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2013 Dis Rsanjos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

REGINALDO SILVA DOS ANJOS

SGMIee - SOFTWARE DE GESTÃO DA MEDIÇÃO


INTELIGENTE DE ENERGIA ELÉTRICA

FORTALEZA
2013
REGINALDO SILVA DOS ANJOS

SGMIee - SOFTWARE DE GESTÃO DA MEDIÇÃO


INTELIGENTE DE ENERGIA ELÉTRICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Elétrica.

Orientadora:
Prof.ª Ruth Pastôra Saraiva Leão, Ph.D.

Coorientador:
Prof. Otacílio da Mota Almeida, Dr.

FORTALEZA
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Pós-Graduação em Engenharia - BPGE

A619s Anjos, Reginaldo Silva dos.


SGMIEE - Software de Gestão da Medição Inteligente de Energia Elétrica / Reginaldo Silva
dos Anjos. – 2013.
148 f. : il., enc. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento


de Engenharia Elétrica, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Fortaleza, 2013.
Área de Concentração: Sistemas de Energia Elétrica.
Orientação: Profa. Dra. Ruth Pastôra Saraiva Leão.
Coorientação: Prof. Dr. Otacílio da Mota Almeida.

1. Engenharia elétrica. 2. Energia elétrica - Gerenciamento. 3. Redes elétricas. 4. Java. I.


Título.

CDD 621.3
Este trabalho acadêmico é dedicado a Deus e a
minha querida família: Aurino e Maria Rita,
meus pais, Aurélio e Rejane, meus irmãos.
Ainda no ambiente familiar, à amada Hellem.
Dedico também a todos os amigos e
companheiros que participaram e
proporcionaram a realização deste momento
pleno e inigualável de conhecimento.
AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus pela oportunidade da vida e por todas as bênçãos e glórias


recebidas durante a minha existência.
Agradeço aos meus pais, Aurino e Maria Rita, pela afeição, pelo sustento, pela
educação, pela paciência, pelos incentivos aos estudos e, principalmente, pelo amor e carinho
que me ofereceram, me oferecem e sempre continuarão a me oferecer. A minha gratidão
eterna aos meus pais, que me ensinaram a trilhar os caminhos mais compensativos da vida.
Aos meus irmãos, Aurélio e Rejane, que sempre me ensinaram os erros e acertos
da vida, de forma correta e cordial, proporcionando-me companheirismo e bem-estar. Devo
muito a vocês, meus queridos irmãos.
Àquela que transmitiu amor, confiança, consolo, perseverança e incentivo ao
longo deste período da realização do estudo, minha namorada, Monicke Hellem.
Aos professores do Departamento de Engenharia Elétrica (DEE), do Centro de
Tecnologia (CT), da Universidade Federal do Ceará (UFC), pela formação nas etapas de
graduação e mestrado. Dedico agradecimentos especiais à Prof.ª. Ph.D. Ruth Pastôra Saraiva
Leão e ao Prof. Dr. Otacílio da Mota Almeida, pela transmissão de conhecimentos e pela
atenção e compreensão que sempre prestaram durante os aconselhamentos nos períodos de
sala de aula, das reuniões e da realização deste trabalho acadêmico de pós-graduação.
Gratidão aos amigos e companheiros de pesquisa de laboratório, Antônio Barbosa,
Dalton Honório, Janaína Almada, João Paulo, João Victor, Márcio Amora, Obed Vieira,
Sérgio Lima, Silas Alysson, Venicio Soares e Wellington Avelino.
Agradecimentos estendidos aos engenheiros Alaim Assis e Henrique Inecco pelo
suporte técnico na etapa de desenvolvimento do software. Ao supervisor Ernani Gadelha e aos
técnicos Jeremias e Everaldo, do setor de manutenção do CT/UFC, pela execução das
instalações do sistema de medição utilizado neste trabalho.
À instituição acadêmica UFC, ao Grupo de Pesquisa em Automação e Robótica
(GPAR), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à empresa Eletra
Energy Solutions, pela infraestrutura física, pelo suporte financeiro e pelas contribuições
técnicas à realização deste trabalho.
“Ah!
Se o mundo inteiro me pudesse ouvir,
Tenho muito pra contar,
Dizer que aprendi...” (Tim Maia)
RESUMO

A modernização dos sistemas elétricos de potência é nos dias atuais um tema de relevância,
com destaque à participação do consumidor na geração de energia elétrica e gestão da energia
consumida. A automação da Medição Inteligente é uma das principais vertentes e o precursor
das Redes Elétricas Inteligentes. Considerando-se este cenário, neste trabalho, apresenta-se
um software de gestão da medição inteligente de energia elétrica, denominado SGMIee.
Trata-se de uma ferramenta computacional, desenvolvida com tecnologias computacionais de
código aberto e gratuito, utilizada para a aquisição, armazenamento, processamento,
visualização e gerenciamento das informações registradas em uma infraestrutura de medição
inteligente de eletricidade. A plataforma Java e a estrutura de banco de dados MySQL são as
principais tecnologias utilizadas no desenvolvimento do software. O SGMIee tem sido
aplicado a um sistema de medição inteligente de energia elétrica instalado na infraestrutura do
Departamento de Engenharia Elétrica (DEE), do Centro de Tecnologia (CT), da Universidade
Federal do Ceará (UFC). O sistema de medição inteligente de energia elétrica utilizado é
composto por 05 unidades de medidores eletrônicos inteligentes trifásicos, 01 unidade de
interface de comunicação sem fio, 01 unidade de interface de comunicação via porta ótica e
01 unidade de equipamento In-Home Display (IHD). A infraestrutura de medição inteligente é
baseada em uma rede RF e disposta em uma topologia Mesh, sendo utilizados os protocolos
ABNT NBR 14522 e ZigBee para a realização da comunicação entre os equipamentos do
sistema. Dados coletados de 05 medidores eletrônicos, instalados em quadros de distribuição
de baixa tensão nas unidades do DEE, foram utilizados para testar e validar as funcionalidades
do software proposto, sendo considerados aspectos normativos nacionais da área durante as
análises dos resultados obtidos. As funcionalidades sobre página fiscal, consumo, faltas de
energia, alarmes e gráficos foram implementadas no SGMIee, possibilitando-se o
gerenciamento energético baseado em dados de medições e alarmes consultados de forma
instantânea ou através de histórico. Após as análises, observou-se que os objetivos definidos
para o SGMIee foram atendidos, sendo a disponibilização de uma ferramenta computacional
para gerir os dados de medições de parâmetros elétricos, integrada a um cenário de medição
inteligente de eletricidade a principal contribuição deste trabalho.

Palavras-chave: Redes Elétricas Inteligentes. Medição Inteligente. Gerenciamento de


Medição Inteligente de Energia Elétrica. Java.
ABSTRACT

The modernization of electric power systems is nowadays a topic of relevance, with emphasis
on consumer participation in power generation and management of energy consumption. The
automation of Smart Metering is one of the main aspects and the precursor of Smart Grids.
Considering this scenario, this paper presents electricity smart metering management
software, called SGMIee. It is a computational tool developed with free and open source
technologies, used for the acquisition, storage, processing, display and management of
recorded information in a smart metering infrastructure for electricity. The Java platform and
structure of MySQL database are the main technologies used in software development. The
SGMIee has been applied to a smart metering of electricity infrastructure installed in the
Department of Electrical Engineering (DEE), the Technology Center (TC), Federal University
of Ceará (UFC). The smart metering system used is composed of 05 three-phase smart meters
units, 01 wireless communication interface unit, 01 optical interface unit and 01 In-Home
Display (IHD) unit. The smart metering infrastructure is based on a RF network and willing
in a Mesh topology, protocols being used ABNT NBR 14522 and ZigBee for the realization
of communication between the system equipment. Data collected from 05 smart meters
installed in low voltage switchboards units DEE, were used to test and validate the
functionality of the proposed software, and are considered national normative aspects of the
area during the analysis of the results obtained. The features about summary snapshot of
electrical quantities measured, consumption, power outages, alarms and charts were
implemented in SGMIee, enabling the power management based on measurement data and
alarms consulted instantaneously or through history. After the analyzes, it was observed that
the objectives for the SGMIee were achieved and the availability of a computational tool for
managing measurement data of electrical parameters, integrated with a scenario of electricity
smart metering the main contribution of this work.

Keywords: Smart Grids. Smart Metering. Electricity Smart Metering Management. Java.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1 – Sistema Elétrico de Potência tradicional...................................................... 17


Figura 2.2 – Estimativa de crescimento global do consumo de eletricidade para o 18
período 2007-2050.......................................................................................
Figura 2.3 – Modelo conceitual de Redes Elétricas Inteligentes...................................... 20
Figura 2.4 – Impacto das REI no sistema de energia elétrica.......................................... 22
Figura 2.5 – Áreas tecnológicas envolvidas no contexto de REI..................................... 25
Figura 2.6 – Distribuição de projetos por faixa de orçamento na Europa........................ 28
Figura 2.7 – Distribuição estadual dos projetos nacionais sobre REI catalogados.......... 31
Figura 2.8 – Percentuais dos custos totais dos projetos por região.................................. 31
Figura 2.9 – Infraestrutura AMI e os seus principais componentes................................. 34
Figura 2.10 – Modelos de medidores eletrônicos inteligentes de nacionais...................... 35
Figura 2.11 – Modelos de equipamentos IHD utilizados em conjunto com os medidores 37
inteligentes...................................................................................................
Figura 2.12 – Exemplo de comunicação entre medidores inteligentes em uma rede RF 43
Mesh.............................................................................................................
Figura 2.13 – Comparativo entre as modalidades tarifárias horária branca e a 50
convencional................................................................................................
Figura 2.14 – Exemplo de softwares de gerenciamento de energia aplicados aos vários 53
setores da rede elétrica.................................................................................
Figura 2.15 – Softwares de gerenciamento de energia elétrica em uma infraestrutura 54
AMI..............................................................................................................
Figura 3.1 – Logo representativo do software SGMIee................................................... 59
Figura 3.2 – Esboço do cenário de aplicação do SGMIee................................................ 60
Figura 3.3 – Identificações das tecnologias e bibliotecas utilizadas no 62
desenvolvimento do SGMIee.......................................................................
Figura 3.4 – Exemplos de tratamentos visuais para o campo ”Frequência da rede”........ 66
Figura 3.5 – Exemplos de tratamentos visuais para o campo ”Temperatura Interna”..... 67
Figura 3.6 – Exemplos de tratamentos visuais para o campo ”Sequência de fase”......... 68
Figura 3.7 – Exemplos de tratamentos visuais para o campo ”Tensão de fase”, na aba 68
“Tensão”.......................................................................................................
Figura 3.8 – Exemplos de tratamentos visuais para o campo ”Tensão de linha”, na aba 69
“Tensão”.......................................................................................................
Figura 3.9 – Exemplos de tratamentos visuais para o campo ”Bandeira Tarifária 71
Atual”, na aba “Consumo”...........................................................................
Figura 3.10 – Exemplo do campo ”Registros”, da opção “Período Atual”, na aba 73
“Faltas de energia”.......................................................................................
Figura 3.11 – Fluxograma de funcionamento do SGMIee................................................. 77
Figura 3.12 – Bloco de dados de Comando do protocolo ABNT NBR 14522.................. 80
Figura 3.13 – Bloco de dados de Resposta do protocolo ABNT NBR 14522................... 81
Figura 3.14 – Disposição dos nós na rede RF Mesh do referido sistema de medição 82
inteligente.....................................................................................................
Figura 3.15 – Formato dos pacotes UART ZigBee............................................................ 83
Figura 4.1 – Cenário ilustrativo da infraestrutura de medição inteligente proposta........ 87
Figura 4.2 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 01............................... 89
Figura 4.3 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 02............................... 89
Figura 4.4 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 03............................... 89
Figura 4.5 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 04............................... 90
Figura 4.6 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 05............................... 90
Figura 4.7 – Medidor eletrônico inteligente utilizado no trabalho................................... 91
Figura 4.8 – Conjunto de hardware e software utilizado na aplicação do SGMIee......... 95
Figura 4.9 – Representação dos registros de medições na base de dados interligada ao 96
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.1 – Arquivo SGMIee.jar referente ao software da proposta.............................. 101
Figura 5.2 – Tela de inicialização do SGMIee................................................................. 102
Figura 5.3 – Acesso ao banco de dados e verificação das portas de comunicação na 102
inicialização do SGMIee.............................................................................
Figura 5.4 – Carregamento da interface gráfica e confirmação de inicialização do 103
SGMIee.......................................................................................................
Figura 5.5 – Telas de configuração da comunicação e de mensagem de confirmação 104
do SGMIee...................................................................................................
Figura 5.6 – Tela principal com os dados do medidor selecionado e as abas das 104
funcionalidades do SGMIee.........................................................................
Figura 5.7 – Aba “Página Fiscal”, do SGMIee................................................................ 105
Figura 5.8 – Aba “Corrente”, da funcionalidade “Página Fiscal”, do SGMIee............... 107
Figura 5.9 – Aba “Fator de potência”, da funcionalidade “Página Fiscal”, do 108
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.10 – Aba “Potência”, da funcionalidade “Página Fiscal”, do 108
SGMIee.......................................................................................................
Figura 5.11 – Aba “Direta”, em “Energia”, da funcionalidade “Consumo”, do 110
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.12 – Aba “Reversa”, em “Energia”, da funcionalidade “Consumo”, do 110
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.13 – Aba “Líquida”, em “Energia”, da funcionalidade “Consumo”, do 111
SGMIee.......................................................................................................
Figura 5.14 – Aba “Direta”, em “Demanda”, da funcionalidade “Consumo”, do 112
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.15 – Aba “Reversa”, em “Demanda”, da funcionalidade “Consumo”, do 113
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.16 – Aba “Líquida”, em “Demanda”, da funcionalidade “Consumo”, do 113
SGMIee.......................................................................................................
Figura 5.17 – Aba “Período Anterior”, da funcionalidade “Faltas de energia”, do 114
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.18 – Aba “Período Atual”, da funcionalidade “Faltas de energia”, do 115
SGMIee.......................................................................................................
Figura 5.19 – Aba “Parte I”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do 116
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.20 – Aba “Parte II”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do 117
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.21 – Aba “Parte III”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do 117
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.22 – Aba “Parte IV”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do 118
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.23 – Aba “Parte V”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do 118
SGMIee.......................................................................................................
Figura 5.24 – Aba “Parte I”, em “Grupo 02”, da funcionalidade “Alarmes”, do 119
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.25 – Aba “Parte II”, em “Grupo 02”, da funcionalidade “Alarmes”, do 119
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.26 – Aba “Fase A”, em “Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”, do 120
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.27 – Gráfico de Tensão (Fase A) gerado através da funcionalidade “Gráficos”, 121
do SGMIee...................................................................................................
Figura 5.28 – Aba “Fase B”, em “Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”, do 121
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.29 – Gráfico de Tensão (Fase B) gerado através da funcionalidade “Gráficos”, 122
do SGMIee...................................................................................................
Figura 5.30 – Aba “Fase C”, em “Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”, do 122
SGMIee.......................................................................................................
Figura 5.31 – Gráfico de Tensão (Fase C) gerado através da funcionalidade “Gráficos”, 123
do SGMIee...................................................................................................
Figura 5.32 – Aba “Todas as fases”, de “Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”, do 123
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.33 – Gráfico de Tensão (Fases A, B e C) gerado através da funcionalidade 124
“Gráficos”, do SGMIee...............................................................................
Figura 5.34 – Gráfico de percentuais das faixas de transgressão de tensão (Fases A, B e 124
C) gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee....................
Figura 5.35 – Aba “Medições”, em “Ativa”, de “Energia”, da funcionalidade 125
“Gráficos”, do SGMIee................................................................................
Figura 5.36 – Gráfico do perfil da energia ativa gerado através da funcionalidade 125
“Gráficos”, do SGMIee...............................................................................
Figura 5.37 – Aba “Consumo”, em “Ativa”, de “Energia”, da funcionalidade 126
“Gráficos”, do SGMIee................................................................................
Figura 5.38 – Gráfico do consumo total de energia ativa, por posto tarifário e por 127
bandeira tarifária, gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do
SGMIee.......................................................................................................
Figura 5.39 – Aba “Custos”, em “Ativa”, de “Energia”, da funcionalidade “Gráficos”, 127
do SGMIee...................................................................................................
Figura 5.40 – Gráfico dos custos do consumo de energia ativa, por posto tarifário e por 128
bandeira tarifária, gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.41 – Gráfico dos custos, com e sem acréscimo, do consumo de energia ativa, 128
por bandeira tarifária, gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.42 – Aba “Medições”, em “Reativa”, de “Energia”, da funcionalidade 129
“Gráficos”, do SGMIee................................................................................
Figura 5.43 – Gráfico do perfil da energia reativa gerado através da funcionalidade 129
“Gráficos”, do SGMIee................................................................................
Figura 5.44 – Aba “Consumo”, em “Reativa”, de “Energia”, da funcionalidade 130
“Gráficos”, do SGMIee................................................................................
Figura 5.45 – Gráfico do consumo total de energia reativa, por posto tarifário e por 130
bandeira tarifária, gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.46 – Aba “Custos”, em “Reativa”, de “Energia”, da funcionalidade 131
“Gráficos”, do SGMIee...............................................................................
Figura 5.47 – Gráfico dos custos do consumo de energia reativa, por posto tarifário e 131
por bandeira tarifária, gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.48 – Gráfico dos custos, com e sem acréscimo, do consumo de energia reativa, 132
por bandeira tarifária, gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do
SGMIee........................................................................................................
Figura 5.49 – Aba “Medições”, em “Aparente”, de “Energia”, da funcionalidade 132
“Gráficos”, do SGMIee................................................................................
Figura 5.50 – Gráfico do perfil da energia aparente gerado através da funcionalidade 133
“Gráficos”, do SGMIee................................................................................
Figura 5.51 – Aba “Consumo”, em “Aparente”, de “Energia”, da funcionalidade 133
“Gráficos”, do SGMIee................................................................................
Figura 5.52 – Gráfico do consumo total de energia aparente, por posto tarifário e por 134
bandeira tarifária, gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do
SGMIee........................................................................................................
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Domínios do modelo conceitual de REI ..................................................... 21


Tabela 2.2 – Identificadores, descrições, quantidade e custos totais dos projetos por 30
subtema catalogado......................................................................................
Tabela 2.3 – Resumo sobre as principais características das tecnologias de 39
comunicação de AMI...................................................................................
Tabela 3.1 – Descrições dos tipos de alarmes, dos Grupos 01 e 02, da aba “Alarmes”... 74
Tabela 4.1 – Descrições dos pontos de medição............................................................... 87
Tabela 4.2 – Distâncias aproximadas entre os equipamentos do sistema de medição 88
inteligente.....................................................................................................
Tabela 5.1 – Análise geral dos níveis de validação do SGMIee....................................... 134
Tabela 6.1 – Aplicação e potencial de inovação das funcionalidades do SGMIee........... 138
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AMI Advanced Metering Infrastructure
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
CGEE Centro de Gestão de Estudos Estratégicos
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CRC Cyclic Redundancy Check
CT Centro de Tecnologia
CT&I Ciência, Tecnologia e Inovação
DEE Departamento de Engenharia Elétrica
GPAR Grupo de Pesquisa em Automação e Robótica
GPRS General Packet Radio Service
HAN Home Area Network
IEA International Energy Agency
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IHD In-Home Display
JDK Java SE Development Kit
JRE Java SE Runtime Environment
JVM Java Virtual Machine
LAMOTRIZ Laboratório de Eficiência Energética e Máquinas Motriz
MCTI Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
MDMS Meter Data Management Systems
MI Medição Inteligente
NAN Neighborhood Area Network
NIST National Institute of Standards and Technology
PAN Personal Area Network
PD&I Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
PLC Power Line Communication
PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica
PRORET Procedimentos de Regulação Tarifária
REI Redes Elétricas Inteligentes
RF Radiofrequência
SEP Sistema Elétrico de Potência
SGMIee Software de Gestão da Medição Inteligente de Energia Elétrica
SIBMA Sistema Brasileiro de Multimedição Avançada
SIN Sistema Interligado Nacional
TIC Tecnologias de Informação e Comunicação
UART Universal Asynchronous Receiver/Transmitter
UE União Europeia
UFC Universidade Federal do Ceará
USB Universal Serial Bus
WAN Wide Area Network
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
1.1 Problemática e justificativa ..................................................................................... 13
1.2 Objetivos do trabalho .............................................................................................. 15
1.3 Organização do conteúdo ........................................................................................ 16

2 REDES ELÉTRICAS INTELIGENTES E MEDIÇÃO INTELIGENTE DE 17


ENERGIA ELÉTRICA ...........................................................................................
2.1 Redes Elétricas Inteligentes ..................................................................................... 17
2.1.1 Definições e modelo conceitual ..................................................................... 19
2.1.2 Principais objetivos, características e benefícios .......................................... 22
2.1.3 Principais áreas tecnológicas envolvidas ...................................................... 24
2.1.4 Perspectivas e iniciativas ............................................................................... 26
2.1.4.1 Iniciativas internacionais ………………………..…..…………... 27
2.1.4.2 Iniciativas nacionais ………………………..…..……………….. 29
2.2 Medição Inteligente de energia elétrica .................................................................. 32
2.2.1 A infraestrutura de medição avançada ......................................................... 32
2.2.1.1 Medidores eletrônicos inteligentes, dispositivos IHD e coletores 35
de dados .........................................................................................
2.2.1.2 Tecnologias de comunicação para AMI ……................................ 37
2.2.1.3 Sistemas de gerenciamento de dados de medição ……………..... 40
2.2.1.4 Interoperabilidade e protocolos ………………………................ 40
2.2.1.5 Regulamentação nacional ……………………….......................... 44
2.2.1.6 Estrutura tarifária, modalidade tarifária horária branca e 48
bandeiras tarifárias ………………………...................................
2.3 Softwares de gerenciamento de energia elétrica .................................................... 52
2.4 Estado da arte relacionado ...................................................................................... 55
2.5 Considerações parciais ............................................................................................. 57

3 SGMIee - SOFTWARE DE GESTÃO DA MEDIÇÃO INTELIGENTE DE 59


ENERGIA ELÉTRICA ...........................................................................................
3.1 Descrição geral .......................................................................................................... 59
3.2 Ambiente de aplicação do SGMIee ......................................................................... 60
3.3 Tecnologias e recursos utilizados ............................................................................ 61
3.4 Detalhes sobre as funcionalidades do SGMIee .................................................... 64
3.4.1 Página Fiscal ............................................................................................................ 65
3.4.2 Consumo de energia e demanda .............................................................................. 70
3.4.3 Faltas de Energia ...................................................................................................... 71
3.4.4 Alarmes ..................................................................................................................... 73
3.4.5 Gráficos ..................................................................................................................... 75
3.5 Fluxograma de funcionamento ............................................................................... 77
3.6 Implementação dos protocolos ............................................................................... 79
3.6.1 Definições do protocolo ABNT NBR 14522 ............................................................ 80
3.6.2 Definições do protocolo ZigBee ............................................................................... 81
3.7 Considerações parciais ............................................................................................. 84

4 CENÁRIO DE MEDIÇÃO INTELIGENTE DE ENERGIA ELÉTRICA 86


UTILIZADO E METODOLOGIA DE APLICAÇÃO DOS TESTES ................
4.1 Descrição do cenário de medição inteligente de energia elétrica ......................... 86
4.1.1 Pontos de medição .................................................................................................... 87
4.1.2 O medidor eletrônico inteligente utilizado ............................................................... 90
4.1.3 Composição da unidade de gerenciamento da medição inteligente ....................... 93
4.2 Metodologia de aplicação e avaliação dos testes .................................................... 95
4.2.1 Base amostral utilizada ............................................................................................ 95
4.2.2 Ponto de medição escolhido como estudo de caso ................................................... 96
4.2.3 Considerações utilizadas nos testes e análises dos resultados ................................ 97
4.3 Considerações parciais ............................................................................................. 100

5 APLICAÇÃO DO SGMIee AOS SISTEMA DE MEDIÇÃO INTELIGENTE 101


DO DEE/CT/UFC .....................................................................................................
5.1 Apresentação e análise dos resultados .................................................................... 101
5.1.1 Inicialização do software .......................................................................................... 101
5.1.2 Configuração de comunicação ................................................................................. 103
5.1.3 Tela principal do SGMIee ........................................................................................ 104
5.1.4 Página Fiscal ............................................................................................................ 105
5.1.4.1 Tensão ..................................................................................................... 106
5.1.4.2 Corrente ................................................................................................... 106
5.1.4.3 Fator de potência .................................................................................... 107
5.1.4.4 Potência ................................................................................................... 108
5.1.5 Consumo de energia e demanda .............................................................................. 109
5.1.5.1 Energia .................................................................................................... 109
5.1.5.2 Demanda .................................................................................................. 112
5.1.6 Faltas de energia ....................................................................................................... 114
5.1.6.1 Período Anterior ...................................................................................... 114
5.1.6.2 Período Atual ........................................................................................... 115
5.1.7 Alarmes ..................................................................................................................... 116
5.1.7.1 Grupo 01 .................................................................................................. 116
5.1.7.2 Grupo 02 .................................................................................................. 119
5.1.8 Gráficos ..................................................................................................................... 120
5.1.8.1 Tensão ...................................................................................................... 120
5.1.8.2 Energia .................................................................................................... 125
5.2 Análise geral .............................................................................................................. 134
5.5 Considerações parciais ............................................................................................. 135

6 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 136


6.1 Contribuições do trabalho ....................................................................................... 137
6.2 Limitações e dificuldades ......................................................................................... 139
6.3 Conclusões gerais ...................................................................................................... 140
6.4 Trabalhos futuros ..................................................................................................... 140
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 143
13

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

If you cannot measure it, you cannot improve it.


Lord Kelvin, IEC’s first President (1906)

Desde o início das redes de distribuição de energia elétrica, a demanda por


dispositivos para medir o consumo e auxiliar os fornecedores a distribuir, tarifar e monitorar a
qualidade do serviço esteve presente. A trajetória desde os primeiros instrumentos usados para
medir consumo de energia até a tecnologia atual de redes elétricas inteligentes, que usa
tecnologia de medição bidirecional, que fornece valor de consumo em tempo real e que
permite ligar e desligar, de acordo com a demanda e o preço da eletricidade, tem sido longa e
experimentado consideráveis mudanças.
Os instrumentos de medição de hoje evoluíram, permitindo uma medição mais precisa,
expandindo em funcionalidades. Os medidores eletrônicos são parte de uma infraestrutura de
medição, que possibilita ações de controle, monitoramento, gerenciamento e manutenção,
baseadas na coleta, local e remota, e na troca de informações sobre as condições de
funcionamento dos equipamentos relevantes do sistema elétrico (GUNGOR, et al., 2013).
Uma infraestrutura de medição para comunicação bidirecional, automática, entre
medidores e companhia concessionária e clientes é denominada de Medição Inteligente ou
Smart Metering (no termo em inglês), considerada uma vertente tecnológica para a
implantação efetiva das REI.

1.1 Problemática e justificativa

Considera-se que o passo inicial e fundamental para a efetiva realização das REI é
através da infraestrutura de medição avançada. Esse tipo de infraestrutura de medição é
composto pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC), pelos medidores eletrônicos
inteligentes, instalados com um considerável nível de granularidade, e pelos sistemas de
gerenciamento da medição (ORACLE, 2012).
A transferência de informações críticas entre os agentes através da rede de medidores é
realizada por meio dos recursos de comunicação bidirecional. Informações coletadas sobre as
condições de equipamentos interligados na rede, trafegando neste tipo de infraestrutura,
14

servem para fins de monitoramento, gerenciamento, controle e manutenção do sistema


elétrico, tornando mais previsíveis, por exemplo, a produção e a demanda de energia elétrica
(WISSNER, 2011), (GUNGOR et al., 2013).
Observa-se que a aplicação da infraestrutura de medição inteligente pode ser relevante
para a resolução de questões relacionadas aos sistemas de energia elétrica. Na área de
geração, é comentado em Wissner (2011) que através da infraestrutura de medição inteligente,
podem-se oferecer melhores níveis de integração entre as redes de geração distribuídas
baseadas em fontes renováveis de energia, onde dados sejam disponibilizados e analisados em
tempo real, com respectivo encaminhamento aos atores responsáveis do sistema. Comenta-se
também que a utilização dos recursos da infraestrutura pode prover rapidez e eficiência ao
controle das linhas de transmissão em situações de reserva e realocação de potência.
Como explicado em Wissner (2011), os recursos de medição de energia elétrica
viabilizam a implementação de canais bidirecionais de comunicação para a troca de
informações entre fornecedores e clientes. A infraestrutura permite a leitura remota de
parâmetros de tensões, correntes e potências elétricas, provendo informações quantitativas e
qualitativas aos fornecedores sobre consumos individuais dos clientes para melhorar o
gerenciamento da rede elétrica. Os medidores de energia elétrica podem servir de pontos de
acesso para controle de produção doméstica de eletricidade, bem como para interação e
acionamento de cargas, como equipamentos eletrodomésticos e veículos elétricos.
Mediante a possibilidade de acesso automatizado às informações dos vários setores da
rede elétrica, observa-se que a implantação do conceito de REI, tem gerado volumes
consideráveis de dados. Dados coletados sobre situações de monitoramento de parâmetros
elétricos, de falhas, dos estados dos equipamentos, de sinalizações, e das demandas
instantâneas supridas, têm sido considerados em estimativas sobre a quantidade de
informações, sendo previstos aumentos de até 180 vezes com a utilização de medição
inteligente (ORACLE, 2012).
Identifica-se a necessidade de adequados recursos e ferramentas computacionais para
armazenamento, acesso, interpretação e análise dos dados de medição, com o intuito de
transformá-los em informações úteis aos diversos agentes do setor elétrico. Gerenciar o
conteúdo proveniente dos sistemas de medição inteligente de energia elétrica é indispensável
ao funcionamento das REI.
Abordagens de desenvolvimento de softwares de gerenciamento deste tipo de
aplicação, que auxiliem na obtenção de informações sobre o perfil de utilização da
15

eletricidade, na implementação de programas de conservação e eficiência energéticas, na


previsão e resposta à demanda, na melhoria da qualidade da energia e de serviço, têm sido
enfatizadas em recentes pesquisas acadêmicas e produtos comerciais.
Diante do panorama exposto, neste trabalho, a principal contribuição acadêmica está
relacionada à proposta de um software de gestão da medição inteligente de energia elétrica,
denominado SGMIee. Trata-se de uma ferramenta computacional utilizada para a aquisição,
armazenamento, processamento, visualização e gerenciamento das informações registradas
em uma infraestrutura de medição de eletricidade. O SGMIee tem sido aplicado a um cenário
de medição inteligente de energia elétrica instalado na infraestrutura do Departamento de
Engenharia Elétrica (DEE), no Centro de Tecnologia (CT), pertencente à Universidade
Federal do Ceará (UFC).
O software SGMIee é considerado uma evolução das ações de pesquisa do grupo de
estudos sobre REI que integra o DEE/CT/UFC, mediante o projeto Sistema de Medição e
Gerenciamento de Energia Elétrica junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a empresa local Eletra Energy Solutions.

1.2 Objetivos do trabalho

Desenvolver um software de gestão da medição inteligente de energia elétrica para a


aquisição, armazenamento, processamento, visualização e gerenciamento dos dados de uma
infraestrutura de medição inteligente de eletricidade é o objetivo principal deste trabalho.
Os seguintes objetivos específicos são considerados na realização da proposta:
 Desenvolver um software de gestão da medição inteligente de energia elétrica
baseado em tecnologias e ferramentas gratuitas e de código aberto;
 Integrar a ferramenta computacional a medidores inteligentes de energia elétrica
por meio de recursos de comunicação sem fio e cabeado;
 Coletar e persistir as informações de medidores inteligentes em uma base de dados
computacional estruturada;
 Gerenciar informações de medições sobre tensão, corrente, fator de potência e
potência elétrica, realizadas por medidores inteligentes;
 Processar informações de medições sobre consumo de energia e de demanda,
realizadas por medidores inteligentes;
16

 Analisar informações de registros de faltas de energia e de eventos de alarmes


configurados em medidores inteligentes;
 Realizar processamentos gráficos sobre tensão e energia elétrica, baseados em
dados históricos de medições;
 Disponibilizar gráficos sobre estimativas de custos financeiros relacionados ao
consumo de energia elétrica com base na diferenciação tarifária regulamentada.

1.3 Organização do conteúdo

Com o intuito de informar os detalhes acerca da proposta desenvolvida neste trabalho,


o conteúdo está organizado em seis capítulos. No Capítulo 1 são contextualizadas as
motivações, identificando-se a problemática e a justificativa relacionadas ao trabalho,
definidos os objetivos gerais e específicos, assim como é apresentada a estrutura textual do
trabalho.
No Capítulo 2 é apresentada uma visão geral das áreas de Redes Elétricas Inteligentes
e de Medição Inteligente de energia elétrica. Na primeira parte do capítulo são apresentadas
definições conceituais, comentários sobre as principais características, benefícios, iniciativas
internacionais e nacionais associadas às REI. Na segunda parte, são descritos os assuntos de
Medição Inteligente tratando-se sobre os equipamentos de medição, tecnologias de
comunicação, protocolos e aspectos normativos.
A composição, os recursos e detalhes construtivos, bem como cada funcionalidade
implementada e o fluxo de funcionamento do software SGMIee são detalhados no Capítulo 3.
O cenário de medição inteligente em que a ferramenta computacional SGMIee tem
sido aplicada é abordado em detalhes no Capítulo 4. As principais definições e
esclarecimentos adicionais de implementação do SGMIee utilizados nos procedimentos
metodológicos para a realização dos testes e nas posteriores análises dos resultados obtidos
são enfatizados na parte final do quarto capítulo.
No Capítulo 5, os testes são descritos e os resultados obtidos de cada funcionalidade
do SGMIee são analisados. Na parte final do capítulo, uma análise geral é comentada.
Por fim, o Capítulo 6 é dedicado aos comentários acerca das conclusões,
contribuições, limitações e das proposições futuras sobre o conteúdo abordado no trabalho.
177

CAPÍTUL
LO 2
RE
EDES ELÉ
ÉTRICAS INTELIGE
I ENTES E
MEDIÇÃ
ÃO INTELIIGENTE DE
D ENERG
GIA ELÉTR
RICA

2.1 R
Redes Elétrricas Intelig
gentes

Uma inffraestrutura de fornecim


mento de energia
e elétrrica tradicioonal é com
mposta pelass
redess de geraçãão, de tran
nsmissão e de distribu
uição, deno
ominada dee Sistema Elétrico
E dee
Potênncia (SEP).. Neste sistema, a elettricidade paara o uso final é entreggue aos con
nsumidoress
residdenciais, com
merciais e industriais,
i mediante as
a subestaçõ
ões, e as reddes de distrribuição, ass
quaiss recebem os
o montantees de energiaa elétrica prrovidos pelaas redes de geração viaa sistema dee
transsmissão, em
m alta tensão
o, e, em geraal, a longas distâncias dos
d centros consumido
ores.
A Figuraa 2.1 ilustra uma visão geral sobre um SEP traadicional (Y
YU et al., 20
011).
Fig
gura 2.1 - Sisstema Elétrico de Potência tradicional.
t

Fonte: Adaptada
A YU et al., 201
de (Y 11).
Trata-se de um sistema compplexo, com fluxo de energia
e geraalmente un
nidirecional,,
desdee os subsisttemas de geeração, passsando pelos de transmissão e de ddistribuição até o plenoo
forneecimento dee eletricidad
de às unidaddes consumiidoras.
18

Especialistas consideram que o nível de complexidade dos SEP em diversos países


tem crescido nas últimas décadas mediante a necessidade de adaptações e interligações entre
os sistemas para suprir o aumento na demanda mundial por eletricidade (PAULINO, 2011).
Estima-se que no período entre os anos de 2007 a 2050, o consumo global de energia
elétrica, impulsionado pelos países em desenvolvimento, deverá crescer 117%, como
observado em IEA (2011). O gráfico das estimativas de crescimento de consumo por
continentes e países é visto na Figura 2.2.
Figura 2.2 – Estimativa de crescimento global do consumo de eletricidade para o período 2007-2050.

Fonte: (IEA, 2011).


Inerente ao crescimento da demanda de energia elétrica está a necessidade de
produção e obtenção de maiores volumes de eletricidade. No cenário de provimento de
eletricidade, há a premissa básica de se equilibrar o montante de demanda de consumo à
disponibilidade energética. Neste caso, são necessários aos países, investimentos em
infraestrutura dos SEP proporcionais à demanda que se estima suprir.
Desafios operacionais, tecnológicos, econômicos e ambientais têm sido enfrentados
pela indústria de energia elétrica. As infraestruturas envelhecidas das redes elétricas,
constituídas por equipamentos de medição e proteção defasados tecnologicamente, a
necessidade de suprimento de formas flexível e confiável, a utilização de fontes de energias
renováveis para a geração de eletricidade, mediante os apelos ambientais e de sustentabilidade
decorrentes das mudanças climáticas, bem como a busca pelo provimento de novos serviços
ofertados, exemplificam alguns destes desafios (GRZEIDAK et al., 2011).
Como forma de adequação diante dos recentes desafios enfrentados e do futuro, é
consenso entre a maioria dos governos, fornecedores, fabricantes, universidades e centros de
pesquisa e especialistas da área, bem como dos consumidores a necessidade em melhorar os
19

níveis de confiabilidade, disponibilidade, flexibilidade, qualidade, eficiência e inovação dos


SEP, modernizando-os e revitalizando-os.
Esforços para modernizar os SEP têm sido realizados no sentido de promover suporte
à inserção de fontes de energia renováveis na geração, à gestão eficiente dos ativos, ao melhor
desempenho da operação, à redução dos índices de perdas técnicas e comerciais e a maior
interação com os consumidores (CGEE, 2012). Trata-se de uma concepção sobre
características, recursos e tecnologias para a modernização do setor elétrico, denominada
Redes Elétricas Inteligentes (REI) ou Smart Grids (no termo em inglês).

2.1.1 Definições e modelo conceitual

As Redes Elétricas Inteligentes são consideradas como a próxima geração dos SEP.
Amplamente debatida no cenário mundial, várias são as definições e os conceitos encontrados
na área de energia elétrica para as REI.
A operação do SEP para equilibrar os níveis de produção e de consumo de eletricidade
fazendo-se uso da eletrônica de potência, das tecnologias de comunicação e de
armazenamento de energia corresponde a uma definição para REI dada em Hashmi, Hanninen
e Maki (2011).
É comentado em Hassan e Radman (2010) que através de uma REI, torna-se possível a
entrega de eletricidade da fonte geradora aos consumidores utilizando-se tecnologias digitais
para economizar energia, reduzir os custos e aumentar a confiabilidade, a transparência, a
conectividade, a automação e a coordenação entre os componentes da rede elétrica.
Conforme Berrio e Zuluaga (2012), uma REI corresponde a uma rede elétrica
automatizada e distribuída com fluxos de dados de parâmetros elétricos e de controle. Nesta
definição, o papel fundamental das trocas de informações na infraestrutura da rede elétrica é
destacado.
Considerando uma visão de integração entre os subsistemas, Guimarães et al. (2013)
define as REI como redes elétricas com nível de inteligência que permite os geradores,
distribuidores e consumidores de eletricidade terem conhecimento em tempo real dos
requisitos operacionais e da capacidade do sistema entre si.
A abordagem dada para a definição de REI em IEA (2011) é similar à observada em
Guimarães et al. (2013). Redes elétricas utilizam tecnologias digitais e avançadas para
monitorar e gerenciar o transporte de eletricidade de todas as fontes geradoras com o
20

propósito de atender as demandas diferenciadas dos consumidores finais. Aspectos de


confiabilidade, resiliência, estabilidade e eficiência são relacionados às capacidades de
operação de todo o sistema pelos geradores, operadores de rede, consumidores e interessados
no mercado de energia elétrica.
Abordagens comerciais são observadas nas concepções de empresas líderes em
soluções para integração das redes elétricas. Em Landis+Gyr (2013b), as REI representam a
modernização que proporcionam a eficiência e eficácia das redes de distribuição, com a
abertura do caminho para a liberalização do mercado e permitem a utilização otimizada da
capacidade instalada.
As REI usam sensores, medidores, controladores digitais e ferramentas analíticas para
automatizar, monitorar e controlar o fluxo bidirecional das operações de energia, da usina
geradora à tomada (IBM, 2013b). Infraestruturas de redes elétricas interligadas por
plataformas de redes de comunicações que conectam medidores e subestações aos centros de
operação, com suporte a funções de controle, de gerenciamento e de aplicações para
concessionárias é a definição explicitada em Silver Spring Networks (2013b) para estas redes.
Tratadas como modelos conceituais constituídos por sete principais domínios
(Geração, Transmissão, Distribuição, Cliente, Mercados, Operações e Provedor de Serviços)
interligados entre si, encontra-se em NIST (2009) uma descrição abstrata sobre as REI.
A Figura 2.3 ilustra o referido modelo conceitual de REI.
Figura 2.3 – Modelo conceitual de Redes Elétricas Inteligentes.

Fonte: Adaptada de (NIST, 2009).


21

Como explicado no relatório em NIST (2009), o referido modelo conceitual consiste


em diversos domínios, onde cada qual contém muitas aplicações e atores que são conectados
por associações, através de interfaces em cada ponto final. Neste modelo, são definidos os
princípios, as estratégias de segurança cibernética relacionadas e as metodologias a serem
usadas no desenvolvimento da arquitetura dos domínios. A Tabela 2.1, adaptada de NIST
(2009), contém breves descrições sobre as relações dos atores com cada domínio do modelo.
Tabela 2.1 – Domínios no modelo conceitual de REI.

Domínio Atores do domínio


Relacionado aos usuários finais da eletricidade, os quais podem assumir os
Cliente papéis de produtores e consumidores1, além de gerenciarem os próprios
produção e consumo.
Relacionado aos operadores e participantes do mercado de energia, os
Mercados quais trocam preços e equilibram a oferta e a demanda dentro dos sistemas
de energia.
Relacionado aos executores de serviços de suporte aos processos de
Provedor de
negócios públicos e privados dos produtores, distribuidores e dos
Serviços
consumidores.
Relacionado aos operadores da rede responsáveis pelo correto
Operações
funcionamento e gerenciamento do sistema de energia.
Relacionado às unidades e equipamentos responsáveis pela geração de
Geração
eletricidade por diversificadas fontes de energia.
Relacionado aos operadores regionais e nacionais responsáveis por manter
Transmissão a estabilidade no sistema elétrico, mediante o equilíbrio entre oferta e
demanda nas redes de transmissão de eletricidade.
Relacionado aos agentes que possibilitam a distribuição da eletricidade,
Distribuição criada no domínio da Geração e transportada pelo domínio da transmissão
ao domínio Cliente.
Fonte: Adaptada de (NIST, 2009).
Nota-se que o modelo conceitual descrito em NIST (2009) aborda um contexto em
alto nível para o entendimento e análise da interconexão e interoperabilidade que deve haver
nas REI.

1
A palavra Prosumidor (Prosumer, no termo em inglês) é comumente utilizada para designar o cliente na
situação simultânea de produtor e consumidor de energia elétrica (CGEE, 2012).
22

No âmbito nacional, recentemente o órgão governamental Centro de Gestão e Estudos


Energéticos (CGEE), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
divulgou o documento técnico “Redes Elétricas Inteligentes: contexto nacional”, disposto em
CGEE (2012). Neste estudo, que congrega uma visão panorâmica da temática, REI são
compreendidas como as redes elétricas que utilizam tecnologias digitais avançadas com o
intuito de monitorar e gerenciar, em tempo real, o fluxo e o transporte de eletricidade, através
de informações bidirecionais, entre os subsistemas de fornecimento e o cliente final.
Na elaboração do estudo, observa-se que as concepções verificadas em IEA (2011) e
em NIST (2009) serviram de base para as descrições sobre REI. Em consonância também
com as descrições observadas em Landis+Gyr (2013b), IBM (2013b) e Silver Spring
Networks (2013b), o estudo afirma que uma gama de novos serviços com a possibilidade de
abertura para novos mercados está relacionada à implantação das REI. Oportunidades de
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) também são comentadas.

2.1.2 Principais objetivos, características e benefícios

Considerando-se as transformações provindas da implantação das REI, impactos


diferenciados nos subsistemas são estimados. A Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) considera que os impactos das REI nos subsistemas de geração serão relativamente
reduzidos, moderados nos de transmissão, relevantes nos de distribuição, enquanto que nos de
consumo serão revolucionários. A Figura 2.4 exemplifica os níveis de modificações esperadas
em um SEP (CGEE, 2012).
Figura 2.4 – Impacto das REI no sistema de energia elétrica.

Fonte: (CGEE, 2012).


23

Com os níveis de controle e automação disponíveis e relativamente estáveis nos


subsistemas de geração e de transmissão, as principais mudanças deverão ocorrer nos
processos compreendidos entre o subsistema de distribuição e os consumidores.
Mediante a complexidade e a abrangência da implantação das REI, são observados
focos diferenciados em cada país que pretende utilizar este modelo na modernização das redes
elétricas. As realidades mercadológicas e tecnológicas, bem como a busca de satisfatórios
retornos econômicos e de eficiência operacional são enfatizados na implantação das REI em
determinados países desenvolvidos e em desenvolvimento. Por exemplo, no contexto
comparativo de REI, a melhoria de confiabilidade de serviço é menos enfatizada no Japão, o
qual o tempo médio anual de faltas de energia por cliente é de apenas 16 minutos, do que nos
Estados Unidos, cujo mesmo registro de tempo ultrapassa 120 minutos (ARNOLD, 2011). No
Brasil, a busca por redução dos níveis de perdas técnicas e comerciais e a troca do parque de
medidores de energia elétrica são focadas.
Em geral, considera-se dotar as redes elétricas de equipamentos e infraestrutura de
comunicação, possibilitando o intercâmbio das informações de medições, alarmes e
configurações, com o propósito de automatizar a gestão das redes. A inserção de fontes
renováveis na matriz energética, a diminuição dos custos operacionais, a melhoria da
qualidade de serviço, as promoções da eficiência energética e da sustentabilidade ambiental,
assim como favorecer a participação mais ativa do consumidor perante seu consumo são
objetivos almejados através das REI (EDP, 2010).
Tornar a produção e a entrega de eletricidade mais rentáveis, prover dados eletrônicos
e ferramentas auxiliares que possibilitem os consumidores realizarem tomadas de decisões e o
controle pessoal dos custos decorrentes do consumo de energia, reduzir as emissões de gases
de efeito estufa originados pela geração de eletricidade, melhorar a confiabilidade do serviço
e preparar a rede para o suporte à utilização de veículos elétricos são motivações adicionais.
A seguir, é listado um conjunto de objetivos, características e benefícios gerais
relacionados ao contexto da implantação das REI observados em IEA (2011), CGEE (2012),
EDP (2010) e Arnold (2011):
 Promover a inserção de diferentes opções de fontes renováveis para a geração de
eletricidade;
 Minimizar os impactos ambientais através da utilização de fontes renováveis e das
reduções das perdas técnicas e comerciais, auxiliando na redução da emissão de
gases de efeito estufa;
24

 Integrar tecnologias digitais avançadas de comunicação, de medição e de controle


em vias bidirecionais;
 Otimizar os processos de predição, planejamento e operação da rede baseados nas
informações coletadas em tempo real;
 Permitir a expansão flexível da rede elétrica de forma planejada e confiável;
 Tornar ágeis as operações em situações de resposta da demanda com tomadas de
decisões para redirecionar fluxos de energia rapidamente;
 Aumentar a gestão dos ativos da rede elétrica;
 Realizar reconfiguração e restauração automáticas da rede diante de distúrbios,
falhas e eventos inesperados, como desastres naturais e ataques;
 Melhorar os níveis de controle, diagnóstico e de solução relacionados à qualidade
da energia elétrica;
 Prover informações sobre a utilização individual da energia elétrica aos
consumidores, oferecendo ferramentas auxiliares nas gestões de consumo e dos
custos com eletricidade;
 Permitir maior interação com os consumidores, considerando-se o perfil de
consumo nos processos de planejamento e operação da rede;
 Ofertar suporte necessário às futuras demandas de veículos elétricos;
 Gerenciar a medição inteligente de energia elétrica;
 Reduzir os custos operacionais e de manutenção nos processos de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica;
 Favorecer os mercados competitivos de energia em cenários de microgeração e
geração distribuída;
 Promover a eficiência energética.

2.1.3 Principais áreas tecnológicas envolvidas

Mediante os objetivos, características e benefícios relacionados à implantação das


REI, uma variedade de áreas tecnológicas que abrangem todo o sistema elétrico está
envolvida.
Interessantes delimitações do escopo destas áreas tecnológicas das REI são citadas em
IEA (2011) e em CGEE (2012). O conjunto relacionado aos setores de geração, transmissão,
distribuição e consumo é formado por oito principais áreas tecnológicas:
255

1. Moonitoramentto e controlle de grandees áreas geográficas;


unicação2;
2. Inttegração de tecnologiass de informaação e comu
3. Inttegração de fontes renoováveis e geeração distriibuída;
4. Applicações dee melhoria dda transmisssão;
5. Geerenciamentto da rede dde distribuição;
6. Inffraestrutura de mediçãoo avançada3;
mento de veeículos elétrricos4;
7. Inffraestrutura de carregam
8. Sisstemas pelo lado do cli ente5.
Através da Figura 2.5
2 é possívvel visualizaar as referid
das áreas teecnológicas e a relaçãoo
de inntegração coom cada seto
or do sistem
ma elétrico (IEA,
( 2011)).
Figura 2.5
2 – Áreas teecnológicas en
nvolvidas no contexto
c de RE
EI.

Fonte: Adaaptada de (IEA


A, 2011).
Podem-sse observar os níveis de integraçção das áreeas tecnolóógicas com cada setorr
elétriico. As áreeas tecnoló
ógicas 2 e 3 são em
mpregadas em
e todos oos setores. A área 2
desem
mpenha im
mportante papel,
p umaa vez quee é consid
derada esseencial paraa o plenoo
funciionamento das
d REI, intterligando oos diversos setores. A área
á 3 é enfa
fatizada em cenários dee
microogeração e de crescentte inserção de fontes reenováveis diversificada
d as para o eq
quilíbrio daa
ofertta e demandda de energia no sistem
ma.
2
Corrrespondente ao termo em in
nglês Informattion and Commmunications Technology
T (IC
CT).
3
Corrrespondente ao termo em in
nglês Advanceed Metering Innfrestructure (AMI).
(
4
Corrrespondente ao termo em in
nglês Electric Vehicle (EV).
5
Corrrespondente ao termo em in
nglês Customeer-side system
ms (CS).
26

A área 1 costuma ser aplicada aos componentes constituintes dos setores de geração,
transmissão e distribuição. A controlabilidade e a capacidade de transporte de eletricidade nas
linhas são melhoradas pela utilização de aplicações da área 4 no setor de transmissão. Os
processos de automação em subestações da área 5 permitem o gerenciamento do setor de
distribuição quanto à identificação de faltas, à reconfiguração automática e controles dos
níveis elétricos de tensão e potência reativa.
As infraestruturas correspondentes às áreas 6 e 7 devem ser utilizadas ao longo dos
setores de distribuição até o atendimento dos consumidores industriais, de serviços e
residenciais. Os processos de medição, coleta, armazenamento e análise de dados de consumo
e de parâmetros elétricos dos consumidores, de detecção de perdas e furtos, de sinalização de
tarifação diferenciada, assim como a conexão e a desconexão remota da unidade consumidora
são providos pela infraestrutura da área 6, com comunicação bidirecional. Recursos auxiliares
ao suprimento da demanda devido ao abastecimento energético de veículos elétricos na rede
deverão ser providos pela área 7.
Aplicados às unidades consumidoras industriais, de serviços e residenciais, os sistemas
da área 8 correspondem às ferramentas computacionais de gerenciamento do consumo, aos
aparelhos inteligentes, aos dispositivos de armazenamento de energia e à geração distribuída.
Cada área tecnológica envolvida é formada por um conjunto de tecnologias
individuais, sendo algumas destas consideradas com utilizações amadurecidas e outras
necessárias de desenvolvimentos, testes e demonstrações.
De acordo com IEA (2011), baseado em projetos relacionados existentes, os recursos
de hardware, de software e de comunicação utilizados nas áreas 2, 4 e 6 são considerados
maduros. Os demais são considerados em desenvolvimento, com a necessidade de
implantações em larga escala para observação de testes.
Quanto à tendência de desenvolvimento, as áreas 4 e 5 são consideradas com um nível
moderado. As demais são consideradas com um nível rápido.

2.1.4 Perspectivas e iniciativas

Como observado em CGEE (2012), as REI denotam modelos tecnológicos com uma
vasta diversidade de tecnologias e equipamentos, com benefícios e potenciais oportunidades
relacionados à inovação tecnológica e ao desenvolvimento de novos produtos e serviços a
todos os setores do sistema elétrico de potência.
27

Por se tratar de uma temática recente e com considerável potencial de


desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), diversas nações tem planejado,
testado e implementado as suas ações e objetivos estratégicos quanto às REI.
Através de iniciativas como projetos piloto e provas de conceitos, são realizados testes
variados objetivando-se quantificar, qualificar e analisar os resultados obtidos. Os resultados
geralmente refletem as possibilidades de contribuição de determinadas tecnologias mediante
os objetivos estratégicos estimados. Nestes casos, a avaliação é realizada considerando-se os
desempenhos funcionais almejados, os aspectos mercadológicos e custos de implantação
envolvidos, a regulamentação normativa local, a interoperabilidade entre sistemas existentes e
a percepção de aceitação das tecnologias junto aos usuários (HERNANDES et al., 2011).
Em geral, os recursos e equipamentos tecnológicos são implantados em cenários
planejados e controlados, em pequenas e médias escalas de aplicação.
Este processo de realização de testes permite o reconhecimento do potencial de
geração de valor das tecnologias, mediante os desafios operacionais e adequações necessárias,
fornecendo uma identificação de um modelo de referência específico a ser utilizado em larga
escala. O conhecimento adquirido tende a subsidiar diretivas e ajustes na estratégia para a
implantação das REI. Há também o direcionamento para a formação de recursos humanos
qualificada para operá-las, em seus diversos domínios.
No mundo, centenas de projetos com ênfases total e parcial no desenvolvimento das
tecnologias das REI têm sido impulsionados por investimentos públicos e privados. A seguir,
são comentadas algumas das iniciativas internacionais e nacionais relevantes sobre REI.

2.1.4.1 Iniciativas internacionais

No cenário internacional, as principais iniciativas relacionadas às REI começaram as


ações dos projetos piloto por volta da década de 2000. Nos anos de 2009 e 2010, foi
observada, a nível mundial, implantações aceleradas dos projetos demonstrativos decorrentes
dos estímulos e investimentos governamentais para o propósito.
Segundo dados do ano de 2010, divulgados em WEF (2010), mundialmente existiam
cerca de 90 projetos piloto relacionados às REI. No ano seguinte, 219 projetos foram
catalogados apenas no continente europeu, totalizando mais de €5 bilhões em investimentos
(GIORDANO et al., 2011).
28

Uma atualização na catalogação dos projetos revelou a quantidade de 371 projetos em


30 países europeus (UE27, Croácia, Suíça e Noruega), em 2012. Trata-se de 90 relacionados
apenas à medição inteligente e 281 às REI em geral. Destes 281 projetos, 130 são
demonstrativos e 151 de PD&I, conforme European Comission (2013).
A Figura 2.6 exibe a distribuição do número de projetos por país de acordo com a
faixa de orçamento, em milhões de euros.
Figura 2.6 – Distribuição de projetos por faixa de orçamento na Europa.

Fonte: (EUROPEAN COMISSION, 2013).


Observa-se que na Dinamarca há um considerável número de projetos de pequena
escala. Na França, Reino Unido e Alemanha há projetos em todas as faixas de orçamento.
Cerca de 80% dos projetos têm como organizações participantes as empresas
concessionárias de energia e os operadores do sistema de distribuição. As universidades e os
centros de pesquisa estão envolvidos em 70% dos projetos. As empresas fabricantes de
equipamentos e soluções estão inseridas em 45%, enquanto as de telecomunicações e
informática correspondem em 35% e os operadores dos sistemas de transmissão em 20% dos
projetos (EUROPEAN COMISSION, 2013).
Motivadores para uma ação de redução gradativa das emissões de gases de efeito
estufa têm sido buscados pelas iniciativas desenvolvidas na Europa. Ações estas relacionadas
à utilização de fontes de energia consideradas limpas, de microgeração distribuída e à
29

eficiência energética. Nos Estados Unidos, o foco das iniciativas tem sido a melhoria da
eficácia da rede, com a minimização das perdas. Nos continentes da Ásia e Pacífico, as ações
correspondem a melhorias no atendimento à demanda, mediante mercados tecnológicos
emergentes (CGEE, 2012).
Em CGEE (2012) pode ser encontrada uma descrição detalhada sobre as principais
iniciativas internacionais em REI. Nota-se que em países asiáticos, como China e Coréia do
Sul, os projetos têm recebido investimentos para o desenvolvimento e implantação a médio e
longo prazos. No Japão, há a incorporação de fontes de energias renováveis na geração de
eletricidade, da medição inteligente e dos veículos elétricos. Na Índia, as ações estão ligadas
aos setores de geração, transmissão, distribuição e qualidade de energia.
Nos Estados Unidos e em países europeus os passos iniciais para as futuras REI foram
dados através da implantação de consideráveis projetos de infraestruturas de medição
avançada e de carregamento de veículos elétricos, bem como de geração distribuída. Na Itália,
há projetos que combinam os dispositivos, tecnologias de comunicação e serviços com o
monitoramento avançado. As iniciativas na Austrália, em geral, têm enfatizado o subsídio de
informações sobre os custos e os benefícios de implantação das REI através de um
considerável projeto piloto demonstrativo (CGEE, 2012).

2.1.4.2 Iniciativas nacionais

Por se tratar de uma estrutura complexa e de ampla abrangência no setor elétrico, a


migração e a plena implantação das REI no setor elétrico são influenciadas pelas ações de
iniciativas e desenvolvimento por parte das entidades governamentais e setoriais, como os
ministérios federais, as agências reguladoras, as empresas de fornecimento de eletricidade, as
de fabricação de equipamentos e soluções de comunicação e as de serviços operacionais.
Na perspectiva de adequar o conceito das REI para a realidade e necessidades do setor
elétrico nacional, parcerias entre concessionárias, universidades e centros de pesquisa,
empresas fabricantes de equipamentos e prestadoras de serviços têm resultado em programas
e projetos de PD&I.
Segundo dados expostos em CGEE (2012), 178 projetos foram catalogados em
programas de PD&I coordenados pela ANEEL. O montante financeiro estimado para o apoio
aos trabalhos de desenvolvimento supera os R$ 411 milhões.
30

Na Tabela 2.2 estão dispostos os identificadores, as descrições, as quantidades e os


custos totais dos projetos, por subtema das REI, definido na catalogação da ANEEL.
Tabela 2.2 – Identificadores, descrições, quantidade e custos totais dos projetos por subtema catalogado.

Quantidade Custos totais


ID Descrição
de projetos (R$ milhões)
Sistemas de medição inteligente de energia
RI01 elétrica, incluindo novos modelos e testes de 20 29,04
novas funcionalidades de medidores eletrônicos
Automação da distribuição, incluindo sistemas
RI02 de supervisão das redes de distribuição de 38 54,55
energia elétrica
RI03 Geração distribuída, microgeração e microredes 38 100,61
Sistemas de armazenamento distribuídos e
RI04 07 12,58
baterias
Veículos elétricos, híbridos, plugáveis, sistemas
RI05 05 9,84
de carregamento e supervisão associados
RI06 Telecomunicações para REI 23 43,23
RI07 Tecnologias da Informação para REI 16 27,81
Prédios e residências inteligentes e interação do
RI08 16 31,66
consumidor com as REI
Novos serviços para o consumidor final sobre
as REI, como os serviços de medição de água e
RI09 01 0,49
gás, de segurança, de comunicação e os de
eficiência energética
RI10 Outros 14 101,49
Total 178 411,30
Fonte: Adaptado de (CGEE, 2012).
Dentre os subtemas identificados, RI02 e RI03 têm substanciais destaques referentes à
quantidade de projetos e aos valores investidos. Em conjunto, os projetos relacionados à
automação da distribuição e à geração distribuída correspondem a 42,69% da quantidade total
e 37,72% do fomento financeiro geral.
As Figuras 2.7 e 2.8 ilustram, respectivamente, a distribuição estadual e os percentuais
dos custos totais dos projetos catalogados.
31

Figgura 2.7 – Disstribuição estaadual dos projetos nacionaiss sobre REI caatalogados.

Fonte: Adaptada de (CGEE, 20122).

Figura 2.8
2 – Percentuaais dos custoss totais dos pro
ojetos por regiião.

Fonte: Ad
daptada de (CG
GEE, 2012).
Impulsioonada pelas considerávveis quantid
dades de pro
ojetos cataloogadas nos estados dee
São Paulo, Rio de Janeiro
o, Minas G
Gerais e Esp
pírito Santo
o, a região Sudeste se demonstraa
comoo o foco conncentrado de
d recursos ffinanceiros investidos.
Os princcipais motiivadores paara esse deestaque deccorrem da representattividade daa
regiãão Sudeste como centtro nacionaal de consu
umo de eneergia, bem como pelaas elevadass
quanntidades de concessionáárias, emprresas fabricaantes, prestaadoras de sserviços, un
niversidadess
e cenntros de pesquisa installados na reggião, apontaa o estudo em
m CGEE (22012).
32

2.2 Medição Inteligente de energia elétrica

Como comentado, os objetivos de modernizar os sistemas elétricos, permitindo-se


fazer uso da eletricidade de forma mais eficiente em um ambiente melhor controlado e com
satisfatório nível de sustentabilidade através das REI devem ser viabilizados pela inserção das
tecnologias de informação e comunicação, integradas aos dispositivos eletrônicos de medição
e atuação neste contexto de transformação.
A integração dos diferentes equipamentos medidores, sensores e atuadores, os quais
agregam características de automação, às tecnologias de informação e comunicação aos SEP,
é abordada pela área tecnológica das REI referenciada como Medição Inteligente (MI) ou
Smart Metering (no termo em inglês).
A implementação dos recursos que promovem as funcionalidades de MI aplicadas ao
contexto dos sistemas elétricos modernos é considerada fundamental e um passo inicial para a
implantação das REI. Através desta implementação de medição avançada, informações
registradas, transmitidas e processadas, em tempo real, sobre o estado dos equipamentos, o
consumo energético dos clientes, são essenciais para o monitoramento, controle e tomada de
decisão nas redes elétricas perante as necessidades demandadas pelos consumidores (YU et
al., 2011).

2.2.1 A infraestrutura de medição avançada

Um completo sistema composto por medidores eletrônicos inteligentes de energia


elétrica, Smart Meters (no termo em inglês), dotados de recursos de processamento,
armazenamento e comunicação de informações de medição, configuração e estado, sendo
interligados bidirecionalmente, em rede, a softwares responsáveis pela coleta automática,
periódica e remota dos dados registrados é uma definição encontrada em CGEE (2012) para
Medição Inteligente.
A estrutura de recursos relacionados aos equipamentos de medição e às tecnologias de
informação e comunicação é denominada de Infraestrutura de Medição Avançada (AMI, na
sigla em inglês). Conjuntamente, a inserção das tecnologias de comunicação aos medidores
inteligentes possibilita um fluxo em via bidirecional para o intercâmbio de informações que
subsidiam dados sobre a quantidade, o tempo e o preço do consumo de eletricidade às
concessionárias e clientes.
33

Em várias redes elétricas convencionais, soluções para a realização de monitoramento


da carga em transformadores, de leitura remota dos medidores com fins de tarifação e controle
SCADA6 já existem, sendo denominadas de Leitura Automática da Medição (AMR, na sigla
em inglês), como explicado em Hassan e Radman (2010).
A infraestrutura AMI corresponde a uma evolução dos sistemas AMR iniciais
implantados em áreas urbanas, dotando-as de novas funções, equipamentos e comunicação em
duas direções.
Conforme comentado em IEA (2011) e Sciamana (2010), a infraestrutura AMI agrega
funcionalidades às REI relacionadas à:
 Capacidade ao consumidor de aquisição, armazenamento e análise de dados
históricos ou em tempo real sobre a quantidade de consumo de energia;
 Melhorias referentes à facilidade e redução dos custos operacionais nos processos
de leitura, tarifação e cobrança sobre as demandas individuais;
 Possibilidade de diagnósticos e relatórios mais detalhados baseados nos
diferenciados perfis de carga da rede;
 Sinalização remota aos consumidores pelas concessionárias sobre configurações e
avisos, como indicações de estruturas tarifárias diferenciadas e de manutenções
programadas na rede;
 Inspeção remota sobre o correto funcionamento dos medidores inteligentes, para
identificar, localizar e tomar decisões em situações de falhas na rede;
 Detecção de perdas e furtos de eletricidade em casos de reincidência de ligações
clandestinas ou adaptações ilegais nas instalações da rede;
 Realização de conexão e desconexão remota dos pontos de ligação das unidades
consumidoras aos ramais da rede elétrica;
 Envio de comandos remotos para controle e automação dos equipamentos da rede e
aparelhos eletrodomésticos inteligentes7;
 Integração de sistemas viabilizando produtos e serviços inovadores;
 Rearranjo de cargas pelo lado dos consumidores8 em ações remotas de
desligamentos específicos9, para a redução dos picos de demanda;

6
Correspondente à Supervisory Control and Data Acquisition, no termo em inglês (ELIPSE SOFTWARE,
2013).
7
Correspondente à Smart Appliances, no termo em inglês (ECIL INFORMÁTICA, 2013b).
8
Correspondente à Demand Response, no termo em inglês (SCIAMANA, 2010).
9
Correspondente à Load Shedding, no termo em inglês(SCIAMANA, 2010).
34

 Viabilização do consumo de energia elétrica baseado em pré-pagamento;


 Melhoria dos níveis de qualidade de serviço através de informações das
frequências, durações e abrangências das faltas de energia;
 Disponibilização de informações sobre as intensidades e desequilíbrios baseadas
nos níveis elétricos de tensão e corrente em tempo real, auxiliando na melhoria dos
índices de qualidade de energia;
 Utilização de funções de gerenciamento baseadas nas tecnologias de informação e
comunicação para operação de sistemas de gerenciamento de energia e de
distribuição10.
A composição de uma infraestrutura AMI é feita com equipamentos de hardware,
tecnologias de comunicação, protocolos e softwares (ARENAS-MARTINEZ, 2010). Através
da Figura 2.9, pode-se observar o esboço de uma infraestrutura AMI e os seus principais
componentes (ACRA; THAKER, 2010).
Figura 2.9 – Infraestrutura AMI e os seus principais componentes.

Fonte: Adaptada de (ACRA; THAKER, 2010).


Medidores eletrônicos inteligentes, visualizadores do consumo de energia domésticos,
coletores de dados, interfaces de comunicação e servidores correspondem, em geral, aos
equipamentos de hardware.
10
Correspondentes à Energy/Distribution Management Systems (EMS/DMS), nos termos e siglas em inglês
(ROHJANS et al., 2010).
355

Tecnologgias de info
ormação e de comunicação cabeadas e sem
m fio corresspondem àss
TIC, enquanto que
q os sisteemas de reppositório e de gerenciaamento doss dados de medição àss
ferraamentas com
mputacionais (IEA, 20111).

2.2.11.1 Medidorres eletrôniccos inteligenntes, dispossitivos IHD e coletores de dados

Medidorres Eletrôniicos Intelig entes, conh


hecidos sim
mplificadameente como Medidoress
Inteliigentes são equipamen
ntos digitaiss, providos de interfaces de comuunicação bid
direcionais,,
que mensuram
m, registram
m, armazeenam locallmente e transferem
m periodicaamente, àss
concessionárias de energiaa elétrica, informaçõees sobre oss níveis de parâmetro
os elétricos,,
alarm
mes e os vallores dos montantes
m dee consumo de
d eletricidaade de cadaa unidade co
onsumidoraa
particcipante da rede
r elétricaa (ARENAS
S-MARTIN
NEZ, 2010).
No conteexto de RE
EI, os mediddores inteligentes tamb
bém são haabilitados a receberem
m
inforrmações reemotamentee originadaas nos sistemas de controle e gerenciamento dass
concessionárias,, através da infraes trutura AM
MI, para a realizaçãão de con
nfigurações,,
ativaação/desativvação de carrgas, sinalizzações de tarifas
t e aviisos, bem ccomo para comandar
c e
proveer serviços de forma integrada
i aoos aparelho
os doméstico
os inteligenntes da redee domésticaa
correespondente.
A Figura 2.10 ilusstra exempllos de mod
delos de medidores
m elletrônicos inteligentess
fabricados no país
p (LAND
DIS+GYR, 2013c), (E
ECIL INFOR
RMÁTICA
A, 2013a) e (ELETRA
A
ENE
ERGY SOLU
UTIONS, 2013b).
Figura 2.10 – Modelos de medidores eleetrônicos intelligentes de naacionais.

Fonte: Adapptada de (LA


ANDIS+GYR, 2013c), (ECIL INFORMÁ
ÁTICA, 20133a) e (ELETR
RA ENERGY
Y
SOLUUTIONS, 201 13b).
Considerrando-se a aplicação dos medid
dores inteligentes de energia elétrica
e noss
cenárrios de RE
EI, as seguintes caractterísticas e funcionalid
dades são ggeralmente observadass
nestees tipos dee equipamen
ntos (LAN
NDIS+GYR,, 2013c), (ECIL INFO
ORMÁTIC
CA, 2013a),,
(ELE
ETRA ENERGY SOLU
UTIONS, 20013b) e (BE
EARD, 2008):
36

 Porta de comunicação serial (RS-232) e saída de pulsos;


 Leituras instantâneas e formação de memória de massa baseados em medições de
grandezas elétricas de tensão, corrente, fator de potência, potência, energias e
demandas ativa e reativas, defasagens angulares e distorções harmônicas;
 Medições em 04 quadrantes;
 Mostrador visual eletrônico de cristal líquido parametrizável;
 Registro de dados sobre o perfil de carga de consumo por postos tarifários;
 Comutação de limitação de carga através de relé comandado remotamente;
 Alarmes de detecção, notificação e resposta sobre violações físicas, de alterações de
firmware e de falhas físicas do equipamento;
 Comunicação com equipamentos visualizadores residenciais de consumo;
 Configurações de parâmetros e atualizações de firmware remotamente;
 Registros de interrupções e de faltas de energia, como marcações de data e hora,
frequência e duração dos eventos;
 Registros de indicadores de qualidade de energia.
Uma funcionalidade observada nestes tipos de medidores de eletricidade é a
possibilidade de comunicação sem fio com equipamentos mostradores visuais residenciais,
denominados de In-Home Display (IHD, na sigla em inglês).
Esses são referentes a dispositivos instalados na residência do consumidor que
interagem com os medidores inteligentes para a atualização e disponibilização temporária de
informações sobre o consumo atual de energia elétrica, indicações de tarifação e eventos
registrados. Em geral, são programáveis, dotados de tela de visualização de cristal líquido,
iluminação de sinalização e interface de comunicação sem fio.
Quando interligados, a interação entre o medidor eletrônico inteligente e o IHD
possibilita a visualização de informações importantes sobre o perfil de carga, monitoramento
do posto tarifário vigente e mensagens de comunicação de eventos programados.
Isto enfatiza um dos principais objetivos listados no modelo conceitual das REI,
relacionado à participação do consumidor na interação com o sistema elétrico, uma vez que há
o estímulo para a mudança de padrões de consumo através de um maior nível de consciência
dos consumos individuais dos clientes.
A Figura 2.11 ilustra modelos de equipamentos IHD (GEO, 2012), (OWL, 2013),
(CURRENT COST, 2013) e (ENERGY AWARE, 2013).
377

Figura 2.11 – Modelos dee equipamentoos IHD utilizad


dos em conjun
nto com os meedidores inteliigentes.

F
Fonte: Adaptaada de (GEO, 2012), (OWL
L, 2013), (CUR
RRENT COST
T, 2013) e (EN
NERGY AWA
ARE, 2013).

Os equuipamentos intermediáários, locaalizados en


ntre os m
medidores inteligentess
instaalados nas unidades
u con
nsumidorass e os sistem
mas de gerenciamento dos dados de
d mediçãoo
execuutados nos centros de operação e controle das concessionárias, ressponsáveis pela
p coleta,,
armaazenamento temporário
o e transmisssão das infformações de
d mediçãoo em uma determinada
d a
área de coberturra são conhecidos com
mo Coletoress, Concentraadores de ddados ou Ga
ateways (noo
termoo em inglêss) (ARIAN et
e al., 2011)).
Os colettores de dad
dos organizzam o fluxo
o de trocass de inform
mações entree os pontoss
extreemos da innfraestruturra AMI. P
Possuem, no
n mínimo,, duas opçções de in
nterface dee
comuunicação que
q permiteem as adaaptações necessárias
n de protoccolo e tecn
nologia dee
comuunicação paara intercam
mbiar os daddos trafegad
dos.
Dispostoos em níveiss hierárquiccos primário
os, secundárrios e terciáários, gerencciam várioss
mediidores intelligentes em
m conjuntos de áreas de
d abrangência de vizzinhança. Possibilitam
P m
tambbém a conexxão com equ
uipamentos de manuten
nção externos, através de portas esspecificas.

2.2.11.2 Tecnologgias de com


municação ppara AMI

A rede formada
fo pelas tecnologgias de comu
unicação sãão essenciaiis à infraestrrutura AMII
e, coonsequentem
mente ao pleno funccionamento das REI. Dados dee medição, estado dee
equippamentos, sinais
s de con
ntrole e com
mandos são trafegados bidirecionaalmente pelaas conexõess
estabbelecidas enntre as inteerfaces de ccomunicaçãão ligadas aos disposiitivos (ARIIAN et al.,,
20111).
Mediantee as necessidades de cobertura da conectiividade entr
tre os dispo
ositivos, ass
tecnoologias de comunicaçã
c ão são integgradas form
mando redess domésticaas, de vizin
nhança e dee
HAN, NAN, WAN11, reespectivameente, nas sig
ampllas áreas (H glas em inglêês).

11
Corrrespondentes, respectivameente, a Home Area Networkk, Neighborho
ood Area Netw
work e Wide Area
A Network,
nos teermos em ingllês (NIYATO;; WANG, 20112).
38

As transmissões de informações realizadas em áreas locais e internas às unidades


consumidoras, entre os medidores inteligentes, os equipamentos IHD e os aparelhos
eletrodomésticos são realizadas na abrangência doméstica de algumas dezenas de metros em
redes HAN.
Equipamentos coletores de dados e medidores inteligentes interagem entre si em áreas
de vizinhança NAN. Em Niyato e Wang (2012) é comentado que os dispositivos integrados
em múltiplas HAN formam o escopo de uma rede NAN. Os fluxos de dados nestes tipos de
rede são realizados em alcances de algumas centenas de metros.
A camada de rede WAN refere-se às interconexões entre as unidades consumidoras e
os sistemas de gerenciamento e controle da medição, com distâncias envolvidas da ordem de
quilômetros.
Por exemplo, em uma situação de interação entre os integrantes destas redes, os
medidores inteligentes mensuram o consumo de eletricidade dos dispositivos que compõem a
HAN correspondente. Periodicamente, os medidores de cada HAN, caso seja necessário para
alcançar os coletores de dados, interagem entre si, repassando os registros medidos até os
respectivos concentradores, pelas NAN relacionadas. Os sistemas de gerenciamento dos
dados de medição são providos destas informações transmitidas ao longo das WAN que os
interligam à infraestrutura AMI.
Na infraestrutura AMI, as categorias de tecnologias de comunicação cabeadas e sem
fio, costumam ser empregadas, em redes privadas ou públicas, para permitirem as conexões
entre os pontos da rede.
As tecnologias de comunicação sem fio normalmente escolhidas para compor este tipo
de infraestrutura são as de Radiofrequência e as de rede celulares 3G e 4G. IEEE 802.15.1
(Bluetooth), IEEE 802.15.4 (ZigBee), IEEE 802.11 (Wi-Fi12), IEEE 802.16 (WiMAX13) e
GPRS14 são exemplos destes tipos de tecnologias sem fio aplicadas.
As TIC cabeadas utilizadas no cenário de AMI, como explicado em California Energy
Comission (2012), correspondem aos condutores óticos e metálicos da própria rede elétrica.
Trata-se, respectivamente, das tecnologias de Fibra Ótica e PLC15.
A Tabela 2.3 contém as informações resumidas sobre as principais características das
tecnologias de comunicação citadas:

12
Correspondente à “The Standard Wireless Fidelity”, no termo em inglês (WI-FI ALLIANCE, 2013).
13
Correspondente à World Interoperability for Microwave Access, no termo em inglês (IEEE 802.16).
14
Correspondente à General Packet Radio Service, no termo em inglês (02 UK, 2009).
15
Correspondente à Power Line Communications, no termo em inglês (VAN ENGELEN; COLLINS, 2010).
39

Tabela 2.3 – Resumo sobre as principais características das tecnologias de comunicação de AMI.

Tecnologia de Taxa de Características Tipo de


Alcance
comunicação transmissão gerais rede
 Aplicação em
controle de cargas
IEEE 802.15.1 1, 3 e 24 Mbps domésticas;
10 m HAN
(Bluetooth) (2,45 GHz)
 Monitoramento
online de aplicações.
250 kbps
(2,4 GHz)
 Aplicação em
IEEE 802.15.4 40 kbps HAN e
10 – 90 m controle de cargas
(ZigBee) (915 MHz) NAN
domésticas.
20 kbps
(868 MHz)
 Escalabilidade e
tolerante a falhas;
IEEE 802.11  Aplicação de HAN e
1 – 600 Mbps 10 – 500 m
(Wi-Fi) métodos de NAN
criptografia dos
dados.
 Aplicação de
IEEE 802.16 métodos de
75 Mbps 50 km WAN
(WiMAX) criptografia dos
dados.
 Monitoramento
GPRS 115 kbps 10 – 50 km remoto para WAN
distribuição.
 Transmissão guiada
luminosa;
até 10 Gbps
Fibra Ótica 100 km  Sem interferências; WAN
(monomodo)
 Baixa taxa de
atenuação.
até 200 Mbps  Transmissão através
(faixa larga) Ao longo da da rede elétrica;
PLC WAN
até 500 kbps rede elétrica  Sofre interferências
(faixa estreita) eletromagnéticas.
Fonte: Adaptada de (CGEE, 2012).
Abordagens mais amplas sobre vantagens, desvantagens, custos e aplicações para as
tecnologias de comunicação cabeadas e sem fio mencionadas acima podem ser encontradas
em CGEE (2012), Beard (2012), Wi-Fi Alliance (2013), IEEE 802.16 (2013), O2 UK (2009),
Van Engelen e Collins (2010) e Bluetooth Sig Inc. (2013).
40

2.2.1.3 Sistemas de gerenciamento de dados de medição

Com a implantação de uma infraestrutura de medição avançada em um cenário de


REI, prevê-se um considerável aumento do volume de pacotes de dados trafegados na rede,
provenientes das trocas de informações entre as unidades consumidoras e as concessionárias.
Considerando-se uma situação real em que um medidor inteligente registre dados
sobre parâmetros elétricos a intervalos de consumo de eletricidade de uma unidade
consumidora a cada 10 minutos, durante um período anual, serão gerados cerca de 52560
registros. Observando a quantidade estimada, pela empresa italiana Enel, de implantação de
212 milhões de medidores inteligentes, até o ano de 2014, como explicitado em Depuru et al.
(2011), entre 2014 e 2015 deverão ser formados mais de 11,14 trilhões de registros, apenas
relacionados à medição de parâmetros e ao consumo energético.
Repositórios capazes de armazenar consideráveis volumes de dados de medição
associados ao completo parque de medidores inteligentes instalados em uma rede elétrica são
conhecidos como Sistemas de Gerenciamento de Dados de Medição (MDMS, na sigla em
inglês) (BEARD, 2008).
Em geral, os sistemas MDM são baseados em estruturas de bancos de dados
relacionais. Há também propostas de melhoria de escalabilidade e segurança para sistemas
MDMS utilizando-se o armazenamento das informações em estruturas computacionais em
nuvem (EMETER, 2013) e (TU et al., 2010). Em Arenas-Martinez et al. (2010), há quatro
tipos de arquiteturas para o armazenamento e processamento das medições comentados.
Os registros de medições persistidos nos MDMS são disponibilizados para acesso aos
demais sistemas computacionais das concessionárias, os quais os filtram e os processam,
gerando informações úteis para a elaboração de consultas, diagnósticos e planejamento sobre
os perfis de funcionamento das redes elétricas.

2.2.1.4 Interoperabilidade e protocolos

Historicamente, os setores industriais, comerciais e de serviços não costumam


trabalhar juntos e desenvolver produtos, equipamentos e sistemas em consonância. Percebe-se
que diversos fabricantes de equipamentos, provedores de tecnologias de informação e
comunicação e fornecedores de serviços customizam os seus produtos comerciais, de acordo
com as estratégias tecnológicas e interesses comerciais proprietários.
41

Esta forma individualizada de conduzir os desenvolvimentos dos produtos limita


eventuais possibilidades de interação com produtos dos demais fabricantes. Sem um enfoque
que priorize a busca por padronização de processos de desenvolvimento de produtos, a
interoperabilidade entre equipamentos e sistemas é dificultada, tornando-se, em muitos casos,
complexa e inviável.
Mediante a concepção das REI, um dos principais requisitos para o pleno
funcionamento das redes elétricas é a possibilidade de equipamentos, tecnologias de
informação e comunicação, bem como os sistemas computacionais serem interoperáveis.
Expandir a colaboração internacional entre os governos, empresas e centros de pesquisa, no
desenvolvimento de padrões para os processos e recursos das REI é considerada uma forte
recomendação, encontrada nos relatórios e documentos técnicos relacionados, para a
implantação do modelo conceitual (IEA, 2011).
No contexto de Medição Inteligente, por ser dedicada a realizar a troca de volumes
consideráveis de informações entre vários domínios da rede elétrica, é essencial que sejam
realizadas especificações de protocolos padrões para vários equipamentos e sistemas da
infraestrutura AMI. As principais ações de padronização são por definições de protocolos que
viabilizem a interoperabilidade dos dispositivos junto as TIC utilizadas nesta infraestrutura.
Como disposto em Gungor et al. (2013), American National Standards Institute
(ANSI), International Electrotechnical Commission (IEC), Institute of Electrical and
Electronics Engineers (IEEE), International Organization for Standardization (ISO),
International Telecommunication Union (ITU), Third Generation Partnership Project (3 GPP),
Korean Agency for Technology and Standards (KATS) e o Joint Information Systems
Committee (JISC) são, reconhecidamente, organizações relevantes que realizam
especificações de protocolos para as REI.
Considerando-se a importância dos medidores inteligentes para a infraestrutura AMI e
desta para o pleno funcionamento das REI, iniciativas buscam especificar, implementar e
testar protocolos para a troca de informações de medição e de controle de equipamentos.
Relacionados à organização americana ANSI, três especificações são observadas: a
C12.18, a C12.19 e a C12.22. A primeira refere-se à especificação de um padrão para a
comunicação bidirecional de estruturas de dados mediante a porta ótica dos medidores
inteligentes (ANSI, 2006).
42

A segunda é sobre uma estrutura de dados em tabela, baseada no formato de arquivo


XML16 para a transferência de dados entre os medidores inteligentes e os sistemas de
companhias de serviços públicos (ANSI, 2008a). As diretivas para interoperabilidade do
padrão C12.19 em situações de comunicações com medidores inteligentes que utilizam o
método de criptografia AES são regidas pela terceira especificação (ANSI, 2008b).
Observa-se a integração entre as definições do IEC 61850, IEC 61968 e IEC 61970. O
modelo de dados comum, denominado Common Information Model (CIM), é definido para
ser aplicado aos setores de distribuição e de transmissão, mediante o IEC 61968 e IEC 61970.
Aplicado às ações de comunicação entre os sistemas de automação de subestações e os
equipamentos de transmissão e de distribuição, o padrão IEC 61850, subdividido em dez
partes, faz uso do modelo CIM para compatibilizar as informações intercambiadas.
A organização ZigBee Alliance, através da associação de mais de 300 membros, entre
fabricantes de semicondutores, empresas de tecnologia, empresas de manutenção e
prestadoras de serviços, especificou o protocolo proprietário ZigBee, largamente utilizado em
arquiteturas de redes sem fio de curto alcance. Conforme descrito em Digi (2013), o protocolo
ZigBee atua diretamente na camada física de radiofrequência, nas faixas 868 MHz, 900 MHz
e 2.4 GHz, especificada pelo padrão IEEE 802.15.4. O protocolo ZigBee permite a
comunicação de dados através de dispositivos interconectados em ambientes comerciais e
industriais sem fio, baseados em radiofrequência.
Uma implementação definida pelo protocolo ZigBee tem sido consideravelmente
utilizada em cenários de medição avançada. Trata-se da capacidade de suporte às redes em
malha (Mesh, no termo em inglês). Nesta situação, os dispositivos conectáveis, denominados
de “nós”, podem ser interligados com outros nós por múltiplas opções de caminhos.
A disposição dos caminhos possíveis é gerenciada e atualizada através de uma tabela
de roteamento contendo a lista de nós ativos. Em Digi (2013) é definido que a atualização
dinâmica da tabela de roteamento permite a reconfiguração de rotas em novas configurações
da rede, proporcionando estabilidade em condições de falha e desativação dos nós.
As aplicações deste protocolo, em geral, são para monitoramento e controle, como em
sistemas de automação prediais, em infraestruturas AMR, controle de iluminação e
equipamentos médicos.

16
Correspondente à eXtensible Markup Language, no termo em inglês (W3C, 2010).
43

Na Figura 2.12, pode-se observar um esboço das conexões entre os nós, baseadas no
protocolo ZigBee, dispostos em uma rede com topologia Mesh e comunicação de
radiofrequência (2,4 GHz), em um cenário de medição inteligente (LANDIS+GYR, 2013d).
Figura 2.12 – Exemplo de comunicação entre medidores inteligentes em uma rede RF Mesh.

Fonte: Adaptada de (LANDIS+GYR, 2013d).


A descrição do padrão Distribution Line Message Specification (DLMS) é
referenciada pelo IEC 61334-4-41. Trata-se de um padrão para uma modelagem estruturada
da troca de dados entre medidores e sistemas computacionais. Aplicações para a leitura
remota de medidores de energia elétrica, de água, de gás e de temperatura são suportadas pelo
referido protocolo (SOUZA, 2013).
No contexto nacional de medição inteligente, embora ainda não se tenha um protocolo
padrão aberto e atual, o qual atenda às necessidades de implementações inerentes à
infraestrutura AMI, algumas iniciativas podem ser listadas.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) atualizou em 2008, a norma
técnica ABNT NBR 14522. Esta norma define o padrão de intercâmbio no sistema de
medição de energia elétrica, com o intuito de compatibilizar as trocas de informações entre os
sistemas e equipamentos de medição de energia de diferentes procedências (ABNT, 2008).
Diversos fabricantes nacionais de medidores eletrônicos de energia elétrica, implementam o
referido protocolo em seus modelos comerciais (LANDIS+GYR, 2013c), (ECIL
INFORMÁTICA, 2013a) e (ELETRA ENERGY SOLUTIONS, 2013b).
Através de uma iniciativa de parceria entre a Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica (ABINEE) e o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife
44

(CESAR), com recursos de P&D do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),


uma versão piloto do Sistema Brasileiro de Multimedição Avançada (Sibma) está sendo
desenvolvido.
A ideia é criar uma especificação nacional de protocolo aberto para automatizar e
padronizar a medição de energia elétrica à distância, desde a concessionária até o consumidor,
sem qualquer interferência humana, em um cenário de REI. Medidores inteligentes e chaves
religadoras telecomandadas são componentes focados pela padronização. Segundo divulgado
em Souza (2013), a primeira fase de desenvolvimento do projeto foi de definições teóricas.
No momento, o projeto está na segunda fase cujo planejamento é o de elaborar, até dez./2013,
um protótipo baseado nas definições da fase anterior e testá-lo em escala reduzida em 2014.

2.2.1.5 Regulamentação nacional

A necessidade de padronização de produtos e de regulamentação das diretivas do setor


elétrico para a implantação das REI no Brasil tem sido encarado como um desafio. Segundo
comentado em CGEE (2012), acredita-se que através da realização de ações regulatórias
governamentais acerca da temática para o cenário nacional, o desenvolvimento das REI seja
considerável, influenciada pela eventual atratividade financeira para a comercialização dos
produtos e serviços relacionados.
As ações de regulamentação sobre temáticas relacionadas ao setor elétrico nacional
são de responsabilidade da ANEEL. O órgão governamental, embora com alguns atrasos de
resultados, tem desempenhado iniciativas no sentido de regulamentar as temáticas de
implantação dos sistemas de medição de energia elétrica, das modalidades de faturamento
pré-pago, da estrutura tarifária com a questão da modicidade tarifária aos consumidores
atendidos em baixa tensão (CGEE, 2012).
Em junho de 2012, a ANEEL divulgou a Nota Técnica n° 0098/2012-SRD/ANEEL. O
documento apresenta a análise das contribuições recebidas através da Audiência Pública – AP
nº 43/2010, referente ao estabelecimento dos requisitos mínimos dos sistemas de medição de
energia elétrica instalados em unidades consumidoras do Grupo B (DLMS, 2013).
De forma resumida, o documento expõe os principais fatos acontecidos para a
realização de marcos regulatórios relacionados aos sistemas de medição de eletricidade. A
seguir, são listados e comentados os respectivos fatos dos marcos regulatórios até o presente
ano:
45

Ano de 2008
 (Atividades e reuniões iniciais): as atividades de estudos sobre a temática dos
equipamentos eletrônicos de medição foram iniciadas através de reuniões técnicas
da agência reguladora junto aos fabricantes de medidores, provedores de
tecnologias, distribuidoras e ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (INMETRO). Os debates ocorreram acerca das funcionalidades, custos,
tecnologias e a regulamentação metrológica dos equipamentos.
 (Seminário Internacional sobre Medição Eletrônica): realização de reuniões e
palestras com representantes nacionais, de empresas e associações do setor elétrico,
e internacionais, da Itália, da Espanha e do Canadá.
 (Divulgação da Nota Técnica nº 0227/2008-SRD/ANEEL): exposição dos
principais tópicos abordados durante o referindo Seminário, com recomendação da
instauração de Consulta Pública relacionada.

Ano de 2009
 (Instauração da Consulta Pública – CP nº 015/2009): sobre tópicos de interesse e
apresentadas perguntas específicas para estimular contribuições. O período de envio
de contribuições foi de 30/01/2009 a 30/04/2009.
 (Realização de uma missão técnica a Portugal, Espanha e Itália): os servidores da
Agência objetivaram conhecer e acompanhar as experiências destes países na
implantação em grande escala da medição inteligente.
 (Divulgação da Nota Técnica nº 0059/2009-SRD/SRC/ANEEL): expôs as
principais informações e as conclusões da missão.
 (Divulgação da Nota Técnica nº 0107/2009-SRD/ANEEL): relatando as principais
contribuições recebidas no âmbito da CP nº 015/2009.
 (Sessão da Audiência para o Público Interno – API): debater o assunto com as
diversas superintendências da ANEEL. O período de contribuições estendeu-se até
o dia 23/09/2009.
 (Divulgação da Nota Técnica nº 117/2009-SRD/ANEEL): análise das contribuições
recebidas na API.
 (Realização de missão técnica aos Estados Unidos): os servidores da Agência
objetivaram conhecer e acompanhar as experiências norte-americanas na
implantação de medição inteligente.
46

Ano de 2010
 (Portaria MME nº 440, de 15 de abril de 2010): criação do Grupo de Trabalho pelo
Ministério de Minas e Energia – MME com o objetivo de analisar e identificar
ações necessárias para subsidiar o estabelecimento de políticas públicas para a
implantação de um Programa Brasileiro de Rede Elétrica Inteligente – Smart Grid.
 (Divulgação da Nota Técnica nº 219/2010-SRE-SRD/ANEEL): instauração da
Consulta Pública nº: 011/2010.
 (Instauração da Consulta Pública - CP nº 011/2010): realização das atividades
relacionadas à regulamentação de tarifas diferenciadas. O prazo de recebimento das
contribuições foi de 16/07/2010 a 31/08/2010.
 (Divulgação da Nota Técnica nº 0044/2010–SRD/ANEEL): instauração de
Audiência Pública no intuito de coletar subsídios para Resolução Normativa acerca
da implantação de medidores eletrônicos em unidades consumidoras do Grupo B.
 (Instauração da Audiência Pública – AP nº 43/2010): obter subsídios e informações
adicionais para estabelecimento de Resolução Normativa acerca dos requisitos
mínimos para os medidores eletrônicos em unidades consumidoras em baixa
tensão. O período de envio de contribuições foi de 01/10/2010 a 17/12/2010
 (Instauração da Audiência Pública – AP nº 120/2010): obter subsídios e
informações adicionais referentes à alteração da estrutura tarifária aplicada ao setor
de distribuição de energia elétrica no Brasil.
 (Chamada de P&D Estratégico nº 011/2010): apresentar a motivação, as
características e os critérios para execução de projeto sobre o “Programa Brasileiro
de Rede Elétrica Inteligente”, o qual foi desenvolvido conjuntamente por diversas
empresas do setor elétrico nacional.

Ano de 2011
 (Publicação da Resolução Normativa – REN nº 464): aprovação do Módulo 7 dos
Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET, definindo-se as diretrizes de
cálculo para aplicação da tarifa horária em baixa tensão – a tarifa branca.
47

Ano de 2012
 (Aprovação da Agenda Regulatória indicativa da ANEEL pela Portaria nº 282):
tarefas para definir os critérios para a migração da modalidade de faturamento a
serem realizadas no biênio 2012/2013.
 (Nota Técnica n° 0073/2011-SRD-CGA-ASS-SPG-SGE-SPE-SMA/ANEEL):
divulgação dos resultados de um projeto piloto, pelo qual foram realizados estudos
de análise custo-benefício sobre a implantação dos medidores eletrônicos para
consumidores de baixa tensão.
 (Publicação da Resolução Normativa – REN nº 482): estabelece as condições gerais
para o acesso de microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de
distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica.
 (Divulgação da Nota Técnica n° 0098/2012 - SRD/ANEEL): proposta de
Resolução Normativa com base na avaliação do processo de Audiência Pública nº
43/2010. Na parte de Anexo do documento, foi divulgado o Relatório de Análise de
Contribuições referente à AP nº 43/2010.
 (Divulgação da Resolução Normativa nº 502): regulamentação dos sistemas de
medição de energia elétrica de unidades consumidoras do Grupo B.

Ano de 2013
 (Divulgação da Resolução Normativa nº 547): estabelecimento dos procedimentos
comerciais para aplicação do sistema de bandeiras tarifárias.

Dentre os marcos regulatórios relacionados à especificação dos sistemas de medição, a


divulgação e vigência da Resolução Normativa nº 502, em 07/08/2012, é considerada um dos
principais passos para a implantação da medição inteligente no Brasil. Nela consta a
regulamentação dos sistemas de medição de energia elétrica de unidades consumidoras do
Grupo B. Esta decisão normativa influencia diretamente nas Resoluções Normativas nº 464,
482 e 547, uma vez que os sistemas de medição de energia elétrica viabilizam várias
definições especificadas nas referidas resoluções.
Analisando-se a Resolução Normativa nº 502 (ANEEL, 2012b), observa-se que o
sistema de medição das unidades consumidoras enquadradas na modalidade tarifária branca
deve apurar, observando a regulamentação técnica metrológica específica, o consumo de
48

energia elétrica ativa em pelo menos quatro postos tarifários, devendo ser programáveis o
início e o fim de cada posto.
As informações sobre o valor de energia elétrica ativa consumida acumulada por posto
tarifário e a identificação do posto tarifário corrente devem ser disponibilizadas em
mostradores internos ao medidor, em dispositivos visualizadores externos ao medidor e
internos às unidades consumidoras ou, a critério da distribuidora, em meios alternativos que
facilitem o acesso às informações pelo consumidor.
Nota-se que o acúmulo de energia reativa, mesmo separado por posto tarifário, não
será obrigatória a exibição ao consumidor. Outra definição da Resolução Normativa nº 502 é
que a diferença de custo entre o sistema de medição básico e o com recursos adicionais deverá
ser de responsabilidade do consumidor interessado (ANEEL, 2012b).
Os equipamentos IHD poderão ser utilizados para a disponibilização das informações
ao consumidor. Softwares de gerenciamento também poderão servir como meio alternativo de
acesso aos dados de consumo e de atualização da bandeira tarifária vigente. Há também a
possibilidade da unidade consumidora não optar pelo faturamento baseado na modalidade
tarifária branca, permanecendo segundo a modalidade convencional pela qual é tarifada. Caso
opte pela diferenciação tarifária em postos horários, o medidor instalado deverá registrar o
consumo em postos tarifários e ser oferecido sem ônus à unidade consumidora.
As informações devem estar disponíveis por meio de saída específica para aquisição
de dados existente no próprio medidor. Quando dotados de sistema de comunicação, a
distribuidora deve adotar procedimentos e tecnologias que assegurem a segurança dos dados
trafegados e das informações de caráter pessoal coletadas das unidades consumidoras, sendo
vetado à distribuidora, o repasse dos dados coletados das unidades consumidoras a terceiros
sem a devida autorização.
Quanto ao faturamento da unidade consumidora na modalidade tarifária branca, a
distribuidora deve utilizar sistema de medição, com a funcionalidade de apuração do consumo
de energia elétrica em postos tarifários, aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

2.2.1.6 Estrutura tarifária, modalidade tarifária horária branca e bandeiras tarifárias

Pelo disposto no conteúdo da Resolução Normativa nº 502, nota-se que a implantação


da estrutura tarifária baseada na modalidade tarifária horária branca deverá vigorar em breve.
49

O advento de sistemas de medição com capacidade para apuração dos montantes de energia
elétrica, consumidos em até 04 postos tarifários proverá os recursos básicos essenciais para
este funcionamento.
Como disposto em ANEEL (2012b), os sistemas de medição regulamentados deverão
ser adotados pelas distribuidoras em até 18 meses após a publicação da respectiva resolução
normativa. Considerando-se a data de divulgação em ago./2012, estima-se que a implantação
dos sistemas ocorra até fev./2014.
Embora se tenha uma previsão de início de efetiva implantação da nova opção de
modalidade tarifária para as unidades consumidoras do Grupo B, o documento normativo dos
sistemas de medição não contemplam os detalhamentos sobre os procedimentos comerciais a
serem seguidos para o oferecimento da modalidade tarifária branca ao consumidor. Estes
procedimentos foram estabelecidos na Resolução Normativa nº 479 (ANEEL, 2012d).
Como definido em ANEEL (2012f), a estrutura tarifária refere-se ao conjunto de
tarifas, aplicadas ao faturamento do mercado de distribuição de energia elétrica, que refletem
a diferenciação relativa dos custos regulatórios da distribuidora entre os subgrupos, classes e
subclasses tarifárias, de acordo com as modalidades e postos tarifários.
Atualmente, a estrutura tarifária aplicada no setor elétrico é formada por duas
modalidades tarifárias: a convencional e a horária. O conceito de modalidade tarifária
correspondente ao conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia
elétrica e demanda de potências ativas (ANEEL, 2012f).
A modalidade tarifária convencional é aplicada sem distinção horária. Para as
unidades consumidoras pertencentes ao grupo A, pode ser aplicada de forma binômia, com
tarifas únicas para a demanda de potência e o consumo de energia. Para o grupo B, a a tarifa
única, monômia, para o consumo de energia (ANEEL, 2012d).
A modalidade tarifária horária é formada por três tipos: a azul, a verde e, mais
recentemente, a branca. A modalidade tarifária horária azul é aplicada às unidades
consumidoras do grupo A, caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia
elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia. Neste tipo,
para a tarifação da demanda de potência, há uma tarifa para horário de ponta e uma para
horário fora de ponta. Considerando-se a tarifação do consumo de energia, há uma tarifa para
horário de ponta em período úmido, uma tarifa para horário de ponta em período seco, uma
tarifa para horário fora de ponta em período úmido e uma tarifa para horário fora de ponta em
período seco.
50

A modalidade tarifária verde é aplicada às unidades consumidoras do grupo A, sendo


caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica, de acordo com as horas
de utilização do dia, assim como de uma única tarifa de demanda de potência.
Para a tarifação da demanda de potência, há uma única tarifa. Considerando-se a
tarifação do consumo de energia, há uma tarifa para horário de ponta em período úmido, uma
tarifa para horário de ponta em período seco, uma tarifa para horário fora de ponta em período
úmido e uma tarifa para horário fora de ponta em período seco.
O período seco corresponde aos sete meses consecutivos de faturamento, do mês de
maio a novembro. O período úmido corresponde aos cinco meses consecutivos, de dezembro
de um ano a abril do ano seguinte (ANEEL, 2012f).
Recentemente, uma proposta de nova modalidade tarifária horária foi criada e
regulamentada, com o objetivo de readequar o hábito de consumo de eletricidade, minimizar a
necessidade de expansão da rede da distribuidora para suprimento da demanda em horário de
pico e eventual redução do valor total pago pelo consumo de energia.
Trata-se da modalidade tarifária horária branca, aplicada às unidades consumidoras do
grupo B, exceto para o subgrupo B4 e para as subclasses Baixa Renda do subgrupo B1, sendo
caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica, de acordo com as horas
de utilização do dia. Neste caso, para o consumo de energia, há uma tarifa para o posto
tarifário ponta, uma para o posto tarifário intermediário e outra para o posto tarifário fora de
ponta (ANEEL, 2012d).
A Figura 2.13 ilustra um comparativo entre as modalidades tarifárias horária branca e
a convencional (ANEEL, 2013b).
Figura 2.13 – Comparativo entre as modalidades tarifárias horária branca e a convencional.

Fonte: Adaptada de (ANEEL, 2013b).


51

No intervalo de horário compreendido das 18h às 21h, a tarifa correspondente ao posto


tarifário de ponta é aplicada. No intervalo de horário correspondente a uma hora antes do
início do intervalo de ponta e uma hora depois do fim do intervalo de ponta, isto é, das 17h às
18h e das 21h às 22h, a tarifa do posto tarifário intermediário é aplicada. No intervalo de
horário das 23h de um dia até às 16h do outro dia, a tarifa fora de ponta é aplicada.
Em dias úteis, nos postos tarifários intermediário e ponta, as tarifas cobradas são mais
elevadas. Em fora de ponta, a tarifa é reduzida, inclusive servindo para todas as 24h dos dias
de sábados, domingos e feriados (ANEEL, 2013b).
Por ser uma modalidade tarifária de adesão opcional por parte das unidades
consumidoras, um bom indicativo para optar ou não pela mudança de tarifação é a análise da
diferença entre o valor da tarifa convencional e a tarifa branca fora de ponta. Quanto maior
esta diferença, mais indicada é a opção de adesão à nova modalidade tarifária horária branca
(ANEEL, 2013b).
Ainda sobre a estrutura tarifária aplicada aos sistemas elétricos, o conceito de
bandeiras tarifárias também é associado. Trata-se de um sistema tarifário que tem como
finalidade sinalizar, aos consumidores faturados, pela distribuidora, por meio da tarifa de
energia, os custos atuais da geração de energia elétrica (ANEEL, 2012f).
Como explicado em ANEEL (2013a), a sinalização da sistemática das bandeiras
tarifárias acompanha a representação dos níveis de água nos reservatórios dos parques
geradores de usinas hidrelétricas.
Quando os níveis de água armazenada nos reservatórios estão em níveis considerados
favoráveis, a sinalização é representada pela bandeira verde. Em caso contrário, quando há
pouca água armazenada, em níveis desfavoráveis, a sinalização é representada pela bandeira
vermelha. Na situação intermediária de reserva de água, com níveis menos favoráveis, a
bandeira amarela representa a sinalização.
Através da sinalização pelas cores das bandeiras, analogamente comparada as de um
semáforo de trânsito, os consumidores terão a percepção de como está a situação mensal dos
custos para a geração e abastecimento de eletricidade.
Como disposto em ANEEL (2013a), a tarifação para cada bandeira é a seguinte:
 Verde: a tarifa não sofre nenhum acréscimo;
 Amarela: a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 kWh consumidos;
 Vermelha: a tarifa sofre acréscimo de R$ 3,00 para cada 100 kWh consumidos.
52

Os valores denominados Custo Marginal de Operação (CMO) e do Encargo de Serviço


de Sistema por Segurança Energética (ESS_SE) de cada subsistema são calculados
mensalmente, pelos especialistas do órgão governamental Operador Nacional do Sistema
Elétrico (ONS), compondo o valor de comparação para indicação da cor de sinalização da
respectiva bandeira tarifária a vigorar.
A ANEEL disponibiliza mensalmente, no site da agência, as informações sobre a
bandeira tarifária vigente e o histórico de acionamento, por subsistema interligado pelo
Sistema Interligado Nacional (SIN), bem como o calendário previsto de divulgação das
bandeiras. Os subsistemas do SIN são: Norte, Nordeste, Sudeste/Centro-Oeste e Sul.
Como definido em ANEEL (2012b), o período entre as datas 01/06/2013 e 31/12/2013
será realizado o Ano-Teste, com o intuito de simular os resultados obtidos com a aplicação
hipotética das bandeiras amarela e vermelha, assim como de divulgar aos consumidores os
procedimentos de aplicação do sistema de bandeiras. A aplicação efetiva das bandeiras
tarifárias pelas distribuidoras deverá ser a partir de jan./2014.

2.3 Softwares de gerenciamento de energia elétrica

Os dados de medições gerados na infraestrutura AMI, após serem armazenados,


servem de subsídio para o processamento em sistemas de softwares computacionais nos
centros de operação e controle das concessionárias.
Pelo lado das concessionárias, os dados consolidados e disponibilizados pelos MDMS
precisam relativamente de pouco processamento para serem trabalhados como informações
úteis, uma vez que os alarmes e as medições registradas geralmente contêm informações
adequadas para as análises técnicas pertinentes ao gerenciamento e controle da distribuição.
Contudo, nota-se que, pelo lado do cliente, para que sejam mais bem interpretadas e
auxiliem na análise dos perfis de consumo, dos níveis de eficiência energética e dos custos
financeiros relacionados, as medições devem passar por processamentos gráficos e
matemáticos, sendo exibidas em interfaces amigáveis e de fácil entendimento. Diante desta
visão, torna-se necessário calcular e disponibilizar, aos clientes, as informações que refletem o
quanto de eletricidade foi consumido em períodos de pico, intermediários e fora de pico.
Há vários tipos de sistemas computacionais com funcionalidades administrativas e
operacionais que permitem a gestão das redes elétricas em diversas aplicações. Sistemas
supervisórios de controle e de aquisição de dados, de gerenciamento de falhas, de gestão de
53

clientes, de gerenciamento da distribuição, de informação geográfica, de registro de eventos e


de gerenciamento de energia elétrica são exemplos de aplicações que processam as medições
(TANG, 2011). A Figura 2.14 ilustra uma plataforma com softwares de gerenciamento de
energia elétrica aplicada nos setores da cadeia energética (C3 ENERGY, 2013).
Figura 2.14 – Exemplo de softwares de gerenciamento de energia aplicados aos vários setores da rede elétrica.

Fonte: (C3 ENERGY, 2013).


As informações processadas são disponibilizadas aos fornecedores, distribuidores e,
com o advento das REI, aos consumidores. Benefícios proporcionados pelos sistemas de
gerenciamento de energia elétrica, identificados em CGEE (2012) e Ferreira (2012), são:
 Leitura remota das informações registradas nos medidores inteligentes;
 Processamento e consolidação dos dados de medição sobre parâmetros elétricos de
tensão, corrente, fator de potência, demanda e harmônicos;
 Exibições gráficas e relatoriais, em tempo real ou em histórico, das medições;
 Interfaces gráficas com dados sobre alarmes e avisos dos parâmetros monitorados
para verificação de situações de sobrecarga, de regulação de tensão, do fator de
potência e das distorções harmônicas de tensão e corrente;
 Identificação automática dos circuitos em situações de desenergização, auxiliando
na rapidez de reestabelecimento do fornecimento de eletricidade;
 Acompanhamento dos custos operacionais relacionados aos fornecimentos setoriais
de eletricidade, viabilizando eventuais reduções dos custos;
 Gestão dos montantes gerais e por área de consumo de energia elétrica;
 Fornecimento de informações para processos de auditoria e gestão interna;
 Envio remoto de comandos de configuração, alarmes e avisos das concessionárias
às unidades consumidoras;
 Administração doméstica pelos clientes, dos custos de faturamento de energia,
através do acesso aos valores de tarifações diferenciadas e aos valores financeiros
referentes aos consumos acumulados diários e mensais;
544

 Açõess de conttrole progrramadas, mediante


m análise
a dass informaçções úteis,,
melhoorando os níveis de eficciência da rede
r elétricaa;
 Previssão de demaanda e tarifa
fação por tem
mpo de uso;
 Gestãão de ativos da rede eléétrica pelas concessioná
c árias;
 Gerennciamento dos
d processsos relacion
nados aos sistemas dee pré-pagam
mento e dee
corte e religação remotos dee unidades consumidora
c as junto à reede elétrica;
 motas dos firrmwares do
Atualizações rem os medidores, IHD e cooletores de dados;
d
 Forneecimento dee produtos e serviços inovadoress, agreganddo valor com
mercial em
m
novass áreas de mercado
m do ssetor elétricco;
 Realizzação de programas de incenttivo à eficciência eneergética, promovendoo
campaanhas e promoções junnto a aplicattivos de redees sociais.
Em situuações ond
de a infraaestrutura AMI já está consoolidada e em plenoo
funciionamento, é comum as
a concessiionárias disponibilizareem aplicaçõões computacionais dee
gerennciamento de
d energia elétrica
e aos usuários. O acesso é feito
f por meeio de portaais web, em
m
versõões desktop instaláveis ou por meiio de aplicattivos para execução
e em
m dispositiv
vos móveis.
A Figurra 2.15 ilusstra um ex emplo dos softwares utilizados no gerenciiamento dee
energgia elétrica, pelo lado da
d concessioonária e lad
do do clientee (OGE, 20113).
Figura 2.15 – Softwaares de gerencciamento de en
nergia elétricaa em uma infraaestrutura AM
MI.

Fonte: Adaaptada de (OG


GE, 2013).
55

2.4 Estado da arte relacionado

Mediante o levantamento bibliográfico realizado sobre trabalhos relacionados à


medição inteligente e os sistemas de gerenciamento de energia elétrica, foi possível observar
considerável volume de propostas para cenários de redes HAN. No geral, notam-se soluções
com equipamentos de hardware e software com certos níveis de comunicação entre si para a
transmissão dos dados a serem armazenados e processados. Tecnologias de comunicação sem
fio são utilizadas em vários dos casos pesquisados.
As ferramentas computacionais comumente abordadas em trabalhos recentes referem-
se à aplicações web, para execução via navegadores, e para dispositivos móveis. Interfaces
gráficas que facilitam a disponibilização das informações de consumo de energia com
interação dos usuários também são notadas em propostas acadêmicas e comerciais.
Considerando um cenário residencial para o monitoramento do consumo de
eletricidade, em Kulkarni et al. (2011) é possível observar comentários sobre as principais
características, funcionalidades e limitações de sistemas compostos por hardware e software
destinados à exibição de informações de consumo de energia por aparelhos eletrodomésticos
em uma residência. São analisados 14 sistemas de monitoramento de energia próprios para
ambientes domésticos, capazes de exibir informações gráficas sobre o estado atual de
consumo em telas de cristal líquido. Em alguns dos sistemas abordados no estudo, há a
possibilidade de integração com sensores e até dispositivos móveis.
Em Manana et al. (2009), é comentada uma solução contendo um medidor,
denominado DANCA, de parâmetros elétricos de tensão, corrente, potência e energia da
instalação total, dotado de interface de comunicação Ethernet, pela qual torna-se possível a
conexão via IEEE 802.11b (WiFi) a um servidor web para a transferência de dados de
medição a serem consultados em tempo real. Uma aplicação web de interface gráfica com o
usuário é utilizada para a consulta das informações de medições diárias. Opções para a
escolha do tipo de parâmetro a ser lido e para a exibição de informações sobre a equivalência
entre o consumo de energia elétrica e a emissão de CO2 estão presentes na aplicação web.
Neste caso, trata-se de uma solução com baixo custo de implementação, uma vez que
utiliza componentes de hardware com implementações de servidor web e interface de
comunicação que aproveita a conectividade WiFi presente no ambiente para a transferência
dos dados de medição. São observadas limitações relacionadas à questões de segurança das
informações registradas pelo medidor.
56

Um sistema de gerenciamento doméstico com portal web para acesso às informações


de consumo é observado em Cheah et al. (2012). Trata-se de um desenvolvimento acadêmico
de um sistema de gerenciamento de consumo doméstico que utiliza o protocolo ZigBee para
a comunicação com o medidor eletrônico. O portal web é desenvolvido com Microsoft
WebMatrix e ASP.NET, com a execução da aplicação em sistemas baseados em Windows ou
Linux. A estrutura de armazenamento dos dados é através da tecnologia de banco de dados
Microsoft SQL Server 2008. Funcionalidades sobre o perfil e os custos do consumo de
energia diário, separados por horário, são implementadas graficamente na aplicação web.
Uma abordagem diferenciada para a visualização das informações em um sistema de
gerenciamento de consumo de eletricidade é observado em Pal et al. (2011). Os autores
propõem um sistema de gerenciamento baseado em um concentrador de informações de
consumo doméstico. Um equipamento Set Top Box é utilizado com um gateway entre a
concessionária, o medidor de energia e os aparelhos eletrodomésticos. A ideia é fazer uso do
aparelho de televisão para a visualização das informações gerenciadas, mediante a utilização
de uma aplicação web disponibilizada pela concessionária. Navegação através de widgets,
gráficos de consumo diário, semanal ou mensal, bem como opções de configuração de tarifas
são características que podem ser observadas na proposta. Limitações sobre processamentos
estatísticos dos dados são comentadas neste caso.
Em Silver Spring Networks (2013a), observa-se um software web para gerenciamento
de informações de medições de consumo de energia. Trata-se do CustomerIQ Energy Portal,
uma solução comercial que permite o gerenciamento, processamento e visualização dos dados
de medição de energia elétrica. Dentre as funcionalidades disponíveis pelo portal, são
observadas a geração de relatórios com estimativa de gastos mensais, e a visualização de
históricos de consumo e dos valores atuais da tarifação. Informações sobre o impacto
ambiental relacionado ao perfil de consumo também integram a proposta.
Soluções em plataformas computacionais semelhantes para gerenciamento energético
doméstico foram observadas em C3 Energy (2013), AlertMe (2013) e Opower (2013). A
solução AlertMe, utilizada por mais de 10000 clientes, é composta por equipamentos de
hardware e software, com suporte multiprotocolos, pelos quais são providos serviços de
gestão de energia. Nesta solução, há aplicações em uma estrutura de computação em nuvem
que podem ser acessadas pelos consumidores através de computadores ou dispositivos
móveis.
57

Em C3 Energy (2013), 10 soluções de software são destinadas às concessionárias, para


análise da rede elétrica, e 03 para consumidores, diferenciadas para residências, comércios e
empresas. O funcionamento da plataforma C3 Energy é baseado na interação com diversas
outras plataformas públicas e privadas, através de um modulo integrador, para a consulta,
análise e disponibilização gráfica das informações processadas, de forma global, aos usuários.
O software Opower, em Opower (2013), permite a criação de relatórios de energia aos
clientes, os quais analisam seus consumos de energia e realizam ações para as economias
financeira e energética correspondentes. Uma funcionalidade nesta solução é a possibilidade
de interação com redes sociais. Mediante os perfis de consumo de energia, os clientes podem
confrontar os valores individuais com as médias registradas em estabelecimentos similares,
comparar e competir com os valores de conhecidos e amigos, assim como participar de
programas de premiação de economia de eletricidade. Há uma aplicação web de teste que
permite a simulação na rede social com os dados reais, pela qual há comparações com mais de
19 milhões de unidades consumidoras. A solução é aplicada junto a mais de 75
concessionárias e empresas provedoras de serviços de energia, atuando em vários estados
americanos, tendo contabilizado mais de 25 milhões de relatórios gerados até o ano de 2012.
Considera-se que as funcionalidades observadas nas soluções Silver Spring Networks
(2013a), C3 Energy (2013), AlertMe (2013) e Opower (2013) são coerentes com as
características de implantação de sistemas de gerenciamento de energia elétrica, uma vez que
auxiliam na redução de consumo de eletricidade, na redução de custos e na conservação
ambiental.

2.5 Considerações parciais

Os conceitos básicos sobre as Redes Elétricas Inteligentes e Medição Inteligente de


energia elétrica foram abordados neste capítulo. Objetivou-se realizar uma visão introdutória
e abrangente sobre as principais características relacionadas às temáticas.
Através dos comentários sobre as definições acerca das REI realizadas, pode-se
observar a importância desta modernização junto às redes elétricas convencionais. Diante dos
altos níveis de abstração e complexidade inerentes ao entendimento da infraestrutura, do
funcionamento, dos agentes envolvidos, dos desafios e das aplicações das REI, nota-se uma
quantidade considerável de definições sobre o assunto. Considera-se que esta característica
seja um reflexo decorrente da ampla discussão que o tema tem gerado mundialmente.
58

Observa-se que as definições explicitadas em IEA (2011) e NIST (2009) tem tido
notáveis aceitações por especialistas desta área, sendo amplamente citadas em relatórios
governamentais, divulgações comerciais e trabalhos acadêmicos. Por se tratar de uma
divulgação governamental nacional, bem como por serem baseadas nos relatórios (IEA, 2011)
e (NIST, 2009), considera-se que as definições abordadas em CGEE (2012), em sua maioria,
são satisfatórias para o entendimento sobre REI, logo sendo adotadas neste trabalho.
Prevê-se que a utilização dos medidores inteligentes de energia elétrica beneficiarão os
consumidores quanto a melhores níveis de gerenciamento do uso de eletricidade, uma vez que
poderão disponibilizar informações sobre o respectivo consumo, quase em tempo real, de
forma a auxiliar a previsão de faturas mais precisas e na utilização eficiente dos recursos
energéticos. No Brasil, há a perspectiva de que a utilização dos equipamentos medidores
possam melhorar as ações de interação entre as concessionarias e os consumidores, através da
sinalização automática da tarifação vigente, por exemplo.
Como visto de forma breve, há várias opções de tecnologias que podem ser aplicadas
para viabilizar as transferências bidirecionais de dados na infraestrutura AMI. Em vários
cenários de implementação da medição inteligente, agrupamentos de tecnologias cabeadas e
sem fio são empregados nos trechos entre os medidores inteligentes das unidades
consumidoras e os pontos de controle e gerenciamento das concessionárias.
Com as futuras mudanças na estrutura tarifária nacional, em relação às inserções das
bandeiras tarifárias e da modalidade tarifária branca, nota-se que haverá um estímulo ao
gerenciamento pelo lado da demanda (GLD)17, considerado um dos principais benefícios das
REI. A utilização da infraestrutura AMI, principalmente pela figura do medidor inteligente,
deve facilitar a prática de GLD baseado neste método tarifário.
Atualmente, o consumo e os custos financeiros referentes à quantidade de eletricidade
utilizada nas unidades consumidoras são reportados aos clientes em ciclos mensais. Contudo,
na maioria dos casos, ainda não são disponibilizadas aos clientes, detalhamentos sobre o perfil
de consumo periódico, o nível de eficiência energética e os impactos ambientais associados às
instalações.
Esta realidade poderá ser mudada em breve com adoção das tecnologias advindas da
infraestrutura AMI, onde os registros atualizados em tempo real pelos medidores inteligentes
subsidiarão os dados necessários às aplicações computacionais, sendo disponibilizadas
informações adequadas à efetiva gestão dos recursos energéticos por parte do consumidor.

17
Esta característica corresponde ao conceito de Demand Side Management (DSM) (STRBAC, 2008).
599

CAPÍTUL
LO 3
SG
GMIee - SO
OFTWARE
E DE GEST
TÃO DA
MEDIÇÃ
ÃO INTELIIGENTE DE
D ENERG
GIA ELÉTR
RICA

O softwaare SGMIeee é uma evoolução das ações


a de peesquisa do ggrupo de esttudos sobree
REI pertencentee ao Departaamento de E
Engenhariaa Elétrica (D
DEE), da Unniversidade Federal doo
Cearrá (UFC). Dentre oss conteúdoos abordad
dos pelo grupo,
g queestões relaccionadas à
infraaestrutura e ao gerenciaamento da m
medição de energia elétrica, modeelagem de dados
d para a
trocaa de inform
mações de medição, iintegração de disposittivos multiaagentes com
m sistemass
superrvisórios e aspectos de moniitoramento e superviisão de m
microrredes têm sidoo
conteempladas naas investigaações.
Destas ações,
a o SG
GMIee é um
m resultado
o prático daas pesquisaas sobre a temática
t dee
Mediição Inteliggente de energia
e eléétrica, umaa das áreass tecnológiicas fundamentais àss
impleementaçõess das REI. A presente pproposta é consideradaa um prosseeguimento dos
d estudoss
e dessenvolvimenntos exposto
os em Dos A
Anjos et al. (2012).

3.1 D
Descrição geral
g

SGMIee é a denom
minação parra a ferram
menta computacional aaplicada à medição
m dee
eletriicidade, dessenvolvida como propoosta deste trabalho.
t Trrata-se do SSoftware dee Gestão daa
Mediição Inteliggente de Energia Ellétrica, utilizado paraa a aquisiição, armazenamento,,
proceessamento, visualizaçção e gerrenciamento
o das info
ormações registradas em umaa
infraaestrutura dee medição in
nteligente dde eletricidaade.
A Figuraa 3.1 ilustra o logo reprresentativo do
d softwaree SGMIee ddesenvolvido
o.
Figu
ura 3.1 – Loggo representatiivo do software SGMIee.

Fonte: Elaborada
E peloo autor.
600

A ideia do softwarre é a de reealizar inteerações de comunicaçãão, de form


ma local ouu
remoota, entre a unidade seervidora, onnde o SGMIee é execu
utado, e os medidores eletrônicoss
inteliigentes, insttalados em uma determ
minada regiãão da rede elétrica,
e parra as transfeerências doss
dadoos de mediçãão, com con
nsequentes aações de geestão da med
dição de eneergia elétricca.

3.2 A
Ambiente de
d aplicação
o do SGMIIee

O SGMIIee é refereente a uma aplicação desktop,


d qu
ue utiliza oss recursos da
d porta dee
comuunicação, onde
o a inteerface de ccomunicaçãão, cabeadaa ou sem fio, está inserida
i noo
compputador, parra viabilizar as transm
missões e reccepções doss registros dde medição
o de energiaa
elétriica. O apliicativo acesssa uma baase de dad
dos relacion
nal para orrganizar e persisti-loss
estruuturalmente,, e dispon
nibiliza um
ma interfacce visual para
p contrrole das in
nformaçõess
proceessadas paraa a devida gestão
g da m
medição.
A Figuraa 3.2 ilustraa um esboçoo do cenáriio de mediçção inteligennte de enerrgia elétricaa
que o software SGMIee
S é aplicado.
a
Figu
ura 3.2 – Esbooço do cenário
o de aplicação do SGMIee.

Fonnte: Elaborada pelo autor.


61

Como visto na Figura 3.2, o software SGMIee pode ser executado em um computador
desktop ou em um notebook. A interface de comunicação que viabiliza as transferências dos
dados, de comandos e de respostas, em fluxos bidirecionais, entre a unidade computacional e
os medidores, pode ser sem fio ou via porta ótica.
Os dados transferidos são recebidos, decodificados, validados e armazenados pelo
SGMIee. Em ambos os casos, a aplicação computacional é conectada a uma base de dados
estruturada, a qual pode ser configurada para ser acessada localmente ou em rede, permitindo
a persistência e a consulta aos dados de medição transferidos.
Eventualmente, após o processamento dos dados, as informações úteis à gestão da
medição são disponibilizadas graficamente ao usuário, através da interface visual do SGMIee.
Os medidores inteligentes de energia elétrica, instalados em campo, são dotados de
interface de comunicação sem fio e através da porta ótica. Os equipamentos medidores,
através das interfaces de comunicação em radiofrequência são dispostos e interligados em
uma topologia de rede em malha, também conhecida como RF Mesh, em uma abrangência de
vizinhança, conhecida como rede NAN.

3.3 Tecnologias e recursos utilizados

A seguir, são listados as principais tecnologias e recursos utilizados no


desenvolvimento do SGMIee:
 Java SE Development Kit – versão 1.7.0 update 45 (32-bit);
 Java HotSpot(TM) Client VM – versão 24.45-b08 (32-bit);
 Java SE Runtime Environment 1.7.0_45-b18 (32-bit);
 NetBeans IDE – versão 7.4 (Build 201310111528);
 API Commons Codec – versão 1.8;
 API JCalendar – versão 1.4;
 API JCommon – versão 1.0.20;
 API JFreeChart – versão 1.0.16;
 API Joda-Time – versão 2.3;
 API Jollyday – versão 0.4.7;
 API RX-TX – versão 2.1.7r2;
 API SteelSeries for Swing – versão 3.9.30;
 API Trident – versão 6.3;
622

 MySQ
QL JDBC Driver
D – verssão 5.1.23;
 MySQ
QL Commu
unity Editionn – versão 5.6.14.0
5 (64-bit);
 MySQ d 6.0.7.11215 (64-bit);
QL Workbeench – versãão 6.0 Build
 Protoccolo ABNT
T NBR 145222 – versão 2008 atualiizada;
 Protoccolo ZigBeee (ZigBee-P
PRO, baseado no ZigBee specificaation r17).
A Figurra 3.3 ilusttra as identtificações das
d tecnolo
ogias e bibbliotecas utilizadas noo
desennvolvimento e implementação do SGMIee.
Figura 3.3 – Identificaçõees das tecnologgias e biblioteecas utilizadass no desenvolvvimento do SG
GMIee.

Fontee: Elaborada pelo autor.


Por ser uma
u versão de aplicaçãão desktop, o desenvollvimento doo software SGMIee
S foii
baseaado na tecnnologia Javaa, através dda plataform mentas JRE e JDK18. A
ma Java SE, das ferram
ferraamenta JRE fornece o conjunto
c dee bibliotecaas básicas, a Máquina V
Virtual Javaa (JVM, noo
termoo em inglês) e outro
os componnentes neceessários parra o ambieente de ex
xecução dee
apliccativos Javaa. O kit JD
DK incorporra a JRE e contém ad
dicionalmennte os com
mpiladores e
depuuradores neccessários ao
os desenvolvvimentos daas aplicaçõees (ORACLE
E, 2013a).
A tecnollogia Java é consideradda um padrãão global paara desenvollvimento dee aplicaçõess
móveeis, jogos, web,
w servid
dores e deskktop. Nos últimos
ú 20 anos, estim
ma-se que a tecnologiaa
Java tenha sidoo incorporaada mundiaalmente em
m mais de três bilhõees de equip
pamentos e
sistem
mas, segunddo informad
do em Orac le (2013b).
Em ambbientes desk
ktop, essa teecnologia pode
p ser usada para a criação de aplicaçõess
com interfaces ricas
r para o cliente, coonteúdo mulltimídia e in
nternet. Connforme com
mentado em
m
Oraccle (2013b),, a plataform
ma Java SE
E é pré-instaalada em mais
m de 97%
% de todos os sistemass
deskttop empressariais. É su
uportada peelos sistemaas operacionais Microosoft Windo
ows, Linux,,
O Não há a necessidaade de reescrever todass as partes da
Mac OS e Oraclle Solaris OS. d aplicaçãoo
em situações de mudança do
d ambientee de sistemaa operacionaal.

18
Corrrespondentes, respectivameente, aos term
mos em inglês Java Platform
m, Standard Ed
Edition Runtim
me
Envirronment e Javaa Platform, Sttandard Editioon Developmeent Kit (ORAC
CLE, 2013a).
63

Através da tecnologia Java, pode-se utilizar uma madura forma de análise, projeto,
modelagem e programação baseada no paradigma de Orientação a Objeto (OO). As
funcionalidades de um software Java podem ser utilizadas de forma dinâmica durante a
execução, mediante os conceitos de abstração, encapsulamento, herança e polimorfismo
(DEITEL; DEITEL, 2012).
É observada uma considerável quantidade de bibliotecas relacionadas à tecnologia
Java. Os códigos adicionais suportam implementações com recursos gráficos, multimídia,
textuais, comunicação, persistência, datas, impressões, redes, dentre outros. Há diversas
comunidades de desenvolvedores oficiais e colaborativas que reportam correções, propõem
novos recursos, especificam técnicas e práticas de programação, auxiliando frequentemente
na atualização da tecnologia.
Outra importante característica que justifica a utilização ampla da tecnologia Java é
que se trata de uma plataforma gratuita para aquisição e desenvolvimento de aplicações
(ORACLE, 2013a). A utilização de Java pode ajudar a reduzir os custos de desenvolvimento
de aplicações computacionais. Daí, a justificativa para a escolha da plataforma no
desenvolvimento do SGMIee.
Dentre a variedade de ambientes de desenvolvimento integrados19 que suportam a
tecnologia Java, o Netbeans IDE é uma ferramenta gratuita, sob as licenças CDDL20 1.0 e
GNU GPL21 v2, que permite o desenvolvimento de aplicações desktop, web e mobile, com
suporte a múltiplas linguagens de programação, provendo funcionalidades de edição de
código-fonte, gerenciamento de projetos, desenvolvimento de interfaces visuais e
incorporação de códigos adicionais, como bibliotecas e plug-ins (ORACLE, 2013b). Observa-
se que há uma frequente atualização da ferramenta de desenvolvimento em relação às
atualizações da tecnologia Java.
Na implementação do SGMIee, foram utilizadas API22 adicionais para viabilizar a
integração entre os vários componentes e recursos do software. A API Commons Codec é
utilizada para suporte às ações de codificação e decodificação em base numérica hexadecimal.
A JCalendar é utilizada para prover componentes gráficos relacionados à seleção de datas, no
formato de calendário.

19
Corresponde ao termo em inglês Integrated Development Environment (ORACLE, 2013b).
20
Corresponde ao termo em inglês Common Development and Distribution License (ORACLE, 2013b).
21
Corresponde ao termo em inglês GNU General Public License (ORACLE, 2013b).
22
Correspondente ao termo em inglês Application Programming Interface (DEITEL; DEITEL, 2012).
64

As API JFreeChart e JCommon, em conjunto, são utilizadas na criação de gráficos.


Joda-Time contém classes e métodos que facilitam as manipulações de objetos de data e hora.
Jollyday é utilizada para suporte a ações que envolvem manipulações de feriados nacionais. O
acesso aos recursos das portas de comunicação é realizado pela API RX-TX. SteelSeries, em
união com Trident, oferecem vários componentes gráficos customizados e indicados para a
representação de resultados de medições.
No SGMIee, a tecnologia de banco de dados estruturado utilizada é baseada nos
recursos do MySQL. Trata-se de um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD),
de código aberto, que utiliza a sintaxe padrão SQL23 para consultas estruturadas dos registros,
tendo vasta popularidade mundial em aplicações de banco de dados.
A versão MySQL Community Edition corresponde à base de dados efetiva, sendo o
MySQL JDBC Driver o recurso que provê a interface de conexão entre a aplicação Java e o
banco de dados. O MySQL Workbench corresponde a uma ferramenta visual utilizada para a
modelagem e a administração do banco de dados. Estas versões da tecnologia MySQL são
gratuitas, havendo comunidades ativas nos suportes e desenvolvimentos frequentes
(ORACLE, 2013d).

3.4 Detalhes sobre as funcionalidades do SGMIee

Registros de medições de parâmetros elétricos, bem como de alarmes e de


configurações correspondem aos dados utilizados no software. Estes dados são transmitidos,
localmente ou remotamente, através de interações entre os medidores eletrônicos inteligentes,
instalados na rede elétrica, e a unidade computacional onde estão agregados o software
SGMIee e a interface de comunicação.
Os processamentos e gerenciamentos das informações de medição de energia elétrica
são possibilitados através das seguintes funcionalidades propostas no software:
 Página Fiscal: relacionada às informações de tensões elétricas de fase e de linha,
correntes elétricas de fase e de neutro, fatores de potência por fase e trifásico e
potências elétricas ativa, reativa (indutiva e capacitiva) e aparente por fase e
trifásicas;

23
Correspondente ao termo em inglês Structure Query Language (ISO, 2012).
65

 Consumo: relacionada às informações de consumo de energias e de demandas ativa,


reativa (indutiva e capacitiva) e aparente, por posto tarifário, nos sentidos direto e
reverso;
 Faltas de energia: relacionada às informações dos últimos 40 registros de faltas de
energia e às informações resumidas das interrupções de energia;
 Alarmes: relacionada às informações dos últimos registros de eventos de alarmes
configurados previamente nos medidores inteligentes;
 Gráficos: relacionada ao processamento gráfico, por período, das informações
coletadas de energias ativa, reativa (indutiva e capacitiva) e aparente, bem como
das tensões elétricas de fase. É referente também às informações resumidas, por
período, dos consumos das energias ativa, reativa (indutiva e capacitiva) e aparente,
e das estimativas de gastos financeiros com as energias ativa e reativa (indutiva e
capacitiva).
As ações implementadas no SGMIee possibilitam o gerenciamento energético baseado
em dados de medições e alarmes consultados de forma instantânea ou através de histórico.
As funcionalidades baseadas em dados consultados de forma instantânea e que
refletem os registros em tempo real correspondem à Página Fiscal, Consumo, Faltas de
Energia e Alarmes. As ações da funcionalidade de Gráficos são baseadas em consultas de
registros históricos de medição, armazenados no banco de dados. Os detalhes de
implementação das funcionalidades são apresentadas adiante.

3.4.1 Página Fiscal

Através desta funcionalidade, as informações de medição referentes à data e hora da


última atualização, frequência da rede, temperatura interna e sequência de fase podem ser
observadas ao ser clicado o botão “Atualizar”, no campo “Atualização”.
O campo “Atualização” exibe as informações sobre a data e a hora da última
atualização da funcionalidade “Página Fiscal” efetuada. No campo “Frequência da rede” é
mostrada a informação do valor da frequência, em hertz (Hz), juntamente com a classificação
do estado de adequação junto à rede elétrica. A informação sobre o valor da temperatura
interna do medidor, em graus Celsius (ºC), é exibida no campo “Temperatura Interna”. No
campo “Sequência de fase”, a ordem entre as fases é informada.
666

Após estta ação, as informaçõess são exibid


das nos respectivos cam
mpos, sendo habilitadass
as abbas referenttes à “Tenssão”, “Correente”, “Fato
or de potên
ncia” e “Pottência”. As descriçõess
dos vvalores exibbidos nestas abas são:
 Tensãão: são info
ormados os valores efiicazes instantâneos dass tensões de
d fase e dee
linha, em volt (V
V), assim com
mo os ângu
ulos das tenssões de fasee, em graus (º);
 Correente: são infformados oss valores efiicazes instan
ntâneos dass correntes de
d fase e dee
neutroo, em ampeeres (A), asssim como os
o ângulos das defasaggens entre as
a tensões e
correnntes, em graaus (º);
 Fator de Potênciia: são inforrmados os valores eficcazes instanntâneos doss fatores dee
potênncia por fasee e trifásicoo, assim com
mo as respeectivas caraccterísticas reativas
r porr
fase e trifásica;
 Potênncia: são infformados oos valores eficazes insttantâneos daas potênciaas ativa, em
m
watts (W), reativ
va, em volt--ampere-reaativo (var) e aparente, em volt-am
mpere (VA),,
por faase e trifásicco.
Para o campo
c “Frrequência dda rede”, foi
fo implemeentado um tratamento
o visual daa
inforrmação, considerando--se as conndições dispostas sobre Variaçãão de Freq
quência, noo
Móddulo 8, da doocumentaçãão normativaa nacional PRODIST
P (ANEEL, 20012a).
Os limittes de frequ
uência situaados entre 59,9
5 Hz e 60,1 Hz sãão estabeleccidos comoo
conddições adequuadas para a operação ddos sistemaas elétricos em
e regime ppermanentee.
Diante disto,
d as condições im
mplementad
das para diferenciaçã
d ão de cor e do textoo
inforrmativo do componente
c e, corresponndem aos seeguintes crittérios:
 (59,99 Hz ≤ Valo
or medido ≤ 60,1 Hz):
o Cor: Amarela;
o Texto
o informativvo: “ADEQ
QUADA”.
 (Valoor medido < 59,9 Hz) ouu (Valor meedido > 60,1 Hz):
o Cor: Preta;
o Texto
o informativvo: “CRÍTIICA”.
A Figuraa 3.4 ilustra exemplos ppara as situaações comen
ntadas.
Figu
ura 3.4 – Exeemplos de trataamentos visuaais para o cam
mpo ”Frequênccia da rede”.

F
Fonte: Elaborada pelo autorr.
677

Para o campo
c “Tem
mperatura IInterna” do medidor, foi
f implem
mentado um tratamentoo
visuaal da inform
mação conssiderando-see as especificações téccnicas dos medidores eletrônicoss
inteliigentes utiliizados no sistema
s de m
medição dee energia ellétrica. Os llimites de temperatura
t a
situaados entre -10º e 80º são
s especifiicados como
o condições adequadaas para a op
peração doss
referridos equipaamentos.
Neste caaso, os seguiintes critérioos foram co
onsiderados:
 (-10ºC
C ≤ Valor medido
m ≤ 800ºC):
o Cor: Branca;
o informativvo: “ADEQ
o Texto QUADA”.
 (Valoor medido < -10ºC) ou ((Valor med
dido > 80ºC)):
o Cor: Preta;
o Texto
o informativvo: “CRÍTIICA”.
A Figuraa 3.5 ilustra exemplos ppara as situaações comen
ntadas.
Figu
ura 3.5 – Exem
mplos de trataamentos visuaiis para o camp
po ”Temperatu
tura Interna”.

Foonte: Elaboradda pelo autor.


Para o campo “Seequência dee fase”, fo
oi implemeentado um tratamento
o visual daa
inforrmação connsiderando-sse o sentiddo de sucesssão de fasses em sisttema de co
omponentess
simétricas trifássicas. A deefasagem an
angular de 120º em attraso entre os fasoress de tensãoo
elétriica caracterriza o sentido direto, eenquanto qu
ue a defasaagem angulaar de 120º em avançoo
caraccteriza o senntido inversso.
Neste caaso, os seguiintes critérioos foram co
onsiderados:
 (Valoor calculado = Defasageem angular de 120º em
m atraso):
o Cor: Branca;
o Texto
o principal: “DIRETA””.
 (Valoor calculado = Defasageem angular de 120º em
m avanço):
o Cor: Branca;
o Texto
o principal: “INVERSA
A”.
A Figuraa 3.6 ilustra exemplos ppara as situaações comen
ntadas.
688

Figgura 3.6 – Exeemplos de trattamentos visuais para o cam


mpo ”Sequênccia de fase”.

Fonte: Elaaborada pelo aautor.


Na aba “Tensão”,
“ da
d funcionaalidade “Pág
gina Fiscal””, os campoos “Tensão de fase” e
“Tennsão de linhha” contêm as informaçções das claassificaçõess do estado de adequaçção, junto à
rede elétrica, e os
o valores eficazes,
e sepparados por fase e por entre
e fases, respectivam
mente. Paraa
o caampo “Tennsão de faase”, foi iimplementaado um traatamento vvisual da informaçãoo
consiiderando-see as condiçõ
ões dispostaas sobre Teensão em Reegime Perm
manente, no Módulo 8,,
da doocumentaçãão normativa nacional P
PRODIST (ANEEL,
( 20
012a).
Na referiida norma, são estabeleecidos os liimites adequ
uados, precáários e crítiicos para oss
níveiis de tensãoo em regimee permanennte. Para os pontos de conexão
c em
m tensão nominal iguall
ou innferior a 1 kV
k (380/220
0 V), as conndições paraa diferenciaação de cor e do texto informativo
i o
do coomponente implementaadas corresppondem aoss seguintes critérios:
c
 (201 V ≤ Valor medido
m ≤ 2331 V):
o Cor: Amarela;
o Texto
o informativvo: “ADEQ
QUADA”.
 (189 V ≤ Valor medido
m < 2001 V) ou (23
31 V < Valo
or medido ≤ 233 V):
o Cor: Laranja;
o Texto
o informativvo: “PRECÁ
ÁRIA”.
 (Valoor medido < 189 V) ou (Valor med
dido > 233 V):
V
o Cor: Preta;
o Texto
o informativvo: “CRÍTIICA”.
A Figuraa 3.7 ilustra exemplos ppara as situaações comen
ntadas.
Figura 3.77 – Exemplos de tratamentoos visuais paraa o campo ”Teensão de fase””, na aba “Ten
nsão”.

F
Fonte: Elaborada pelo autorr.
699

Na aba “Tensão”,
“ para
p o camppo “Tensão de linha”, foi implem
mentado um tratamentoo
visuaal da inforrmação con
nsiderando-sse as cond
dições dispo
ostas sobree Tensão em
e Regimee
Perm
manente, no Módulo 8, da documenntação norm
mativa nacio
onal PRODIIST (ANEE
EL, 2012a).
Na referiida norma, são estabeleecidos os liimites adequ
uados, precáários e crítiicos para oss
níveiis de tensãoo em regimee permanennte. Para os pontos de conexão
c em
m tensão nominal iguall
ou innferior a 1 kV
k (380/220
0 V), as conndições paraa diferenciaação de cor e do texto informativo
i o
do coomponente implementaadas corresppondem aoss seguintes critérios:
c
 (348 V ≤ Valor medido
m ≤ 3996 V):
o Cor: Amarela;
o Texto
o informativvo: “ADEQ
QUADA”.
 (327 V ≤ Valor medido
m < 3448 V) ou (39
96 V < Valo
or medido ≤ 403 V):
o Cor: Laranja;
o Texto
o informativvo: “PRECÁ
ÁRIA”.
 (Valoor medido < 327 V) ou (Valor med
dido > 403 V):
V
o Cor: Preta;
o Texto
o informativvo: “CRÍTIICA”.
A Figuraa 3.8 ilustra exemplos ppara as situaações comen
ntadas.
Figura 3.8 – Exemplos de
d tratamentoss visuais para o campo ”Ten
nsão de linha””, na aba “Ten
nsão”.

F
Fonte: Elaborada pelo autorr.
O campoo “Ângulo da
d tensão dee fase” inforrma sobre os
o ângulos, eem graus (º)), por fase.
Na aba “Corrente”, o campo “Corrente de fase” contém
c as informaçõees sobre oss
valorres das ampplitudes das correntes, em amperee (A), por faase. O valorr eficaz da corrente dee
neutrro é observaado no camp
po “Correntte de neutro
o”.
Os ângulos das defa
fasagens enttre tensão e corrente, em
e graus (º)), observados em cadaa
fase, são represeentados no campo
c “Deffasagem enttre tensão e corrente”.
Na aba “Fator
“ de po
otência”, ass informaçõ
ões do fator de potênciaa de deslocamento porr
fase são exibidaas no camp
po “Fator dde potência por fase” e o trifásicoo no campo
o “Fator dee
70

potência trifásico”. As características reativas associadas a cada fator de potência são


visualizadas, por fase, no campo “Característica reativa da fase” e, trifásica, no campo
“Característica reativa trifásica”.
Na aba “Potência”, as informações sobre a potência ativa, em watts (W), reativa, em
volt-ampere-reativo (var), e aparente, em volt-ampere (VA), por fase, são visualizadas nos
campos “Potência ativa por fase”, “Potência reativa por fase” e “Potência aparente por fase”,
respectivamente. Os valores trifásicos de potência ativa, reativa e aparente, podem ser
observados nos campos “Potência ativa trifásica”, “Potência reativa trifásica” e “Potência
aparente trifásica”, respectivamente.

3.4.2 Consumo de energia e demanda

As informações sobre a data e hora da última atualização e a indicação da bandeira


tarifária mensal vigente são visualizadas diretamente nesta funcionalidade.
Através do campo “Atualização”, as informações da bandeira tarifária atual, das
energias e das demandas nos sentidos direto, reverso e líquido podem ser atualizadas ao clicar
no botão “Atualizar”.
No campo “Bandeira Tarifária Atual” é exibida a indicação da bandeira tarifária
vigente. Esta informação é atualizada pela consulta ao banco de dados. Para este campo, foi
implementado um tratamento visual da informação, considerando-se as condições dispostas
sobre as Bandeiras Tarifárias, no Submódulo 7.1 (Procedimentos Gerais), do Módulo 7
(Estrutura Tarifária das Concessionárias de Distribuição), da documentação normativa
nacional PRORET (ANEEL, 2012g), assim como o acionamento mensal das Bandeiras
Tarifárias em ANEEL (2013a).
Na referida norma, o sistema de Bandeiras Tarifárias é representado pelas Bandeiras
Verde, Amarela e Vermelha. As condições para diferenciação da cor e do texto informativo
do componente correspondem aos seguintes critérios:
 Vigência da Bandeira Vermelha:
o Cor: Vermelha;
o Texto informativo: “Bandeira Vermelha”.
 Vigência da Bandeira Amarela:
o Cor: Amarela;
o Texto informativo: “Bandeira Amarela”.
71

 Vigênncia da Bandeira Verdee:


o Cor: Verde;
o Texto
o informativvo: “Bandeira Verde”.
A Figuraa 3.9 ilustra exemplos ppara as situaações comen
ntadas.
mpo ”Bandeiraa Tarifária Atuual”, na aba “Consumo”.
Figgura 3.9 – Exeemplos de trattamentos visuuais para o cam

Fonte: Elaborrada pelo autoor.


Após estta ação, as informaçõess são exibid
das nos respectivos cam
mpos, sendo habilitadass
as abbas referentees à “Energia” e à “Dem
manda”:
 ormados os valores insstantâneos dos
Energgia: são info d totalizaadores de co
onsumo dass
energias ativa, em
m quilowattt-hora (kW
Wh), reativass indutiva e capacitiva,, ambas em
m
quilovvolt-amperee-reativo-hoora (kvarh)) e apareente, em quilovolt-am
mpere-horaa
(kVA
Ah), por postto tarifário. Os respecttivos valorees, consideraando-se os sentidos dee
fluxo de consumo, são visuaalizados pellas abas Direta, Reversaa e Líquida;
 Demaanda: são in
nformados oos valores das
d demand
das das potêências ativaa, em wattss
(W), reativas
r ind
dutiva e cappacitiva, am
mbas em vollt-ampere-reeativo (var)), referentess
ao últtimo intervalo de meddição. São mostrados
m também
t os valores daas máximass
demanndas ativa, reativas inddutiva e cap
pacitiva, reg
gistradas porr posto tariffário, assim
m
como as deman
ndas ativa, reativas in
ndutiva e caapacitiva aacumuladas,, por postoo
tarifárrio e total. Os respecttivos valorees considerrando-se oss sentidos de
d fluxo dee
demannda são visu
ualizados peelas abas Direta,
D Reverrsa e Líquidda24.

3.4.33 Faltas de Energia


E

Informaçções sobre a data e hoora e o tem


mpo de durração (em ddias, horas,, minutos e
segunndos) de atté 40 eventos efetivos de falta dee energia sãão exibidass nesta funccionalidade..
São mostradas também as informaçções sobre a data e hora
h da últtima atualizzação e oss
detallhamentos em
e quantid
dade de ocoorrências e duração total
t (em ddias, horas, minutos e
segunndos) das faltas
f de en
nergia. Inforrmações sem
melhantes sobre
s frequuências e du
uração totall
por tipo de interrrupção (de acordo com
m o tempo de
d duração) são visualizzadas.
24
Parra a aba “Líquida”, neste caso, as informaações sobre oss valores das máximas
m dema
mandas ativa, reeativa
indutiiva e reativa capacitiva não são exibidas em virtude daa incoerência temporal
t de cáálculo resultan
nte.
72

Os 40 últimos eventos de faltas de energia são registrados e separados de acordo com


a data de reposição de demanda (fechamento de fatura). As informações por separação de
período são verificadas através das abas:
 Período Anterior: são informados os respectivos valores, considerando-se as datas
de registros dos eventos de faltas de energia anteriores à data de reposição de
demanda;
 Período Atual: são informados os respectivos valores, considerando-se as datas de
registros dos eventos de faltas de energia após a data de reposição de demanda, até
o momento da atualização das informações.
As informações sobre a quantidade de ocorrências e a duração total dos registros de
faltas de energia são encontradas no campo “Total”. As frequências e as durações de todos os
registros de faltas de energia classificados como interrupções momentâneas, temporárias e
permanentes, podem ser observadas, respectivamente, nos campos “Interrupções
Momentâneas”, “Interrupções Temporárias” e “Interrupções Permanentes”.
Na aba “Faltas de energia”, para o campo “Registros”, tanto para a opção “Período
Anterior, quanto para a opção “Período Atual”, foram implementados tratamentos visuais da
informação considerando-se parcialmente as condições dispostas sobre Variação de Tensão de
Curta Duração, no Módulo 8, da documentação normativa PRODIST (ANEEL, 2012a).
Na referida norma, quanto à duração, as variações de tensão de curta duração são
classificadas em Momentâneas e Temporárias. Com o caráter qualitativo das informações
sobre faltas de energia registradas nos medidores inteligentes, implementou-se, como
proposta, uma terceira opção de classificação referente às faltas Permanentes. Em virtude da
não disponibilização dos valores das amplitudes das tensões durante os eventos em que as
referidas variações ocorrem, a classificação quanto à amplitude da tensão em relação à de
referência não é implementada nesta funcionalidade.
As condições implementadas para diferenciação de cor do componente correspondem
aos seguintes critérios:
 (Tempo de duração do registro de falta de energia ≤ 3s):
o Tipo de interrupção: Momentânea;
o Cor: Verde.
 (3s < Tempo de duração do registro de falta de energia < 3m):
o Tipo de interrupção: Temporária;
o Cor: Amarela.
733

 (Temppo de duraçção do regisstro de falta de energia > 3m):


o Tipo de interruppção: Permaanente;
o Cor: Vermelha.
A Figuraa 3.10 ilustrra um exempplo para as situações co
omentadas.
Figura 3.10 – Exemplo do
o campo ”Regiistros”, da opçção “Período Atual”,
A na abaa “Faltas de en
nergia”.

Fontee: Elaborada pelo autor.

3.4.44 Alarmes

mações sob
As inform bre a data e hora e sobrre 25 tipos de
d alarmes ssão verificaadas atravéss
destaa funcionaliidade. Os alarmes são registradoss pela quanttidade acum
mulada de ocorrências,
o ,
pelass datas e horras de início
o e de fim e pelo tempo
o de duração de cada uum.
Os 25 alarmes
a são divididos em dois grrupos (Grup
po 01 e Grrupo 02), sendo
s aindaa
dividdidos em paartes pelas abas conform
me:
 1): alarmes sobre os lim
Parte I (Grupo 01 mites de fato
or de potênccia, de temp
peratura, dee
corrennte diferenccial e de sobbrecorrente;
 Parte II (Grupo 01):
0 alarmess sobre os liimites inferiior e superioor das tensõ
ões precáriaa
e crítiica;
 Parte III (Grupo 01): alarm
mes sobre in
nversão de fase, falta de fase, co
orrente sem
m
tensãoo e desequillíbrio de corrrente;
 Parte IV (Grupo
o 01): alarm
mes sobre acionamento
a o de relé, aacionamentto do botãoo
reset, sem sincronismo nas úúltimas 24h
h e falha de hardware;
h
 Parte V (Grup
po 01): allarmes sob
bre interferências eleetromagnéticas e dee
luminnosidade, assim como ffluxo reversso;
 Parte VI (Grupo 02): alarmees do limite de demanda e presenç a de fase ap
pós relé;
74

 Parte VII (Grupo 02): alarmes sobre alterações de parâmetros de configuração,


atualização de firmware e atuação de watchdog.
Na Tabela 3.1, são observadas as descrições dos tipos de alarmes, dos Grupos 01 e 02,
separados por parte, exibidos no SGMIee.
Tabela 3.1 – Descrições dos tipos de alarmes, dos Grupos 01 e 02, da aba “Alarmes”.

Tipo de
Parte Denominação Valor de referência Descrição
Grupo
Evento que registra a
Limite de fator de
01 I < 0,92 ultrapassagem inferior do valor
potência
medido ao de referência
Evento que registra a
Limite de
01 I -10 à 80º C ultrapassagem inferior ou
temperatura
superior do medido à referência
Limite de Evento que registra a
01 I corrente 10% ultrapassagem superior do valor
diferencial medido ao de referência
Evento que registra a
Limite de
01 I 10% ultrapassagem superior do valor
sobrecorrente
medido ao de referência
Limite inferior Evento que registra a
01 II de tensão 189 V ≤Valor≤ 201 V equivalência do valor medido
precária ao de referência
Limite superior Evento que registra a
01 II de tensão 231 V <Valor≤ 233 V equivalência do valor medido
precária ao de referência
Limite inferior Evento que registra a
01 II de tensão Valor < 189 V equivalência do valor medido
crítica ao de referência
Limite superior Evento que registra a
01 II de tensão Valor > 233 V equivalência do valor medido
crítica ao de referência
Evento que registra a ligação
01 III Inversão de fase ----- errônea de fases nos bornes de
entrada
Evento que registra a detecção
01 III Falta de fase VA,VB ou VC = 0V
de falta de uma fase
Evento que registra a presença
IA, IB, IC ou IN > 0 A
Corrente sem de correntes de fase e de neutro
01 III (VA,VB,VC = 0V e
tensão sem a detecção de tensões de
VAB, VBC e VCA = 0V)
linha e de fase
Evento que registra a
ultrapassagem do valor medido,
Desequilíbrio de
01 III Valor > 10% entre fases referente à maior diferença
corrente
entre as correntes de fase, em
relação ao de referência
Acionamento de Evento que registra as ações de
01 IV Abertura ou fechamento
relé abertura e fechamento do relé
Evento que registra a ação de
Acionamento do Pressionamento do
01 IV pressionamento do botão
botão reset botão interno
interno de reinicialização
75

Evento que registra a ausência


Sem sincronismo Atualização de data e
01 IV de atualização da data e da hora
nas últimas 24h hora
por mais de 24h
Evento que registra a ocorrência
01 IV Falha de hardware Rotinas de auto teste de defeito de hardware na
execução das rotinas de teste
Evento que registra a existência
Interferência de intensidades de campo
01 V 80 mT <Valor< 500 mT
eletromagnética magnético induzido de acordo
com o valor de referência
Evento que registra a detecção
Interferência de
01 V Espectro de luz visível de luz incidente fora do valor de
luminosidade
referência
Evento que registra o sentido de
Sentido de fluxo de
01 V Fluxo reverso fluxo das energias ativa e
energias ativa e reativa
reativa da carga para a fonte
Evento que registra a
Limite de
02 I 20 kW ultrapassagem do valor medido
demanda
em relação ao de referência
VA,VB,VC ≠ 0V e Evento que registra a detecção
Presença de fase
02 I VAB, VBC e VCA ≠ 0V da presença de tensão após os
após relé
(com relé aberto) relés de corte e religamento
Alterações de Parâmetros de Evento que registra as
02 II parâmetros de configuração e de atualizações dos parâmetros de
configuração fechamento de fatura referência
Evento que registra as
Atualização de Programa instalado no
02 II atualizações da versão do
firmware hardware
firmware interno
Evento que registra a
Atuação de Reset de funcionamento reinicialização do hardware em
02 II
watchdog do hardware situações de funcionamento
inconsistente
Fonte: Elaborada pelo autor.

3.4.5 Gráficos

Através da funcionalidade “Gráficos”, pode-se consultar nas abas “Tensão” e


“Energia”, mediante um intervalo de datas selecionado, as informações históricas sobre as
medições elétricas de tensão e energia.
O campo “Intervalo de datas” corresponde ao espaço para a seleção do intervalo do
período a ser consultado. As datas inicial e final podem ser selecionadas através de
componentes gráficos de calendários, atualizados dinamicamente, de acordo com as datas de
registros de medições coletadas.
Ao pressionar o botão “Atualizar”, as informações do campo “Registros” são
processadas e preenchidas. Neste campo, há um resumo sobre a quantidade total de registros e
a duração total do intervalo consultado.
76

As informações resumidas sobre os processamentos gráficos acerca das medições das


tensões são disponibilizadas conforme as abas:
 Fase A (Tensão): no campo “Medições” são verificadas as informações sobre o
menor, médio e maior valores de tensão na fase A, registradas no intervalo
considerado. No campo “Faixas de transgressão”, as informações sobre as faixas
adequada, precária e crítica são exibidas. O gráfico correspondente é gerado, com
os valores das medições e as marcações do valor médio total e das faixas de
referência de tensão elétrica;
 Fase B (Tensão): idem às descrições da aba anterior para a fase B;
 Fase C (Tensão): idem às descrições da aba anterior para a fase C;
 Todas as fases (Tensão): no campo “Medições” são verificadas as informações
sobre o menor e o maior valor de tensão, entre todas as fases, registradas no
intervalo considerado. No campo “Faixas de referência”, são exibidas as
informações sobre as faixas: precária e crítica. O gráfico correspondente é gerado,
com os valores das medições e as marcações das faixas de transgressão de tensão;
As informações resumidas sobre os processamentos gráficos acerca das medições das
energias são disponibilizadas conforme as abas:
 Medições (Energia Ativa): no campo “Valores registrados” são exibidas as
informações sobre o menor, médio e maior valores de energia ativa registradas no
intervalo considerado. O gráfico correspondente é gerado, com os valores das
medições e a marcação do valor médio total de energia ativa;
 Consumo (Energia Ativa): no campo “Consumo (kWh)”, as informações sobre
consumo de energia ativa, separado por bandeira tarifária ocorrida no intervalo
selecionado e distinta por posto tarifário são exibidas. Os valores totais também são
disponibilizados pelo campo “Geral”. O gráfico correspondente é gerado, contendo
os respectivos valores por tipo de bandeira e posto tarifários;
 Custos (Energia Ativa): no campo “Custos (R$)”, as informações sobre os gastos de
energia ativa, separados por bandeira tarifária ocorrida no intervalo selecionado e
distinta por posto tarifário são exibidas. Os valores totais também são
disponibilizados pelo campo “Geral”. O gráfico correspondente é gerado, contendo
os respectivos valores por tipo de bandeira e posto tarifários;
 Medições (Energia Reativa): idem às descrições da aba Medições (Energia Ativa),
aplicadas aos registros de energia reativa;
777

 Consuumo (Energ
gia Reativa)): idem às descrições
d da
d aba Conssumo (Enerrgia Ativa),,
aplicaadas aos reg
gistros de ennergia reativ
va;
 Custoos (Energiaa Reativa): idem às descrições
d da aba Cuustos (Energia Ativa),,
aplicaadas aos reg
gistros de ennergia reativ
va;
 Mediçções (Energ
gia Aparentee): idem às descrições da aba Meddições (Enerrgia Ativa),,
aplicaadas aos reg
gistros calcuulados de en
nergia apareente;
 Consuumo (Energ
gia Aparentee): idem às descrições da aba Connsumo (Enerrgia Ativa),,
aplicaadas aos reg
gistros calcuulados de en
nergia apareente.

3.5 F
Fluxogramaa de funcio
onamento

Baseado nas 05 priincipais funncionalidadees detalhadaas anteriorm


mente, um fluxogramaa
foi ellaborado paara indicar o sentido prrincipal de execução
e do
o software. A Figura 3.11 ilustra o
fluxoograma de funcionamen
f nto do SGM
MIee.
Figura 3.11 – Fluxxograma de fu
uncionamento do SGMIee.

borada pelo auutor.


Fonte: Elab
78

Tomando-se a orientação para fluxogramas observada em ISO (1985), “a” e “n” são
terminais, “b” e “c” representam decisões e “d”, “e”, “f”, “g”, “h”, “i”, “j”, “k”, “l” e “m”
representam processamentos.
Aplicado ao funcionamento do SGMIee, têm-se que:
 “a”: início da execução do programa;
 “b”: verifica se há conexão com o banco de dados;
 “c”: verifica se há porta de comunicação disponível;
 “d”: seleciona identificador do medidor;
 “e”: atualiza todas as informações da Página Fiscal;
 “f”: atualiza todas as informações de Consumo;
 “g”: seleciona período das Faltas de Energia;
 “h”: seleciona grupo dos Alarmes;
 “i”: seleciona intervalo de consulta dos Gráficos;
 “j”: atualiza todas as informações do Período Anterior;
 “k”: atualiza todas as informações do Período Atual;
 “l”: atualiza todas as informações do Grupo 01;
 “m”: atualiza todas as informações do Grupo 02;
 “n”: final da execução do programa.
Através da inicialização do software SGMIee, o sentido de fluxo é iniciado em “a”.
Em seguida, uma primeira decisão é realizada em “b”, referente à existência de conexão com
o banco de dados. Em caso negativo, há a finalização do fluxo através de “n”, uma vez que a
falta de conexão com o banco de dados é uma situação que inviabiliza várias ações de
gerenciamento implementadas em SGMIee, sendo finalizado por segurança.
Havendo conexão com o banco de dados, o sentido de fluxo segue, sendo realizada
logo em seguida mais uma decisão, em “c”, para verificar se há porta de comunicação
disponível. Essa verificação também é fundamental para o propósito implementado no
SGMIee, visto que transmissões entre o software e os medidores inteligentes são realizadas
via interface de comunicação conectada a alguma porta de comunicação da unidade
computacional. Novamente, a finalização em “n” é realizada por questão de segurança.
Encontrada alguma porta de comunicação disponível em “c”, o fluxo de
funcionamento prossegue até o processamento “d”, o qual representa a tela principal do
SGMIee carregada para que seja realizada a seleção do medidor desejado. Em seguida, as
informações do medidor inteligente selecionado são exibidas na tela principal e as abas das 05
79

funcionalidades são habilitadas ao usuário. Este pode escolher atualizar qualquer uma delas,
representadas por “e”, “f”, “g”, “h” e “i”.
Atualizando-se todas as informações em qualquer uma das funcionalidades “e” ou “f”,
ou então, selecionando-se o intervalo de consulta desejado em “i”, o fluxo é prosseguido com
os respectivos resultados e conduzido a uma eventual finalização do SGMIee. Os fluxos
bidirecionais, como em “e”-“f”, “f”-“g”, “g”-“h”, “h”-“i”, “g”-“j”, “g”-“k”, “j”-“k”, “h”-“l”,
“h”-“m” e “l”-“m” indicam que o usuário pode escolher atualizar as informações de outra
funcionalidade sem a necessidade de finalização do SGMIee.
Por exemplo, escolhendo atualizar as informações das Faltas de Energia em “g”, há
opções para atualizar as do Período Anterior, em “j”, ou as do Atual, em “k”. Caso a escolha
seja pela atualização das informações dos Alarmes, em “h”, as do Grupo 01 podem ser
atualizadas em “l” e as do Grupo 02 em “m”.
Como seguimento dos fluxos após os processamentos realizados em “e”, “f”, “j”, “k”,
“l”, “m” e “i”, é possível a finalização em “n”.

3.6 Implementação dos protocolos

No software SGMIee, as ações de transferências dos dados de medição são


implementadas baseadas no protocolo ABNT NBR 14522 (2008), utilizado para o
intercâmbio de informações para sistemas de medição de energia elétrica, e, também, no
protocolo ZigBee, utilizado em redes de comunicação sem fio aplicadas em atividades de
monitoramento e controle.
Neste trabalho, a utilização do ABNT NBR 14552 (2008) ocorre pela necessidade de
compatibilização nas trocas de informações de medições entre o SGMIee e os medidores
eletrônicos inteligentes, que são implementados com o referido protocolo pelo fabricante.
Considerando que os componentes do sistema de medição inteligente de energia elétrica
utilizado neste estudo possuem recursos de comunicação sem fio baseados no protocolo
ZigBee, as especificações do referido protocolo também foram agregadas às ações de
comunicação realizadas no SGMIee.
Breves definições e detalhamentos de implementação sobre ambos os protocolos
utilizados são dadas a seguir.
800

3.6.11 Definiçõess do protoco


olo ABNT N
NBR 14522
2

Observa--se que ass especificaações do protocolo


p ABNT
A NB R 14522 (2008) sãoo
impleementadas em diverso
os equipam
mentos para sistemas de
d medição de eletricid
dade, peloss
princcipais fabriccantes nacio
onais de solluções paraa o setor de energia eléétrica, como
o verificadoo
em L
Landis+Gyr (2013a), Ello (2013), E
Ecil Informáática (2013cc) e Nansenn (2013).
Os meddidores eletrônicos innteligentes, fornecidos pela em
mpresa Elettra Energyy
Soluttions, utilizzados na inffraestrutura de medição
o inteligentte deste trabbalho, têm o protocoloo
ABN
NT NBR 145522, versão
o 2008, impllementado no
n firmwaree interno.
Como deefinido em ABNT (20 08), trata-see de um paadrão para a troca de in
nformaçõess
comppatível entree os diferen
ntes equipam
mentos de um sistema de
d medição de energia.
Dentre os
o 13 tiposs de comunnicações dee dados esp
pecificadoss na normaa, para estee
trabaalho, foram utilizadas as especificcações paraa o tipo con
nvencional L
Leitor-Med
didor. Nestee
caso,, o Leitor é o equipameento que iniicia o estabelecimento da conexãoo e solicita o envio dass
inforrmações ao Medidor.
Nesse prrotocolo, ass interaçõess para transferências de blocos dee dados são
o realizadass
por m
meio de coomandos, enviados
e peelo Leitor ao
a Medidorr, e de resspostas, env
viados peloo
Mediidor ao Leitor, assim como sinaalizadores de
d comuniccação para sincronizaçção (ENQ),,
confi
firmação (AC
CK), erro (N
NAK) e atraaso (WAIT)).
Existem comandoss com respposta simplles, onde há
h apenas um bloco
o de dadoss
respoondido, e com respostta compostaa, com reto
orno formad
do por maiss de uma reesposta. Oss
comaandos para leitura
l de paarâmetros innstantâneoss exemplificcam o primeeiro tipo, en
nquanto quee
os coomandos paara a leitura da memóriaa de massa exemplificaam o segunddo.
Há 67 coomandos esspecificadoss no protoco
olo ABNT NBR 145222, sendo 23
3 de leitura,,
uração, 2 dee inicialização, 2 de informaçãoo, 1 de con
36 dde alteraçãoo e configu nexão, 1 dee
transsferência, 1 estendido e 1 reservaddo (ABNT, 2008). O co
omando refe
fere-se a um
m bloco com
m
um ttotal de 66 octetos, sen
ndo 64 de ttamanho fix
xo e 2 de checagem
c dde erro, calcculado peloo
algorritmo CRC11625. A Figu
ura 3.12 ilusstra a repressentação do
o bloco de ddados do com
mando.
F
Figura 3.12 – Bloco de dadoos de Comand
do do protocolo ABNT NBR
R 14522.

Fonte: Ad
daptada de (AB
BNT, 2008).

25
Corrresponde ao termo
t em ingllês Cyclic Reddundancy Cheeck (IBM, 2013a).
81

A respossta refere-see a um blocoo de dados com


c tamanh
ho total de 2258 octetos, sendo 2566
de taamanho fixoo e 2 de checcagem de errro, calculado pelo méttodo CRC166.
A Figuraa 3.13 ilustrra a represenntação do blloco de dad
dos de respoosta.
F
Figura 3.13 – Bloco de daddos de Respostta do protocollo ABNT NBR
R 14522.

Foonte: Adaptadda de (ABNT, 2008).


No SGM
MIee, esse protocolo
p é utilizado para
p as transferências dde dados uttilizando-see
interffaces de coomunicação sem fio RF
F e via porrta ótica, co
om as seguiintes definiçções: modoo
bidirrecional, assíncrono, 9600
9 Baud , 8 bits dee dados, 1 bit de iníciio e 1 bit de fim. Ass
descrrições sobree as temporrizações e aas delimitações dos com
mandos e reespostas preevistos peloo
protoocolo são enncontradas com
c detalhees em ABNT (2008).

3.6.22 Definiçõess do protoco


olo ZigBee

A associiação de com
mpanhias Z
ZigBee Alliaance, juntam
mente com oos integranttes do IEEE
E
802.115 WPAN Working
W Group,
G criouu um padrão
o contendo um
u conjunto
to de especiificações dee
comuunicação paara redes seem fio caraacterizadas por baixas taxas de ttransferênciias e curtoss
alcannces (FARA
AHANI, 201
11).
Os dispoositivos Zig
gBee operam
m nas faixaas de frequêência de 8668 MHz (1 canal), 9155
MHzz (10 canaiss) e 2,4 GHzz (16 canaiss), com taxaas de transfeerências de 220, 40, 100 e 250 kbpss
e alcances de até 100 m. Há suporte à criptografiaa dos dadoss pelo métoddo AES26 de
d 128 bits..
Em geral, a banda 2,4 GHz
G ISM costuma ser adotada mundialm
mente peloss principaiss
os eletrônicoos, pois posssibilita a máxima
fabricantes de equipamento m taxaa de transferência (2500
kbps) e o maior número de canais (16 canais).
Nas definições destte padrão, hhá a figura de
d três tiposs de disposiitivos quantto às regrass
de coomunicaçãoo: o Coordeenador, o R
Roteador e o Dispositiivo Final (C
Coordinator, Router e
End D
Device, noss termos em
m inglês). Um
m dispositiv
vo, ou nó, ZigBee
Z Cooordenador, atua
a como o
princcipal controolador da red
de PAN forrmada com os outros dispositivos.
d . Um nó Ro
oteador atuaa
comoo um retrannsmissor dee mensagenns na rede. Um nó Fiinal atua coom funçõess limitadas,,
apennas como um
m simples integrante da rede, seem atividad
des de contr
trole ou de repasse dee
inforrmações de outros dispositivos.

26
Corrresponde ao termo
t em ingllês Advanced E
Encryption Sttandard.
822

Mais esspecificamen
nte, o nó Coordenad
dor é respo
onsável porr selecionaar o canal,,
identtificar (PAN
N ID, no teermo em innglês), determinar a po
olítica de ssegurança e persistir a
tabella de nós asssociados da
d rede. Em
m uma rede PAN ZigB
Bee, há a figgura de apeenas um nóó
Coorrdenador. Os
O nós Roteeadores, um
ma vez assocciados à red
de, podem permitir a inserção
i dee
um nnovo nó aoo agrupamento. Pode ttambém se comunicarr com os deemais nós e rotear oss
pacotes de dadoos trafegados na rede.
Cada nó ZigBee po
ossui dois eendereços diferentes: um
u de 64 biits (ZigBee ID), que o
identtifica unicaamente, e um
m de 16 biits (PAN ID
D), que ideentifica a reede em quee o nó estáá
assocciado. O prootocolo ZigBee oferecee suporte ao
o funcionam
mento dos nóós em uma rede ponto--
a-ponnto27, dispostos analogamente a uma esstrutura de malha28. Esta conffiguração é
denoominada de RF Mesh, sendo caractterizada porr ser uma reede sem fio onde os nós interagem
m
pontoo-a-ponto, sem restriçções de coomunicação entre os nós (FARA
AHANI, 20
011). Estess
conceitos são coonsiderados para o funccionamento do SGMIee.
A Figuraa 3.14 ilustrra a disposiçção dos nóss na rede RF
F Mesh ZigB
Bee em quee o SGMIeee
é apllicado.
Figura 3.114 – Disposição dos nós naa rede RF Messh do referido sistema de meedição inteligente.

Fonte: Elaborada
E pelo
o autor.

27
Corrrespondente ao
a termo em inglês Peer-to -Peer.
28
Corrrespondente ao
a termo em inglês Mesh.
83

Neste tipo de configuração de rede sem fio, as ações de repasses dos pacotes de dados
são realizadas mediante um algoritmo de roteamento AODV29 baseado em saltos múltiplos30,
do nó de origem, passando pelos nós intermediários, até o nó de destino, onde é buscada a
menor distância disponível no momento da comunicação. Nós Roteadores e Coordenadores
podem participar deste processo de estabelecimento da rota (DIGI, 2012b).
Os módulos ZigBee utilizados nos equipamentos que compõem o sistema de medição
de energia elétrica em que o SGMIee tem sido aplicado, foram o XBee-PRO S2B ZB (DIGI,
2012a). Conforme definido em Digi (2012b), as especificações para operações com os
pacotes ZigBee Transmit Request (0x10), ZigBee Transmit Status (0x8B) e ZigBee Receive
Packet (0x90), da API Operations para pacotes de dados UART31, foram implementadas no
SGMIee.
O primeiro tipo de pacote refere-se ao formato para a transmissão dos dados. O
segundo refere-se ao formato do pacote enviado pelo módulo indicando a confirmação de
transmissão ou de erro dos dados. O último refere-se ao formato dos pacotes recebidos pela
controladora serial UART. Na Figura 3.15 pode-se observar o formato padrão para os pacotes,
de tamanhos variáveis, utilizados nas transmissões pela UART com ZigBee.
Figura 3.15 – Formato dos pacotes UART ZigBee.

Fonte: (DIGI, 2012b).


No caso do SGMIee, há uma composição entre os protocolos ABNT NBR 14522 e o
ZigBee. Os pacotes dos comandos ABNT NBR 14522 a serem enviados para os medidores
formam a parte de dados úteis do pacote ZigBee Transmit Request, enquanto que as respostas
do ABNT NBR 14522 formam a parte de dados úteis do pacote ZigBee Receive Packet.
O detalhamento completo sobre o funcionamento do firmware, as especificações
técnicas, os procedimentos de roteamento, as configurações de criptografia, bem como sobre
as definições dos formatos dos pacotes ZigBee utilizados pode ser verificado no manual do
produto em Digi (2012b).
29
Correspondente ao termo em inglês Ad-hoc On-demand Distance Vector routing (DIGI, 2012b).
30
Correspondente ao termo em inglês Multihopping (DIGI, 2012b).
31
Correspondente ao termo em inglês Universal Asynchronous Receiver/Transmitter.
84

3.7 Considerações parciais

Neste terceiro capítulo, foi realizado o detalhamento sobre o software SGMIee,.


Esclarecimentos sobre os conceitos básicos, as principais características e funcionalidades que
possibilitam a gestão da medição inteligente de energia elétrica foram apresentadas.
A definição do esboço de um ambiente de medição inteligente a qual o SGMIee pode
ser aplicado, possibilita uma visão inicial do tipo de aplicação que trata a proposta, assim
como as tecnologias de comunicação e equipamentos inerentes ao escopo da pesquisa.
Ao detalhar as tecnologias e os recursos utilizados no desenvolvimento do respectivo
software, comenta-se sobre as principais características de utilização e aplicação ao SGMIee.
Desta forma, as justificativas técnicas e financeiras sobre as escolhas de cada recurso são
esclarecidas. Java, MySQL e Netbeans IDE foram os recursos mais explorados ao longo do
desenvolvimento do SGMIee.
SGMIee é baseado em 05 principais funcionalidades para o gerenciamento de energia
elétrica. Há a possibilidade de consultas de dados medidos atualizados instantaneamente.
Valores dos totalizadores de consumo e demanda das energias ativa, reativa e aparente e os
níveis de adequações das tensões elétricas mediante as faixas de referência são exemplos de
informações processadas e disponibilizadas pelo SGMIee aos usuários, possibilitando-lhes um
maior nível de consciência dos montantes de energia consumidos e um acompanhamento
efetivo da qualidade de energia elétrica relacionada às tensões elétricas. As principais
implementações para indicações visuais diferenciadas mediante às condições de referência
para as funcionalidades foram comentadas.
As explicações resumidas sobre os eventos de alarmes gerados foram apresentadas.
Observa-se que há valores de referência programáveis, como nos casos dos alarmes que
representam a ultrapassagem de limites, assim como há valores de referência pré-definidos,
como os de detecção de falta de fase e corrente sem tensão, e os de mudança de estado de
parâmetros internos, tais como o acionamento do botão de reset e atualização de firmware.
Em geral, os registros dos eventos destes alarmes podem auxiliar na indicação de possíveis
condições de erros de instalação, fraudes ou falhas no hardware dos medidores inteligentes.
Os gráficos gerados refletem os perfis das medições sobre tensões e energia elétrica.
Há também a disponibilização gráfica das quantidades de energia consumida e das estimativas
de custos financeiros associados, com detalhamentos por tipo de bandeira tarifária e por posto
85

tarifário. Neste caso, os conceitos da tarifa branca e das bandeiras tarifárias já são
considerados.
Com o objetivo de melhor expor a ideia de funcionamento do SGMIee, utilizou-se um
fluxograma que delineia os possíveis fluxos de funcionamento ao longo da execução do
software. Considera-se que a estratégia de elaboração do diagrama de fluxo esclarece a
divisão dos processamentos de cada funcionalidade.
Na parte final do capítulo, os comentários sobre alguns conceitos e detalhes das
implementações dos protocolos junto ao SGMIee foram realizados. Mediante a necessidade
de composição entre os protocolos, as definições sobre o protocolo ABNT NBR 14522 e o
protocolo ZigBee foram abordadas.
A escolha de implementação utilizando o protocolo ABNT NBR 14522 foi devido à
consolidada utilização do protocolo nacional em sistemas de medição de energia elétrica. A
escolha pelo protocolo ZigBee foi devido às características de suporte a redes sem fio RF
Mesh e criptografia. Outro fator determinante foi a disponibilidade dos equipamentos do
referido sistema com ambos os protocolos implementados pelo fabricante Eletra Energy
Solutions.
Mediante os esclarecimentos expostos, no capítulo seguinte será abordada a
composição do cenário de medição inteligente em que a ferramenta computacional SGMIee
tem sido aplicada.
86

CAPÍTULO 4
CENÁRIO DE MEDIÇÃO INTELIGENTE DE ENERGIA ELÉTRICA UTILIZADO E
METODOLOGIA DE APLICAÇÃO DOS TESTES

Com o intuito da realização de testes, análise das informações de medições e eventuais


adequações nas funcionalidades de gerenciamento, o software SGMIee tem sido aplicado a
um cenário de medição inteligente de energia elétrica.
Em parceria proveniente do projeto Sistema de Medição e Gerenciamento de Energia
Elétrica (CNPq), a empresa local Eletra Energy Solutions (ELETRA ENERGY SOLUTIONS,
2013a), fabricante de soluções de medição de energia elétrica, realizou a doação de 05
unidades de medidores eletrônicos inteligentes trifásicos, 01 unidade de interface de
comunicação sem fio, 01 unidade de interface de comunicação via porta ótica e 01 unidade de
equipamento In-Home Display (IHD). Suporte técnico às etapas de implantação e
desenvolvimento do sistema de medição inteligente também foi realizado pela empresa.

4.1 Descrição do cenário de medição inteligente de energia elétrica

Cada medidor inteligente é dotado de 02 interfaces de comunicação: 01 via


radiofrequência com o protocolo ZigBee e 01 via porta ótica. A comunicação entre os
medidores inteligentes doados é baseada no protocolo ABNT NBR 14522 (ABNT, 2008),
utilizado para o intercâmbio de informações em sistemas de medição de energia elétrica.
Contudo, mediante o uso da interface de comunicação sem fio via RF, o protocolo ABNT
NBR 14552 implementado é agregado ao protocolo ZigBee para a viabilização das
transferências dos dados de medições.
As interfaces de comunicação sem fio e via porta ótica, doadas podem ser utilizadas
em uma unidade computacional, através de conexão à USB. Um notebook foi disponibilizado
para servir como unidade computacional central de gerenciamento da medição. A unidade
IHD está configurada com o chip ZigBee na função de coordenador e os chips das demais
interfaces (medidores e porta USB) como roteadores.
Mediante os equipamentos medidores inteligentes, as interfaces de comunicação sem
fio, a unidade computacional notebook e o IHD, foi proposta a montagem de uma
infraestrutura de medição inteligente, baseada em uma rede RF em topologia Mesh, para as
877

transsferências de
d registro
os de meddição dos pontos dee medição até o so
oftware dee
gerennciamento da
d medição de energia elétrica.
ma de mediçãão inteligen
O cenário do sistem nte proposto
o é visto na FFigura 4.1.
Figura 4.1 – Cen
nário ilustrativvo da infraestrrutura de mediição inteligent
nte proposta.

Fontee: Elaborada pelo


p autor.

4.1.11 Pontos de medição

ma de medição inteligeente de eneergia elétricca foi installado em 05


O sistem 5 pontos dee
mediição distribuídos da esstrutura físiica pertenceente ao DE
EE/CT/UFC
C. Na Tabella 4.1 estãoo
dispoostas as idenntificações e descriçõess dos ponto
os de mediçãão.
Tabela
T 4.1 – Descrições do
os pontos de medição.
m

Medid dor
Descrição do local Cargas
C insttaladas
instalaado
Labooratório de Eficiência
Tom
madas mono ofásicas e trrifásicas, ilu
uminação,
Enerrgética e Máquinas MED__10
condicionado
ores de ar e motores triifásicos
Mottriz (LAMO OTRIZ)
Labooratório do Grupo de
Pesqquisa em Auutomação e MED__11 Tom
madas mono
ofásicas e trrifásicas e illuminação
Robótica (GPA AR)
Labooratório de práticas de
MED__12 Tom
madas mono
ofásicas e trrifásicas e illuminação
Circcuitos Eletrooeletrônicoss
Tomadas monofásicaas, iluminaçção e
Gabinetes dos professores
p MED__13
condicionador
ores de ar
Tomadas monofásicaas, iluminaçção e
Secrretaria MED__14
condicionador
ores de ar
Fontee: Elaborada pelo autor.
88

Na Tabela 4.2, são observadas as distâncias aproximadas entre os equipamentos que


compõem o sistema de medição inteligente instalado, como disposto na Figura 3.14.
Tabela 4.2 – Distâncias aproximadas entre os equipamentos do sistema de medição inteligente.

Equipamento Equipamento Distância


origem destino aproximada
SGMIee Desktop IHD 1m
SGMIee Desktop MED_10 13 m
SGMIee Desktop MED_11 10 m
SGMIee Desktop MED_12 12 m
SGMIee Desktop MED_13 25 m
SGMIee Desktop MED_14 22 m
IHD MED_10 14 m
IHD MED_11 11 m
IHD MED_12 8m
IHD MED_13 20 m
IHD MED_14 23 m
MED_10 MED_11 5m
MED_10 MED_12 15 m
MED_10 MED_13 38 m
MED_10 MED_14 12 m
MED_11 MED_12 5m
MED_11 MED_13 35 m
MED_11 MED_14 32 m
MED_12 MED_13 30 m
MED_12 MED_14 34 m
Fonte: Elaborada pelo autor.
Em decorrência do espaço físico dos quadros elétricos de distribuição já implantados,
os medidores inteligentes foram instalados com adequações de proteção, através da utilização
de parafusos e buchas para afixação na parede, próximos aos respectivos quadros elétricos,
eletrodutos flexíveis de PVC de 1”, cabos condutores com seções nominais de 6 e 10 mm2,
conforme as necessidades em cada quadro instalado. Em todos os casos, os medidores foram
instalados a jusante de dispositivos de proteção, como fusíveis Diazed e disjuntores
termomagnéticos, já existentes.
As instalações dos medidores inteligentes junto aos quadros de distribuição em baixa
tensão foram realizadas com o auxílio técnico de eletricistas do setor de manutenção do
CT/UFC. Por se tratar de instalações temporárias, foram afixados avisos sobre o caráter de
testes temporários dos equipamentos do sistema de medição.
As Figuras 4.2, 4.3, 4.4, 4.5 e 4.6 ilustram os medidores inteligentes instalados nos
pontos de medição 01 (Laboratório LAMOTRIZ), 02 (Laboratório GPAR), 03 (Laboratório
de Circuitos Eletrônicos), 04 (Gabinetes dos professores) e 05 (Secretaria do DEE),
respectivamente.
89

Figura 4.2 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 01.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Figura 4.3 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 02.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Figura 4.4 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 03.

Fonte: Elaborada pelo autor.


90

Figura 4.5 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 04.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 4.6 – Medidor inteligente instalado no ponto de medição 05.

Fonte: Elaborada pelo autor.

4.1.2 O medidor eletrônico inteligente utilizado

Mediante a parceria estabelecida entre o DEE/UFC e a empresa Eletra Energy


Solutions, através do projeto CNPq para o desenvolvimento de um sistema de medição
inteligente de energia elétrica, 05 unidades de medidores eletrônicos inteligentes foram
doadas pela empresa fabricante dos equipamentos medidores.
91

Na Figura 4.7, o medidor eletrônico inteligente utilizado é ilustrado.


Figura 4.7 – Medidor eletrônico inteligente utilizado no trabalho.

Fonte: Elaborada pelo autor.


As principais características elétricas dos respectivos medidores inteligentes são
observadas a seguir:
 Tensão nominal: 120/240 VAC;
 Faixa de operação da tensão: 80 – 120%Vn;
 Corrente nominal: 10 (120) A;
 Frequência de operação: 50 ou 60 Hz;
 Faixa de operação da frequência: ± 5%;
 Faixa de temperatura de operação: -10ºC a 80ºC;
 Conexão: sistemas em estrela de 3 ou 4 fios;
 Potência (burden) máxima: 2 W;
 Faixa de umidade relativa de operação: 0 a 95%;
 Classe de exatidão: B (1%);
 Tipo de mostrador gráfico: mostrador remoto (IHD associado);
 Corrente de partida: 0,4% da corrente nominal para energia ativa (Wh) e 0,5%
da corrente nominal para energia reativa (varh);
 Dígitos para exibição de energia (kWh ou kvarh): 5 inteiros e 0 decimais;
 Resolução das potências ativa e reativa: 1 Wh e 1 varh;
 Dígitos para exibição de demanda (kW): 3 inteiros e 2 decimais;
 Classe de isolação: II (de acordo com a NBR14519 e NBR14520);
 Classificação de proteção: IPW52, de acordo com a NBR 6146;
92

 Alimentação auxiliar: supercapacitores para RTC e sensores


(aproximadamente 110 horas consecutivas);
 Saída de comunicação RS 232 (ABNT NBR 14522);
 Porta ótica de comunicação;
 Comunicação RF (2,4 GHz, ZigBee, DSSS PHY e O-QPSK);
 Saída de pulsos;
 Bornes de conexão de entrada: 4 a 50 mm2.
As principais características funcionais dos respectivos medidores inteligentes são:
 Valores instantâneos de tensões de fase e de linha, correntes de fase e de
neutro, defasagens angulares das tensões e entre correntes e tensões por fase,
fator de potência por fase e trifásico, potências, energias e demandas ativas e
reativas indutivas e capacitivas (Página fiscal);
 Memória de massa de 06 canais (energia ativa, energia reativa indutiva,
energia reativa capacitiva, tensão de fase A, tensão de fase B e tensão de fase
C), com capacidade para 45 dias, em intervalos de até 05 minutos;
 Registro bidirecional (configurável) de energias ativa, reativa indutiva e reativa
capacitiva (não considera a influência das frequências harmônicas);
 Indicação frontal de medição de energia elétrica através de pulsos por kWh e
kvarh;
 Indicação de funcionamento do medidor;
 Integração com mostrador remoto (IHD);
 Medição de energia por fase em registradores separados;
 04 postos tarifários (configuráveis);
 Reposição de demanda manual ou automática (configurável);
 Tabela calendário para feriados;
 Registro de eventos e alarmes;
 Registro das últimas 40 faltas de energia;
 Relé integrado (corte e religamento remotos);
 Atualização remota de firmware;
 Recurso de certificação digital;
93

4.1.3 Composição da unidade de gerenciamento da medição inteligente

O software SGMIee, a estrutura de banco de dados e a interface de comunicação RF


ZigBee foram integrados em um computador notebook, formando a unidade computacional
para gestão das informações do sistema de medição inteligente.
Como recursos de hardware e software da respectiva unidade computacional de
gerenciamento de energia elétrica, foram utilizados os seguintes componentes:
Notebook
 Marca: Samsung
 Modelo: RF511-SD3;
 Sistema Operacional: Windows® 7 Professional Original (64 Bits);
 Processador: Intel i7Core 2ª geração 2630QM (2.2 GHz, 6MB cache);
 Memória RAM: 8 GB DDR3 1333 MHz (2x 4 GB SODIMM);
 Disco rígido: 1 TB 5400 rpm SATA II;
 Unidade óptica: BluRay Reader (SATA), Super Multi Dual Layer;
 Tela: 15.6" LED HD 16 : 9 Brilhante / 1366 x 768 (HD);
 Placa de vídeo: NVIDIA GeForce GT540M 2GB dedicada;
 Conectividade: Bluetooth 3.0, 802.11 b/g/n e Gigabit 10/100/1000 LAN;
 Portas USB: 04 entradas (2x USB 2.0 energizadas e 2x USB 3.0);
 Conectores: HDMI, RJ-45, VGA e P2;
 Bateria/Fonte:: 6 células/90 W.

Softwares
 Windows 7 Professional versão 6.1 x86 (64-bit);
 Java SE Development Kit – versão 1.7.0 update 45 (32-bit);
 Java SE Runtime Environment 1.7.0_45-b18 (32-bit);
 MySQL Community Edition – versão 5.6.14.0 (64-bit);
 MySQL Workbench – versão 6.0 Build 6.0.7.11215 (64-bit);
 SGMIee – versão 1.0.
94

Interface de comunicação sem fio RF


 Fabricante: Digi;
 Modelo: XBee-PRO ZB W/WIRE ANT (XBP24BZ7WITB003);
 Taxa de transmissão: 250 kbps;
 Alcances indoor: 90m;
 Potência de transmissão: 63 mW (+18 dBm);
 Frequência de operação: 2,4 GHz / 16 canais;
 Taxa porta serial: 1200 bps – 1Mbps;
 Criptografia: 128-bit AES;
 ID: PAN-ID (64-bit IEEE MAC);
 Tensão de operação: 2,7 – 3,6 VDC;
 Protocolo: ZigBee Protocol;
 Rede: suporte a RF Mesh.
 Configuração: Router

Interface de comunicação via porta ótica


 Fabricante: não disponível;
 Modelo: não disponível;
 Acoplamento: Ótico infravermelho modulado em PWM
 Elemento emissor: Infravermelho;
 Elemento receptor: Foto-transistor cristalino;
 Taxa porta serial: 9600 Baud +-2%;
 Tipo: Assíncrono (8 bits/1start bit/1stop bit);
 Modo: Bidirecional não simultâneo;
 Protocolo: ABNT NBR 14522;
 Rede: ponto a ponto direto;
 Comprimento: 1 m.
A Figura 4.8 ilustra o conjunto de hardware e software utilizado na aplicação do
SGMIee ao sistema de medição inteligente instalado no DEE/CT/UFC.
95

Figura 4.8 – Conjunto de hardware e software utilizado na aplicação do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.

4.2 Metodologia de aplicação e avaliação dos testes

SGMIee corresponde a uma proposta de ferramenta computacional para a aplicação


em um sistema de gerenciamento de energia. A ideia é a de que as funcionalidades
implementadas no software possibilitem um nível satisfatório de gerência dos dados de
medição, armazenando-os adequadamente, para eventuais consultas objetivando-se dispor, em
tempo quase real, informações processadas sobre o estado e as grandezas elétricas associadas
aos pontos de medição interligados, assim como seja possível analisar registros de alarmes e
notificações de valores excessivos na rede elétrica e sobre os consumos e os custos das
energias ativa, reativa e aparente.
Como metodologia de teste da proposta, o software SGMIee tem sido aplicado ao
efetivo gerenciamento dos registros dos 05 pontos de medição instalados, realizando diversas
interações bidirecionais de comunicação via RF Mesh para as transferências dos dados e
consequentes processamentos das informações.

4.2.1 Base amostral utilizada

Como base amostral para os testes de validação e coleta dos resultados do software,
dados de medições dos pontos de medição 01, 02, 03, 04 e 05, correspondentes ao período de
04 meses (jun./2013 a set./2013) de funcionamento do sistema de gerenciamento de medição
inteligente, foram aplicados ao SGMIee.
96

Para a composição do histórico de memória de massa dos medidores inteligentes, os


dados correspondentes às medições dos 06 canais (Energia Ativa, Energia Reativa Indutiva,
Energia Reativa Capacitiva, Tensão de Fase A, Tensão de Fase B e Tensão de Fase C) foram
registrados a cada intervalo periódico de 10 minutos.
A Figura 4.9 ilustra a representação da disposição dos registros armazenados no banco
de dados do SGMIee, mediante a ferramenta administrativa MySQL Workbench.
Figura 4.9 – Representação dos registros de medições na base de dados interligada ao SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Para esta taxa de formação de 06 registros por hora, em um dia, um medidor forma
144 registros de medições dos canais de energias e tensões de fase. Considerando-se o período
de 04 meses da base amostral, foram armazenados, por medidor, cerca de 17280 medições.
Para o conjunto de 05 medidores inteligentes, 86400 registros compõem a respectiva base
amostral aplicada às ações de testes e validações do software.
Durante este período, eventos de faltas de energia, registros de alarmes e alterações
dos consumos das energias foram registrados, proporcionando uma variedade de situações
ocorridas que devem ser evidenciadas pelas informações processadas sobre as medições.

4.2.2 Ponto de medição escolhido como estudo de caso

Mediante o período de desenvolvimento e acompanhamento do funcionamento do


sistema de medição inteligente de energia elétrica, observou-se que as medições registradas
pelo medidor inteligente (MED_10) instalado no ponto de medição 01 (Laboratório
97

LAMOTRIZ) indicaram situações de uso de eletricidade mais consideráveis em comparação


aos demais pontos de medição.
Intensidades totais de correntes mais elevadas em vários períodos diários, relativa
atividade aos fins de semana, variações nos valores das tensões trifásicas e dos fatores de
potência, bem como consideráveis registros de energias ativa, reativa e aparente.
Conforme exposto na Tabela 4.1, a natureza de cargas resistivas e indutivas instaladas
no laboratório de ensaios de motores LAMOTRIZ reflete as substanciais variações
mensuradas pelos equipamentos medidores e observadas na central de gerenciamento da
medição inteligente.
Diante disto, a abordagem adotada para a realização dos testes com o SGMIee é
baseada na plena execução da aplicação para o gerenciamento da medição inteligente
relacionado aos dados do ponto de medição 01, através do MED_10.
Para a verificação do comportamento das funcionalidades “Página Fiscal”,
“Consumo”, “Faltas de Energia” e “Alarmes” do SGMIee, foram realizadas ações de
atualizações e processamentos das informações instantâneas do MED_10 tomando-se como
referência o dia 01/11/2013.
A funcionalidade “Gráficos” é caracterizada pelas ações de processamento das
informações baseadas em dados de históricos de medições armazenados no banco de dados do
sistema de gerenciamento de energia elétrica. Como testes de validação desta opção onde são
geradas informações sobre os perfis das grandezas de energias e tensões, assim como sobre os
consumos e os custos de uso de eletricidade, o conjunto amostral de 86400 registros foi
aplicado.

4.2.3 Considerações utilizadas nos testes e análises dos resultados

Com o objetivo de esclarecimento sobre a metodologia de testes e de análises dos


resultados obtidos através da utilização do SGMIee, algumas considerações são realizadas a
seguir:
 As ações de inicialização do software SGMIee são compreendidas até a
confirmação de inicialização completa exibida na tela inicial;
 O SGMIee suporta a utilização das interfaces de comunicação via porta óptica
e via módulo RF ZigBee;
98

 As informações técnicas sobre os medidores inteligentes instalados nos pontos


de medição foram cadastradas previamente no banco de dados relacionado;
 As informações processadas e exibidas através das funcionalidades “Página
Fiscal”, “Consumo”, “Faltas de energia” e “Alarmes” do SGMIee são baseadas
em consultas com dados de medições instantâneas ao respectivo medidor;
 As informações processadas e exibidas através da funcionalidade “Gráficos”
do SGMIee são baseadas em consultas aos dados de medições históricas
armazenadas no banco de dados relacionado;
 Os ângulos das tensões de fase e as defasagens entre tensões e correntes
apresentados nos componentes gráficos na funcionalidade “Página Fiscal”
representam ilustrações aproximadas das medidas;
 O sentido de sequenciamento de fase é realizado tomando-se como referência a
tensão de fase A, sendo a sequência ABC considerada como direta e a CBA
como inversa;
 O fator de potência unitário é o maior valor aceitável para as medições, sendo
o valor de 0,92 indutivo tomado como referência para os registros de alarmes
de ultrapassagem do limite;
 Os valores de potência aparente por fase e trifásico são calculados mediante as
definições para sistemas trifásicos balanceados, observadas em (IEEE, 2010);
 Considera-se como sentido direto a situação do fluxo de energia da fonte para a
carga. O sentido contrário é tido como reverso. A denominação “Líquida” é
referente ao resultado dos efeitos das energias e demandas elétricas nos
sentidos direto e reverso;
 Em nenhum dos pontos de medição instalados há a situação de sentido reverso
de energias elétricas;
 O intervalo de medição de demanda das energias é baseado no intervalo de 15
minutos;
 As marcações dos totalizadores de energias e demandas representam os
montantes acumulados desde o início do funcionamento dos medidores
inteligentes;
 Na aba “Líquida”, de “Demanda”, na funcionalidade “Consumo”, não são
considerados os efeitos os resultantes das medições de “Máxima demanda
99

registrada”, visto que as marcações podem ocorrer em intervalos de medição


diferentes nos sentidos “Direta” e “Reversa”;
 A denominação “Período Anterior” refere-se ao intervalo que antecede as
ações de reposição de demanda, conforme observado em (ABNT, 2008). A
denominação “Período Atual” corresponde ao intervalo logo após as ações de
reposição de demanda até o momento atual da consulta;
 As classificações dos registros de “Faltas de energia” em “Interrupções
Momentâneas”, “Interrupções Temporárias” e “Interrupções Permanentes” são
baseadas apenas nos tempos de duração registrados nos eventos;
 Os valores dos limites correspondentes aos “Alarmes” foram previamente
configurados nos medidores;
 Os limites referentes às faixas de transgressão de tensão em regime permanente
considerados podem ser observados em (ANEEL, 2012a);
 Os intervalos considerados para os postos tarifários foram baseados nas
definições da concessionária local, COELCE, encontradas em COELCE
(2013a);
 Os valores das tarifas adotados para os postos tarifários foram baseados nas
definições da concessionária local, COELCE, encontradas em COELCE
(2013b). Como a modalidade tarifária branca ainda não se encontrava em vigor
durante os testes, a tarifa adotada para o posto tarifário intermediário foi igual à
do posto tarifário fora de ponta;
 Os valores das tarifas adicionais referentes às bandeiras tarifárias foram
baseados nas definições da regulamentação nacional da ANEEL, encontradas
em ANEEL (2013a);
 As análises dos resultados obtidos considerados como satisfatórios são
baseadas nas verificações de coerência com as indicações visuais
implementadas nas funcionalidades do SGMIee, assim como a
correspondência dos valores de acordo com as referências normativas
comentadas no trabalho.
100

4.3 Considerações parciais

Através da disponibilização dos equipamentos medidores inteligentes pela empresa


Eletra Energy Solutions, bem como dos devidos agendamentos de desenergizações nos
laboratórios, secretaria e gabinetes dos professores para as realizações das instalações dos
dispositivos medidores, a infraestrutura de medição foi implantada nos pontos de medição do
DEE/CT/UFC.
As ações de instalações dos medidores inteligentes, em conjunto com a equipe de
eletricistas do setor de manutenção do CT/UFC datam do mês de maio/2013, sendo realizadas
completamente em 10 dias.
O sistema de medição inteligente de energia elétrica entrou em operação em meados
do mesmo mês. Contudo, mediante a necessidade de configurações e ajustes nos
equipamentos instalados, não foi possível coletar os respectivos dados de medições do
período.
Considera-se que as ações de pesquisa e desenvolvimento do software baseado no
funcionamento do sistema começaram efetivamente a partir do mês de Jun./2013. Durante a
etapa de desenvolvimento do software proposto, após o estabelecimento do sistema de
medição energética, testes diários foram realizados com o intuito de compreender e realizar
eventuais alterações e correções no software, adaptando-o à realidade do sistema implantado.
No mês de Out./2013, após vários comportamentos de funcionamento observados e a
formação da memória de massa de medições de 120 dias, optou-se pela escolha de
investigação dos resultados onde os perfis processados representavam relevantes montantes
de energias consumidas. Isto se deu junto ao MED_10, instalado no Laboratório LAMOTRIZ,
o qual serviu de caso exemplo para a realização dos testes, resultados e análises da aplicação
do SGMIee neste caso.
As principais definições e esclarecimentos adicionais de implementação do SGMIEee
utilizados nos procedimentos metodológicos para a realização dos testes e nas posteriores
análises dos resultados obtidos são enfatizados na parte final.
Os testes e resultados obtidos através da aplicação do SGMIee ao cenário de medição
inteligente de energia elétrica do DEE/CT/UFC são expostos no capítulo seguinte.
101

CAPÍTUL
LO 5
APLICAÇ
ÇÃO DO SG A DE MEDIIÇÃO
GMIee AO SISTEMA
INTELIG
GENTE DO
O DEE/CT//UFC

O softwaare SGMIee desenvolvvido foi apllicado ao siistema de m


medição intteligente dee
energgia elétricaa instalado no DEE/C
CT/UFC, no
o intuito dee utilizá-loo como ferrramenta dee
gerennciamento da
d medição..
Dentre os
o procedim
mentos de testes com
m o softwaare, 54 iluustrações daas telas dee
funciionamento das 05 fu
uncionalidaades do SG
GMIee foram capturaadas para avaliar oss
resulltados obtiddos.

Apresentação e análisee dos resulttados


5.1 A

Os resulltados são apresentaddos e analissados na seguinte seqquência: In


nicialização,,
Conffiguração, Tela
T principal, Página F
Fiscal, Conssumo, Faltas de energiaa, Alarmes e Gráficos.

5.1.11 Inicializaçção do softw


ware

O processso de iniciialização doo software é baseado na interpreetação do có


ódigo-fontee
pela máquina virtual
v Javaa instalada na unidadee computaccional de eexecução. O diretório,,
conteendo o arqquivo comp
pilado da aaplicação (S
SGMIee.jarr) e os arqquivos das bibliotecass
adiciionais necesssárias à exeecução, posssui um tam
manho de 7 MB.
M
O SGMIIee é execu
utado por uum duplo clique
c no arquivo
a SGM
MIee.jar, in
nstalado naa
unidaade computtacional.
A Figuraa 5.1 ilustra o referido aarquivo da aplicação.
a
Figura 5.1
1 – Arquivo S
SGMIee.jar refferente ao soft
ftware da propposta.

Fonte: Elab
borada pelo auutor.
Ao execuutar o SGM
MIee, a tela dde inicializaação é carreegada e exibbida ao usu
uário. A telaa
é com
mposta peloo logo da ap
plicação e ppor compon
nentes gráficcos, que infformam sob
bre o estadoo
da innicialização ao usuário. A Figura 55.2 exibe a tela
t de inicialização.
1022

Figura 5.2 – Tela de iniciaalização do SG


GMIee.

Fo
onte: Elaboradda pelo autor.
MIee, duas verificaçõees são realizadas: umaa
Durante as ações de inicializaçção do SGM
relaccionada ao correto aceesso, local oou em redee, ao banco
o de dados e outra rellacionada à
dispoonibilidade de portas de comunicaação na unid
dade compu
utacional.
A verificação de acesso
a ao bbanco de dados
d é essencial paraa o funcion
namento doo
softw
ware. Há a necessidad
de de consuulta ao ban
nco de dado
os para obtter as inforrmações dee
identtificação e registros do
os medidorres inteligen
ntes que inttegram o siistema de medição.
m A
verifficação de disponibilida
d ade de porttas de comu
unicação é fundamental
f al para que se
s possa terr
assocciado algum
m canal de trransferênciaa de informações com o sistema dee medição.
Em casoo de erro em algumaa das verifficações, um
ma tela de aviso con
ntendo umaa
bre o resulttado da verrificação é exibida aoo usuário. Em
menssagem inforrmativa sob E caso dee
sucessso, a interrface gráficaa é carregaada e uma confirmação
c o de iniciallização da aplicação é
exibiida na tela. As
A Figuras 5.3 e 5.4 iluustram as siituações com
mentadas.
Figu
ura 5.3 – Aceesso ao banco de dados e veerificação das portas de com
municação na iinicialização do
d SGMIee.

Foonte: Elaboradda pelo autor.


1033

Figura 5.4
5 – Carregam
mento da inter
erface gráfica e confirmação
o de inicializaçção do SGMIee.

Foonte: Elaboradda pelo autor.


Como obbservado nas
n Figuras 5.2, 5.3 e 5.4, as verrificações oocorrem co
orretamente,,
vistoo que o funccionamento do softwarre é prosseg
guido. Em caso
c de erroos nas verifficações, ass
menssagens relaccionadas ao
os problemaas são exibiidas ao usu
uário e a exxecução da aplicação é
finaliizada, evitaando-se situaações incoeerentes para o funcionam
mento do SSGMIee.

5.1.22 Configuraação de com


municação

Logo appós a iniciaalização do SGMIee, a etapa de configuraçção dos parrâmetros dee


comuunicação é realizada. As
A definiçõees selecionaadas nesta etapa
e indicaam qual a porta,
p o tipoo
de innterface e o protocolo de
d comunicaação a serem
m utilizadoss.
Para a seeleção da po
orta de com
municação, no
n campo “P
Porta”, é exi
xibida uma lista
l com oss
nomees das portaas disponíveeis. Ao seleecionar o no
ome da porta desejadaa, a opção para
p escolhaa
do tiipo de inteerface de co
omunicaçãoo é habilitaada no cam
mpo “Interfaace”. No SGMIee,
S háá
suporte para a utilização
u de
d interfacess de comun
nicação via porta ópticca ou pelo módulo
m RF
F
ZigB
Bee. As duass opções são
o exibidas nna respectiv
va lista para seleção.
Escolhiddo o tipo de interface dee comunicaação, o camp
po “Protocoolo” é habiliitado para a
seleçção do tipo de protoco
olo. Na atuual versão do
d SGMIee, foi implem
mentado o suporte aoo
protoocolo ABNT
T NBR 145
522. Contuddo, há flexib
bilidade de adequação
a ddo código-ffonte para a
incluusão de futuuros protoco
olos de comuunicação paara sistemass de medição
ão deste tipo
o.
Finalizanndo as açõees de confiiguração dee comunicaçção, um ressumo sobree as opçõess
seleccionadas sãoo exibidas na
n parte infferior da tella para even
ntual consul
ulta, sendo habilitado
h o
botãoo para confiirmá-las efeetivamente.
1044

A Figuraa 5.5 ilustra as telas parra a etapa dee configuração da com


municação.
Figura 5.5 – Telas de co
onfiguração daa comunicação
o e de mensag
gem de confirm
mação do SGM
MIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.

5.1.33 Tela princcipal do SGM


GMIee

A tela prrincipal do software dee gestão de medição é carregada aao usuário nesta
n etapa..
O caampo “Meddidor” é haabilitado p ara a seleçção do iden
ntificador ddo medidorr desejado,,
mediiante uma liista de opçõ
ões consultaada no banco
o de dados.
Através da ação dee seleção ddo identificaador do meedidor deseejado, as in
nformações,,
cadastradas no banco
b de dados, do reespectivo medidor são consultadass e exibidass no campoo
“Meddidor”, na parte
p superio
or da tela.
Diante disto,
d as ab
bas referenntes às fun
ncionalidadees “Página Fiscal”, “Consumo”,
“ ,
“Falttas de energgia”, “Alarm
mes” e “Grráficos” são
o exibidas mediante
m a habilitação
o do campoo
“Opçções”. A Figgura 5.6 ilustra estas açções no SGM
MIee.
Figgura 5.6 – Tela principal co
om os dados doo medidor selecionado e as abas das funccionalidades do
d SGMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


105

Como resultados obtidos, na tela principal da aplicação, observa-se que o usuário pode
consultar, através da seleção do identificador, as informações de cada ponto de medição,
como o número de série, o modelo, o fabricante, o tipo de conexão, a frequência de operação,
o local instalado e o identificador ZigBee associado à interface de comunicação do medidor
inteligente. Na obtenção dos resultados, o medidor inteligente MED_10 foi selecionado.
Considera-se que este recurso permite um melhor nível de gestão dos pontos de
medição instalados, permitindo ao usuário obter as principais informações de identificação
dos medidores inteligentes que integram o sistema de medição.
Na parte inferior da aplicação, é utilizado um campo de texto informativo para
atualização das informações sobre o andamento de cada funcionalidade utilizada no SGMIee.

5.1.4 Página Fiscal

A Figura 5.7 ilustra os resultados obtidos para a atualização da aba “Página Fiscal”.
Figura 5.7 – Aba “Página Fiscal”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Observa-se que a última atualização registrada corresponde à data e hora de
01/11/2013 13h46min16s, estando coerente com os testes realizados.
O valor de 60,03 Hz é mostrado, sendo classificado como ADEQUADA junto à rede
elétrica. De fato, considerando-se os critérios para frequência, comentados na seção 3.3.1, a
representação visual da cor e o conteúdo do texto informativo do componente estão coerentes
para o campo “Frequência da rede”.
106

O valor de 30,6ºC é mostrado, sendo classificada como ADEQUADA junto à rede


elétrica. De fato, considerando-se os critérios para temperatura, comentados na seção 3.3.1, a
representação visual da cor e o conteúdo do texto informativo do componente estão coerentes
para o campo “Temperatura Interna”.
O texto INVERSA é mostrado. De fato, considerando-se os critérios para sequência de
fase, comentados na seção 3.3.1, a representação visual da cor e o conteúdo do texto
informativo do componente estão coerentes para o campo “Sequência de fase”.

5.1.4.1 Tensão

Conforme observado na Figura 5.7, no campo “Tensão de fase”, os valores de 218,94


V (ADEQUADA), 213,92 V (ADEQUADA) e 214,72V (ADEQUADA) são mostrados para
as tensões da fase A, B e C, respectivamente. Isto está de acordo com o funcionamento
esperado para esta opção, como comentado na seção 3.3.1 sobre os critérios para tensões de
fase.
No campo “Tensão de linha”, os valores de 380,81 V (ADEQUADA), 374,01 V
(ADEQUADA) e 366,30V (ADEQUADA) são mostrados para as tensões de linha AB, BC e
CA, respectivamente. Isto está de acordo com o funcionamento esperado para esta opção,
como comentado na seção 3.3.1 sobre os critérios para tensões de linha.
O campo “Ângulo da tensão de fase” informa sobre os ângulos, em graus (º), para cada
fase. Os valores de 0º, 123,23º e 244,74º são mostrados para as tensões de fase A, B e C,
respectivamente. Considera-se que está de acordo com o funcionamento esperado para esta
opção, uma vez que estes valores representam uma condição de sequenciamento inverso de
fase, como exibido no campo “Sequência de fase”. Os formatos gráficos que os valores são
exibidos também estão coerentes com os valores registrados.

5.1.4.2 Corrente

A Figura 5.8, a seguir, ilustra os resultados obtidos para a atualização da aba


“Corrente”.
107

Figura 5.8 – Aba “Corrente”, da funcionalidade “Página Fiscal”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Conforme observado na Figura 5.8, os valores de 11,89 A, 10,54 A e 10,56 A são
mostrados para as correntes nas fases A, B e C, respectivamente. Observando-se a
composição de cargas do local onde o MED_10 está instalado (Ponto de medição 01 –
Laboratório LAMOTRIZ), formada por tomadas monofásicas e trifásicas, circuitos de
iluminação, de condicionadores de ar e com a presença de motores, considera-se que valores
registrados e exibidos são coerentes com o perfil da instalação elétrica.
Através do valor exibido de 4,02 A no campo “Corrente de neutro”, pode-se inferir
diretamente a existência de uma condição de desbalanceamento de carga na referida
instalação elétrica.
No campo “Defasagem entre tensão e corrente”, os valores -20,65º, -18,78º e -18,44º
representam atrasos das ondas dos sinais de corrente em relação aos de tensão, definindo um
caráter majoritário de cargas indutivas na instalação, durante o referido momento monitorado.
A inspeção direta dos sinais dos valores de defasagens registrados permite a definição de
caráter resistivo, indutivo ou capacitivo.

5.1.4.3 Fator de potência

A Figura 5.9 ilustra os resultados obtidos para a atualização das informações da aba
“Fator de potência”, da funcionalidade “Página Fiscal” do SGMIee.
1088

Figurra 5.9 – Aba “Fator


“ de potên
ência”, da funccionalidade “P
Página Fiscal””, do SGMIee..

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


Conform
me observad
do na Figuraa 5.9, nos campos “Fattor de potênncia por fasse” e “Fatorr
de pootência trifá
fásico”, os valores
v de 00,94, 0,95, 0,95 e 0,94
4, respectivvamente, reffletem umaa
conddição de dessbalanceameento de cargga na instalaação, como observado anteriormen
nte.
As inforrmações co
ontidas nesttes camposs com a indicação IN
NDUTIVA para todas,,
conddizem com a situação reeal da installação no mo
omento da medição.
m

5.1.44.4 Potênciaa

A Figuraa 5.10 ilustrra os resultaados obtidoss para a atuaalização da aba “Potênccia”.


Fiigura 5.10 – Aba
A “Potênciaa”, da funcionalidade “Págin
na Fiscal”, doo SGMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


109

Conforme observado na Figura 5.10, no campo “Potência ativa por fase”, os valores
exibidos foram 2436,75 W, 2135,41 W e 2151,36 W, para as fases A, B e C, respectivamente.
No campo “Potência ativa trifásica”, o valor exibido foi de 6723,533 W, para o conjunto
trifásico. Considera-se que os valores são coerentes, uma vez que o valor trifásico
corresponde algebricamente às contribuições parciais por fase da potência ativa.
No campo “Potência reativa por fase”, os valores exibidos foram 918,24 var, 725,89
var e 717,15 var, para as fases A, B e C, respectivamente. No campo “Potência reativa
trifásica”, o valor exibido foi de 2361,28 var, para o conjunto trifásico. Considera-se que os
valores são coerentes, uma vez que o valor trifásico corresponde algebricamente às
contribuições parciais por fase da potência reativa.
No campo “Potência aparente por fase”, os valores exibidos foram 2604,02 VA,
2255,41 VA e 2267,74 VA, para as fases A, B e C, respectivamente. No campo “Potência
aparente trifásica”, o valor exibido foi de 7127,18 VA, para o conjunto trifásico. Considera-se
que os valores são coerentes, uma vez que o valor trifásico corresponde algebricamente às
contribuições parciais por fase da potência aparente.

5.1.5 Consumo de energia e demanda

Conforme observado na Figura 5.11, no campo “Bandeira Tarifária Atual”, a


indicação exibida é BANDEIRA VERMELHA. Verificando-se em ANEEL (2013a), o
acionamento da bandeira tarifária vigente para o subsistema Nordeste para o mês de
novembro, observa-se que a indicação está coerente com o valor previsto. Esta informação é
atualizada mediante consulta ao banco de dados com a indicação mensal atualizada.

5.1.5.1 Energia

A Figura 5.11, a seguir, ilustra os resultados obtidos para a aba “Direta”, em


“Energia”, da funcionalidade “Consumo”.
110

Figura 5.11 – Aba “Direta”, em “Energia”, da funcionalidade “Consumo”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Figura 5.12 ilustra os resultados obtidos para as aba “Reversa”, em “Energia”, da
funcionalidade “Consumo”.
Figura 5.12 – Aba “Reversa”, em “Energia”, da funcionalidade “Consumo”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Figura 5.13 ilustra os resultados obtidos para as aba “Líquida”, em “Energia”, da
funcionalidade “Consumo”.
111

Figura 5.13 – Aba “Líquida”, em “Energia”, da funcionalidade “Consumo”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Conforme observado na Figura 5.11, no campo “Energia Ativa”, da aba “Direta”, o
valor do total 9184824 Wh corresponde à soma algébrica dos valores dos totalizadores por
posto tarifário 1138687 Wh, 685137 Wh e 7361000 Wh.
No campo “Energia Reativa Indutiva”, o valor do total 1914203 varh corresponde à
soma algébrica dos valores dos totalizadores por posto tarifário 233782 varh, 133147 varh e
1547274 varh. Não houve registro de valores para o campo “Energia Reativa Capacitiva”.
No campo “Energia Aparente”, o valor do total 9382173 VAh corresponde à soma
algébrica dos valores dos totalizadores por posto tarifário 1162438 VAh, 697955 VAh e
7521860 VAh.
Conforme a Figura 5.13 foram observadas as mesmas coerências de valores
registrados para a aba “Líquida”, cujos valores são calculados considerando-se
algebricamente as medições no sentido de energias “Direta” e no de energias “Reversa”.
Neste caso, os valores registrados na aba “Líquida” foram iguais aos registrados na “Direta”,
uma vez que não houve registro de medições de energias no sentido da carga para a fonte
(“Reversa”), conforme a Figura 5.12.
112

5.1.5.2 Demanda

A Figura 5.14 ilustra a atualização das informações da aba “Direta”, em “Demanda”,


da funcionalidade “Consumo”.
Figura 5.14 – Aba “Direta”, em “Demanda”, da funcionalidade “Consumo”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Conforme observado na Figura 5.14, no campo “Demanda do último intervalo”, da
aba “Direta”, considerando-se o último intervalo de medição de 15 minutos, ocorreram os
registros de 6448 W, de demanda ativa, e de 1920 var de demanda reativa indutiva.
No campo “Máxima demanda registrada”, são observados os valores registrados das
máximas demandas para diferentes postos tarifários. Estes valores não necessariamente
ocorreram em um mesmo intervalo de medição.
No campo “Demanda acumulada”, os valores dos totalizadores das demandas ativa,
reativa indutiva e reativa capacitiva são exibidos para diferentes postos tarifários, sendo
contabilizados também em seus valores totais.
A Figura 5.15, a seguir, ilustra a atualização das informações da aba “Reversa”, em
“Demanda”, da funcionalidade “Consumo”.
113

Figura 5.15 – Aba “Reversa”, em “Demanda”, da funcionalidade “Consumo”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Figura 5.16 ilustra a atualização das informações da aba “Líquida”, em “Demanda”,
da funcionalidade “Consumo”.
Figura 5.16 – Aba “Líquida”, em “Demanda”, da funcionalidade “Consumo”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Na aba “Líquida”, são consideradas as influências das demandas registradas nos


sentidos “Direta” e “Reversa”. Neste caso, como não houve registro de medição para a
demanda “Reversa”, os valores presentes na “Líquida” são iguais aos da “Direta”, conforme
Figuras 5.14, 5.15 e 5.16.
114

5.1.6 Faltas de energia

As informações referentes aos períodos anterior e atual à data da ação de reposição de


demanda foram exibidas nas abas “Período Anterior” e “Período Atual”, respectivamente.

5.1.6.1 Período Anterior

A Figura 5.17 ilustra o resultado obtido das atualizações para a aba “Período
Anterior”.
Figura 5.17 – Aba “Período Anterior”, da funcionalidade “Faltas de energia”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Conforme verificado na Figura 5.17, para o “Período Anterior”, ocorreram 02 registros
de faltas de energia no período compreendido antes da última data de reposição de demanda.
O 1º registro teve uma duração de 27s, sendo classificado, pelo tempo de duração, como uma
interrupção temporária. O 2º registro teve uma duração de 42m24s, sendo classificado, pelo
tempo de duração, como uma interrupção permanente, conforme detalhado na seção 3.3.3.
No campo “Total”, é exibida a quantidade de 02 registros de faltas de energia, com
duração total de 42m51s. No campo “Interrupções Momentâneas” não ocorreu nenhum
registro. No campo “Interrupções Temporárias”, há a ocorrência de 01 registro, com a
duração total de 27s, condizente com o 1º registro. No campo “Interrupções Permanentes”, há
a ocorrência de 01 registro, com a duração total de 42m24s, condizente com o 2º registro.
115

5.1.6.2 Período Atual

A Figura 5.18 ilustra o resultado obtido das atualizações para a aba “Período Atual”.
Figura 5.18 – Aba “Período Atual”, da funcionalidade “Faltas de energia”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Conforme verificado na Figura 5.18, ocorreram 05 registros de faltas de energia no
período compreendido após a última data de reposição de demanda. O 1º registro teve uma
duração 01h05m39s, sendo classificado, pelo tempo de duração, como uma interrupção
permanente. O 2º registro teve uma duração de 04m08s, sendo classificado, pelo tempo de
duração, como uma interrupção permanente. O 3º registro teve uma duração de 02m54s,
sendo classificado, pelo tempo de duração, como uma interrupção temporária. O 4º registro
teve uma duração de 28m29s, sendo classificado, pelo tempo de duração, como uma
interrupção permanente. O 5º registro teve uma duração de 36m04s, sendo classificado, pelo
tempo de duração, como uma interrupção permanente, conforme detalhado na seção 3.3.3.
No campo “Total”, é exibida a quantidade de 05 registros de faltas de energia, com
duração total de 02h17m14s. No campo “Interrupções Momentâneas” não ocorreu nenhum
registro. No campo “Interrupções Temporárias”, há a ocorrência de 01 registro, com a
duração total de 02m54s, condizente com o 3º registro. No campo “Interrupções
Permanentes”, há a ocorrência de 04 registros, com a duração total de 02h14m20s, condizente
com os 1º, 2º, 4º e 5º registros.
116

5.1.7 Alarmes

Na aba referente à funcionalidade “Alarmes”, as informações sobre os registros de


alarmes, agrupados em “Grupo 01” e “Grupo 02” foram consultadas. Para todos os registros
de alarmes, as informações sobre a quantidade de ocorrências e as datas e horas inicial e final,
bem como o tempo de duração do último evento de cada um são exibidas.

5.1.7.1 Grupo 01

A Figura 5.19 exibe os resultados obtidos da aba “Parte I”, em “Grupo 01”, da
funcionalidade “Alarmes”.
Figura 5.19 – Aba “Parte I”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Figura 5.20, a seguir, exibe os resultados obtidos da aba “Parte II”, em “Grupo 01”,
da funcionalidade “Alarmes”.
117

Figura 5.20 – Aba “Parte II”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Figura 5.21 exibe os resultados obtidos da aba “Parte III”, em “Grupo 01”, da
funcionalidade “Alarmes”.
Figura 5.21 – Aba “Parte III”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Figura 5.22, a seguir, exibe os resultados obtidos da aba “Parte IV”, em “Grupo 01”,
da funcionalidade “Alarmes”.
118

Figura 5.22 – Aba “Parte IV”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Figura 5.23 exibe os resultados obtidos da aba “Parte V”, em “Grupo 01”, da
funcionalidade “Alarmes”.
Figura 5.23 – Aba “Parte V”, em “Grupo 01”, da funcionalidade “Alarmes”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Conforme as Figuras 5.19, 5.20, 5.21, 5.22 e 5.23 ocorreram 33 registros de alarmes
de limite de fator de potência, 29 de limite de corrente diferencial, 13 de limite de
sobrecorrente, 01 de limite inferior de tensão precária, 20 de limite superior de tensão
precária, 06 de limite superior de tensão crítica, 01 de inversão de fase, 57 de desequilíbrio de
corrente, 58 de sem sincronismo nas últimas 24h, 11 de falha de hardware e 06 de
interferência de luminosidade.
119

5.1.7.2 Grupo 02

A Figura 5.24 exibe os resultados obtidos da aba “Parte I”, em “Grupo 02”, da
funcionalidade “Alarmes”.
Figura 5.24 – Aba “Parte I”, em “Grupo 02”, da funcionalidade “Alarmes”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Figura 5.25 exibe os resultados obtidos da aba “Parte II”, em “Grupo 02”, da
funcionalidade “Alarmes”.
Figura 5.25 – Aba “Parte II”, em “Grupo 02”, da funcionalidade “Alarmes”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Nas Figuras 5.24 e 5.25, ocorreram 38 registros de alteração de parâmetros de
configuração. Estes alarmes foram registrados no período de configuração do medidor.
120

5.1.8 Gráficos

Como verificado na Figura 5.26, no campo “Intervalo de datas”, a data inicial


corresponde à 01/06/2013 e a data final corresponde à 30/06/2013. No campo “Registros”,
para o intervalo de 01/06/2013 00h00min00s até 30/06/2013 23h59min00s, foram consultados
4320 registros, correspondendo a 29 dias, 23 horas, 59 minutos e 59 segundos. Estas
informações podem auxiliar o usuário na escolha do período de consulta desejado.

5.1.8.1 Tensão

As Figuras 5.26 e 5.27 ilustram os resultados obtidos para a aba “Fase A”, em
“Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”.
Figura 5.26 – Aba “Fase A”, em “Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Verificando-se a Figura 5.26, para a “Tensão” na “Fase A”, os valores 214,50 V, 227,
28 V e 221,72 V foram registrados como menor, maior e médio considerando-se o intervalo
de consulta de 01/06/2013 00:00:00 até 30/06/2013 23:59:00. Quanto ao campo “Faixas de
transgressão”, todos os valores registrados corresponderam à faixa ADEQUADA,
representando 100% do total. Os percentuais de PRECÁRIA E CRÍTICA foram nulos.
121

Figura 5.27 – Gráfico de Tensão (Fase A) gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


De forma complementar, analisando-se o gráfico correspondente ao perfil da tensão
elétrica (Fase A), na Figura 5.27, as situações descritas são evidenciadas, através da
representação dos limites indicadores das faixas de transgressão.
As Figuras 5.28 e 5.29 ilustram os resultados obtidos para a aba “Fase B”, em
“Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”.
Figura 5.28 – Aba “Fase B”, em “Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


122

Figura 5.29 – Gráfico de Tensão (Fase B) gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


As Figuras 5.30 e 5.31 ilustram os resultados obtidos para a aba “Fase C”, em
“Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”.
Figura 5.30 – Aba “Fase C”, em “Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


123

Figura 5.31 – Gráfico de Tensão (Fase C) gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


As análises para as “Fase B” e “Fase C” correspondem, de maneira análoga, ao
descrito nas análises realizadas para a “Fase A”.
A Figura 5.32 ilustra os resultados obtidos para a aba “Todas as fases”, em “Tensão”,
da funcionalidade “Gráficos”.
Figura 5.32 – Aba “Todas as fases”, de “Tensão”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Na Figura 5.32, para a “Tensão” em “Todas as fases”, os valores 211,60 V (Fase C) e
230,00 V (Fase C) foram registrados como menor e maior entre as fases A, B e C.
A Figura 5.33 corresponde ao gráfico associado ao perfil de tensões das fases A, B e C
integrados.
124

Figura 5.33 – Gráfico de Tensão (Fases A, B e C) gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Quanto ao campo “Faixas de transgressão”, na Figura 5.32, são apresentados os
percentuais de registros encontrados nas faixas PRECÁRIA (0%) e CRÍTICA (0%),
calculados considerando-se os maiores valores de cada faixa de transgressão entre as fases.
O gráfico com as representações dos percentuais das faixas de transgressão por fase e
entre as fases é observado na Figura 5.34.
Figura 5.34 – Gráfico de percentuais das faixas de transgressão de tensão (Fases A, B e C) gerado através da
funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Os gráficos visualizados nas Figuras 5.33 e 5.34 evidenciam as situações descritas
sobre a representação dos limites indicadores e dos percentuais das faixas de transgressão de
tensão para as fases A, B e C. Nos gráficos é possível a utilização do recurso de zoom.
125

5.1.8.2 Energia

A Figura 5.35 ilustra os resultados obtidos para a aba “Medições”, em “Ativa”, de


“Energia, da funcionalidade “Gráficos”.
Figura 5.35 – Aba “Medições”, em “Ativa”, de “Energia”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Para o intervalo considerado, o menor valor consumido registrado, de 0,01 kWh,
ocorreu na medição do dia 01/06/2013 às 08h10min00s. O maior valor de consumo, 1,56
kWh, ocorreu no dia 21/06/2013 às 09h10min00s. A média de consumo foi de 0,29 kWh.
A Figura 5.36 ilustra o gráfico do perfil de energia ativa correspondente.
Figura 5.36 – Gráfico do perfil da energia ativa gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


126

No gráfico da Figura 5.36, são observados agrupamentos de consumo mais elevados e


outras medições com valores com pouca variação. Isto reflete diretamente a atividade diária
no local, ao longo da semana, onde há o consumo de energia ativa variado durante o dia,
sendo decaído nos horários noturnos e nos dias de fim de semana.
A Figura 5.37 ilustra os resultados obtidos para a aba “Consumo”, em “Ativa”, de
“Energia, da funcionalidade “Gráficos”.
Figura 5.37 – Aba “Consumo”, em “Ativa”, de “Energia”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Para o intervalo consultado, referente ao mês de jun./2013, a bandeira tarifária mensal
vigente foi a Vermelha. Diante disto, apenas os valores correspondentes a esta bandeira
tarifária foram contabilizados no SGMIee.
Os consumos para os postos tarifários “Fora de Ponta”, “Intermediário” e “Ponta”
foram de 1625,08 kWh, 91,36 kWh e 128,34 kWh, respectivamente, correspondendo
coerentemente com um “Total” “Geral” de 1834,78 kWh.
Com isto, observa-se com o maior montante de energia ativa consumido foi no posto
tarifário “Fora de Ponta”, definido para as faixas de horários das 00h00min00s às
16h30min00s e das 21h30min00s às 23h59min00s. O menor montante consumido foi nas
faixas de horários de 16h30min00s às 17h30min00s e das 20h30min00s às 21h30min00s, pelo
posto tarifário “Intermediário”.
A representação gráfica das informações sobre o consumo pode ser analisada pelo
gráfico apresentado na Figura 5.38 a seguir.
1277

Figgura 5.38 – Gráfico


G do con
nsumo total dee energia ativaa, por posto tarrifário e por bbandeira tarifáária, gerado
através
a da funccionalidade “GGráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


A Figura 5.39 ilusstra os resuultados obtiidos para a aba “Cusstos”, em “Ativa”,
“ dee
“Eneergia, da funncionalidadee “Gráficos ”.
Figura 5.399 – Aba “Custo
os”, em “Ativva”, de “Energ
gia”, da funcio
onalidade “Grááficos”, do SG
GMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


Os custoos estimado
os para os postos tarrifários “Fora de Pontta”, “Interm
mediário” e
“Ponnta”, da baandeira tariffária Verm
melha (vigen
nte no perííodo considderado) forram de R$$
364,880, R$ 20,664 e R$ 124
4,50. O cussto adicionaal referente à bandeira tarifária Veermelha foii
de R
R$ 54,00. Estes
E valorres corresppondem coeerentementee com o ccusto “Totaal” “Geral””
estim
mado de R$ 563,93.
1288

Graficam
mente, estass informaçõões sobre oss custos de consumo dde energia ativa
a podem
m
ser annalisadas naas representtações das F
Figuras 5.40
0 e 5.41.
Figurra 5.40 – Gráffico dos custos do consumoo de energia attiva, por posto
o tarifário e poor bandeira tarrifária, geradoo
através
a da funccionalidade “G
Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


m acréscimo, do consumo de
Figgura 5.41 – Grráfico dos cusstos, com e sem d energia ativva, por bandeiira tarifária,
geraddo através da ffuncionalidad
de “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


As Figurras 5.42, 5.4
43, 5.44, 5.445, 5.46, 5.47 e 5.48 illustram os rresultados obtidos
o paraa
as annálises de ennergia “Reaativa”.
129

Figura 5.42 – Aba “Medições”, em “Reativa”, de “Energia”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Figura 5.43 – Gráfico do perfil da energia reativa gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


1300

F
Figura 5.44 – Aba “Consum
mo”, em “Reattiva”, de “Eneergia”, da funccionalidade “G
Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


Figu va, por posto taarifário e por bbandeira tariffária, gerado
ura 5.45 – Grráfico do conssumo total de eenergia reativ
através
a da funccionalidade “GGráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


131

Figura 5.46 – Aba “Custos”, em “Reativa”, de “Energia”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Para as opções de “Energia” “Reativa” no SGMIee, as informações sobre “Medições”,
“Consumo” e “Custos” são observadas de formas análogas às detalhadas para a “Ativa”.
Ressalva-se que, para o caso de “Custos” de energia reativa, observado na Figura 5.46,
as tarifas consideradas são nulas, uma vez que, até o presente momento, não há cobrança por
parte da concessionária local sobre o consumo deste tipo de energia.
Figura 5.47 – Gráfico dos custos do consumo de energia reativa, por posto tarifário e por bandeira tarifária,
gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


132

Figura 5.48 – Gráfico dos custos, com e sem acréscimo, do consumo de energia reativa, por bandeira tarifária,
gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Diante disto, os gráficos exibidos nas Figuras 5.47 e 5.48 são, de forma coerente,
representados com valores zerados. Contudo, é possível agregar valores de tarifas para este
tipo de energia em eventuais estimativas de custos relacionados.
As Figuras 5.49, 5.50, 5.51 e 5.52 ilustram os resultados obtidos para as análises de
energia “Aparente”.
Figura 5.49 – Aba “Medições”, em “Aparente”, de “Energia”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


133

Figura 5.50 – Gráfico do perfil da energia aparente gerado através da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


Figura 5.51 – Aba “Consumo”, em “Aparente”, de “Energia”, da funcionalidade “Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaborada pelo autor.


1344

Figu
ura 5.52 – Grááfico do consu
umo total de eenergia aparennte, por posto tarifário
t e porr bandeira tarifária, gerado
através
a da funccionalidade “G
Gráficos”, do SGMIee.

Fonte: Elaboorada pelo auttor.


Para as opções de
d “Energiia” “Apareente” no SGMIee,
S aas informaçções sobree
“Meddições” e “C
Consumo” são
s observaadas de form
mas análogas às detalhaadas para a “Ativa”.

Ressalvaa-se que, o caso
c de “Cuustos” enco
ontrado paraa as energias
as ativa e reaativa, não é
apliccado a este tipo
t de enerrgia.

5.2 A
Análise geral

Baseado nas análiises e com


mentários realizados
r acerca do s resultado
os obtidos,,
consiidera-se quee, no geral, as funcionaalidades im
mplementadaas no SGMIIee foram atendidas
a dee
form
ma satisfatórria à apliccação do s istema de medição de
d energia elétrica in
nstalado noo
DEE
E/CT/UFC.
Observouu-se que foram evvidenciadas informaçõ
ões de geestão de eletricidade
e e
proceessadas de forma
f coereente com oss valores esp
perados em cada situaçção real.
Na Tabela 5.1 estão disposttos os nív
veis de vallidação connsiderados para cadaa
funciionalidade analisada
a co
om o funcioonamento do
o software SGMIee.
S
Tabela 5.1 – Análisee geral dos nív
veis de validaçção do SGMIeee.

Funcionalid
F dade Vaalidação
Tenssão Attendido
Corrrente Attendido
Página
Fato
or de potênccia Attendido
Fisccal
Potêência Attendido
135

Direta Atendido
Energia Reversa Atendido
Líquida Atendido
Consumo
Direta Atendido
Demanda Reversa Atendido
Líquida Atendido
Faltas de Período Anterior Atendido
energia Período Atual Atendido
Parte I Atendido
Parte II Atendido
Grupo 01 Parte III Atendido
Alarmes Parte IV Atendido
Parte V Atendido
Parte I Atendido
Grupo 02
Parte II Atendido
Fase A Atendido
Fase B Atendido
Tensão
Fase C Atendido
Todas as fases Atendido
Medições Atendido
Ativa Consumo Atendido
Gráficos Custo Atendido
Medições Atendido
Energia
Reativa Consumo Atendido
Custo Atendido
Medições Atendido
Aparente
Consumo Atendido
Fonte: Elaborada pelo autor.

5.3 Considerações parciais

Considerando-se um período aproximado de 30 dias, em jun./2013, os testes e os


resultados obtidos para o medidor inteligente instalado no ponto de medição 01 (Laboratório
LAMOTRIZ), identificado por MED_10, foram expostos e comentados neste capítulo.
Cada resultado obtido é exposto e comentado mediante a organização por tipo de
funcionalidade. As verificações de coerência com as indicações visuais implementadas nas
funcionalidades do SGMIee, assim como a correspondência dos valores de acordo com as
referências normativas comentadas no trabalho foram observadas nas análises.
As percepções conclusivas sobre a utilização do SGMIee junto ao sistema de medição
inteligente de energia elétrica do DEE/CT/UFC são comentadas no próximo capítulo.
136

CAPÍTULO 6
CONCLUSÃO

Mediante a aplicação do software SGMIee ao sistema de medição inteligente de


energia elétrica presente nas instalações do DEE/CT/UFC, foram realizadas ações de
armazenamento, processamento e análise dos dados de medição de 05 pontos de medição que
integram o cenário.
Buscou-se a realização de testes em situações de interação com medidores eletrônicos
inteligentes, através de comunicações sem fio e cabeada, gerenciando-se informações sobre
parâmetros elétricos como tensões, correntes, fatores de potência e potências trifásicas, assim
como as energias e demandas ativa, reativa e aparente consumidas.
Baseado nos testes e análises comentados no Capítulo 5, onde os resultados obtidos
com o SGMIee foram expostos e descritos, mediante o funcionamento geral do software
proposto, verificou-se que as funcionalidades implementadas, executadas e testadas foram
atendidas, conforme planejado nos objetivos da proposta.
Considera-se que o objetivo geral de desenvolvimento de um software de gestão da
medição inteligente de energia elétrica para a aquisição, armazenamento, processamento,
visualização e gerenciamento das informações registradas em uma infraestrutura de medição
inteligente de eletricidade foi alcançado.
Em consonância com os objetivos específicos definidos incialmente para a proposta,
considera-se que foi possível a utilização de tecnologias e ferramentas gratuitas e de código
aberto. A plataforma Java, a estrutura de banco de dados MySQL e o ambiente de
desenvolvimento Netbeans IDE foram as principais tecnologias utilizadas na implementação
do SGMIee.
As transferências dos dados de medição dos equipamentos medidores inteligentes para
o SGMIee foram realizadas através de interface de comunicação sem fio e via porta óptica,
havendo integração entre o software e os medidores de energia elétrica.
Os dados de medições de todos os medidores instalados foram coletados
periodicamente, sendo armazenados como registros em tabelas de um banco de dados
estruturado. Desta forma, a modelagem e as manipulações dos dados de medições
demonstram-se facilitadas, integradas e robustas, uma vez que se tornou possível compartilhá-
los com outros softwares, de forma flexível, organizada e sem redundância.
137

Através do software SGMIee foi possível processar informações de medições sobre


frequência, temperatura, tensão, corrente, fator de potência e potência elétrica, considerando-
se aspectos normativos nacionais vigentes.
As informações sobre os consumos de energias e de demandas ativa, reativas indutiva
e capacitiva, e aparente, nos sentidos de fluxo direto e reverso, foram processadas e
disponibilizadas através das funcionalidades do software proposto.
Registros de faltas de energia foram manipulados e classificados, baseados no tempo
de duração dos eventos, em interrupções momentâneas, temporárias e permanentes.
Os dados históricos de medições armazenados nas tabelas do banco de dados,
interligado ao SGMIee, foram consultados, sendo processados graficamente para as
construções de perfis de tensões e energias elétricas.
Uma abordagem gráfica sobre as estimativas dos custos financeiros relacionados aos
consumos de energias ativa e reativa foi realizada pelo SGMIee. Foi possível a
disponibilização de informações detalhadas de consumo de energias por tipo de posto tarifário
e por tipo de bandeira tarifária.

6.1 Contribuições do trabalho

Com o desenvolvimento do software proposto, considera-se que a principal


contribuição do SGMIee foi a de disponibilizar uma ferramenta computacional para gerir os
dados de medições de parâmetros elétricos, integrada a um cenário de medição inteligente de
eletricidade.
O software SGMIee pode ser utilizado de forma mais abrangente em eventuais
expansões do sistema de medição inteligente instalado inicialmente no DEE/CT/UFC.
Observa-se que há uma recente política de manutenção e planejamento de modernização da
rede elétrica, sendo indicada a disponibilização do software ao setor de manutenção
responsável.
Considerando-se as funcionalidades implementadas no SGMIee, percebe-se que há um
potencial de evolução da solução proposta a um possível produto comercial. Há um
planejamento para a utilização prática do software em parceria com a empresa Eletra Energy
Solutions, atendendo a uma demanda comercial desejada.
A relação de aplicação e potencial de inovação em medição inteligente identificada
para cada funcionalidade do SGMIee pode ser vista na Tabela 6.1.
138

Tabela 6.1 – Aplicação e potencial de inovação das funcionalidades do SGMIee.

Potencial
Funcionalidade Aplicação
de inovação
Tensão
Monitoramento
Página Corrente
e controle da Considerável
Fiscal Fator de potência
rede
Potência
Direta
Energia Reversa
Líquida Gestão da
Consumo Inovador
Direta microgeração
Demanda Reversa
Líquida
Faltas de Período Anterior Monitoramento
Considerável
energia Período Atual da QEE
Parte I
Parte II
Grupo 01 Parte III Controle de
Parte IV demanda e
Alarmes Considerável
Parte V redução de
perdas e furtos
Parte I
Grupo 02
Parte II
Fase A
Fase B Monitoramento
Tensão Inovador
Fase C da QEE
Todas as fases
Medições
Ativa Consumo
Gráficos Custo
Medições Participação
Energia Inovador
Reativa Consumo do consumidor
Custo
Medições
Aparente
Consumo
Fonte: Elaborada pelo autor.

Verifica-se também o caráter de contribuição acadêmica, do trabalho como material de


pesquisa, publicação científica e ferramenta auxiliar aos profissionais e especialistas do setor
elétrico.
139

6.2 Limitações e dificuldades

Durante as ações de implementações, testes e avaliações dos resultados obtidos com o


SGMIee, foram notadas limitações e dificuldades com o software. Por se tratar de uma
aplicação desktop, a característica de utilização multiusuário não é facilitada no SGMIee.
Embora seja possível ter interfaces gráficas com adequados componentes visuais, a
possibilidade de múltiplos acessos ao software é desejável em sistemas deste tipo. A escolha
pelo desenvolvimento da versão desktop foi em decorrência da experiência prática da equipe
de desenvolvimento de software, pelos recursos computacionais disponibilizados durante o
projeto e pela característica de conexão sempre ativa com os recursos da unidade
computacional servidora.
Embora tenha sido possível acessar os dados de medições em cada medidor
inteligente, percebeu-se que em vários testes houve intermitência de conectividade entre as
interfaces de comunicação sem fio. No geral, de 100 tentativas de conexão com o medidor, 70
foram completadas pela primeira tentativa, representando-se um percentual de 70% de êxito
nas requisições utilizando-se a interface de comunicação RF ZigBee. Neste caso, notou-se que
o percentual de 70% não comprometeu as transferências efetivas dos dados de medição.
Na versão do software comentada no trabalho, não há suporte ao gerenciamento de
medidores inteligentes instalados em mais de um quadro elétrico, representando-se um único
ponto de medição.
As instalações dos medidores inteligentes junto aos quadros de distribuição de baixa
tensão nos respectivos pontos de medição foram realizadas de forma adaptadas, sendo
alocados de forma aparente aos respectivos quadros. Esta dificuldade foi relacionada à
disponibilidade de espaço físico viável para as instalações dos medidores e respectivas
conexões elétricas.
Contudo, procurou-se seguir as principais medidas de segurança quanto à exposição
dos equipamentos na parte externa aos quadros elétricos, isolando-se, com eletrodutos e fitas
adesivas, todos os pontos vivos de conexão, instalando-se os equipamentos a jusante de
dispositivos de interrupção, bem como se sinalizando cada ponto de medição sobre a
instalação temporária do equipamento.
O processo de coleta dos dados de medição foi realizado individualmente, por ponto
de medição. Houve limitações no gerenciamento de recepções simultâneas dos dados de
140

medições em situações de coletas automáticas. Também houve limitação quanto à execução


automática do comando de reposição de demanda (fechamento de fatura).
Em virtude das características encontradas nos modelos de medidores inteligentes
utilizados no trabalho, apenas dados de energia e de tensão foram armazenados em 06 canais
para a formação da memória de massa dos equipamentos.

6.3 Conclusões gerais

Baseando-se nos comentários realizados na seção 6.1 sobre os comentários finais e


considerando-se as limitações expostas em 6.3, no geral, considera-se que o software SGMIee
é funcional para gerir os dados de medições quando aplicado a sistemas de medição
inteligente de energia elétrica.
Portanto, de forma conclusiva, considera-se que os objetivos gerais e específicos
propostos para o trabalho, foram integralmente obtidos, atendendo-se as expectativas
previamente planejadas.

6.4 Trabalhos futuros

Apesar de considerar que os objetivos listados na seção 1.3 foram conseguidos com
níveis satisfatórios, observa-se que, ainda assim, o referido software pode ser aprimorado
através de implementações complementares e estudos refinados acerca das funcionalidades e
dos testes relacionados.
Observando-se as limitações e dificuldades relatadas ao longo do desenvolvimento e
testes com o SGMIee, assim como considerando-se possíveis evoluções do software, os
seguintes aspectos e ações que viabilizam a continuação e complementação deste estudo são
identificados e comentados a seguir:
 Desenvolver uma versão desktop adicional do SGMIee: com o intuito de
viabilizar a utilização do SGMIee por consumidores leigos acerca das
informações técnicas, sugere-se a implementação de uma versão desktop
adicional direcionada a estes usuários, de forma que seja contemplado um
reduzido conjunto de funcionalidades técnicas, enfatizando-se a exposição das
informações de consumo, custos financeiros, postos tarifários e bandeiras
tarifárias;
141

 Desenvolver uma versão mobile do SGMIee: sugere-se a implementação do


SGMIee no formato de aplicativo móvel, direcionada aos consumidores,
contemplando-se funcionalidades gráficas e de interação com as principais
redes sociais, de forma a melhorar o nível de participação do consumidor no
processo de distribuição de energia elétrica;
 Desenvolver uma versão web do SGMIee: no formato de portal web,
direcionada aos operadores das concessionárias e aos consumidores, executada
em uma unidade computacional servidora, para acesso multiusuários através
apenas de navegador web;
 Estruturar e investigar a base de armazenamento de dados com tecnologia em
nuvem: sugere-se a montagem da estrutura do banco de dados utilizada em um
ambiente em nuvem, investigando-se através de testes aprimorados sobre as
possibilidades de multilocação e acessibilidade multiusuário em qualquer parte
da rede Internet;
 Implementar recursos adicionais para comunicação com módulos PLC e
GPRS: considerando-se um cenário de medição inteligente onde as tecnologias
de comunicação sem fio RF ZigBee e GPRS, assim como a cabeada PLC
coexistam, sugere-se a implementação das adaptações necessárias ao SGMIee
para que seja investigado o comportamento de funcionamento considerando
vários meios de interação com os equipamentos de medição;
 Aplicar o SGMIee em cenários de medição inteligente de energia elétrica com
maior abrangência de pontos de medição: sugere-se a possibilidade de aumento
da quantidade de pontos de medição e das distâncias entre eles, configurando
um sistema de medição inteligente de energia elétrica mais amplo;
 Implementar eventuais protocolos de comunicação para sistemas de medição
de energia elétrica: considerando-se as recentes pesquisas sobre abordagens de
protocolos de comunicação utilizados em sistemas de medição deste tipo,
sugere-se a eventuais implementações de adaptações do SGMIee ao suporte de
novas especificações de protocolos;
 Implementar recurso de agendamento automático de reposição de demanda: os
procedimentos de reposição de demanda, em geral, são realizados em períodos
mensais, sendo sugerida a adaptação do SGMIee para a configuração de
142

agendamentos automáticos para as realizações automáticas de reposições de


demanda junto aos medidores inteligentes;
 Disponibilizar opção no SGMIee para a gestão de agrupamentos de medidores
inteligentes: considerando-se um cenário composto por vários medidores
inteligentes que em união representam apenas um ponto de medição, sugere-se
a investigação e consequente implementação das funcionalidades que
permitam esse tipo de recurso.
143

REFERÊNCIAS

2 SAVE ENERGY LTD (OWL). OWL micro+. 2013. Disponível em:


<http://www.theowl.com/products/owlmicro.php>. Acesso em: 01 nov. 2013.

ACRA, R.; THAKER, M. Internet Standards Come to the Advanced Metering


Infraestructure. 2010. Disponível em: <http://www.electricenergyonline.com/>. Acesso em:
01 nov. 2013.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELETRICA (ANEEL). Bandeiras Tarifárias.


2013a. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/>. Acesso em: 01 nov. 2013.

____. Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica. - Brasília: ANEEL, 2012a.

____. Nota Técnica nº 0098/2012-SRD/ANEEL. Brasília, 2012b.

____. Resolução normativa nº 502. – Brasília: ANEEL, 2012c.

____. Resolução normativa nº 547. – Brasília: ANEEL, 2012d.

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