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Bate A Luz No Cimo

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B AT E A L U Z N O C I M O

FERNADO PESSOA ORTÓNIMO


B AT E A L U Z N O C I M O – Bate a luz no cimo Tomara eu ter jeito

Da montanha, vê... Para ser feliz...


POEMA – Sem querer, eu cismo Como o mundo é estreito,

Mas não sei em quê.... E o pouco que eu quis!

Não sei que perdi Vai morrendo a luz

Ou que não achei... No alto da montanha...

Vida que vivi, Como um rio a flux

Que mal eu a amei !... A minha alma banha.

Hoje quero tanto Mas não me acarinha,

Que o não posso ter. Não me acalma nada..

De manhã há o pranto Pobre criancinha

E ao anoitecer... Perdida na estrada ! ...


ANÁLISE FORMAL

FORMA E ESTRUTURA

• O poema é composto por seis estrofes, cada uma delas com quatro versos, caracterizando uma estrutura
regular de quadras. No total 24 versos.

• Quanto à métrica, parece seguir um esquema regular, com redondilha menor (cinco sílabas métricas), o
que é comum na poesia pessoana.

RIMA

• O esquema rimático é (ABAB), onde o primeiro e o terceiro versos de cada estrofe rimam entre si, assim
como o segundo e o quarto versos. Sendo todas as rimas rimas cruzadas.

• Esta estrutura de rima contribui para a musicalidade do poema.


ANÁLISE TEMÁTICA

O POEMA PODE SER DIVIDIDO EM TRÊS PARTES LÓGICAS...

1ª PARTE LÓGICA:
• Primeira e segunda quadras (versos 1 a 8)
• Introspeção

1ª QUADRA:
• Metáfora: “Bate a luz no cimo / Da montanha (...)”
 A luz representa a sua racionalização e o topo da montanha representa a superioridade do
pensamento.

• “Sem querer, eu cismo” – Pensa continuamente, no entanto não sabe em quê, tal como refere nos
versos seguintes.
ANÁLISE TEMÁTICA

2ª QUADRA:
• Referência ao passado (pretérito perfeito)
• Reforça a incerteza em relação ao mesmo;
• Não sabe se perdeu a felicidade ou simplesmente nunca a chegou a encontrar
• “Que mal amei ! ...” – considera que a vida que não foi aproveitada devido à dor de pensar;

2ª PARTE LÓGICA:
• Desejo explícito de alcançar a felicidade
• Porém o reconhecimento da incapacidade de este se concretizar

3ªQUADRA:
• “Hoje quero tanto” – grande vontade de ser feliz
• “Que o não posso ter.” – impossibilidade de tal acontecimento
• “De manhã há o pranto / E ao anoitecer” - sofrimento associado a esta impossibilidade
• Angústia persistente origina uma grande aflição do sujeito poético
ANÁLISE TEMÁTICA

4ª QUADRA:
• "Tomara eu ter jeito / Para ser feliz ...” – reforça o desejo de ser feliz
• “Como o mundo é estreito” – limitações que lhe são impostas e que lhe impedem de ser feliz (ser consciente)
• “E o pouco que eu quis” – o sujeito poético não tem grandes ambições, apenas alcançar a felicidade
• Desejo Permanente Intelectualização Incompatível com a felicidade, apesar de não estar a pedir nada de mais

3ª PARTE LÓGICA:
• Perceção de que o pensamento não lhe permite ser feliz (v.v. 17 a 20)
• No entanto alega que é incapaz de abdicar do pensamento (v.v. 21 a 24)
5ªQUADRA:
• Se deixasse de viver numa constante reflexão, as preocupações que provém da mesma desapareceriam
• Ou seja, se a luz (a racionalização constante) morresse (terminasse) o sujeito poético seria feliz
• O sujeito poético deseja ser contagiado por esta inconsciência como um rio a fluir na sua alma banha
ANÁLISE TEMÁTICA

6ª QUADRA:
• Contraposição face à quinta estrofe – “Mas (...)”
• Mesmo sabendo que a inconsciência lhe trará a felicidade desejada, o sujeito poético afirma não abdicar da
racionalização – “Mas não me acarinha nada / Não me acalma nada...” (v.v. 21 e 22)
• Refere-se a uma pobre criancinha perdida na estrada que simboliza a inconsciência.
• O adjetivo “Pobre” remete para a ingenuidade da criança mas serve também para demonstrar a pena do sujeito poético
RECURSOS EXPRESSIVOS

Metáforas: “Bate a luz no cimo / Da montanha (...)” e “Vai morrendo a luz / No alto da montanha...”

 A luz que bate no cimo da montanha representa a constante racionalização e a sua superioridade
 Quando diz que a luz vai morrendo descreve o momento de quando esta consciência irá libertar-se do sujeito
poético podendo este ser livre da dor de pensar

Comparação: “Como um rio a flux / A minha alma banha”

 Demostra o contagio da inconsciência no sujeito poético

Simbolismo: “Pobre criancinha / Perdida na estrada! ...”


 Simboliza a inconsciência e a ingenuidade

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