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Aula 2 Organização de Ensino

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Organização do ensino de

história e geografia

Prof. Benjamim Moisés de Castro


Conceitos centrais

• Aprendizagem e construção do conhecimento


• Prática educativa
• Formação de Professores
• Leitura e Escrita como práticas sociais
• Relação professor/aluno
• A temática locais na escola
• A educação de adultos trabalhadores
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE APRENDIZAGEM.
Enfoque Globalizador e Pensamento Complexo

• as decisões sobre organização de conteúdos e


sobre metodologia didáctica são decisões sobre
meios para alcançar a finalidade de formar
cidadãos e cidadãs capazes de intervir na
realidade e modificá-la

• numa perspectiva democrática.

• apresenta prática reflexiva e coerente.


Fornece análises sobre as condições da
prática docente, para interpretá-la,
destacando:
a) relações interactivas,
b) organização social da aula,
c) o tempo e o espaço,
d) a organização dos conteúdos,
e) os materiais curriculares,
f) os recursos didácticos,
g) a avaliação
Enfoque Globalizador

Centralizar todo o corpo docente e discente


em um único objectivo ou método de ensino- aprendizagem,
a partir da organização e planeamento pedagógico,
enfatizando as relações entre escola-professor-aluno,
todos com o mesmo objectivo, que surgirá a partir do
envolvimento de todos.
A globalização considera que o
ensino deva
• se dar de forma mais abrangente –
• reconhecer e observar as necessidades
dos alunos, no meio em que se
encontram.
• acompanhar as necessidades humanas
• sofrer mudanças em virtude dessas
necessidades
Práctica docente
• aplicar o conhecimento obtido na escola,
neste mesmo meio.
• demonstrar, por meio da inter relação
entre as disciplinas que a vida é uma
constante teia de informações e ações,
• Nas inter relações os alunos aprendem
mais quando as disciplinas dialogam com
fatos cotidianos, com informações que
podem ser aplicadas em sua vida.
Prática docente
• O conteúdo trabalhado com seus alunos deve
ser planejando, pesquisando-se inovações que
serão ferramentas que desdobrarão na
sociedade como um todo
• Deve-se pautar no pensamento prático, sem
desconsiderar a capacidade reflexiva.
• Considera a prática educativa complexa
• Seu estudo envolve aspectos muito concretos,
relacionados à aula e à intervenção pedagógica.
Organização das actividades

Denominadas sequências didácticas (sinónimo de


unidade didáctica, unidade de programação) e as
considera como unidade preferencial para o estudo da
prátcica.
Sequências didácticas
São definidas como: conjunto de
actividades ordenadas, estruturadas e
articuladas, para a realização de
objectivos educacionais, que tem princípio
e fim e são de conhecimento de
professores e alunos.
Variáveis metodológicas
 Sequências Didácticas
 Papel dos Professores e Alunos – relações
interativas
 Organização social da aula – formas de
agrupamentos
 Utilização dos espaços e dos tempos
 Formas de organizar os conteúdos
 Uso de materiais e recursos didácticos
 O papel da avaliação – uma variável
determinante
Sequência Didáctica

 Deve haver análise da sequência didáctica a partir de


todos os conteúdos que aparecem ao longo das
Unidades.
 devem ser identificadas as fases, as actividades, as
relações que se estabelecem para a compreensão de
seu valor educacional ou verificação de necessidade
de mudanças.
• Partir da realidade e aproveitar os conflitos que dela
emergem
• Introduzir processos de reflexão crítica para normas
sociais
• Fomentar a autonomia dos alunos
Questões para análise das
sequências didácticas:

A) Possibilitam detectar conhecimentos prévios


dos alunos em relação aos novos conteúdos de
aprendizagem?
B) Os conteúdos propostos são significativos para
todos os alunos?
C) Representam um desafio alcançável para o
aluno – levam em conta suas competências?
D) Estimulam a auto-estima e o auto-conceito?
Classificação dos conteúdos
Conceitos – Conhecimento de fatos, acontecimentos,
situações, dados e fenómenos concretos e específicos. A
aprendizagem do aluno sobre este conteúdo ocorre quando
ele é capaz de reproduzi-lo, integrá-lo na memória..

Atitudes – Valores, atitudes e normas – análise de fatores


positivos e negativos, tomada de posição, envolvimento
afetivo, revisão e avaliação da própria atuação.

Procedimentos – Técnicas, Métodos, habilidades,


estratégias, conjunto de acções ordenadas, dirigidas para
um objectivo. Aprendem-se estes conteúdos a partir de
modelos especializados, considerando-se a exercitação e
reflexão sobre a própria actividade e aplicação em
contextos diversos.
Reflexão sobre a práctica

Por trás de uma intervenção pedagógica


consciente, deve haver uma análise sociológica
e uma tomada de posição – sempre ideológica,
quanto à condição de cidadão ou cidadã e
quanto às características da sociedade onde os
alunos vão viver.
Reflexão sobre a práctica
• Planear, globalizar o ensino aprendizagem requer tempo e
dedicação, com interação entre docentes e alunos o que
possibilitará maiores condições de aprendizagem.

• Necessidade de que a escola se torne um gerador de cidadãos


conscientes, autônomos, formadores de opinião e condutores de
transformações positivas para a sociedade e para o meio em que
vivem.

• Cita Paulo Freire quando afirma que não basta trabalhar uma
informação, é preciso que o aluno possa contextualizá-la e ir além
nos fatos, questionando-os, investigando.

• Possibilitar o desenvolvimento sócio-cultural do aluno,


proporcionando melhores condições para sua inserção no meio
social em que vive e no mercado de trabalho.
Trabalho humano (docente)
• Possui fins que se manifestam como: motivos,
intenções, objectivos, projetcos, planos,
programas, planejamento, etc.
• Estes fins podem ser formalmente declarados
ou nascer durante a acção, por exemplo, pela
pressão das circunstâncias.
• Concebidas enquanto acções finalizadas,
temporais e instrumentais.
Mandato que orienta o trabalho
docente
• A análise dos objectivos perseguidos
actualmente pelas escolas possibilita perceber o
mandato legal que orienta o trabalho dos
docentes e o qual estes precisam levar em
conta em suas diversas actividades.
• Que incidência tem esses objectivos gerais no
trabalho docente?
• Uma maneira interessante de caracterizar é
fazer uma comparação entre o ensino e o
trabalho industrial.
Trabalho industrial
• O trabalho do operário(exemplo: operário
trabalhando com produção de vidros em
conserva) seus objectivos são operatórios,
circunscritos e de curto prazo.
• Observa o resultado de sua acção rapidamente
e com certa objectividade, uma vez que o
produto de seu trabalho é um objecto material
independente dele.
• Age em função de objectivos precisos,
coerentes, relativamente hierarquizados que
estrutura a tarefa colectiva da indústria.
Objectivos do trabalho escolar
1. Os objectivos escolares definem uma tarefa
coletiva, complexa e temporal com efeitos
incertos e ambíguos;
2. Os objectivos escolares,
3. Os objectivos escolares são muito variados;
4. Os objetivos escolares precisam ser
transformados e ajustados para serem
realizados.
Constata-se que os objectivos
• São muitos e variados e não operacionais e, tocam ao mesmo
tempo dimensões de formação pessoal, social e de instrução.
• Induzem uma tarefa dinâmica com efeitos imprecisos e longínquos
que requerem a iniciativa dos professores;
• Os professores precisam interpretá-los e adaptá-los aos contextos
da ação pedagógica;
• Ensinar é agir na ausência de indicações claras e precisas sobre os
próprios fins do ensino escolar;
• Requer autonomia (tarefa dupla na medida que os objectivos
podem parecer ilusórios e realistas, criando um sentimento de
derrota ou impotência) e a responsabilidade de construir objectivos
antes de realizá-los;
• Dificilmente podem medir e avaliar os resultados de seu trabalho e
saber com certeza se atingiram os objectivos.
Mandato dos professores

• Os objectivos curriculares e os
programas de ensino pertencem ao
mandato dos professores, pois ensinar na
escola é seguir um programa e tentar
realizar seus objectivos.
• Esses quadros impõem certas ideologias,
uma vez que veiculam valores culturais,
intelectuais, sociais.
Pesquisa sobre programas

• Os programas escolares são muito pesados,


muito detalhados, com uma multidão de
objectivos que os professores devem respeitar.
• Os julgamentos dos professores a respeito dos
programas são bastante variados. Embora
esses pareçam bastante exigentes e
sufocantes, fornecem uma ajuda segura no
planeamento do ensino e das normas a serem
respeitadas.
• Os professores se empenham em respeitar os
programas; a liberdade que tomam é mais na
organização do trabalho em classe.
Críticas dos professores sobre os
programas
• implantação prematura e burocrática dos programas,
• ausência de consulta aos professores
• falta de tempo para cobrir todo o conteúdo,
• ausência de suporte material,
• problema da competência para ensinar matérias
previstas dos programas na acção do dia-a-dia.
• ausência de vinculo entre as disciplinas,
• a compartimentalização existente
• e os problemas relativos a algumas matérias em
particular.
Transformações dos objectivos
na práctica de cada dia
Os professores não aplicam e nem seguem os
programas mecanicamente:

• apropriam-se deles e os transformam em


função das necessidades situacionais,
• das suas experiências anteriores,
• de seu entendimento da matéria,
• da interpretação das necessidades dos alunos,
• dos recursos disponíveis,
• do andamento da turma,
• das suas preferências e valores.
Mandato do trabalho docente
• Definido pelos objetcivos gerais da escola, os
programas e as matérias escolares, pesa gravemente
sobre a atividade docente.
• Obriga a encarar dilemas fundamentais: respeitar e
realizar um programa, sem afastar-se de suas
actividades cotidianas.
• Afecta seu status: determina sua identidade profissional,
fazendo deles executantes de programas concebidos e
definidos por outros.
• Afecta também seu status devido à hierarquização das
matérias ensinadas.
• Os objectivos não têm o mesmo valor para os alunos, os
pais e os próprios professores.
Os fundamentos interactivos da docência

A descrição ecológica da classe, segundo Doyle , passa pelas


seguintes categorias:
• Multiplicidade – se refere a diversos eventos ao mesmo tempo
numa aula.
• Imediatez – eventos que ocorrem durante uma aula sem previsão,
nem anúncios, necessitando de adaptações e estratégias
imediatas.
• Rapidez – caracteriza o desenvolvimento dos acontecimentos, sua
sucessão, encadeamento e fluência.
• Imprevisibilidade – acontecimentos que surgem de forma
imprevista, desviada, inesperada.
• Visibilidade – o fato da aula ser uma actividade pública.
• Historicidade – significa as interações entre os alunos e os
professores que acontece dentro de uma trama temporal: diária,
semanal, anual.
• Do ponto de vista da ação comunicacional, ensinar é fazer alguma
coisa significativa.
• O ser do trabalhador (o trabalhador
enquanto pessoa e profissional) é
inseparável daquilo que ele faz, de seu
agir.
• É uma questão de ética.
Implicações didácticas
• Como ensinar a ler (Pressupostos)

• Como ensinar a escrever (Pressupostos)


Como lemos?
• Antecipando
• Fazendo perguntas ao texto
• Acionando o que já sabemos e colocando
em relação com o que está sendo lido
• Tentando descobrir o significado das
palavras pelo contexto (ou seja, buscando
o significado pelo sentido)
Como ensinamos a ler?
• Ensinando o estudante a levantar hipóteses
antes (do que será que esse texto vai tratar?) e
durante a leitura (inferências a partir dos sinais
do texto – fotos, negritos, sublinhados, gráficos,
etc)
• Ensinando o estudante a fazer perguntas
ANTES DE LER.
• Ensinando o estudante a deduzir o significado
das palavras pelo contexto (DICIONÁRIO: Uso
é esporádico e estratégico!!!!)
Desafio de ensinar a ler e a escrever

• Participar na cultura escrita - supõe


apropriar-se de uma tradição de leitura e
escrita.
Para formar alunos praticantes da cultura letrada:
é necessário

Reconceitualizar
o objecto de
ensino
construí-lo através de
práticas sociais de língua
escrita
O necessário

Fazer da escola Fazer os alunos Preservar o sentido do


comunidade produzirem objeto de
de leitores seus próprios textos ensino para o aluno

O real
O real é o que levar à prática e isso implica
em conhecer as dificuldades e analisá-las
Dificuldades envolvidas na
escolarização das prácticas
• não é simples determinar com exatidão o
que, como e quando os sujeitos
aprendem a língua escrita.
• Ex.: Em que momento as crianças se
apropriam da “linguagem dos contos”?
Como ter acesso às interferências ou
antecipações que as crianças fazem ao
tentar ler um texto?
Como ensinamos a ler?
• Apresentando textos de diferentes
géneros e ensinando como se relacionar
com cada um deles:

– O que tem um jornal? Como ler um jornal?


Quem escreve num jornal? Quem é o dono
do jornal? Desde quando o jornal existe?
Para que escrevemos?
As funções da escrita
• Para comunicar uma idéia
• Para guardar uma informação ou idéia
• Para organizar o pensamento
• Para entender o mundo
• Para aprender a escrever
Como ensinamos a escrever?
• Oferecendo oportunidades de reflexão
sobre:
– O que escrever?
– Para que escrever?
– Para quem escrever?
– Como escrever?
Ensinando a escrever
• Escrevendo diferentes géneros textuais
• Escrevendo a partir de modelos
• Escrevendo com uma função
comunicativa
• Lendo o que escreveu
• Revisando o que escreveu
• Reescrevendo o que escreveu
Como a escola tem tratado o
ensino da escrita?
• Sílabas
• Palavras Escrita sem
• Frases
significado

• E só depois bem depois o texto

Uso estritamente
escolar
Aprender para
Ensino de depois usar
regras
Tensão entre duas necessidades
institucionais: ensinar e controlar a
aprendizagem

conciliar as necessidades
da instituição escolar

com o propósito gerar condições próxima da


educativo didáticas prática social
O desafio: combater a
discriminação que a escola opera

impede o aluno de ser leitor


e produtor de texto
competente e autônomo
cria o fracasso
por não alfabetizar
Objectivo da capacitação de professores

conservar as prácticas produtivas


para a construção de conhecimento didáctico.

Situações de Professores construam


“dupla conhecimentos sobre
conceitualização” o objecto de ensino
Idéias subjacentes à perspectiva
curricular adotada:
• Somente a didáctica da língua pode
contribuir para resolver problemas que
se enfrenta na produção curricular.
• Para ocorrer transformação didáctica é
necessário levar em conta a natureza e
as pressões próprias que se lhe são
inerentes.
Projeto Curricular

preservar o sentido do objeto de ensino -


no caso da leitura e da escrita –
favorecendo a práctica social que se
pretende comunicar.
Conteúdos a ensinar

• Chevallard explicita que a decisão de


quais são os conteúdos a ensinar e quais
serão considerados prioritários supõe uma
verdadeira reconstrução do objecto.
• Trata-se de um primeiro nível de
transposição didáctica: a passagem dos
saberes cientificamente produzidos ou
prácticas a ensinar.
Objecto de ensino: é a língua
Ausentes na sala de aula, prácticas de
leitura e escrita:
a) razão que leva as pessoas a ler e
escrever,
b) as maneiras de ler,
c) tudo o que fazem os leitores e escritores,
d) as relações que leitores e escritores têm
com o texto.
Efeitos dessa ausência

• a reprodução das desigualdades sociais


relacionadas com a leitura e a escrita
É possível ler na escola?

Muitas práticas descaracterizam a leitura


na escola, distantes dos propósitos que
lhe dão sentido social. Isso ocorre por dois
fatores:
Prácticas que descaracterizam a leitura
na escola
• a teoria condutista (comportamentalista
ou behaviorista) da aprendizagem -
concebe a aquisição do conhecimento
como um processo acumulativo e
graduado, um parcelamento do conteúdo
em elementos supostamente simples.
A escola como microssociedade de
leitores e escritores. (ou – sim é possível
ler na escola)

1. que tenha sentido do ponto de vista do


aluno;
2. que os propósitos didácticos cumpram a
função para realizar os propósitos que o
aluno conhece e valoriza.
Escola deve
• Criar condições de imersão na leitura e na
escrita
• Partir do pressuposto que as crianças
estão inseridas numa sociedade letrada
• Portanto, já trazem conhecimentos sobre
a escrita desde muito cedo
• Escola deve potencializar o que a criança
JÁ SABE – E TODAS AS CRIANÇAS
SABEM

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