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Cognição

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Cognição Social

Psicologia social: principiais temas e vertentes


• Como você acha que seu cérebro dá conta de uma variedade de
informações e as organiza?
• Como definimos de quem queremos nos aproximar? Ou de quem
devemos manter distância porque pode nos levar a alguma situação
desconfortável ou de perigo?
• Como eu sei que alguém está em situação de perigo?
Avaliação, julgamento e tomada de
decisão
O que fazer? Que caminho seguir?
• Compreender o significado social das nossas atitudes – relação entre
pensamento, emoção e comportamento.
Pensamento social
• 5 perspectivas:
1. buscador de consistência,
2. cientista amador,
3. avaro cognitivo,
4. estrategista motivado e
5. ator ativado.
Buscador de consistência
• sustenta que os indivíduos percebem o mundo e interpretam novas
informações e situações de forma consistente com suas crenças
anteriores;
• Dissonância cognitiva de Festinger (1957): buscava explicar como as
pessoas resolviam as discrepâncias entre suas cognições e entre suas
cognições e o seu comportamento.

• Você já passou por uma situação de ter sido apontada por um


comportamento que destoa da sua personalidade ou crença?
Exemplo do livro
• Imagine alguém que se vê como não preconceituoso e acaba de ser alertado
por um colega que o seu comentário, sobre uma situação cotidiana, foi racista.
• Para retomar a consistência subjetiva entre a sua imagem de não
preconceituoso e o seu comportamento racista, essa pessoa poderá, por
exemplo, afirmar que o comentário foi interpretado de forma
descontextualizada, alegar que tem amigos negros, entre outras estratégias
que permitam manter sua crença anterior e a percepção das pessoas ao seu
redor de que ele não é preconceituoso.
• Dessa forma, a necessidade de reaver a consistência cognitiva atua como um
motivador para a redução de um estado de desconforto psicológico por duas
cognições inconsistentes
• (“Eu não sou preconceituoso” e “Meu comentário foi avaliado como racista”), seja
alterando uma delas (“Meu comentário foi descontextualizado”) ou adicionando novos
elementos (“Não posso ser racista se tenho amigos negros”), causando, assim, grande
influência na maneira como os indivíduos constroem a realidade social.
Exemplo diferente

Imagine uma pessoa que se considera profundamente comprometida com a proteção


do meio ambiente. Ela participa ativamente de grupos de conservação, promove
práticas sustentáveis e costuma falar sobre a importância de preservar a floresta e
combater as queimadas. No entanto, em uma reunião informal com amigos, um
colega faz um comentário despreocupado afirmando que as queimadas, em certas
circunstâncias, são “até necessárias para limpar o terreno” e “não são um grande
problema”.
Essa pessoa, em vez de discordar ou defender sua posição sobre os
riscos e impactos negativos das queimadas, acaba concordando com o
amigo, talvez por querer evitar um conflito ou por desejar se encaixar
na dinâmica do grupo. Essa concordância gera uma dissonância
cognitiva: ela se vê como “uma pessoa que defende a proteção
ambiental”, mas suas palavras e ações (concordando com um discurso
que minimiza um problema ambiental sério) não estão alinhadas com
essa autoimagem.
Para lidar com essa dissonância, ela pode adotar algumas
estratégias, como:

Justificar a concordância dizendo a si mesma que “acho que ele tem um ponto, há diferentes
opiniões sobre o assunto”, tentando minimizar a gravidade das queimadas.

Afirma que “não dá para consertar tudo sozinha”, criando uma narrativa de que a situação é
complexa e que ela não pode ser responsabilizada por uma única interação social.

Depois da reunião, sente-se incomodada e faz uma postagem nas redes sociais sobre a importância
de combater as queimadas, reestabelecendo sua imagem como defensora do meio ambiente, para
recuperar a consistência com suas crenças.

Esse exemplo destaca como a dissonância cognitiva pode surgir em situações sociais, levando os
indivíduos a adotar comportamentos ou fazer afirmações que não estão em consonância com suas
crenças estabelecidas.
Cientista amador
• buscam descrever como os indivíduos explicam as causas do seu comportamento
e do comportamento dos outros de forma racional e não enviesada, tendo em
conta todas as informações relevantes disponíveis para chegar à conclusão mais
lógica;
• a capacidade humana para agir como um cientista é limitada e ocorre apenas em
determinadas circunstâncias;
• Na maior parte das situações sociais, as pessoas são demandadas a fazer
julgamentos de forma rápida, lidando com uma grande quantidade de
informações, mesmo em contextos sociais simples. Portanto, em muitas ocasiões,
os indivíduos não estão motivados ou não têm oportunidade de se engajar em
um raciocínio sistemático, recorrendo a atalhos que permitem simplificar a
realidade e, ao mesmo tempo, ter um julgamento e/ou resposta eficiente. P.73
Avaro cognitivo
• os indivíduos podem tomar decisões com base em atalhos e
heurísticas (regras práticas simples), em vez de se envolverem no
processamento de informações mais complexas, criando uma solução
de compromisso (trade-off) entre esforço cognitivo e precisão,
presente em muitas das tomadas de decisões diárias que fazemos.
P.73
Estrategista motivado
• relação entre cognição, motivação e emoções;
• os indivíduos podem ter múltiplas estratégias cognitivas, recorrendo,
às vezes, a um processamento mais elaborado e controlado ou mais
simples e automático, que podem ser aplicadas dependendo das
restrições situacionais, dos seus objetivos e motivações.
• Estudos subsequentes: ­formação de impressão e atribuição de
causalidade, persuasão, relação entre atitudes e comportamento e
entre preconceito e estereótipos.
Arquitetura básica do
processamento de informação
• Formam-se em os processos associativos e processos baseados em regras:
• Sistema e tipo intuitivo
• Sistema e tipo racional
• O processamento rápido do Tipo 1 gera ­respostas intuitivas (controlando
boa parte do nosso comportamento), sobre as quais o subsequente
processamento reflexivo do Tipo 2 pode intervir, sobretudo quando a
resposta intuitiva é inadequada e não consegue cumprir os objetivos
demandados em uma situação.
• Nessa perspectiva, com um forte enfoque nos processos intuitivos, que são
ativados ­automaticamente por pistas do ambiente social e que ­rapidamente
desencadeiam cognições, afetos, motivações e comportamentos
associados, os indivíduos são compreendidos como atores ativados. P.74
Pesquisas
• Interesse crescente dos pesquisadores sobre os processos cognitivos
(relação entre o processamento das informações e a construção dos
sentidos a partir delas)
O PROCESSAMENTO DE
INFORMAÇÕES SOCIAIS
• Tal como um computador, que possui uma capacidade instalada de
memória de trabalho (RAM), que define a quantidade de processos que
podem ser executados de forma concomitante e o tempo que leva para sua
execução, a capacidade humana de processar informações é limitada. P.75
• na maioria das situações sociais os indivíduos são demandados a tomar
decisões de forma rápida ...
• Seleção adaptativa de informações do ambiente social: Os seres humanos
desenvolveram mecanismos adaptativos de simplificação do
processamento de informações, mas ainda de forma eficiente e que
permita que a construção resultante da realidade social forneça uma base
adequada para as respostas ao ambiente social.
O PROCESSAMENTO DE
INFORMAÇÕES SOCIAIS
• ...na maior parte das situações sociais, os indivíduos geralmente
apoiam-se em processos cognitivos menos desgastantes, que
ocorrem de forma automática e que podem auxiliar a formar
impressões e tomar decisões de forma rápida e eficiente, ao menos
na maioria das vezes. P.75
PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO
E CONTROLADO NO
PENSAMENTO SOCIAL
• Na psicologia social, desde a década de 1970,
desenvolveram-se modelos de processos duplos para
explicar diversos fenômenos sociais, como tomada de
decisão e julgamentos.
• Teorias mais recentes unificam esses modelos em
sistemas duplos, identificando dois sistemas de
raciocínio:
• Sistema 1, rápido e automático, e
• Sistema 2, que é lento e controlado.
Situação hipotética
• Pai e filho sofrem um acidente terrível de carro. Alguém chama a
ambulância, mas o pai não resiste e morre no local. O filho é
socorrido e levado ao hospital às pressas. Ao chegar no hospital, a
pessoa mais competente do centro cirúrgico vê o menino e diz: “Não
posso operar este menino! Ele é meu filho!”. (Quebrando o Tabu,
2017).
Análise
• Em uma primeira leitura, é provável que o leitor chegue
automaticamente a uma conclusão inicial conflituosa (como o pai pode
ser o cirurgião se ele morreu no acidente?) e só posteriormente corrija
sua conclusão para a resposta adequada, de que a mãe é a cirurgiã. Esse
aparente conflito se dá em função da forma como interpretamos uma
situação social e, consequentemente, construímos nossa realidade social.
Cabe aqui distinguir três elementos que são levados em conta nesse
processo:
• os estímulos provenientes da situação,
• os conhecimentos prévios que os indivíduos aplicam na situação e
• os processos que operam sobre os estímulos e os conhecimentos prévios.
Processamento
• Processamento Bottom-Up: Refere-se ao processamento
de informação que começa com os estímulos externos e
vai para a interpretação. Nesse modelo, a compreensão da
situação é baseada nas informações e dados percebidos
diretamente, como no caso do acidente de carro.
• Processamento Top-Down: Este processamento é guiado
pelo conhecimento prévio, crenças e expectativas que o
observador possui. Os conceitos e suposições que já
existem na mente influenciam a interpretação dos
estímulos externos. Exemplos incluem estereótipos sobre a
competência de homens e mulheres.
Processamento
• Interação entre Bottom-Up e Top-Down: Ambos os
tipos de processamento estão presentes em quase
todos os processos cognitivos. A importância de cada
um pode variar dependendo da situação: em algumas
circunstâncias, a interpretação é mais influenciada por
conhecimentos prévios (top-down), enquanto em
outras, é mais guiada pelos dados da situação (bottom-
up).
• Construção da Realidade Social: A forma como
interpretamos situações sociais é moldada por essa
interação de processamentos, levando a conclusões que
podem ser corretas ou incorretas baseadas em
Implicações no processo de
julgamento e tomada de
decisões
• Os processos cognitivos permitem que os indivíduos
processem informações de maneiras distintas:
rapidamente e superficialmente (automático) ou de
forma detalhada e controlada (controlado).
• No caso do enigma discutido, a resposta automática
baseia-se em estereótipos de gênero, levando à
conclusão inicial errada de que o pai é o cirurgião, que
precisa ser corrigida através de um maior esforço
cognitivo
Implicações no processo de
julgamento e tomada de
decisões
• Os processamentos são frequentemente categorizados
como Tipo 1 (rápido, autônomo, com pouco esforço) e
Tipo 2 (lento, reflexivo, que requer mais análise).
• A terminologia Tipo 1 e Tipo 2 é preferida, pois melhor
reflete a complexidade das interações entre os
processos, enquanto "Sistema 1" e "Sistema 2" pode
sugerir sistemas independentes, o que não é o caso.
Implicações no processo de
julgamento e tomada de
decisões
• O processamento do Tipo 2 envolve raciocínio
hipotético e simulações cognitivas, permitindo que
se testem cenários sem confundi-los com a realidade,
um processo chamado de desacoplamento cognitivo.
Relação entre os processamentos
Tipo 1 e Tipo 2
• A relação entre os processamentos Tipo 1 e Tipo 2
segue o modelo padrão-intervenção, onde o
julgamento começa com uma intuição (Tipo 1) que
pode ser modificada pelo Tipo 2 quando há motivos
de incerteza.
Continuum dos Processos
Mentais
• Os processos cognitivos operam em um contínuo
entre automáticos e controlados, permitindo que os
indivíduos alternem entre processamento rápido e
superficial e análise mais profunda e deliberada.
• Os processos automáticos são caracterizados por
serem não intencionais, rápidos e requerendo poucos
recursos cognitivos. Exemplos incluem o priming
subliminar, que influencia reações sem que o indivíduo
tenha consciência de sua presença. Já a automaticidade
pós-consciente envolve a percepção do priming, mas
sem a consciência de seus efeitos.
Processos controlados
• Os processos controlados, em contraste, exigem esforço
consciente e atenção, sendo direcionados a objetivos
específicos. Embora separados, os processos
controlados podem iniciar ações que se tornam
automáticas com o tempo, favorecendo a eficiência
mental.
• Essa eficácia é adaptativa, permitindo que os recursos
cognitivos sejam empregados em tarefas mais
complexas quando necessário.
Motivações
• As motivações também influenciam os processos
automáticos e controlados.
• A motivação de pertencimento faz com que as pessoas
dediquem mais atenção a indivíduos de seus próprios
grupos (endogrupos) do que a pessoas de grupos
externos (exogrupos), resultando em julgamentos
automáticos baseados em estereótipos.
Como Construímos Sentido para as Informações
do Mundo Social

• Percepção Social
Situação
• Em uma sala de aula, de ensino fundamental 2, existem
18 crianças. Em uma aula de artes todos participam da
atividade de colorir mandalas e ao final da aula, uma
caixa de lapis não é devolvida. A sala de aula é
composta por 10 meninas e 8 meninos. Destes, 2
pessoas são negras e as demais brancas. 4 são
diagnosticados com TDAH e apresentam alta
impulsividade e 1 tem diagnostico de TEA. Quais os
atalhos que a professora pode seguir para identificar o
desaparecimento da caixa de lápis? Explique com base
nos processamentos que podem estar envolvidos.

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