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  • Bacharel em Teologia (Philosophisch-Theologische Hochschule St. Georgen Frankfurt am Main: 1989), Mestre em História (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: 2013), Doutor em Teologia (Philosophisch-Theologische Hochschule St. Geo... moreedit
Embora o interesse pela natureza tenha existido nas mais diversas épocas, observa-se, a partir dos anos 1970, um ambientalismo que origina organizações não governamentais, movimentos ecológicos e partidos verdes, insistentes numa... more
Embora o interesse pela natureza tenha existido nas mais diversas épocas, observa-se, a partir dos anos 1970, um ambientalismo que origina organizações não governamentais, movimentos ecológicos e partidos verdes, insistentes numa consciência favorável à proteção do planeta Terra. Em oposição a crescimentos econômicos que resultam na devastação da natureza, favorece-se um uso sustentável dos recursos naturais, incluindo-se a exigência de preservação da fauna e da flora. No estudo aqui apresentado, procura-se pela temática da ecologia na literatura bíblica. Exemplarmente, são relidas as formulações jurídicas no Decálogo (Dt 5,6-21) e no Código Deuteronômico (Dt 12–26), a fim de descrever, por meio de um estudo exegético, o conteúdo das leis deuteronômicas que, a partir do fim do século VII a.C., insistem na preservação da fauna e da flora.
Nas narrativas poéticas que pertencem ao Pentateuco, os discursos diretos tem grande destaque. Em geral, caracterizam-se por um emprego mais concentrado de elementos estilísticos, além de não apresentarem formas verbais que, em... more
Nas narrativas poéticas que pertencem ao Pentateuco, os discursos diretos tem grande destaque. Em geral, caracterizam-se por um emprego mais concentrado de elementos estilísticos, além de não apresentarem formas verbais que, em contrapartida, caracterizam a narração, onde se ouve ou lê a voz do narrador. Um dos discursos diretos mais marcantes no Pentateuco é a fala do Senhor, Deus de Israel, em Ex 34,6c-7d. O Artigo aqui apresentado se propõe a investigar a configuração poética e/ou linguístico-literária dessa microunidade da narrativa bíblica. Parte-se de um olhar para os sinais massoréticos que indicam pausas e junções no momento da leitura, seja em voz alta, seja em silêncio. Segue-se, com base na análise morfológico-sintática das palavras e na análise sintática delas em vista da construção das frases, a descrição da configuração artística do arranjo altamente retórico do discurso divino em Ex 34,6c-7d. Dessa forma, o exercício exegético aqui exposto revelará novamente o quanto as narrativas bíblicas, por serem literatura, ganham características de arte. Palavras-chave: narrativa bíblica, discurso direto, análise poética.
Os autores neotestamentários, ao contemplarem o mistério presente na pessoa de Jesus, usam as imagens pertencentes à literatura veterotestamentária; estas, em geral, estão carregadas de conotações teológicas. Possivelmente, isso vale... more
Os autores neotestamentários, ao contemplarem o mistério presente na pessoa de Jesus, usam as imagens pertencentes à literatura veterotestamentária; estas, em geral, estão carregadas de conotações teológicas. Possivelmente, isso vale também para o sudário que estava sobre a cabeça de Jesus. Mencionado somente em Jo 20,7, o sudário talvez possa ser compreendido a partir do véu que estava sobre a face de Moisés: peça têxtil três vezes mencionada em Ex 34,33-35. O estudo aqui apresentado visa investigar tal paralelismo, o qual é pouco valorizado nos Comentários sobre o Evangelho segundo João publicados em língua portuguesa. Além disso, por mais que seja investigado um paralelismo já visto por outros, comumente surgem novos detalhes e novas compreensões ao se procurar de novo pelo sentido do texto.
Na micronarrativa em Ex 4,24-26, Séfora, esposa de Moisés, se torna modelo para o protagonismo daquelas personagens que, em geral, são avaliadas como secundárias, destacando-se a fundamental importância delas para a história da salvação.... more
Na micronarrativa em Ex 4,24-26, Séfora, esposa de Moisés, se torna modelo para o protagonismo daquelas personagens que, em geral, são avaliadas como secundárias, destacando-se a fundamental importância delas para a história da salvação. No caso, Séfora surpreende em diversos sentidos: literariamente, ela ganha centralidade na cena em questão; historicamente, ao defender a sobrevivência de quem se vê ameaçado e ao assumir protagonismo como mulher, ela talvez contradiga eventuais preconceitos pertencentes a seu contexto cultural; teologicamente, ela é retratada como quem obtém o consentimento de Deus.
A lei em Lv 19,18c prescreve, de forma imperativa, o “amor ao próximo”. Quem, por sua vez, é esse “próximo”? Em vista disso, serão controladas aqui as cinquenta e duas presenças desse vocábulo na obra do Pentateuco, contexto... more
A lei em Lv 19,18c prescreve, de forma imperativa, o “amor ao próximo”. Quem, por sua vez, é esse “próximo”? Em vista disso, serão controladas aqui as cinquenta e duas presenças desse vocábulo na obra do Pentateuco, contexto literário-teológico mais imediato de Lv 19,18c. Por acaso será o “próximo”, por excelência e/ou exclusivamente, aquele que pertence à mesma etnia, ao mesmo clã e/ou à mesma família, ou o conceito de “próximo” precisa ser aplicado de forma mais abrangente?
Existem intertextualidades surpreendentes entre as tradições vétero e neotestamentárias. Os autores do Novo Testamento, pois, fizeram questão de ou citar literalmente algo das Sagradas Escrituras de Israel ou, de forma mais livre, fazer... more
Existem intertextualidades surpreendentes entre as tradições vétero e neotestamentárias. Os autores do Novo Testamento, pois, fizeram questão de ou citar literalmente algo das Sagradas Escrituras de Israel ou, de forma mais livre, fazer alusões a tais tradições. Nesse sentido, a personagem de Moisés e pormenores ligados à sua trajetória e/ou biografia, presentes nas narrativas de Êxodo a Deuteronômio, ganha maior destaque na segunda parte da Bíblia cristã. Justamente isso vale também para um discurso que, segundo a narrativa Ex 3,1–4,17, o senhor, Deus de Israel, dirigiu a Moisés, visando à necessidade de o líder profético precisar convencer outros através de suas palavras: «Eu, pois, estarei com tua boca e te instruirei sobre o que deverás falar» (Ex 4,12b-c). Conforme os Evangelhos segundo Marcos, Mateus, Lucas e João, Jesus acolheu tal tradição e esperança religiosa ao instruir seus discípulos (Mc 13,11; Mt 10,19; Lc 12,12; Jo 14,26). A investigação dos pormenores da intertextualidade aqui indicada constitui a tarefa da pesquisa apresentada neste artigo.