Golfo de Fonseca
Golfo de Fonseca | |
---|---|
Golfo de Fonseca numa imagem de satélite de 2001 | |
Localização | América Central |
Oceanos | Pacífico |
Rios | Goascorán, Choluteca, Negro e Estero Real |
Países | Honduras El Salvador Nicarágua |
Dimensões | |
Comprimento da costa | 409 km |
Largura máxima | 80 km |
Área superficial | 3.200 km² |
Profundidade média | 10–30 m |
O golfo de Fonseca é uma baía protegida do oceano Pacífico, limitada a noroeste por El Salvador, a nordeste por Honduras e a sudeste da Nicarágua.[1] Descoberto em 1522 por exploradores espanhois, o golfo adentra cerca de 65 km para o interior centro-americano, cobrindo uma área de cerca de 3.200 km². Sua entrada, marcada pelo cabo Amapala em El Salvador e cabo Cosigüina na Nicarágua, apresenta cerca de 32 km de diâmetro, mas alarga-se a aproximadamente 80 km mais para dentro.[1]
O golfo de Fonseca é alimentado pelos rios hondurenhos Goascorán, Choluteca e Negro, bem como o rio Estero Real da Nicarágua.[1] As margens do golfo são cobertas com manguezais, exceto no oeste, onde o vulcão Conchagua, em El Salvador, se eleva acentuadamente a partir da costa. Entre suas ilhas, são notáveis Zacate Grande, El Tigre e Meanguera.[1] Os manguezais ocupam 1,100 km², o que corresponde a aproximadamente 22% da área total de mangue ao longo da área centro-americana banhada pelo Pacífico. Os recursos naturais do golfo ainda hoje sustentam a pesca artesanal e a coleta de moluscos e crustáceos.[2]
Os principais portos são La Unión, em El Salvador, Amapala, na ilha de El Tigre, Honduras, e Puerto Morazán, que se situa a montante do rio Estero Real, na Nicarágua.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Achados arqueológicos
[editar | editar código-fonte]A região do golfo que faz parte da fronteira oriental de El Salvador com Honduras é composta de uma grande variedade de ambientes costeiros, incluindo ilhas, manguezais, praias de areia e falésias rochosas.[2] Esse ambiente tem sido objeto de relativamente pouca modificação durante os séculos desde o descobrimento e preserva rica flora e fauna.[2]
No passado pré-hispânico, o golfo de Fonseca forneceu a base para um assentamento humano denso em suas ilhas e margens continentais, com mais de dez principais locais atualmente conhecidos. Por isso sambaquis são comumente achados no local, formados por longos períodos de tempo, com o descarte dos moluscos que se acumularam camada por camada.[2] Datas disponíveis para essas camadas variam de 1850 a.C. (atualmente a data mais antiga da história de El Salvador) ao período colonial.[2] Vestígios arquitetônicos são encontrados em alguns sambaquis e outros tipos de sítios, e incluem objetos acumulados em montículos, assim como ruínas das primeiras igrejas coloniais.[2]
Durante o período proto-histórico, essa área do golfo foi povoada pelo grupo étnico Lenca. Em virtude das investidas frequentes de piratas, as comunidades Lenca situadas nas ilhas foram abandonados no final do século XVII, e seus habitantes optaram por se mudar para o continente.[2]
Litígio
[editar | editar código-fonte]Os três países com saída para o golfo — Honduras, El Salvador e Nicarágua — estiveram envolvidos em uma longa disputa sobre os direitos e as ilhas localizadas nele. Em 1992, uma câmara do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) decidiu a disputa sobre as terras, ilhas e fronteiras marítimas.[3][4] A TIJ determinou que El Salvador, Honduras e Nicarágua deveriam compartilhar o controle sobre o golfo e suas riquezas.[4]
No fim da disputa, a El Salvador foram concedidas as ilhas de Meanguera e Meanguerita, já a Honduras foi garantida a soberania sobre a ilha de El Tigre e outras próximas a sua costa.[4]
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
O vulcão Conchagua se eleva sobre as praias arenosas do golfo a sudeste de El Salvador.
-
Ilha de El Tigre, no golfo de Fonseca, pertencente a Honduras. Vista a partir do cais de Coyolito
-
Golfo de Fonseca, foto pela NASA
Referências
- ↑ a b c d e Editores da Britannica (2008). «Golfo de Fonseca». Encyclopædia Britannica. Consultado em 3 de setembro de 2015
- ↑ a b c d e f g Adm. do sítio web (1992). «Gulf of Fonseca». Sítio web da Unesco. Consultado em 3 de setembro de 2015
- ↑ Guillermo Bustillo Lacayo (2002). El Golfo de Fonseca: región clave en Centroamérica. [S.l.]: Editorial Guaymuras. 308 páginas. ISBN 9789992628096
- ↑ a b c Cour internationale de justice (2000). Volume 7 de Case Concerning the Land, Island and Maritime Frontier Dispute, International Court of Justice. [S.l.]: United Nations Publications. 504 páginas. ISBN 9789210708661