Bate A Luz No Cimo
Bate A Luz No Cimo
Bate A Luz No Cimo
FORMA E ESTRUTURA
• O poema é composto por seis estrofes, cada uma delas com quatro versos, caracterizando uma estrutura
regular de quadras. No total 24 versos.
• Quanto à métrica, parece seguir um esquema regular, com redondilha menor (cinco sílabas métricas), o
que é comum na poesia pessoana.
RIMA
• O esquema rimático é (ABAB), onde o primeiro e o terceiro versos de cada estrofe rimam entre si, assim
como o segundo e o quarto versos. Sendo todas as rimas rimas cruzadas.
1ª PARTE LÓGICA:
• Primeira e segunda quadras (versos 1 a 8)
• Introspeção
1ª QUADRA:
• Metáfora: “Bate a luz no cimo / Da montanha (...)”
A luz representa a sua racionalização e o topo da montanha representa a superioridade do
pensamento.
• “Sem querer, eu cismo” – Pensa continuamente, no entanto não sabe em quê, tal como refere nos
versos seguintes.
ANÁLISE TEMÁTICA
2ª QUADRA:
• Referência ao passado (pretérito perfeito)
• Reforça a incerteza em relação ao mesmo;
• Não sabe se perdeu a felicidade ou simplesmente nunca a chegou a encontrar
• “Que mal amei ! ...” – considera que a vida que não foi aproveitada devido à dor de pensar;
2ª PARTE LÓGICA:
• Desejo explícito de alcançar a felicidade
• Porém o reconhecimento da incapacidade de este se concretizar
3ªQUADRA:
• “Hoje quero tanto” – grande vontade de ser feliz
• “Que o não posso ter.” – impossibilidade de tal acontecimento
• “De manhã há o pranto / E ao anoitecer” - sofrimento associado a esta impossibilidade
• Angústia persistente origina uma grande aflição do sujeito poético
ANÁLISE TEMÁTICA
4ª QUADRA:
• "Tomara eu ter jeito / Para ser feliz ...” – reforça o desejo de ser feliz
• “Como o mundo é estreito” – limitações que lhe são impostas e que lhe impedem de ser feliz (ser consciente)
• “E o pouco que eu quis” – o sujeito poético não tem grandes ambições, apenas alcançar a felicidade
• Desejo Permanente Intelectualização Incompatível com a felicidade, apesar de não estar a pedir nada de mais
3ª PARTE LÓGICA:
• Perceção de que o pensamento não lhe permite ser feliz (v.v. 17 a 20)
• No entanto alega que é incapaz de abdicar do pensamento (v.v. 21 a 24)
5ªQUADRA:
• Se deixasse de viver numa constante reflexão, as preocupações que provém da mesma desapareceriam
• Ou seja, se a luz (a racionalização constante) morresse (terminasse) o sujeito poético seria feliz
• O sujeito poético deseja ser contagiado por esta inconsciência como um rio a fluir na sua alma banha
ANÁLISE TEMÁTICA
6ª QUADRA:
• Contraposição face à quinta estrofe – “Mas (...)”
• Mesmo sabendo que a inconsciência lhe trará a felicidade desejada, o sujeito poético afirma não abdicar da
racionalização – “Mas não me acarinha nada / Não me acalma nada...” (v.v. 21 e 22)
• Refere-se a uma pobre criancinha perdida na estrada que simboliza a inconsciência.
• O adjetivo “Pobre” remete para a ingenuidade da criança mas serve também para demonstrar a pena do sujeito poético
RECURSOS EXPRESSIVOS
Metáforas: “Bate a luz no cimo / Da montanha (...)” e “Vai morrendo a luz / No alto da montanha...”
A luz que bate no cimo da montanha representa a constante racionalização e a sua superioridade
Quando diz que a luz vai morrendo descreve o momento de quando esta consciência irá libertar-se do sujeito
poético podendo este ser livre da dor de pensar