Júpiter
Júpiter
Júpiter
2
– Sinceramente, não sei como você viveu tanto tempo,
“vovó”, o que há de errado com você? – Vincent pergunta para
Júpiter, que somente dá de ombros – Além disso, nós não vamos
beber, estamos indo atrás de informações – Ele completa.
3
– Espero que o vinho desse lugar valha a pena… – Ela
ergue a cabeça e dá de cara com uma placa e a lê – “Taverna
Vertigo”? Mas que porra de nome é esse?
4
a cereja do bolo era quadro de avisos e recompensas, que por sinal
era totalmente bagunçado, tinham avisos por cima de avisos,
papeis se sobrepondo até perder de vista, e lá estava ele, por cima
de todos os outros papéis: o cartaz com informações de quem
nossos companheiros estavam procurando os rastros.
• Nome: Kaos
• Origem: Desconhecida
• Paradeiro: Desconhecido
• Visto pela última vez: Bretéria
• Alta periculosidade, quando o encontrar,
mate-o na hora.
• Recompensa: 100.000.000.000,00 de
Drakens
5
Quase que como saindo de um transe, a elfa recobrou a
consciência e falou, hesitante:
– Bom, foi o que eu ouvi dizer, mas vai que ele seja um
elfo com orelha deformadas? Literalmente ninguém sabe nada
sobre esse cara.
6
Willy doidão voltou ao seu cantinho, abraçou uma garrafa
meio cheia e voltou a dormir, Júpiter já foi se sentando, animada
para comer algo descente, digamos que as comidas da cidade sem
lei não eram as melhores. Seu companheiro, percebendo que essa
era a única saída, decidiu se juntar e se sentar na cadeira a frente
dela, um tanto preocupado, a caminhada havia sito em vão?
Mesmo depois de analisar cada papelzinho do quadro de avisos,
não tinha nada de novo sobre Kaos.
Logo Levi voltou, trazendo consigo três sanduíches
enormes, bem recheados, e três copos cheios de alguma bebida
quente que exalava um delicioso aroma de chocolate, aproveitou
e puxou uma cadeira para juntar-se aos heróis, e ao servi-los,
ressaltou:
7
– Esse mano que vocês estão atrás – falou ele apontando
para o cartaz de procurado do Kaos – Sei que ele é protegido por
gente muito poderosa, o plano dele vai beneficiar muita gente do
topo e tem muita gente do povo o apoiando, como se ele fosse um
enviado de Heka.
– E você só fala isso agora?! – Indagou Vincent, com um
tom um tanto raivoso.
9
rápido e habilidoso com facas, Vincent não teria a sorte de
conseguir atacá-lo de surpresa, Kaos tinha guardas, capangas,
praticamente um exército inteiro que mataria e morreria por ele,
e Júpiter passou tanto tempo em Umbra não podendo fazer
nenhuma magia além de poções por conta das torres bloqueadoras
de magia que mal lembra os feitiços que pode fazer e, mesmo se
lembrasse, estariam fracos por falta de prática, os dois não tinham
nenhuma chance.
– Não.
– E...?
10
– Você realmente se isolou, “vovó”, em duzentos anos
muita coisa muda, sabia?
11
– O QUE?!? MAS QUE POR-
II
O vilarejo,
13
Ela escorrega em uma fina camada de gelo e empala seu
próprio pé em um toco qualquer que estava no chão, não um toco
de árvore navalha, mas sim um de madeira comum. Essa proeza,
apesar de inimaginável, realmente aconteceu! Vincent, que já
estava ficando abismado por ela ainda não ter se machucado,
levou um choque de realidade, ele achava que ela havia
finalmente melhorado um pouco das suas habilidades, a sorte
maior era que eles já estavam praticamente na porta do vilarejo,
só tiveram o infortúnio de mudar o roteiro turístico deles, a
primeira parada agora seria: a bruxa da vila.
Ah, o vilarejo de Abannora, um dos mais pacíficos de
Bretéria, ele é totalmente cercado por altas montanhas, a única
entrada e saída é pelas árvores navalha, uma estreita passagem
entre a cadeias de montanhas com um corredor repleto dessas
armadilhas da natureza, entrada essa que era protegida vinte e
quatro horas por dia pelos Pombos da Guarda Unificada, então o
acesso é altamente restrito.
A cidade em si não tem nada de extraordinário de início,
era somente uma vida pacata do interior onde todos se conhecem,
as pessoas eram amigáveis com todos, praticamente não haviam
delitos ou crimes nessa área, contudo, forasteiros eram
interrogados e, de uma certa forma, excluídos até que
conseguissem ganhar a confiança dos moradores.
Mas esse não era o maior dos problemas de nossos heróis,
uma estava aos berros deixando um rastro dourado de sangue na
neve enquanto o outro, que nunca havia visto um elfo sangrando,
estava nervoso demais para conseguir fazer qualquer coisa, ele
tremia com as mãos na cabeça se perguntando o que iria fazer,
sangue o deixava aflito, mas ficou surpreso ao ver o líquido tom
de ouro pingando do pé de sua colega e começou a rir e gritar
desesperado antes de acabar desmaiando.
14
Com o pé machucado, Júpiter cata o branquelo platinado
do chão e o encosta em uma pedra próxima enquanto grita por
ajuda, a essa altura e com esse tanto de sangue perdido ela não
tinha forças nem pra um feitiço simples de cura e, por mais que
sempre fosse precavida, suas poções de cura haviam acabado já
tinha um tempo, uns 29 anos para ser mais exata.
Todo esse alvoroço chamou atenção dos guardas da
entrada, que prontamente perceberam que havia algo errado e
encontraram aquela cena, um jovem recobrando a consciência e a
outra, perdendo.
Para Júpiter, tudo que se passou naquele momento se
tornou um borrão em sua memória, mal lembrava quem era e
onde estava, já para Vincent, foi um dos dias mais desesperadores
até aquele momento, desde criança ele desmaiava quando via
sangue, por causa disso escolheu ser ladrão ao invés de assassino
de aluguel, mesmo sendo de uma cor incomum, continuava sendo
o motivo de seu desmaio. Embora ele já estivesse acordado, ainda
estava zonzo e com o ouvindo zunindo enquanto os Pombos
gritavam com ele, quando voltou a si, entendeu o que estava
acontecendo.
15
mantimentos e dois cavalos, não vamos ficar para dormir e nem
consumir muito o tempo de vocês da Guarda Unificada.
16
nos pertences da acompanhante quando os guardas os liberaram
por ser uma emergência.
17