COM O MÓDULO
DE EMG. .............................................................................................................................................. 150
TABELA V.3 – VALORES MEDIDOS DA CORRENTE DE FUGA ATRAVÉS DO GABINETE EM COMPARAÇÃO AOS
VALORES LIMITES DA NORMA. .............................................................................................................. 151
TABELA V.4 – VALORES MEDIDOS DA CORRENTE DE FUGA ATRAVÉS DO PACIENTE EM COMPARAÇÃO AOS
VALORES LIMITES DA NORMA. MEDIÇÕES REALIZADAS COM O MÓDULO DE ECG. ............................... 151
TABELA V.5 – VALORES MEDIDOS DA CORRENTE DE FUGA ATRAVÉS DO PACIENTE EM COMPARAÇÃO AOS
VALORES LIMITES DA NORMA. MEDIÇÕES REALIZADAS COM O MÓDULO DE EMG. .............................. 152
TABELA V.6 – VALORES MEDIDOS DA CORRENTE DE FUGA AUXILIAR ATRAVÉS DO PACIENTE EM COMPARAÇÃO
AOS VALORES LIMITES DA NORMA. MEDIÇÕES REALIZADAS COM O MÓDULO DE EMG. ....................... 153
TABELA V.7 – VALORES MEDIDOS DA CORRENTE DE FUGA AUXILIAR ATRAVÉS DO PACIENTE EM COMPARAÇÃO
AOS VALORES LIMITES DA NORMA. MEDIÇÕES REALIZADAS COM O MÓDULO DE ECG. ........................ 154
TABELA VI.1 - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO MÓDULO DE ECG .................................................................. 155
TABELA VI.2 - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO MÓDULO DE EMG ................................................................. 156
TABELA VI.3 - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO MÓDULO DE EMG ................................................................. 157

xi
LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


A/D – Analógico-digital
ADC – Analog – to -Digital converter (Conversor Analógico-digital)
EB – Engenharia Biomédica
ECG – Eletrocardiograma
EMG – Eletromiograma
EOG – Eletrooculograma
FIFO – First in First out
IEB-UFSC – Instituto de Engenharia Biomédica
I/O – In Out
LAT – Laboratório de Avaliação Técnica
MB - Módulo base
MD – Módulo didático
MDECG – Módulo Didático de Eletrocardiografia
MSPS - Mega-Samples Per Second (Milh
SAR – Successive Approximation Register (Registrador de aproximações sucessivas)
SPSB - Sistema de processamento de sinais biomédicos
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
USB- Universal Serial Bus

xii
CAPÍTULO 1

1. INTRODUÇÃO

O ensino de engenharia é um tema que vem ganhando atenção, diversos trabalhos


como: RODRIGUES (2007), DUARTE et al. (2007), HOLANDA et al. (2007),
TOZATTO (2007), demonstram ações no sentido de uma melhoria das práticas
pedagógicas atuais, sempre buscando o aprimoramento e a adequação da qualidade do
ensino, atuando na formação de engenheiros que atendam as necessidades atuais do
mercado.
Dentre estes, dois trabalhos RODRIGUES (2007) e TOZZATO (2007) trazem uma
abordagem pedagógica baseada fortemente na prática, buscando desenvolver habilidades
necessárias à formação do profissional para o mercado de trabalho. Rodrigues (2007)
propõe uma metodologia de avaliação onde os conhecimentos relacionados à disciplina
sejam construídos com base na proposta de resolução de um problema de engenharia. A
metodologia é aplicada em turmas de engenharia elétrica. Neste trabalho, o processo de
avaliação é proposto como elemento constituinte do próprio aprendizado. O processo será
considerado bem sucedido se o estudante conseguir adquirir um conjunto suficiente de
2 Capítulo 1 – Introdução

conhecimentos para solucionar o problema e desenvolver as habilidades necessárias para


aplicá-los corretamente na solução até a completa conclusão do trabalho, que além do
projeto, inclui: a capacidade de análise crítica do mesmo, a documentação, estudo de
aplicações e o estabelecimento de correlações transversais com ambiente, economia,
legislação. Uma das principais habilidades requeridas, e uma das primeiras abordadas no
processo, é a organização do trabalho e do conhecimento (RODRIGUES, 2007). Segundo
o autor a metodologia valoriza ao máximo a experiência de aprendizagem, associando-lhe
à prática, à construção de habilidades importantes no perfil do engenheiro.
A metodologia proposta por TOZZATO (2007) consiste, basicamente, em simular
uma empresa especializada na área da disciplina ministrada em sala de aula. A implantação
da empresa se dá com a escolha, pelos alunos-funcionários, do nome, logomarca, missão,
estudos de ambiente, atitudes de qualidade de vida no trabalho, entre outros aspectos
concernentes ao funcionamento de uma empresa (TOZZATO, 2007). A metodologia foi
aplicada em algumas turmas dos últimos períodos dos cursos técnicos de Edificações e
Administração do CEFET-RJ. Segundo o autor entre um dos resultados significativos
apresentados está a melhoria da relação ensino-aprendizado e no fornecimento de
competências exigidas pelo dinâmico mercado de trabalho.
As ações no sentido de melhoria nas práticas pedagógicas atuais no ensino de
engenharia compartilham um objetivo em comum, de inserir o aluno mais ativamente no
processo de ensino e aprendizagem, fazendo com que ele passe de um agente passivo para
um agente ativo, realizando ações que contribuam para o seu aprendizado e a sua
formação. Para que ocorra isso é necessário que o aluno esteja motivado a apreender sobre
o assunto da matéria em questão.
Acompanhando este processo a equipe de pós-graduandos turma 2006 do Instituto
de Engenharia Biomédica da UFSC (IEB-UFSC) desenvolveu um instrumento de auxílio
ao ensino de temas de Engenharia Biomédica na graduação de Engenharia Elétrica,
denominado Plataforma Didática de Engenharia Biomédica- Sistema de Processamento de
Sinais Biomédicos. O sistema é composto de componentes de Hardware (módulo base e
módulos didáticos) e Software (para visualização dos sinais) além de tutoriais inteligentes
e elementos de realidade virtual™. Através deste sistema é possível abordar conceitos
relacionados à aquisição, condicionamento, digitalização e transmissão de sinais
Capítulo 1 – Introdução 3

biomédicos de maneira prática, tornando o aprendizado mais dinâmico, atrativo e


motivador.
O presente trabalho de mestrado apresenta uma proposta de solução didática para a
criação de módulos de aquisição de sinais de ECG, EMG e EOG que em conjunto com
outros componentes (módulo base, fonte de alimentação, software para visualização dos
sinais) formam um sistema de aquisição de sinais biomédicos com suporte de tutoriais e
roteiros de aula prática. O objetivo é utilizar o sistema na aquisição de sinais reais e utilizar
estes sinais para ilustrar os problemas relacionados à conversão analógico-digital de sinais
biomédicos, mais especificamente a questão da quantização, onde através do software de
visualização é possível alterar o número o número de bits do sinal enviado e verificar na
prática as alterações provocadas nesses sinais. A seqüência de experimentos para aplicação
em aula prática foi elaborada mais especificamente com o uso de sinais de ECG.

1.1 MOTIVAÇÃO

A motivação para a realização deste trabalho surgiu da idéia de elaborar um


instrumento que contribua no ensino de temas de engenharia biomédica na graduação de
engenharia elétrica da UFSC. Com a futura criação do Laboratório de Engenharia
Biomédica pelo IEB-UFSC seria disponibilizado o acesso a estudantes que tenham
interesse pela área. Com a utilização desta plataforma será possível abordar de maneira
prática temas específicos de engenharia biomédica, como: ruído de modo comum,
filtragem analógica, interferências eletromagnéticas associadas, aquisição de sinais em
baixa amplitude, entre outros.
O acelerado avanço de novas tecnologias na área da saúde tem feito a engenharia
biomédica uma área de grande potencial empreendedor e intenso desenvolvimento
tecnológico, criando uma demanda por profissionais altamente qualificados. Com a
necessidade de garantir esse crescimento e o sucesso esperado nessa área, como
profissionais da Engenharia Biomédica, nós devemos garantir um constante influxo de
membros altamente qualificados e dedicados (CHAN & MACISAAC, 2003). No entanto, a
disponibilidade de cursos e oportunidades de estudo na área ainda não é significativa a
ponto de contribuir de forma expressiva para a formação de profissionais qualificados.
Este fato pode ser evidenciado pelos dados apresentados por POSSA (2008). Neste
4 Capítulo 1 – Introdução

trabalho foi realizada uma pesquisa sobre a inserção de temas de Engenharia Biomédica
(EB) nos cursos de Engenharia Elétrica (EE) no Brasil. Os dados indicam que apenas 7,5
% dos cursos de EE examinados possuem pelo menos uma disciplina de EB. Assim, pode
ser estimado que algo em torno de 90 % dos alunos de graduação em EE no país termina a
formação acadêmica básica sem qualquer contato formal com este importante campo de
atuação profissional. A maior parte destas iniciativas esta concentrada em escolas públicas
(87,5 %) e nas regiões sul e sudeste do país (75 %). No entanto, a ausência de disciplinas
de EB afeta em proporção similar todas as regiões do país, sugerindo que a inserção (ou a
ausência) destes temas nas EE não é influenciada pelo nível de desenvolvimento dos
parques tecnológicos, tão contrastantes entre as diversas regiões do país. Esta deficiência
afeta principalmente as instituições privadas de ensino de EE, que se responsabilizam por
mais de 2/3 dos cursos nesta área, 98% dos quais não tratam de qualquer tema da EB.

1.2 OBJETIVOS

Nesta seção serão apresentados os objetivos geral e específicos que apóiam o


desenvolvimento desse trabalho.

1.2.1 Objetivo Geral

Contribuir para a construção da Plataforma Didática de Engenharia Biomédica,


desenvolvendo módulos para o Sistema de Processamento de Sinais Biomédicos. Estes
módulos compõem soluções de hardware (módulo base e módulos didáticos) e software
(para visualização dos sinais) além de tutoriais inteligentes e elementos de realidade
virtual™, possibilitando a aquisição, condicionamento, digitalização, transmissão e
visualização de sinais bioelétricos.

1.2.2 Objetivos Específicos

1- Desenvolvimento de módulos didáticos de hardware para aquisição de sinais de:


a) Eletrocardiograma;
b) Eletromiograma;
Capítulo 1 – Introdução 5

c) Eletrooculograma;
2- Contribuir com a equipe de pós-graduandos responsáveis pelo desenvolvimento do
SPSB para:
a) O desenvolvimento de um Módulo Base microcontrolado com interface de
comunicação USB, onde serão acoplados os módulos didáticos;
b) O desenvolvimento de um Firmware para o microcontrolador do Módulo Base;
3- Elaborar conteúdo para o tutorial sobre o tópico eletrocardiografia;
4- Elaborar roteiro de aula prática sobre conversão analógico-digital e biosinais, utilizando
os módulos didáticos citados no objetivo 1;
5- Avaliar o sistema em situação real de utilização do mesmo em uma turma de alunos de
Engenharia Elétrica.

1.3 VISÃO GERAL DO SISTEMA

A elaboração de um instrumento de auxílio ao ensino de temas de Engenharia


Biomédica para graduação em Engenharia Elétrica da UFSC gerou a iniciativa para o
desenvolvimento da Plataforma Didática de Engenharia Biomédica - Sistema de
Processamento de Sinais Biomédicos. O sistema consta de elementos de Hardware
(módulos didáticos e módulo base) com aporte de elementos de Software (tutoriais teórico-
práticos, software de visualização de sinais e ambiente virtual™ de ensino).
Módulo base, módulos didáticos e software de visualização formam um sistema de
aquisição de sinais biomédicos, que tem como objetivo o uso em aulas práticas.
Constituem os módulos didáticos:
1. Módulo de Interface Amplificador de Biopotencial;
2. Módulo didático de ECG;
3. Módulo didático de EMG;
4. Módulo didático de EOG;
5. Módulo didático de EEG;
6. Módulo de transmissão sem fios.

O tutorial teórico-prático possui conteúdo e roteiros de aula prática sobre os


assuntos referentes à utilização dos módulos didáticos e aquisição de sinais, a figura 1.1
apresenta uma visão geral do sistema.
6 Capítulo 1 – Introdução

Figura 1.1-Visão geral do sistema.

Dois tópicos do tutorial dão suporte à utilização do SPSB. Um abordando o tema de


eletrocardiografia, com roteiros de aula prática sobre amplificador de biopotencial e
conversão A/D de biosinais e outro sobre eletroencefalografia com roteiros de aula prática
sobre filtragem de sinais e transmissão sem fios.
Este trabalho de mestrado contribui com a construção do sistema, desenvolvendo
módulos de aquisição de sinais de ECG, EMG e EOG além de contribuir no
desenvolvimento do módulo base, firmware (software embarcado) para o microcontrolador
do módulo base, elaboração de conteúdo para o tópico de eletrocardiografia e roteiro de
aula prática sobre conversão A/D de biosinais. Os outros componentes que integram o
sistema foram, ou estão sendo, desenvolvidos por outros pós-graduandos do IEB-UFSC
responsáveis pela construção do sistema, ADUR (2008), ANDRIGHETTO (2008), POSSA
(2008), SANTOS et al. (2007).
O módulo base é o elemento de interface entre os módulos didáticos e o
computador, seu principal componente é um microcontroldor o ADuC 7026 da Analog
Capítulo 1 – Introdução 7

Devices. Ele recebe os sinais dos módulos didáticos e envia para o computador através de
interface USB ou comunicação sem fios. O software de visualização permite a plotagem
dos sinais na tela do computador. Os módulos didáticos (MD) têm a função de aquisição e
condicionamento (amplificação, filtragem e offset) dos sinais para envio ao módulo base.
Nos módulos didáticos podem ser encontrados alguns recursos de interface (conexão para
circuito externo denominado circuito do aluno, sinal de teste que simula um sinal real de
ECG, além da ponteira exploradora que serve como um osciloscópio) que possibilitam
uma maior interação do aluno com o sistema, tornando o aprendizado mais interativo.

1.4 JUSTIFICATIVAS

A engenharia biomédica é uma área multidisciplinar que engloba conhecimentos


das áreas da engenharia, das ciências médicas e da biologia, formada por conhecimentos e
conceitos específicos. Essa especificidade torna da engenharia biomédica uma área de
interface, privilegiando ações que demonstrem na prática os problemas relacionados. A
aquisição de sinais eletrofisiológicos é uma aplicação que pode ser demonstrada na prática,
com o uso de soluções reais que demonstram certos conhecimentos específicos à área.
Ainda sobre a questão prática, outras contribuições podem ser acrescentadas às
justificativas deste trabalho. A abordagem prática agrega relações importantes no processo
de ensino e aprendizagem e cria oportunidades para que o aluno seja envolvido no
processo como um agente ativo, criando ações que contribuam para o seu aprendizado.
Outra característica importante da abordagem prática é que esta evidencia as relações
professor-aluno e aluno-aluno, fundamentais no desenvolvimento de habilidades e atitudes
profissionais, como a relação em grupo e o desenvolvimento da capacidade de
comunicação interpessoal.
A criação de um sistema com uma arquitetura aberta possibilita ao aluno visualizar
todas as etapas do processo de aquisição de um sinal bioelétrico. Com isso é possível
compreender em detalhes a função de cada elemento constituinte da cadeia de aquisição,
verificando na prática a importância de cada componente no processo. A possibilidade de
inserção de um circuito externo a cadeia de aquisição, substituindo um dos componentes
do sistema, permite criar um desafio ao aluno, de que ele projete e monte seu próprio
circuito, insira no sistema e possa ver na tela do computador o resultado de sua montagem.
8 Capítulo 1 – Introdução

Propiciando uma situação real frente à aquisição de um sinal bioelétrico em um tempo


menor do que ele teria se montasse o circuito todo.
Os sinais biomédicos são sinais de pequena amplitude, como o caso do
eletroencefalograma e eletrocardiograma que possuem amplitudes na ordem de µV e mV
respectivamente, e apresentam elevado nível de ruído associado. Por exemplo, em um
registro de ECG qualquer movimento do indivíduo pode causar artefatos originados por
uma atividade muscular. Este tipo de artefato pode gerar um potencial de 12 ± 5 mV e uma
duração superior a 30 ms provocando um deslocamento da linha de base do registro
(GONZALES 1998). A correta analise das características e dos parâmetros associados a
estes sinais depende de um sistema de aquisição que forneça um sinal de qualidade
adequada, sem ruídos ou imperfeições que prejudiquem sua interpretação. Em um sistema
digital de aquisição de sinais a utilização de uma resolução inadequada pode causar uma
distorção no sinal, provocando a perda de informações importantes, tornando seu uso
clínico inadequado.
A escolha pelo sinal de ECG para aplicação em aula prática sobre a conversão
analógico-digital de sinais biomédicos esta baseada no fato de que o sinal de ECG é um
dos sinais bioelétricos que necessita de uma resolução maior, 10-12 bits. Outro fato
interessante é que o sinal de ECG apresenta uma forma característica bem definida, além
de ser um sinal periódico e ser adquirido de forma não invasiva.

1.5 METODOLOGIA DE TRABALHO

A etapa inicial no desenvolvimento deste trabalho constitui de uma revisão


bibliográfica sobre os principais tópicos relacionados ao desenvolvimento do trabalho, dos
quais constam: ECG, EMG, EOG, normas associadas, conversão A/D, transmissão USB.
O projeto iniciou-se com a elaboração de um plano de trabalho composto de um
cronograma com o detalhamento das atividades relacionadas ao desenvolvimento do
projeto e os períodos necessários à realização de cada etapa.
Por ser um trabalho desenvolvido em grupo cada item foi discutido detalhadamente
de forma a constituir uma solução integrada resultando em um produto final com
funcionalidade adequada ao cumprimento do objetivo proposto, que era o desenvolver uma
solução voltada ao ensino que apresenta-se caráter estritamente didático. A equipe é
Capítulo 1 – Introdução 9

formada por cinco integrantes da turma 2006 de pós-graduandos do IEB-UFSC, em


conjunto com os orientadores responsáveis.
Nas etapas posteriores, deu-se prosseguimento ao cumprimento das atividades
necessárias ao desenvolvimento do sistema.
Com base nas definições e pré-supostos estabelecidos pelos integrantes da equipe
foi elaborado o projeto do sistema. Os elementos de hardware que compõe o sistema
foram projetados de maneira a funcionar em conjunto entre si, formando uma solução
integrada. O desenvolvimento de conteúdo para o tutorial foi elaborado com base em
outros tutoriais existentes no portal, utilizando uma linguagem habitual que torna a leitura
interessante e atrativa.
Para avaliação do sistema foi criado um mini-curso de engenharia biomédica na
prática, com um total de doze alunos selecionados. Após o cumprimento das atividades
propostas para o mini-curso foi aplicado um questionário aos alunos para avaliação do
sistema.

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho consta de seis capítulos divididos em: Introdução, Fundamentação


Teórica, Matérias e Métodos, Discussões e Conclusões, nesta ordem.
No primeiro capítulo é dada uma breve introdução sobre o ensino de engenharia,
onde são apresentadas algumas iniciativas na melhoria das práticas pedagógicas atuais.
Nesse contexto é inserida a questão do ensino de engenharia biomédica e a contribuição
dada por este trabalho.
O segundo capítulo traz uma fundamentação teórica, criando uma base para
elaboração das soluções propostas neste trabalho.
Os métodos desenvolvidos e materiais utilizados na concepção do projeto são
apresentados no terceiro capítulo.
O capítulo quatro traz os resultados adquiridos nos testes de funcionalidade,
validação e avaliação do sistema.
O quinto capítulo traz algumas discussões sobre meios utilizados para
desenvolvimento do projeto e resultados obtidos com o sistema além de possíveis trabalhos
futuros.
10 Capítulo 1 – Introdução

O sexto capítulo apresenta as conclusões do trabalho realizado, suas contribuições e


implicações.
CAPÍTULO 2

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção serão abordadas algumas características fundamentais sobre os sinais


bioelétricos de interesse neste trabalho (ECG, EMG e EOG), além de fundamentos e
conceitos gerais sobre a aquisição de sinais biomédicos em geral, princípios de conversão
analógico-digital, transmissão USB e uma breve descrição sobre as normas associadas
relevantes ao desenvolvimento deste trabalho.

2.1 INSTRUMENTAÇÃO DE SINAIS BIOMÉDICOS

Os sistemas de instrumentação de sinais biomédicos determinam ou medem a


quantidade, propriedade ou condição de um determinado sistema ou processo fisiológico.
Sensores são usados para converter medidas físicas em grandezas elétricas. As saídas
desses sensores são sinais analógicos, isto é, sinais de tempo contínuo, que são enviados
para uma etapa de processamento analógico e bloco de conversão digital, onde os sinais
12 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

são amplificados, filtrados, condicionados e convertidos para forma digital (NORTHROP,


2004).
Antes de descrever e analisar os circuitos eletrônicos, necessários para condicionar
os sinais encontrados na clinica médica e pesquisas biomédicas, é apropriado descrevermos
as fontes e propriedades destes sinais (suas larguras de banda, amplitudes, fontes)
(NORTHROP, 2004).
Os sinais biomédicos podem surgir de diversas fontes podendo receber diferentes
classificações: sinais bioelétricos (gerados pelo potencial de membrana), sinais de
bioimpedância (gerados por injeção de correntes, ou tensões, por exemplo, tensões
senoidais, no tecido sobre teste), sinais bioacústicos (sinais acústicos produzidos por
fenômenos biomédicos), sinais biomagnéticos (campos magnéticos produzidos pelo
funcionamento de alguns órgãos como o cérebro), sinais biomecânicos (originados pela
função mecânica de algum sistema fisiológico), sinais bioquímicos (resultam de medições
químicas em tecidos vivos, ou amostras analisadas em laboratório), sinais bioópticos
(resultam de funções ópticas dos sistemas biológicos, ocorrem naturalmente ou por
indução de um processo de medição) (COHEN, 2006).
A tabela 2.1 apresenta alguns sinais e suas principais características, amplitude,
faixa de freqüência, modo de aquisição.
Os sinais de interesse para esse trabalho ECG, EMG e EOG recebem a classificação
de sinais bioelétricos. O sinal bioelétrico é gerado por células nervosas e células
musculares. Sua fonte é o potencial de membrana, que sobre certas condições pode ser
excitado para gerar um potencial de ação. Nas medidas em uma única célula, onde
microeletrodos e sensores específicos são utilizados, o potencial de ação é o próprio sinal
biomédico. Em medições onde os eletrodos de superfície são usados como sensores, o
campo elétrico gerado pela ação de muitas células, distribuído na vizinhança dos eletrodos,
constitui o sinal bioelétrico. O fato de que os biosistemas mais importantes utilizam células
excitáveis torna possível o uso de biosinais para estudo e monitoração do funcionamento
de muitos sistemas. O campo elétrico se propaga através do meio biológico, desse modo o
potencial pode ser adquirido em posições relativamente adequadas na superfície,
eliminando a necessidade de violar (invadir) o sistema. O sinal bioelétrico requer um
transdutor relativamente simples para sua aquisição.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 13

Tabela 2.1 - Sinais Bioelétricos indicando faixa de freqüência, amplitude e tipo de


aquisição. Adaptado de (COHEN, 2006).

É necessário um transdutor porque a condução da eletricidade no meio biomédico é


realizada na forma de íons, enquanto que a condução nos sistemas de medição é por
14 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

elétrons. Todos estes fatores resultam no amplo uso do sinal bioelétrico em muitos campos
da biomedicina (COHEN, 2006).
Um esquema mostrando um sistema geral de aquisição é apresentado na figura 2.1.

Figura 2.1 – Diagrama de blocos geral de um processo de aquisição de um


sinal digital, (adaptado de COHEN, 2006).

Diversas grandezas físicas resultam de medidas dos sistemas biológicos. Elas


incluem quantidades eletromagnéticas (correntes, diferenças de potenciais, intensidades de
campo, etc.), bem como as mecânicas (pressão, temperatura, movimentos, etc.). Sinais
elétricos são detectados por sensores (geralmente eletrodos), enquanto grandezas não
elétricas são primeiro convertidas em sinais elétricos, que podem ser facilmente tratados,
transmitidos e gravados (MAINARDI et al., 2006).
Um bloco de pré-processamento é geralmente necessário para amplificar e filtrar o
sinal, fazendo com que o sinal satisfaça os requisitos de hardware, bem como tenha
amplitude adequada à faixa dinâmica do conversor analógico-digital e também para
compensar algumas características indesejáveis do conversor ou para reduzir uma porção
de ruídos indesejáveis. Além disso, os sinais contínuos no tempo devem ser limitados em
banda antes do conversor analógico-digital. Deste modo uma operação é necessária para
reduzir o efeito do “aliasing” (recobrimento) produzido pela amostragem. É importante
lembrar que o procedimento de aquisição deve preservar a informação contida na forma de
onda do sinal original. Este é o ponto crucial no registro de sinais biológicos, do qual as
características podem frequentemente ser consideradas por médicos como índices de
alguma importante patologia (por exemplo, o deslocamento do segmento ST 1 em um sinal
de ECG pode ser considerado como um indicador de isquemia, o valor de pico padrão em

1
Segmento ST - Espaço que compreende o fim do complexo QRS e o início da onda T do
eletrocardiograma e corresponde ao período de repolarização ventricular.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 15

um traçado de EEG pode ser um sinal de epilepsia, e assim por diante). Dessa maneira o
sistema de aquisição não deve introduzir qualquer forma de distorção que possa ser
interpretada de maneira errada ou possa destruir as alterações de uma patologia real. Por
este motivo, o bloco de filtragem analógico deve ser projetado com resposta em freqüência
de módulo constante e fase linear (ou fase zero). Esses requisitos fazem com que o sinal
chegue sem distorção à entrada do conversor A/D (MAINARDI et al., 2006).
A forma de onda do sinal analógico é então convertida em um sinal digital pelo
conversor A/D de modo que possam ser facilmente tratados pelos processadores digitais. A
conversão A/D pode ser dividida em duas etapas, conforme mostrado na figura 2.1. No
processo de amostragem os sinais são convertidos em séries discretas (os elementos são
denominados amostras) e no processo de quantização os valores de amplitude para cada
amostra correspondem a um determinado grupo de valores discretos (MAINARDI et al.,
2006).

2.2 ELETROCARDIOGRAMA

O eletrocardiograma é o registro da atividade elétrica do coração na superfície do


corpo, é realizado segundo um processo completamente não invasivo e as informações
obtidas a partir de sua análise permitem avaliar o estado funcional do coração.

Figura 2.2-Exemplo do registro de um ECG normal. A onda P corresponde à


despolarização dos átrios, o complexo QRS corresponde à despolarização dos
ventrículos e a onda T corresponde à repolarização dos ventrículos. Adaptado de
(GUYTON, 2006).
16 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

O sinal de ECG tem uma amplitude de pico de aproximadamente 1 mV. A faixa de


freqüência utilizada na aquisição do sinal depende da aplicação desejada. Registros
clínicos utilizam uma faixa de 0,05- 100 Hz e registros de monitoração de 0,5-50 Hz. Uma
terceira largura de banda é utilizada em medidores de freqüência cardíaca
(cardiotacômetros) que utilizam um filtro passa-banda centrado em 17 Hz, maximizando a
relação sinal ruído para detecção do complexo QRS (TOMPKINS, 1995).

Figura 2.3 – Larguras de banda utilizadas em eletrocardiografia


(TOMPKINS, 1995).

Os potenciais gerados pela atividade elétrica do coração, ondas de polarização e


despolarização, podem ser registrados por um sistema de medição aplicando-se eletrodos
em diferentes posições na superfície do corpo. Na prática são utilizadas posições pré-
definidas que são chamadas de derivações.
O primeiro sistema de derivações, conhecidas como derivações bipolares, foi
concebido por Einthoven. Este sistema apresenta três derivações: I, II e III, onde cada
derivação registra a diferença do potencial cardíaco entre dois membros. Neste sistema o
coração encontra-se no meio de um triângulo, conhecido como triangulo de Einthoven,
cujos vértices estariam representados pelo braço direito, braço esquerdo e perna esquerda,
conforme mostrado na figura 2.4. A derivação I é registrada por eletrodos colocados no
braço direito e braço esquerdo; a derivação II, por eletrodos colocados no braço direito e
perna esquerda e a derivação III, por eletrodos no braço esquerdo e na perna esquerda
(GUYTON, 2006).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 17

Figura 2.4 – Triângulo de Einthoven e o sistema de derivações bipolares. Os


pontos RA, LA e LL (abreviatura em inglês dos membros correspondentes) definem
as posições dos eletrodos. Adaptado de (MARTINCOSKY 2003) e (TOMPKINS
1995).

A figura 2.4 mostra que pode-se ter potenciais diferentes entre os membros,
funcionando como fontes de tensão ideais. Pela lei de Kirchhoff, a soma das tensões ao
longo da malha é igual à zero, assim (TOMPKINS 1995):
I+II+III=0
Podemos reescrever estas equações e expressar qualquer uma das derivações em
função das outras duas (TOMPKINS 1995):
II=I+III;
I=II+III;
III=II+I.
Além das derivações bipolares 1 o eletrocardiograma clínico apresenta outras 9
derivações unipolares 2. Três conhecidas como derivações aumentadas ou de Goldberg
(aVR, aVF e aVL) e seis conhecidas como derivações precordiais (V1, V2, V3, V4, V5 e
V6), conforme mostra a figura 2.5. As derivações aumentadas requerem uma rede de
resistores a qual é a média dos potenciais de dois membros enquanto é medido o do
terceiro. As seis derivações precordiais (V1, V2, V3, V4, V5, V6) são adquiridas com

1
Bipolar – Derivações bipolares registram a diferença de potencial entre dois eletrodos.
2
Unipolar - No caso das derivações unipolares o potencial registrado é concebido como o valor absoluto do
potencial de cada ponto em relação a um ponto médio, com potencial de referência igual a zero.
18 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

referência ao terminal central de Wilson que é a média dos potenciais dos três membros.
Cada uma das seis derivações V1-V6 são adquiridas em diferentes posições no tórax

Figura 2.5 – Doze derivações padrão utilizadas no ECG clínico. a) Derivação I.


b) Derivação II. c) Derivação III. Letras d, e, e f representam as derivações
aumentadas as letras g e h as derivações precordiais. Adaptado de (TOMPKINS
1995).

Mais informações sobre este tópico podem ser encontradas pelo leitor em boas
referências, tais como: GUYTON (2006), TOMPKINS (1995), SILVERTHON (2003).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 19

2.3 ELETROMIOGRAMA

O movimento e a posição dos membros são controlados por sinais elétricos que
percorrem o caminho entre os músculos e o sistema nervoso central e periférico. Quando
entidades patológicas atingem o sistema motor, seja na medula espinhal, nos neurônios
motores, nos músculos ou nas junções neuromusculares, ocorre uma mudança das
características dos sinais elétricos nos músculos. A eletromiografia é o registro e a
interpretação dos potencias de ação destes músculos (HENNENBERG, 2006). A
representação gráfica destes potenciais é o que chamamos de eletromiograma (EMG), a
figura 2.6 mostra a representação de um sinal eletromiográfico. Este sinal representa a
corrente gerada pelo fluxo iônico através da membrana das fibras musculares, o qual se
propaga através dos tecidos até chegar ao lugar onde será registrado (GONZALES, 1998).

Figura 2.6 – Sinal de EMG adquirido com eletrodos de superfície fixados na


pele sobre o primeiro músculo interósseo dorsal na mão. O sinal aumenta em
amplitude à medida que a força realizada pelo músculo aumenta (DE LUCA, 2006).

A unidade funcional do músculo é chamada de unidade motora, quando se ativam


as fibras musculares de uma unidade motora se gera um sinal elétrico que emana destas e
que pode ser registrado através de um eletrodo como um potencial de ação dessa unidade
motora, este consiste a unidade fundamental do sinal eletromiográfico. A manifestação
elétrica do potencial de uma unidade motora é acompanhada de um movimento contrátil
das fibras musculares (GONZALES, 1998).
20 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

Dois tipos principais de eletrodos são utilizados na detecção dos sinais de EMG: os
eletrodos de superfície e os eletrodos de agulha. O registro realizado com eletrodos
aderidos a superfície da pele (EMG de superfície) próximos ao músculo de interesse são
adequados para adquirir sinais de grandes músculos ou de músculos superficiais, enquanto
os eletrodos de agulha são mais utilizados no registro de potenciais de músculos profundos
ou unidades motoras individuais (GONZALES, 1998).
O tipo de registro de interesse utilizado neste trabalho será o EMG de superfície. Os
sinais adquiridos neste tipo de registro geralmente se encontram em uma faixa de
amplitude típica entre 50 μV- 5 mV e largura de banda de 2-500 Hz (COHEN, 2006).
A configuração utilizada para colocação dos eletrodos de registro é de fundamental
importância para detectar os potenciais elétricos do músculo em questão. As duas
configurações utilizadas no EMG de superfície são a monopolar e a bipolar. A
configuração monopolar consiste em colocar um eletrodo em uma determinada posição, de
tal maneira que se detectem os potenciais elétricos deste ponto específico com relação a
um eletrodo de referência, o qual está localizado em outro lugar que se considere
eletricamente neutro, ou que contenha sinais elétricos que não sejam relacionados com o
evento a ser medido. Esta configuração detecta todos os sinais elétricos próximos à
superfície de detecção, incluindo sinais não desejados. A configuração bipolar não
representa os problemas anteriores, já que utiliza duas superfícies de detecção para
registrar dois potenciais no tecido muscular de interesse com respeito a um eletrodo de
referência. Ambos os eletrodos são conectados a um amplificador diferencial que permite
reduzir quaisquer sinais comuns aos dois canais (DE LUCA, 2006). A figura 2.7 mostra
um exemplo de cada configuração, monopolar e bipolar.
Mais informações sobre este tópico podem ser encontradas pelo leitor em boas
referências, tais como: DE LUCA (2006), GONZALES (1998), HENNENBERG (2006).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 21

Figura 2.7 – a) Arranjo de eletrodos monopolar. b) Arranjo de eletrodos


bipolar. Note que no arranjo bipolar os sinais são adquiridos em pontos diferentes, no
entanto o ruído é comum às duas entradas do amplificador. Adaptado de (DE LUCA
2006).

2.6 ELETROOCULOGRAMA

Existem diversas técnicas de medição do movimento dos olhos com uma variedade
de aplicações: investigação durante a leitura, estudos do sono, neurologia,
ortorrinolaringologia, e outras (GONZALES, 1998). Dentro destas técnicas se encontra a
eletrooculografia. A eletrooculografia é um método de detecção do movimento dos olhos e
é baseada no registro do potencial estabelecido entre a córnea e a retina (potencial córneo-
retinal) gerado por hiperpolarizações e despolarizações existentes entre a córnea e a retina.
Este potencial pode ser considerado como um dipolo elétrico constante com um pólo
negativo no fundo e um pólo positivo na córnea. O potencial estabelecido no olho pode ser
estimado pela medida da tensão induzida sobre um sistema de eletrodos posicionados ao
22 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

redor dos olhos enquanto o olho se movimenta, assim é obtido o EOG (movimento do sinal
elétrico do dipolo ocular) (BAREA et al., 2002).
O eletrooculograma é obtido por cinco eletrodos posicionados ao redor dos olhos,
como mostra a figura 2.8. Os sinais de EOG são obtidos por dois eletrodos um no canto
direito e outro no canto esquerdo (D-E) para detectar o movimento horizontal e outro par
acima e abaixo do olho (B-C) para detectar o movimento vertical. Um eletrodo de
referência é colocado na testa (A) (BAREA et al., 2002).

Figura 2.8 – a) Dipolo ocular; b) Posição dos eletrodos para registro do EOG.
Os eletrodos (D-E) registram o movimento horizontal e (B-C) o vertical, (A) é o
eletrodo de referência (BAREA et al., 2002).

Os sinais de EOG estão na faixa de 0-100 Hz com amplitude entre 10μV-5 mV


(COHEN, 2006).
Maiores informações sobre este tópico podem ser encontradas pelo leitor em boas
referências, tais como: GONZALES (1998), ARDEN & CONSTABLE (2006).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 23

2.7 CONVERSÃO ANALÓGICO-DIGITAL DE BIOSINAIS

A meta final de um sistema de conversão de sinais biomédicos é converter o sinal


para uma representação digital com o mínimo de perda de informação. A capacidade do
computador de analisar e representar visualmente os sinais biomédicos é de pouca utilidade
se o sinal analógico biomédico não puder ser adquirido e convertido com exatidão para
uma representação digital (TOMPKINS, 1995). As informações contidas nos sinais podem
identificar ou indicar a presença de patologias. Qualquer alteração que modifique as
características do sinal pode prejudicar o diagnóstico feito pelo especialista. Para isso é
necessário um sistema de conversão de dados que não provoque alterações que
prejudiquem a correta interpretação das informações contidas no sinal. Este tópico discute
as teorias básicas da conversão A/D e as especificidades de um sistema de hardware
requeridas em um sistema de conversão típico.
Os sinais na forma digital possuem inúmeras vantagens em relação aos analógicos,
dentre as quais se destacam: maior imunidade ao ruído; maior facilidade no processamento
que pode ser realizado pelos microprocessadores; possibilidade da compreensão dos sinais,
permitindo uma redução do tamanho da informação, além do fato de facilitar o seu
armazenamento e aumentar as taxas efetivas de transmissão dos dados (GARCIA &
MARTINI 2006).
Sinais elétricos de tensão, corrente, imagem, som são em essência sinais
analógicos, havendo a necessidade da conversão dessas grandezas no formato digital e
assim realizar seu processamento e transmissão. Quando essas variáveis são recebidas e
disponibilizadas ao ser humano, devem ser novamente transformadas na forma analógica.
Essa conversão de formatos é realizada pelos circuitos conversores Analógico/Digital
(A/D) e Digital/Analógico (D/A) (GARCIA & MARTINI 2006).
O que o conversor A/D faz é adquirir amostras do sinal analógico ao longo do
tempo (amostragem). Cada amostra é então convertida em um código digital
correspondente (quantização), considerando seu nível de tensão. A figura 2.9 mostra um
sinal quantizado com 4 bits.
24 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

Figura 2.9 – Sinal quantizado com 4 bits.

O intervalo de tempo entre as amostras está relacionado com a freqüência de


amostragem do processo de conversão. A figura 2.10 mostra um exemplo de divisão do
sinal em amostras. Quando um sinal analógico é amostrado a uma freqüência (f) de 100
kHz significa que em 1 segundo serão capturadas 100 mil amostras do sinal,
correspondendo a um intervalo de tempo de 100 µs entre cada amostra.
Durante a reconstrução do sinal, realizada pelo conversor digital analógico, os
valores digitais são convertidos novamente em valores de tensão. Assim, quanto maior a
freqüência de amostragem mais pontos serão utilizados na reconstrução do sinal,
produzindo um resultado com maior aproximação do sinal original. Se utilizarmos uma
taxa de amostragem muita alta precisaremos de uma alta capacidade de processamento e
armazenagem para manipular muitos dados. No entanto, se for utilizada uma taxa de
amostragem muito baixa o sinal será reconstruído a partir de um número muito pequeno de
amostras e o sinal reproduzido será muito diferente do sinal analógico original, ocorrendo
o que chamamos de alisaing (um exemplo de aliasing pode ser visto na figura 2.11).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 25

Figura 2.10 – Divisão do sinal em amostras (amostragem), processo realizado


pelo conversor A/D, figuras (a) e (b); reconstrução do sinal á partir de amostras
processo realizado pelo conversor D/A, figuras (c) e (d).

Figura 2.11 - O efeito de freqüências de amostragem consideradas baixas


sobre a forma de onda do sinal, a letra (a) mostra um sinal de ECG e a letra (b) um
sinal senoidal. Adaptado de (BEMMEL & MUSSEN, 1997).
26 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

A figura 2.11 mostra a parte da informação do sinal que é perdida. Na letra (a) é
mostrado um sinal de ECG e na figura (b) uma onda senoidal. O sinal original é indicado
com uma linha preta, o sinal que é amostrado a uma freqüência considerada baixa é
indicado com uma linha vermelha. Os pontos de amostragem adquiridos a uma freqüência
baixa são indicados em vermelho. Como pode ser visto em ambos os sinais certos valores
de amplitude são perdidos
Mas, como saber qual freqüência de amostragem que se deve utilizar para que não
ocorra perda de informação do sinal durante o processo de conversão? Este critério é
descrito pelo teorema de Nyquist, que diz:
“Para um sinal contínuo de banda limitada que não contenha componentes de
freqüência superiores a fmáx, o sinal original pode ser completamente reconstruído
sem distorção se for amostrado a uma taxa de no mínimo 2 x fmáx amostras/segundo
(TOMPKINS, 1995).”
No processo de conversão analógico-digital, cada valor de tensão instantâneo
correspondente a cada amostra é convertido em um código digital. O número de bits do
código correspondente é associado ao número de bits do conversor. Um conversor de 8 bits
contém 2n níveis de quantização, ou 28= 256 níveis (níveis de quantização) do código
digital que vão corresponder aos valores de tensão do sinal analógico. A figura 2.12
mostra os valores digitais correspondentes aos níveis de quantização de um sinal.

Figura 2.12 – Valores digitais atribuídos aos níveis de quantização.

O número de bits esta relacionado à resolução do conversor. Isso pode ser ilustrado
dividindo-se o eixo Y em um número de pontos, ou níveis de quantização, igual a 2n, onde
n é o número de bits. Um conversor de 8 bits apresenta 28=256 posições no seu código
digital, que podem representar os valores de tensão do sinal analógico original. Se tivermos
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 27

um conversor de 8 bits com 256 níveis de quantização e utilizarmos uma faixa de valores
de tensão para a entrada do conversor (tensão de referência do A/D) de 5 Volts o intervalo
possível de tensão entre cada posição do código (resolução) seria de 5/256= 0,01953125
Volts. Ou seja, resolução é a mínima variação de tensão na entrada que pode ser detectada
pelo conversor produzindo alteração no código digital. Um aumento da resolução é
conseguido com um aumento no número de bits. O que acontece quando utilizamos um
conversor de baixa resolução é que certos valores do sinal analógicos de entrada que são
representados por tensões diferentes, são representados na saída pelo mesmo código
digital. Desta forma, alguma informação é perdida e uma distorção é introduzida no sinal.
É o que se chama de Ruído de quantização (TEXAS INSTRUMENTS, 1999).
A distância entre os níveis de quantização, ou passo entre os níveis de quantização,
é definida como 1LSB (um Bit Menos Significativo) e é freqüentemente usada como
unidade de referência para outras especificações. Ela também é uma medida da resolução
do conversor já que esta define em quantas porções o máximo sinal de entrada foi dividido.
Portanto, ½ LSB representa uma quantidade analógica igual à metade da resolução
analógica (TEXAS INSTRUMENTS, 1999). A figura 2.13 mostra o erro de quantização
associado à resolução do conversor. Conforme mostra à figura 2.13 a relação sinal/ruído
(SNR) pode ser expressa por:

SNR = 6,02 n+ 1,76 dB


onde n é o número de bits do conversor.
Isso mostra que o acréscimo de cada bit no conversor equivale a um aumento na
SNR de aproximadamente 6 dB.
Para se saber o número de bits necessário é preciso determinar o nível de ruído
desejável. A tabela 2.2 traz a relação do número de bits adequado para a conversão de
alguns sinais biomédicos. Os sinais analógicos podem ser convertidos em códigos digitais
por muitos métodos, incluindo integração, aproximações sucessivas, conversão paralela
(flash), modulação delta, modulação por código de pulso, e conversão sigma delta. Dois
dos processos de conversão analógico-digital os mais comuns são a conversão por
aproximações sucessivas e a conversão A/D paralela ou flash (GARROD, 1997). Mais
informações sobre o funcionamento destes conversores A/D podem ser encontradas em
boas referências tais como: GARROD (1997) e GARCIA & MARTINI (2006).
28 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

Figura 2.13 – Efeito da quantização (TEXAS INSTRUMENTS, 1999).

Tabela 2.2 - Sinais Biomédicos e Quantização, número de bits, (adaptado de


BEMMEL & MUSSEN, 1997).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 29

2.8 TRANSMISSÃO USB

2.8.1 Introdução

A porta USB (Universal Serial Bus) foi desenvolvida com o objetivo de criar um
novo padrão de comunicação entre o computador e dispositivos periféricos. O resultado foi
uma interface versátil de velocidade moderada, substituindo interfaces existentes de baixa
velocidade, podendo ser utilizada em todos os tipos de computadores.
Desde sua invenção, as portas USB vêm evoluindo e já passaram por algumas
versões. A versão atual é a 2.0 (também chamada de High-Speed). Possui uma velocidade
de transferência bem superior às versões anteriores, mas ainda é compatível com estas. A
velocidade é limitada a menor versão. A versão 1.1 (Low-Speed) possui uma taxa de
transferência máxima de 10 Mbps, enquanto a versão 2.0 atinge 480 Mbps (OLIVEIRA,
2006).
Ela oferece como benefícios:
• Transferência de dados rápida e segura;
• Detecção automática de dispositivos, isto porque o USB incorpora a
tecnologia plug-and-play;
• Expansão do número de portas, visto que um barramento USB pode
endereçar até 127 dispositivos.
• Conexões simples, se comparado com os seus antecessores os conectores
paralelo e serial.
Os componentes físicos da USB consistem de circuitos, conectores e cabos entre o
Host e os dispositivos (AXELSON, 1999). O Host é um computador que contém dois
componentes: um controlador Host e um Hub raiz. Estes trabalham em conjunto para
possibilitar o sistema de comunicação a operar com os dispositivos no barramento. O
controlador Host formata os dados para transmitir pelo barramento e traduz os dados
recebidos para um formato que os componentes do sistema operacional consigam
compreender (AXELSON, 1999). A figura 2.14 mostra a topologia de um sistema USB. O
controlador Host é responsável por detectar a inserção e a remoção de um dispositivo do
sistema; gerenciar o fluxo de dados e de controle; monitorar o estado das transferências; e
30 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

controlar a interface elétrica entre ele e os dispositivos (ZELENOVSKY & MENDONÇA,


1999).
A tecnologia USB não é de domínio público. Cada fabricante de equipamentos
eletrônicos que a utiliza compra uma licença. Através do site (www.usb.org) é possível
obter todas as informações sobre a especificação USB e o contrato. Cada empresa precisa
adquirir um código chamado VENDOR ID e para cada tipo de produto desenvolvido é
atribuído um PRODUCT ID.

Figura 2.14 - Topologia de um Sistema USB com comunicação direta entre o


Host (micro) e dispositivo, ou com a presença de um Hub. Adaptado de (TORRES,
2001).

Quando este dispositivo é conectado em um microcomputador, o sistema


operacional reconhece tal dispositivo. Tanto o VENDOR ID quanto o logo USB são pagos.
São contratos diferentes, pois é possível obter a licença sem comprar o direito de uso do
logo USB. Uma alternativa para pequenos desenvolvedores que não pretendem comprar os
direitos USB, devido ao seu custo, é usar chips de grandes fabricantes que emprestam seu
VENDOR ID (OLIVEIRA, 2006).
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 31

O protocolo utilizado para transferência de informações entre o Host e o dispositivo


(impressora, câmera digital, pen drive) é a alma da comunicação USB. Ele é responsável
por algumas rotinas como verificação e correção de erros, detecção de conexão e retirada
de dispositivos.
A comunicação entre o Host e algum dispositivo só acontecerá se os dois sistemas
possuírem o protocolo USB. Para isso o dispositivo que se comunica com o Host deve ter
um microcontrolador ou chipset com o protocolo USB embarcado.
A transmissão de dados pela USB é baseada no envio de pacotes. A transmissão
começa quando o controlador Host envia um pacote especial “token packet”, conhecido
como “pacote de sinal”. Neste pacote esta descrito o tipo e a direção da transmissão, o
endereço do dispositivo USB e o número do ponto final (endpoint), destinatário.
A transmissão de dados pode ser realizada tanto do Host para o dispositivo quanto
no sentido inverso. O dispositivo USB decodifica o campo de endereço reconhecendo que
o pacote lhe é referente. A seguir, a fonte da transmissão envia um pacote de dados (data
packet) ou indica que não há dados a transferir. O destino responde com um “pacote aperto
de mão” (handshake packet) indicando se a transferência obteve sucesso (ZELENOVSKY
& MENDONÇA, 1999).
Os três tipos de pacotes utilizados na transmissão USB, Token, Data e Handshake
Packets, e seus respectivos campos são mostrados na figura 2.15.

Figura 2.15 - Pacotes utilizados na transmissão USB (a) Token, (b) Data, (c)
Handshake, (ZELENOVSKY & MENDONÇA, 1999).
32 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

Cada campo dentro do pacote correspondente possui uma função específica:


• PID (Packet Identifier): composto de oito bits; os quatro mais significativos
identificam e descrevem o pacote e os restantes são bits de verificação para
prevenção de erros, sendo iguais ao complemento de um dos quatro bits
identificadores (ZELENOVSKY & MENDONÇA, 1999);
• ADDR (Address): endereço do dispositivo USB envolvido; composto de
sete bits, limitando em 127 o número de dispositivos endereçáveis
(ZELENOVSKY & MENDONÇA, 1999);
• ENDP (Endpoint): possui quatro bits que representam o número do
endpoint envolvido; permite maior flexibilidade no endereçamento de
funções que necessitem de mais de um subcanal (ZELENOVSKY &
MENDONÇA, 1999);
• CRC (Cyclic Redundancy Checks): bits destinados à detecção de erros na
transmissão; notar que o CRC pode ser de 5 ou 16 bits, de acordo com o
tipo de pacote (ZELENOVSKY & MENDONÇA, 1999);
• Data: bits de dados (ZELENOVSKY & MENDONÇA, 1999).
O Token Packet pode identificar a transmissão como sendo de transferência para o
Host (IN), de transferência para a função (OUT), de início de frame (SOF) ou de
transferência de informações de controle para o endpoint (SETUP). O CRC de um Token
Packet possui 5 bits e atua apenas sobre os campos ADDR e ENDP, uma vez que o PID
possui seu próprio sistema de prevenção contra erros. Os dados transmitidos via Data
Packet aparecem em um número inteiro de bytes. O CRC de um Data Packet possui 16
bits e valida apenas sobre o campo DATA. O Handshake Packet é constituído apenas de
um PID. Esse pacote pode significar que o receptor recebeu os dados livres de erros
(ACK), que o receptor não pode receber os dados, que o transmissor na pode transmitir
(NAK) ou que o endpoint esta em stall (STALL) (ZELENOVSKY & MENDONÇA,
1999).
A comunicação física entre dispositivos USB ocorre por meio de um cabo que
interliga os dispositivos. Cada extremidade do cabo possui conectores, chamados de tipo A
e tipo B.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 33

Pelo padrão USB, o tipo A é conectado na Aplicação e o tipo B no Host. Além


destes, outro conector que é utilizado geralmente em equipamentos menores (celulares e
câmeras digitais) é o mini-B. A figura 2.16 mostra os conectores USB (OLIVEIRA,
2006).

Figura 2.16 - Conectores USB. Adaptado de (USB Implementers Fórum,


2000).

Os cabos e conectores USB são compostos de quatro fios: VBus, D+, D-, e GND,
as tabelas 2.3 e 2.4 apresentam a pinagem dos diferentes tipos de conectores.

Tabela 2.3 - Descrição da pinagem dos conectores Tipo A e Tipo B. Adaptado de


(USB Implementers Fórum, 2000).

Pino Nome Cor


1 VBUS Vermelho

2 D- Branco

3 D+ Verde

4 GND Preto

Shell Blindagem Blindagem


34 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

Tabela 2.4 - Descrição da pinagem do conector mini-B. Adaptado de (USB


Implementers Fórum, 2000).

Pino Nome Cor


1 VBUS Vermelho

2 D- Branco

3 D+ Verde

4 ID Não conectado

5 GND Preto

Shell Blindagem Blindagem

O fio VBus, padrão na cor vermelha, fornece alimentação aos dispositivos de


comunicação conectados ou aplicações que dela necessitem, sua tensão nominal é de 5 V.
A capacidade de corrente máxima que a porta USB pode fornecer diretamente a um
dispositivo que dela necessite é de 100 mA, (USB Implementers Fórum 2000). A troca de
informação entre o Host e o dispositivo trafega pelos fios D+ e D-, e se dá pela diferença
de tensão entre eles. Os cabos são conectados aos dispositivos conforme ilustrado na
figura 2.17.

Figura 2.17 - Esquema físico da conexão do barramento USB (ZELENOVSKY


& MENDONÇA, 1999).

A posição dos resistores de pull-up muda dependendo de tratar-se de alta ou baixa


velocidade. Quando não existe função conectada ao hub, os resistores de pull-up levam
ambos D+ e D- a um valor menor do que uma tensão limiar para a detecção da presença do
dispositivo. Se essa condição persistir por mais que 2,5 μs, é caracterizada a desconexão do
dispositivo. A conexão de um dispositivo é caracterizada quando apenas uma das linhas for
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 35

levada além da tensão de limiar e esta situação persiste por mais de 2,5 μs,
(ZELENOVSKY & MENDONÇA, 1999).

2.9 NORMAS ASSOCIADAS

A autorização para comercialização e fabricação de qualquer equipamento


eletromédico no Brasil é concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) que sob Resolução n° 444/99 estabelece como requisito o cumprimento da
norma geral NBR IEC 601-1 de 1994 e normas da série NBR IEC 60601-2. A certificação
é realizada por um Organismo de Certificação de Produto (OCP) credenciado pelo
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). Os
OCPs são organismos que recebem acreditação do INMETRO para conduzir e conceder a
certificação de conformidade de produtos com base em regulamentos técnicos ou normas
nacionais, regionais e internacionais.
Existem laboratórios credenciados que realizam testes de conformidade realizando
ensaios de rotina e controle. Estes testes têm o objetivo de proporcionar uma garantia na
conformidade do cumprimento das normas, garantindo a segurança de funcionamento do
equipamento evitando riscos ao paciente. Estes ensaios são realizados periodicamente
respeitando um intervalo de tempo pré-estabelecido, que varia de acordo com algumas
variáveis específicas a cada tipo de equipamento, ou ainda, após o equipamento ser
submetido a uma manutenção ou apresentar falhas na operação.
Os ensaios de conformidade da NBR IEC 601-1 de 1994: “Equipamento
Eletromédico. Parte 1 – Prescrições gerais para a Segurança” que garantem a utilização
segura do equipamento compreendem os seguintes ensaios:
ƒ Testes de funcionalidade;
ƒ Aterramento de proteção, aterramento funcional e equalização de
potencial (Cláusula 18);
ƒ Medição de corrente de fuga permanentes e auxiliares através do
paciente (Cláusula 19);
ƒ Rigidez dielétrica (Cláusula 20);
O cumprimento dos requisitos da norma compreende os testes descritos na norma
geral e específica de cada tipo de equipamento.
36 Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

Neste trabalho em específico estão relacionadas às seguintes normas:


• NBR IEC 601-1 de 1994- Equipamento eletromédico - Parte 1 - Prescrições gerais
para segurança.
Esta norma estabelece prescrições gerais para segurança de equipamento eletromédico
e serve como base para prescrições de segurança de normas particulares.

• NBR IEC 60601-2-25 de 2001- Equipamento eletromédico - Parte 2-25:


Prescrições particulares para segurança de eletrocardiógrafos.
Estabelece prescrições específicas para a segurança de eletrocardiógrafos.

• NBR IEC 60601-2-40 de 1998- Equipamento eletromédico - Parte 2-40:


Prescrições particulares para segurança de eletromiógrafos e equipamento de
potencial evocado.
Estabelece prescrições para a segurança de eletromiógrafos e equipamentos de
potencial evocado.
CAPÍTULO 3

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 PLATAFORMA DIDÁTICA de ENGENHARIA BIOMÉDICA

A Plataforma Didática de Engenharia Biomédica é um projeto do IEB-UFSC que


teve início com a turma de pós-graduandos de 2006 com o objetivo de criar um
instrumento de auxílio ao ensino de temas de Engenharia Biomédica para a graduação de
Engenharia Elétrica da UFSC.
A plataforma é formada por recursos de Hardware (módulos didáticos de aquisição
de biosinais, módulo base), Software (para visualização dos sinais na tela do computador),
além de tutoriais inteligentes e ambiente em realidade virtual™. O primeiro componente a
integrar a plataforma é o Sistema de Processamento de Sinais Biomédicos (SPSB), o qual
será discutido com maiores detalhes no próximo item.
38 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

3.1.2 Sistema de processamento de sinais biomédicos

O primeiro módulo a integrar a plataforma é o Sistema de Processamento de Sinais


Biomédicos (SPSB). Sua função é dar suporte ao ensino de temas de engenharia biomédica
para graduação em engenharia elétrica, no laboratório de engenharia biomédica da UFSC.
Uma representação do SPSB é apresentada na figura 3.1. O sistema é composto de
componentes de Hardware (módulo base e módulos didáticos) e Software (para
visualização dos sinais) além de tutoriais teórico-práticos e ambiente 3D.

Figura 3.1 – Componentes do SPSB.

A figura 3.2 mostra um esquema da ligação dos componentes do SPSB (módulo


base, módulos didáticos e computador).
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 39

Figura 3.2 – Esquema de ligação entre os componentes do SPSB.

O módulo base realiza a comunicação entre o computador e os módulos didáticos.


Seu principal componente é um microcontrolador, ADuC 7026 da Analog Devices. Ele
recebe os sinais dos módulos didáticos, converte em sinal digital e envia para o
computador via interface USB, serial RS232 ou comunicação sem fios. Para isso foi
elaborado um firmware contendo rotinas para a digitalização e envio dos sinais para o
computador.
Constituem os módulos didáticos:
⎯ Módulo de EEG;
⎯ Módulo de EMG;
⎯ Módulo de EOG;
⎯ Módulo de ECG;
⎯ Módulo de interface amplificador de biopotencial;
⎯ Módulo de transmissão sem fios;

Os módulos de ECG, EMG, EOG, EEG e interface amplificador de biopotencial,


são responsáveis pela aquisição e condicionamento de sinais bioelétricos. O módulo de
transmissão sem fios tem a função de envio destes sinais para visualização na tela do
computador.
40 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

A utilização do SPSB contempla uma abordagem teórica inicial, que é o tutorial, e


uma utilização na prática dos conhecimentos envolvidos a teoria, roteiros de aulas práticas
e utilização do hardware, conforme mostrado na figura 3.1.
O tutorial 1 contém temas sobre sinais e sistemas fisiológicos e apresenta um
conteúdo principal, uma abordagem sobre a história do sinal, correlação clínica e o mão na
massa, conforme mostra a figura 3.3.

Figura 3.3 – Página do portal saúde+educação, em detalhe os itens contidos no


tutorial.

Na parte de conteúdo disserta sobre o fenômeno de geração do sinal e sua relação


com o sistema fisiológico envolvido. No item história, é feito um relato sobre os primeiros
registros e os responsáveis pela descoberta do fenômeno. A parte de correlação clínica
traz uma abordagem sobre os parâmetros de interesse do sinal e sua relação com as
patologias e doenças mais comuns. Depois de ter lido o tutorial o aluno responde algumas
perguntas on-line, que servem como mecanismo de avaliação, é o item Auto-Avaliação.
Para a parte prática da utilização do SPSB foi elaborado um item chamado de mão
na massa, onde estão os roteiros de aula prática, com temas referentes à aquisição,

1
O tutorial pode ser encontrado no portal saúde+educação no Link:
http://www.saudeeducacao.ufsc.br/layout.php
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 41

condicionamento, digitalização e envio dos sinais. Nestes roteiros o aluno encontra além de
uma breve introdução sobre o assunto da aula prática, um detalhamento do funcionamento
e dos recursos necessários à utilização do hardware (módulo base mais módulo didático) e
do software, para visualização dos sinais adquiridos na tela do computador.
O tutorial apresenta dois tópicos: um de Eletrocardiografia e outro sobre
Eletroencefalografia.
O primeiro tópico traz conteúdo sobre eletrocardiografia, e apresenta 3 itens de mão
na massa. Dois destes itens são roteiros de aula prática com a utilização dos módulos
didáticos, com os temas: Amplificadores de Biopotencial e Conversão Analógico-digital
de Biosinais. O outro item utiliza um ambiente de ensino em realidade virtual™ cujo título
da aula é Monitoração Cardíaca de um Paciente Virtual.
O segundo tópico tem conteúdo sobre Eletroencefalografia, e seus roteiros de aula
prática abordam tópicos sobre Filtragem de Sinais Biomédicos e Transmissão Sem Fios.
Este trabalho de dissertação é parte integrante da construção do SPSB. Contribui
com o desenvolvimento de conteúdo para o tópico de eletrocardiografia, além da
elaboração de roteiro de aula prática sobre Conversão A/D e Biosinais, desenvolvimento
de módulos didáticos para aquisição de ECG, EMG e EOG, e contribuição no
desenvolvimento do módulo base. Os outros itens do SPSB foram, ou estão sendo,
desenvolvidos por outros pós-graduandos do IEB-UFSC.

3.2 MÓDULO BASE

O Módulo Base (MB) é o componente de interface entre o computador e os


módulos didáticos. Seu principal componente é o microntrolador ADuC7026 da Analog
Devices.
Sua função é digitalizar os sinais dos módulos didáticos e enviar ao computador,
além de disponibilizar alimentação, + 5 V, -5 V, +3,3 V e GND, para os circuitos dos
módulos didáticos. A figura 3.4 ilustra os principais recursos disponíveis no MB.
42 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Figura 3.4 - Principais recursos do MB: (1) Conexão USB; (2), (4), (6), (8), (11)
Conectores latch; (3), (5), (7), (9), (10) Leds indicadores de conexão; (12) Leds
indicadores de transmissão TX e RX; (13) Conector serial RS232; (14) Conexão para
fonte de alimentação.

Outro recurso disponível no módulo base é a geração de sinais analógicos, que são
utilizados para testes nos módulos didáticos. Estes sinais são gravados no firmware do
microcontrolador a partir de um vetor de pontos. São então convertidos em sinais
analógicos pelos conversores D/A do microcontrolador e disponibilizados nos conectores
do módulo base, para serem utilizados como sinais simulados, utilizados em testes e
medições.
Com isso é possível gerar sinais que simulam os sinais elétricos do corpo humano,
podendo ser aplicados nas aulas práticas como opção a colocação de eletrodos.
Um esquema representando a ligação do módulo base com os outros componentes
do SPSB, módulos didáticos, fonte e computador, é mostrado na figura 3.5.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 43

Figura 3.5 - Esquema mostrando a interface entre o módulo base e os outros


componentes do SPSB.

O projeto foi desenvolvido conforme recomendações do fabricante, encontradas na


folha de especificações do componente, sua alimentação é em 3.3V e o clock de 40 MHz é
gerado internamente por um PLL (Phase Locked Loop) com base em um cristal externo de
32.768 kHz. No anexo IV é possível encontrar o esquema elétrico utilizado na ligação do
microcontrolador e a disposição dos recursos do microcontrolador (A/Ds, D/As, portas
I/O) divididos entre os conectores do módulo base.
A conexão com os módulos didáticos é feita através de conectores latch com o uso
de flat cable. Estes conectores são extensões dos recursos do microcontrolador. Neles estão
dispostos os conversores A/D, D/A, portas I/O e alimentação (+5 V, -5V, +3,3 V e GND)
para os módulos didáticos.
Para a conexão do MB com os módulos didáticos dois tipos de conectores foram
utilizados, um latch de 20 vias e um latch de 40 vias.
Os conectores de 20 vias são utilizados para os módulos de ECG, EMG, EOG,
interface amplificador de biopotencias e módulo de transmissão sem fios, já o módulo de
EEG utiliza o conector de 40 vias. Este tipo de conector foi adotado por possuir
44 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

polarização, ou seja, a conexão não pode ser invertida. Outro critério para escolha desse
conector foi o fato de serem componentes baratos e facilmente encontrados. Com o uso do
flat cable o sistema permite certa flexibilidade, sendo possível movimentar facilmente os
módulos depois de conectados.
O MB exibe um led indicador de conexão que acende cada vez que um módulo é
ligado ao MB, é o indicativo de que a conexão foi feita corretamente, este recurso pode ser
visualizado na figura 3.4.
Com o objetivo de explorar todos os recursos da pastilha e todas as saídas
analógicas (A/Ds e D/As) e digitais (portas I/O), foram disponibilizadas no conector de 40
vias, ficando disponíveis para futuras aplicações que necessitem destes recursos. Esta
estrutura contempla a proposta inicial, que era desenvolver um sistema que permita o uso
em outras aplicações futuras desenvolvidas pelo IEB-UFSC.
A alimentação dos componentes do módulo base é fornecida por uma fonte de
alimentação externa, a qual será detalhada logo a seguir no item 3.5.
A comunicação entre o módulo base e o computador pode ser feita através de três
interfaces, USB, Wireless e serial RS-232.

3.2.1 Comunicação Wireless

A comunicação wireless, ou sem fios, entre o computador e o módulo base utiliza


um rádio modem da Maxtream com protocolo de comunicação ZIGBEE. Para isso foi
desenvolvido um módulo didático de transmissão sem fios por ANDRIGHETTO (2008).

3.2.2 Comunicação USB

A comunicação USB (Universal Serial Bus) utiliza um conversor USB/serial


UART da FTDI (Future Technology Devices International Ltd), o FT232R. Este
componente interliga a interface serial UART do microcontrolador, com a conexão USB
do computador.
O FT232R possui o protocolo USB gravado em um microprocessador interno, além
de FIFOS (First In First Out) que controlam o envio e recebimento dos dados. Optou-se
por esta solução devido à simplicidade de implementação deste chip na comunicação com
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 45

o microcontrolador via comunicação UART. Outra questão foi o fato do padrão USB ser
uma tecnologia fechada, necessitando o pagamento de direitos para sua utilização, no caso
da utilização do FT232R esses direitos são pagos pela FTDI.
O FT232R dispõe da facilidade de ser alimentado pela energia da USB do
computador (VBUS), o que é interessante para realizar a isolação elétrica da comunicação
com o computador. Além disso, a comunicação UART entre o microcontrolador e o chip
USB necessita de apenas dois pinos, TXD (para transmissão) e RXD (para recepção), o
que facilita a isolação elétrica. O esquema apresentado na figura 3.6 mostra a configuração
dos dispositivos para comunicação, FT232R, microcontrolador e computador.

Figura 3.6 - Esquema de ligação do chip de comunicação USB (FT232R).

Com o objetivo de isolar eletricamente a comunicação entre o computador e o


módulo base, proporcionando proteção ao usuário, foi utilizado um isolador para
comunicação digital, o ADUM1200 da ANALOG DEVICES. Este componente é um
isolador digital de 2 canais que utiliza a tecnologia icoupler® , com uso de codificação e
decodificação. Este dispositivo foi especialmente desenvolvido para aplicações específicas
como isolação de múltiplos canais na troca de informações para redes como SPI®, RS-232,
46 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

RS-422 e RS-485. A figura 3.7 mostra em detalhes a ligação do dispositivo


proporcionando a isolação elétrica entre o módulo base e o computador.

Figura 3.7 – Esquema utilizado para isolação elétrica entre o módulo base e o
computador.

3.2.3 Comunicação Serial

Para a implementação da comunicação serial RS232, entre o microcontrolador do


módulo base e o computador, foi utilizado o circuito integrado MAX232 da Maxim que é
um conversor de sinais TTL/RS232. O circuito implementado pode ser visto na figura 3.8.
O circuito faz a comunicação entre a saída UART do microcontrolador e entrada serial do
computador. Esta interface de comunicação é utilizada apenas para gravação do firmware
no microcontrolador e para testes. Não pode ser utilizada para aquisição de sinais por não
possibilitar a implementação de um sistema que propicie isolação elétrica.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 47

Figura 3.8 - Circuito utilizado na comunicação serial entre o microcontrolador


do módulo base e a porta serial do computador.

3.3 FIRMWARE PARA O MICROCONTROLADOR DO MÓDULO


BASE

O firmware (software embarcado) do módulo base tem a função de digitalização e


envio do sinais adquiridos pelos módulos didáticos para o computador, além da geração de
sinais analógicos. Estes sinais analógicos podem ser sinais fisiológicos simulados, como
ECG ou EMG, e podem ser aplicados a entrada dos módulos didáticos como opção a
colocação de eletrodos para aquisição de sinais reais.
Na seqüência de atividades do programa o primeiro passo compreende a
configuração dos dispositivos do microcontrolador (A/Ds, D/As e porta serial). Para isso
foram criadas algumas rotinas:
9 Configuração dos A/Ds;
9 Configuração da serial;
9 Configuração do Baud Rate;
9 Geração de sinais analógicos pelos D/As.
A figura 3.9 ilustra um fluxograma com a seqüência das atividades executadas para
realização das tarefas de digitalização, recepção e transmissão de dados.
48 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Figura 3.9 – Fluxograma com a seqüência de atividades executadas pelo


firmware para a execução das tarefas de digitalização, recepção e transmissão de
dados. A variável ADCCP é um registrador que habilita os conversores A/D. O
número atribuído a este registrador seta qual A/D é habilitado, por exemplo, quando
ADCCP=0 o A/D0 esta habilitado.

Os A/Ds do microcontrolador foram configurados para operar no modo single-


ended. Neste modo a faixa dinâmica do A/D opera de 0 a Vref (tensão de referência para o
A/D). Para configuração de Vref foi utilizada a referência interna do microcontrolador de
2,5 Volts.
A freqüência de amostragem foi configurada em 1 kHz, valor suficiente para os
sinais de interesse. O critério adotado foi o cumprimento do teorema de Nyquist (a
freqüência de amostragem deve ser no mínimo duas vezes a máxima componente de
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 49

freqüência presente no sinal). O sinal de EMG é o sinal com maior componente de


freqüência a ser convertido, com limite superior de freqüência de 500 Hz (COHEN, 2006).
Segundo IVES & WIGGLESWORTH (2003) freqüências de amostragem superiores a 1
kHz são desnecessárias para capturar com exatidão medidas de tempo e amplitude dos
sinais de EMG.
Para transmissão e recebimento de informações (dados) através do computador foi
utilizada a interface de comunicação UART (Universal Asynchronous
Receiver/Transmitter) do microcontrolador. Este padrão necessita de apenas dois pinos
para realizar a comunicação, o que facilita a isolação elétrica através da porta USB,
conforme supramencionado no item 3.2.2. Na configuração do BaudRate 1 a velocidade
utilizada foi de 115.200, valor limite da comunicação serial. A comunicação entre o
microcontrolador e o computador utiliza caracteres ASCII.
Os dados resultantes da conversão dos A/Ds são enviados para o computador
através de pacotes (conjunto de bits). Caracteres especiais são utilizados para marcar o
início e o fim do pacote. Isso possibilita uma verificação dos dados enviados para o
computador. Uma rotina implementada no software de visualização, residente no
computador, realiza essa verificação, plotando apenas os dados dos pacotes considerados
válidos.
Essa verificação e feita considerando os caracteres de início (“*” e “:”) e fim (“;”) e
o tamanho do pacote. A figura 3.10 ilustra o exemplo de um pacote válido.
O tamanho do pacote contém 15 posições, as duas primeiras são reservadas para os
caracteres de início, a última para o caractere que indica o fim do pacote, as posições 3 a
14 devem conter os bits de resultado das conversões dos A/Ds. O resultado da conversão
de cada A/D é uma informação de 12 bits. Como a UART só envia 8 bits por vez, duas
posições devem ser reservadas no pacote para o resultado de cada A/D. Por conveniência
foi adotada a utilização apenas dos seis primeiros conversores A/D, A/D 0 até o A/D5. Isso
porque a tela do programa comporta uma boa visualização para 6 canais. A figura 3.11
mostra o espaço preenchido pelos resultados das conversões do A/Ds no pacote de dados.

1
BaudRate - Velocidade com a qual os dados são enviados serialmente.
50 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Figura 3.10 – Padrão do pacote utilizado para envio de informações do


microcontrolador para o computador. O pacote de dados é considerado válido
quando: 1-As duas primeiras posições forem “*”e “:” respectivamente, 2- O pacote
conter 15 posições, 3- O pacote encerrar com “;”.

Figura 3.11 – Posições dos resultados dos A/Ds no pacote de dados.

O programa principal (main) inicia com a verificação de um caracter que é enviado


pelo computador. Se esse caracter for à letra “P” o programa fecha o pacote e volta para o
início. Uma nova verificação é feita até receber um caracter diferente de “P”. Isso é
utilizado toda vez que o programa de visualização interromper a comunicação entre o
computador e o módulo base. Garantido assim que a cada alteração na configuração de
envio do microcontrolador o firmware fique esperando um novo caracter para configurar o
modo de envio de dados.
Os três diferentes modos de envio configuram o tamanho da “palavra” de resultado
da conversão A/D, que pode ser de 12 bits, 8 bits ou 4 bits. Essa escolha é feita pelo
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 51

usuário na tela do programa de visualização, conforme será melhor detalhado no item 4.1.2
do Anexo I. Esse artifício permite ao aluno visualizar os sinais adquiridos pelos módulos
didáticos em diferentes resoluções, 12, 8, ou 4 bits.
Quando o usuário seta o modo de envio, 12, 8 ou 4 bits, o programa de visualização
envia um caracter para o microcontrolador. Para 12 bits o caracter enviado é “A”, para 8
bits “B” e para 4 “C”. A partir da verificação deste caracter o modo de envio é
selecionado.
O registrador do microcontrolador responsável por armazenar os resultados das
conversões dos A/Ds é um vetor com 32 posições. Por isso na hora envio dos resultados
dos A/Ds é necessário aplicar uma “máscara” de software sobre o vetor de dados que
contém o resultado da conversão. A figura 3.12 mostra o vetor de dados original,
registrador interno do microcontrolador.

Figura 3.12 – Vetor com o resultado da conversão de um ADC com 12 bits. Os


quatro primeiros bits são bits de sinal, os bits 16 á 27 contêm o resultado da
conversão do A/D.

Na forma de envio com 12 bits são enviados todos os bits de resultado de uma
conversão. Com oito bits são enviados os oito mais significativos e zerados os quatros
menos significativos. A mesma lógica é utilizada para o envio com 4 bits, onde são
enviados os quatro mais significativos e zerados os oito menos significativos. A figura
3.13 ilustra cada uma dessas situações, 12 bits, 8 bits e 4 bits. Para envio do resultado da
conversão com 12 bits é necessário realizar um deslocamento no vetor original
posicionando os bits com o resultado da conversão nas 12 primeiras posições do vetor. A
mesma operação e realizada para as formas de envio com 8 e para 4 bits. Com 8 bits são
zerados os 4 menos significativos, com 4 os oito menos significativos.
Um sinal de ECG é gerado pelos D/As do microcontrolador. Este sinal é utilizado
no módulo didático de ECG como opção a colocação de eletrodos, sendo aplicado à
entrada do amplificador de instrumentação, percorrendo todos os circuitos da cadeia de
aquisição. O objetivo é simular a aquisição de um sinal real de ECG para utilização em
52 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

testes nos módulos didáticos. Este sinal é gerado em todos os D/As, uma vez que o módulo
de ECG pode ser conectado nos diferentes conectores do módulo base.

Figura 3.13 – Resultado das operações realizadas pela “máscara” de software.

Este sinal simulado de ECG é gerado á partir de um vetor de números com valores
de amplitude igualmente espaçados. Ele foi obtido a partir de amostras de um ECG, onde
foi utilizada uma taxa de 200 amostras por segundo. A figura 3.14 ilustra o sinal gerado á
partir do vetor de pontos.

3.4 MÓDULOS DE AQUISIÇÃO DE ECG, EMG e EOG

Os módulos didáticos têm a função de adquirir e condicionar (amplificação,


filtragem e offset) sinais de ECG, EMG e EOG para envio ao módulo base. O módulo base
digitaliza estes sinais e envia para o computador. Com o auxilio do software é possível
visualizar o sinal adquirido na tela do computador. A figura 3.2 ilustra o esquema de
ligação entre os módulos didáticos, módulo base e computador.
Os sinais adquiridos pelos três módulos didáticos (ECG, EMG e EOG) podem ser
utilizados em aula práticas sobre conversão A/D. Com isso é possível obter uma situação
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 53

real referente à aquisição de biosinais e utilizar estes sinais para demonstrar algumas
propriedades da conversão A/D.

Figura 3.14 – a) Valores de amplitude que formam o sinal de ECG; b) Traçado


do sinal de ECG gerado a partir dos valores de amplitude da figura (a),
(TOMPKINS, 1995).

3.4 MÓDULOS DE AQUISIÇÃO DE ECG, EMG e EOG

Os módulos didáticos têm a função de adquirir e condicionar (amplificação,


filtragem e offset) sinais de ECG, EMG e EOG para envio ao módulo base. O módulo base
digitaliza estes sinais e envia para o computador. Com o auxilio do software é possível
visualizar o sinal adquirido na tela do computador. A figura 3.2 ilustra o esquema de
ligação entre os módulos didáticos, módulo base e computador.
Os sinais adquiridos pelos três módulos didáticos (ECG, EMG e EOG) podem ser
utilizados em aula práticas sobre conversão A/D. Com isso é possível obter uma situação
real referente à aquisição de biosinais e utilizar estes sinais para demonstrar algumas
propriedades da conversão A/D.
54 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

A particularidade envolvida na criação deste sistema foi elaborar uma solução


didática referente à aquisição e processamento de sinais biomédicos. Com base nesse
propósito o equipamento foi desenvolvido com uma arquitetura aberta, que permite ao
aluno a possibilidade de interagir com o sistema. Para isso foram criados alguns recursos: a
ponteira exploradora, o circuito do aluno e o sinal de teste. A figura 3.15 mostra o
diagrama de blocos de um dos módulos didáticos e a sua ligação com os outros
componentes do sistema, módulo base e computador.

Figura 3.15 - Diagrama de blocos e ligação do módulo didático de ECG com o


módulo base e o computador.

A ponteira exploradora permite a simulação da ação de um osciloscópio,


possibilitando a aquisição do sinal nos pontos de teste colocados ao longo da cadeia de
aquisição. O sinal de teste é um sinal gerado pelo conversor D/A do microcontrolador e é
utilizado para simular um sinal, que pode ser de ECG, EMG ou EOG. Este sinal é aplicado
à entrada do amplificador de instrumentação, percorrendo toda a cadeia de aquisição. Outra
funcionalidade dos módulos didáticos é a possibilidade da substituição de qualquer circuito
da cadeia de aquisição por um circuito externo, chamado circuito do aluno. Com este
recurso é possível montar um dos circuitos externamente, por exemplo, em um protoboard,
e ligar ao módulo, a figura 3.16 ilustra a situação da substituição do filtro passa-altas.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 55

Figura 3.16 - Esquema mostrando a substituição de um filtro passa-altas por


um filtro montado externamente em um protoboard (circuito do aluno).

Os três módulos (ECG, EMG, EOG) possuem as mesmas características e os


mesmos recursos, a diferença esta na configuração dos circuitos de ganho e dos filtros. A
figura 3.17 mostra o módulo de ECG com a descrição e localização dos recursos.

Figura 3.17. Recursos do módulo didático de ECG. (1) Conector para o cabo
dos eletrodos, (2) Conector para a ponteira de prova, (3) Chave habilita circuitos, (4)
Saídas dos circuitos disponíveis para o aluno, (5) Jumper para seleção do ganho da
ponteira de prova, (6) Jumper para seleção sinal de teste/ sinal dos eletrodos, (7)
Conector para entrada de sinal de circuito externo, (8) Conector para alimentação de
circuito externo, (9) Conector para ligação com o módulo base.
56 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

A mesma placa de circuito impresso é utilizada para montagem dos três módulos, o
que garante uma economia na confecção das placas e de tempo de projeto. A identificação
dos diferentes módulos é feita através uma etiqueta colocada na parte superior, conforme
mostrado na figura 3.17.

3.4.1 Cadeia de Aquisição dos módulos de ECG, EMG e EOG

A cadeia de aquisição dos módulos de ECG, EMG e EOG foi projetada para
atender às especificidades de uso do equipamento como recurso didático para aplicação em
aulas práticas. Isso exigiu cuidados na escolha de alguns parâmetros dos circuitos como
níveis de amplificação, topologia dos filtros e o arranjo de eletrodos.
Na etapa inicial de amplificação (amplificador de instrumentação) foi utilizado um
ganho maior do que o usualmente utilizado neste tipo de circuito, conforme adotado em
trabalhos anteriores como (PAIM, 2005), (SCHWARZ, 2007). Como o amplificador de
instrumentação utilizado, AD620 da Analog Devices, possui elevado CMRR (Common
Mode Rejection Ratio) (100 dB com ganho a 1 kHz), a eliminação de sinais comuns aos
dois canais é alta. Desse modo, um ganho maior é dado ao sinal na entrada do primeiro
estágio. Isso permite um melhor condicionamento do sinal para utilização em um circuito
externo, como no caso do circuito do aluno. A figura 3.18 mostra o diagrama de blocos
com os componentes utilizados na cadeia de aquisição dos três módulos.

Figura 3.18 – Cadeia de aquisição. a) Módulo de ECG; b) Módulos de EMG ou


EOG.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 57

Os circuitos que formam a cadeia de aquisição dos diferentes módulos são


basicamente os mesmos, a única diferença está no acréscimo do amplificador de perna
direita para o circuito de ECG, conforme apresentado na figura 3.18.
O amplificador de instrumentação é o primeiro componente da cadeia de aquisição,
é responsável pela etapa de ganho inicial. Nesta etapa o amplificador utilizado foi o
AD620 da Analog Devices. Este componente foi escolhido por apresentar alta impedância
de entrada (10 GΩ) e elevado CMRR (100 dB com ganho 10 a 1kHz ). Este circuito
apresenta a mesma configuração tanto para o módulo de ECG como o de EMG e EOG, a
diferença está nos ganhos para cada tipo de sinal. A figura 3.19 ilustra a configuração
utilizada para este circuito.

Figura 3.19 – Esquema da configuração utilizada para o circuito do


amplificador de instrumentação.

O ganho do circuito é configurado somente pelos resistores R2 e R3 colocados


entre os pinos 1 e 8 do AD620 e pode ser encontrado através da equação 3.1,
disponibilizada pelo fabricante.

49,4 kΩ
Ganho = +1 (3.1)
RG
onde: RG = R2+R3.
Para os módulos de ECG e EOG o ganho adotado foi de 21,583 (R2 =R3 =1,2 kΩ)
e no módulo de EMG foi utilizado um ganho de 31,12 (R2=R3= 820 Ω).
58 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Os três módulos (ECG, EMG e EOG) utilizam o arranjo bipolar de eletrodos. Esta
configuração torna-se mais adequada para este tipo de aplicação, pelo fato de apresentar
menor quantidade de ruído e interferência provinda de outras fontes, se comparado ao
modo monopolar, que utiliza apenas um eletrodo para medição e outro para referência
(GONZALES, 1998). No módulo de ECG o eletrodo de referência é ligado à saída do
amplificador de perna direita. Nos módulos de EMG e EOG o eletrodo de referência é
ligado à referência dos circuitos. A figura 3.20 mostra a configuração de ligação dos
eletrodos nos dois casos.

Figura 3.20 – Configuração bipolar de eletrodos. a) Módulo de ECG; b)


Módulos de EMG e EOG.

O amplificador de perna direita é uma configuração clássica utilizada em circuitos


de aquisição de ECG. Este circuito tem a função de minimizar os efeitos do ruído de modo
comum, presente nas entradas do amplificador. A tensão de modo comum é invertida,
amplificada e jogada novamente para o corpo através de um eletrodo colocado na perna
direita. A figura 3.21 mostra o circuito do amplificador de perna utilizado.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 59

Figura 3.21 – Circuito de perna direita utilizado no módulo de ECG.


Adaptado de (INA129 DATASHEET).

Uma vez realizada a aquisição do sinal é importante aplicar um sistema de filtros


que eliminem outros sinais que não pertencem à faixa de freqüência do sinal de interesse.
O sistema de filtragem adotado utiliza um filtro passa-faixa de segunda ordem,
formado por um passa-altas de segunda ordem, em cascata com um passa-baixas de
segunda ordem. Há ainda a adição de um filtro notch de 60 Hz para eliminar os ruídos
causados por interferência da rede elétrica. O amplificador operacional utilizado para
construção dos filtros foi o TL081 da Texas Instruments. Este componente é facilmente
encontrado no mercado, possui baixíssimo custo e atende às necessidades de projeto.
Algumas aproximações são feitas para adequar os valores de projeto aos
componentes comerciais encontrados. Os cálculos dos componentes dos filtros podem ser
encontrados no anexo III.
Após a passagem do sinal pelo amplificador de instrumentação é utilizado um filtro
passa-altas com topologia Sallen-key e aproximação Butterworth de segunda ordem com
atenuação de - 40 dB/década. A função deste filtro é eliminar sinais de baixa freqüência,
essencialmente o efeito do potencial de meia célula.
Na seqüência é aplicado um filtro passa-baixas de segunda ordem Butterworth que
utiliza a mesma topologia Sallen-key. A função deste filtro é eliminar sinais de alta
freqüência, superiores às do sinal de interesse evitando o aliasing.
A cascata dos dois filtros, um passa-altas mais um passa-baixas, forma um passa-
faixa de segunda ordem com atenuação de - 40 dB/ década.
60 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Para os três módulos ECG, EMG e EOG foi adotada a aproximação Butterworth,
por ser monotônica em toda a faixa de freqüência e apresentar a característica mais plana
possível na banda de passagem (NOCETI-FILHO, 2003).
A freqüência de corte utilizada para o filtro passa-faixa de ECG compreende a faixa
de 0,5 - 50 Hz, que conforme já mencionado em detalhes no capítulo 2, é adequada para
fins de monitoração de sinais de ECG. A figura 3.22 mostra o filtro passa-faixa
implementado para o módulo de ECG.

Figura 3.22 – Filtro passa-faixa utilizado para condicionamento do sinal de


ECG possuindo freqüências em corte de 0,5 Hz e 50 Hz.

O filtro passa-faixa utilizado para captação de sinais de EMG é composto por um


passa-altas com freqüência de corte de 2 Hz e um passa-baixas de 500 Hz, faixa que
compreende o espectro de freqüências do eletromiograma de superfície, que segundo
COHEN (2006) é de 2-500 Hz. A figura 3.23 mostra o circuito do filtro passa-faixas
implementado para o sinal de EMG.
Segundo COHEN (2006) a faixa de freqüência utilizada para o eletrooculograma de
superfície é de 0 a 100 Hz. O que eliminaria a utilização de um filtro passa-altas. Porém, a
captação de sinais DC (zero Hertz) por um sistema de eletrodos conectados à superfície da
pele sofreria interferência do potencial de meia célula, com valores que poderiam chegar a
300 mV (WEBSTER 1998), podendo saturar o amplificador de entrada. Dessa forma foi
utilizado um filtro passa-faixas com banda passante de 0,5 a 100 Hz para condicionar os
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 61

sinais relevantes e atenuar os níveis de offset. A figura 3.24 mostra o filtro passa-faixa
utilizado para o sinal de EOG.

Figura 3.23 – Filtro passa-faixa utilizado para condicionamento do sinal de


EMG possuindo freqüências de corte de 2 Hz e 500 Hz.

Figura 3.24 – Filtro passa-faixa utilizado para condicionamento do sinal de


EOG possuindo freqüências de corte de 0,5 Hz e 100 Hz.

Para eliminar o ruído de 60 Hz proveniente da rede elétrica foi implementado um


filtro notch de 60 Hz com topologia Fliege. A vantagem do uso desta topologia é a
possibilidade de ajuste do fator de qualidade sem alteração na freqüência de corte. A
figura 3.25 mostra o circuito utilizado na implementação do filtro notch.
62 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Figura 3.25 – Circuito do filtro notch de 60 Hz projetado com fator de


qualidade de 2,78.

Os cálculos para freqüência de corte e fator de qualidade podem ser encontrados no


anexo III.
O valor de 2,78 adotado para o fator de qualidade tem base em testes experimentais
e de simulação. Este valor representou o limite máximo para o fator de qualidade sem
distorção no sinal de interesse e sem overshoot nas freqüências próximas a banda de
rejeição.
A figura 3.26 mostra a resposta em freqüência do circuito de filtragem formado
pelos filtros passa-altas, passa-baixas e notch 60 Hz.
Após o sinal passar pelo amplificador de instrumentação e pela etapa de filtragem é
necessária uma etapa final de ganho. Isso é feito para que o sinal seja aplicado à entrada do
conversor A/D do microcontrolador com uma amplitude adequada. O sinal não deve
ultrapassar a amplitude máxima de entrada do A/D e não deve ter uma amplitude muito
baixa, de maneira a preencher todos os possíveis níveis de quantização do conversor.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 63

Figura 3.26 – Resposta em freqüência dos circuitos de filtragem utilizado no


sinal de EMG.

O ganho final do sistema é resultado da multiplicação dos ganhos das etapas


individuais, amplificador de instrumentação, filtros e etapa final de ganho. Os ganhos das
etapas individuais e o ganho total de cada módulo são apresentados na tabela 3.1.

Tabela 3.1 – Ganho total dos módulos de ECG, EMG e EOG.

A figura 3.27 mostra o circuito da etapa final de ganho dos módulos de ECG, EMG
e EOG.
64 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Figura 3.27 – Circuito utilizado na etapa final de ganho.

Uma etapa de offset é necessária para condicionar o sinal adequadamente à entrada


do conversor A/D do microcontrolador. Como a faixa de entrada do conversor utilizada é
de 0 a 2,5 Volts, logo é adicionado nos sinais um offset de 1,25 Volts (metade da faixa de
entrada do conversor). Dessa forma, as amplitudes negativas dos sinais compreendem a
faixa de 0 a 1,25 Volts e as amplitudes positivas de 1,25 a 2,5 Volts. A figura 3.28 mostra
o circuito gerador de offset utilizado. A tensão de – 1,25 Volts é gerada a partir de – 5
Volts por um divisor de tensão, um buffer garante a estabilidade dessa tensão. Um
amplificador operacional na configuração de subtrator gera o offset de + 1,25 Volts.
Um circuito de proteção é utilizado para garantir que não seja aplicada tensão
negativa e não seja ultrapassado o nível máximo de entrada dos conversores analógico-
digitais do microcontrolador. Este circuito é a última etapa antes do envio do sinal para os
A/Ds. O circuito é formado por um buffer, com um diodo na malha de realimentação para
evitar tensões negativas. Um diodo zener de 2,7 Volts é colocado na saída para garantir
que o sinal não ultrapasse o nível máximo suportável pelos A/Ds, que é de 3,6 Volts. A
figura 3.29 mostra o circuito de proteção utilizado.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 65

Figura 3.28 – Circuito gerador de offset utilizado nos módulos de ECG,


EMG e EOG.

Figura 3.29 – Circuito para proteção do conversor A/D.

3.4.2 Ponteira exploradora

A ponteira exploradora serve como um osciloscópio permitindo a aquisição do


sinal em diferentes pontos do circuito. Um recurso da ponteira exploradora é a
possibilidade de ajuste do ganho. Através da configuração do jumper 2 (J2) pode ser
selecionado o ganho, que pode ser de 1, 10 ou 100 vezes. Com isso, sinais de pequena
amplitude, como na saída do amplificador de instrumentação, podem ser melhor
66 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

visualizados. O sinal captado pela ponteira é ligado a um conversor A/D do


microcontrolador. O circuito utilizado para aquisição de sinais com a ponteira exploradora
pode ser visto na figura 3.30. Este circuito é composto basicamente de um buffer de
entrada, amplificador de ganho, circuito de offset e circuito de proteção.

Figura 3.30 – Circuito implementado para aquisição de sinais com a ponteira


exploradora. Através da posição do jumper J2 é configurada a seleção do ganho.

Pontos de teste foram colocados nas entradas e saídas dos circuitos para facilitar a
medição dos sinais com a ponteira, como mostra a figura 3.31.

Figura 3.31 – Medição de sinais com a ponteira exploradora nos pontos de


teste colocados em diferentes pontos da cadeia de aquisição.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 67

3.4.3 Sinal de Teste

O sinal de entrada do amplificador de instrumentação pode ser captado por


eletrodos ou pode ser um sinal de teste gerado pelo conversor digital-analógico do
microcontrolador. Para aplicação do sinal de teste à entrada do amplificador de
instrumentação um circuito adicional é necessário para gerar um offset negativo e uma
atenuação no sinal. A figura 3.32 mostra o circuito utilizado para geração de offset e
atenuação do sinal, onde os resistores R41 e R42 formam um divisor de tensão que gera
uma atenuação de 1000 vezes no sinal.

Figura 3.32 – Circuito utilizado para o condicionamento do sinal de teste


gerado pelo conversor D/A.

A opção por um ou outro sinal é realizada pela configuração da ligação do jumper


(J1), como mostrado na figura 3.33. Com J1 entre os pinos 2-4 e 1-3, a entrada do
amplificador de instrumentação receberá o sinal do cabo dos eletrodos. A outra opção é
quando J1 está entre os pinos 4-6 e 3-5. Neste caso, a entrada do amplificador de
instrumentação receberá o sinal de teste da saída do conversor digital-analógico do
microcontrolador.
68 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Figura 3.33 - Jumper J1 do módulo fazendo a seleção entre o sinal dos


eletrodos e o sinal de teste.

3.4.4 Circuito do Aluno

O circuito do aluno é montado em um circuito externo, por exemplo em um


protoboard, e ligado ao módulo didático em substituição a um dos circuitos da cadeia de
aquisição (amplificador de instrumentação, filtros e ganho final). Para isso foram dispostos
conectores com as saída e entradas de cada circuito.
A ligação entre cada bloco do circuito da cadeia de aquisição pode ser interrompida
através de uma chave dip switch (chave habilita circuitos), como mostrado a figura 3.34,
interrompendo a ligação entre o bloco anterior e o bloco seguinte.
O sinal de saída de cada bloco está ligado a um conector (saídas disponíveis p/ o
aluno), ficando disponível para ser utilizado pelo aluno em um circuito externo, como
mostra a figura 3.34. Da mesma forma as entradas dos blocos, filtro passa-altas, passa-
baixas, ganho e offset estão disponibilizadas no conector CN03, figura 3.34.
Com isso é possível substituir cada um dos blocos da cadeia de aquisição por um
circuito externo, circuito do aluno, interrompendo a ligação entre os blocos da cadeia de
aquisição através da posição dos botões da chave habilita circuitos.
A figura 3.35 mostra um exemplo onde o filtro passa-altas é substituído por outro
montado em um circuito externo, protoboard. Para isso os botões 1 e 2 da chave habilita
circuitos são desligados. A saída do bloco anterior, amplificador de instrumentação, esta
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 69

disponível no pino 1 do conector saídas disponíveis para o aluno e a entrada do bloco


seguinte, filtro passa-baixas, esta ligada ao pino 2 do conector CN03.

Figura 3.34 – Chave habilita circuitos interrompendo a ligação entre os


circuitos da cadeia de aquisição.

Figura 3.35 – Exemplo de uso do circuito do aluno, substituição do filtro passa-


altas por um filtro montado pelo aluno em um protoboard.
70 Capítulo 3 – Materiais e Métodos

Um conector dispõe +5V, -5V e referência (GND) para alimentação de um circuito


externo (circuito do aluno), com uma corrente de até 100 mA. Este conector está mostrado
em detalhe na figura 3.17.

3.5 FONTE DE ALIMENTAÇÃO

A alimentação dos circuitos do módulo base e módulos didáticos é realizada por


uma fonte de alimentação externa com saídas de +5 Volts, - 5 Volts e +3,3 Volts. A fonte é
conectada ao módulo base e deste deriva a alimentação para os módulos didáticos através
dos conectores de ligação entre os mesmos.
A fonte apresenta isolação elétrica entre a rede e o restante do equipamento
(Módulo base e módulos didáticos). O esquema elétrico da fonte pode ser encontrado no
anexo IV.
Os reguladores de tensão utilizados foram: LM7905(-5 Volts), LM7805(+5 Volts),
LM3940(+3.3 Volts). Optou-se pelo uso de reguladores lineares por apresentam baixo
nível de ruído da tensão de saída. Essa característica é desejável excepcionalmente na
tensão de alimentação do microcontrolador, que admite um baixíssimo nível de ruído na
tensão de alimentação (menos que 100 mA). Reguladores chaveados com esta
característica possuem um custo bem mais elevado.
Os reguladores de + 5 e -5 Volts utilizados possuem proteção interna contra curto-
circuito, o que é desejável visto que eventuais problemas desse tipo podem ocorrer durante
a realização de aulas práticas.

3.6 SOFTWARE PARA VISUALIZAÇÃO DOS SINAIS

O software de visualização mostra na tela do computador os sinais processados


pelo módulo base, funcionando basicamente como a tela de osciloscópio. Foi desenvolvido
em C++ Builder 6.0 no grupo de pós graduandos do IEB-UFSC. As funcionalidades e o
modo de operação do software estão descritas em detalhes no roteiro de aula prática no
anexo I (item 4.1.2).
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 71

3.7 ROTEIRO DE AULA PRÁTICA

Para utilização do SPSB foram desenvolvidos roteiros de aulas práticas com


experimentos utilizando o sistema (SPSB) na aquisição de sinais biomédicos. Estes roteiros
apresentam um conteúdo inicial com alguns conceitos e fundamentos básicos sobre o
assunto a ser abordado em aula prática. Além de um detalhamento sobre a utilização dos
componentes de hardware (módulo base e módulos didáticos) e software de visualização.
O conteúdo de aula prática escolhido para fazer parte deste trabalho é a conversão
analógico-digital. O conversor analógico-digital é parte integrante de qualquer sistema de
aquisição de sinais biomédicos que utilize, em alguma etapa do processo de aquisição, um
elemento digital para processamento do sinal. A idéia é utilizar sinais biomédicos reais,
adquiridos do corpo através de eletrodos (no caso sinais de ECG, EMG ou EOG) ou
gerados pelo conversor D/A do microcontrolador (sinal simulado de ECG), para
demonstrar na prática fundamentos de conversão analógico-digital. Em específico é
mostrado na prática a relação entre a qualidade do sinal adquirido em relação ao número de
bits do conversor (quantização). O roteiro de aula prática pode ser encontrado no anexo I
(item 4.3).
CAPÍTULO 4

4. RESULTADOS

Este capítulo traz os resultados dos testes de bancada que determinam à


funcionalidade do sistema (módulos de hardware, comunicação USB e software de
visualização), além de testes de segurança elétrica e avaliação do sistema.

4.1 RESULTADOS DE BANCADA e TESTES DE FUNCIONALIDADE

4.1.1 Módulo de ECG

Os testes com o módulo didático de ECG para análise de desempenho foram


realizados utilizando os sinais de um simulador de ECG (ECG Simulator) modelo ECG
Plus, marca Bio-Tek (USA). Este simulador gera sinais com amplitudes que variam desde
0,5 mV até 2 mV com freqüências que vão desde 60 bpm (batimentos por minuto) até 240
bpm. Inicialmente foi realizada uma avaliação qualitativa do sinal, comparando o sinal
analógico do circuito de aquisição de ECG (entrada do conversor A/D do módulo base)
Capítulo 4 - Resultados 73

com uma saída auxiliar do simulador, com amplitude de 1 Volt de pico. Para aquisição dos
sinais as saídas do módulo de ECG e saída do simulador foram conectadas nas entradas de
um osciloscópio (TDS 2014 da Tektronix). Em um primeiro teste um sinal com amplitude
de 1,5 mV de pico e freqüência de 60 bpm foi aplicado à entrada do módulo de ECG. A
figura 4.1 mostra o sinal na saída do módulo de ECG, em comparação ao sinal de 1 Volt
de pico da saída auxiliar do simulador. Nestes testes o ganho foi ajustado em 500. No canal
1 é mostrado o sinal gerado pelo simulador com amplitude de 1Volt de pico. No canal 2 o
sinal medido na saída do módulo de ECG (entrada do conversor A/D).

Figura 4.1 - Sinal de ECG gerado pelo simulador utilizando o sinal da


derivação 2 aplicado à entrada do módulo de ECG.

Na figura 4.1 é possível perceber um offset no sinal de saída do módulo de ECG.


Conforme comentado anteriormente este nível DC de 1,25 Volts presente no sinal é
necessário para ajustar a linha de base para metade da tensão de entrada do A/D (2,5
Volts). Dessa forma as amplitudes negativas dos sinais compreendem a faixa de 0 a 1,25
Volts e as amplitudes positivas de 1,25 a 2,5 Volts. O mesmo teste foi realizado utilizando
um sinal com amplitude de 1 mV de pico e 60 bpm. Neste teste foi verificado a linearidade
do ganho do amplificador, o sinal pode ser visto na figura 4.2. No canal 1 temos o sinal
gerado pelo simulador com amplitude de 1Volt de pico. No canal 2 temos o sinal medido
na saída do módulo de ECG (entrada do conversor A/D).
74 Capítulo 4 - Resultados

Figura 4.2 - Sinal de ECG gerado pelo simulador utilizando o sinal da


derivação 2 aplicado à entrada do módulo de ECG.

Os resultados mostraram que o sinal de saída do módulo de ECG teve sua


amplitude variando linearmente com relação à variação da amplitude de entrada, conforme
previsto. Em outro teste realizado sobre as mesmas condições, agora aplicando um sinal de
120 bpm, mostrou uma resposta semelhante ao teste realizado anteriormente, com um sinal
de 60 bpm. A figura 4.3 mostra a resposta do ganho do amplificador a um sinal de 120
bpm. No canal 1 temos o sinal gerado pelo simulador com amplitude de 1Volt. de pico. No
canal 2 temos o sinal medido na saída do módulo de ECG (entrada do conversor A/D).

Figura 4.3 - Sinal de ECG gerado pelo simulador utilizando o sinal da


derivação 2 aplicado à entrada do módulo de ECG.
Capítulo 4 - Resultados 75

O mesmo sinal gerado pelo simulador pode ser visto na tela do computador. O sinal
de saída do módulo de ECG é enviado ao módulo base que digitaliza este sinal e envia ao
computador, o software de visualização plota o sinal na tela do computador. A figura 4.4
mostra o mesmo sinal das figuras 4.2 e 4.3, visualizadas na tela do computador.

Figura 4.4 - Sinal gerado pelo simulador ECG PLUS visualizado na tela do
computador. a) Sinal com amplitude de entrada de 1mV de pico e freqüência de 60
bpm; b) Sinal com amplitude de 1mV de pico e freqüência de 120 bpm. O ganho do
módulo de ECG foi ajustado em 500.

4.1.2 Módulos de EMG e EOG

Nos testes de funcionalidade para análise de desempenho dos módulos de EMG e


EOG foram comparados os sinais adquiridos por estes a um sistema comercial de aquisição
de sinais eletrofisiológicos:o BIOPAC da BIOPAC SYSTEMS. Os sinais foram adquiridos
do autor deste trabalho voluntariamente. Nestes testes, os sinais foram adquiridos
simultaneamente com os dois equipamentos. Para comparação dos dois sinais foi
escolhido, arbitrariamente, um evento presente no sinal. No caso do EOG um movimento
ocular e no caso do EMG uma contração muscular. Nestes sinais foram comparados tempo
76 Capítulo 4 - Resultados

(intervalo de tempo entre o início e o início e o fim do evento) e amplitude. A amostragem


utilizada para os dois casos foi de 1 kHz (amostragem do BIOPAC e amostragem do
conversor A/D do microcontrolador). As figuras 4.5 e 4.6 apresentam os sinais adquiridos
pelos dois sistemas.

Figura 4.5 – Comparação entre o sinal de EMG adquirido entre o sistema


comercial BIOPAC e o módulo de EMG. Neste registro foram adquiridos sinais da
cabeça longa do biceps medial com referência no pronador.
Capítulo 4 - Resultados 77

Figura 4.6 – Comparação entre o sinal de EOG adquirido entre o sistema


comercial BIOPAC e o módulo de EOG. O registro da movimentação ocular foi feito
na região orbital lateral nos dois olhos com referência na região mentoniana, medicão
do movimento horizontal.

Fazendo uma mensuração de amplitude e duração dos eventos ocorridos nos sinais
de EMG e EOG das figuras 4.5 e 4.6 pode-se perceber uma semelhança entre os sinais
captados pelos dois sistemas. Na figura 4.5 (a) o sinal resultante de uma contração
muscular captado pelo SPSB teve duração aproximada de 1,21 segundos e amplitude de
pico de 1 Volt, sendo o ganho do sistema de 500. O mesmo sinal captado pelo sistema
comercial BIOPAC, apresentado na figura 4.5 (b), teve duração aproximada de 1,251
segundos e amplitude de pico de 2 Volts, sendo o ganho do sistema de 1000. Na figura 4.6
(a) o sinal de EOG resultante de um movimento ocular adquirido pelo SPSB apresentou
duração aproximada de 105 ms e amplitude de 200 mV, sendo o ganho do sistema de 500.
O mesmo sinal captado pelo BIOPAC, mostrado na figura 4.6 (b), apresentou duração
78 Capítulo 4 - Resultados

aproximada de 101 ms e amplitude de pico de 2,617 Volts, sendo o ganho do sistema de


10000.
A resposta em freqüência dos filtros que compõem a cadeia de aquisição dos
módulos de ECG, EMG e EOG foi obtida por simulação utilizando o software SG2
desenvolvido por SCHWEDERSKY & NOCETI-FILHO (2005). Este programa realiza
uma análise estatística da resposta do sistema considerando o erro associado aos
componentes. O gráfico resultante das simulações apresenta três curvas. Uma com a
resposta ideal e outras duas considerando o erro associado aos componentes. O erro na
resposta do sistema considera a média (µ) mais ou menos três desvios padrões (σ) em
relação à curva de distribuição normal.
As figuras 4.7 a 4.12 mostram o diagrama de bode para os filtros passa-baixas,
passa-altas e Notch utilizados nos módulos de ECG, EMG e EOG.

Figura 4.7 - Simulação da resposta em resposta em freqüência para o filtro


passa-altas utilizado nos módulos de EOG e ECG (freqüência de corte 0,5 Hz e ganho
de 1,545).
Capítulo 4 - Resultados 79

Figura 4.8 - Simulação da resposta em resposta em freqüência para o filtro


passa-altas utilizado no módulo de EMG (freqüência de corte 2 Hz e ganho de 1,591).

Figura 4.9 - Simulação da resposta em resposta em freqüência para o filtro


passa-baixas utilizado no módulo de ECG (freqüência de corte de 50 Hz e ganho de
1,545).
80 Capítulo 4 - Resultados

Figura 4.10 - Simulação da resposta em resposta em freqüência para o filtro


passa-baixas utilizado no módulo de EMG (freqüência de corte de 500 Hz e ganho de
1,591).

Figura 4.11 - Simulação da resposta em resposta em freqüência para o filtro


passa-baixas utilizado no módulo de EOG (freqüência de corte 100 Hz e ganho de
1,581).
Capítulo 4 - Resultados 81

Figura 4.12 - Simulação da resposta em resposta em freqüência para o filtro


Notch de 60 Hz utilizado nos módulo de ECG, EMG e EOG.

4.1.3 Envio dos sinais em 12, 8 e 4 bits

Para alterar o número de bits com o que o sinal adquirido é enviado ao computador
foi implementado uma rotina no firmware embarcado no microcontrolador do módulo
base. Este recurso permite que aluno visualize o sinal adquirido com um número diferente
de bits 12, 8 ou 4 bits. A figura 4.13 mostra o sinal simulado de ECG sendo adquirido em
12, 8 e 4 bits.
Através da figura 4.13 podemos perceber visualmente a nítida diferença entre o
sinal plotado a partir de 12 ou 8 bits e entre o sinal de 4 bits, a perda de informação é
evidente no sinal de 4 bits em comparação com os outros sinais.
82 Capítulo 4 - Resultados

Figura 4.13 – Comparação entre o sinal simulado de ECG enviado ao


computador com diferente número de bits.

4.1.4 Teste do ganho

Os ganhos dos módulos de ECG, EMG e EOG foram medidos utilizando uma
senoide aplicada à entrada do cabo dos eletrodos, fazendo uso de um divisor de tensão para
atingir níveis que não causassem saturação dos amplificadores. Um sinal com amplitude de
1 Volt de pico foi atenuado 1000 vezes por um divisor resistivo, atingindo a amplitude de 1
mV de pico. Através da amplitude do sinal de saída dos módulos pode-se determinar o
ganho. A figura 4.14 mostra o sinal aplicado à entrada do divisor resistivo em comparação
com o sinal de saída nos três módulos.
Através das amplitudes dos sinais de saída da figura 4.14 é possível determinar o
ganho real dos módulos. A tabela 4.1 traz os resultados dos ganhos calculado, medido e o
erro calculado.
Capítulo 4 - Resultados 83

Tabela 4.1 – Ganho calculado, ganho medido e erro calculado.


Ganho Módulo ECG Módulo EMG Módulo E0G
Medido 480 540 500
Calculado 499,74 500,21 499,67
Erro(%) 3,95 0,47 7,95

Figura 4.14 – Sinal medido na saída dos três módulos (canal 1) em comparação
ao sinal aplicado à entrada do divisor resistivo (canal 2).

Uma análise no erro do ganho dos sistemas pode ser feita utilizando o software
SG2 desenvolvido por SCHWEDERSKY & NOCETI-FILHO (2005). Através de uma
análise estatística de erro o programa insere a parcela de erro associada a cada
componente. Uma curva representa a resposta em freqüência do circuito considerando
resistores e capacitores ideais, levando em conta apenas o erro associado a cada
amplificador. Outras duas curvas consideram o erro associado a cada amplificador mais a
parcela de tolerância de fabricação de capacitores e resistores considerando uma
84 Capítulo 4 - Resultados

probabilidade de 99,74% de ocorrência, ou seja, a média (µ) mais ou menos três desvios
padrões (σ) em relação à curva de distribuição normal, (NOCETI-FILHO, 2003). As
figuras 4.15 a 4.17 mostram os valores máximo e mínimo dos ganhos dos sistemas.

Figura 4.15 - Simulação do valor máximo e mínimo do ganho considerando o


erro associado aos componentes para o módulo de ECG.

Figura 4.16 - Simulação do valor máximo e mínimo do ganho considerando o


erro associado aos componentes para o módulo de EMG.
Capítulo 4 - Resultados 85

Figura 4.17 - Simulação do valor máximo e mínimo do ganho considerando o


erro associado aos componentes para o módulo de EOG.

Realizando uma análise comparativa entre o ganho simulado e o ganho medido para
os três sistemas é possível perceber que o erro encontrado no teste do ganho esta dentro
dos possíveis valores de ganho apresentado nas figuras 4.15, 4.16 e 4.17 com uma
probabilidade de 99,74% de ocorrência.

4.1.5 Ponteira exploradora e circuito do aluno

Os testes com a ponteira exploradora e o circuito do aluno foram realizados


utilizando dois sinais, o sinal simulado de ECG e uma senoide. Em um primeiro teste foi
utilizado o sinal simulado de ECG. Neste teste o sinal da saída do módulo (entrada do
conversor A/D) foi medido com a ponteira exploradora. A figura 4.18. mostra o sinal na
saída do circuito da ponteira comparado ao sinal de saída do circuito de aquisição. Em um
teste semelhante uma senóide foi aplicada à entrada do cabo dos eletrodos, o sinal do
gerador de funções foi aplicado a um divisor resistivo para adequar o nível de tensão a um
valor que não saturasse os amplificadores, a figura 4.19 mostra o sinal medido pela
ponteira exploradora na tela do computador e o sinal medido pelo osciloscópio.
86 Capítulo 4 - Resultados

Figura 4.18 - Comparação entre os sinais medidos com o a ponteira


exploradora e com o circuito de aquisição. No canal 1 o sinal simulado de ECG é
medido com a ponteira exploradora na saída da etapa de ganho final. O canal 2 traz o
sinal de ECG simulado captado pelo circuito da cadeia de aquisição.

Figura 4.19 - Comparação entre os sinais medidos com o osciloscópio e com a


ponteira exploradora.

No teste realizado com o circuito do aluno o filtro passa-baixas da cadeia de


aquisição foi substituído por outro com a mesma configuração, montado externamente em
Capítulo 4 - Resultados 87

um protoboard. O primeiro teste mostra o sinal simulado de ECG adquirido com e sem a
presença do circuito do aluno inserido na cadeia de aquisição, a figura 4.20 mostra o
resultado deste teste.

Figura 4.20 - Comparação do sinal medido com e sem a presença do circuito


do aluno.

Outro teste mostra uma senoide adquirida na saída do módulo de ECG, para as
mesmas condições do teste anterior, o resultado pode ser visto na figura 4.21. Neste teste
foi medido o ruído causado pela inserção do circuito do aluno na cadeia de aquisição. O
sinal foi medido na saída do módulo de ECG.
Os testes mostraram que o sinal adquirido pela ponteira é muito semelhante ao
adquirido pelo circuito de aquisição, sendo adequado para avaliar os sinais adquiridos pelo
módulo. Os sinais da figura 4.21 mostraram que o nível de ruído inserido pelo circuito do
aluno é pequeno, aproximadamente 4 mV, podendo ser considerado adequado para a
aplicação proposta.
88 Capítulo 4 - Resultados

Figura 4.21 - Ruído inserido pela presença do circuito do aluno.

4.2 TESTES INTEGRADOS

Para verificar a integridade entre a comunicação dos elementos do sistema foi


realizado um teste entre hardware, software e comunicação USB. Neste teste um sinal
eletromiográfico é captado pelo módulo de EMG e enviado ao computador pelo módulo
base, o software de visualização plota o sinal na tela do computador. Este teste verifica se
há erros na conversão A/D do módulo base, no envio dos sinais digitais para o computador
ou na plotagem dos sinais pelo software. O objetivo deste teste é verificar possíveis erros
ou na transmissão, ou na plotagem do sinal. No procedimento de teste realizado um
osciloscópio captura o sinal de EMG na saída do módulo didático (entrada do conversor
A/D do módulo base), para posterior comparação com o sinal plotado pelo software de
visualização. Os “pacotes” de dados com o resultado das conversões são enviados ao
Capítulo 4 - Resultados 89

computador via interface USB, o software de visualização recebe estes “pacotes” extrai a
informação de resposta das conversões e plota o sinal na tela do computador. Com o
auxílio do software docklight versão 1.6.8, a informação digital enviada pela USB, em
formato hexadecimal, é gravada em um arquivo de texto, o resultado da conversão de cada
canal é então separado e convertido em uma tabela com valores de base decimais. Os
resultados são utilizados para traçar um gráfico que servirá de comparação entre os três
diferentes meios, osciloscópio, software de visualização e um gráfico com o resultado dos
dados digitais recebidos via interface USB. A figura 4.22 mostra o sinal captado pelo
osciloscópio na entrada do conversor A/D em comparação ao sinal plotado pelo software
de visualização e o gráfico traçado a partir dos valores digitais enviados pela comunicação
USB.

Figura 4.22 - Comparação entre os sinais adquiridos pelo osciloscópio, plotado


pelo software de visualização e o gráfico obtido a partir dos dados de entrada da
porta USB. Os sinais foram adquiridos da cabeça longa do biceps medial com
referência no pronador.
90 Capítulo 4 - Resultados

Analisando o sinal da figura 4.22 (a) é possível observar uma semelhança entre o
sinal de EMG na tela do osciloscópio e o gráfico traçado a partir dos dados da USB
((figura 4.22 (c)). Outro aspecto que pode ser notado é que o mesmo sinal visto na tela do
computador (figura 4.22 (b)) é traçado a partir de um número de pontos menor.

4.3 TESTES DE SEGURANÇA ELÉTRICA

Foram realizados testes de conformidade para verificação do grau de proteção e


segurança contra choque elétrico segundo as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Estes testes foram realizados no Laboratório de Avaliação Técnica
(LAT) do Instituto de Engenharia Biomédica da UFSC e seguiram os padrões regidos,
especificamente, pelas normas NBR IEC 60601-2-25/2001, NBR IEC 60601-2-48/1998 e
norma geral NBR IEC 601-1/94, normas estas discutidas com maiores detalhes no capítulo
2. Segundo estas normas o equipamento recebe a seguinte classificação (as subcláusulas da
norma geral são colocadas entre parênteses):
a) (5.1) De acordo com o tipo de proteção contra choque elétrico:
(5.1 a) “Equipamento energizado por uma fonte de alimentação externa:”
- Equipamento com partes aplicadas 1de classe II: “EQUIPAMENTO no qual a
proteção contra choque elétrico não se fundamenta apenas na ISOLAÇÃO BÁSICA, mas
incorpora ainda precauções de segurança adicionais, como ISOLAÇÃO DUPLA ou
ISOLAÇÃO REFORÇADA, não comportando recursos de aterramento para proteção, nem
dependendo de condições de instalação” (2.2.5).

b) (5.2) “De acordo com o grau de proteção contra choque elétrico:”


- Equipamento com partes aplicadas de tipo BF: “EQUIPAMENTO DE TIPO B
com uma PARTE APLICADA DE TIPO F” (2.2.25).

1
Parte aplicada segundo a Subcláusula (2.1.5) da norma geral NBR IEC 601-1/94 é definida como: “Uma
parte do EQUIPAMENTO que em UTILIZAÇÃO NORMAL:”
- necessariamente entra em contato físico com o PACIENTE para que o EQUIPAMENTO realize sua
função; ou
- pode entrar em contato com o PACIENTE; ou
- precisa ser tocada pelo PACIENTE.
Capítulo 4 - Resultados 91

Onde o equipamento de tipo B é classificado como: “EQUIPAMENTO que


proporciona um grau de proteção especial contra choque elétrico, particularmente quanto à:
Corrente de fuga admissível e Confiabilidade da conexão de aterramento para proteção (se
existente)” (2.2.24).
Parte aplicada do tipo F é classificada como: “PARTE APLICADA isolada das
outras partes do EQUIPAMENTO por um grau tal que não flui nenhuma corrente maior do
que a CORRENTE DE FUGA ATRAVÉS DO PACIENTE permitida em CONDIÇÃO
ANORMAL SOB UMA SÓ FALHA se uma tensão não intencional originada de uma
fonte externa é conectada ao PACIENTE, e dessa forma aplicada entre a PARTE
APLICADA e o terra”(2.1.7).

De acordo com a norma NBR IEC 601-1/94 as correntes de fuga recebem a


seguinte classificação:

“Corrente não funcional. São definidas as seguintes CORRENTES DE FUGA:


CORRENTE DE FUGA PARA O TERRA, CORRENTE DE FUGA ATRAVÉS DO
GABINETE e CORRENTE DE FUGA ATRAVÉS DO PACIENTE” (2.5.3).

Das correntes de fuga mencionadas, são realizados testes de corrente de fuga


através do paciente e corrente de fuga através do gabinete. O teste de corrente de fuga para
o terra não se aplica neste caso, pois o equipamento possui partes aplicadas de classe dois e
não possui terra. Os testes de corrente de fuga através do paciente são realizados sob três
diferentes modalidades, corrente de fuga através do paciente, corrente de fuga auxiliar
através do paciente, corrente de fuga através do paciente com aplicação de tensão sobre as
partes aplicadas.

“Corrente de fuga através do paciente: Corrente que circula da PARTE


APLICADA, através do PACIENTE, para o terra, ou passando do PACIENTE para o terra,
através de uma PARTE APLICADA de TIPO F (eletricamente isolada das outras partes do
equipamento), e devido ao aparecimento indesejado, no PACIENTE, de uma tensão
proveniente de fonte externa” (2.5.6).
92 Capítulo 4 - Resultados

“Corrente de fuga auxiliar através do paciente: Corrente que circula através do


PACIENTE, em UTILIZAÇÃO NORMAL, entre elementos da PARTE APLICADA, e
que não é destinada a produzir um efeito fisiológico, por exemplo: corrente de polarização
de um amplificador ou corrente utilizada em pletismografia por medição de impedância”
(2.5.4).
“Corrente de fuga através do gabinete: Corrente que circula através do GABINETE
ou de suas partes, excluindo-se PARTES APLICADAS, acessíveis em UTILIZAÇÃO
NORMAL ao OPERADOR ou ao PACIENTE, que passa através de uma LIGAÇÃO
CONDUTIVA externa, diversa do CONDUTOR DE ATERRAMENTO PARA
PROTEÇÃO, e através do terra ou de outra parte integrante do GABINETE” (2.5.2).
Para realização dos testes foi utilizado um analisador de segurança eletromédica
marca Fluke modelo 601PRO. Este equipamento é certificado pelo LABELO (Laboratórios
Especializados em EletroEletrônica, Calibração e Ensaios), da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, sob certificado de calibração N° E1145/2007. A figura
4.23 mostra um esquema de ligação entre o analisador e as partes aplicadas do sistema sob
experimentação.

Figura 4.23 - Esquema de ligação entre os componentes do SPSB e o


analisador de segurança eletromédica. As alimentações da fonte e do computador são
fornecidas pelo analisador que realiza as trocas de polaridade da alimentação para
realização dos testes.
Capítulo 4 - Resultados 93

Durante os testes de corrente de fuga o equipamento simula algumas situações sob


as quais podem ocorrer possíveis falhas de proteção da isolação. Nestes testes, a polaridade
da alimentação é alternada entre neutro e fase, em uma situação o neutro vira fase, em
outra o fase vira neutro (como se o plugue da tomada fosse invertido). Outro teste descrito
na norma, que é realizado durante as medições de corrente de fuga, testa a condição
anormal sob uma só falha, onde é verificada a isolação do equipamento sem a presença
de um dos condutores de alimentação, no caso o neutro.
“Condição anormal sob uma só falha: Adicionalmente, a CORRENTE DE FUGA
ATRAVÉS DO PACIENTE deve ser medida sob a seguinte CONDIÇÃO ANORMAL
SOB UMA SÓ FALHA onde uma tensão igual a 110% da mais alta TENSÃO DE REDE
DECLARADA, aplicada entre o terra e qualquer PARTE PARA ENTRADA DE SINAL
ou PARTE PARA SAÍDA DE SINAL, não PROTEGIDAS POR ATERRAMENTO”
(19.2).
Os testes foram realizados com o módulo de ECG e com o módulo de EMG, o qual
possui a mesma estrutura de ligação para as partes aplicadas que o módulo de EOG. A
corrente de fuga através do gabinete é a mesma nos dois casos, pois a estrutura de ligação
do gabinete é a mesma.
O anexo V traz os resultados dos teste de segurança elétrica em comparação com
os valores limites estabelecidos pela norma NBR IEC 601-1/94.

4.4 AVALIAÇÃO DO SISTEMA

Para avaliação do sistema foi realizado um mini-curso de engenharia biomédica na


prática, onde foram realizadas as aulas práticas referentes à utilização do sistema. Os
alunos participantes, em um total de dez, efetuaram a montagem dos experimentos
contidos nos roteiros de aula prática. O objetivo foi avaliar o desempenho do sistema em
uma situação real de utilização do mesmo em uma turma de alunos. Neste mini-curso os
alunos selecionados foram orientados a leitura prévia do tutorial e roteiros de aula prática
contidos no portal saúde+educação. O mini-curso teve duração de oito horas sendo
realizado em duas etapas de quatro horas cada. Ao final foi aplicado um questionário com
perguntas sobre o sistema, avaliando a questão motivacional além de outras características
como organização e facilidade de uso. O mesmo processo havia sido realizado
94 Capítulo 4 - Resultados

anteriormente como um pré-teste com uma turma regular de graduação em engenharia


elétrica na disciplina de fundamentos de engenharia biomédica. Neste teste cinco alunos
realizaram aulas práticas utilizando o sistema, a realização dos experimentos foi dividida
em duas etapas de duas horas aula cada, finalizando um total de quatro horas aula.

4.4.1 Questionário para avaliação

O instrumento de avaliação utilizado foi um questionário elaborado a partir de um


sistema validado, desenvolvido por ARNONE & SMALL (1999) e utilizado na avaliação
motivacional de websites: o Webmac 4.0 Senior. Neste questionário são avaliados quatro
aspectos do sistema, se é motivante, fácil de usar, significativo e organizado. As respostas
do questionário são numeradas de 0 a 3 de acordo com o grau de concordância do aluno
com a afirmação proposta.
3 = concordo fortemente
2 = concordo um pouco
1 = discordo um pouco
0 = discordo fortemente
NA = Não Aplicável
Ao final do questionário o aluno deve retornar as questões assinaladas com NA e
atribuir uma pontuação para esta baseada no seguinte critério:

0 ponto, se a Plataforma SPSB seria beneficiada se tivesse incluído este item.


1 ponto, se a Plataforma SPSB não necessita deste item.
2 pontos, se a Plataforma SPSB ficou melhor sem a inclusão deste item.

As trinta e duas questões que compõem o questionário são divididas de forma igual
entre os quatro aspectos, abaixo são listadas a ordem das perguntas e seus respectivos
significados.
Capítulo 4 - Resultados 95

E S O F

1. ___ 2. ___ 3. ___ 4. ___

5. ___ 6. ___ 7. ___ 8. ___

9. ___ 10. ___ 11. ___ 12. ___

13. ___ 14. ___ 15. ___ 16. ___

17. ___ 18. ___ 19. ___ 20. ___

21. ___ 22. ___ 23. ___ 24. ___

25. ___ 26. ___ 27. ___ 28. ___

29. ___ 30. ___ 31. ___ 32. ___

TOTAL E ___ TOTAL S ___ TOTAL O ___ TOTAL F ___

A coluna E reflete o quanto ESTIMULANTE o sistema é para o aluno.


A coluna S reflete o quanto SIGNIFICATIVO o sistema é para o aluno.
A coluna O reflete o quanto ORGANIZADO o sistema é para o aluno.
A coluna F reflete o quanto FÁCIL DE USAR o sistema é para o aluno..

Gráficos são utilizados para avaliar o desempenho do sistema. Em um dos gráficos


a soma das respostas (valores de 0 á 3) das questões de cada coluna indica a pontuação
total de cada atributo do sistema. Uma escala lateral indica a pontuação atingida por cada
atributo, este gráfico é mostrado na figura.4.24.

Figura 4.24 – Gráfico indicando a pontuação recebida por cada atributo.


96 Capítulo 4 - Resultados

Outro gráfico utilizado para análise das respostas mensura as pontuações das
qualidades motivacionais totais. Para traçar este gráfico são estabelecidos dois índices de
pontuação, V e XS. O primeiro reflete uma pontuação resumo de motivação na dimensão
de Valor, isto é, o quanto o sistema foi útil e estimulante. O índice XS reflete uma
pontuação resumo de motivação na dimensão de expectativa para o sucesso, isto é, quão
organizado e fácil de usar o sistema é. Juntos estes dois índices formam um ponto no plano
cartesiano (X,Y) que determina a pontuação atingida pelo sistema. A pontuação do índice
V é estabelecida pela soma das pontuações totais das questões da coluna E (estimulante) e
da coluna S(significativo), XS é resultado da soma das colunas O (organizado) e F(fácil de
usar), este gráfico é mostrado na figura 4.25.

Figura 4.25 – Gráfico mostrando a pontuação das qualidades motivacionais


totais.

As questões elaboradas foram divididas entre os elementos do sistema, hardware,


software e tutoriais, preservando a estrutura do questionário, não alterando o significado
(organizado, fácil de usar, significativo e motivante) da pergunta original. Ao final foram
colocadas duas questões abertas, propiciando que o aluno descreva suas contribuições
sobre a avaliação do sistema, contribuindo na sugestão de melhorias ou apontando
Capítulo 4 - Resultados 97

possíveis pontos de falha. O questionário utilizado para avaliação pode ser encontrado no
anexo II.
As tabelas 4.2 e 4.3 trazem, respectivamente, as respostas das questões e as
respectivas pontuações referentes a cada item. Nesta tabela além das trinta e duas questões
que compõem o questionário principal encontram-se as respostas de uma questão colocada
ao final do questionário que pergunta se o aluno já havia estudado sobre o conteúdo
abordado.
Tabela 4.2 – Respostas dos questionários.

Tabela 4.3 – Resultado das pontuações atribuídas a cada questão.

(V) (XS)
98 Capítulo 4 - Resultados

No caso do mini-curso o questionário foi aplicado em duas etapas diferentes, ao


final de cada dia de realização do mesmo. A tabela 4.2 traz as respostas de nove dos
questionários avaliados ao final do segundo dia, e um questionário do primeiro dia, visto
que ao final do segundo os alunos tiveram um contato maior com todos os módulos da
plataforma. O questionário do primeiro dia foi utilizado porque que o aluno presente no
mesmo não compareceu no segundo dia de realização do mini-curso.
As respostas às questões abertas podem ser encontradas na tabela 4.4.
Tabela 4.4 – Respostas dos questionários as questões abertas.
Capítulo 4 - Resultados 99

Na tabela 4.4 as letras da coluna da esquerda indicam a referida etapa de aplicação


do questionário onde a letra A, refere-se à turma regular de alunos, a letra B ao primeiro
dia do mini-curso e a letra C ao segundo dia do mini-curso. As células pontilhadas
representam os alunos que não opinaram.
Após a quantização dos dados dos questionários foram traçados os gráficos que
demonstram o desempenho da plataforma para as situações avaliadas. A figura 4.26
apresenta o gráfico com as pontuações referentes a cada atributo do sistema. Neste gráfico
escala lateral traz a pontuação de cada atributo onde o valor máximo que pode ser
alcançado é 24, sendo oito questões de 3 pontos para cada atributo. Na horizontal
encontram-se os atributos E(estimulante), S(significativo), O(organizado), F (fácil de usar).
O gráfico com o valor da pontuação das qualidades motivacionais totais em função do
valor esperado é apresentado na figura 4.27.

Figura 4.26 - Pontuação de cada atributo da plataforma.


100 Capítulo 4 - Resultados

Figura 4.27 - Gráfico demonstrando a expectativa de sucesso em função do


valor atribuído à pontuação de cada atributo, neste caso as coordenadas V e XS
valem respectivamente 40,9 e 39,9.

Os gráficos das figuras 4.26 e 4.27 apontam um alto valor de pontuação para os
atributos e uma alta expectativa de sucesso. Podendo ser considerado um sistema altamente
motivador com alta expectativa de sucesso.
CAPÍTULO 5

5. DISCUSSÕES

A abordagem de concepção do sistema, de apresentar uma solução didática


referente à aquisição de sinais biomédicos, levou à elaboração de uma solução com
particularidades especiais. Com isso surgiram algumas idéias de criar possibilidades de
interação do aluno com o sistema, como o circuito do aluno, a ponteira exploradora e
conseqüente colocação de pontos de teste. O circuito do aluno permite a conexão de um
circuito externo em substituição a um circuito existente na cadeia de aquisição
(amplificador de instrumentação, filtro passa-altas, filtro passa-baixas, filtro notch de 60
Hz, circuito de ganho). Com isso é possível que o aluno projete e monte, em um
protoboard, um circuito, insira na cadeia de aquisição e possa visualizar o resultado de sua
implementação. Isso torna possível a utilização da montagem individual de componentes
da cadeia de aquisição e possibilita a aquisição real de um sinal biomédico por um circuito
montado pelo aluno, em um tempo menor que ele teria se montasse o circuito inteiro, além
de evitar problemas de conexão que teria em uma montagem de grande porte. A ponteira
exploradora simula a ação de um osciloscópio, criando a possibilidade do aluno
102 Capítulo 5 - Discussões

acompanhar os efeitos de cada circuito da cadeia de aquisição sobre o condicionamento do


sinal, os diferentes ganhos selecionáveis da ponteira auxiliam a visualização dos sinais em
pontos do circuito onde a amplitude é baixa, na ordem de milivolts.
Outra preocupação foi à disposição dos recursos na placa, com o objetivo de criar
além de um elemento interativo, um sistema que fosse fácil de usar. Nesse sentido, todos
os recursos disponíveis na placa foram dispostos de maneira a proporcionar uma conexão
fácil e robusta, utilizando conectores com polarização e dispondo identificação visual dos
recursos na placa.
A escolha por uma arquitetura aberta onde o aluno pudesse acompanhar o sinal
pelas várias etapas de condicionamento fez necessário a implementação de alguns recursos,
como a colocação de um filtro notch de 60 Hz e a utilização de cabos blindados evitando a
interferência de ruídos conduzidos e ruídos irradiados, nesse caso mais evidentes. O
amplificador de instrumentação utilizado na etapa inicial de ganho foi o AD620 da Analog
Devices, este componente apresenta elevada impedância de entrada de 1012 Ω e alto
CMRR (100 com ganho 10 a 1 kHz), produzindo uma boa resposta na eliminação de ruídos
comuns aos dois canais de entrada, quando utilizado o modo de aquisição bipolar.
A qualidade dos sinais captados pelos circuitos de aquisição se mostrou adequada à
aplicação proposta. Havia uma preocupação inicial de que a implantação de recursos de
interatividade, como o circuito do aluno, prejudicasse uma captação adequada dos sinais,
uma vez que estes são sinais que apresentam baixíssima amplitude. No entanto, a elevação
do ganho na etapa inicial reduziu a contribuição de elementos interferentes, como chaves
dip switch e conectores ligados às saídas dos circuitos. A elevada razão de rejeição de
modo comum (CMRR) do amplificador de instrumentação colaborou significativamente
para que o ganho no estágio de entrada fosse elevado, não amplificando ruídos presentes às
duas entradas. Os filtros analógicos de segunda ordem implementados se mostraram
eficientes no condicionamento dos sinais de ECG, EMG e EOG, preservando a integridade
do sinal não gerando distorções ou atenuações significativas nas freqüências de interesse.
A topologia fliege utilizada no filtro notch mostrou uma excelente rejeição do ruído de
sessenta hertz, com uma atenuação em torno de 44 dB na freqüência central. Outro ponto
interessante nesta topologia adotada foi à estreita faixa (20 Hz) de atenuação em
freqüências próximas a 60 Hz. O circuito subtrator utilizado para geração de offset,
adequando os sinais a entrada do conversor A/D, apresenta uma vantagem sobre a
Capítulo 5 - Discussões 103

configuração clássica do circuito somador. O offset é gerado sem modificações no ganho,


com isso é possível ajustar o ganho com maior facilidade, no entanto necessita de um
amplificador operacional a mais.
O nível de ruído presente nos sinais deve-se em grande parte a interferência
eletromagnética irradiada de fontes como fluorescentes e sinais de rádio. O uso de uma
arquitetura aberta que disponibiliza-se acesso aos circuitos contribuiu para o nível de ruído
presente no sinal. Para diminuir estas interferências poderia ser construída uma placa mais
compacta, com menor área e componentes mais próximos, no entanto isto acarretaria em
perda de espaço para escrita de indicações visuais dos recursos da placa, o que prejudicaria
o caráter didático.
Os resultados dos testes de segurança elétrica mostraram um bom desempenho,
garantindo os níveis aceitáveis de corrente de fuga. Porém se outras unidades forem
montadas é necessário que seja realizo sobre estas novos testes.
A perda de qualidade no traçado dos sinais de EMG e EOG vista nos resultados tem
influência da alta taxa de processamento de vídeo requerida pelo software de visualização.
Os testes mostraram que os sinais digitais recebidos pelo computador, se interpretados
corretamente, correspondem a uma representação muito próxima do sinal real captado
pelos circuitos. No entanto, os sinais plotados pelo software podem ser considerados
adequados à aplicação proposta, de fazer um equipamento de caráter didático, sem fins
clínicos.
O microcontrolador utilizado para conversão e envio dos sinais adquiridos pelos
módulos didáticos para o computador foi o ADuC 7026 da Analog Devices. A escolha por
este microcontrolador se deu pelo fato de apresentar um grande número de conversores
A/Ds (12) e D/As (4). Outras características interessantes também justificam a escolha por
este componente, como a presença de interface JTAG. Este recurso permite emulação e
Debug interno, possibilitando a verificação passo a passo de cada etapa do processamento,
auxiliando na verificação de possíveis erros.
O projeto do módulo base foi um ponto crítico no desenvolvimento do sistema. A
elaboração de uma solução própria no desenvolvimento de uma placa para o
microcontrolador exigiu uma investigação minuciosa de possíveis falhas. No entanto, as
informações encontradas na folha de especificações não descreviam em detalhes os
requisitos de projeto. Com isso, alguns problemas iniciais foram encontrados na montagem
104 Capítulo 5 - Discussões

de um primeiro protótipo. A solução encontrada para resolver o problema foi a criação de


um novo protótipo com dimensões reduzidas e conseqüente eliminação de alguns recursos
disponíveis na versão anterior, eliminando possíveis pontos de falha.
Os recursos presentes nos conectores do módulo base foram dispostos de maneira a
atender as necessidades funcionais dos módulos didáticos (alimentação, conversores A/D e
D/A). A proposta inicial de atender a futuras soluções de hardware que utilizassem como
base a mesma plataforma também foi contemplada com a expansão de recursos como
portas I/O (IN/OUT) e interface UART, recursos estes que também estão presentes nos
conectores do módulo base. Cumprindo este item, em especial, um conector de 40 pinos
dispõe todos os conversores A/D (12), todos os D/A (4), além de 28 portas I/O.
Para a implementação da comunicação USB foi utilizado o chip FT232R da
empresa FTDI, que faz a comunicação entre a interface serial-UART do microcontrolador
com a porta USB do computador. Nesta configuração são utilizados apenas dois pinos da
envio e recebimento de dados, TX e RX, mais dois pinos para controle de fluxo de
informações, CTS e RTS. Isto simplificou a implementação da isolação elétrica entre o
computador e o módulo base. O componente utilizado para realizar a tarefa de isolação da
comunicação foi o ADUM 1200 da Analog Devices. Este componente é um isolador
digital de 2 canais indicado especialmente para isolação de sistemas digitais de
comunicação de alta velocidade, como é o caso da interface serial-UART do
microcontrolador.
O conteúdo abordado no roteiro de aula prática engloba conceitos e fundamentos
básicos da conversão analógico-digital, projetando uma ênfase sobre a questão de
digitalização de sinais biomédicos. O experimento contido no roteiro de aula prática
aborda a questão da quantização. Este parâmetro é de extrema relevância para uma correta
digitalização de sinais biomédicos que necessitem de um conversor com elevada resolução,
como é o caso do ECG que necessita de um conversor de 10-12 bits. Neste roteiro, o aluno
experimenta a aquisição de um sinal de ECG quantizado com diferentes número de bits, 12
bits, 8 bits ou 4 bits, e verifica a diferença provocada sobre a qualidade do sinal
visualizado, identificando a perda de informação acarretada pela diminuição do número de
bits. A configuração do número de bits é selecionada a partir da tela do software de
visualização. O sinal escolhido para ilustrar este efeito foi o sinal de ECG, por se tratar de
um sinal com forma e padrões bem definidos e ser um sinal periódico.
Capítulo 5 - Discussões 105

Por se tratar de uma solução integrada contendo elementos de software e hardware


houve uma grande dificuldade em se encontrar um instrumento de avaliação que
englobasse todos os elementos do sistema. Na busca por uma solução que se mostrase
adequada à avaliação conjunta dos elementos da plataforma foi utilizado, com algumas
modificações, um questionário para análise motivacional de websites o Webmac 4.0
Senior. Algumas questões sofreram modificações, mas sem alteração na estrutura do
questionário, preservando o significado original de cada questão. O uso do questionário
permitiu avaliar algumas características dos elementos do sistema como facilidade de uso,
organização, a questão motivacional e se o sistema é significativo. As questões envolvendo
estas características foram divididas entre os diferentes elementos do sistema, englobando
questões das diferentes características a todos os elementos (hardware, software e
tutoriais).
Algumas propostas para trabalhos futuros são sugeridas:

i) Elaboração de funcionalidades adicionais no software de visualização que permitam


executar análises mais elaboradas dos sinais adquiridos. Como a implementação de
uma FFT, a indicação de valores de tensão e freqüência e colocação de cursores, como
em um osciloscópio;
ii) Desenvolvimento de outros módulos de hardware que se conectem ao módulo base e
sirvam como solução para a aquisição de outros sinais biomédicos, como a
fotopletismografia;
iii) Construção de rotinas de filtragem digital em menus colocados no software de
visualização;
iv) Criação de rotinas de controle e verificação da relação entre dados recebidos pelo
computador e os sinais plotados.
CAPÍTULO 6

6. CONCLUSÕES

A proposta inicial deste trabalho de elaborar um instrumento que contribua para o


ensino de temas de engenharia biomédica na graduação de engenharia elétrica foi
cumprida. Além de fornecer um meio de informação com acesso gratuito e caráter livre, os
conteúdos do tutorial e roteiros de aula prática formam um suporte para a utilização da
plataforma em outras turmas de alunos regulares ou em mini-cursos, como o que foi
realizado para avaliação do sistema. A avaliação dos alunos que realizaram o mini-curso
mostrou que o conteúdo do tutorial foi exposto de maneira adequada, abordando os
assuntos de maneira clara, com uma linguagem simples e trazendo assuntos que
despertaram o real interesse dos alunos leitores.
Os dados obtidos pela avaliação mostraram que a plataforma atingiu os resultados
esperados. O valor alcançado para cada atributo foi elevado, todos os aspectos avaliados
(se o sistema é estimulante, organizado, significativo e fácil de usar) obtiveram uma
pontuação elevada, apontando um sistema altamente motivador. O gráfico mostrando a
expectativa de sucesso em função do valor encontrado para cada atributo apontou uma alta
Capítulo 6 - Conclusões 107

expectativa pelo sucesso. Ainda assim, apesar do bom desempenho demonstrado pela
plataforma, alguns problemas foram apontados pelos alunos. Durante o uso do módulo de
ECG na aquisição de sinais em aula prática, realizada com a turma regular de engenharia
elétrica, a captação dos sinais apresentou problemas. Devido ao intenso número de testes
realizados anteriormente e o elevado manuseio dos cabos e conectores houve uma ruptura
em parte do fio do cabo, fazendo com que o sinal desaparecesse em determinados
instantes. Este problema poderia ser contornado se outras unidades de apoio tivessem sido
montadas, substituindo o módulo com defeito. Esse acontecimento foi de fundamental
importância, e deve ser levado em conta para futuras utilizações do sistema, sugerindo que
unidades adicionais sejam construídas. Outros aspectos apontados como negativos são de
caráter pessoal dos alunos e não foram considerados como significativos. O objetivo
esperado com a aplicação do questionário foi alcançado, de se obter respostas e sugestões
para futuras melhorias da plataforma, na estrutura ou no modo de aplicação e realização
das aulas.
A contribuição deste trabalho pode ser considerada muito positiva, incitando a
iniciativa do desenvolvimento de soluções que contribuam para a prática do ensino de
engenharia biomédica e elaborando instrumentos pedagógicos que despertem a motivação
dos estudantes de engenharia elétrica a conhecer a área da engenharia biomédica. O que se
espera com isso é iniciar uma ação que gere frutos, alimentando um processo de melhoria
das condições do ensino e aprendizagem e aumente o interesse dos estudantes pela área.
ANEXOS

ANEXO I – ROTEIRO DE AULA PRÁTICA

4.3 – AULA PRÁTICA 2: Conversão Analógico-digital e


Biosinais

4.3.1 - Introdução

Biosinais e Conversão Analógico-digital

Os sinais biológicos carregam a informação sobre o funcionamento do


corpo humano, auxiliando na compreensão dos processos que compreendem a
vida. Muita informação contida nesses sinais é a chave do diagnóstico de
muitas patologias.

A correta análise e interpretação das expressões contidas nestes sinais


servirão como auxílio na interpretação dos fenômenos e processos neles
contidos.
Anexos 109

Entretanto, muitas vezes, essa informação não é obtida diretamente do


sinal bruto. Este sinal pode estar mascarado por um ruído indesejado ou
misturado a outro sinal biológico, (Figura 4.22).

Figura 4.22 - (a) Interferência do sinal de eletromiografia no ECG; (b) Sinal de ECG
com interferência de 60 Hz, rede elétrica, adaptado de (Webster 1998).

Nesses casos um processo adicional é requerido aumentando o nível de


informação relevante. Muitos dos estudos fisiológicos que resultam na cura de
algumas doenças e alguns procedimentos clínicos práticos, fazem uso destes
processos adicionais.

Uma das ferramentas utilizadas neste processo de extração de


informações do sinal é o processamento digital. Os equipamentos
eletrônicos responsáveis pela captação e processamento desses sinais têm em
seu núcleo um processador digital.

Os sinais biológicos são em essência sinais analógicos, sinais


contínuos no tempo podendo assumir qualquer valor possível em um dado
110 Anexos

instante. Para que estes sinais possam estar no domínio do processador é


necessário que este seja convertido em um sinal digital.

O processo de aquisição do sinal biológico envolve várias etapas


desde a obtenção do sinal pelo transdutor passando por uma etapa de
amplificação, filtragem, até a conversão do sinal para um sinal digital. O
elemento do nosso estudo neste mão na massa é o componente responsável
pela conversão do sinal de analógico para digital, o Conversor Analógico-
digital (A/D).

Figura 4.23 - Seqüência de conversão do sinal analógico e processamento digital.

Já o componente responsável pela operação inversa, conversão de um


sinal digital para analógico, é o Conversor Digital-Analógico (D/A).

Figura 4.24 - Seqüência de reconstrução do sinal analógico a partir de um sinal


digital.

4.3.2 - A ESCOLHA DE UM CONVERSOR A/D

A meta final de um sistema de conversão de sinais biomédicos é


converter o sinal para uma representação digital com o mínimo de perda de
informação. As especificações para qualquer sistema de conversão dependem
das características do sinal e da aplicação. Na escolha do conversor alguns
Anexos 111

parâmetros são importantes como: resolução, taxa de amostragem,


velocidade.

Taxa de Amostragem e Velocidade de Conversão

A velocidade de conversão esta relacionada à taxa de


amostragem. Os conversores A/D têm uma taxa de amostragem máxima,
que limita a velocidade com que ele pode executar conversões contínuas. Essa
informação é geralmente encontrada nas folhas de especificações como o
número de amostras por segundo que o conversor consegue converter SPS
(samples per second), tipicamente é dado com um fator de multiplicação de
1000 (kSPS). Isso significa que um conversor de 100 kSPS converte, sem
perda de informação, um sinal com componente de freqüência máxima de 50
kHz, o que obedece ao critério de Nyquist:

Para um sinal contínuo de banda limitada que não


contenha componentes de freqüência superiores a
fmáx, o sinal original pode ser completamente
reconstruído sem distorção se for amostrado a uma
taxa de no mínimo 2 x fmáx amostras/segundo.

Essa condição garante que não ocorra o que chamamos de aliasing


(recobrimento), permitindo que o sinal possa ser corretamente reconstruído
após o processo de conversão. Applets em java que demonstram o problema
do aliaisng podem ser encontrados na internet nos seguintes links:

Aliasing Demo

Nyquist Limit

Resolução

Os sinais biomédicos são tipicamente sinais de baixa amplitude, de


micro volts a mili volts. Esse fato exige, em alguns casos, um conversor com
112 Anexos

alta resolução. Em um sistema digital, resolução é a menor variação de


tensão que pode ser detectada, produzindo alteração no código digital.

A resolução de um A/D ou D/A é usualmente especificada em termos


dos bits no código digital. Um conversor de n bits permite 2n níveis de
quantização, ou 2(n-1) passos entre níveis de quantização, como mostra a
Figura 4.25.

Figura 4.25 - Sinal Quantizado com 4 bits, 16 níveis de quantização (DORF 1997).

Supondo que escolhemos um conversor A/D com uma faixa de entrada


de 0 a 2,5 volts, e utilize doze bits para a conversão, como resultado temos
uma resolução máxima para o sinal de ECG é de 610,35 µV. Acompanhe esse
cálculo:

2,5 2,5
Resolução A/D = = = 0,00061035 Volts = 610,35 μV
2 n 212

Este valor representa que a variação mínima do sinal que será


detectada pelo sistema é de 610,35 µV.
Anexos 113

Observe para um fato interessante:

Se durante o processo de aquisição o sinal de ECG teve um ganho de


1000, então a mínima alteração do sinal que produz uma variação na saída é
de 610,35 nV. A resolução pode ser melhorada com o aumento do número de
bits do conversor. A tabela 2 traz a relação de alguns sinais biomédicos e do
número de bits necessários para conversão.

Tabela 2 - Sinais Biomédicos e Quantização, número de bits, adaptado de (Bemmel e Musen,


1997).

Um applet em java mostrando o problema da quantização pode ser


encontrado no seguinte link:

Quantization

4.3.3 - Condicionamento do Sinal

Para que o sinal analógico possa ser corretamente convertido em


sinal digital pelo conversor A/D é necessário que seus níveis de tensão
estejam adequados aos do conversor, além da necessidade de filtragem do
sinal (filtro anti-aliasing), a fim de remover componentes de freqüência
indesejáveis. Para isso a amplitude do sinal deve ser adequada à entrada do
conversor A/D.

Vamos dar o exemplo do sinal de ECG: O sinal de ECG clínico possui


uma amplitude típica de 5mV e ocupa uma faixa de freqüência de 0,05 á 100
114 Anexos

Hz. Se o conversor A/D tiver uma faixa de entrada de 0 á 2,5 V o sinal deve
ser amplificado de maneira a ocupar adequadamente essa faixa de valores.

A Figura 4.26 mostra três sinais de ECG que durante o processo de


aquisição foram amplificados com diferentes ganhos, apresentando diferentes
amplitudes.

Na letra (a) o sinal tem uma amplitude superior à entrada de tensão do


conversor A/D, neste caso a parte superior do sinal, mostrada pela linha
pontilhada, não será convertida em sinal digital e uma parte da informação
presente no sinal será perdida.

Na letra (c) o sinal possui uma amplitude pequena, não preenchendo


toda a faixa de valores de entrada, o que compromete a resolução do sinal.
Neste caso o que acontece é que o sinal ocupa uma pequena parte dos níveis
de quantização do conversor.

Na letra (b) temos um sinal considerado adequado à entrada do


conversor A/D. Ele ocupa grande parte dos níveis de quantização do conversor
e não ultrapassa a faixa de entrada.

Figura 4.26 - Exemplos de sinais de ECG com diferentes ganhos.

Outra etapa importante no condicionamento do sinal é a aplicação de


um filtro passa-baixas, projetado para a freqüência de corte do sinal de
interesse. A função deste filtro é evitar o Aliasing. O filtro Anti-Aliasing deve
Anexos 115

ser projetado considerando a máxima freqüência de interesse do sinal (fmáx).


Para o ECG clínico usaremos um passa-baixas com freqüência de corte em
100 Hz, Figura 4.27. Dessa forma as componentes com freqüência superior a
100 Hz, consideradas ruído, serão atenuadas causando uma menor
interferência no ECG.

Figura 4.27 - Filtro anti-aliasing com topologia Sallen Key e função de aproximação
butterworth projetado para a freqüência de corte de 100 Hz, esquema elétrico e
resposta em freqüência.

4.3.4 - Conhecendo o MDECG

O módulo didático de ECG (MDECG) é parte integrante da


plataforma didática de engenharia biomédica, compondo um dos módulos do
SPSB. Sua função é adquirir e condicionar (amplificação, filtragem e off-set)
sinais de ECG para envio ao módulo base. O módulo base, por sua vez,
digitaliza este sinal e envia para o computador. Com o auxílio do módulo
visual, software para visualização dos sinais, é possível visualizar o sinal na
tela do computador.

Além da aquisição de sinais de ECG o módulo didático de ECG possui


outras funcionalidades como a ponteira exploradora e o sinal de teste.

A ponteira exploradora permite a simulação da ação de um osciloscópio,


possibilitando a aquisição do sinal em qualquer ponto do circuito.
116 Anexos

O sinal de teste é um sinal gerado pelo conversor D/A do


microcontrolador e é utilizado para simular um sinal de ECG. Este sinal pode
ser aplicado à entrada do amplificador de instrumentação, percorrendo toda a
cadeia de aquisição.

Outra funcionalidade do módulo é a possibilidade da substituição de


qualquer circuito da cadeia de aquisição por um circuito externo, chamado
circuito do aluno. Com este recurso é possível montar um dos circuitos
externamente, por exemplo, em um prontoboard e ligar ao módulo.

A figura 4.28 traz uma foto com indicação e localização dos recursos
do MDECG.

Figura 4.28 - MDECG. (1) Conector para o cabo dos eletrodos, (2) Conector para a
ponteira de prova, (3) Chave habilita circuitos, (4) Saídas dos circuitos disponíveis
para o aluno, (5) Jumper para seleção do ganho da ponteira de prova, (6) Jumper
para seleção sinal de teste/ sinal dos eletrodos, (7) Conector para entrada de sinal de
circuito externo, (8) Conector para alimentação de circuito externo, (9) Conector para
ligação com o módulo base.

Os recursos disponíveis no MDECG são os seguintes:

- Fonte de alimentação simétrica. tensões +5V, -5V e GND;


Anexos 117

Imáx=100mA; isolação Galvânica;

- Aquisição de um canal bipolar de ECG; resolução de 12 bits; banda


passante de 0, 5 até 50 Hz;

- Simulador de ECG, resolução 8 bits; freq. cardíaca ~80 bpm;

- Capacidade para conexão de circuito externo;

- Pontos de Teste;

- Ponteira exploradora, entrada tensão mín. -1,25 V, tensão máx. 1,25


V, banda passante 500 Hz.

A Figura 4.29 mostra um diagrama de blocos do MDECG e das


ligações entre os módulos do sistema, módulo didático, módulo base e o
computador.

Figura 4.29 - Diagrama de blocos e ligação do módulo didático com o módulo base e
o computador.
118 Anexos

A ligação entre cada bloco do circuito pode ser interrompida através de


um switch (chave habilita circuitos), como mostrado na Figura 4.30
interrompendo a ligação entre o bloco anterior e o bloco seguinte.

Figura 4.30 – Ligação entre os circuitos da cadeia de aquisição do sinal de ECG.

O sinal de saída de cada bloco esta ligado a um conector (saídas


disponíveis p/ o aluno), ficando disponível para ser utilizado pelo aluno em
um circuito externo, como mostra a Figura 4.30. Da mesma forma as
entradas dos blocos, filtro passa-altas, passa-baixas, ganho e off-set estão
disponibilizadas no conector CN03, Figura 4.30.
Com isso é possível substituir cada um dos blocos da cadeia de
aquisição por um circuito externo, circuito do aluno, interrompendo a ligação
entre os blocos da cadeia de aquisição pela interrupção da ligação entre dois
blocos.
A Figura 4.31 mostra um exemplo onde o filtro passa-altas é
substituído por outro montado em um circuito externo, protoboard. Para isso
os botões 1 e 2 da chave habilita circuitos são desligados. A saída do bloco
anterior, amplificador de instrumentação, esta disponível no pino 1do
conector saídas disponíveis p/ o aluno e a entrada do bloco seguinte, filtro
passa-baixas, esta ligada ao pino 2 do conector CN03.
Anexos 119

Figura 4.31 - Substituição do filtro passa altas por um filtro montado pelo
aluno em um protoboard.

Sinal de teste

O sinal de entrada do amplificador de instrumentação pode ser captado


por eletrodos, ou pode ser um sinal de teste gerado pelo conversor digital
analógico do microcontrolador. Para aplicação do sinal de teste a entrada do
amplificador de instrumentação um circuito adicional é necessário para gerar
um offset e uma atenuação no sinal. A opção por um ou outro sinal é realizada
pela configuração da ligação do jumper J1, como mostrado na Figura 4.32.
Com o J1 entre os pinos 2-4, e 1-3, a entrada do amplificador de
instrumentação receberá o sinal do cabo dos eletrodos. A outra opção é
quando J1 esta entre os pinos 4-6, e 3-5, neste caso a entrada do amplificador
de instrumentação receberá o sinal de teste da entrada do conversor digital
analógico do microcontrolador. As configurações do jumper J1 estão
mostradas em detalhe na Figura 4.32.
120 Anexos

Figura 4.32 - Jumper J1, seleção entre o sinal dos eletrodos e o sinal de
teste.
Ponteira exploradora

A ponteira exploradora serve como um osciloscópio, permitindo a


aquisição do sinal em diferentes pontos do circuito. Este recurso permite que o
aluno visualize o sinal em diferentes pontos da cadeia de aquisição. Pontos
de teste foram colocados nas entradas e saídas dos circuitos para facilitar a
medição dos sinais com a ponteira, como mostra a Figura 4.38. Um recurso
da ponteira exploradora é a possibilidade de ajuste do ganho. Através da
configuração do jumper 2 (J2) pode ser adicionado um ganho ao sinal medido
com a ponteira, de 1, 10 ou 100 vezes. Com isso sinais de pequena amplitude,
como na saída do amplificador de instrumentação, podem ser melhor
visualizados. O sinal captado pela ponteira é ligado a um conversor A/D do
microcontrolador. A configuração do ganho da ponteira exploradora esta
mostrado em detalhe na Figura 4.33.
Anexos 121

Figura 4.33 - Jumper J2, seleção do ganho da ponteira de teste.

Alimentação

Um conector dispõe alimentação de +5V, -5V e referência (GND) para


alimentação de um circuito externo, com uma corrente de até 100 mA, este
conector esta mostrado em detalhe na Figura 4.34.

Figura 4.34 - Conector para alimentação de circuito externo.


122 Anexos

4.3.5 – Roteiro de Aula Prática

Objetivo

Essa aula prática tem como objetivo desenvolver habilidades e


competências sobre conversão analógica-digital de biosinais, mostrando na
prática a relação entre o número de bits e a qualidade do sinal adquirido.

Material Necessário

Para a realização desta aula prática são necessários os seguintes


materiais:

1. Computador com o software de visualização “Plataforma SPSB”


instalado e configurado para utilização (Figura 4.35 (a);

2. Cabo de comunicação USB (Figura 4.35 (b));

3. Módulo Base (Figura 4.35 (c));

4. Fonte de tensão do Módulo Base (Figura 4.35 (d));

5. Módulo didático de ECG (MDECG, Figura 4.35 (e));

6. Cabo de comunicação MDECG (Figura 4.35 (f));

7. 3 Eletrodos descartáveis para ECG (Figura 4.35 (g));

8. Cabo de eletrodos (Figura 4.35 (h));

9. Ponteira exploradora (Figura 4.35 (i));


Anexos 123

Figura 4.35 - Materiais e equipamentos necessários para realização da aula


prática.

Instruções Gerais

Inicialmente faça um teste para verificar se o sistema, módulo base,


MDECG, e o programa de visualização estão funcionando corretamente.

Ligue o MDECG com o módulo base e ao computador, conforme mostra


a Figura 4.36.
124 Anexos

Figura 4.36 - Esquema de ligação dos módulos para realização da experiência.

No módulo didático de ECG coloque o jumper 1 (J1) entre as posições 3-


4,5-6. Um sinal de teste deve aparecer na tela do programa plataforma.exe,
conforme mostra a Figura 4.37., este é o indicativo que o sistema esta
funcionando corretamente.
Anexos 125

Figura 4.37 - Sinal de teste adquirido com 12 Bits.

- Calcule o número de níveis de quantização do sinal com 12, 8 e 4


bits.

2n= N˚de níveis de quantização,

onde n é o número de bits do conversor.

Níveis de quantização em 12 bits: .................

Níveis de quantização em 8 bits: ...................

Níveis de quantização em 4 bits: ...................


126 Anexos

- Calcule a resolução do sinal adquirido, sinal de ECG para 12, 8 e 4


bits, para este calculo saiba que a faixa de entrada do conversor A/D utilizado
é de 2,5 volts (Tensão de referência do conversor A/D Vref).

Resolução em 12 bits: ...............

Resolução em 8 bits: .................

Resolução em 4 bits: .................

- Com o sinal de ECG que aparece na tela do computador troque o


número de bits da conversão, primeiro para 8 bits e depois para 4 bits.

- Visualize o sinal que aparece na tela do computador, note a diferença


do sinal que é digitalizado em 12 bits, 8 bits e 4 bits.

-Veja a diferença entre os sinais, 12, 8 e 4 bits. Você percebe algo?


Alguma distorção, ou defeito no traçado do sinal? Se existir distorção, essa
distorção pode causar erros na interpretação do sinal?

Se você quer acompanhar o que acontece com o sinal ao longo da


cadeia de aquisição utilize a ponteira exploradora e meça nos pontos de
teste o sinal na saída ou na entrada de cada bloco do circuito. Isso vai auxiliar
na compreensão da utilidade e na importância de cada componente do
circuito.
Preste atenção para um detalhe, se você estiver adquirindo sinal em
um ponto do circuito onde o sinal tem baixa amplitude altere o ganho da
ponteira de prova para melhor visualizar o sinal. A Figura 4.3.5.4 mostra a
localização de alguns pontos de teste no circuito.
Anexos 127

Figura 4.38 - Localização dos pontos de teste no circuito.

Figura 4.39 - Detalhe mostrando um ponto de teste na placa.

Neste experimento você utilizou um sinal simulado de ECG que


128 Anexos

percorreu todos os componentes da cadeia de aquisição. Outra opção é você


obter um sinal de ECG real, captado por eletrodos.

Para isso configure no módulo didático de ECG o jumper 1 (J1). Coloque


J1 entre as posições 1-2,3-4, desta forma o MDECG esta pronto para adquirir
sinais de ECG do corpo humano.

O próximo passo é colocar o cabo dos eletrodos no módulo, e realizar a


colocação dos eletrodos no corpo. A Figura 4.40 ilustra um exemplo de
posicionamento de eletrodos, para os testes utilize esta mesma configuração.
As cores identificadas, para os pontos de colocação de eletrodos, devem ser
seguidas para a colocação dos clipes do cabo.

Figura 4.40 - Detalhe mostrando a posição dos eletrodos e as cores


correspondentes para o cabo.

7 – Bibliografia

ƒ Bemmel, J.V.; Musen, M.A., Handbook of medical informatics,


Springer 1997, disponível em:
http://www.mieur.nl/mihandbook/r_3_3/handbook/home.htm,
acessado em 30/04/2008.
Anexos 129

ƒ Catálogo Online Cirúrgica Passos, disponível em:


http://www2.ciashop.com.br/cpassos/product.asp?template_id=62&dep
t_id=1&pf_id=111, acessado em 30/04/2008.

ƒ DATASUS - Banco de Dados do Sistema Único de Saúde, disponível em:


http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/cadernosmap.htm?saude=http
%3A%2F%2Ftabnet.datasus.gov.br%2Ftabdata%2Fcadernos%2Fcaderno
smap.htm&botaook=OK&obj=%24VObj, acessado em 20/04/2008.

ƒ DORF, R. C. D/A and A/D converters. In: THE ELECTRICAL


ENGINERING HANDBOOK. Florida-USA: Crc Press, cap 32, 1997.
ƒ MAINARDI, l. T.; BIANCHI, A. M.; CERUTTI, S. Digital
Biomedical Signal Acquisition and Processing. In:BRONZINO,
J. D. (ed.) The Biomedical Engineering Hand Book. 2. ed.
Boca Raton: CRC Press LLC, 2000.
ƒ PAIM, F. C. A. Desenvolvimento de um Sistema de Telemetria
para Aquisição de Sinais Fisiológicos com Aplicação em Programas
de Reabilitação Cardíaca. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Elétrica) — Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, maio de
2005.
ƒ Site Quebarato!, disponível em:
http://mg.quebarato.com.br/classificados/eletrocardiografo-
funbec-ecg-40__397775.html, acessado em 30/04/2008.

ƒ Site Prontuário de Notícias, fonte Tribuna da Imprensa, disponível


em:
http://www.prontuariodenoticias.com.br/noticias.asp?seca
o=SP&id=1900, acessado em 30/04/2008.

ƒ Tocchio,H. Interpretação Clínica do Eletrocardiograma. Livraria


Atheneu, 1986.
ƒ TOMPKINS, W. J.; 1995. Biomedical Digital Signal Processing. 1st
Ed. Upper Saddle River, New Jersey : Prentice Hall.
ƒ WEBSTER, J. G. Medical instrumentation: application e desing. 3.
ed. Usa: Jhon Wiley & Sons, 1998. 691 p.
130 Anexos

ANEXO II – QUESTIONÁRIO

Questionário para Avaliação da


Plataforma SPSB

Curso de Graduação/ Semestre:...............................................................................


Instruções: Assinale com um X a nota mais apropriada para cada afirmação abaixo. O
significado de cada nota é o seguinte:
3 = Concordo plenamente, com muita ênfase (muito, sempre, etc.)
2 = Concordo parcialmente (um pouco, às vezes, etc.)
1 = Discordo um pouco, com pouca ênfase (acho que não, quase nunca, etc.)
0 = Discordo fortemente, com muita ênfase (absolutamente não, nunca, etc.)
NA = Não aplicável.

1. O padrão de cores utilizado no tutorial é agradável (fonte, legendas, glossário, figuras, etc). 3 2 1 0 NA
2. As informações do Tutorial são precisas e equilibradas entre os vários assuntos. 3 2 1 0 NA
3. Os recursos visuais (animações, figuras) incluídas neste Tutorial ajudam a apresentar o 3 2 1 0 NA
tópico.
4. A visualização dos sinais de ECG, pelo software de Visualização, é clara. 3 2 1 0 NA
5. Os títulos são chamativos e informativos em cada tópico do Tutorial. 3 2 1 0 NA
6. As informações teóricas do roteiro de aula prática foram úteis em complementar seus 3 2 1 0 NA
conhecimentos.
7. Eu encontrei a quantidade de informação que eu precisava no Tutorial e nos roteiros de aula 3 2 1 0 NA
prática para fazer a autoavaliacao.

8. Os encaixes, conectores e chaves dos Módulos de Hardware são fáceis de utilizar. 3 2 1 0 NA


9. Esta Plataforma Didática para ensino de Engenharia Biomédica (o tutorial + o hardware + o 3 2 1 0 NA
roteiro de aula prática + software de visualização) estimula o aprendizado.
10. As informações apresentadas no Tutorial são consistentes (parecem estar bem 3 2 1 0 NA
fundamentadas).
11. Há um menu, ou sumário no início que me permite saber quais assuntos estão contidos 3 2 1 0 NA
dentro do Tutorial.
12. O tempo gasto para a realização das aulas práticas foi razoável. 3 2 1 0 NA
13. As informações incluídas no Tutorial são interessantes (despertaram entusiasmo). 3 2 1 0 NA
14. As informações contidas nos roteiros de aula prática exploraram de alguma forma seu 3 2 1 0 NA
interesse sobre o assunto abordado.
15. O propósito desta Plataforma esta sempre claro para mim. 3 2 1 0 NA
Anexos 131

16. Os Roteiros de Aula Prática possuem informações suficientes para a realização dos 3 2 1 0 NA
experimentos.
17. A variedade de formatos (textos e imagens) do Tutorial e dos Roteiros de Aula Prática retém 3 2 1 0 NA
minha atenção.
18. As informações do Tutorial são úteis para mim. 3 2 1 0 NA
19. Todas as informações do Tutorial são apresentadas usando linguagem e estilo claros e 3 2 1 0 NA
consistentes.
20. Todos os Módulos de Hardware funcionaram corretamente. 3 2 1 0 NA
21. A Plataforma SPSB possui características únicas que a faz mais interessante. 3 2 1 0 NA
22. A Plataforma SPSB se mostrou útil para o aprendizado sobre aquisição, processamento e 3 2 1 0 NA
transmissão de sinais eletrofisiológicos.
23. O texto do Tutorial é bem escrito, sem erros gramaticais ou outros tipos de erros. 3 2 1 0 NA
24. O tempo todo eu posso controlar que informação do Tutorial eu desejo ver. 3 2 1 0 NA
25. Há coisas surpreendentes na Plataforma SPSB. 3 2 1 0 NA
26. Este Plataforma fornece oportunidades para interatividade. 3 2 1 0 NA
27. As instruções de uso desta Plataforma são simples e claras. 3 2 1 0 NA
28. Todos os acessórios utilizados durante a aula prática (eletrodos, cabos, fonte de alimentação) 3 2 1 0 NA
funcionaram do modo como eles deveriam funcionar.
29. A modularidade dos componentes de hardware (sistema composto por diversas partes, 3 2 1 0 NA
organização modular) torna a aulas práticas mais significativas (auxilia na compreensão dos
diferentes temas das aulas práticas).
30. Existem somente informações importantes ou relevantes no Tutorial. 3 2 1 0 NA
31. Não importa onde eu esteja no Tutorial, eu posso retornar para a página inicial ou sair. 3 2 1 0 NA
32. O tempo previsto para realizar as experiências das aulas práticas é suficiente. 3 2 1 0 NA

Antes de responder as próximas perguntas, volte a cada afirmação em que você assinalou
NA (não aplicável) e anote uma pontuação baseado no seguinte critério:
0 ponto se a Plataforma SPSB seria beneficiada se tivesse incluído este item.
1 ponto se a Plataforma SPSB não necessita deste item.
2 pontos se a Plataforma SPSB ficou melhor sem a inclusão deste item.

É a primeira vez que estuda estes conteúdos? (NÃO/SIM)


Qual a melhor coisa sobre a coisa sobre a plataforma SPSB?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
O que precisa de melhoria na Plataforma SPSB?
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Agradecemos por sua contribuição neste trabalho.
132 Anexos

ANEXO III – CÁLCULO DO FILTROS

Os filtros passa-altas e passa-baixas utilizados para condicionamento de sinais nos


módulos de ECG, EMG e EOG utilizam à função de aproximação Butterworth e topologia
Sallen-Key. Uma das mais populares funções de aproximação utilizadas em filtros seletores
é a aproximação Butterworth, que se caracteriza por ser monotônica em toda a faixa de
freqüência e apresentar a característica mais plana possível na banda de passagem
(NOCETI-FILHO 2003). A topologia Sallen Key é utilizada pela facilidade de cálculo,
uma vez que os valores dos capacitores são iguais, o mesmo é valido para os resistores de
configuração da freqüência de corte.
O método de projeto utilizado para cálculo dos componentes dos filtros utiliza a
metodologia proposta por NOCETI-FILHO (2003).
Será detalhado o processo de cálculo apenas para os filtros de um dos módulos, os
outros usam o mesmo procedimento de cálculo e para estes serão omitidos alguns passos.

Módulo de ECG

O filtro passa-faixa utilizado no módulo de ECG é composto por um passa-altas


(PA) com freqüência de corte (fc) em 0,5 Hz em cascata com um passa-baixas (PB) com fc
em 50 Hz.
Filtro Passa-Altas com fc em 0,5 Hz
Anexos 133

A função de transferência normalizada (com ωp = 1) para o filtro Butterworth de


segunda ordem é dada por:

_
1
Passo (1) T(S) = (III.1)
_2
S + 1,414S + 1
Onde:

⎯ ωp= Freqüência de corte em radianos.

Passo (2)

⎯ ωp= 2.π.fc, com fc=0,5 Hz Æ ωp= 3.1416.

Passo (3)

Desnormalização em freqüência:

_ ωp
Para o Passa-Altas: ωp= s = .
s
Passo (4)

Função de transferência desnormalizada para o PA com fc em 0,5 Hz:

S2
T(S) = 2 (III.2)
S + 4,4395 .S + 9,8596

A função de transferência geral é dada pela equação 3, onde K é o ganho em baixas


freqüências, ω0 é o módulo dos pólos (para pólos complexos) e Q é o fator de qualidade
destes.

K.ω 2 0 A
T(S) = = 2 (III.3)
S + (ω 0 / Q).S + ω 0 S + a1.S + a 0
2 2
134 Anexos

Para a topologia Sallen-Key os componentes do filtro passa-altas podem ser


encontrados pelas seguintes equações:
Passo (5)
R1=R2=Rb=1Ω (III.4)

1
C1=C2= F (III.5)
a0

⎛ a ⎞
Ra = 2 − ⎜ 1 ⎟Ω (III.6)
⎜ a ⎟
⎝ 0 ⎠

Aplicando os valores encontrados na equação (III.2) em (III.4), (III.5) e (III.6),


temos:
C1 = C2 =0,3185
Ra = 0,586
R1 = R2 = RB =1Ω

Estes valores devem ser transformados para valores de componentes comercias


existentes. Esta transformação pode ser realizada fixando o valor do capacitor em um valor
comercial e recalculando o valor dos resistores.
Passo (6)

Fazendo C1=C2= 470 ηF.

b= C1/C1’

b= 0,3185/470 × 10 −9 = 677598,59
Ra’= b. Ra= 397, 073 k
R1’= 677,588 k
Anexos 135

Os valores dos resistores podem ser aproximados para os valores comercias


existentes, assim:
Passo (7)
Valores comercias:

C1=C2= 470 ηF.


R1=R2= 680 k Ω.

O valor de Rb pode ser alterado em função de Ra desde que seja mantido o ganho
de tensão em malha fechada em 1,586, para se obter uma resposta Butterworth.

Ra
1,586 = +1
Rb

Ra = 0,586.Rb

Dessa forma podemos aproximar Ra e Rb para valores comercias existentes, sendo


Ra= 12 k Ω e Rb= 22 k Ω, mantendo-se uma resposta Butterworth.
O ganho calculado com os valores comerciais ficou em 1,545.
Filtro Passa-Baixas com fc em 50 Hz
136 Anexos

A função de transferência normalizada (com ωp = 1) para o filtro Butterworth de


segunda ordem é dada por:

_
1
Passo (1) T(S) = (III.7)
_2
S + 1,414S + 1
Onde:

⎯ ωp= Freqüência de corte em radianos.

Passo (2)
⎯ ωp= 2.π.fc, com fc= 50 Hz Æ ωp= 314,16.

Passo (3)
Desnormalização em freqüência:

Para o Passa-Baixas: ωp= s = s


_
.
ωp

Passo (4)

Função de transferência desnormalizada para o PB com fc em 50 Hz:

98596
T(S) = (III.8)
S + 443,96.S + 98596
2

A função de transferência geral é dada pela equação (III.9), onde K é o ganho em


baixas freqüências, ω0 é o módulo dos pólos (para pólos complexos) e Q é o fator de
qualidade destes.

K.ω 2 0 A
T(S) = = 2 (III.9)
S + (ω 0 / Q).S + ω 0 S + a1.S + a 0
2 2
Anexos 137

Para a topologia Sallen-Key os componentes do filtro passa-altas podem ser


encontrados pelas seguintes equações:
Passo (5)
R1=R2=Rb=1Ω (III.10)

1
C1=C2= F (III.11)
a0

⎛ a ⎞
Ra = 2 − ⎜ 1 ⎟Ω (III.12)
⎜ a ⎟
⎝ 0 ⎠

Aplicando os valores encontrados na equação (III.8) em (III.10), (III.11) e (III.12),


temos:

C1 = C2 = 3,1847133 x 10-3
Ra = 0,586
R1 = R2 = RB =1Ω

Estes valores devem ser transformados para valores de componentes comercias


existentes. Esta transformação pode ser realizada fixando o valor do capacitor em um valor
comercial e recalculando o valor dos resistores.
Passo (6)

Fazendo C1=C2= 100 ηF.

b= C1/C1’

b= (3,1847133 x 10-3)/ (100 × 10 −9 )= 31847,133


Ra’= b. Ra= 18,662 k
R1’= 31,847 k
138 Anexos

Os valores dos resistores podem ser aproximados para os valores comercias


existentes, assim:
Passo (7)
Valores comercias:

C1=C2= 100 ηF.


R1=R2= 31,6 k Ω.

O valor de Rb pode ser alterado em função de Ra desde que seja mantido o ganho
de tensão em malha fechada em 1,586, para se obter uma resposta Butterworth.

Ra
1,586 = +1
Rb

Ra = 0,586.Rb

Dessa forma podemos aproximar Ra e Rb para valores comercias existentes, sendo


Ra= 12 k Ω e Rb= 22 k Ω, mantendo-se uma resposta Butterworth.

O ganho calculado com os valores comerciais ficou em 1,545.


Módulo de E0G

O filtro passa-faixa utilizado no módulo de EOG é composto por um passa-altas


(PA) com freqüência de corte (fc) em 0,5 Hz em cascata com um passa-baixas (PB) com fc
em 100 Hz.
Filtro Passa-Altas com fc em 0,5 Hz

Idem valores do passa-altas para o módulo de ECG.

Filtro Passa- Baixas com fc em 100 Hz


Anexos 139

O procedimento de cálculo utilizado será o mesmo aplicado para o filtro passa-


baixas de ECG, neste caso alguns passos considerados repetitivos não serão demonstrados.

Passo (2)

⎯ ωp= 2.π.fc, com fc= 100 Hz Æ ωp= 628,319.

Passo (4)

Função de transferência desnormalizada para o PB com fc em 100 Hz:

394384
T(S) = (III.13)
S + 887,992.S + 394384
2

Passo (5)
R1=R2=Rb=1Ω (III.14)

1
C1=C2= F (III.15)
a0

⎛ a ⎞
Ra = 2 − ⎜ 1 ⎟Ω (III.16)
⎜ a ⎟
⎝ 0 ⎠

Aplicando os valores encontrados na equação (III.13) em (III.14), (III.15) e (III.16),


temos:

C1 = C2 = 1,5923567 x 10-3
Ra = 0,586
R1 = R2 = RB =1Ω
140 Anexos

Estes valores devem ser transformados para valores de componentes comercias


existentes. Esta transformação pode ser realizada fixando o valor do capacitor em um valor
comercial e recalculando o valor dos resistores.
Passo (6)

Fazendo C1=C2= 100 ηF.

b= C1/C1’

b= 15923,567
Ra’= b. Ra= 9,33121 k
R1’= 15,923 k
Os valores dos resistores podem ser aproximados para os valores comercias
existentes, assim:
Passo (7)
Valores comerciais:

C1=C2= 100 ηF.


R1=R2= Rb 16 k Ω.
Ra= 9,31 k Ω.

O ganho calculado com os valores comerciais ficou em 1, 581.

Módulo de EMG

O filtro passa-faixa utilizado no módulo de EMG é composto por um passa-altas


(PA) com freqüência de corte (fc) em 2 Hz em cascata com um passa-baixas (PB) com fc
em 500 Hz.
Anexos 141

Filtro Passa- Altas com fc em 2 Hz

O procedimento de cálculo utilizado será o mesmo aplicado para o filtro passa-altas


de ECG, neste caso alguns passos considerados repetitivos não serão demonstrados.

Passo (2)

⎯ ωp= 2.π.fc, com fc= 2 Hz Æ ωp= 12,56637.

Passo (4)

Função de transferência desnormalizada para o PA com fc em 2 Hz:

S2
T(S) = (III.17)
S 2 + 17,759.S + 157,7536

Passo (5)
R1=R2=Rb=1Ω (III.18)

1
C1=C2= F (III.19)
a0

⎛ a ⎞
Ra = 2 − ⎜ 1 ⎟Ω (III.20)
⎜ a ⎟
⎝ 0 ⎠
Aplicando os valores encontrados na equação (III.17) em (III.18), (III.19) e (III.20),
temos:

C1 = C2 = 7,96 x 10-2
Ra = 0,586
R1 = R2 = RB =1Ω
142 Anexos

Estes valores devem ser transformados para valores de componentes comercias


existentes. Esta transformação pode ser realizada fixando o valor do capacitor em um valor
comercial e recalculando o valor dos resistores.
Passo (6)

Fazendo C1=C2= 470 ηF.

b= C1/C1’

b= 169361,702
Ra’= b. Ra= 99,245 k
R1’= 169,361 k
Os valores dos resistores podem ser aproximados para os valores comercias
existentes, assim:
Passo (7)
Valores comercias:

C1=C2= 470 ηF.


R1=R2= Rb= 169 k Ω.
Ra= 100 k Ω.

O ganho calculado com os valores comerciais ficou em 1, 591.

Filtro Passa- Baixas com fc em 500 Hz

O procedimento de cálculo utilizado será o mesmo aplicado para o filtro passa-


baixas de ECG, neste caso alguns passos considerados repetitivos não serão demonstrados.

Passo (2)

⎯ ωp= 2.π.fc, com fc= 500 Hz Æ ωp= 3141,593.


Anexos 143

Passo (4)

Função de transferência desnormalizada para o PB com fc em 500 Hz:

9859600
T(S) = (III.21)
S + 4439,96.S + 9859600
2

Passo (5)
R1=R2=Rb=1Ω (III.22)

1
C1=C2= F (III.23)
a0

⎛ a ⎞
Ra = 2 − ⎜ 1 ⎟Ω (III.24)
⎜ a ⎟
⎝ 0 ⎠

Aplicando os valores encontrados na equação (III.21) em (III.22), (III.23) e (III.24),


temos:

C1 = C2 = 3,184 x 10-4
Ra = 0,586
R1 = R2 = RB =1Ω

Estes valores devem ser transformados para valores de componentes comercias


existentes. Esta transformação pode ser realizada fixando o valor do capacitor em um valor
comercial e recalculando o valor dos resistores.
Passo (6)

Fazendo C1=C2= 100 ηF.


144 Anexos

b= C1/C1’

b= 3184,7133
Ra’= b. Ra= 1866,24
R1’= 3184,7133
Os valores dos resistores podem ser aproximados para os valores comercias
existentes, assim:
Passo (7)
Valores comercias:

C1=C2= 100 ηF.


R1=R2= Rb= 3,16 k Ω.
Ra= 1,87 k Ω.

O ganho calculado com os valores comerciais ficou em 1, 591.

Filtro Notch de 60 Hz

Topologia Fliege:
Anexos 145

1
fc = (III.25)
2.π.R0.C0
RQ
Q= (III.26)
2.R0
Fixando o valor de C0 em 100nF R0 fica igual a 26,5 k Ω ≈ 27 k Ω. O valor de
2,78 para o fator de qualidade foi estabelecido a partir de simulações. O critério utilizado
foi o não surgimento de overshoot no sinal, o que causaria distorções em freqüências
próximas a 60 Hz.
146 Anexos

ANEXO IV – ESQUEMA ELÉTRICO do MÓDULO BASE e da FONTE


DE ALIMENTAÇÃO

Figura IV.1- Esquema elétrico utilizado para ligação do microcontrolador do MB.


Anexos 147

Figura IV.2 - Disposição dos recursos do microcontrolador nos conectores latch do


MB.
148 Anexos

Figura IV.3 – Fonte de alimentação.


Anexos 149

ANEXO V – RESULTADOS DOS TESTES DE SEGURANÇA


ELÉTRICA

Tabela V.1 – Valores medidos da corrente de fuga através do paciente com tensão
sobre as partes aplicadas em comparação aos limites da norma. Medições realizadas
com o módulo de ECG.
Corrente de Fuga Através do Paciente (Tensão sobre as partes aplicadas)

Partes sob Teste


Condição Todas as RA em RL em LA em relação Limite
de Teste entradas em relação ao relação ao ao terminal de
relação ao terminal de terminal de referência (μA)
terminal de referência referência (μA)
referência (μA) (μA) (μA)
Polaridade 15 19 20 20 5000
Normal,
Isolação
Normal
Polaridade 52 56 57 57 5000
Normal,
Isolação
Reversa
Polaridade 29 33 33 33 5000
Reversa,
Isolação
Normal
Polaridade 38 43 43 43 5000
Reversa,
Isolação
Reversa
150 Anexos

Tabela V.2 – Valores medidos da corrente de fuga através do paciente com tensão
sobre as partes aplicadas em comparação aos limites da norma. Medições realizadas
com o módulo de EMG.

Corrente de Fuga Através do Paciente (Tensão sobre as partes aplicadas)

Partes sob Teste


Condição Todas as *E I em *E. N. I. em *Ref. em relação Limite
de Teste entradas em relação ao relação ao ao terminal de
relação ao terminal de terminal de referência (μA)
terminal de referência referência (μA)
referência (μA) (μA) (μA)

Polaridade 24 28 28 28 5000
Normal,
Isolação
Normal
Polaridade 34 38 38 38 5000
Normal,
Isolação
Reversa
Polaridade 13 17 17 17 5000
Reversa,
Isolação
Normal
Polaridade 45 50 50 50 5000
Reversa,
Isolação
Reversa
*E.I- Parte aplicada onde a entrada inversora do amplificador de instrumentação é ligada
ao cabo do paciente.
*E.N.I- Parte aplicada onde a entrada não inversora do amplificador de instrumentação é
ligada ao cabo do paciente.
*Ref- Parte aplicada onde a referência do circuito é ligada ao cabo do paciente.
Anexos 151

Tabela V.3 – Valores medidos da corrente de fuga através do gabinete em


comparação aos valores limites da norma.

Corrente de Fuga Através do Gabinete

Condição de Teste Condição Normal Condição Anormal sob uma só


Falha
Valor Limite Valor Limite (μA)
Medido (μA) (μA) Medido (μA)
Polaridade Normal 1 100 2 500
Polaridade Reversa 2 100 3 500

Tabela V.4 – Valores medidos da corrente de fuga através do paciente em


comparação aos valores limites da norma. Medições realizadas com o módulo de
ECG.

Corrente de Fuga Através do Paciente


Partes sob Teste
Condição de Todas as RA em RL em LA em Limite
Teste entradas em relação ao relação ao relação ao (μA)
relação ao terminal de terminal de terminal de
terminal de referência referência referência
referência (μA) (μA) (μA)
(μA)
Polaridade 19 19 19 19 100
Normal *CN
Polaridade 25 24 24 24 500
Normal
*CASF
Polaridade 6 5 6 5 100
Reversa *CN
Polaridade 25 24 24 24 500
Reversa
*CASF
* CN- Condição Normal.
* CASF- Condição Anormal sob uma só falha.
152 Anexos

Tabela V.5 – Valores medidos da corrente de fuga através do paciente em


comparação aos valores limites da norma. Medições realizadas com o módulo de
EMG.

Corrente de Fuga Através do Paciente

Partes sob Teste


Condição de Todas as *E.I em *E.N.I em *Ref em Limite
Teste entradas em relação ao relação ao relação ao (μA)
relação ao terminal de terminal de terminal de
terminal de referência referência referência
referência (μA) (μA) (μA)
(μA)
Polaridade 5 5 5 6 100
Normal *CN
Polaridade 22 22 22 22 500
Normal
*CASF
Polaridade 17 17 17 17 100
Reversa *CN
Polaridade 22 22 22 22 500
Reversa
*CASF
* CN- Condição Normal.
* CASF- Condição Anormal sob uma só falha.
*E.I- Parte aplicada onde a entrada inversora do amplificador de instrumentação é ligada
ao cabo do paciente.
*E.N.I- Parte aplicada onde a entrada não inversora do amplificador de instrumentação é
ligada ao cabo do paciente.
*Ref- Parte aplicada onde a referência do circuito é ligada ao cabo do paciente.
Anexos 153

Tabela V.6 – Valores medidos da corrente de fuga auxiliar através do paciente em


comparação aos valores limites da norma. Medições realizadas com o módulo de
EMG.
Corrente de Fuga Auxiliar Através do Paciente

Partes sob Teste


Condição de Teste *E.I em relação a *E.N.I. em *Ref em relação Limite
todas as entradas relação a todas as a todas as (μA)
(μA) entradas entradas
(μA) (μA)
Polaridade Normal 2 2 1 100
*CN
Polaridade Normal 8 8 6 500
*CASF
Polaridade Reversa 6 6 4 100
*CN
Polaridade Reversa 8 8 6 500
*CASF

* CN- Condição Normal.


* CASF- Condição Anormal sob uma só falha.
*E.I- Parte aplicada onde a entrada inversora do amplificador de instrumentação é ligada
ao cabo do paciente.
*E.N.I- Parte aplicada onde a entrada não inversora do amplificador de instrumentação é
ligada ao cabo do paciente.
*Ref- Parte aplicada onde a referência do circuito é ligada ao cabo do paciente.
154 Anexos

Tabela V.7 – Valores medidos da corrente de fuga auxiliar através do paciente em


comparação aos valores limites da norma. Medições realizadas com o módulo de
ECG.

Corrente de Fuga Auxiliar Através do Paciente


Partes sob Teste
Condição de Teste RA em relação a RL em relação a LA em relação a Limite
todas as entradas todas as entradas todas as entradas
(μA) (μA) (μA) (μA)

Polaridade Normal 6 5 6 100


*CN
Polaridade Normal 7 6 8 500
*CASF
Polaridade Reversa 2 1 2 100
*CN
Polaridade Reversa 8 6 8 500
*CASF
* CN- Condição Normal.
* CASF- Condição Anormal sob uma só falha.

Condições de ensaio
-Tensão da rede:
ƒ Fase-Terra: 224 Volts
ƒ Neutro-Terra: 0,5 Volts
ƒ Fase- Neutro: 225,2 Volts
-Umidade relativa do ar: 71%
-Temperatura: 21°C
Anexos 155

ANEXO VI – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS MÓDULOS DE

ECG, EMG e EOG

Tabela VI.1 - Especificações técnicas do módulo de ECG


Recurso Especificação
Tensão de Alimentação + 5 Vdc/ - 5 Vdc
Consumo máximo 100 mA
CMRR 100 dB com ganho 10 @ 1kHz
Faixa de freqüência de aquisição de ECG 0,5 Hz a 50 Hz
Ganho 500
Conector para o cabo dos eletrodos Mini-Din fêmea 4 pinos tipo RF
Conector de saída do circuito do aluno Conector p/ PCI com parafuso 5,08
mm/6pinos
Conector de entrada do circuito do aluno Conector P/ PCI com parafuso
4mm/5pinos
Conector para ponteira exploradora Mini-Bana p/ PCI
Conector de interface com o MB Header 90° com extrator 20 pinos
Impedância de entrada do circuito da 1012 Ω @ DC
ponteira exploradora
Chave desabilita circuitos Dip switches 5 posições 2,54 mm
Recurso de alimentação para circuito + 5 Vdc/ - 5 Vdc e GND com corrente
externo máxima de 100 mA. Conector p/ PCI 5,08
mm/3 pinos
Recurso de seleção do ganho da ponteira Jumper 2,54 mm com aba. Seleção para
exploradora ganho 1, 10 ou 100
Sinal simulado de ECG Tensão mín. -0,4 V; tensão máx. 1,34 V;
freq. cardíaca ~80 bpm
Temperatura de operação 0 a 80ºC
156 Anexos

Tabela VI.2 - Especificações técnicas do módulo de EMG


Recurso Especificação
Tensão de Alimentação + 5 Vdc/ - 5 Vdc
Consumo máximo 100 mA
CMRR 100 dB com ganho 10 @ 1kHz
Faixa de freqüência de aquisição de ECG 2 Hz a 500 Hz
Ganho 500
Conector para o cabo dos eletrodos Mini-Din fêmea 4 pinos tipo RF
Conector de saída do circuito do aluno Conector p/ PCI com parafuso 5,08
mm/6pinos
Conector de entrada do circuito do aluno Conector P/ PCI com parafuso
4mm/5pinos
Conector para ponteira exploradora Mini-Bana p/ PCI
Conector de interface com o MB Header 90° com extrator 20 pinos
Impedância de entrada do circuito da 1012 Ω @ DC
ponteira exploradora
Chave desabilita circuitos Dip switches 5 posições 2,54 mm
Recurso de alimentação para circuito + 5 Vdc/ - 5 Vdc e GND com corrente
externo máxima de 100 mA. Conector p/ PCI 5,08
mm/3 pinos
Recurso de seleção do ganho da ponteira Jumper 2,54 mm com aba. Seleção para
exploradora ganho 1, 10 ou 100
Temperatura de operação 0 a 80ºC
Anexos 157

Tabela VI.3 - Especificações técnicas do módulo de EOG


Recurso Especificação
Tensão de Alimentação + 5 Vdc/ - 5 Vdc
Consumo máximo 100 mA
CMRR 100 dB com ganho 10 @ 1kHz
Faixa de freqüência de aquisição de ECG 0,5 Hz a 100 Hz
Ganho 498
Conector para o cabo dos eletrodos Mini-Din fêmea 4 pinos tipo RF
Conector de saída do circuito do aluno Conector p/ PCI com parafuso 5,08
mm/6pinos
Conector de entrada do circuito do aluno Conector P/ PCI com parafuso
4mm/5pinos
Conector para ponteira exploradora Mini-Bana p/ PCI
Conector de interface com o MB Header 90° com extrator 20 pinos
Impedância de entrada do circuito da 1012 Ω @ DC
ponteira exploradora
Chave desabilita circuitos Dip switches 5 posições 2,54 mm
Recurso de alimentação para circuito + 5 Vdc/ - 5 Vdc e GND com corrente
externo máxima de 100 mA. Conector p/ PCI 5,08
mm/3 pinos
Recurso de seleção do ganho da ponteira Jumper 2,54 mm com aba. Seleção para
exploradora ganho 1, 10 ou 100
Temperatura de operação 0 a 80ºC
158 Anexos

ANEXO VII – PUBLICAÇÕES

ADUR, R.; ANDRIGHETTO, E.; RATHKE, J. E.; POSSA, P. R. C.; SANTOS, F. C.;
ARGOUD, F. I. M.; AZEVEDO, F. M.; MARINO-NETO, J. Proposta de uma
Plataforma didática para Ensino de Engenharia Biomédica em Cursos de Graduação de
Engenharia Elétrica. II. O módulo didático de EEG, In: XXXV Congresso Brasileiro de
Educação e Engenharia, 2007.

ANDRIGHETTO, E.; ADUR, R.; RATHKE, J. E.; POSSA, P. R. C.; SANTOS, F. C.;
ARGOUD, F. I. M.; AZEVEDO, F. M.; MARINO-NETO, J. Proposta de uma
plataforma didática para o ensino de Engenharia Biomédica em Cursos de Graduação
de Engenharia Elétrica: I Os Sinais Bioelétricos. In: Congreso Latinoamericano de
Ingeniería Biomédica, 4., Porlamar. 2007.

ANDRIGHETTO, E.; ADUR, R.; RATHKE, J. E.; POSSA, P. R. C.; SANTOS, F. C.;
ARGOUD, F. I. M.; AZEVEDO, F. M.; MARINO-NETO, J. Plataforma Didática para
a Aprendizagem de Engenharia Biomédica em Cursos de Engenharia Elétrica. III -
Proposta para Comunicação wireless, In: XXXV Congresso Brasileiro de Educação e
Engenharia, 2007.

POSSA, P. R.; ANDRIGHETTO, E.; SANTOS, F. C.; RATHKE, J E.; ADUR, R.;
OJEDA, R. G.; ARGOUD, F. I. M.; AZEVEDO, F. M.; MARINO-NETO, J. A Inserção
da Engenharia Biomédica nos Cursos de Graduação de Engenharia Elétrica no Brasil.
Aceito para publicação pela Revista Brasileira de Engenharia Biomédica, 2008.

POSSA, P. R.; RATHKE, J E.; ANDRIGHETTO, E.; ADUR, R.; SANTOS, F. C.;
ARGOUD, F. I. M.; AZEVEDO, F. M.; MARINO-NETO, J. Proposta de plataforma
didática para ensino de Engenharia Biomédica em Cursos de Engenharia Elétrica: IV.
Tutorial sobre Eletrocardiografia, In: XXXV Congresso Brasileiro de Educação e
Engenharia, 2007.

RATHKE, J. E.; POSSA, P. R.; SANTOS, F. C.; ANDRIGHETTO, E.; ADUR, R.;
ARGOUD, F. I. M.; AZEVEDO, F. M.; MARINO-NETO, J. Proposta de uma
Plataforma Didática para Ensino de Engenharia Biomédica em Cursos de Engenharia
Elétrica: I. Módulos para aquisição de Sinais eletrográficos, In: XXXV Congresso
Brasileiro de Educação e Engenharia, 2007.

SANTOS, F. C.; RATHKE, J. E.; POSSA, P. R. C.; ANDRIGHETTO, E.; ADUR, R.;
ARGOUD, F. I. M.; AZEVEDO, F. M.; MARINO-NETO, J. Proposta de Plataforma
Didática Para o Ensino de Engenharia Biomédica em Curso de Engenharia Elétrica:
V. Ambiente em RV de Eletrocardiografia. In: XXXV Congresso Brasileiro de
Educação e Engenharia, 2007.
Referências Bibliográficas 159

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADUR, R. Sistema de Processamento de Sinais Biomédicos: Módulo Didático de


Eletroencefalograma. Florianópolis, 150 p., 2008. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de Santa Catarina.

AMORIN, J.A.; 2005. Educação em Engenharia: O Desenvolvimento de um Aplicativo de


Autoria para a Elaboração de Mapas Conceituais e Hipertextos. Campinas, 236 págs.
Dissertação (Mestrado)-Universidade Estadual de Campinas.

ANDRIGHETTO, E. Sistema de Processamento de Sinais Biomédicos: Rede Wireless


Zigbee com Aplicação do Padrão IEEE 802.15.4. Florianópolis, 147 p., 2008.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina.

ARDEN, G.B, CONSTABLE, P.A.; 2006. The Electro-oculogram. In: Progress in Retinal
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ARNONE, M.P; SMALL, R.V.; 1999. The Website Motivational Analysis Checklist
(WebMAC SENIOR 4.0). Disponível em:< http://www.marilynarnone.com/
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Peripherals. Madison Usa: Lakeview Research.

BAREA, R.; BOQUETE, L.; MAZO, M.; LÓPEZ, E.; 2002. System for Assisted Mobility
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BERBARI, E.J.; 2000. Principles of electrocardiography. In: BRONZINO, J. D. (Ed.). The


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Disponível em: <http://www.mieur.nl/mihandbook/r_3_3/handbook/home.htm,
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160 Referências Bibliográficas

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Recruitment. In: Procedings of the 25th Annual Internacional Conference of the IEEE
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Handbook. 2. ed. [S.l.]: CRC Press. cap. 52.

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Instrumentation. John G. Webster, ED. John Wiley Publisher, págs. 98-109.

DUARTE, M.A. de.; et al; 2007.Utilizando a Implantação do Curso de Extensão


“BÁSICO DE MANUTENÇÃO DE APARELHOS DE ELETROTERAPIA PARA
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GONZALES, M.T.G. et al.; 1998. Potenciales bioelétricos: Origem e Registro. Mexico:


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GUYTON, A. C.; HALL, J. E.; 2006. Textbook of Medical Physiology. 11. ed.
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The Biomedical Engineering Handbook. 2. ed. [S.l.]: CRC Press, cap. 14.

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NORTHROP, R.B.; 2004. Analysis and Application of Analog Electronic Circuits to


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OLIVEIRA, A.S.; ANDRADE, F.S.; 2006. Sistemas Embarcados: Hardware e Firmware


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POSSA, P. R. Sistema de Processamento de Sinais Biomédicos: Módulo Didático de


Amplificador de Potenciais Bioelétricos. Florianópolis, 118 p., 2008. Dissertação
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Dimensões na Construção do Conhecimento em Ensino e Aprendizagem nas Escolas
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