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PCA - COMER - Canal Da Costa (Rev 00)

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PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL – PCA

Componente do edital de concorrência pública nº 025/2024


Fundo de Desenvolvimento Municipal – FDM, Vila Velha/ES
Processo PMVV nº 56454/24 - Contrato nº 239/2024

COMÉR CONSTRUTORA
E INCORPORADORA LTDA

Execução das obras de macrodrenagem e reurbanização com


implantação do Parque Linear do Canal da Costa, no bairro
Praia da Costa, município de Vila Velha/ES

Incluído os programas e planos ambientais


a serem executados e/ou ministrados durante as obras

VILA VELHA/ES
2024
Plano de Controle Ambiental – PCA
Obras de implantação de galerias e construção do
Parque Linear das Famílias sobre o Canal da Costa

SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 3

2 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................... 4

2.1 Atividade Realizada e Justificativa.............................................................................. 4

2.2 Localização do Empreendimento................................................................................ 4

2.2.1 Áreas de Apoio Operacional ................................................................................ 6


2.3 Caracterização das Tecnologias Construtivas ............................................................ 9

2.4 Premissas ................................................................................................................. 10

3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ............................................................................................ 11

3.1 Federal ..................................................................................................................... 11

3.2 Estadual .................................................................................................................... 12

3.3 Municipal .................................................................................................................. 13

3.4 Normas ..................................................................................................................... 13

4 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ............................................ 14

4.1 Áreas de Interesse Ambiental ................................................................................... 15

4.2 Meio Físico ............................................................................................................... 16

4.3 Meio Biótico .............................................................................................................. 25

4.3.1 Flora ................................................................................................................... 25


4.3.2 Fauna ................................................................................................................. 26
4.4 Meio Antrópico .......................................................................................................... 30

4.4.1 Contexto Histórico .............................................................................................. 30


4.4.2 Aspectos Econômicos, Patrimoniais e Sociais ................................................... 32
5 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ................................ 35

5.1 Definições ................................................................................................................. 35

5.2 Aspectos e Impactos Ambientais .............................................................................. 36

5.3 Impactos Positivos .................................................................................................... 36

5.4 Impactos Negativos .................................................................................................. 37

5.4.1 Poluição Hídrica e do Solo ................................................................................. 37


5.4.2 Poluição Atmosférica ......................................................................................... 40
5.4.3 Vibrações e Ruídos ............................................................................................ 41

COMÉR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA


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Obras de implantação de galerias e construção do
Parque Linear das Famílias sobre o Canal da Costa

5.4.4 Resíduos Sólidos ............................................................................................... 43


5.4.5 Aspectos bióticos (Fauna e Flora)...................................................................... 44
5.4.6 Aspectos Socioeconômicos ............................................................................... 45
5.5 Matriz de Impactos ................................................................................................... 46

5.6 Análise Integrada dos Impactos Identificados .......................................................... 48

5.7 Proposições de Medidas Mitigadoras e Compensatórias ......................................... 50

5.7.1 Meio Físico ......................................................................................................... 51


5.7.2 Meio Biótico........................................................................................................ 52
5.7.3 Meio Socioeconômico ........................................................................................ 53
6 PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL ........................................................................... 56

6.1 Programa de Gestão e Controle Ambiental das Obras............................................. 56

6.1.1 Subprograma de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos ................................... 57


6.1.2 Subprograma de Controle e Monitoramento de Efluentes Líquidos ................... 57
6.1.3 Subprograma de Controle das Emissões Atmosféricas ..................................... 58
6.1.4 Subprograma de Controle e Monitoramento de Ruídos ..................................... 58
6.1.5 Subprograma de Monitoramento de Arraste de Sedimentos ............................. 58
6.1.6 Subprograma para Controles Relacionados à Supressão Vegetal .................... 59
6.1.7 Subprograma de Controle dos Deslocamentos da Fauna ................................. 60
6.2 Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental ....................................... 61

6.3 Plano de Ação de Emergência ................................................................................. 62

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 63

8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 64

ANEXO I - PLANO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ................................................................. 66

ANEXO II - PLANO DE AÇÃO A EMERGÊNCIAS ................................................................ 70

ANEXO III - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL..... 81

ANEXO IV - PLANO DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR................................ 94

ANEXO V - PLANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA TRABALHADORES .................... 97

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1 APRESENTAÇÃO

Os estudos socioambientais para instalação de um empreendimento, seja ele de qualquer


natureza, são de extrema importância, compondo inclusive o processo de licenciamento am-
biental, que é o procedimento administrativo pelo qual o órgão regulador competente licencia
a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizado-
ras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas
que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições
legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Este documento constitui o Plano de Controle Ambiental (PCA), contendo informações neces-
sárias aos controles e projetos auxiliares a serem aplicados durante as obras implantação de
galerias e de reurbanização do Canal da Costa, no município de Vila Velha/ES, sob adminis-
tração da COMÉR Construtora e Incorporadora Ltda., cujo dados serão apresentados a seguir.

O PCA tem como objetivos principais a apresentação dos impactos ambientais e sociais do
projeto e suas respectivas medidas mitigadoras, de controle e redução dos riscos ambientais
decorrentes de sua implantação e operação, além do cumprimento das Obrigações Ambien-
tais contidas no contrato firmado entre as partes.

Visando assegurar que todos os programas ambientais sejam efetivamente implementados, o


PCA tem os seguintes objetivos específicos:

• Acompanhamento das obras e dos programas de controle ambiental;


• Assegurar a implementação das medidas de controle ambiental previstas;
• Sistematizar informações sobre as questões socioambientais em relatórios periódicos;
• Implantar e operar os canteiros de obras de forma ambientalmente adequada;
• Assegurar que a mão-de-obra utilizada não contribua para a degradação ambiental;
• Assegurar o menor nível de interferência das atividades dos canteiros e dos trabalha-
dores no cotidiano da comunidade local;
• Evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos significativos potenciais durante o perí-
odo de implantação;
• Assegurar a saúde e segurança dos trabalhadores nas obras do Projeto; e
• Assegurar o cumprimento continuado da legislação ambiental e trabalhista vigente.

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2 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A identificação da empresa, bem como os dados do representante legal são apresentados na


Tabela 1 abaixo.

Tabela 1: Descrição dos dados do empreendimento.


Razão social e nome fantasia COMÉR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA
Pessoa física ou jurídica
Gustavo Feitosa Sperandio
responsável pela atividade
CNPJ 27.170.703/0001-14
Rua Vitalino dos Santos Valadares, 65
Endereço Jurídico
Santa Luíza, Vitória/ES - CEP: 29.045-360
Rua São Paulo, s/n – Trecho definido em projeto
Endereço Físico
Praia da Costa, Vila Velha/ES - CEP: 29.101-315
Telefones para contato (27) 3227 3577 / 99254 3748
E-mail contato@comerconstrutora.com.br
Responsável técnico pelo empreen- Luís Philippe Alves Formigoni – CREA ES-26.470/D
dimento junto ao órgão ambiental Engº Ambiental e de Seg. do Trabalho

2.1 Atividade Realizada e Justificativa

O plano aqui apresentado tem como objeto os serviços a serem realizados a partir da elabo-
ração de projeto básico de engenharia e a execução das obras e serviços de implantação de
galerias e construção do Parque Linear das Famílias sobre o Canal da Costa, em trecho defi-
nido em projeto localizado no município de Vila Velha/ES.

A obra de revitalização do Canal da Costa se justifica, primeiramente, no consenso das dire-


trizes dos movimentos mundiais de urbanização, referente a inclusão da agenda ambiental
nos projetos de desenvolvimento e expansão das cidades. Assim, dentre as possíveis formas
de se encontrar o equilíbrio entre o processo de urbanização e a preservação do meio ambi-
ente, a inclusão de dispositivos de saneamento, integração social e paisagismo integrado é
considerado como uma forma de incluir novos contornos culturais e estéticos.

Isto porque é incontestável que a implementação de áreas comuns integradas a transição


entre o espaço urbanizado e áreas com remanescentes bióticos, como o Monumento Natural
do Morro do Moreno e a área de florestas preservadas do Convento da Penha exerce múltiplas
funções em uma cidade: melhoria da qualidade de vida da população, atuando direta ou indi-
retamente na saúde física e mental e na preservação de recursos naturais; equilíbrio do am-
biente; aumento da biodiversidade do sistema urbano; melhoria do microclima, da qualidade
do ar, da água e do solo; e preservação de ecossistemas. Isto tudo além dos benefícios ad-
quiridos com a prática de exercícios, de atividades desportivas e recreativas ao ar livre.

2.2 Localização do Empreendimento

O empreendimento apresentado estará localizado em área exclusivamente urbana do muni-


cípio de Vila Velha/ES, em zonas consolidadas definidas pelo PDM/PMVV, apresentadas na
figura a seguir.

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Figura 1: Trecho georreferenciado do empreendimento.


Fonte: Google Earth e PDM/PMVV, 2024.

A área do empreendimento está inserida, dentro de três diferentes configurações de zonea-


mento: uma Zona de Ocupação Restrita - ZOR, uma Zona de Especial Interesse Cultural -
ZEIC, e uma Zona de Especial Interesse Ambiental - ZEIA.

Embora a interferência se dê em áreas de interesse socioambiental para conservação, a in-


tervenção a ser realizada se dará obedecendo a particularidade de liberação para execução
dos projetos demandados ao bem-estar público, respeitando a todos os parâmetros e índices
urbanísticos preconizados, com infraestrutura disponível de rede de distribuição de energia
elétrica, de água tratada e esgotamento sanitário, bem como rede de drenagem pública, sendo
esta última aprimorada pela instalação do empreendimento.

Ainda que se trate de uma intervenção em corpo hídrico de regime permanente (Canal da
Costa), seu alto grau de degradação, somado ao fator de se encontrar em área urbana con-
solidada, descaracteriza completamente sua configuração natural e incide sobre esta a incom-
patibilidade com a diversidade de ictiofauna, ou mesmo a manutenção de fauna silvestre ca-
racterizada pela distribuição típica a margem de cursos d’água.

Tal fator será tratado de forma mais detalhada em item posterior, mas é dissertado neste para
percepção de que a obra não se caracterizará pela intervenção em Áreas de Preservação
Permanente definidas pela Lei Federal 12.651/2012, somado as diretrizes impostas pela Lei
Federal 14.285/2021, que dispõe sobre as faixas marginais de curso d'água em área urbana

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consolidada, cujo objetivo foi atribuir aos municípios a competência para definir a abrangência
da APP no entorno dos corpos hídricos situados em suas áreas urbanas.

Com tal percepção, somado aos impactos mínimos que devem ser causados durante as
obras, ao empreendimento, que estarão quase em sua totalidade restritos ao meio social, não
se vislumbra a aplicação do mecanismo de compensação ambiental.

2.2.1 Áreas de Apoio Operacional

O local de instalação do canteiro de obras está sendo planejado e locado de modo a otimizar
o espaço de trabalho e possibilitar maior eficiência logística e operacional ao apoio de serviços
construtivos a serem realizados no trecho.
As opções trabalhadas até a presente data estão disponibilizadas nas imagem abaixo, a ser
de fato utilizada se obtida a anuência do proprietário para tanto (uma área militar pertencente
ao Exército do Brasil – ao extremo norte –, e outra trata-se de um terreno particular – ao
extremo sul). Caso não seja possível o uso de tais áreas, será trabalhada a utilização de uni-
dades móveis, locadas primeiramente as margens do Canal da Costa, a jusante do trecho em
obras, posteriormente deslocadas às áreas onde forem instaladas e finalizadas a cobertura
das galerias.
O local escolhido irá dispor de instalações provisórias como contêineres para acomodação do
time de obreiros da executora, além de áreas para armazenamento de insumos a serem utili-
zados na obra (areia, brita, madeira, etc.) e acabamento de materiais, utilizando-se de uma
área somada de aproximadamente 2.000 m².
Devido aos parâmetros construtivos e as tecnologias utilizadas na execução do projeto, é vis-
lumbrado a necessidade de serviços de dragagem do terreno e aterro das galerias celulares
instaladas. Sendo assim, poderá haver exploração de jazidas e bota-foras que demandem
anuência dos proprietários, que de modo similar a situação dos canteiros de obras, ainda
estão em negociação para liberação de exploração destas. Caso não seja possível a explora-
ção de áreas de mutuo interesse das partes envolvidas, serão então utilizados espaços ex-
plorados comercialmente, tanto para obtenção de insumos (materiais de aterro) quanto para
destinação final de excedentes (solos escavados e materiais de demolição, quando houver).
No atual contexto, são vislumbradas áreas de estoque temporário para secagem do material
retirado do trecho a ser escavado, em espaço lindeiro ao canal onde será executada obra, de
forma a facilitar a sua drenagem e dispondo, ao longo de todo espaço útil a ser utilizado, de
barreiras de siltagem para evitar o arrasto de sedimentos para o curso d’água e/ou rede de
drenagem pública. Para tanto, pretende-se utilizar espaço linear as margens do canal, com
2.000 m² de área útil, com pilhas de até 1,00 metro de altura, e capacidade de volume esti-
mado para depósito temporário de excedentes de escavação em 2.000 m³, suficientes para
armazenamento de um mês de trabalho ou até a drenagem do material, reutilizando este no
aterro ou encaminhando-o para bota-fora ou aterro, o que couber a depender da classificação
do resíduo.
Para aterro de material de primeira categoria, pretende-se adquirir, em forma de doação, ma-
terial argiloso da área de empréstimo em volume aproximado de 2.000 m³.
A áreas e localizações são apresentados conforme imagens a seguir.

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Figura 2. Área prevista para apoio operacional e administrativo (canteiro de obras).

Figura 3. Área prevista para disposição temporária de materiais de escavação (bota-espera).

Eventualmente, caso não haja sucesso nas deliberações com os proprietários, deverão ser
utilizados parceiros comerciais devidamente licenciados para fornecimento de insumos e/ou
destinação de resíduos e excedentes de escavação.

Também poderão ser desenvolvidas outras áreas indicadas no projeto básico apresentado no
processo licitatório, mas que serão novamente avaliadas e consolidadas juntamente aos pos-
seiros das áreas para validar sua utilização durante o desenvolvimento das obras.

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Figura 4. Áreas de apoio previstas (canteiro de obras e bota-espera).

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2.3 Caracterização das Tecnologias Construtivas

O objetivo deste projeto consiste em realizar o fechamento do Canal da Costa em Vila Ve-
lha/ES, por meio da implantação de uma galeria composta por duas células, cada uma me-
dindo 4,10 metros de comprimento por 3,00 metros de largura. Assim como a implantação de
uma laje de fechamento por toda a extensão do projeto, a fim de possibilitar a implementação
de um plano urbanístico a ser definido pela parte contratante. É relevante ressaltar que este
projeto não abrange o dimensionamento hidráulico da galeria, mas se concentra exclusiva-
mente em sua concepção estrutural, visando suportar as cargas que serão aplicadas sobre a
mesma.

A exemplificação da seção tipo a ser executada ao longo do trecho é apresentada a seguir.

Figura 5: Seção típica do projeto executivo (macrodrenagem).

Já em relação ao parque linear, a proposta projetual da praça foi desenvolvida visando dar
uso à área, transformando-a e um meio de lazer, proporcionando à comunidade local não
apenas lazer, mas também mais qualidade de vida e oportunidade de socialização. O projeto
visa atender as necessidades dos moradores locais, garantindo o bem-estar e priorizando a
mobilidade, a acessibilidade e a integração dos diversos ambientes.

Está proposto um espaço com área total de 10.200 m² que ofereça atividades para o dia a dia,
com áreas de lazer e descanso destinadas a diferentes faixas etárias, incluindo um parquinho
diversos brinquedos, academia popular com variados equipamentos de ginástica em aço inox,
campo society, quadra poliesportiva, quadra de tênis, espaço para pets, parquinhos e bicicle-
tários, visando assim as interações sociais da comunidade.

Toda a praça se desenvolve conforme níveis variados especificados em projeto, priorizando


a acessibilidade nos acessos e a contenção de cada quadra. A instalação de bancos de con-
creto, lixeiras e bicicletário complementam a ambiência do local, estando também previsto um
paisagismo para a praça valorizando e tornando o espaço agradável, com a utilização de áreas
gramadas e árvores.

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2.4 Premissas

Serão premissas determinadas à execução deste PCA, com responsabilidade da obreira e a


contratante dos serviços (a SEMOPE/PMVV):

• Fiscalizar, acompanhar e orientar a execução das medidas mitigadoras exigidas nas


licenças ambientais e as recomendações das avaliações ambientais empreendidas,
específicas para cada subprojeto, e;
• Promover a supervisão ambiental das obras, acompanhando a implementação do Pro-
grama de Controle Ambiental.
Para cumprir essas tarefas, a executante dos serviços contará com apoio de consultores am-
bientais que atuarão como gerenciadores/supervisores contratados, sempre acionados para
dar apoio à equipe de engenharia, juntamente com os gestores da SEMOPE/PMVV e demais
interessados que se apresentem durante a execução do empreendimento.

A implementação destas premissas garantirá a qualidade socioambiental esperada na revita-


lização de um equipamento urbano de utilidade pública destinada principalmente a mobilidade,
além de recreação e lazer com infraestrutura e mobiliário adequados para sua utilização.

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3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

O levantamento e a avaliação das legislações pertinentes a operação do empreendimento tem


como objetivo, neste estudo, identificar as principais exigências legais aplicáveis às atividades.

3.1 Federal

Leis:

• Constituição Federal de 1988

Que trata no Capítulo VI sobre o Meio Ambiente e traz no Artigo 225 que “Todos têm direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (...) impondo-se ao Poder Público e à coletivi-
dade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

• Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e suas alterações

Regulamentada pelo Decreto nº 99.274/90, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Am-
biente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

• Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985

Disciplina a Ação Civil Pública para defesa do ambiente e de outros interesses difusos e cole-
tivos. O Ministério Público propõe a ação.

• Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas


ao meio ambiente.

• Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Decretos:

• Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990

Regulamenta a Lei nº 6.902/81 e a Lei nº 6.938/81, que dispõem, respectivamente, sobre a


criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional de
Meio Ambiente, e dá outras providências.

• Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008

Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências.

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Resoluções:

• Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986

Dispõe sobre o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA.

• Resolução CONAMA nº 006, de 24 de janeiro de 1986

Dispõe sobre a aprovação de modelos para publicação de pedidos de licenciamento.

• Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997

Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o


licenciamento ambiental.

3.2 Estadual

Leis:

• Constituição do Estado do Espírito Santo

Especialmente os artigos 187 e 196, seção IV.

• Lei nº 4.701, de 08 de dezembro de 1992

Dispõe sobre a Política Estadual de Meio Ambiente, o patrimônio ambiental, o controle ambi-
ental, a tutela ambiental e as medidas para promoção da melhoria ambiental.

• Lei nº 7.058, de 18 de janeiro de 2002

Dispõe sobre a fiscalização, infrações e penalidades relativas à proteção do meio ambiente.

• Lei nº 9.264, de 16 de julho de 2009, e suas alterações

Institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos e dá outras providências correlatas.

Decretos:

• Decreto nº 3.513-N, de 23 de abril de 1993

Regulamenta a Lei nº 4.701/1992, especificando as infrações e as penalidades para causa-


dores de danos ambientais, bem como os instrumentos de gestão ambiental.

• Decreto nº 4.039-R, de 07 de dezembro de 2016

Atualiza as disposições sobre o Sistema de Licenciamento Ambiental e Controle das Ativida-


des Poluidoras ou Degradadoras do Meio Ambiente - SILCAP.

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Resoluções e Instruções Normativas:

• Resolução CONSEMA nº 01, de 14 de março de 2022

Define a tipologia das atividades ou empreendimentos considerados de impacto ambiental


local e dá outras providências.

• Instrução Normativa IEMA nº 15-N, de 23 de setembro de 2020

Dispõe sobre o enquadramento das atividades potencialmente poluidoras e/ou degradadoras


do meio ambiente com obrigatoriedade de licenciamento ambiental no IEMA e sua classifica-
ção quanto a potencial poluidor e porte e dá outras providências.

3.3 Municipal

• Lei Orgânica, de 25 de outubro de 1990

Lei Orgânica do Município de Vila Velha.

• Lei nº 4.999, de 15 de outubro de 2010

Institui o Código Municipal do Meio Ambiente, dispõe sobre a Política de Meio Ambiente e
sobre o sistema municipal do meio ambiente para o Município de Vila Velha.

• Decreto nº 27, de 15 de março de 2018

Regulamenta o Capítulo III – Do Licenciamento Ambiental - do Livro II, da Lei n° 4.999, de


20/10/2010, que “Institui o Código Municipal do Meio Ambiente, dispõe sobre a Política De
Meio Ambiente e sobre o Sistema Municipal do Meio Ambiente para o Município de Vila Velha”.

3.4 Normas

• NBR 11.174/90 – Fixa as condições exigíveis para obtenção das condições mínimas
necessárias ao armazenamento de resíduos de Classe II A - não inertes e Classe II B
– inertes, de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente.
• NBR 12.235/92 – Fixa as condições exigíveis para o armazenamento de resíduos sóli-
dos perigosos de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente.
• NBR 13.221/94 – Transporte terrestre de resíduos.
• NBR 10.004/04 – Resíduos Sólidos – Classificação.
• NBR 7.501/05 – Define os termos empregados no transporte terrestre de produtos pe-
rigosos.
• NBR ISO 14.001/04 – Sistemas da gestão ambiental – requisitos com orientações para
uso.

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4 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA

Esta fase consiste na caracterização das principais variáveis dos meios físicos, biótico e an-
trópica da área de influência da via, que interferem ou poderão sofrer interferência com o
empreendimento.

Para a delimitação das áreas de influência da variante a ser implantada foram consideradas
as atividades já existentes e aquelas a serem desenvolvidas na região, os ecossistemas pre-
sentes, as localidades que poderão sofrer alterações em decorrência da implantação do em-
preendimento e os fatores ambientais susceptíveis a sofrerem impactos e o território no qual
incidirão os impactos diretos e indiretos resultantes das etapas de planejamento, implantação
e operação.

A Resolução nº 01/1986 do CONAMA define as áreas de influência do projeto considerando:

• Meio Físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a


topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as cor-
rentes marinhas, as correntes atmosféricas;
• Meio Biótico: a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade am-
biental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de
preservação permanente, e;
• Meio Socioeconômico: o uso e ocupação do solo, o uso da água e a economia social,
destacando os sítios e monumentos arqueológicos e históricos e culturais da comuni-
dade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a
potencial utilização futura desses recursos.
A delimitação das áreas de estudo para a realização do diagnóstico ambiental foi determinada
considerando-se as principais interferências do empreendimento nas variáveis ambientais que
compõem o meio físico, biótico e antrópico.

Considera-se área de influência indireta (AII) aquela onde os impactos se fazem sentir de
maneira secundária ou indireta pelas ações do empreendimento e como área de influência
direta (AID) aquela cujos compartimentos ambientais são afetados diretamente pelas ações
do empreendimento.

Em resumo, as áreas de influência foram definidas conforme quadro apresentado a seguir.

Quadro 1: Áreas de Influência


Áreas de Influência Conceito e buffer
Corresponde às áreas onde serão desenvolvidas as atividades de
Área Diretamente Afetada (ADA) implantação e operação do empreendimento, envolvendo toda a
faixa de domínio (50 m para cada lado a partir do eixo central).
Corresponde ao espaço territorial onde as relações sociais, econô-
micas e culturais, e as características físico-biológicas sofrerão os
impactos, sendo considerada uma faixa de seção para cada lado
Área de Influência Direta (AID)
do trecho de 500 m, variando de acordo com o meio (físico, biótico
e socioeconômico) e com os fatores ambientais componentes des-
ses meios.
Corresponde ao espaço territorial onde os impactos se farão sentir
Área de Influência Indireta (AII) de maneira indireta ou secundária e com menor intensidade (3 km
para cada lado a partir do eixo central).

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Figura 6: Delimitação da área de influência socioambiental.


Fonte: Google Earth, 2024.

4.1 Áreas de Interesse Ambiental

O Plano Diretor Municipal de Vila Velha/ES tem como um de seus objetivos controlar a ocu-
pação e o uso do solo no município, com vistas a racionalizar a utilização da infraestrutura
urbana, proteger áreas e edificações de interesse ambiental, histórico e cultural e promover
maior conforto e qualidade do espaço da cidade.

A identificação de áreas especiais de interesse ambiental visa ao cumprimento das diretrizes


constantes na Lei Orgânica do Município referentes às políticas de preservação dos patrimô-
nios cultural e natural.

Sabendo que há interferência direta a áreas de proteção ambiental ao longo dos 700 metros
de obras, citando dentro da ADA a ZEIA do Morro do Convento da Penha e dentro da AID a
ZEIA do Monumento Natural do Morro do Moreno, será então demandado atenção especial a
biota local, com possibilidade de aparição de animais silvestres, ainda que adaptados a vida
urbana, sugerindo a aplicação de recursos humanos para afugentamento na aproximação
destes trechos, além de preocupações com o carreamento de materiais particulados durante
as obras e a virtual possibilidade de assoreamento de bacias identificadas a jusante.

Para verificar possíveis impactos da implementação do empreendimento, foi então necessário


a caracterização do meio físico, biótico e socioeconômico, que embasará os estudos e ativi-
dades a serem realizados durante a fase de obras, bem como na de operação.

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4.2 Meio Físico

O município de Vila Velha/ES possui relevo majoritariamente plano, tendo a média da sede
do município de 4,00 metros de altitude em relação ao nível do mar. Não obstante, algumas
elevações se destacam na paisagem, como o Morro do Moreno, o Morro do Convento da
Penha, o Penedo e a Pedra da Concha, sendo os dois primeiros inseridos na área diretamente
afetada pelo empreendimento em pauta.

Os variados ecossistemas presentes no município são de domínio da Mata Atlântica ou por


ela influenciados: a vegetação de restinga, os manguezais, os campos e pastagens, as her-
báceas aluviais e macrófitas. Há ainda os ecossistemas insulares e os exemplares isolados
na paisagem urbana.

O diagnóstico do meio físico foi realizado inicialmente a partir da coleta de informações em


bibliografia existente, bem como em relatórios que envolvem estudos na área de influência do
empreendimento e já apreciados e aprovados pelos órgãos fiscalizadores.

Extremo sul Extremo norte


Figura 7: Registros fotográficos do trecho – Pontos extremos.

Para subsidiar a elaboração dos mapas e as análises ambientais, utilizou-se o GEOBASES,


que é um sistema integrado de bases geoespaciais já em amplo uso no Estado do Espírito
Santo, bem como cartografia e materiais disponibilizados nos websites do INCPAER e IEMA.

Com o objetivo de obter informações e realizar registros fotográficos da região, fez-se visitas
de campo, especificamente nos dias 25 de outubro e 05 de novembro de 2024, percorrendo
o entorno do traçado da via e utilizando imagens de satélite georreferenciadas para interpolar
com aquilo que foi encontrado na bibliografia utilizada, a fim de verificar a consistência com a
realidade e para diagnosticar outras situações não especificadas.

A Resolução nº 01/1986 do CONAMA define as áreas de influência do projeto considerando,


para o Meio Físico, o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a
topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes
marinhas, as correntes atmosféricas. O estudo destes itens permite que o empreendedor de-
senvolva ações práticas, de forma a prevenir, mitigar e/ou eliminar os impactos ambientais
significativos adversos, ou reduzi-los a níveis aceitáveis.

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a. Clima e Condições Meteorológicas

As condições climáticas constituem-se em agente modificador dos inúmeros sistemas naturais


que interagem no planeta. Desta maneira, embora o clima não seja componente materializável
e visível na superfície terrestre, contribui significativamente para entender as paisagens.

A avaliação climática em estudos ambientais tem como objetivo determinar as condições in-
tempéricas da região, permitindo definir, dentre outros aspectos, as épocas mais propensas à
ocorrência de cursos hídricos, e em conjunto com a conformação geológica, geotécnica e
pedológica, perceber possíveis locais para a ocorrência de processos erosivos em face da
ação pluviométrica.

Dadas as informações disponibilizadas nos websites do INCAPER, confere-se que no Estado


do Espírito Santo os meses de novembro, dezembro e janeiro são os mais chuvosos, sendo
essa característica influenciada pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul
(ZCAS), que consiste em uma banda de nebulosidade semi-estacionária, que se estende
desde o sul da Amazônia, passando pela Região Centro-Oeste e prolonga-se para o Oceano
Atlântico, acarretando chuvas frequentemente intensas.

A região onde a revitalização será implantada no município de Vila Velha pode ser classificada
de forma geral como de clima tropical, quente e úmido. Possui características bem marcante
no verão, apresentando índices de precipitação média anual de 1.188,7 mm, sendo sazonal-
mente dividido em dois períodos: um chuvoso, entre os meses de outubro a abril, com um total
de 868,6 mm, e; um menos chuvoso entre os meses de maio a setembro. As temperaturas
médias variam conforme as estações, podendo atingir máximas entre 26,8 e 32,5 °C e míni-
mas entre 16,9 e 22,4 °C ao longo do ano. As figuras a seguir apresentam a caracterização
climática do município, enquadrado na Zona 8, reconhecida por terras quentes de topografia
plana e transição chuvosa/seca.

Figura 8: Zonas naturais do município de Cariacica.


Fonte: Secretaria de Estado do Planejamento - SEPLAN, 1999.
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Figura 9: Mapa de precipitação anual média no Estado do Espírito Santo.


Fonte: Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER).

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b. Geomorfologia

O estudo da geomorfologia (forma do relevo) produz subsídios físicos e territoriais que podem
ser utilizados para determinar os melhores traçados e menores impactos físicos e ambientais
para alocação de um empreendimento rodoviário.

Para analisar a área de estudo e suas estrutura geomorfológica, precisamos identificar inicial-
mente sua localização em relação a cartografia disponível. Esta constatação pode ser feita na
figura a seguir. Com as informações colhidas em campo, aliadas às obtidas na literatura pes-
quisada, principalmente aquelas disponibilizadas nos websites do INCRA-ES e INCAPER-ES
(referenciados através do sistema GEOBASES de dados), fez-se então a descrição das ca-
racterísticas dos solos observados.

Figura 10: Geomorfologia encontrada na AID.


Fonte: Base de dados do GEOBASES-ES.

Quanto a geomorfologia, a região apresenta a morfoestrutura predominante de Planícies Cos-


teiras, representante de Depósitos Sedimentares, que são unidades com sedimentos ceno-
zóicos do Grupo Barreiras, constituídos de areias e argilas variegadas com eventuais linhas
de pedra, disposto em camadas com espessura variada. Os sedimentos apresentam espes-
sura variada e disposição suborizontal, com mergulho para leste, em direção ao Oceano Atlân-
tico.

A faixa é resultante de acumulação marinha, composta por praias, canais de maré, cordões
litorâneos, dunas, plataforma de abrasão e terraços arenosos ou cascalhentos, e é dominada
por um relevo com altimetria média de 6,00 metros, com predominância de solos do tipo Areia
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Quartzosa Marinha (EKg), sendo entremeadas por solos hidromórficos da Planície Fluvioma-
rinha, que ocupam áreas inundáveis de cotas mais baixas em direção a foz do Canal da Costa.

Figura 11: Tipos de solo encontrados na AID.


Fonte: Base de dados do INCRA-ES.

Esta feição está totalmente afetada pela ação humana, pois foi substituída por grandes con-
domínios e outras construções. O trecho de praia é utilizado por turistas e moradores de Vila
Velha. Observa-se na linha de costa feições de cordões litorâneos constituídos por linhas de
cristas de praias que se sucedem, formadas ao longo dos últimos 5.000 anos, época em que
se iniciou a construção desta unidade geomorfológica.

Dentre as principais características desta feição pode-se destacar a baixa ou nula suscetibili-
dade a alagamentos e inundações, e de processos erosivos e de rompimentos do terreno. Há
continuidade dos processos erosivos sobre a modelagem do litoral, a tendência tem sido agra-
vada pela intensa urbanização. O uso urbano inapropriado é também responsável por eventos
erosivos nos setores onde a linha de costa apresenta-se bastante recortada.

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Figura 12: Suscetibilidade a inundações na AID.


Fonte: Base de dados da PMVV.

c. Recursos Hídricos Superficiais

A drenagem de uma região constitui a via natural de escoamento de suas águas e, normal-
mente, é representada por um sistema de rios e canais. Ela naturalmente se desenvolve se-
guindo as linhas de maior declive do terreno e, em algumas situações, os cursos se adaptam
as linhas estruturais, notadamente falhas e fraturas. A forma superficial da bacia hidrográfica
é importante devido ao tempo de concentração a partir do início da precipitação, necessário
para que toda a bacia contribua na seção em estudo, ou seja, estima o tempo que a água leva
para percorrer desde os limites da bacia até chegar à saída da mesma.

De acordo com informações obtidas nos websites da ANA, IEMA e INCAPER, o estado do
Espirito Santo se enquadra dentro da Região Costeira do Atlântico Sul, de acordo com a Divi-
são Hidrográfica Nacional instituída pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH),
dividida em ottobacias hidrográficas apresentadas conforme figura a seguir.

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Figura 13: Divisão das Ottobacias (nível 4) do Espírito Santo.


Fonte: Base de dados do GEOBASES.

Em específico, o trecho de revitalização está inserido integra a Bacia Hidrográfica da Praia da


Costa, tendo como rio principal o Rio da Costa, que percorria paralelo a linha de costa do

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Município de Vila Velha e desaguava na Baía de Vitoria na localidade denominada barrinha,


atualmente denominado Canal da Costa.

Conforme relatado no início deste documento, o Rio da Costa atualmente encontra-se desca-
racterizado devido a inúmeras e profundas ações antrópicas realizadas na região. No passado
o rio tinha o seu curso na área do entorno do Maciço do Morro do Moreno. Sua nascente
localizava-se num poço denominado de Apicum (as margens da estrada de Vila Velha/Barra
do Jucu).

A percepção destes recursos hídricos superficiais pode ser comparada com sobreposição das
imagens de satélite obtidas através do Google e do mapa de cursos hídricos do Espírito Santo
(GEOBASES).

Figura 14: Identificação de corpos hídricos na AID.


Fonte: Base de dados do GEOBASES.

Percebe-se de sua formação algum grau de degradação devido fatores diversos, nos quais se
destacam o lançamento de esgoto doméstico sem tratamento diretamente ao solo, descarte
indevido de resíduos no canal e processos erosivos generalizados nas encostas.

Ainda do estudo das imagens aéreas, constata-se que a região possui uma baixa rede de
drenagem superficial natural, consequentemente com os cursos de água na área do empre-
endimento apresentando baixa disponibilidade hídrica, distantes de suas configurações natu-
rais; ao longo do tempo a região sofreu várias intervenções humanas, com a realização de
obras de grande porte que a modificaram notavelmente.

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Já as drenagens artificiais, representam obras realizadas para drenar a água excedente de


um local, como por exemplo, áreas de várzeas ou mesmo de trechos urbanos consolidados,
que dispensam as águas precipitadas nas galerias existentes, aumentando o fluxo corrente e
diminuindo a percolação em solo.

Figura 15: Identificação de corpo hídrico na AID.

d. Uso e Ocupação do Solo

A região onde será realizada a macrodrenagem e revitalização do Canal da Costa é constitu-


ída por área urbanizada, com alta densidade ocupacional, e o predomínio de atividades co-
merciais de pequeno porte, sendo a ocupação também composta por residências familiares.
A vegetação lindeira ao trecho é praticamente inexistente, com predominância de gramíneas
e de vegetação arbustiva espaçada, a ser tratado mais a frente neste estudo.

Figura 16: Registros fotográficos do trecho – Ocupação do solo.

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O trecho onde inicia-se a percepção de possibilidade direta de impacto a fauna e flora local
tem especificamente o ponto de extremo norte, onde será demandado atenção especial prin-
cipalmente em relação a possibilidade de assoreamento do corpo hídrico identificado, bem
como da preservação de espécies endêmicas.

4.3 Meio Biótico

A remoção da vegetação, do solo, a movimentação de pessoas e máquinas tem como conse-


quência o afugentamento da fauna, levando-a a se deslocar para outros habitats, gerando um
aumento na competição por alimentos, por áreas de reprodução, refúgio, dentre outros, o que
ocasiona uma alteração ecológica. Associada à supressão da vegetação inevitavelmente
ocorrerá a perda da variabilidade genética e perda do habitat de algumas espécies da fauna.

4.3.1 Flora

O Espírito Santo é um dos estados mais ricos do Brasil em espécies de angiospermas. O


estado possui uma área de aproximadamente 45.600 km2, totalmente coberta pela Mata Atlân-
tica. Atualmente restam cerca de 12,6% da cobertura vegetal original (Fundação SOS Mata
Atlântica, 2009).

O desmatamento realizado por séculos levou à redução da cobertura original desse bioma,
resultando em fragmentação florestal, com a maioria dos fragmentos menores que 50 ha (Ri-
beiro et al.1999). Metzger (2003) afirma que a fragmentação é preocupante, porque a riqueza
de espécies pode ser fortemente afetada pelo tamanho e forma dos remanescentes, além do
grau de conectividade.

Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica, a especulação imobiliária e a ocupação


desordenada são os principais problemas relacionados ao desmatamento da Mata Atlântica,
além disso, o desmatamento e os tipos de exploração desse ambiente variam de uma região
para outra. A construção de estradas pode ser considerada mais um fator para a degradação
ambiental, já que aumenta a fragmentação de áreas naturais.

Fragmentos florestais presentes nos ambientes de transição, em geral, apresentam caracte-


rísticas bem específicas, divergindo umas das outras. Porém, de acordo com Pianka (1994)
elas apresentam uma grande riqueza florística, congregando espécies de ambas as comuni-
dades, podendo ocorrer zonas com modificações abruptas da vegetação.

Os exemplares de vegetação estão presentes no extremo norte do Canal da Costa, tendo, na


ADA, a percepção de espécies arbóreas espaçadas, além de áreas alagáveis de brejo e pe-
quenos acumulados de água, nas quais macrófitas aquáticas se fazem presentes.

Nesta porção percebe-se a presença de indivíduos isolados de Rhizophora mangle (mangue


vermelho) e Avicenia aff. germinans (mangue preto), além da presença ainda de espécies
como invasoras como Leucaena leucocephala (leucena).

Devido às condições de antropização bastante claras para a área de estudo, a maior parte da
flora encontrada nas áreas visitadas foi de espécies plásticas, comuns à maioria dos fragmen-
tos em estágios iniciais de regeneração.

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Figura 17: Identificação de vegetação na AID.

A vegetação da área diretamente afetada pelo empreendimento apresenta-se de forma espa-


çada, com espécies isoladas, que a depender da metodologia a ser implementada na execu-
ção do projeto podem ser inclusive mantidas. Como não há percepção de espécies ameaça-
das de extinção no trecho em pauta, ainda que sejam demandados o corte de unidades arbó-
reas, haverá espaço útil às margens do canal para que seja regenerado a flora com o plantio
de espécies de Mata Atlântica, de forma a recompor a diversidade florística outrora existente.

4.3.2 Fauna

O conceito de megadiversidade tem sido aplicado ao Brasil por abrigar uma das maiores ri-
quezas, em termo de espécies da fauna. Apesar de toda esta riqueza, atualmente, muitas
espécies são catalogadas com algum grau de ameaça de extinção em listas oficiais, seja a
nível nacional ou a nível estadual. Fatores como a interferência antrópica e a retirada completa
ou fragmentada de áreas originais de vegetação são apontados como as principais causas
para essa ameaça, fator este que se agrava próximo a áreas urbanas (ROCHA et al., 2003;
PONTES et al., 2009).

O contexto de áreas completamente urbanizadas, como é o caso da área de inserção do em-


preendimento, a vegetação que serviria de abrigo e alimento para a fauna é, na verdade,
caracterizada por espécies exóticas ou dispostas de forma dispersa em meio a diversos fato-
res promotores do afastamento da fauna.

Desse modo o ambiente torna-se favorável às espécies generalistas, que afetam a biodiversi-
dade de forma tanto direta quanto indireta ao competir com resquícios de populações nativas
um pouco mais sensíveis ou especialistas que podem estar presentes.

Considerando, ainda, a implantação do empreendimento em uma região tão antropizada, fica


claro que esforços de campo para a amostragem de espécies da fauna de mamíferos, répteis
e anfíbios não seriam produtivos, já que o tamanho das áreas com vegetação e o forte efeito
do entorno proporcionam um ambiente não favorável à ocorrência de populações significativas
destes grupos.

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Contudo, para grupos como a avifauna, a arborização urbana, as áreas verdes representadas
por monumentos preservados próximo ao trecho de intervenção (notadamente o Morro do
Convento da Penha e Monumento Natural do Morro do Moreno), ou mesmo corredores ao
longo de cursos d’água, como ocorre na região em estudo, permitem a ocorrência de uma
diversidade de espécies, ainda que muitas vezes não provendo suporte para aquelas mais
sensíveis do grupo.

Savacu-de-coroa Pombo-doméstico
(Nyctanassa violacea) (Columba livia)

Figura 18: Identificação de fauna na AID.

Num rápido levantamento bibliográfico, as principais espécies sinantrópicas identificadas em


regiões antropizadas constitui-se por:

• Avifauna: pombos, bem-te-vi, pardal, entre outros;


• Mastofauna: camundongos, ratos, morcegos, micos, entre outros;
• Herpetofauna: cobras, lagartixas, calangos, sapos e rãs, entre outros;
• Entomofauna: formigas, baratas, aranhas, entre outros;
• Ictiofauna: traíra, bagre, entre outros.
Segue, abaixo, recorte do levantamento de pesquisa a publicações realizadas recentemente,
tendo como principal parâmetro o documento elaborado para o Diagnóstico Ambiental do
Morro do Moreno, elaborado pela empresa Environlink, em Dez/2014.

4.3.2.1 Entomofauna

Nas amostragens realizadas na área de estudo, foram registrados 115 indivíduos pertencen-
tes à Classe Insecta pelos métodos de busca ativa, armadilha de queda (pitfall), armadilha de

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Moerick, ovitrampa, e armadilha Von Someren-Rydon. Além destes registros, foram feitos re-
gistros fotográficos e visualizações de vários outros táxons. Foram amostradas 13 ordens da
classe Insecta na área estudada, sendo que atualmente existem descritas aproximadamente
30 ordens desta classe no mundo. As ordens amostradas foram Blattodea, Coleoptera, Der-
maptera, Diptera, Hemiptera, Hymenoptera, Isoptera, Lepidoptera, Neuroptera, Odonata, Or-
thoptera, Thysanoptera, e Trichoptera.

Figura 19: Abundância dos indivíduos amostrados de acordo com a ordem.

4.3.2.2 Herpetofauna (Anfíbios e Répteis)

O estudo evidenciou a presença de 13 espécies de anfíbios anuros pertencentes a cinco fa-


mílias: Bufonidae, Craugastoridae, Cycloramphidae, Hylidae e Leptodactylidae. Dentre as es-
pécies listadas a seguir apenas Leptodactylus fuscus não foi visualizada pelos consultores e
por isso não entrou nos cálculos e análises da comunidade.

Figura 20: Relação percentual da dominância baseado no número de espécies amostradas.

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Já em relação a repteis, foram registradas 13 espécies distribuídas em 09 famílias, sendo 09


espécies de lagartos, 04 espécies de serpentes. Todas as espécies registradas são conside-
radas comuns em todo território capixaba, apesar de algumas serem crípticas e consequen-
temente com maior dificuldade de visualização.

Figura 21: Abundância relativa das famílias de répteis baseado no número de espécies amostradas.

4.3.2.3 Avifauna

Durante a amostragem da avifauna na área do Morro do Moreno e no seu entorno foram re-
gistradas 83 espécies distribuídas em 36 famílias e 19 ordens. A ordem mais representativa
foi a Passeriformes, com 47% das espécies registradas. O total de espécies registrado cor-
responde a 12,7% das 654 espécies da avifauna brasileira que já foram registradas para o
Estado do Espírito Santo.

Figura 22: Relação percentual da dominância baseado no número de espécies amostradas.


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4.3.2.4 Mastofauna

Durante o levantamento de mamíferos do Morro do Moreno foram registradas nove espécies,


pertencentes a cinco ordens e seis famílias. A maioria das espécies registradas são caracte-
rísticas de áreas em estado de regeneração médio e inicial e/ou com intensa interferência
antrópica. A única espécie encontrada que se encontra vulnerável à extinção segunda a IUCN
(2012) e IBAMA (2003), e em perigo segunda à lista capixaba (Espírito Santo 2005) é a pre-
guiça-de-coleira (Bradypus torquatus).

Figura 23: Relação percentual da dominância baseado no número de espécies amostradas.

4.3.2.5 Considerações Finais

Atualmente, o Morro do Moreno é um dos poucos fragmentos da Mata Atlântica em área ur-
bana do município de Vila Velha, havendo entre ela e a área do Morro do Convento da Penha
e do Morro da Marinha a formação de um corredor ecológico localizado na área urbana do
município, região diretamente afetada pelas obras a serem desenvolvidas.

A fauna local, apesar de possuir, em sua maioria, espécies de pouca relevância do ponto de
vista de conservação, apresenta a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) que está em pe-
rigo, segunda a lista de fauna e flora do Espírito Santo ameaçadas de extinção. A presença
de espécies que utilizam o corredor ecológico formado requer atenção durante as obras, prin-
cipalmente relacionado a necessidade de afugentamento, caso alguma espécie seja obser-
vada durante a execução das atividades.

4.4 Meio Antrópico

4.4.1 Contexto Histórico

A história do povoamento de Vila Velha se confunde com a colonização do solo espírito-san-


tense. Após o descobrimento do Brasil, a coroa portuguesa começou a temer invasões estran-
geiras de piratas ingleses, franceses e holandeses no novo território, e entre os anos de 1534

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e 1536, foi criado o sistema de capitanias hereditárias, cuja finalidade era a de ocupar o terri-
tório, criar sistemas de defesa, explorar os recursos minerais e vegetais da região.

A partir das capitanias hereditárias foram instituídas as sesmarias, regime jurídico feudal de
transferência do domínio útil da terra, no qual o donatário, titular de uma capitania hereditária,
permitia ao colono que cultivasse porções de terra, tornando-as produtivas. Somente podiam
ser concedidas àqueles que detivessem algum laço com a classe nobre portuguesa, aos mili-
tares ou aos que se dedicassem à navegação e tivessem recebido honrarias que lhes garan-
tissem o mérito de recebê-las. Dentre os vários donatários gratificados com a doação de ca-
pitanias, está Vasco Fernandes Coutinho, e no dia 23 de maio de 1535, sua expedição chegou
à baía, desembarcando num monte (Moreno) à esquerda de sua entrada (SALETTO, 2011),
local também identificado como Prainha, ou ainda próximo à base do morro do atual Convento
da Penha.

O avanço da urbanização do entorno, incluído o bairro Praia da Costa, é caracterizado pelo


cenário comum em médias e grandes cidades, contendo por vezes áreas impróprias para
edificações ao mesmo tempo em que as relações sociais presentes nestas apresentam com-
portamentos ligados à degradação ambiental. Acompanhados a esse crescimento, ficam cla-
ras na região as modificações na paisagem urbana, onde se observa o equilíbrio ambiental
mais profundamente afetado.

Nesse cenário, os rios passaram a se tornar empecilho para a expansão urbana, e seu valor
é invertido na paisagem local em função de uma nova lógica espacial que se organiza em
seus meandros. A necessidade de alcançar novas áreas para o desenvolvimento do mercado
imobiliário faz com que as várzeas sejam drenadas, dando lugar a uma malha impermeabili-
zada de concreto e asfalto, e, assim, nesse processo, os rios passam a ser desnaturalizados
e confinados em canais de drenagem pluvial e elementos da macrodrenagem urbana.

É neste contexto que está inserida a bacia de drenagem do Canal da Costa, objeto de estudo,
constituída por dois canais: Costa e Bigossi. A bacia abrange uma área de 9,57 km², compre-
endendo 20 bairros, no município de Vila Velha que faz parte da Região Metropolitana da
Grande Vitória RMGV, no estado do Espírito Santo. É importante destacar que a bacia está
inserida em uma planície costeira composta de sedimentos de origem fluvial e marinha, que
integram um conjunto de áreas inundáveis condicionada à dinâmica de cheias do Rio Jucu e
à dinâmica marinha (SARTORIO & COELHO, 2022).

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Figura 24: Localização dos canais da Costa e Bigossi no município de Vila Velha/ES.
Fonte: SARTORIO & COELHO, 2022.

4.4.2 Aspectos Econômicos, Patrimoniais e Sociais

De acordo com o censo do IBGE, a população da área objeto de estudo é composta predomi-
nantemente por adultos em idade produtiva, sendo do sexo masculino, distribuídas nas faixas
etárias entre 20 anos a 34 anos (14,50%), e do sexo feminino, entre 25 anos a 49 anos
(24,66%). A região caracteriza-se pelo predomínio de habitantes na faixa etária de 21 a 49
anos, o que indica constituir-se numa população economicamente ativa e jovem, mas com
tendência ao envelhecimento.

Segundo os dados do IBGE (2010), as taxas de alfabetização apuradas para a área atingem
aproximadamente 91% da população residente, sendo que os demais não alfabetizados não
estão em idade escolar. Em relação ao rendimento mensal verifica-se que o responsável pelo

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domicílio recebe predominantemente entre 5 a 10 salários mínimos, e mais da metade dos


chefes de família possuem rendimento médio mensal acima de 5 salários mínimos.

O PIB de Vila Velha é composto majoritariamente pelo setor de comércio e serviços, que é
responsável por quase 70% do total do valor agregado de todas as atividades econômicas.
Isso ressalta a importância desse setor para a economia do município. As atividades de co-
mércio e reparação de veículos, transporte e indústrias de transformação são as mais signifi-
cativas com relação à geração de emprego.

Na estrutura produtiva de Vila Velha, as atividades vinculadas ao comércio e a prestação de


serviços de abrangência local são preponderantes – inclusive observadas no trecho em estudo
–, enquanto a participação da agropecuária mantém pouca expressividade.

Predominam no bairro Praia da Costa, bem como ao longo do trecho do empreendimento, as


habitações plurifamiliares de mais de 03 pavimentos, sendo alto o índice de verticalização.
Em relação a estrutura comercial, verifica-se na área de interferência do empreendimento uma
alta diversificação de estruturas para prestação de serviços, tais como hotéis, hospitais, cen-
tros de ensino, supermercados, restaurantes e outros tipos de comércios e varejos diversos.

O traçado viário principal é formado por eixos metropolitanos e rodovias federais e estaduais
que assumem, simultaneamente, a função logística de escoamento de cargas portuárias e de
estruturação do tecido urbano, incorporados no arranjo do transporte metropolitano (TRANS-
COL). O sistema TRANSCOL é um sistema estadual de transporte intermunicipal de passa-
geiros que interliga cinco municípios da RMGV (Cariacica, Vitória, Vila Velha, Viana e Serra),
não existindo sistema interno de transporte coletivo no município.

Quanto à fonte de água dos domicílios no município, a principal forma utilizada é a rede de
abastecimento geral, existindo residências que ainda utilizam poço ou possuem nascentes na
propriedade.

Em relação à cobertura do sistema de esgotamento sanitário oferecido pela Concessionária


CESAN (Companhia Espírito Santense de Saneamento), aproximadamente 59% da popula-
ção urbana é coberta pela rede coletora de esgoto, sendo que desses, cerca de metade está
interligado à rede pública. Dentre as edificações com lavabos, a maior parte tem como destino
do esgoto a rede coletora ou de drenagem pluvial, além de outras formas de esgotamento
sanitário, entre elas o lançamento direto em recursos hídricos.

O município de Vila Velha possui um rico patrimônio histórico e cultural, fruto de seu longo
histórico de ocupação. A presença de manguezal, proximidades de rios, matas áreas onde
existia caça e pesca em abundância, áreas propícias ao plantio e proximidades de locais de
obtenção de matéria prima (pedra, conchas, argila, etc.) formavam compartimentos ambien-
tais favoráveis à presença indígena tanto na área objeto de estudo como no entorno.

O conjunto de bens materiais e imateriais formado pelas edificações coloniais do Convento


Nossa Senhora da Penha, da Igreja Nossa Senhora do Rosário, o Forte de São Francisco de
Xavier (ou Forte de Piratininga) e o Farol de Santa Luzia, assim como as formas de expressões
e celebrações religiosas oriundas de períodos pretéritos como a Festa de Nossa Senhora da
Penha, e especialmente, o próprio Morro do Moreno, enquanto território com significados sim-

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bólico, histórico e geográfico para os moradores, compõem o legado cultural existente no mu-
nicípio de Vila Velha que perduraram até a atualidade, de grande importância no processo de
formação da identidade local e nacional.

Os principais grupos organizados da região são os movimentos comunitários, que se mani-


festam no Morro do Moreno e na Praia da Costa, de forma organizada, tendo representação,
inclusive, nos fóruns e conselhos regionais e municipais. Todos esses conselhos atuam na
representação de seus bairros, usuários e na interlocução com órgãos públicos quanto às
reivindicações dos mesmos. Os grupos são:

• Associação dos Proprietários, Moradores e Amigos do Morro do Moreno


• Associação Comunitária dos Moradores da Praia da Costa
• Associação dos Idosos de Vila Velha
• Associação Laramar de Ginástica, Eventos, e Lazer para a Terceira Idade
• Escola Oral e Auditiva Grupo de Apoio a Familiares de Alzheimer

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5 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A identificação e avaliação dos impactos ambientais tem como principal objetivo a comparação
qualitativa e quantitativa das interferências do empreendimento com o ambiente, entre a situ-
ação dos componentes determinados na ausência das obras e aquela consequente à sua
realização.

Os impactos significativos constituirão o foco sobre os quais será realizada avaliação dos as-
pectos ambientais observados. Por vezes, estes impactos não estão associados ao empreen-
dimento em si, mas às obras relacionadas a ele (por exemplo, os canteiros de obras).

A análise deve identificar os impactos em diversas escalas espaciais. Assim, é de grande


importância, na fase de elaboração do presente estudo, dispor de listas de controle eficazes
sobre as possíveis linhas de impacto a serem enquadradas, o quanto possível, nos termos
dos setores ambientais (componentes, fatores, sistemas).

Dada a iminência da obra de revitalização de um trecho urbano no município de Vila Velha/ES,


a análise dos impactos ambientais buscou identificar, qualificar e quantificar, quando passíveis
de mensuração, os impactos a serem gerados nas fases de instalação e operação do empre-
endimento.

A estruturação dessa metodologia considera três etapas:

1. Listar as ações do empreendimento geradoras de impactos ambientais – atividades


transformadoras.
2. Descrever, qualificar e avaliar dos impactos.
3. Elaborar a análise integrada dos impactos ambientais (matriz de avaliação).
A partir dos dados relevantes do diagnóstico foram apontados os indicadores utilizados para
determinação da magnitude dos impactos, considerando os seguintes critérios: meio, natu-
reza, ocorrência, influência, temporalidade/duração, abrangência e reversibilidade. A definição
dos critérios de avaliação adotados para este estudo está descrita adiante.

Serão descritos os aspectos que envolvem o empreendimento em questão, elencando os im-


pactos positivos, que incluem as contribuições e benefícios para a região a qual será contem-
plada as obras, bem como os impactos negativos, que estão relacionados basicamente à ge-
ração de efluentes líquidos, emissões atmosféricas, dispersão de sedimentos, resíduos sóli-
dos, poluição sonora e transtornos sociais.

5.1 Definições

Para subsídio durante a elaboração deste estudo, foram utilizadas algumas definições, con-
forme pode ser observado a seguir.

- Impacto ambiental: Definido como “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou be-
néfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização” de acordo
com a NBR ISO 14.001. Ou seja, impactos ambientais são adversos quando trazem alterações
negativas ao meio, e benéficos quanto trazem alterações positivas ao meio.

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- Área de entorno: Porção territorial adjacente à área de instalação da unidade produtiva, de-
finida em função das intervenções e potencialidade dos impactos advindos com a sua instala-
ção e operação e de suas características ambientais.

- Área de influência: Área potencialmente afetada, direta ou indiretamente, pelas ações a se-
rem desenvolvidas pelo projeto, nas fases de planejamento, execução das obras, operações
e desativação das atividades.

- Medidas mitigadoras: Ações, equipamentos ou dispositivos destinados a corrigir ou eliminar


os impactos, ou reduzir a sua magnitude.

5.2 Aspectos e Impactos Ambientais

Com o levantamento dos aspectos ambientais, é possível identificar todos os seus impactos,
levando em consideração os riscos, severidade, frequência e disponibilidade de recursos da
atividade de construção e operação do empreendimento.

Tendo em vista tratar-se de área brownfield e que está previsto a substituição e amplicação
das galerias de drenagem e revitalização da via, os impactos ambientais negativos que deve-
rão ser gerenciados durante as obras são aqueles relacionados a qualquer tipo de obra em
terra, ou seja, emissões atmosféricas, ruídos e vibrações, lançamento de efluentes líquidos,
geração de resíduos sólidos, etc. Para tanto, deverão ser implementadas ações e medidas já
consagradas no gerenciamento dos diversos aspectos ambientais envolvidos na fase de
obras.

De maneira geral os principais impactos socioambientais relacionados à implantação de obras


civis edificantes e da execução de escavações para implantação de galerias, estão relaciona-
dos a seguir.

Tabela 2: Impactos ambientais identificados no empreendimento.


Impactos potenciais na fase de implantação
Geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos
Dispersão de fumaça e particulados
Ruídos e vibrações
Modificação e transtorno no cotidiano da população
Práticas operacionais incompatíveis dos trabalhadores envolvidos
Risco de acidentes com produtos perigosos
Contaminação do solo
Alteração na estabilidade de talude
Assoreamento de corpos d'água
Interferência na biodiversidade local

5.3 Impactos Positivos

A geração de empregos diretos pelo empreendimento é o principal aspecto positivo a ser ci-
tado. O empreendimento contará com colaboradores em diversas especialidades, bem como
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promoverá a movimentação da economia local através da utilização de prestadores de servi-


ços, com a criação de empregos indiretamente.

Outro impacto positivo da atividade é o incremento da receita tributária do município direta e


indireta, com a arrecadação de impostos sobre as edificações a serem construídas.

Por fim, a ocupação de uma área com um empreendimento deste tipo exerce uma contribuição
significativa para a valorização do entorno, beneficiando diretamente toda infraestrutura pú-
blica ou privada da região, impulsionando a economia local.

5.4 Impactos Negativos

O empreendimento não está localizado dentro de unidades de conservação e sua instalação


e operação normal não compromete diretamente a vulnerabilidade natural da região.

O empreendimento poderá ser passível de medidas de controle e gerenciamento de ações,


sob forma de condicionantes ambientais, nos termos das leis ambientais aplicáveis, conside-
rando que a operação regular do empreendimento pode causar impacto ambiental significa-
tivo, ainda que esteja inserido em delimitação urbanística apropriada para atividades que
exerce, segundo o zoneamento municipal. Com esta constatação, já na fase de implementa-
ção, deve-se promover medidas mitigadoras e de controle ambiental exigíveis, referentes aos
passivos ambientais previamente identificados.

A etapa de construção de um empreendimento requer a instalação de unidades provisórias,


cujo objetivo é fornecer estrutura para as atividades a serem desenvolvidas.

5.4.1 Poluição Hídrica e do Solo

Observada na fase de implementação do projeto, o risco de alteração na qualidade dos recur-


sos hídricos advém de fatores diversos.

Listando primeiramente alguns relativos à circulação de veículos e materiais construtivos, po-


demos citar a manipulação de combustíveis, óleos e graxas no uso e operação de máquinas
e veículos, o estoque e manipulação de concreto e asfalto, entre outros, o que implica em
riscos de vazamento ocasional de pequenas proporções ou acidental de grandes volumes.

Além disto, as atividades de obras contribuem para que o solo fique descoberto, sem a prote-
ção natural e/ou antrópica, podendo fazer com que o solo seja carreado para os cursos d'água
próximos, com o consequente aumento dos sólidos em suspensão e da turbidez.

5.4.1.1 Assoreamento de corpos d'água

O assoreamento é o processo em que cursos d'água são afetados pelo acúmulo de sedimen-
tos, o que resulta no caso em questão do excesso de material proveniente de dragagens,
considerando que a área de referência vem sendo utilizada para deposição de sedimentos.

O processo de assoreamento costuma ocorrer por escoamento em direção aos corpos hídri-
cos, onde são depositados. O sedimento depositado é levado pelos corpos hídricos e, quando

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encontra locais mais planos, onde a velocidade do curso d'água não é muito acelerada, depo-
sita-se no fundo, acumulando e, eventualmente, formando bancos de areia ao longo do curso
d'água.

As consequências do assoreamento dos corpos hídricos podem ser agravadas, principal-


mente, se houver material contaminado. Soma-se a isso a perda de habitat e condições ade-
quadas para a biota aquática, dificultando inclusive a reprodução das espécies.

As atividades de dragagem são intrínsecas à instalação de galerias pluviais, devendo proces-


sos de manutenção serem executados periodicamente, na maior parte dos casos. As draga-
gens podem intensificar o transporte de plumas de sedimentos em um dado local, causando
impactos econômicos e ambientais.

As consequências do assoreamento dos corpos hídricos podem ser agravadas, principal-


mente, se houver material contaminado. Soma-se a isso a perda de habitat e condições ade-
quadas para a biota aquática, dificultando inclusive a reprodução das espécies.

Para mitigação deste impacto em potencial, é necessário implantar barreiras de siltagem às


áreas que margeiam zonas de proteção ambiental, principalmente cursos hídricos e massas
d’água que perpassarem às obras. Este elemento provisório de proteção ambiental deve ser
utilizado principalmente durante as obras de terraplenagem, cujo objetivo é inibir o carrea-
mento de sedimentos para a drenagem natural e outros locais indesejáveis, tais como áreas
agrícolas produtivas e áreas de mananciais.

A barreira de siltagem consiste num dispositivo que tem a finalidade de reter materiais finos
do solo que possam ser carreados para a drenagem da pública, talvegues, mananciais, pro-
priedades lindeiras e para pista de vias existentes. Essa barreira é executada através da fixa-
ção de mantas de geotêxteis em estacas de madeira cravadas no solo. Sua implantação deve
ser feita antes de se iniciar a execução do aterro, cravando inicialmente a estaca de madeira,
distante 0,60m da linha de offset do aterro, em profundidade de ao menos 0,5m e espaçadas
entre 1,50m e 2,00m, e posteriormente fixada a manta de geotextil com altura livre de 1,00m
e mais 0,50m disposto sobre o terreno natural, distanciado em 0,60m do pé do talude, paralela
a linha de “offset” e fixada em estacas de madeira, conforme indicado a seguir.

Figura 25. Exemplificação de situações para instalação de barreiras de siltagem.

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5.4.1.2 Efluentes sanitários

Nas instalações provisórias haverá a geração de efluentes líquidos, provenientes dos funcio-
nários que atuam no canteiro de obras, de banheiros químicos espalhados pelo trecho, da
manutenção de materiais, veículos e equipamentos, de processos de aspersão de água para
evitar emissão de material particulado e outros.

Considerando o preposto na NBR/ABNT 7.299/1993, a geração média de esgoto no empre-


endimento é equivalente ao número de obreiros (40), com consumo similar à de alojamentos
provisórios. De acordo com a Norma Técnica da SABESP NTS 181:2017 Rev.4, deve-se con-
siderar uma contribuição média de 50 litros por pessoa ao dia.

Com estes dados, a geração estimada de esgoto doméstico é de 2,00 m³/dia.

Tais efluentes devem ser coletados e, posteriormente tratados, para evitar a contaminação do
meio ambiente, ou incômodo para a comunidade por causa do odor e a proliferação de veto-
res. Quando de sua operação, a estrutura hidrossanitária será interligada a rede de esgota-
mento sanitário na região, visto que se caracterizaram por efluentes similares aqueles consi-
derados como esgoto doméstico (não haverá geração de efluentes líquidos industriais). Já no
trecho serão disponibilizadas unidades sanitárias móveis (banheiros químicos), e os efluentes
transportados e destinados por parceiros devidamente licenciados para este fim.

É necessário listar alguns aspectos relativos à circulação de unidade móveis, citando a even-
tual manipulação de combustíveis, óleos e graxas no uso e operação de máquinas e veículos,
o que implica em riscos de vazamento ocasional de pequenas proporções ou acidental de
grandes volumes.

Além disto, como parte das atividades é realizada em solo descoberto, sem a proteção natural
e/ou antrópica, há o risco de contaminação e carreamento para recursos hídricos no subsolo,
com possibilidade de degradação destes.

Assim sendo, deve-se garantir que qualquer atividade que envolva manipulação de produtos
químicos seja realizada em área definida, devidamente impermeabilizada e isolada, de modo
a conter eventuais vazamentos, além de possuir um plano de ação para combate a emergên-
cias, de forma a controlar situações acidentais previstas na execução das obras.

Figura 26. Exemplificação de área impermeabilizada para produtos perigosos.


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5.4.2 Poluição Atmosférica

De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução CONAMA n° 03, de 28 de


junho de 1990, entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia
com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com
os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à
saúde, causando inconveniente ao bem-estar público, danos aos materiais, à fauna e à flora,
ou seja, prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da
comunidade.

No que diz respeito a impactantes atmosféricos, dois aspectos podem ser listados: emissão
de material particulado e desprendimento de gases, fibras e outros.

Materiais particulados são partículas sólidas cujo diâmetro pode variar de 0,01 a 100 micrô-
metros e podem causar problemas de saúde e diminuição da visibilidade, além do incômodo
população do entorno ao canteiro de obras.

A emissão de gases está relacionada à volatilização de compostos e à combustão incompleta


de combustíveis e podem causar, entre outros, problemas respiratórios e irritação das muco-
sas. Já as fibras, como a sílica, isolantes e pó de madeira, são desprendidas dos materiais e
podem causar problemas como silicose e pneumoconiose.

Considerando as características do empreendimento em questão, as atividades a serem de-


senvolvidas e potencialmente geradoras de partículas são da construção civil, tais como:

• Armazenamento de materiais;
• Circulação de materiais, equipamentos, máquinas e veículos;
• Limpeza superficial do terreno;
• Cortes e acabamentos de estruturas arquitetônicas;
• Terraplanagem, pavimentação, etc.
Devido à natureza da atividade, as partículas são constituídas principalmente de pó de ci-
mento, areia e argamassa e de corte de madeira. Dentre as medidas de prevenção e controle
que podem ser adotadas para mitigar a poluição atmosférica causada pela emissão de agen-
tes, pode-se citar:

- Realizar a umectação da área, de modo a evitar o acúmulo de partículas.

- Zelar pelo estado de manutenção de equipamentos, máquinas e veículos que possam


emitir material particulado.

- Exigir que motores a diesel sejam desligados quando o veículo não estiver em movi-
mento ou o equipamento em uso.

- Veículos transportando material que possa desaprender partículas devem ser adequa-
damente cobertos, no caso da produção de concreto em obra e da presença de esteiras
rolantes para conduzir aglomerados à betoneira, estas devem ser cobertas.

- Materiais finos, pulverulentos, como areia usada em concretos, devem ser estocados
ao abrigo dos ventos, devendo igualmente ser cobertos, principalmente em períodos de
estiagem.
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- Cuidados devem ser dispensados à poeira gerada na raspagem de pisos de madeira.

- Cercar a obra ou pontos de emissão com telas de poliéster de malha fina ou outras
barreiras físicas, como chapas de madeira, tecidos, de modo a garantir que as partículas
mesmo quando movimentadas pelos ventos não passem dos limites da obra;

- Aos trabalhadores expostos à emissão de material particulado devem ser disponibiliza-


dos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à sua proteção, aten-
dendo aos requisitos da Norma Regulamentadora 06 (NR 06).

- Reduzir a emissão de CO2, NOx e SOx mantendo os equipamentos, veículos e máqui-


nas com motores a gasolina desligados.

- Evitar a emissão de clorofluorcarbonos hidrogenados (HCFC), evitando o uso de ae-


rossóis, e provendo manutenção adequada aos equipamentos que possuam sistemas
de refrigeração.

- Evitar solventes à base de derivados de petróleo (tolueno, xileno, etc.), clorados (triclo-
roetileno, diclorometano, etc.), oxigenados (acetonas, álcoois, ésteres, éteres, etc.), pois
desprendem gases que podem ter consequências neurológicas.

Figura 27. Exemplificação de controles aplicados a dispersão atmosférica.

5.4.3 Vibrações e Ruídos

As atividades geradoras de vibrações são a mobilização de maquinário, o transporte de pes-


soas e insumos, a instalação dos canteiros de obras e de processos de escavação e estaque-
amento que forem necessários à construção da edificação pretendida. Dependendo da inten-
sidade da vibração e da proximidade desta às estruturas vizinhas, podem ocorrer eventuais
riscos à integridade de tais.

Portanto, é indicado que, em locais onde as obras se aproximem de edificações existentes,


sejam realizadas vistorias previas para indicar aspectos construtivos que possam ser presen-
tes a estas, de modo a prevenir que os impactos causados pela atividade a ser realizada
potencializem patologias identificadas e alertar os proprietários sobre os riscos envolvidos a
segurança dos indivíduos e da propriedade particular.

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Poluição sonora é toda emissão de som que direta ou indiretamente seja ofensiva ou nociva
à saúde, à segurança e ao bem-estar da coletividade. Tais sons, ou ruídos, podem prejudicar
a saúde dos trabalhadores e comunidade vizinha, podendo provocar problemas como es-
tresse e surdez.

As atividades que serão realizadas na implantação do empreendimento com potencial geração


de ruídos são similares àquelas identificadas no item anterior. Os ruídos produzidos por essas
atividades advêm, principalmente, dos equipamentos utilizados, atingindo índices variando
entre 80 e 90 dB(A).

Considerando as zonas limítrofes ao empreendimento, que segundo o Plano Diretor (PDU), o


nível de ruído permitido é de 65 dB(A) durante o dia e de 55 dB(A) à noite sendo, portanto,
necessária a adoção de medidas que minimizem os impactos gerados. As medidas de controle
ambiental adotadas consistem na utilização de equipamentos mais silenciosos, gerando me-
nos ruídos e imposição obrigatória do uso de equipamentos de proteção individual - EPI, mais
especificamente, o protetor auricular (abafador de ruídos) em concordância com a NR 6 –
Equipamentos de Proteção Individual do Ministério do Trabalho.

Outras recomendações básicas para minimizar tais impactos confrontam as condições de ex-
posição com as de aceitação dos ruídos. Algumas delas são listadas abaixo:

- Adotar como critérios para se fixar o objeto de controle de ruído, uma vez que é provável
que vários fatores afetem as considerações da aceitabilidade do ruído (de uma obra) e
o grau de controle necessário: localização da obra, nível de ruído ambiental existente na
vizinhança (ruído de fundo), duração das operações ruidosas, horas de trabalho, percep-
ção pelo receptor da atitude do produtor do ruído e características do ruído.

- Identificar e relacionar ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos que produzam


ruído, caracterizar em que fases da obra são utilizadas e estimar os valores das emis-
sões sonoras causadas (dar preferência de uso para aqueles cujos fabricantes forneçam
tais informações).

- Comparar os níveis sonoros que serão atingidos com os limites.

- Planejar a realização de atividades ruidosas; considerar a possibilidade de se dobrar o


número de equipamentos que produzam ruídos, de tal forma que trabalhem em paralelo,
diminuindo o tempo de exposição; respeitar estritamente os horários de trabalho.

- Dar preferência para bens novos, que produzem menos ruídos e zelar pelo estado de
manutenção dos mesmos.

Deste modo, o empreendedor deverá adotar métodos operacionais que possibilitem a emissão
dos menores níveis de passivo e, caso ruídos de maior significância sejam inevitáveis, dar-se-
á preferência a executar as atividades em horários que tragam menos inconveniência para
todos os impactados.

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Figura 3: Exemplificação de controles para ruídos e identificação de patologias.

5.4.4 Resíduos Sólidos

O gerenciamento dos resíduos sólidos gerados no empreendimento em questão será reali-


zado em conformidade com as legislações vigentes. Os controles deverão ser realizados nas
seguintes etapas:

5.4.4.1 Segregação

- Realizar a separação dos resíduos nas frentes de trabalho conforme classificação.

- As equipes de produção são responsáveis pela coleta e disposição dos resíduos.

- Os resíduos Classe A podem ser depositados em tambores ou ensacados nos sacos


plásticos de argamassa antes de serem transportados. Estes materiais também poderão
ser acondicionados diretamente nas caçambas. Podendo ser utilizados dutos específicos
para transporte desses resíduos até as caçambas posicionadas embaixo desses dutos.

- As equipes terceirizadas devem ser responsáveis pela separação de seus resíduos e


disposição para realização do transporte.

5.4.4.2 Transporte e interno e acondicionamento

- É necessária a verificação e correção de problemas de separação de resíduos realizada


pela equipe de produção. Tais atividades (verificação e correção) devem ser feitas por
profissional responsável.

- Os resíduos Classe A podem ser recolhidos em sacos plásticos de argamassa, carri-


nhos de mão ou tambores com o auxílio de carrinhos paleteiros.

- Os resíduos Classe B podem ser recolhidos em caixas de madeira, tambores (resíduos


de gesso acartonado) ou em sacos de ráfia (resíduos de gesso liso ou em placa).

- Os resíduos Classe A podem ser depositados em caçamba para serem destinados a


aterro licenciado ou, caso necessário, ser reutilizados em áreas de aterro na referida
abra e o excedente destinado a aterro licenciado.

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- Os resíduos Classe D recolhidos poderão ser depositados em big bags para posterior
destinação para aterro licenciado para receber tais resíduos;

- O acondicionamento deverá ser feito em recipientes apropriados e em bom estado de


conservação. As obras deverão manter os locais limpos e bem sinalizados de forma que
chame a atenção de todos os funcionários.

- As baias de reciclagem deverão ser padronizadas, protegidas contra intempéries e


construídas em local pré-definido na obra de forma a facilitar o transporte e a destinação
final. Elas deverão ser construídas sem materiais resistentes com fechamento lateral e
com cobertura resistente às intempéries.

- Cada baia deverá ser identificada com o tipo do resíduo.

5.4.4.3 Transporte externo e destinação

- Quando for atingida uma quantidade suficiente de resíduos na área de armazenamento


temporário, deve ser acionado o serviço de transporte que encaminhará os resíduos para
tratamento e destinação final.

- O transporte só poderá ser realizado se os resíduos de qualquer natureza estiverem


devidamente classificados, segregados e acondicionados.

- Os resíduos Classe A destinados para aterros externos serão transportados em caçam-


bas de entulho. Já os demais resíduos somente serão retirados do local através das
empresas que são devidamente licenciadas para atividade de transporte de resíduos ou
transportados em caminhões da fábrica de componentes até centro de reciclagem.

Figura 28. Exemplificação de controles aplicados ao gerenciamento de resíduos.

5.4.5 Aspectos bióticos (Fauna e Flora)

O empreendimento não se caracterizará por impactos significativos a biodiversidade local,


visto que sua instalação se dará em área urbana consolidada, não afetando habitats protegi-
dos, seja pela supressão vegetal que, a priori, se dará apenas no contexto de podas de matas
invasoras e espécies arbóreas isoladas ou pela atração, bloqueio ou aprisionamento de espé-
cies circulantes na região (principalmente aves, mamíferos e repteis adaptados a vida urbana).

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As atividades no local podem gerar acúmulo de resíduos e condições propícias para a prolife-
ração de pragas e vetores, tais como, mosquitos, baratas e ratos.

Assim sendo, deve-se haver a preocupação com a aparição eventual de espécies indeseja-
das, mas que demandam contato com os órgãos responsáveis para sua remoção, tais como
cobras, macacos e outros animais que possam vir a circular a área do empreendimento.

5.4.6 Aspectos Socioeconômicos

5.4.6.1 Geração de expectativas

Usualmente, obras civis geram um impacto positivo sobre as populações, trazendo expectati-
vas em relação à abertura de novos postos de trabalho, causadas pela divulgação do empre-
endimento desde a fase de planejamento. Considerando que a realidade atual da economia,
entende-se que os empregos gerados pela revitalização da via serão muito importantes, e as
expectativas relacionadas à possibilidade de mais segurança no deslocamento e circulação
de pessoas, além da melhoria de acessos e escoamento da produção são também impactos
positivos.

O único momento que esta expectativa pela obra pode gerar pontos de discordância está
ligado a desapropriação de instrumentos particulares, que interceptam a faixa de servidão da
via e, por consequência, precisaram ser removidos. Outro ponto negativo observado se dá
pelo fim das atividades construtivas, com a ocorrência de mão-de-obra em vacância se não
houver a possibilidade de realocação dos colaboradores para outros empreendimentos.

5.4.6.2 Dinamização da economia

Em relação a dinamização da economia, para as obras serão necessárias aquisição ou loca-


ção de materiais, locação de imóveis e equipamentos, bens e serviços, abastecimento de
combustíveis, reparação de máquinas e veículos, o que estimulará o crescimento das ativida-
des econômicas.

A chegada de trabalhadores possibilitará o aumento da ocupação da hospedagem, aluguéis


de imóveis e o consumo de itens alimentares. Esses e outros fatores contribuem para o au-
mento da atividade econômica na região, que implicará no aumento da arrecadação tributária
(item a ser tratado posteriormente).

A dinamização do mercado ocorre principalmente pelo efeito cascata que é gerado com a
circulação de bens e capitais, afetando os demais setores da economia, em especial comércio
e serviços da região.

5.4.6.3 Aumento das atividades informais

É esperado que com a divulgação do projeto e o início das obras, o incremento da massa
salarial e do número de consumidores potenciais, associados à implantação do projeto, atraia
para o entorno dos canteiros de obras, a atividade de empreendedores informais.

Por um lado, a possibilidade de renda é um fator positivo àqueles que não conseguem aloca-
ção nos postos de trabalho existentes. Por outro, a instalação não controlada de pontos de

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venda clandestinos tende a impactar o mercado formalmente instalado na região, dado que
são menos competitivos em relação aos informais, pela incorporação nos preços de produtos
e serviços e das taxas de locação e trabalhistas.

Dessa forma, é muito importante optar prioritariamente pela contratação de trabalhadores lo-
cais, o que evitaria em muito as consequências descritas.

5.4.6.4 Alteração no sistema viário

Durante a execução das obras de macrodrenagem e revitalização do trecho haverá grande


movimentação de máquinas, veículos de grande porte e pessoas que afetarão a infraestrutura
viária.

Ademais, poderão ocorrer intervenções destinadas ao remanejamento do trânsito local no en-


torno da obra, incluindo a implantação de desvios, interrupção parcial e/ou total do trânsito,
eventual readequação de rotas de ônibus e alterações nos pontos de travessias de pedestres.

5.4.6.5 Risco de acidentes e de incômodo a população

O aumento no tráfego de veículos para transporte de máquinas e insumos construtivos, além


de trabalhadores, aumentará a pressão sobre o sistema viário local, podendo contribuir para
o aumento do risco de acidentes.

Na fase de implementação, o incremento da pressão sobre o principal eixo do sistema viário


da região compromete a capacidade de mobilidade urbana (dificuldade de trafegabilidade) e
escoamento de cargas, sendo a mobilização de obra a primeira atividade a causar transtornos
à população. O aumento do tráfego e a operação de máquinas e equipamentos interferem no
cotidiano das comunidades, causando desconforto e transtornos.

5.5 Matriz de Impactos

A elaboração de uma matriz de impactos consiste na identificação dos possíveis impactos


ambientais nas fases de construção e operação do empreendimento, considerando os com-
ponentes do projeto e respectivo elenco de ações ou fatores potencialmente geradores de
impacto sobre os aspectos relevantes dos meios físico, biótico e socioeconômico caracteriza-
dos no diagnóstico ambiental da sua área de influência.

A partir destes dados foram apontados os indicadores utilizados para determinar a magnitude
dos impactos, considerando os seguintes critérios:

a. Possibilidade de Ocorrência - Efetivo (EFET) ou Provável (PROV)


Análise que descreve a característica do impacto decorrente ao fato de sua ocorrência, se
efetivo poderá ser observado ou medido, se provável poderá vir a ocorrer, mas sem uma clara
evidência, sendo provável que esteja ocorrendo.

b. Natureza - Positivo (+) ou Negativo (-)


O impacto é positivo quando a ação resulta em melhoria da qualidade de um ou mais fatores
ou parâmetros ambientais, o impacto negativo é quando a ação resulta em um dano à quali-
dade de um ou mais fatores ou parâmetros ambientais.
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c. Forma de Incidência - Direto (DIR) ou Indireto (IND)


Impacto direto é resultante de uma simples relação causa e efeito, já o impacto indireto resulta
de uma reação secundária em relação à ação, ou quando é parte de uma cadeia de reações;

d. Abrangência - Local (LOC) ou Regional (REG)


O impacto local é quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações, o impacto
regional é quando se faz sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação;

e. Temporalidade - Permanente (PERM) ou Temporário (TEMP)


Impacto temporário é quando seus efeitos têm duração determinada, impacto permanente é
quando, uma vez executada a ação, os efeitos não cessam de se manifestar num horizonte
temporal conhecido;

f. Reversibilidade - Reversível (REV) ou Irreversível (IRREV)


O impacto é reversível quando, cessada a ação, o fator ou parâmetro ambiental afetado re-
torna às condições originais, o impacto é irreversível quando cessada a ação, o fator ou parâ-
metro ambiental não retoma as condições originais;

g. Magnitude - Alta (A), Média (M) ou Baixa (B)


E a medição da grandeza de um impacto em termos absolutos, podendo ser definida como a
medida da mudança de valor de um fator ou parâmetro, em termos quantitativos ou qualitati-
vos, provocada por uma ação;

h. Relevância - Grande (GRA), Média (MED) ou Pequena (PEQ)


Refere-se ao grau de interferência do impacto ambiental sobre diferentes fatores ambientais,
estando relacionada estritamente com a relevância da perda ambiental, por exemplo, se hou-
ver extinção de uma espécie ou perda de um solo raro, embora de pouca extensão. Ela é
pequena, média ou grande na medida em que tenha maior ou menor influência sobre o con-
junto da qualidade ambiental local.

Para melhor visualização dos impactos potenciais decorrentes das do empreendimento, foi
montada a matriz apresentada no quadro a seguir.

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Quadro 2: Matriz de impactos ambientais das atividades a serem executadas no empreendimento


FORMA DE
IMPACTOS FASE POSSIBILIDADE NATUREZA ABRANGÊNCIA TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE RELEVÂNCIA
INCIDÊNCIA
Necessidade Implementação e
EFET + IND REG PERM - M GRA
de mão de obra operação
Geração de Implementação e
EFET + DIR REG PERM - M GRA
empregos operação
Incremento na Implementação e
EFET + IND REG PERM - A GRA
arrecadação fiscal operação
Emissões Implementação e
EFET - DIR LOC TEMP REV A MED
atmosféricas operação

Geração de resíduos Implementação EFET - DIR LOC PERM REV B PEQ

Geração de Implementação e
EFET - DIR LOC TEMP REV A MED
ruídos e vibrações operação
Degradação
Implementação PROV - DIR LOC TEMP REV B PEQ
hídrica e do solo
Geração de
Implementação EFET - DIR LOC PERM REV M MED
efluentes líquidos
Meio biótico
Implementação PROV - DIR LOC TEMP REV B PEQ
(fauna e flora)
Geração de
Implementação EFET +/- IND REG TEMP REV M MED
expectativas
Dinamização da
Implementação PROV + IND LOC PERM REV B PEQ
economia
Aumento de
Implementação PROV - IND REG TEMP REV B PEQ
atividades informais
Alteração no
Implementação EFET - DIR REG TEMP REV A GRA
sistema viário
Acidentes e
Implementação EFET - DIR LOC TEMP REV A GRA
incômodos

5.6 Análise Integrada dos Impactos Identificados

De forma analítica e sintética, apresentamos os fatores ambientais sensíveis do empreendi-


mento de macrodrenagem e revitalização do Canal da Costa, no município de Vila Velha/ES.

Considerando as áreas de influência levantadas, a análise fundamenta-se nos aspectos físi-


cos, biológicos e socioeconômicos da região de inserção do empreendimento, a fim de com-
preender a dinâmica socioambiental da região e subsidiar as futuras análises a respeito dos
eventuais impactos do empreendimento sobre esta.

A maior parte dos ambientes que será contemplada pela obra de revitalização urbanística do
trecho já sofre algum tipo de impacto por ação antrópica e, por se tratar de um eixo rodoviário
já existente, entende-se que as atividades construtivas não gerarão novos impactos significa-
tivos sobre o ambiente natural das áreas de influência do empreendimento.

Os impactos estudados, especialmente da fase de implantação, ocorrerão em função da mo-


vimentação de máquinas, trânsito de pessoas, fragmentação de habitats e supressão de ve-
getação, para os quais há possibilidade de mitigação e/ou compensação por meio dos Pro-
gramas Ambientais a serem propostos em itens subsequentes deste documento.

Ainda no contexto da implantação do empreendimento, destaca-se a susceptibilidade da for-


mação de processos erosivos e a movimentação de massas de solo. Os fatores desencadea-
dores do risco geotécnico estão associados principalmente às características geomorfológicas
e ao regime pluviométrico da região. É preciso também refletir que, a partir destes processos
erosivos, há possibilidade de assoreamento de corpos hídricos, ainda que no trecho os co-
nhecidos sejam intermitentes. Nesse sentido, os impactos dessas ações deverão ser tratados
por meio de tecnologias construtivas e de programas ambientais específicos.

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A vulnerabilidade dos recursos hídricos encontrados na região da AID é agravada pela dispo-
sição inadequada de resíduos sólidos e de ligações indevidas de esgotamento sanitário a rede
de drenagem pluvial. No diagnóstico constatou-se que o serviço de público de coleta de lixo e
despejos de sanitários atende grande parte dos domicílios, todavia a disponibilização inade-
quada desses resíduos prejudica a saúde ambiental dos solos e, consequentemente, dos cor-
pos hídricos intermitentes.

As condições urbanísticas e de relevo da região permitiram o desenvolvimento antrópico (re-


sidencial e comercial), predominante em toda a área de influência do empreendimento, além
de ser rota turística entre municípios lindeiros a costa litorânea capixaba, com movimentação
intensificada aos fins de semana e períodos de férias escolares e feriados prolongados. Com
as obras de macrodrenagem, instalação do parque linear e outros instrumentos públicos,
prevê-se uma tendência de manutenção da atual atividade econômica, mas com uma diversi-
ficação e dinamização geral, bem como o fortalecimento do setor de serviços e de turismo.

Por outro lado, o aumento no tráfego de veículos para transporte de máquinas e insumos
construtivos, além de trabalhadores, aumentará a pressão sobre o sistema viário local, po-
dendo contribuir para o aumento do risco de acidentes. Na fase de implementação, o incre-
mento da pressão sobre o principal eixo do sistema viário da região compromete a capacidade
de mobilidade urbana (dificuldade de trafegabilidade) e escoamento de cargas, sendo a mo-
bilização de obra a primeira atividade a causar transtornos à população. O aumento do tráfego
e a operação de máquinas e equipamentos interferem no cotidiano das comunidades, cau-
sando desconforto e transtornos.

Alem da trafegabilidade, outros prováveis incômodos a serem gerados à população limítrofe


ao empreendimento estão associados aos níveis de ruído e de poluição atmosférica. A análise
prévia do primeiro parâmetro mostrou que o nível de ruído de fundo sonoro deve ficar, na
maior parte do tempo, dentro do valor máximo preconizado pela NBR 10151 (60 dB), podendo
variar em alguns momentos entre 60 e 100 dB. Portanto, medidas mitigadoras, como manu-
tenção periódica dos equipamentos, deverão ser tomadas para reduzir os incômodos e os
efeitos nocivos sobre a saúde humana.

Já em relação ao impacto do ruído aos colaboradores durante sua jornada de trabalho, reco-
menda-se a utilização de protetor auricular, um equipamento de proteção individual (EPI) efi-
ciente para a atenuação dos incômodos causados pela exposição a este agente físico.

Quanto a possibilidade de propagação de vibrações ao entorno, recomenda-se uma análise


prévia das edificações lindeiras para identificação de patologias que possam ser potencializa-
das por atividades construtivas na área do empreendimento, tais como uso de bate-estacas,
escavação de áreas próximas aos limites do terreno, etc. Tais medidas são primordiais para
evitar riscos relacionados a desmoronamentos e prejuízos materiais e humanos.

Sobre a possibilidade de poluição atmosférica, há uma tendência de aumento nas emissões


para CO, NOx e hidrocarbonetos na fase de implementação do empreendimento, bem como
para as emissões de material particulado. Medidas mitigadoras deverão ser executadas prin-
cipalmente nas proximidades de áreas urbanas.

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Quanto ao meio biótico, na área de influência do empreendimento, foram identificadas Zonas


de Proteção Ambiental a ser interceptadas pelas obras de revitalização do trecho. Ainda as-
sim, os vestígios ecológicos são compostos por indivíduos arbóreos isolados, que não se ca-
racterizam por qualquer grau de endemismo, servindo de abrigo para espécies adaptadas a
vida urbana. Cabe destacar que, se aplicável ao processo de licenciamento, os recursos de
compensação ambiental do empreendimento, a critério do órgão competente, podem ser des-
tinados para fomentar os cuidados das ZPAs existentes no município.

Salienta-se que as atividades de educação ambiental e de comunicação social são instrumen-


tos eficientes para estimular a participação social e para divulgar informações sobre os impac-
tos e as medidas mitigadoras, reduzindo assim a ansiedade e a insegurança da população em
relação a revitalização do trecho em estudo.

Por fim, destaca-se que o empreendimento foi concebido para melhorar a trafegabilidade e a
segurança da via, de forma a atender uma demanda social, dinamizar a economia local e gerar
benefícios para toda a região. Os fatores que caracterizam a realidade atual foram levantados
caracterizados e analisados sobre uma ótica sistêmica que evidencia um processo avançado
de antropização na área de influência. Todavia, as particularidades sociais, econômicas e bi-
ológicas, requerem que as ações construtivas e operacionais do empreendimento sejam rea-
lizadas de forma a minimizar os impactos sobre os recursos naturais e os desconfortos e im-
pactos no contexto social, principalmente, os relacionados aos acidentes de trânsito e de tra-
balho.

Nos próximos itens do estudo serão apresentadas as medidas e programas para mitigar os
efeitos negativos, bem como os potencializadores dos positivos.

5.7 Proposições de Medidas Mitigadoras e Compensatórias

Vislumbrar a qualidade ambiental da área de influência do empreendimento significa executar


programas para avaliação sistemática da instalação e da operação do mesmo, de modo a
acompanhar a evolução dos impactos previstos, a eficiência e a eficácia das medidas de con-
trole, além de identificar a necessidade de adoção de medidas complementares.

Após as análises e classificação dos impactos, foram propostas algumas medidas mitigadoras
e potencializadoras. A proposta de ações mitigadoras tem como objetivo prevenir, atenuar e
compensar os impactos negativos, enquanto as de potencialização tem o mesmo objetivo,
porém aplicados as análises de impactos positivos.

Para a definição das medidas mitigadoras e/ou compensatórias foram considerados os se-
guintes aspectos:

I. Componente ambiental afetado;


II. As fases do empreendimento;
III. O caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia, e;
IV. O agente executor, com definição de suas responsabilidades.
Neste tópico então, apresentamos as ações socioambientais a serem executadas, abran-
gendo as áreas de implantação e influência do empreendimento, segregando as atividades de
acordo com o meio impactado (Físico, Biótico ou Socioeconômico).

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5.7.1 Meio Físico

5.7.1.1 Poluição sonora e do ar

 Planejar horários e rotas para o transporte cargas pesadas, tais como de materiais e
equipamentos, evitando trabalho noturno em locais próximos a aglomerações urbanas.
 Monitorar, qualitativamente e quantitativamente, os níveis de dispersantes e ruídos das
atividades construtivas.
 Manter a frota de veículos e equipamentos devidamente organizada e com a mecânica
regulada, bem como tomar os devidos cuidados para que não ocorram vazamentos /
derramamentos de óleo (diesel ou lubrificante) durante o abastecimento, operação ou
manutenção da frota.
 Sempre que possível, realizar a umectação do solo durante as atividades de instalação,
principalmente nas proximidades de residências e comércios.
 Estabelecer limites de velocidade próximo a residências, combinada com a coordena-
ção das etapas das atividades da revitalização do trecho, de forma a controlar a produ-
ção de ruídos.
 Utilizar de equipamentos de segurança, como máscaras, botas, fones de ouvido, luvas,
capacetes, entre outros.

5.7.1.2 Vibrações

 Analisar previamente as estruturas críticas próximas às obras, para que se possa es-
tudar uma medida viável à execução da revitalização urbanística, acompanhando a in-
tegridade física até a entrega do empreendimento.
 Reforçar estruturas críticas de modo a viabilizar a execução das obras com a devida
segurança aos envolvidos.
 Manter canal de comunicação social para que a população possa informar ocorrências
de algum dano em estruturas particulares.

5.7.1.3 Depreciação de solos e corpos hídricos

 Implementar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC),


capacitando os colaboradores para que entendam os impactos ambientais da disposi-
ção inadequada de resíduos gerados na obra, respeitando a destinação de acordo com
normas e especificações a serem acatadas pelas empreiteiras no manuseio e estoca-
gem de produtos capazes de provocar a contaminação dos solos.
 Manter a frota de veículos e equipamentos devidamente organizada e com a mecânica
regulada, de modo a gerenciar os riscos que envolvam principalmente de vazamen-
tos/derramamentos acidentais de materiais perigosos, tais como óleo (diesel ou lubrifi-
cante), piche, tintas, entre outros.
 Implantar procedimentos de emergência para remoção de produtos contaminados que
venham a ser derramados no solo e/ou corpos hídricos.
 Implantar estrutura de proteção provisória para contenção de sedimentos durante a
fase de terraplenagem e construção das estruturas de drenagem.
 Adotar procedimentos adequados na execução de sistema de drenagem pluvial nos
canteiros de obras, de modo a minimizar o risco de contaminações.

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5.7.1.4 Processos erosivos

 Planejar e monitorar a implementação de atividades de movimentação de terra e remo-


ção de estruturas físicas, devendo estabilizar eventuais taludes e aterros necessários
para implantação das obras, de modo a evitar a erosão e assoreamento de corpos
hídricos intermitentes.
 Instalar sistemas de drenagem permanentes, tanto para a construção quanto para a
operação, instalando caixas de sedimentação, caso necessário.
 Capacitar os colaboradores para identificar e relatar dificuldades construtivas que pos-
sam surgir durante o desenvolvimento de uma etapa de trabalho, a fim de garantir a
segurança ambiental e laboral de sua execução.
5.7.2 Meio Biótico

5.7.2.1 Supressão vegetal

 Obter autorização emitida ou pelo IDAF, ou pela Prefeitura de Vila Velha, ou qualquer
que seja o órgão fiscalizador responsável por emitir a liberação do corte ou poda de
espécie vegetal.
 Identificar as espécies arbóreas a serem suprimidas, realocando mudas destas ou si-
milares nativas em ZPAs próximas ao empreendimento.
 Observar a utilização de equipamentos devidamente registrados no órgão fiscalizador.
 Realizar a estocagem provisória adequada do material oriundo da supressão, reali-
zando, quando possível e permitido, o aproveitamento interno do material.

5.7.2.2 Biodiversidade local

 Aplicar medidas para evitar o assoreamento dos corpos d’água e ações para o controle
de erosões, complementando com o monitoramento da fauna e flora sensível identifi-
cada nos limites da área diretamente afetada.
 Implementar as ações de projeto para reposição e compensação florestal, visando a
restauração de ambientes naturais para a conectividade ecológica da paisagem regio-
nal.
 Recuperar as áreas degradadas durante as atividades de construção civil, buscando
sempre opções que agridam o menos possível em ambientes sensíveis.

5.7.2.3 Afugentamento de fauna

 Consolidar um plano de trabalho, em acordo mútuo com os obreiros, demonstrando o


cronograma completo de atividades e troca de informações sobre a supressão de ve-
getação, afugentamento e salvamento da fauna, contemplado através da realização de
um treinamento para capacitação de equipes sobre os impactos e importâncias da im-
plementação de medidas de controle socioambientais.
 Evitar a operação de máquinas durante o período noturno, visto que é o período de
atividade de muitas espécies de mamíferos e anfíbios, além de algumas de répteis e
aves.
 Implementar um programa de monitoramento para os equipamentos utilizados, com a
inspeção e manutenção destes, evitando ruídos em demasia.
 Registrar sistematicamente casos de atropelamentos ao longo do trecho através do
monitoramento quantitativo e característico de espécies, de modo a possibilitar uma

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avaliação objetiva da gravidade que os atropelamentos representam para as popula-


ções naturais.
 Instalar, a partir da análise prévia e do monitoramento sistêmico, mecanismos de miti-
gação para os atropelamentos, como passagens para a fauna, ou redutores de veloci-
dade e sinalização indicativa da presença de animais.
 Promover a conscientização da população em geral e dos usuários do trecho a ser
revitalizado a importância de se evitar acidentes com a fauna.
5.7.3 Meio Socioeconômico

5.7.3.1 Geração de expectativas

 Criar canais de comunicação entre os órgãos interessados (PMVV, IEMA e outros) e a


população local, de modo a esclarecer dúvidas acerca das atividades desenvolvidas
pelo empreendimento e os impactos gerados.
 Implementar um Programa de Comunicação Social acerca da atividade.
 Divulgar previamente, no âmbito local, as ações que serão implementadas para alertar
a população sobre os impactos gerados, seja pela intervenção de vias, mudanças tem-
porárias de rotas, interdições, etc.

5.7.3.2 Especulação imobiliária

 Apoiar, quando solicitado, medidas de apoio às ações fiscalizadoras evitando ocupa-


ções e construções ilegais, contemplando quadros comparativos da valorização imobi-
liária de antes da revitalização do trecho e após a mesma.
 Orientar e informar os moradores da área de influência do empreendimento, nas ações
do plano de comunicação, sobre as possibilidades de valorização da área e os possí-
veis usos do solo ao longo da área estudada, para que não ocorra ocupação principal-
mente das áreas da faixa de domínio.
 Fomentar a regularização da situação fundiária, prevendo medidas de apoio às ações
fiscalizadoras para remoção de ocupações e construções ilegais e envolvendo, quando
necessário, o poder judiciário.

5.7.3.3 Dinamização da economia

 Priorizar a contratação de serviços e estabelecimentos locais, na medida do possível,


de forma a fomentar a economia regional.
 Utilizar-se de instrumentos facilitadores nas negociações entre empresas regionais e
obreiros, com a divulgação das demandas por produtos e serviços em instrumento de
veiculação local, visando facilitar o acesso de fornecedores da área de influência.
 Incentivar, através do programa de comunicação, o envolvimento das pessoas jurídicas
com as políticas públicas municipal, visando incrementar os ganhos para a economia
local, e indiretamente minimizar tendências de concentração de renda, assegurando o
desenvolvimento sustentável na região.

5.7.3.4 Aumento das atividades informais

 Priorizar contratação de mão-de-obra local.


 Procurar estabelecer parcerias com instituições de ensino, a fim de promover a capa-
citação e qualificação profissional.

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 Disponibilizar informações com relação às vagas e oportunidades de emprego, indicado


através do programa de comunicação social, a apresentando esclarecimentos aos can-
didatos às vagas sobre as oportunidades reais ofertadas e sobre a política de emprego.
 Divulgar informações sobre os riscos ambientais, sociais e de insalubridade relaciona-
das com as áreas de ocupações e atividades irregulares, a fim de desestimular ativida-
des informais na área de influência.

5.7.3.5 Geração de emprego, renda e arrecadação tributária

 Ampliar a divulgação sobre atividades de operação do empreendimento, priorizando o


cadastramento de mão-de-obra e serviços locais de acordo com o perfil e a qualificação
necessária.
 Divulgar informações sobre as normas legais e procedimentos referentes à arrecada-
ção tributária, com incentivo a elaboração de políticas públicas municipal de ajuda ao
pequeno e médio empreendedor.
 Acompanhar a desmobilização da mão-de-obra, a fim de promover a orientação dos
trabalhadores e sua realocação no mercado de trabalho.

5.7.3.6 Interferências viárias

 Divulgar previamente informações de cronograma de obras de forma a orientar as po-


pulações do entorno sobre as atividades a serem realizadas, com atenção especial às
escolas, postos de saúde, e comunidades onde a circulação de moradores é maior.
 Implantar sinalização adequada e divulgar as condições de tráfego na fase de obras da
área sob revitalização urbanística.
 Contactar a Prefeitura local para acompanhar e dar suporte nas modificações neces-
sárias nos fluxos de vias, de modo a aumentar a segurança dos usuários.
 Evitar os horários de pico nas estradas para realização do transporte de materiais, equi-
pamentos e produtos.
 Prestar informações às comunidades a serem afetadas pelo tráfego de veículos prove-
niente das obras.

5.7.3.7 Incremento a segurança e ao turismo

 Implantar corretamente toda a sinalização quando da operação do trecho revitalizado,


com plano de a manutenção periódica da pavimentação, dos acostamentos e da faixa
de domínio.
 Realizar campanhas educativas de trânsito informando regras e normas para circula-
ção e uso dos novos dispositivos urbanos.
 Implementar sinalização turística informativa para os acessos aos circuitos litorâneos
da região.

5.7.3.8 Risco de acidentes e de incômodo a população

 Orientar os colaboradores quanto à conduta junto às comunidades.


 Realizar atividades de intervenção construtiva e de transporte com os cuidados neces-
sários, num planejamento que minimize impactos relacionados principalmente ao ruído
emitido e partículas dispersadas, com o intuito de mitigar as situações de alteração do
cotidiano da comunidade do entorno.

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 Realizar, sempre que necessário e possível, a umectação das áreas de obra, minimi-
zando a possibilidade de suspensão de material particulado.
 Providenciar redutores de velocidades e sinalização adequada de forma a manter a
segurança para os pedestres e motoristas, principalmente nas proximidades de locais
mais sensíveis, como escolas, hospitais e postos de saúde.
 Fiscalizar as condições de operação do trecho reurbanizado e vias de acesso a serem
utilizadas em todas as fases do empreendimento e as condições que merecem cuida-
dos e medidas especiais, particularmente nas épocas de chuva intensas.
 Elaborar plano de ação a emergências, principalmente advindos de atropelamento e
acidentes de veículos.
A utilidade deste item reside no ajuste do foco prospectivo que ele permite realizar a partir do
confronto entre os fatores ambientais com maior tendência de se transformarem em impactos
propriamente ditos, sejam eles positivos ou negativos, culminando na proposição de ações
para que o empreendimento execute.

Devidamente caracterizados cada um dos impactos e as ações mitigadoras ou potencializa-


doras destes, apresentaremos posteriormente os planos e programas de controle e monitora-
mento ambiental, visando propor diretrizes preventivas, mitigatórias ou compensatórias para
todo o conjunto identificado e avaliado neste estudo.

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6 PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL

Os planos e programas de controle e monitoramento ambiental visam propor diretrizes ambi-


entais de controle (preventivos e mitigatórios) para todo o conjunto de impactos identificados
e avaliados neste estudo, bem como os definir os procedimentos de monitoramento e super-
visão de atividades intrínsecas das fases de implantação e operação do empreendimento.

O detalhamento de cada estará consolidado neste Plano de Controle Ambiental. Em resumo,


os objetivos dos planos e programas ambientais propostos à implantação de galerias e revi-
talização urbanístico do trecho Canal da Costa, são:

 Conferir a efetividade e legitimidade ao estudo analítico desenvolvido para o processo


de licenciamento ambiental do empreendimento, e;
 Garantir que sua implantação e operação sejam executadas em acordo ao conceito de
desenvolvimento ordenado e sustentável, em acordo com a legislação ambiental vi-
gente.
As ações implementadas pelo empreendimento produzirão impactos socioambientais signifi-
cativamente positivos sobre a qualidade de vida e o bem estar da população de Vila Velha e
seus visitantes e também sobre o meio ambiente.

A partir da identificação dos principais impactos ambientais negativos que podem decorrer da
execução das atividades no trecho em pauta, na fase de implantação, propõe-se os programas
ambientais, listados na tabela a seguir.

Tabela 3: Principais programas ambientais e impactos relacionados as fases do empreendimento.

Programas e Planos Impactos Mitigados

Vibrações, ruídos, processos erosivos,


Gestão e Controle Ambiental das Obras
assoreamento de cursos hídricos e outros
Contaminação e impermeabilização do solo
Plano de Ação de Emergência (PAE)
Risco de acidentes com produtos perigosos
Comunicação Social e Práticas incompatíveis dos trabalhadores envolvidos
Educação Ambiental Modificação e transtorno no cotidiano da população

6.1 Programa de Gestão e Controle Ambiental das Obras

O Programa de Gestão e Controle Ambiental das Obras - PGCAO abrange um conjunto de


diretrizes e técnicas básicas recomendadas, a serem empregadas previamente e durante a
implantação, naquilo que couber, destinadas a evitar ou minimizar os impactos ambientais
negativos potenciais. De maneira geral, os principais objetivos deste programa são:

- Garantir que o desenvolvimento das intervenções previstas ocorra conforme a legis-


lação vigente de forma a evitar ou reduzir possíveis impactos ambientais negativos, por
meio da implementação das medidas preventivas, de controle e mitigadoras;

- Implementar práticas operacionais ambientalmente adequadas;

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- Implementar ações de monitoramento necessárias à avaliação da eficácia das ações


de controle ambiental adotadas;

- Executar ações voltadas à saúde e à segurança do trabalhador;

- Acompanhar e supervisionar os demais programas ambientais;

- Assegurar o atendimento pleno à legislação, regulamentos e às exigências e reco-


mendações dos órgãos ambientais;

- Implantação e adequação do canteiro de obras e utilização adequada e sustentável


dos canteiros;

- Definição de acesso às frentes de trabalho, e;

- Desmobilização dos canteiros de obras, caso necessário.

Para o ordenamento das ações propostas, estas são divididas em Subprogramas específicos,
apresentados na sequência:

6.1.1 Subprograma de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

O gerenciamento de resíduos sólidos tem por objetivo estabelecer um conjunto de atividades


que permita o correto processo de coleta, acondicionamento, transporte e destinação final dos
resíduos gerados.

Os resíduos gerados devem, quando couber, possuir documento de certificação intitulado Ma-
nifesto de Resíduos e os respectivos Certificados de Destinação Final dos Resíduos, referen-
tes ao tratamento e destinação final de resíduos sólidos.

Neste subprograma deverão ser executadas as seguintes atividades:

- Classificação e segregação dos resíduos/rejeitos gerados, de acordo com as normas


e resoluções cabíveis;

- Acondicionamento e armazenamento adequados;

- Coleta e transporte, de acordo com as normas técnicas existentes;

- Obtenção dos certificados de destinação de resíduos/rejeitos, industriais e emissão


dos manifestos de transporte de resíduos industriais, quando aplicável;

- Destinação/disposição final adequada, e;

- Procedimentos específicos de geração, segregação, acondicionamento e transporte


final de resíduos da obra.

6.1.2 Subprograma de Controle e Monitoramento de Efluentes Líquidos

Esse subprograma apresenta como finalidade principal a disposição adequada dos efluentes
líquidos produzidos pelo empreendimento.

Seguem as principais ações previstas neste subprograma:


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- Verificação do correto manuseio de cimento e concreto;

- Prevenção contra vazamentos de óleos e graxas, e;

- Controle de arraste de materiais para drenagens e corpos hídricos.

6.1.3 Subprograma de Controle das Emissões Atmosféricas

Seguem abaixo as principais ações:

- Umectação das vias de tráfego e das pilhas de materiais;

- Definição de limites de velocidade de veículos nas vias de tráfego;

- Permissão de circulação apenas para veículos autorizados nas áreas envolvidas

- Manutenção dos equipamentos dotados de motores a diesel, e;

- Inspeção de fumaça preta nas máquinas, veículos e motores diversos.

6.1.4 Subprograma de Controle e Monitoramento de Ruídos

Deve-se prever a avaliação dos níveis de pressão sonora, sobretudo em razão da proximidade
das obras às áreas habitadas. Para isso, os ruídos do empreendimento devem ser caracteri-
zados nos períodos diurno e noturno, de forma sistematizada para possibilitar a avaliação
contínua.

Caso os valores de medição de nível de ruído se encontrem acima dos limites de tolerância
estabelecidos na Resolução do CONAMA n9 01/90 e na Norma ABNT NBR 10.151/2000,
deve-se prever o planejamento e a implementação de medidas de controle que reduzam a
emissão da poluição sonora, bem como a implantação de um monitoramento que permita
acompanhar a eficiência das medidas adotadas.

Seguem abaixo as principais ações:

- Implantação de medidas de controle, como a verificação da correta manutenção de


equipamentos;

- Restrição de horários de implantação das obras, evitando trabalhos noturnos, de


forma a não causar incômodos à população do entorno (quando existir), e;

- Monitoramento dos níveis de ruído, com definição dos pontos de quantificação e aná-
lise dos dados obtidos.

6.1.5 Subprograma de Monitoramento de Arraste de Sedimentos

O objetivo deste subprograma é garantir que as atividades desenvolvidas durante a fase de


movimentação de terra do empreendimento não resultem na degradação da qualidade dos
recursos hídricos superficiais, que podem ter sua qualidade alterada em função de:

- Carreamento de sólidos provenientes da movimentação de solos e/ou disposição ina-


dequada de resíduos sólidos;

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- Eventuais vazamentos de óleos e graxas de máquinas, equipamentos e veículos du-


rante as obras e a operação do empreendimento.

Esse programa tem como principais atividades:

- Monitorar a qualidade da água no entorno da área de operação durante a movimen-


tação de terra com estação de controle para comparação das concentrações de material,
e;

- Coleta de amostras d'água para determinar sólidos em suspensão.

6.1.6 Subprograma para Controles Relacionados à Supressão Vegetal

O objetivo deste subprograma é evitar, sempre que possível, locais de remanescentes flores-
tais e de alto valor paisagístico. Esse programa tem como principais atividades:

- Realizar a abertura de novas áreas no trecho somente quando não for possível a
utilização aqueles já existentes. Se, por ventura, houver necessidade de supressão para
alargamento de espaço de trabalho, deverão ser priorizadas áreas que possuam vegetação
mais alterada e áreas antropizadas e ainda que apresentem relevos menos acidentados;

- Quando a intervenção em áreas de fragilidade ambiental não puder ser evitada, adotar
procedimentos especiais, tais como a criação de vértices que minimizem o impacto visual,
instalação de estruturas que exijam menor área de supressão e realização de corte seletivo;

- Demarcar as áreas a serem retiradas anteriormente à terraplenagem e implantação


da macro e microdrenagem;

- Acompanhar os processos de terraplenagem e das obras de forma a conter possíveis


acidentes com a vegetação permanente;

- Proceder treinamento e informações constantes aos operadores quanto aos cuidados


e procedimento durante a retirada da vegetação e a proteção da vegetação remanescente;

- As árvores demarcadas para corte deverão ser derrubadas sempre na direção oposta
à floresta, para evitar danos quando da sua queda sobre as demais plantas remanescentes.

- Proibir a circulação de funcionários da obra pelo interior de fragmentos florestais para


evitar a abertura de novas trilhas e danos à regeneração natural;

- Não utilizar os remanescentes ou mesmo para depósito de materiais da obra ou como


bota-fora;

- Proibir a retirada de qualquer produto do interior da floresta quer sejam frutos, flores,
lenha, plantas ou madeiras. Para isto recomenda-se exercer atividades de informação, edu-
cação e fiscalização intensa sobre os funcionários da obra;

- Não utilizar a floresta como banheiro. Para resolver este problema deve-se implantar
banheiros, preferencialmente modulares, em locais estratégicos das frentes de obra e rea-
lizar trabalhos de educação, como também e exercer o devido controle;

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- Coibir a circulação de maquinário e veículos muito próximos às bordas dos remanes-


centes para evitar compactação do solo (com posteriores dificuldades para o plantio de
mudas) e danos aos sistemas radiciais das árvores presentes. Para isto deve-se delimitar
previamente estes locais para estabelecer os limites de circulação de equipamentos;

- Tomar cuidado com a operação de maquinário durante a fase de implantação da ro-


dovia para que se utilize apenas a área prevista pelo projeto, evitando qualquer dano des-
necessário à vegetação presente;

- Proibir a utilização de explosivos para a remoção da vegetação, mesmo no destoca-


mento de árvores de grande porte;

- Não permitir o uso de herbicidas e desfolhantes em qualquer hipótese;

- O sistema de drenagem deverá ser dimensionado levando em consideração o pior


cenário de intensidade de chuvas. Antes de ser enviada para os corpos hídricos a água
drenada deverá cair em caixas de contenção. Nas caixas e galerias de drenagem deverão
ser realizadas limpezas periódicas para que se evite obstrução da passagem das águas e
consequentemente reduzir os riscos de aporte de sedimentos nos cursos d’água;

- Revegetação dos taludes expostos que deverá ocorrer, preferencialmente, na mesma


fase da pavimentação;

De forma complementar as seguintes atividades deverão ser desenvolvidas pelo executor:

- Redução do desflorestamento ao mínimo necessário sempre quando for possível;

- Educação ambiental para funcionários da obra e usuários da via;

- Recomposição vegetal das áreas afetadas passíveis de reflorestamento.

6.1.7 Subprograma de Controle dos Deslocamentos da Fauna

Para execução deste programa, propõe-se que a executora tenha, quando couber, um agente
especializado em diagnosticar preliminarmente as áreas de trabalho para que as intervenções
afetem de forma mínima os ecossistemas na região, garantindo que este profissional possa
identificar e conduzir os trabalhos de forma segura.

Neste sentido, o programa tem como foco as atividades:

- Acompanhamento de atividades de limpeza de terreno e supressão vegetal para res-


gate (afugentamento) e monitoramento de fauna silvestre;

- Implantação de placas de sinalização da travessia de fauna;

- Mobilização de campanhas de educação no trânsito e direção defensiva abordando


temas como: respeito dos limites de velocidade e sinalização de trânsito;

- Mobilização de campanhas de educação ambiental abordando a temática da fauna


silvestre local, comportamento das espécies e riscos de atropelamento, bem como a impor-
tância da preservação da fauna silvestre.

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6.2 Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental

Para Comunicação Social deve-se estabelecer as formas e os meios de comunicação para


informar aos trabalhadores, aos diferentes segmentos da população e/ou demais instituições
quanto as principais propostas e programas a serem adotados e as medidas de controle am-
biental dos impactos ambientais negativos decorrentes do empreendimento.

Dessa forma, a implementação de um Programa de Comunicação Social propiciará uma apro-


ximação entre as diversas partes interessadas e o empreendedor, divulgando informações
sobre o andamento da implantação e operações da atividade.

Ao mesmo tempo, este Subprograma permite a sugestão de críticas, expectativas e reivindi-


cações da população. A sistematização de propostas e a possibilidade de instrumentos de
avaliação devem permear todo o processo de comunicação.

Dentre as principais atividades, destacam-se:

- Elaboração e distribuição de material informativo direcionado a atender as demandas


relativas à implantação e operação;

- Divulgação e orientação sobre a abertura de novos postos de trabalho;

- Criação de um canal de comunicação, com disponibilização de contato telefônico e e-


mail ao público, para atendimento comunitário por técnicos aptos a prestar informações
sobre o empreendimento e suas atividades e receber sugestões, dúvidas, críticas, além de
constituir o contato entre gestores e a comunidade;

- Realização de reuniões periódicas com autoridades municipais, estaduais e federais


relacionadas às atividades e fiscalização ambiental para apresentar e discutir o andamento
dos Programas Ambientais, e;

- Nomear e treinar porta-vozes que tenham bom conhecimento dos Programas Ambi-
entais desenvolvidos, de modo a prepará-los para lidar com a imprensa e a comunidade.

O Programa de Educação Ambiental para Trabalhadores deve ter como principais objetivos:

- Mobilizar e orientar os trabalhadores e inspetores envolvidos no empreendimento so-


bre as medidas de proteção ambiental, como também sobre condutas adequadas de rela-
cionamento com a comunidade;

- Apresentar as medidas a serem adotadas para minimizar as interferências do empre-


endimento com o meio ambiente, e;

- Aperfeiçoamento e capacitação profissional dos trabalhadores que estão envolvidos


na obra, treinamento destes com relação à adoção de procedimentos de segurança ocupa-
cional, incluindo o uso obrigatório de EPI, e à conscientização ambiental quanto à minimi-
zação de impactos ambientais negativos relacionados à obra e às ações de preservação
ambiental, a promoção da melhoria da qualidade da obra, a redução de seus custos e a
compatibilidade com os requisitos legais relacionados ao meio ambiente, à saúde e segu-
rança dos trabalhadores.

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6.3 Plano de Ação de Emergência

O Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR inclui em seu escopo procedimentos opera-


cionais, procedimentos de manutenção preventiva, procedimentos de treinamento dos empre-
gados e o Plano de Atendimento a Emergências elaborado especificamente para os possíveis
cenários acidentais.

O PGR tem como princípio básico o atendimento à legislação e normas vigentes, buscando
sempre:

- Minimizar os riscos de operação;

- Garantir a segurança de seus colaboradores e da comunidade;

- Desenvolver processos e materiais adequados à preservação do meio ambiente;

- Valorizar e preservar o patrimônio da empresa, e;

- Aperfeiçoar o uso dos recursos disponíveis, com foco na segurança, qualidade e pro-
dutividade.

As atividades previstas no PGR deverão estar disponíveis a todos os empregados que têm
responsabilidades relacionadas com as atividades e operações realizadas no trecho.

O Plano de Ação de Emergências (PAE) é parte integrante do Programa de Gerenciamento


de Riscos. A finalidade de um PAE é fornecer um conjunto de diretrizes, dados e informações
que propiciem as condições necessárias para a adoção de procedimentos lógicos, técnicos e
administrativos, estruturados para serem desencadeados rapidamente em situações de emer-
gência, que tenham potencial para causar repercussões externas aos limites do empreendi-
mento e para a minimização de impactos à população e ao meio ambiente.

Os procedimentos constantes no PAE estão fundamentados nas características das instala-


ções e nos procedimentos operacionais e de segurança adotados nas atividades de recebi-
mento, armazenamento e consumo de produtos químicos.

Além da definição dos procedimentos emergenciais, o Plano possui uma estrutura específica
de forma a:

- Definir as responsabilidades dos envolvidos na resposta a situações emergenciais,


por meio de uma estrutura organizacional específica para o atendimento a acidentes;

- Promover a integração das ações de resposta às emergências com outras instituições,


possibilitando assim o desencadeamento de atividades integradas e coordenadas, de modo
que os resultados esperados possam ser alcançados, e;

- Prever os recursos, humanos e materiais, compatíveis com os possíveis acidentes a


serem atendidos, além dos procedimentos de acionamento e rotinas de combate às emer-
gências, de acordo com a tipologia dos cenários acidentais estudados.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Face ao exposto e levando em consideração os controles ambientais a serem adotados du-


rante o período de operação das atividades, estes que foram apresentados neste documento
e que visam mitigar os possíveis impactos negativos e potencializar os impactos positivos,
pode-se afirmar que se trata de um empreendimento viável sob o ponto de vista ambiental e
que o representante legal, ciente de sua responsabilidade com o meio ambiente, compromete-
se a adequar seu empreendimento e seguir o que for imposto através das condicionantes para
manutenção de sua licença.

LUIS PHILIPPE ALVES FORMIGONI


ENGº AMBIENTAL
CREA: ES-26.470/D

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8 REFERÊNCIAS

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with different proportions of suitable habitat: a review. Oikos 71, 355-366.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 10.004 - Resíduos Sólidos - Classi-
ficação, Novembro, 2004

Envinronlink. Diagnóstico Ambiental do Morro do Moreno – Volume 02, 2014. Disponivel


em: <https://www.vilavelha.es.gov.br/> Acesso em 05 de nov de 2024

Fundação SOS Mata Atlântica. Atlas da Mata Atlântica. 2009. Disponível em:
<http://www.sosmatatlantica.org.br> Acesso em 06 de nov de 2024

FUNDAÇÃO JONES DOS SANTOS NEVES - FJSN. Plano Diretor Urbano de Vila Velha –
Levantamento das Condições Ambientais do Município. Governo do Estado do Espírito
Santo, Secretaria de Estado do Planejamento e Prefeitura Municipal de vila Velha, 1980. Dis-
ponivel em: <https://biblioteca.ijsn.es.gov.br> Acesso em 07 de nov de 2024

Hospital Universitário – USP. Ruído – Você sabe o que é? Disponível em:


<https://goo.gl/h1q8Kf>. Acesso em 06 de nov de 2024

INCAPER. Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Proater) – Vila Velha,


2018. Disponível em: <https://incaper.es.gov.br/> Acessado em 07 de nov de 2024

METZGER, J. Como restaurar a conectividade de paisagens fragmentadas? Fundação


de Estudos e Pesquisas Agrícolas Florestais, Botucatu. Pp. 49-76. 2003

PIANKA, E. R. Evolutionary ecology. New York, Rarpercollins College Publishers. 486p.


1994

PONTES, J. A. L., PONTES, R. C., & ROCHA, C. F. D. The snake community of Serra do
Mendanha, in Rio de Janeiro State, southeastern Brazil: composition, abundance,
richness and diversity in areas with different conservation degrees. Brazilian Journal of
Biology, 69(3), 795-804. 2009

RIBEIRO, J.E.L.S. et al.. Flora da Reserva Ducke: Guia de Identificação das plantas vas-
culares de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central. INPA, Manaus 799p. 1999

ROCHA, C.F.D.; BERGALLO, H.G.; VAN SLUYS, M. & ALVES, M.A.S. A biodiversidade nos
grandes remanescentes florestais do Estado do Rio de Janeiro e nas restingas da Mata
Atlântica. RiMa, São Carlos, São Paulo, 160p. 2003

SPERLING, M. Von. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Vol.


1,2ª Ed.

SALETTO, N. Donatários, colonos, índios e jesuítas: O início da colonização no Espírito


Santo. 2 ed. rev. Vitória: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2011.

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SARTORIO, M.V.O., COELHO, A.L.N. Expansão da Mancha Urbana, Desnaturalização e


Inundações na Bacia de Drenagem do Canal da Costa e do Canal Bigossi em Vila Ve-
lha/ES. Niterói, Universidade Federal Fluminense. ISSN 15177793 / 26748126 (eletrônico).
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SILVA, J. M. C. & CASTELETI, C. H. M. 2005. Estado da Biodiversidade da Mata Atlântica


Brasileira. In: Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas (C. Galindo-Leal &
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SILVA, V. L. dos S. Projeto R³ - Reciclar, Reduzir e Reutilizar. SP, 2011

TAMBOSI FILHO, E.; da SILVA, L. S. C. V.; de BEM, A. B. Impactos Ambientais, Econômi-


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GEP2000. Disponível em: <https://goo.gl/K3BYbE>. Acesso em 06 de nov de 2024

VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L. & LIMA, J. C. A. Classificação da vegetação brasi-


leira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Rio de Janeiro. 1991

ZILLER, S.R. 2001. Os processos de degradação ambiental originados por plantas exó-
ticas invasoras. Instituto Hórus de desenvolvimento e conservação ambiental. Curitiba, PR.

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ANEXO I - PLANO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

A constituição dos projetos de mobilização social tem sido um desafio permanente para o qual
se têm canalizado muitos esforços. No que se refere à comunicação como fator preponderante
para a tarefa mobilizadora, observa-se com frequência a tentativa de gerar modelos de plane-
jamento aplicáveis à estruturação das ações comunicativas que sirvam para alimentar os pro-
jetos de suas necessidades básicas: criar condições para a participação e manter os atores
sociais engajados em suas causas.

A comunicação é condição essencial para uma ação mobilizadora eficaz, fazendo com que
este Programa de Comunicação apresente modelos e ferramentas de planejamento aplicáveis
à estruturação das ações comunicativas.

1. Objetivo

Este documento visa apoiar o desenvolvimento e a implementação de estratégias para a efe-


tiva participação social durante a implementação do projeto. Entretanto, sabe-se que para
alcançar uma participação representativa da sociedade, é preciso envolvimento e comprome-
timento dos gestores municipais.

2. Descrição do Programa

As partes diretamente envolvidas na implementação do projeto são: a Prefeitura Municipal e


a empresa contratada para prestar os serviços de instalação do empreendimento.

i. Conceito Geral

A comunicação é instrumento para promoção de uma boa imagem e direcionamento e facili-


tadora de gerenciamento de crises.

O Programa deve então conter um composto de ações e produtos permanentes e integrados


para disseminação da mensagem de forma adequada e compreensível sobre as ações a se-
rem realizadas para instalação e operação do empreendimento.

A comunicação institucional deve trabalhar no monitoramento do contexto do programa para


conhecer e difundir valores, tendências e interesses dos públicos-alvo inerentes a cada etapa,
e lançar mão de instrumentos eficazes para destacá-los ou redirecioná-los.

ii. Público Alvo

O público-alvo deste Programa de Comunicação Social é composto por(pela):

• População em geral residente e circulante no trecho em obras e suas adjacências;


• Operários e funcionários envolvidos nas obras, e;
• Comunidade beneficiária e/ou participante direta das ações do Programa.
iii. Comunicação Institucional

A comunicação institucional difunde informações de interesse público sobre as políticas, prá-


ticas e objetivos do Programa para tornar as propostas compreensíveis.

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Para tanto, deve-se trabalhar o fluxo de informação interno e também com a comunidade ex-
terna ligada ao Programa, cuidando da imagem institucional e elaborando produtos de comu-
nicação efetivos.

As atividades na área de Comunicação Social partem de dois pressupostos:

1. O impacto gerado na população, pela dimensão das intervenções, e;


2. O direito do cidadão à informação.
Levando em consideração todo escopo de ações do empreendimento, a Comunicação Social
deve trabalhar na perspectiva da intervenção estratégica, com abordagens multidisciplinares.

Os produtos gerados deverão ser facilitadores da interação com os públicos do Programa para
legitimar as atividades desenvolvidas, demonstrar os benefícios alcançados, bem como iden-
tificar o presente dispositivo como agente ativo de responsabilidade socioambiental nas áreas
de intervenção.

Buscando a uniformidade de conceitos e mensagens os produtos gerados pela assessoria de


Comunicação deverão ter direcionamento voltado, ainda, para a gestão dos relacionamentos
junto aos diferentes interessados que o empreendimento possui.

A comunicação deverá ser estendida para o ambiente externo, permitindo que o Programa
dialogue com a sociedade, dando satisfação de seus atos e conhecendo as expectativas da
comunidade a qual está inserido o empreendimento, de forma a construir e solidificar a ima-
gem deste.

iv. Logística de Comunicação

Deve ser adotada uma estrutura lógico-formal que contemple as características do Programa,
as particularidades do contexto em que o mesmo estará inserido e as particularidades da teia
midiática, para que se construa um fluxo permanente de informação que atenda a objetivos
previamente estabelecidos.

v. Controle e Fluxo de Informação

A busca das informações relevantes e públicos-alvo será realizada junto às diversas fontes,
tais como: governo, secretarias, parceiros, servidores, beneficiários, organizações civis e a
comunidade.

As informações colhidas serão trabalhadas conforme as regras estabelecidas no planeja-


mento de comunicação, de modo a:

• Evitar a dispersão de meios e esforços;


• Possibilitar uma visão geral das reclamações e viabilizar as possíveis soluções;
• Evitar improvisações, e;
• Estabelecer uma unidade de discurso nas mensagens.
vi. Meios da Comunicação

A comunicação interna e externa será trabalhada por meio de assuntos dirigidos, com a cola-
boração dos representantes de cada especialidade envolvida na obra.

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As ações básicas do Programa para divulgação do empreendimento serão:

 Informação de massa (imprensa local), sempre que possível e de forma articulada,


através de meios de divulgação de informações importantes que tenham como objetivo
a contato em massa, que poderão ser veiculadas em rádios e jornais locais visando
assegurar ampla divulgação, como por exemplo, a divulgação de assunto, data, local e
hora das reuniões abertas à comunidade;
 Reuniões com os grupos de interesse, devendo ser realizadas para promover discus-
sões e esclarecimentos a respeito do empreendimento com representantes da comu-
nidade, e;
 Informativos impressos (panfletos e cartilhas educativas), confeccionados enfocando a
descrição das atividades, os aspectos ambientais da área de influência do empreendi-
mento, impactos ambientais efetivos e potenciais da atividade e medidas mitigadoras,
em linguagem que possibilite a compreensão das informações pelos segmentos atingi-
dos, também com a disponibilização dos contatos para comunicação com o executor
das obras.
vii. Acompanhamento e Avaliação

Para um efetivo acompanhamento, todos os registros referentes às ações executadas deverão


ser arquivados.

Deverão ser realizadas registros das ações, contendo, dentre outros itens: as fotos das ativi-
dades realizadas; a contabilização dos números de convites enviados; as atas de reunião
assinadas; o número de anúncios vinculados em meios de comunicação em massa, entre
outros.

Deverão então ser realizadas reuniões entre os profissionais responsáveis pela execução do
Programa a fim de discutir e avaliar do mesmo, com tratamento estatístico dos dados de re-
clamações e sugestões dos grupos de interesse realizadas ao longo da execução das cam-
panhas.

viii. Recursos Necessários

O Programa envolverá um profissional contratado pela executora das obras, o qual estará em
contato permanente com os grupos de interesse e com a força de trabalho.

O profissional de comunicação e sua equipe ficará responsável pela criação dos materiais a
serem divulgados, bem como pela sua adequação de linguagem, a fim de que seja acessível
a todos os grupos de interesse bem como pela distribuição dos materiais informativos.

O principal apoio para o pessoal da comunicação social será fornecido pelo executor das
obras, que disponibilizará as informações técnicas referente ao projeto, bem como os impac-
tos socioambientais envolvidos neste.

Com relação aos recursos financeiros necessários para implementação do Programa, esses
também estão sob responsabilidade do executor das obras.

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3. Cronograma de Execução

O presente Programa se estenderá até o final da implementação do projeto. Para a fase de


operação, estas serão definidas através de ações no âmbito governamental. A realização das
ações deste Programa deve seguir conforme apresentado no quadro a seguir.

Quadro 1: Cronograma de execução do PCS


Dias
Ações
Antecedentes às obras Durante as obras
Detalhamento das ações e
- 30 -
cronograma de execução
Divulgação na imprensa - 15 + 45
Afixação de placas de sinalização -5 Permanente
Reuniões com os grupos de interesse e
- 10 Semestral
distribuição dos materiais gráficos
Elaboração de relatórios Após cada campanha

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ANEXO II - PLANO DE AÇÃO A EMERGÊNCIAS

Neste anexo estabelecer-se-á as diretrizes necessárias para atuação em situações emergen-


ciais que tenham potencial para causar repercussões internas e externas ao empreendimento.

Portanto, o Plano de Ação a Emergências - PAE apresenta os procedimentos de resposta às


situações emergenciais que eventualmente possam vir a ocorrer nas instalações, além de
definir as atribuições e responsabilidades dos envolvidos, de forma a propiciar as condições
necessárias para o pronto atendimento às emergências, por meio do desencadeamento de
ações rápidas e seguras.

Para que os objetivos do PAE possam ser alcançados foram estabelecidos os seguintes pres-
supostos:

a. Definição das atribuições e responsabilidades;


b. Identificação dos perigos que possam resultar em acidentes (hipóteses acidentais);
c. Preservação do patrimônio da empresa, da continuidade operacional e da integridade
física de pessoas;
d. Estabelecimento das diretrizes básicas, necessárias para atuações emergenciais, e;
e. Disponibilização de recursos para o controle das emergências.

1. Hipóteses Acidentais

A definição das hipóteses acidentais e respectivos cenários é necessária para a elaboração


dos procedimentos de atendimento às situações de emergência, bem como para o dimensio-
namento dos recursos humanos e materiais necessários às ações de resposta.

As hipóteses acidentais obtidas das instalações existentes no empreendimento são as seguin-


tes:

• Acidente com vazamentos, explosão e/ou incêndio;


• Acidente de trânsito de móveis e pessoas, causando avaria estrutural e humanas;
• Acidente em operações de carga e descarga;
• Acidentes mecânicos na operação de máquinas e utensílios, e;
• Acidentes mecânicos com operações de limpeza.

i. Grupo de Hipóteses Acidentais

Os subgrupos de hipóteses acidentais específicas e gerais levantados para este PAE podem
guardar semelhança entre si no que se referem aos cenários, consequências e tipologia, razão
pela qual foram estabelecidas hipóteses acidentais que agrupam os subgrupos homogêneos.

Desta forma, os procedimentos para emergências serão estabelecidos para atender aos gru-
pos de hipóteses acidentais, visto que também apresentaram ações de resposta semelhantes
para os subgrupos. Na Tabela a seguir são apresentados os grupos de hipóteses acidentais.

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Tabela 1: Grupos de hipóteses acidentais


Grupo Hipótese Subgrupo
- Queda em nível
- Queda por diferença de nível
- Atropelamento (máquinas e estacionamento)
G1 Acidentes pessoais - Choque elétrico
- Choque elétrico em terceiros
- Ataque de animais peçonhentos
- Mal súbito
- Queda de máquinas e equipamentos
Queda de máquinas,
G2 - Queda de utensílios perfurocortantes e quentes ou frios
equipamentos e objetos
- Queda de carga no pátio de estocagem
- Incêndio predial
G3 Incêndios e/ou explosões
- Explosão de geradores e compressores
G4 Vazamentos de tóxicos - Liberação acidental de líquidos ou gases tóxicos
- Descargas elétricas
- Alagamentos e/ou enchentes
G5 Acidentes de origem natural
- Ventanias
- Corrida de massa
- Atentados criminosos e vandalismo
G6 Danos patrimoniais - Danos estruturais
- Falta de energia elétrica
G7 Acidentes no transporte - Acidentes de trânsito

2. Estrutura Organizacional

Com estrutura definida nos organogramas abaixo, tem suas atribuições divididas de acordo
com as competências de cada assessoria ou gerência específica, subdivididas de acordo com
sua diretoria e relacionadas abaixo, podendo essas atribuições ter caráter logístico, de apoio
ou de ação direta.

Figura 1. Estrutura organizacional de resposta a emergências.

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3. Acionamento do Plano

i. Fluxo de Acionamento

Qualquer colaborador ao detectar uma emergência deve comunicar imediatamente no ramal


de emergência. Posteriormente a Brigada de Emergência local, para que esta se dirija ao local
sinistrado e avalie o cenário, adotando as ações de combate iniciais e comunicando o Coor-
denador Operacional de Emergência.

Caso uma ocorrência não possa ser contida com recursos locais, caberá ao Coordenador
Operacional deflagrar as demais ações do fluxograma de comunicação.

A Figura 2 apresenta o fluxo de comunicação a ser seguido em caso de emergência.

Detecção da
emergência
Comunicação ao ramal de emergência
e Coordenador Operacional
Acionamento da Brigada
de Emergência

Avaliação inicial

Emergência controlável Desencadeamento das


Sim
com recursos locais? ações de combate

Não

Acionamento da Acionamento de
Não Situação controlada? Sim Fim
Assessoria Jurídica assessores externos

Desencadeamento das
ações de combate

Avaliação final

Fim

Figura 2. Fluxo de comunicação a ser seguido em caso de emergência.

Quando a Brigada de Emergência é acionada, quanto maior o detalhamento de informações


confiáveis que ela puder dispor, melhor será sua resposta ao atendimento possibilitando que
a Brigada de Emergência leve para o local os recursos necessários ou acione recursos adici-
onais. Chegando ao local, os brigadistas continuam as informações recebidas.

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A identificação da situação emergencial e a caracterização do local são as duas primeiras


ações a serem tornadas. A partir destas ações, os procedimentos necessários são definidos
e executados.

ii. Detecção e Comunicação da Emergência

A detecção da emergência é realizada visualmente no local. Após a detecção são realizadas


as comunicações de emergência por meio de rádios e telefones fixos (interno e externo). Sem-
pre quando de uma emergência geral, cabe ao Coordenador Operacional manter informadas
as gerências e diretorias do andamento da emergência.

Quando uma situação de emergência for percebida por qualquer colaborador, este deverá
comunicar o brigadista mais próximo e/ou comunicar imediatamente o fato através do ramal
de emergência que acionará a Brigada de Emergência através de rádio ou celular, dando
continuidade ao fluxo de acionamento.

iii. Mobilização de Recursos

Após a avaliação da emergência pela Brigada de Emergência serão deslocados os recursos


locais para mitigação da emergência. Caso a emergência não seja controlada, podem ser
solicitados recursos adicionais.

A Brigada de Emergência em conjunto com a Coordenação Operacional do Plano de Emer-


gência após avaliação pode, em função da magnitude e características da emergência, solici-
tar outros recursos que sejam necessários para o controle da emergência. Estes são solicita-
dos pelo Coordenador Operacional do Plano de Emergência e mobilizado pelos Grupos de
Intervenção.

4. Ações de Resposta às Situações Emergenciais

i. Sistema de Classificação

As condições emergenciais são classificadas em categorias cobrindo todo o espectro de emer-


gências possíveis de ocorrerem ou que na teoria possam existir. Critérios específicos são
apresentados para identificação, caracterização e definição de cada uma as classificações de
emergência.

O sistema de classificação tem uma escala de resposta a condições emergenciais dentro de


cada condição de classificação, e também para o incremento de nível, se as condições emer-
genciais aumentarem de severidade.

Qualquer que seja o sistema de classificação, este deverá relacionar a magnitude da emer-
gência: vazamento, acidente de trânsito, acidente de trabalho com potencial elevado incêndio,
explosão com seus efeitos projetados.

Muitas vezes essa classificação pode ser automática, não exigindo esforço ou discernimento
do classificador. Em outros casos, entretanto, é possível que haja certo grau de dificuldade
para se fazer uma correta avaliação da emergência, de tal forma que não se inicie ações
desnecessárias ou, ao contrário, não se subestime o caso em questão.

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1. Emergência Pessoal

Essa classificação é caracterizada por qualquer dano físico ou mal súbito que requeira auxílio
de outras pessoas da unidade. Essa condição inclui situações que somente requeiram primei-
ros socorros que poderão ser fornecidos diretamente na unidade, mas também engloba a
ocorrência de danos físicos severos; que possam a vir a necessitar de tratamento médico de
emergência em hospitais.

Em geral, uma Emergência Pessoal, por si só, não modifica a operação da unidade, bem como
não resulta na variação de classificação de emergência a ponto de passar para um estágio
mais severo. Entretanto, uma Emergência Pessoal pode acontecer em conjunto com outra
condição emergencial, que poderá ser uma Emergência Local.

2. Emergência Potencial

Essa classificação de emergência geralmente envolve uma condição involuntária imposta por
um evento externo. A classe é caracterizada por fenômenos naturais ou atividades humanas,
que podem incluir enchentes, ventanias ou outras condições climáticas severas, tremores de
terra, fogo em área distante do pátio de estocagem distúrbios civis e vandalismo (greve).

Ações tomadas em resposta a essa condição são em geral preventivas, no sentido de minimi-
zar as consequências potenciais do evento caso o mesmo venha a ocorrer. Essas condições
em geral incluem um aumento do nível de segurança da unidade ou outros tipos de precau-
ções.

Embora a frequência de ocorrência de qualquer um desses eventos seja muito baixa defini-
ram-se procedimentos para a mudança de classificação para qualquer situação desenvolvida
a partir de eventos dessa natureza. Os procedimentos definidos especificam ações que são
apropriadas para cada tipo de evento.

3. Emergência Local

Essa classificação de emergência é caracterizada por qualquer ocorrência da unidade que


requeira o sistema de organização de emergência previsto, mas não envolva substancial al-
teração da operação da unidade, bem como seja controlado apenas com os recursos desta,
sem acionar organizações externas.

Esse estado emergencial necessita ser constantemente reavaliado para permitir o incremento
do nível classificatório, caso a severidade do evento acidental aumente no decorrer do tempo.
A seguir alguns critérios de condições que são enquadrados como Emergência Local:

a. Vazamento de produtos combustíveis no estoque: uma pequena quantidade de com-


bustível em uma área normalmente limpa, a evacuação de pessoal da área pode ser
necessária como medida de segurança. Poderá ser acionado o Estado de Alerta.

b. Fogo: Dependendo de sua natureza e das condições do local, o PAE poderá ser acio-
nado. Normalmente quando da ocorrência de um princípio de incêndio, este poderá ser
facilmente controlado por um funcionário da unidade.

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c. Explosão: uma explosão ocorre no interior da unidade, com danos patrimoniais. ou esta
situação pode conduzir a riscos adicionais.

4. Emergência Geral

Essa classificação é caracterizada por um vazamento não controlado de produtos combustí-


veis, incêndio, explosão, que se espera que não ocorra durante todo o período de vida útil da
unidade. As medidas emergenciais são previstas, entretanto para mitigar os efeitos da ocor-
rência dessa hipótese acidental, permitindo uma adequada ação em face desse evento aci-
dental.

ii. Controle de Emergência

Quando da ocorrência de acidentes, estes deverão ser avaliados para verificar sua severidade
antes da ativação do estado emergencial na unidade. Para tanto, é necessário que alguns
procedimentos sejam seguidos, para que se possa ativar o Plano de Emergência quando re-
almente for necessário.

A emergência será classificada em três categorias a saber:

a. Categoria Grau 1

• Acidente pessoal onde não há necessidade de paralisação ou interrupção das


atividades normais da unidade;

• Pequeno vazamento de produtos combustíveis na área de estocagem, onde seu


controle pode ser feito sem causar paralisação ou interrupção das atividades da
unidade;

• Pequeno vazamento de produtos tóxicos, cujo controle é feito sem a paralisação


ou interrupção das atividades da unidade;

• Fogo nas áreas de armazenamento de produtos, onde são necessários peque-


nos esforços para a sua extinção - fogo de pequenas proporções;

• Incêndio em áreas distantes da unidade - indústrias, matas, etc., e;

• Acidentes de trânsito sem vítimas.

b. Categoria Grau 2

• Acidente pessoal envolvendo 3 ou mais vítimas, que necessitam de pessoal de


salvamento e transporte;

• Vazamento ou transbordo descontrolado de produtos combustíveis na área de


estocagem, em carregamento ou em expedição;

• Incêndio em quaisquer veículos que estiverem dentro das instalações da em-


presa, mas fora das áreas de estocagem de produtos;

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• Incêndio em áreas vizinhas da empresa, que requer a prontidão da Brigada


Emergencial, e;

• Incêndio em equipamentos elétricos, mobiliário, compressores, caixa de conten-


ção, etc. que necessitam apenas dos brigadistas do local para o controle da si-
tuação.

c. Categoria Grau 3

• Acidente pessoal envolvendo várias vítimas acidentadas;

• Incêndio ou explosão em área de estoque de produtos combustíveis;

• Incêndio na área de armazenagem de produtos tóxicos;

• Vazamento seguido de incêndio nas áreas fabris, e;

• Acidente de trânsito envolvendo várias vítimas inclusive população externa.

Observação: Uma situação de emergência avaliada e classificada como Grau 1, não quer
dizer que a gravidade da situação esteja estabilizada. Essa situação de emergência pode
passar para emergência Grau 2 ou 3 em pequeno espaço de tempo. Para tanto é necessário
que a Brigada de Emergência esteja pronta para atender quaisquer situações de emergência.

iii. Procedimentos de Emergenciais

1) Logo após a identificação do acidente / situação emergencial, deve ser acionado o Coor-
denador Operacional da Emergência para que o mesmo seja informado do ocorrido.

a) Qualquer colaborador ou prestador de serviço poderá acionar o Coordenador Operaci-


onal em casos de acidente / situação emergencial.

b) A Brigada de Emergência deverá se dirigir para o local e medidas para o controle da


situação deverão ser tomadas de imediato.

i) Parte da Brigada de Emergência que estará no turno deverá se dirigir para o local
do acidente, podendo utilizar os veículos disponíveis.

ii) Equipamentos completos para controle da emergência deverão estar nos veículos
para suporte ao acidente.

2) O Coordenador Operacional deverá se dirigir para o local sinistrado e avaliar a situação,


se necessário, deverá convocar o Comitê de Crise.

a) Caso o acidente for avaliado como Grau 1, solicitar apoio à Brigada de Emergência que
estiver no turno para dar providência na emergência e retomada do controle.

i) Após o controle da situação são convocados os colaboradores do setor onde ocor-


reu o sinistro, testemunhas e membros da CIPA para emissão de um relatório do
acidente para estudo das causas prováveis, propondo um Plano de Ação para neu-
tralizar tais causas para que o acidente não volte a ocorrer.

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b) Caso o acidente seja avaliado como Grau 2, imediatamente a Brigada de Emergência


deverá ser acionada por meio de rádios ou por telefones. A diretoria deverá ser infor-
mada imediatamente do ocorrido.

i) Caso o acidente cause 3 ou mais vítimas, o Coordenador Operacional deverá pro-


videnciar a remoção destes por meio de ambulâncias. Podem ser utilizados moto-
ristas de empresas de transporte que estiverem aguardando carregamento ou des-
carregamento.

ii) Caso a emergência Grau 2 seja vazamento de produtos combustíveis, a área do


acidente deverá ser evacuada. Somente o pessoal da Brigada de Emergência de-
verá ficar no local.

(1) Caso o vazamento seja na bacia de contenção ou área de carregamento, a ma-


nutenção mecânica deverá interromper seus serviços pelo motivo de promover
geração de fontes de calor.

(2) Caso o vazamento seja na área de carregamento, primeiramente todos os cami-


nhões deverão ser removidos para um local seguro. Para tanto, os brigadistas
deverão se comunicar com a frente de loja através de rádios ou por telefone,
informando o ocorrido. A frente de loja deverá comunicar a necessidade de eva-
cuação e acionamento do PAE.

c) Em casos de identificação de uma emergência Grau 3, verificada a Brigada de Emer-


gência deverá ser imediatamente informada da ocorrência e o Plano de Chamada po-
derá ser acionado ou não dependendo da gravidade a mando destes.

i) O Coordenador Operacional deverá acionar o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar


para auxiliar na emergência. Este bem como a Brigada de Emergência deverão
prestar informações a tais órgãos.

3) Após a retomada do controle os membros da Brigada de Emergência, testemunhas, mem-


bros da CIPA, gerência e Coordenação Operacional deverão confeccionar relatório sobre
o ocorrido estudando as prováveis causas. Um Plano de Ação deverá ser emitido para
neutralizar as causas.

iv. Término da Emergência

1) Após o controle dos eventos acidentais o acesso a unidade deverá ser restrito, para que
os trabalhos de rescaldo possam ser feitos.

a) Caso o acidente tenha feito vítimas fatais, o pessoal do IML deverá ser acionado e terá
livre acesso às instalações.

2) Um Comitê formado pela Diretoria, Coordenação de Emergência e demais empregados


que forem convocados, deverão analisar o ocorrido e apresentar um Plano de Ação sobre
o acidente.

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3) Todos os equipamentos e veículos utilizados para o controle da emergência devem ser


organizados e limpos para utilização caso necessário, sendo essa responsabilidade do
Coordenador de Operação.

5. Matrizes de Ação de Emergência

A matriz de ação de emergência constitui uma síntese de informações destinadas à operaci-


onalização da emergência de maneira rápida e eficaz. Nela são definidas as ações a serem
adotadas, passo a passo, em ordem cronológica e de forma coordenada, para cada hipótese
acidental.

São apresentadas ainda as responsabilidades sobre a execução das ações as demais infor-
mações contidas na matriz de emergência também deverão contribuir para que o desencade-
amento das ações ocorra o mais rápido possível, de modo que as consequências negativas
do evento sejam as mínimas possíveis.

Os quadros a seguir apresentam as matrizes de ação de emergência para cada hipótese aci-
dental.

Quadro 5: Matriz de ação de emergência para vazamento de produtos tóxicos.


Passos O que? Quem? Quando? Onde? Por quê? Como?
Mobilizar a
Acionar ramal de Qualquer Imediatamente Ramal mais Via rádio ou
01 Brigada de
emergência colaborador após ocorrência próximo telefone
Emergência
Isolamento do Para extin-
Brigada de Após orientação No local da Com utilização de
02 local e início do ção do in-
Incêndio das lideranças emergência extintores e água
combate cêndio
Acionar órgãos
Após verificação Solicitação
assessores Coordenador Ramal mais
03 de descontrole de ajuda Via telefone
(Bombeiros e Operacional próximo
ou vítimas externa
Polícia)
Retirando todas
Acionar plano de Brigada de Após orientação Todas as Risco de
04 as pessoas da
evacuação Emergência dos líderes áreas acidentes
unidade
Remoção dos Brigada de Quando houver Onde houver Socorrer e Utilização de kits
05
acidentados Socorristas acidentados vítimas salvar vidas e ambulâncias
Para evitar
Refrigeração dos Brigada de Durante o com- Na área Água e extintores
06 aquecimento
costados Incêndio bate ao incêndio de estoque de incêndio
do setor
Utilização de ex-
Operação de Brigada de Após extinção Na área Para evitar
07 tintores e auxílio
rescaldo Incêndio do incêndio sinistrada nova ignição
externo
Acionar retorno Coordenador Após retomada Toda Retorno ao Orientando todos
08
ao trabalho Operacional do controle unidade trabalho os colaboradores
Evitar possí-
Limpeza da área Brigada de Após retomada Na área Remoção e desti-
09 veis conta-
sinistrada Incêndio do controle sinistrada nação adequada
minações
Definir e
Análise do Equipe técnica Após retomada Sala da
10 solucionar Plano de Ação
acidente e envolvidos do controle gerência
causas

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Quadro 6: Matriz de ação de emergência para incêndio.


Passos O que? Quem? Quando? Onde? Por quê? Como?
Mobilizar a
Acionar Brigada Coordenador Após notificação Ramal mais Via rádio ou
01 Brigada de
de Emergência Operacional do acidente próximo telefone
Emergência
Corte do forneci- Logo após Chave de Para evitar
Brigada de
02 mento de com- notificação do secção mais mais aciden- Manualmente
Emergência
bustível acidente próxima tes
Isolar área e iní- Após orientação Para extin- Com utilização de
Brigada de No local da
03 cio do combate do Coordenador ção extintores especí-
Incêndio emergência
ao incêndio Operacional do incêndio ficos
Cenários Retirando todas
Evacuação de Brigada de Logo após o Salvaguar-
04 próximos a as pessoas da
áreas adjacentes Emergência ocorrido dar vidas
emergência área
Remoção dos Brigada de Quando houver Onde houver Socorrer e Utilização de kits
05
acidentados Socorristas acidentados vítimas salvar vidas e ambulâncias
Definir e
Análise do Equipe técnica Após retomada Sala da ge-
06 solucionar Plano de Ação
acidente e envolvidos do controle rência
causas

Quadro 7: Matriz de ação de emergência para acidentes de trânsito e/ou de trabalho.


Passos O que? Quem? Quando? Onde? Por quê? Como?
Mobilizar a
Acionar ramal de Qualquer Imediatamente Ramal mais Via rádio ou
01 Brigada de
emergência colaborador após ocorrência próximo telefone
Emergência
Mobilizar a
Acionar Brigada Coordenador Após notificação Ramal mais Via rádio ou
02 Brigada de
de Emergência Operacional do acidente próximo telefone
Emergência
Acionar órgãos
Após verificação Solicitação
assessores Coordenador Ramal mais
03 de vítimas gra- de ajuda Via telefone
(Bombeiros e Operacional próximo
ves ou fatais externa
Polícia)
Para preven-
Isolamento do Brigada de Após orientação No local da Cones e fitas
04 ção de aci-
local Emergência das lideranças emergência zebradas
dentes
Remoção dos Brigada de Quando houver Onde houver Socorrer e Utilização de kits
05
acidentados Socorristas acidentados vítimas salvar vidas e ambulâncias
Registro fotográ- Após orientação Elaborar Pranchetas,
Equipe técnica No local da
06 fico / coleta de do Coordenador relatório de máquinas
e envolvidos emergência
dados Operacional ocorrência fotográficas, etc.
Definir e
Análise do Equipe técnica Após retomada Sala da
07 solucionar Plano de Ação
acidente e envolvidos do controle gerência
causas

6. Recursos Humanos e Materiais

i. Materiais e Equipamentos Disponíveis

Os membros participantes da Estrutura Organizacional deverão ter a sua disposição, equipa-


mentos e materiais indispensáveis durante o atendimento a emergências.

Cada componente com nível de liderança da Estrutura Organizacional deverá ter consigo um
rádio para viabilizar a comunicação no momento da emergência.

As indumentárias, bem como os calçados necessários para uma perfeita proteção dos briga-
distas durante o combate, estão dispostas na sala da brigada emergencial.

Deverá existir uma Iistagem atualizada com nomes, endereços e números de telefone dos
componentes da Brigada de Emergência. Também deverão constar telefones do Corpo de
Bombeiros. Defesa Civil, Polícia Civil e Militar e Hospitais (Anexo I).

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O sistema de combate a incêndio da dispõe de sistema hidráulico especifico composto por


caixas d’agua, mangueiras e hidrantes, além de extintores PQS, água pressurizada e de CO2.

ii. Equipamentos de Proteção Individual

Para proteção de todos os componentes da Brigada de Emergência, estes deverão estar mu-
nidos com equipamentos que possam garantir um mínimo de proteção principalmente no com-
bate a incêndios ou quando existe risco de incêndio.

Na unidade existem conjuntos de combate compostos por pares de botas, japona, calça, ca-
pacete de combate e balaclava. Após acionamento, a primeira atitude que a Brigada de Emer-
gência deve executar é de se equipar completamente.

7. Divulgação, Implantação e Integração do Plano

Para que as ações de resposta previstas no Plano de Ação de Emergência atinjam os resul-
tados esperados nas situações de emergência, o Plano deve ser divulgado internamente, além
de ser integrado com outras instituições, que poderão atuar conjuntamente na resposta aos
acidentes.

Os exercícios de simulação de emergências visam à aferição de todas as fases programadas


do PAE. O objetivo primordial dos exercícios é manter todas as pessoas envolvidas familiari-
zadas com os procedimentos emergenciais e especificamente aferir as respostas de indiví-
duos nas responsabilidades que lhe foram atribuídas.

Os resultados desses exercícios deverão ser avaliados por pessoas que estão familiarizadas
com o Plano e deverão analisar criticamente a aplicação do Plano de Emergência, sendo que
tais análises deverão ser encaminhadas a um comitê criado em termos de gerência.

Todos os participantes do simulado deverão ter conhecimento das avaliações e análises dos
resultados, para reestruturação e reorganização para o simulado posterior.

Durante o ano deverá existir pelo menos um simulado como forma de treinamento quanto a
emergências. Todos os exercícios e simulações deverão ser realizados da forma mais realista
possível, abrangendo todos os tipos de emergências citadas neste plano.

8. Manutenção e Revisão do Plano

Considerando os resultados obtidos em treinamentos ou na resposta a eventuais acidentes,


o Plano é revisado e aperfeiçoado. Após qualquer alteração, são efetuadas reuniões com to-
das as equipes, onde são debatidas as técnicas de atuação.

A manutenção do Plano contempla o registro dos atendimentos realizados, reposição e reno-


vação de recursos e reavaliação dos procedimentos. O registro dos acidentes e incidentes é
realizado através de formulário específico.

Qualquer alteração ou atualização do Plano deverá ser previamente aprovada pelo Coorde-
nador Geral, devendo, posteriormente, todas as modificações serem divulgadas interna e ex-
ternamente.

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ANEXO III - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

O presente Plano tem como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo
e destinação ambientalmente adequados de resíduos da construção civil, comumente chama-
dos de entulhos de obra.

1. Legislação

Para o desenvolvimento deste item, deverão ser respeitados os padrões legais do município
e, minimamente, o seguinte conjunto legal no âmbito federal:

• Resolução CONAMA n° 307/2002

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção


civil.

• Resolução CONAMA n° 348/2004

Altera a redação do artigo 3º, item IV da Resolução CONAMA nº 307/2001, relativo a definição
de resíduos de construção civil de Classe “D”.

• Resolução CONAMA nº 275/2001

Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identifi-
cação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para coleta
seletiva.

• Lei Federal nº 6938, de 31 de agosto de 1981

Estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismo de formulação e


aplicação, e tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

• Lei Federal nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas


ao meio ambiente, e dá outras providências.

• Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9605 de 12/02/1998, e dá outras
providências.

• NBR 10004/2004 – Resíduos sólidos da construção civil – Diretrizes para projeto, im-
plantação e operação.

• NBR 15112/2004 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de


transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

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• NBR 15113/2004 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros -


Diretrizes para projeto, implantação e operação.

• NBR 15114/2004 - Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem - Dire-


trizes para projeto, implantação e operação.

• NBR 15.115/2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil –


Procedimentos para execução de camadas de pavimentação.

• NBR 15.116/2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Re-


quisitos para utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural.

2. Caracterização dos Resíduos a Serem Gerados

i. Conceituação

De acordo com a Resolução CONAMA nº 307/2002, são definidos como Resíduos Sólidos de
Construção Civil (RCC) aqueles provenientes de construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais
como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tin-
tas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras.

Numa obra, a geologia, a morfologia, os tipos de solo, a disponibilidade dos materiais de cons-
trução, o desenvolvimento tecnológico e outros fatores são características específicas da re-
gião de inserção do empreendimento que influenciam a composição dos RCC gerados, assim
como das peculiaridades construtivas do projeto a ser implantado, existindo uma heterogenei-
dade de resíduos que podem ser produzidos.

De modo a gerenciar os RCC, a Resolução CONAMA nº 307 estabelece uma classificação


específica para estes resíduos, agrupando-os em 4 (quatro) classes básicas, conforme Tabela
1 a seguir.

Além da classificação estabelecida pela Resolução nº 307, vale destacar que no Brasil os
resíduos sólidos são classificados também através da NBR 10004/2004 quanto ao seu risco
potencial ao meio ambiente e a saúde pública, que define lixo como todo resíduo sólido ou
semissólido resultante das atividades normais da comunidade, definindo que estes podem ser
de origem domiciliar, hospitalar, comercial, de serviços, de varrição e industrial.

Porém, o termo lixo não é mais aplicado, sendo substituído pelo termo rejeito, definido na Lei
Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, como resíduos sólidos (RS) que, depois de es-
gotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos dis-
poníveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição
final ambientalmente adequada.

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Tabela 1. Classificação dos RCC, segundo a Resolução CONAMA 307/2002.


Classe
Definição Exemplos
do RCC
- Resíduos de construção, demolição, reformas e reparos
de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, in-
clusive solos provenientes de terraplanagem;
- Resíduos de construção, demolição, reformas e reparos
Resíduos que podem ser
de edificações, como componentes cerâmicos (tijolos,
Classe A reutilizados ou reciclados
blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
como agregados.
concreto;
- Resíduos oriundos do processo de fabricação e/ou de-
molição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tu-
bos, meio-fio etc.) produzidas nos canteiros de obras.
Resíduos recicláveis para - Plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e ou-
Classe B
outras destinações tros.
Resíduos para os quais não
foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações
Classe C - Produtos oriundos do gesso.
economicamente viáveis
que permitam a sua
reciclagem/recuperação
- Tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contamina-
dos ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, re-
Resíduos perigosos
formas e reparos de clínicas radiológicas, instalações in-
Classe D oriundos do processo de
dustriais e outros, bem como telhas e demais objetos e
construção
materiais que contenham amianto ou outros produtos no-
civos à saúde.
Fonte: Adaptado da Resolução CONAMA 307/2002, complementado pelo autor.

A Norma Brasileira mencionada, para efeito de classificação, enquadra os resíduos sólidos


em três categorias, apresentados na Tabela 2.

Desta forma, considerando a classificação da NBR 10.004/2004, verifica-se que nas obras
realizadas os resíduos sólidos a serem gerados enquadram-se, em grande parte, na Classe
II-B (inertes), em vista ao volume expressivo de entulhos (demolições a serem realizadas no
local) e materiais oriundos de escavações de solos e rochas. Nesta classe ainda se enqua-
dram as galhadas, folhagens e troncos oriundos de eventuais cortes e supressão de vegeta-
ção.

Também serão gerados nestes empreendimentos resíduos que podem ser enquadrados na
Classe II – A (não inertes), como sendo aqueles resíduos com características de tipo domici-
liar/comercial, oriundos tanto das atividades de construção civil diretas, quanto especifica-
mente das atividades desenvolvidas nos escritórios dos canteiros de obras e das necessida-
des de alimentação dos trabalhadores envolvidos (resíduos dos refeitórios). Estes últimos irão
possuir em sua composição uma elevada quantidade de matéria orgânica, devendo receber
um manejo diário de modo a evitar a contaminação do solo e de recursos hídricos, bem como
a proliferação de vetores.

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Tabela 2. Classificação dos resíduos sólidos, segundo a NBR 10.004/2004.


Classe do
Caracterização
RS
Resíduos Sólidos Perigosos
Classificados em função de suas características físicas, químicas, ou infectoconta-
Classe I giosas, são aqueles que podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio am-
biente, ou ainda são inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogênicos. Es-
tes tipos de resíduos normalmente são gerados em estabelecimentos industriais,
de serviços de saúde e assemelhados.
Resíduos Sólidos Não Perigosos
São aqueles que não se enquadram na classe anterior, e que podem ser combustí-
veis, biodegradáveis ou solúveis em água. Esta classe subdivide-se em:
Classe II-A - Classe II-B - Inertes
Não-inertes São aqueles que, ensaiados segundo o teste de solubili-
Classe II Nesta classe enquadra- zação da NBR 10006 da ABNT, não apresentam quais-
se o lixo domiciliar, quer de seus constituintes solubilizados em concentra-
gerado nas residências ções superiores aos padrões de potabilidade da água.
em geral, estabeleci- Este tipo de resíduo normalmente é resultante dos servi-
mentos de serviços, ços de manutenção da limpeza e conservação dos logra-
comércio, indústrias e douros, constituindo-se, basicamente, de terra, entulhos
afins. de obras, papéis, folhagens, galhadas, etc.
Fonte: Adaptado da NBR 10.004/2004, complementado pelo autor.

Ainda há possibilidade de geração de resíduos classificados na Classe I (perigosos) da refe-


rida NBR, uma vez que nas atividades de implantação e construção de edificações, infraes-
trutura e pavimentação serão utilizados produtos químicos (tintas, solventes, emulsão asfál-
tica, etc.), assim como serão empregados combustíveis e óleos/graxas para manutenção de
máquinas e veículos (estopas e embalagens sujas) envolvidos nas operações. Incluem-se
nesta mesma classe os resíduos de serviços de saúde advindos dos ambulatórios e consul-
tórios a serem instalados nos canteiros de obras dos empreendimentos e as pilhas, baterias
e lâmpadas fluorescentes gerados nas instalações das obras.

Bem assim, para efeito de gerenciamento dos resíduos sólidos de construção civil produzidos
nos empreendimentos em tela e cumprimento das normas vigentes, considerando ainda as
peculiaridades das obras planejadas e os dados de projeto fornecidos, os RCC gerados no
período de implantação deverão ser caracterizados qualitativamente segundo a classificação
estabelecida pela Resolução CONAMA 307/2002.

ii. Caracterização qualitativa dos RCC

Os resíduos sólidos de construção civil gerados nas obras serão classificados da forma apre-
sentada a seguir.

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Tabela 3. Caracterização qualitativa dos RCC gerados nas obras.


Classe
Características qualitativas
do RCC
- fragmentos de tijolos e telhas cerâmicas, de concreto, alvenaria, pedras, etc., e restos
de materiais de construção a serem utilizados nas obras, tais como ladrilhos e telhas
cerâmicas, material granítico e outras pedras, pedaços de manilhas e tubos em concreto,
restos de areia, saibro, pó-de-pedra e outros agregados miúdos, restos de brita, pedris-
Classe A cos e outros agregados graúdos e restos de argamassa, entre outros, oriundos:
a) das operações de escavação de solos (terra) e desmonte de rochas, e;
b) da demolição de edificações, estruturas (viadutos, elevado da perimetral), canteiros
de jardins e pavimentos (cimentados, asfáltico, intertravado, paralelepípedos, etc.).
- pedaços e peças de madeira (de esquadrias e madeiramento de telhados), alumínio e
outros metais (tais como aço e cobre), bem como sobras outros metais, papel, papelão,
plásticos dos mais diversos tipos, restos de manta e tubos em PEAD e restos de vidro,
Classe B oriundos:
a) das atividades relacionadas às obras (construção, demolição, etc.), e;
b) dos escritórios e áreas administrativas do canteiro de obras.
- restos de gesso e produtos fabricados com gesso oriundos tanto das construções das
Classe C
edificações previstas em projeto, como das demolições a serem realizadas.
- restos de tinta, solventes, combustível, óleos e graxas lubrificantes (estopas sujas)
emulsão e mantas asfálticas, impermeabilizantes e as embalagens destes produtos, re-
síduos de serviços de saúde, pilhas e baterias e lâmpadas fluorescentes, oriundos:
Classe D a) das atividades relacionadas às obras (construção, demolição, acabamento, etc.);
b) dos ambulatórios e consultórios a serem instalados nos canteiros de obras, e;
c) dos escritórios e áreas administrativas do canteiro de obras.
Fonte: Elaborado pelo autor.

3. Estimativa de Resíduos Gerados

Para determinação das estimativas de resíduos, por tipo, a serem gerados nas obras sob
responsabilidade do proprietário, além das informações originárias das equipes de projetos,
podem ser adotados parâmetros de geração obtidos a partir do banco de dados da empresa
e na experiência no acompanhamento e gestão de projetos envolvendo o segmento de resí-
duos sólidos.

Com isto em mente, sugere-se a implementação de uma estimativa dos resíduos a serem
gerados, conforme sugerido a seguir, num quadro que quantifica a geração de entulhos e
demais resíduos sólidos.

Os parâmetros básicos de geração desses resíduos da construção civil, a partir das diversas
fontes analisadas, serão cotejados “vis a vis” com as peculiaridades de cada obra a ser exe-
cutada e da metodologia para sua construção.

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Quadro 1. Geração de RS total prevista para obra, por classe de resíduo e etapa.
Quantificação
Item Tipo de Resíduo Gerado por Intervenção Classe do RCC
Unid. Total
A B C D
1 Resíduos de Escavação m³
2 Resíduos de Demolição
2.1 Demolição de concreto m³
2.2 Capa de asfalto m³
2.3 Vigas metálicas m³
2.4 Outros m³
3 Resíduos de Remoção
3.1 Canteiro de jardins m³
3.2 Árvores e plantas diversas m³
3.3 Pedras e areia m³
4 Resíduos de Construção
4.1 Preparo de terreno / fundações m³
4.2 Pavimento asfáltico / materiais asfálticos m³
4.3 Agregados (areia, brita, etc.) m³
4.4 Perfil / estrutura metálica / aço m³
4.5 Aglomerantes (cimento, cal, etc.) m³
4.6 Concreto / artefatos de concreto m³
4.7 Madeira m³
4.8 Acabamento / outros m³
5 Resíduos de Escritório m³
6 Resíduos de Refeitório m³
Fonte: Sugerido pelo autor.

Além desses resíduos, outros resíduos sólidos, com característica de tipo domiciliar, serão
produzidos durante as obras, decorrente da presença de contingente de mão de obra direta e
indireta envolvida nas diferentes frentes de serviço e canteiros na área dos empreendimentos.

De mesmo modo, poderá haver a produção de pequena parcela de RSS (Resíduos de Servi-
ços de Saúde) nos pontos de atendimento médico para a mão de obra, que terá seu manejo,
transporte e tratamento/destinação final devidamente equacionado, pelas peculiaridades
desse tipo de resíduo, que requerem cuidados especiais.

Estimar a quantidade de resíduos gerados em cada obra visa planejar como deverão ser ar-
mazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técni-
cas específicas.

4. Procedimentos para Triagem e Acondicionamento dos Resíduos

Como acontece em qualquer plano de manejo de resíduos sólidos, é importante que se bus-
que ações proativas objetivando minimizar a geração e reaproveitar ao máximo os resíduos.

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Mesmo com essas ações, gera-se uma quantidade de resíduos que é inaproveitável no can-
teiro de obras, e que deve ser enviado para tratamento e destino final.

Sendo assim, este tópico aborda as ações que serão tomadas visando efetuar o máximo de
segregação possível dos resíduos, de forma a minimizar os custos de transporte e todos os
impactos derivados, a contribuir com as ações de reciclagem e reutilização e, consequente-
mente, reduzindo o ônus sobre o meio ambiente.

Os procedimentos para triagem e acondicionamento dos resíduos de construção civil gerados


na implantação das obras de infraestrutura dos empreendimentos, podem ter 3 (três) vertentes
distintas: segregação e acondicionamento transitório na fonte geradora, acumulação final e
remoção, a seguir melhor apresentadas.

5. Segregação e Acondicionamento Transitório na Fonte Geradora

Nesta etapa os resíduos são identificados quanto as suas características e classificações de


acordo com a Resolução CONAMA 307/2002, de forma a segrega-los.

Resíduos de escavação, restos de tijolos, produtos cerâmicos, produtos de cimento e restos


de argamassas (Classe A), podem ser, inicialmente acumulados em pequenos montes próxi-
mos aos locais de geração.

Ressalta-se que, com relação aos materiais de escavação, a prioridade será, na medida em
que sejam retirados, sejam transportados diretamente para o local de disposição final. Toda-
via, como as intervenções dar-se-ão em diferentes locais, com obras de portes e característi-
cas diferenciadas, poderão ser utilizadas, em certos casos, caixas estacionárias para acondi-
cionamento destes resíduos.

Para os resíduos Classe B, cujos potenciais de reaproveitamento são altos e consequente


geração de renda para, por exemplo, cooperativas de catadores de materiais reciclados, de-
vem ser utilizadas formas de acondicionamento e/ou acumulação transitória que sejam com-
patíveis com o volume de resíduos gerados em cada local, bem como por sua natureza e
forma de apresentação à coleta.

Em locais de menor geração, poderão ser utilizadas coletores apropriados, preferencialmente


dispositivos providos de sacos de ráfia, específicas para, por exemplo, 4 tipos de resíduos,
conforme ilustração a seguir.

Em outros locais, onde a geração de resíduos seja maior, poderão ser utilizadas caçam-
bas/caixas estacionárias tipo “Brooks” de 5 m3 de capacidade, confeccionadas em chapa de
aço, devidamente identificadas em função da tipologia do material que irão acondicionar, cai-
xas estas que serão operadas por caminhões poliguindastes. Esse, por exemplo, pode ser o
caso de aparas maiores de chaparias e pedaços de perfis metálicos.

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Figura 1. Exemplos de bombonas a serem utilizadas para segregação de resíduos de Classe B


Fonte: Google Imagens

Figura 2. Caçamba tipo “Brooks” para coleta de material de construção civil


Fonte: Google Imagens

Quer sejam bombonas, ou caixas estacionárias, o que será progressivamente definido na me-
dida em que avancem as obras, estes recipientes deverão estar localizados em pontos estra-
tégicos espalhados pela obra, havendo, no mínimo, um conjunto por frente de serviço.

Há que se fazer aqui uma ressalva a respeito dos recicláveis: no caso de grandes peças me-
tálicas de grandes volumes, a reciclagem poderá ser feita através de agentes outros que não
as cooperativas de catadores, não apenas pelo grande valor agregado, mas pela própria lo-
gística e tecnicidade que envolve sua remoção e transporte.

Os resíduos de Classe C, compostos basicamente por produtos de gesso, devem ser acumu-
lados em pequenos montes, ou utilizando-se de caixas estacionárias, da mesma forma que
os resíduos de Classe A.

Neste ponto, há que se esclarecer que a acumulação em montes, conforme aventado, deve
dar-se de maneira adequada, com as proteções e sistemáticas para se garantir a segurança
e a minimização de impactos ao meio ambiente. Não deverão ser efetuados lançamentos ale-
atórios de resíduos por toda a área da obra, mas sim de acordo com o planejamento inerente
às boas práticas de estocagem de resíduos.

Resíduos compostos basicamente por restos de óleos, tintas vernizes, outros produtos quími-
cos e amianto (Classe D), aos quais se deve dedicar especial atenção, devem ser armazena-
dos preferencialmente em suas próprias embalagens, em local apropriado no canteiro de
obras.

Os resíduos orgânicos gerados nos vestiários e no refeitório deverão ser acumulados em con-
têineres de 240 litros.

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6. Acumulação Final

Ao final de cada jornada de trabalho ou quando já houver volume suficiente, deve-se proceder
com a movimentação dos resíduos para sua acumulação final, de onde serão apenas movi-
mentados para o destino final.

Conforme caracterizado anteriormente, os resíduos de Classe A e Classe C devem ser prefe-


rencialmente acumulados temporariamente em pequenos montes próximo às fontes gerado-
ras. Nesta situação, deverão ser utilizados carrinhos-de-mão ou similares para remoção, con-
duzindo-os para caixas estacionárias tipo “dempster” ou “brooks”, estrategicamente posicio-
nadas, de forma a facilitar sua remoção por veículo específico. Em casos de volumes ainda
maiores de resíduos, poderão ser utilizadas caixas estacionárias de maior capacidade opera-
das por sistema “roll-on/roll-off”.

Figura 3. Caçamba tipo “roll-on/roll-off” de 40 m³


Fonte: Google Imagens

Caso ocorra a acumulação transitória dos resíduos diretamente em caixas estacionárias, nas
situações aventadas em tópico anterior, estas poderão ser removidas diretamente aos locais
de disposição final.

Outros métodos auxiliares poderão vir a ser utilizados para movimentação interna dos resí-
duos de Classe A e Classe C, como é o caso do tubo de queda, que faz o lançamento destes
resíduos a partir de pontos situados em cotas superiores diretamente para dentro das caixas
estacionárias situadas no nível do solo.

Os resíduos de Classe B, nos casos em que sejam acondicionados em bombonas guarneci-


das com sacos de ráfia, serão acumulados em pequenas pilhas em local específico do canteiro
de obras. Não se justifica o uso de caçambas estacionárias para o caso de pequenos volumes,
pois a remoção, conforme previsto, será feita rotineiramente por cooperativas de catadores
que manifestarem interesse por um outro material, podendo haver mais de uma cooperativa
que faça a retirada destes recicláveis. A opção de doação para entidades filantrópicas, tam-
bém será avaliada à época da implantação.

O procedimento básico a ser adotado para movimentação ao setor de acumulação final será
o seguinte: depois de completada a capacidade da bombona, o funcionário responsável pela
coleta destes resíduos fará a amarração da boca do saco, colocação de um novo saco vazio
e, com o uso de um carrinho-de-mão, fará a movimentação deste saco (ou sacos) para o local
destinado à acumulação dos resíduos de Classe B.

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7. Transporte

A coleta e o transporte interno e externo dos Resíduos são de responsabilidade do gerador,


por isso é de fundamental importância o êxito na coleta e transporte do ponto de geração até
a destinação final.

Os funcionários devem estar envolvidos desde o momento de geração, para avaliar a quanti-
dade gerada, a forma de acondicionamento e armazenamento adequada e a remoção até as
caçambas estacionárias, ou local designado para armazenamento temporário, até a remoção
pela empresa responsável pelo transporte externo.

Para que o sistema de transporte funcione com a eficácia desejada, é essencial a existência
de informações permanentes, que subsidiem o seu gerenciamento, além de fiscalização e a
aplicação de medidas educativas.

O transporte interno dos resíduos gerados nas obras residenciais é realizado de forma manual
em sacos de rafia, carrinhos de mão, e através de guinchos e teleféricos. Em alguns casos se
utiliza o elevador de carga e condutor de entulhos.

i. Remoção dos resíduos - Transporte externo

A coleta e remoção dos resíduos das obras devem ser controladas através do preenchimento
de uma ficha contendo dados da construtora geradora, tipo e quantidade de resíduos, dados
do transportador e dados do local de destinação final dos resíduos.

O gerador deve guardar uma via deste documento assinado pelo transportador e destinatário
dos resíduos, como forma de garantia de que destinou adequadamente seus resíduos, para
fins de controle e possíveis fiscalizações. Este controle servirá também para a sistematização
das informações da geração de resíduos da sua obra.

Ressaltamos que as empresas contratadas pelos proprietários para a realização do transporte


são devidamente licenciadas, bem como para a destinação dos resíduos. Os principais tipos
de veículos utilizados para a remoção dos resíduos são caminhões com equipamentos poli-
guindaste ou caminhões com caçamba basculante, cobertos com lona, para evitar o derrama-
mento em vias públicas.

8. Reutilização e Reciclagem na Obra

A ideia da reutilização de materiais deve nortear o planejamento da obra desde a fase da


concepção do projeto, pois possibilitará a adoção de materiais que podem ser totalmente re-
aproveitáveis até o final da obra, como por exemplo a utilização de andaimes metálicos.

O reaproveitamento das sobras dos materiais dentro do próprio canteiro é a maneira de fazer
com que os materiais que seriam descartados com um determinado custo financeiro e ambi-
ental retornem em forma de materiais novos e sejam reinseridos na construção evitando a
retirada de novas matérias-primas extraídas do meio ambiente.

Podemos citar nesse caso, o reaproveitamento de madeiras, as quais após o uso são devida-
mente separadas e armazenadas no canteiro de obras, cobertas por lona para evitar a ação
de intempéries.

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Informamos ainda que os materiais encontram-se em padrão de qualidade compatível com a


reutilização, no caso das madeiras, são peças inteiras, sem rachaduras ou danificações.

9. Destinação Final

A destinação dos RCC deve ser feita de acordo com o tipo de resíduo. Os RCC Classe A
deverão ser encaminhados para áreas de triagem e transbordo, áreas de reciclagem ou ater-
ros da construção civil. Já os resíduos Classe B podem ser comercializados com empresas,
cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam esses resíduos
ou até mesmo serem usados como combustível para fornos e caldeiras.

Para os resíduos das categorias C e D, deverá acontecer o envolvimento dos fornecedores


para que se configure a corresponsabilidade na destinação dos mesmos.

Conforme citado anteriormente, resíduos compostos por restos de óleos, tintas vernizes, ou-
tros produtos químicos e amianto (Classe D), devem ser armazenados preferencialmente em
suas próprias embalagens, em local apropriado no canteiro de obras.

Destacamos que os resíduos deverão ser destinados a empresas devidamente licenciadas


pelo órgão ambiental competente para realizarem a destinação final adequada dos resíduos
da construção civil, de modo a evitar danos à saúde pública e ao meio ambiente.

10. Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalhador

Os envolvidos diretamente com o gerenciamento dos resíduos deverão ser capacitados e


mantidos sob educação continuada para as atividades de manejo dos resíduos, incluindo sua
responsabilidade com higiene pessoal, dos materiais e do ambiente.

Durante o manuseio dos resíduos, o operador deverá utilizar os seguintes equipamentos de


proteção individual:

• Óculos, máscara respiratória, gorro (touca descartável).

• Luvas de PVC ou borracha, impermeáveis, resistentes, cor clara, antiderrapante e de


cano longo e por baixo, luvas de procedimentos.

• Avental de PVC, impermeável e de médio comprimento.

Após a coleta interna, o operador deverá lavar as mãos ainda enluvadas, retirando as luvas e
colocando‐as em local apropriado. O funcionário deve lavar as mãos antes de calçar as luvas
e depois de retirá‐las. Em caso de ruptura das luvas, o funcionário deve descartá‐las imedia-
tamente não as reutilizando.

Certos equipamentos de proteção individual devem ser lavados e desinfetados diariamente,


sempre que houver contaminação com material infectante, devem ser substituídos imediata-
mente, lavados e esterilizados.

As pessoas envolvidas com o manuseio de resíduos devem ser submetidas a exame admis-
sional, periódico, de retorno ao trabalho, mudança de função e demissional. Os exames e
avaliações que devem ser submetidos são anamnese ocupacional, exame físico, exame men-
tal.
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11. Monitoramento

Devem ser realizadas avaliações frequentes de todas as atividades que compõem a operação
do PGRCC. Faz-se então necessário a realização periódica de auditorias em todos os proces-
sos padronizados e as falhas devem ser registradas e discutidas, bem como o apontamento
das necessidades dos setores com definição da competência dos setores envolvidos.

Deverão ser mantidos todos os registros de operação de venda ou de doação dos resíduos
destinados a empresas terceirizadas devidamente licenciadas. Os registros devem ser manti-
dos para verificação da geração do empreendimento no decorrer dos anos. No monitoramento
do plano deve constar o desenvolvimento de instrumentos de avaliação e controle, incluindo
a construção de indicadores claros, objetivos, autoexplicativos e confiáveis, que permitam
acompanhar a eficácia do Plano implantado.

12. Cronograma de Implementação

Propõe-se a seguir algumas das atividades a serem desenvolvidas para efetiva implementa-
ção do plano.

i. Reuniões de planejamento

As reuniões de planejamento contemplarão os mecanismos e estudos para implantação do


PGRCC na obra. Devem ter caráter periódico a ser definido pelo responsável pela implantação
do documento e/ou quando se fizer necessário ao observa-se alguma inconformidade.

ii. Definição dos responsáveis pela implantação e gerenciamento do PGRCC

Deverá ser definido responsável de implantação e gerenciamento do plano.

iii. Aquisição dos equipamentos para acondicionamento e armazenamento de resí-


duos

Deverá ser realizado o levantamento de todo o material para acondicionamento e armazena-


mento disposto no Plano e complementadas nas reuniões de planejamento que estarão mais
perto da realidade operacional do empreendimento.

iv. Definição e contratação da empresa responsável pela coleta, transporte e destina-


ção final dos resíduos

Deverão ser mantidos contratos com empresas devidamente licenciadas para transporte e
destinação final dos resíduos pertinentes.

v. Treinamento do pessoal ‐ Capacitação para o trabalho com RS

O treinamento dos funcionários é etapa primordial para o sucesso na implantação do PGRCC.

vi. Implantação do PGRCC

O plano deve contar com prazo para sua implantação.

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vii. Monitoramento e avaliação da implantação do PGRCC

A fase de monitoramento deverá persistir durante toda a vida útil do empreendimento.

13. Considerações Finais

Em virtude de avaliações qualitativas e quantitativas realizadas para elaboração deste plano,


podemos observar e constatar a necessidade de manter e adequar ações condizentes com
uma gestão ambiental sustentável, entre elas está à disposição final adequada dos resíduos
da construção civil.

Apresentadas as propostas e metas, o presente Plano propõe alternativas para reduzir as


quantidades geradas, reutilizar e reciclar os materiais.

O aumento no consumo de matéria-prima torna fundamental a adoção de medidas baseadas


em critérios sanitários, ambientais e econômicos para a coleta, a disposição e o tratamento
dos resíduos sólidos gerados. A adoção de tais medidas visa à conservação do meio ambi-
ente, a recuperação dos materiais potencialmente recicláveis e a qualidade de vida.

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ANEXO IV - PLANO DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR

Levando em consideração o tipo de obra a ser executado, este Programa se faz necessário
para possibilitar a verificação da real influência das atividades de instalação do empreendi-
mento à população do entorno, bem como avaliar eventuais necessidades de adoção de me-
didas mitigadoras em caso de verificação de desconformidades.

Este programa também visa atender à solicitação da SEMOPE/PMVV, que através do contrato
firmado, requisitou o Programa de Controle e Monitoramento da Poluição Sonora e Gases,
entre outros itens.

1. Objetivo

Realizar o acompanhamento dos níveis de ruído e de parâmetros de fumaça preta emitida


pelos equipamentos e veículos utilizados ao longo do tempo de duração das operações cons-
trutivas, os quais devem ser mantidos dentro dos padrões legais estabelecidos.

2. Descrição do Programa

Durante a implementação deste Programa serão realizadas campanhas de monitoramento


periódicas (semestrais), visando assim verificar os níveis de ruído e emissão de fumaça preta
decorrente da operação das maquinas e equipamentos, a fim de reduzi-los ao mínimo, por
meio de:

• Enclausuramento ou “cobertura” de equipamentos fixos, caso sejas constatados ruídos


excessivos, e;
• Manutenção preventiva, periódica, de equipamentos e máquinas.
Após cada campanha de monitoramento, será realizado uma avaliação dos resultados para
revisar a necessidade de periodicidade da realização de novas campanhas, bem como para
manutenção ou mesmo troca de equipamentos irregulares aos padrões vigentes.

Para tanto, a realização dessas campanhas de monitoramento deverá seguir a metodologia


relacionada a seguir.

i. Metodologia

As medições de nível de ruído terão como procedimentos o registro de ruído médio, além de
picos máximos e mínimos, com gráfico da leitura e identificação do local exato de medição
(fotos e coordenadas GPS).

As medições serão realizadas com o auxílio do aplicativo Sound Meter, a fim de verificar a
intensidade de som, com pontos de amostragem dispostos dentro da área operacional, pró-
ximo a fonte de emissora do ruido e também próximo as edificações residenciais e comerciais
da região afetada pela frente de serviço.

Já para o monitoramento de fumaça preta emitida por veículos e equipamentos movidos a


combustão de derivados de petróleo, utilizar-se-á do método de amostragem com uso da Es-
cala de Ringelmann.

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Os materiais utilizados compreenderão:


 um cartão adaptado utilizado em campo, que representa a escala de avaliação de co-
res, constituída de cinco níveis de classes: Nivel 1 - Densidade 20%; Nível 2 - Densi-
dade 40%; Nível 3 - Densidade 60%; Nível 4 - Densidade 40%, e; Nível 5 - Densidade
100%, e;
 uma placa de madeira com tamanho de 75 x 75 cm, na cor branca.
Inicialmente com o motor do veículo funcionando normalmente, posiciona-se a placa rente a
saída do escapamento, para produzir o contraste com a fumaça emitida pelos veículos, facili-
tando sua leitura. Na sequência, o observador se posiciona a uma distância entre aproxima-
damente 30 metros da fonte de emissão e, segurando o cartão com o braço totalmente esti-
cado, realiza a observação através do orifício presente no cartão da Escala de Ringelmann,
com o objetivo de comparar a fumaça visualizada com as cores escalonadas neste.

ii. Avaliação dos Resultados

Ao final de cada campanha de monitoramento será realizada uma análise crítica dos resulta-
dos obtidos para verificação da necessidade de realizar ações de melhorias nos controle exis-
tentes para minimização dos potenciais impactos observados.

iii. Controles Indicados

Nas operações de implementação deverão ser atendidas medidas para o controle das emis-
sões de ruídos e gases, tais como:

 Os equipamentos deverão seguir especificações técnicas rigorosas com relação à


emissão de ruídos e gases, adotando-se sempre que possível a melhor tecnologia exis-
tente, e;
 As máquinas e equipamentos utilizados nas operações devem passar por serviços de
manutenção e regulagem periódicos, de forma a manter em boas condições de funcio-
namento e, dessa forma, minimizar os impactos causados.
Estas indicações de controle deverão ser realizadas sempre que houver a necessidade.

iv. Indicadores

O indicador deste programa é atender os níveis máximos permitidos pelo Plano Diretor do
Municipio e a NBR 10.151 (para ruídos), bem como da Portaria IBAMA 85/1996 e NBR 6.016
(para fumaça) em todos os pontos de monitoramento, principalmente àqueles localizados pró-
ximos às residências e comércios.

3. Recursos Necessários

Além dos materiais indicados, demandar-se-á de pessoas capacitadas para realizar as cam-
panhas de monitoramento e posterior análise dos dados obtidos para formatação dos relató-
rios conclusivos.

Os resultados obtidos nas campanhas de medição deverão ser apresentados em relatórios,


realizados posteriormente à realização de cada medição, contendo minimamente as seguintes
informações:

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1. Local de medição;
2. Data e hora;
3. Tempo de medição;
4. Descrição das principais atividades desenvolvidas no período das medições;
5. Tabulação de resultados, informando se atende ou não ao padrão legal;
6. Análise crítica dos resultados.
Para fins de verificação de alterações nos níveis limitantes nos pontos selecionados, os resul-
tados obtidos nas campanhas de medição deverão ser comparados com os valores de refe-
rência legais.

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ANEXO V - PLANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA TRABALHADORES

Toda empresa executora de obras civis deve implementar o Plano de Educação Ambiental
para Trabalhadores (PEAT), conforme estabelecido no presente roteiro orientativo.

A linha de ação adotada neste Programa está em conformidade com as orientações da legis-
lação federal, Lei 9.795, de 27/04/1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental e sobre a
Política Nacional de Educação Ambiental. Esta lei enfatiza a importância dos programas pro-
movidos por “empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, destinados à
capacitação dos trabalhadores (...) e à sociedade como um todo, mantendo atenção perma-
nente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e co-
letiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais”.

Neste sentido, o presente documento surge como diretriz para implementação do PEAT nas
fases de implantação do empreendimento, devendo o executor, ao final da obra/serviço, apre-
sentar a SEMOPE/PMVV e ao órgão regulador do processo de licenciamento os relatórios
consolidados com as informações sobre o cumprimento e execução do programa.

1. Justificativa

A proposta do PEAT é assegurar que os trabalhadores envolvidos na implantação do empre-


endimento realizem suas atividades de acordo com procedimentos ambientais adequados. As
ações de educação ambiental desenvolvidas junto ao grupo de trabalhadores têm o intuito de
sensibilizá-los sobre as características socioambientais da região e do empreendimento, so-
bre a necessidade de preservação do meio ambiente, proibição da realização de ações pre-
datórias com a fauna e flora, sobre as noções do Código de Conduta, reforçando as formas
de convivência com o ambiente e as comunidades do entorno, entre outros, e promovendo
um ambiente de trabalho saudável e sustentável.

O programa visa assim contextualizar o funcionário no meio que está inserido, possibilitando
conhecer, compreender e participar antes de executar atividades que possam comprometer a
qualidade ambiental, transferindo assim conhecimentos adquiridos aos seus familiares e sua
comunidade de residência e vizinhas.

2. Objetivos

Em geral, o plano visa desenvolver ações voltadas para conscientização dos trabalhadores
das empresas contratadas para a execução das obras civis, para que os mesmos possam
atuar de forma interativa, reconhecendo e corrigindo condições e práticas inseguras, man-
tendo o equilíbrio entre a saúde e o bem estar, visando à dimensão ambiental e sustentabili-
dade.

Para além, tem como objetivos específicos:

• Sensibilizar os trabalhadores quanto aos valores ambientais e sociais locais;


• Esclarecer acerca do processo de licenciamento ambiental e de como este se relaciona
com a atividade em que trabalham, dando clareza sobre os impactos ambientais decorren-
tes da atividade licenciada, bem como as medidas de controle a serem adotadas, especi-
ficando as condicionantes exigidas pelo órgão ambiental;
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• Sensibilizar os trabalhadores quanto à importância da biodiversidade regional, estabele-


cendo normas de conduta requerida tanto para a conservação dos recursos naturais, como
para a manutenção das condições de respeito entre trabalhadores e comunidade local;
• Potencializar os impactos sociais positivos decorrentes do empreendimento, e;
• Contribuir para implementação e eficiência dos demais projetos ambientais inter-relacio-
nados.

3. Público Alvo

O PEAT terá como público alvo os trabalhadores de empresas contratadas e/ou subcontrata-
das e demais prestadores de serviços responsáveis pela instalação do empreendimento.

4. Aspectos Metodológicos

i. Ações
Para o desenvolvimento de toda a programação do PEAT estão previstas quatro ações exe-
cutivas, responsáveis pelo alcance dos objetivos previstos: (a) Pesquisa de percepção ambi-
ental, (b) Encontro inicial com os encarregados das frentes de obra, (c) Diálogos Semanais de
Segurança - DSS e (d) Informativos Internos.

ii. Pesquisa de percepção ambiental


A pesquisa de percepção ambiental é realizada logo no início das atividades de implantação,
e deverá ser aplicada a toda força de trabalho. É através da pesquisa que se tem um melhor
direcionamento para os temas a serem abordados. Abaixo a proposição de temas a serem
tratados junto aos trabalhadores:

• Conservação da fauna e flora;


• Resíduos sólidos e líquidos;
• Acidente e emergências;
• Biodiversidade local;
• Licenciamento ambiental;
• Impactos ambientais associados a obra da rodovia;
• Relação com a comunidade;
• Saúde, segurança e meio ambiente;
• Animais peçonhentos;
• Coleta seletiva;
• Consumo consciente da água;
• Supressão de vegetação;
• E outros que possam surgir na pesquisa de percepção ambiental.

iii. Encontro inicial com os encarregados das frentes de obra


Nesta ação será feito um encontro inicial para se apresentar a proposta do PEAT, explicando
seus objetivos e ações principais. Pretende-se, assim, viabilizar uma maior participação das
equipes envolvidas na execução do empreendimento. Na reunião será apresentada a Licença
Ambiental e as exigências relacionadas a equipe de trabalhadores e os Programas Ambientais
associados.

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Deverá ser disponibilizada lista de presença a ser assinada pelos participantes ao final do
encontro.

iv. Diálogos Semanais de Segurança - DSS


Realizado em todas as turmas de trabalhadores, semanalmente, com temas indicados e pla-
nejados antecipadamente com Área de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da
empresa executora. Essa ação pode se valer de algumas ferramentas para alcançar seus
objetivos. Destacam-se:

• Apresentações em PowerPoint: contribuem para ilustrar as ideias por meio de slides com
recursos multimídia.
• Experiência direta: permite ao trabalhador vivenciar a situação da qual se trata cada tema,
agrega conhecimento e proporciona experiências. No PEAT, as vivências são limitadas ao
espaço interno das instalações, mas ainda assim, são muito válidas em situações como o
gerenciamento da segregação de resíduo, gerenciamento dos procedimentos de segu-
rança, dentre outros temas.
Deverá ser disponibilizada lista de presença a ser assinada pelos participantes ao final de
cada encontro.

v. Informativos Internos
A utilização de informativos internos tem o objetivo de fortalecer os temas abordados no mês
através de publicações (cartazes, panfletos, jornal etc.) a serem disponibilizados ou afixados
em locais de uso comum dos trabalhadores, como, por exemplo, vestiários, refeitórios e áreas
de vivência.

5. Produtos

Ao final da execução/serviços a empresa executora deverá elaborar relatório fotográfico con-


solidado do PEAT, contemplando os resultados e análise de todo período de obras, de acordo
com as ações propostas.

6. Metas e Indicadores

Para verificação do alcance das metas estabelecidas pelo PEAT, os indicadores ambientais
de desempenho a serem considerados encontram-se na Tabela a seguir.

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Tabela 1: Indicadores ambientais de desempenho


Objetivos específi- Atividade Pla- Peridiocidade
Meta Indicadores Recursos
cos nejada (Ações) da realização
Sensibilizar os traba-
lhadores quanto aos
valores ambientais e
sociais locais
Esclarecer acerca do
processo de licencia-
mento ambiental e de
como este se relaci-
ona com a atividade
em que trabalham, • Pesquisa de
dando clareza sobre Percepção
os impactos ambien- Ambiental - no
tais decorrentes da ati- início das
vidade licenciada, bem • Pesquisa de obras e
como as medidas de percepção
• Total de DSS quando ne-
controle a serem ado- ambiental cessário
realizados no
tadas, especificando
mês
as condicionantes exi- • Encontro ini-
Sensibilizar todos • Encontro ini-
gidas pelo órgão ambi- cial com os Recurso
ental
os trabalhadores, • Total de traba- cial com os
encarregados humanos e
de contratadas e lhadores parti- encarregados
Sensibilizar e capaci- das frentes de materiais,
subcontratadas, cipantes no das frentes de
tar os trabalhadores obra de acordo
quanto aos as- mês obra - no iní-
quanto à importância com a ativi-
pectos ambientais cio das obras
da biodiversidade regi- • Diálogos Se- dade a ser
onal, estabelecendo
e sociais do em- • Número total e quando ne-
executada
preendimento manais de Se-
de informati- cessário
normas de conduta re- gurança -
querida tanto para a vos internos
DSS
conservação dos re- divulgados por • Diálogos Se-
mês manais de Se-
cursos naturais, como • Informativos
para a manutenção gurança –
Internos
das condições de res- DSS
peito entre trabalhado-
res e comunidade lo- • Informativos
cal Internos
Potencializar os im-
pactos sociais positi-
vos decorrentes do
empreendimento
Contribuir para imple-
mentação e eficiência
dos demais projetos
ambientais inter-relaci-
onados

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7. Resultados Esperados

São esperados os seguintes resultados:

• Implementação de todas as ações previstas no PEAT em todas frentes de serviço que


atuam nas atividades relacionadas as obras
• Promoção da conscientização e sensibilização dos trabalhadores envolvidos com a ativi-
dade, em suas diversas fases, quanto às questões ambientais, proporcionando condições
para que realizem suas atividades de modo ambientalmente qualificado
• Subsidiar os trabalhadores no entendimento das características do empreendimento em
que estão envolvidos e do contexto ambiental que estão inseridos

8. Recursos Materiais

A relação aos recursos materiais considerados para execução do PEAT é descrito a seguir:

• Cartazes, panfletos e/ou cartilhas;


• Notebook;
• Data show;
• Máquina fotográfica;
• Materiais de escritório (canetas, papeis, pranchetas, etc.).

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Página 1/1

ART de Obra ou Serviço


0820240395569
ART Individual

1. Responsável Técnico
LUIS PHILIPPE ALVES FORMIGONI
Título profissional: ENGENHEIRO AMBIENTAL,ENGENHEIRO DE RNP: 0810076560
SEGURANÇA DO TRABALHO
Registro: ES-026470/D
Empresa contratada: ELO PROJETOS E CONSULTORIA LTDA Registro: 21762

2. Dados do Contrato
Contratante: COMÉR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA CPF/CNPJ: 27170703000114
Rua: RUA VITALINO DOS SANTOS VALADARES Nº: 65
Complemento: CEP: 29045360
Cidade: VITORIA UF: ES Bairro: SANTA LUÍZA
Telefone: 2732273577
Contrato: Nº do Aditivo: 0
Valor do Contrato/Honorários: R$1.200,00 Tipo de contratante: PESSOA JURÍDICA

3. Dados da Obra/Serviço
Rua: RUA SÃO PAULO Nº: S/N
Complemento: TRECHO EM PROJETO Bairro: PRAIA DA COSTA Quadra Lote
Cidade: VILA VELHA UF: ES :
CEP: 29101315 :
Data de início: 21/10/2024 Prev. Término: 20/10/2026 Coord. Geogr.: ,
Proprietário: PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA CPF/CNPJ:19367943000185
4. Atividade Técnica
Qtde de Pavimento(s): 0 Nº Pavimento(s): 0 Dimensão/Quantidade: 12 Unidade de medida: UNID
ATIVIDADE(S) TÉCNICA(S): 43 - 13.2 - ASSESSORIA TÉCNICA
PARTICIPAÇÃO:
NATUREZA: 100 - RESPONSABILIDADE TÉCNICA

NÍVEL: 104 - EXECUÇÃO


NATUREZA DO(S) SERVIÇO(S): 1205 - CONTROLE DA POLUIÇÃO,9111 - SERVIÇOS AFINS E CORRELATOS (ESPECIFICAR NO CAMPO 22)

TIPO DA OBRA/SERVIÇO: 1907 - ASSISTÊNCIA/ASSESSORIA/CONSULTORIA

PROJETO(S)/SERVIÇO(S): 100 - NENHUM

Após a conclusão das atividades técnicas, o profissional deverá proceder a baixa desta ART.

5. Observações
ASSESSORIA SOCIOAMBIENTAL PARA ACOMPANHAMENTO DAS OBRAS DE IMPLANTAÇÃO DE GALERIAS E CONSTRUÇÃO DO PARQUE LINEAR DAS FAMÍLIAS
SOBRE O CANAL DA COSTA, EM VILA VELHA/ES, COM ELABORAÇÃO E RESPONSABILIDADE TÉCNICA SOB O PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL (PCA), PROGRAMA
DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (PGRCC) E DEMAIS COMPONENTES DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL
(REQUERIMENTO, TRA E OUTROS) DO EMPREENDIMENTO JUNTO AO IEMA/ES E DEMAIS ÓRGÃOS QUE SE FIZEREM NECESSÁRIOS.
6. Declarações
Profissional

Contratante

Acessibilidade: <declara a aplicabilidade das regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas da ABNT, na legislação específica e no Decreto
nº5.296, de 2 de dezembro de 2004, às atividades profissionais acima relacionadas.>

7. Entidade de classe 9. Informações


NENHUMA ENTIDADE ‡ A ART é válida somente quando quitada, podendo sua
conferência ser realizada no site do CREA.
8.Assinaturas ‡ A autenticidade deste documento pode ser verificada no
Declaro serem verdadeiras as informações acima. site www.creaes.org.br ou www.confea.org.br
Vitória/ES 12 novembro 2024
_______________,_____de_________________de_______ ‡ A guarda da via assinada da ART será de responsabilidade
Local Data do profissional e do contratante com o objetivo de
documentar o vínculo contratual.
______________________________________
LUIS PHILIPPE ALVES FORMIGONI - CPF: 11376259702

______________________________________ www.creaes.org.br creaes@creaes.org.br


COMÉR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA - CPF/CNPJ:
27170703000114 tel: (27)3134-0046 art@creaes.org.br

Valor ART: R$ 99,64 Registrada em: 22/10/2024 Data de pagamento: 22/10/2024 Valor Pago: R$ 99,64 Nosso Número: 2401751742

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