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Walter Benjamin nunca terminou esta Crônica de Berlim. Ele passou boa parte da última década de sua vida, de um modo ou de outro, envolvido com o texto. Ecos e ricochetes dele podem ser encontrados em diferentes projetos da época – nos... more
Walter Benjamin nunca terminou esta Crônica de Berlim. Ele passou boa parte da última década de sua vida, de um modo ou de outro, envolvido com o texto. Ecos e ricochetes dele podem ser encontrados em diferentes projetos da época – nos anos anteriores (como em Rua de mão única) e nos seguintes (em diversos ensaios, nas Denkbilder, mas sobretudo na Infância berlinense). Os fragmentos fumegantes de sua escrita – pedaços arrancados da memória, troços tomados diretamente do corpo da cidade em vias de desaparecer – permaneceram inconclusos, o que é o mesmo que dizer: abertos, maleáveis, infinitamente expansíveis. “Aquele que uma vez começou a abrir o leque da lembrança sempre encontra novos elos, novos segmentos; nenhuma imagem o satisfaz”, o autor anota logo na abertura do texto, numa passagem que é um comentário bastante agudo sobre a obra de Marcel Proust, que Benjamin então buscava traduzir, mas que também pode ser uma defesa da incompletude como método, ou ainda a descrição (metatextual) dos liames formais da prosa que elabora nesse texto. Associativa, desdobrável, repleta de digressões e desvios, ela é como um campo aberto de escavações: “aquele que procura se aproximar de seu próprio passado soterrado deve se comportar como um homem que cava”. O poço do passado alarga-se e se aprofunda ao mesmo tempo em que a experimentação com os gêneros e com a linguagem vai ganhando corpo. Misto de autobiografia, ensaio, ficção e relato memorialístico, a Crônica de Berlim é um novelo de lembranças e ideias. Ou melhor: um labirinto. Como se sabe, o labirinto, como a memória e o amor, são formas do interminável. Para o autor – que aqui é sobretudo um narrador – o espaço urbano, assim como o tecido mesmo da escrita, enovela-se, volta-se sobre si e faz perder os passos. Uma cidade nunca termina de ser palmilhada – um texto, às vezes, não encontra o seu fim.

Gustavo Silveira Ribeiro (UFMG)
prefácio: Verônica Stigger sinopse: O corpo da imagem. A imagem do corpo. Esse jogo de inversão no título do livro de Emmanuel Alloa é uma tentativa de armar um jogo com as questões histórico-filosó­ficas para uma análise crítica da... more
prefácio: Verônica Stigger

sinopse:  O corpo da imagem. A imagem do corpo. Esse jogo de inversão no título do livro de Emmanuel Alloa é uma tentativa de armar um jogo com as questões histórico-filosó­ficas para uma análise crítica da imagem e sua relação com o corpo; menos em sua totalidade do que em suas nuances fragmentárias: o olho, o rosto, a perna. O primeiro ensaio intitulado “Corpos estra­nhos. Fragmentos de uma teoria do intruso” mostra-nos, a partir das imagens de Peter Paul Rubens e Fra Angelico, uma teoria do implante/enxerto no corpo como operação da ordem do intruso. Fica a pergunta: afinal, quem é esse estranho que invade o corpo enfermo, através de uma violenta intrusão e, requer do próprio cor­po, incondicional hospitalidade? O segundo texto, “Exorbitâncias. A loucura da visão no último Merleau-Ponty”, permeia a feno­menologia da percepção proposta por Merleau-Ponty e sua relação com o olhar na imagem — ser possuído, arrebatado por ela, ou como o próprio Merleau-Ponty anuncia sobre o quiasma dos olhares: “simultaneamente tomar e ser-tomada”, assim como a pintura de Vermeer guarda um segredo e o expõe apenas para olhos que se entregam a sua exposição. Por fim, “Visão e contra-visão. Máscaras mortuárias segundo Heidegger e Blanchot” encerra essa tríade atra­vés do fascínio despertado pelas mascaras mortuárias; uma leitura heideggeriana e blanchotiana que nos indaga, finalmente: até que ponto a imagem se doa não ape­nas como um meio de observar algo ausente [no caso das más­caras mortuárias], mas também como algo que possui sua própria densidade?
Um olhar que se deixa apreender, ou melhor, que segue o movimento da imagem cativante, um olhar que se emociona – que se coloca em movimento, portanto –, que se deixa tocar pela presença fugidia da imagem: diante desta, antes de “asfixiar... more
Um olhar que se deixa apreender, ou melhor, que segue o movimento da imagem cativante, um olhar que se emociona – que se coloca em movimento, portanto –, que se deixa tocar pela presença fugidia da imagem: diante desta, antes de “asfixiar a maravilha em um frasco de éter”, o olhar corre atrás da imagem – e, com isso, correndo o risco de perdê-la –, ciente de que ela é uma fagulha que sobrevive à sempre possível destruição. Um olhar que se arma para perceber na imagem o que nela ainda queima, o que faz dela um sintoma e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de conhecimento. É nestas bases que a o gesto de olhar é proposto por Georges Didi-Huberman neste pequeno livro, cuja primeira publicação se deu como ensaio na revista Art Press, em 2004. Numa leitura que interpola seus referenciais mais prestigiados – Walter Benjamin e Aby Warburg –, Didi-Huberman, que no mesmo ano acabara de publicar seu controverso estudo Imagens apesar de tudo (uma intervenção pela possibilidade do uso de imagens remanescentes dos campos de concentração), aponta, mais uma vez, para o risco do defrontar-se com os arquivos de imagens: como, diante desse risco, ainda assim insistir em olhar? Como pelas imagens deixar-se queimar e, ainda assim, para elas imaginar e montar uma legibilidade? Perceber como as imagens estão carregadas de tempo é, para Didi-Huberman, o estopim para nelas perceber aquilo que nos queima: saber soprar as cinzas para que a brasa que está por baixo possa mostrar-se, apesar de tudo, como sobrevivente do incêndio que, agora, diante da imagem, é possível mais uma vez imaginar.

Vinícius Nicastro Honesko
Research Interests:
Com textos de: Aléxia Bretas, Augusto de Carvalho, Carla Damião, Daniel Pucciarelli, Ernani Chaves, Helano Ribeiro, Imaculada Kangussu, João Emiliano Fortaleza de Aquino, Luciano Gatti, Marcelo de Mello Rangel, Márcio Seligmann-Silva,... more
Com textos de: Aléxia Bretas, Augusto de Carvalho, Carla Damião, Daniel Pucciarelli, Ernani Chaves, Helano Ribeiro, Imaculada Kangussu, João Emiliano Fortaleza de Aquino, Luciano Gatti, Marcelo de Mello Rangel, Márcio Seligmann-Silva, Olgária Matos e Rafael Haddock-Lobo.
Elegante em seu terno preto, Karl Kraus crocita aliterações, grasna assonâncias estridentes e rimas gorgolejantes conduzem sua voz em voos rítmicos. Trêmulas, mas sempre precisas, suas mãos movem-se como asas. Quando assistimos ao... more
Elegante em seu terno preto, Karl Kraus crocita aliterações, grasna assonâncias estridentes e rimas gorgolejantes conduzem sua voz em voos rítmicos. Trêmulas, mas sempre precisas, suas mãos movem-se como asas. Quando assistimos ao filme desta leitura de seu poema “Os Corvos”, sobre os campos de batalha da Primeira Grande Guerra, não podemos deixar de compreender
o fascínio que o poeta, prosador e conferencista performático austríaco exerceu sobre Walter Benjamin. Editor e único redator da revista Die Fackel (A Tocha), que circulou em Viena entre 1899 e 1936, Kraus exerceu um jornalismo polêmico e carregado de imagens poéticas, que se insurgia contra a própria instrumentalização da palavra na informação jornalística.

“Tudo o que Kraus escreveu é (…) um silêncio às avessas, em que a tempestade de eventos adentra seu casaco preto, e ele o levanta e vira do avesso o forro de cores berrantes”, escreve Benjamin. Em torno de seu perfil, esboçado neste ensaio que era inédito em português e a excelente tradução de Helano Ribeiro agora nos apresenta, Benjamin desdobra aspectos pouco explorados de sua própria filosofia da linguagem, tematizando em particular a poesia. A partir do uso que Kraus faz das citações, tece interessantes observações que recolocam em discussão a noção de nome. Procura pensar também suas relações com o recurso recorrente do poeta à rima: “Por meio da rima, a criança finalmente compreende que atingiu o próprio topo da linguagem, onde pode ouvir o murmúrio de todas as fontes da origem”.
Este livro reúne três textos inéditos de Walter Benjamin pela primeira vez traduzidos e publicados integralmente no Brasil: as duas versões de Agesilaus Santander e o “Anúncio da revista: Angelus Novus“, escrito em 1922. A edição... more
Este livro reúne três textos inéditos de Walter Benjamin pela primeira vez traduzidos e publicados integralmente no Brasil: as duas versões de Agesilaus Santander e o “Anúncio da revista: Angelus Novus“, escrito em 1922. A edição bilíngue, em tradução de Helano Ribeiro, traz ainda o posfácio “Sob o signo do Anjo”, de Ernani Chaves, que contextualiza esses textos autobiográficos dentro da obra benjaminiana.
O presente livro reúne algumas das conferências principais proferidas durante o I CONGRESSO INTERNACIONAL WALTER BENJAMIN – BARBÁRIE E MEMÓRIA ÉTICA, além de textos de especialistas convidados que enviaram seus textos concernentes ao tema... more
O presente livro reúne algumas das conferências principais proferidas durante o I CONGRESSO INTERNACIONAL WALTER BENJAMIN – BARBÁRIE E MEMÓRIA ÉTICA, além de textos de especialistas convidados que enviaram seus textos concernentes ao tema geral de estudos. Os nomes dos autores dos diversos capítulos do livro falam por si mesmos; fazem-se presente, de fato, alguns dos mais importantes intérpretes contemporâneos do pensamento benjaminiano, responsáveis, em boa parte, pela crescente qualificação da recepção desse invulgar autor berlinense, por cuja obra o interesse nacional e internacional cresce vigorosamente, como que em resposta aos tempos disfóricos que ora vivemos.
Research Interests:
Esta coletânea traz 12 textos de pesquisadores que orbitam, de alguma maneira, as duas áreas em questão. Os capítulos têm como principal motivação o avivamento da crítica na temática e, com isso, favorecer as discussões não apenas no meio... more
Esta coletânea traz 12 textos de pesquisadores que orbitam, de alguma maneira, as duas áreas em questão. Os capítulos têm como principal motivação o avivamento da crítica na temática e, com isso, favorecer as discussões não apenas no meio acadêmico, mas, com a oferta gratuita online do livro, revigorar a importância desse intimo elo entre elas. Neste livro, o leitor vai encontrar uma série de possíveis encontros dessa relação, como o engajamento de uma filosofia literária, as aproximações de Voltaire e Borges, a leitura filosófica do manifesto antropofágico, reflexões filosóficas de trauma e memória na literatura, a constituição do corpo sexualizado no filme Ex Machina, as ponderações entre filosofia e literatura em contextos universitários, a apresentação de uma literatura linguístico-filosófica na obra de Yoko Tawada, discussões sobre autoria, historiografia e metaliteratura e, finalmente, contribuições filosófico-literárias de Albert Camus
O presente livro reúne em forma de artigos quarenta das relevantes apresentações realizadas oralmente durante o I Congresso Internacional Walter Benjamin – barbárie e memória ética, realizado na PUCRS, Porto Alegre, de 26 a 28 de setembro... more
O presente livro reúne em forma de artigos quarenta das relevantes apresentações realizadas oralmente durante o I Congresso Internacional Walter Benjamin – barbárie e memória ética, realizado na PUCRS, Porto Alegre, de 26 a 28 de setembro de 2018. Procurou-se aqui alinhar o material em torno a quatro eixos principais, com a finalidade de facilitar a consulta e abordagem: Política, Estética, Literatura e Psicanálise. A expectativa dos organizadores é que a presente publicação atinja o máximo de interessados, no Brasil e alhures, dada a crescente importância do pensamento de Walter Benjamin na urgência dos tempos que correm.
O reconhecimento da relevância e atualidade do pensamento de Walter Benjamin tem crescido de forma exponencial nos últimos anos, e não apenas em nosso meio. Sem dúvida, o tempo especialmente inóspito que atravessamos é um dos fatores para... more
O reconhecimento da relevância e atualidade do pensamento de Walter Benjamin tem crescido de forma exponencial nos últimos anos, e não apenas em nosso meio. Sem dúvida, o tempo especialmente inóspito que atravessamos é um dos fatores para que mais e mais intelectuais e jovens estudantes encontrem no pensamento de Benjamin uma alternativa extremamente vigorosa à tautologia denunciada por Blanchot: “...há uma razão que nós não aceitamos mais, há uma aparência de sabedoria que nos causa horror...”.
É possível que o conjunto do pensamento de Benjamin possa ser abordado desde o prisma de um peculiar projeto de ampliação e qualificação ética da experiência humana no mundo. O mote da “experiência”, recorrente na obra benjaminiana, muito aparentado senão mesmo de certo modo devedor, em suas feições maduras, do conceito de Erfahrung de Franz Rosenzweig, é fulcral para a compreensão da integração do universo de dados distintos na obra de Benjamin. Sua obra é profunda no sentido de ser peculiarmente caleidoscópica em termos de abrangência e erudição, um tesouro cujo acesso, embora até certo ponto franqueado desde várias direções e proveniências intelectuais, sempre preserva o segredo de sua dignidade longe de usos levianos. Isso significa que mergulhar realmente no universo benjaminiano é “chegar até o ponto sem retorno; (e) esse é exatamente o ponto que devemos atingir” (Kafka).
O livro reúne ensaios que, através de arquiteturas e arquitexturas (textos, imagens, filmes, esculturas e instalações), atualizam uma ampla discussão em que a melancolia de encontrar no presente os destroços do passado constitui uma das... more
O livro reúne ensaios que, através de arquiteturas e arquitexturas (textos, imagens, filmes, esculturas e instalações), atualizam uma ampla discussão em que a melancolia de encontrar no presente os destroços do passado constitui uma das matrizes principais. Admirar as ruínas, pensá-las, e através do encanto que delas emana colocar em questão a própria condição humana e a da natureza, é perceber nelas o que vibra entre construção e desconstrução, entre a atividade de levar uma obra a cabo e a passividade de ter de lidar com a fatalidade de que ela será acabada pela própria força do tempo, das destemperanças e das intempéries. Tal é, em poucas palavras, um dos traços que se desprendem da poética do arruinamento que "Ruinologias: ensaios sobre os destroços" do presente dispõe aos leitores.
Research Interests:
Escrito em 1931, o fragmento "História da literatura e ciência da literatura" abre um importante campo de estudos para o pensamento crítico de Walter Benjamin, um dos mais importantes filósofos do século XX. A tradução de Helano Ribeiro é... more
Escrito em 1931, o fragmento "História da literatura e ciência da literatura" abre um importante campo de estudos para o pensamento crítico de Walter Benjamin, um dos mais importantes filósofos do século XX. A tradução de Helano Ribeiro é a primeira publicada no Brasil. O cerne da obra, como aponta o Prof. Manoel Ricardo de Lima em seu posfácio, está no desdobramento de uma ideia da educação pela literatura, trazendo uma discussão abrangente que articula o campo literário e o histórico, num texto que certamente irá se tornar uma referência para os estudos nesta área.
This article aims to investigate the relationship between interdiction and transgression in Umberto Eco’s novel The Name of the Rose, aiming to demonstrate that this link is formed through dependence. The paper also seeks to analyze... more
This article aims to investigate the
relationship between interdiction
and transgression in Umberto Eco’s
novel The Name of the Rose, aiming to
demonstrate that this link is formed
through dependence. The paper also
seeks to analyze curiosity as one of the
channels through which transgression
manifests itself in the face of the bans
imposed on Eco’s fiction, not as a way of denying them, but of overcoming them
by enhancing them. It is understood that
curiosity as a transgression is the result
of a first interdiction, that of laughter,
and it is evaluated as both curiositas and
studiositas. This expression is considered,
also, as excess, an excess that leads to
death and destruction, highlighting the
danger to the homogeneous world. The
theoretical basis of this article is mainly
composed of the works of Georges
Bataille, with the support of Alberto
Manguel and Georges Minois.
Esse artigo propõe discussões acerca da poesia de Edimilson de Almeida Pereira  estabelecendo um recorte de sua produção, que bebe da fonte das culturas banto e yorubá. Nesse sentido, é uma poesia negra que se inspira na mitologia... more
Esse artigo propõe discussões acerca da poesia de Edimilson de Almeida Pereira  estabelecendo um recorte de sua produção, que bebe da fonte das culturas banto e yorubá. Nesse sentido, é uma poesia negra que se inspira na mitologia daqueles povos. Os livros de onde vieram os poemas são: Poesia + (antologia poética 1985-2019) (2019), Poemas para ler com palmas (2017) e Livro de fala (2008). Para lê-los, precisa-se, porém, acessar as epistemologias vindas de África e as entrecruzadas aqui no Brasil. Dessa forma, a base teórica referente à mitologia e a epistemologias negras partiu de Luz (1995), Oliveira (2003; 2007), Ford (1999), Haddock-Lobo (2020), Freitas (2016) e Ribeiro (1996). Tais epistemologias fogem da lógica ocidental, aí Derrida (2014) foi o fulcro teórico, além dos trabalhos de Agamben (2005) e Deleuze e Guattari (2012). Como se trata de uma poesia contemporânea, os trabalhos de Siscar (2010) contextualizaram os poemas de Pereira no aqui-e-agora. É, portanto, na crise que ...
A experiencia como pensava Walter Benjamin e aquela cuja sabedoria e autoridade encontra-se nao so nos laboratorios de ciencia, mas nas vivencias cotidianas, nas historias narradas, tanto pelo anciao que jamais saira de seu pequeno... more
A experiencia como pensava Walter Benjamin e aquela cuja sabedoria e autoridade encontra-se nao so nos laboratorios de ciencia, mas nas vivencias cotidianas, nas historias narradas, tanto pelo anciao que jamais saira de seu pequeno vilarejo quanto pelo viajante de grandes distâncias. Entretanto, em meados do seculo XIX, na Europa, atraves do Positivismo, a experiencia passou a ser contemplada no progresso cientifico e comprovavel cientificamente, sendo excluida gradativamente do universo humano. No entanto, por pensarmos – assim como Benjamin – que a experiencia deve pertencer tambem ao simples viver do homem, e que pretendemos analisar a novela-poema Os velhos tambem querem viver (2014), de Goncalo Tavares, a fim de refletir sobre o conceito da experiencia na modernidade. Como referencial teorico, elegemos, sobretudo Sobre o programa da filosofia por vir (2019) e Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem do homem (2011), ambos de Walter Benjamin, e Infância e Historia (2005), ...
Ao longo de suas obras, Georges Bataille e Roger Caillois se concentraram na conexão inabalável entre termos, aparentemente contrários, como interdição e transgressão, homogêneo e heterogêneo e mundos profanos e sagrados. Apesar de esses... more
Ao longo de suas obras, Georges Bataille e Roger Caillois se concentraram na conexão inabalável entre termos, aparentemente contrários, como interdição e transgressão, homogêneo e heterogêneo e mundos profanos e sagrados. Apesar de esses seis termos estarem ligados entre si, é no último par que este artigo se concentrará, pois tem como objetivo analisar de quais formas lugares, objetos e pessoas podem se transformar em entidades sagradas no romance O Nome da Rosa, de Umberto Eco, usando como base as teorias de ambos os filósofos franceses com o apoio de Giorgio Agamben. Entende-se que tais relações mencionadas acima, embora possam parecer opostas à primeira vista, são, de fato, determinadas umas pelas outras, pois nenhuma delas pode existir por si mesma.
The data were generated at ESRF beamline ID22 with an incident energy at 17 keV. Watznaueria britannica were analyzed with 0.1 µm x 0.1 µm pixel size and 2 s time analysis per pixel. Both coccoliths were picked from sample CM62 from... more
The data were generated at ESRF beamline ID22 with an incident energy at 17 keV. Watznaueria britannica were analyzed with 0.1 µm x 0.1 µm pixel size and 2 s time analysis per pixel. Both coccoliths were picked from sample CM62 from Murtinheira section at Cabo Mondego, Portugal dated to the lower Bajocian (Middle Jurassic). Sample position in the section in Suchéras-Marx et al. (2012). Data treatment is made using PyMCA. For each calcareous nannofossil, the raw data (.edf in .zip) and the pondered spectrum (.csv) are given. The fit file given (.cfg) was used for both coccoliths. Those data were acquired through the project EC811 at ESRF.
Este artigo é uma proposta de investigação de dois autores messiânicos: Walter Benjamin e Ferreira Gullar. Gullar, bem ao entender da exigência de Benjamin de busca de Redenção (Erlösung), insere, com frequência, em sua poesia, os... more
Este artigo é uma proposta de investigação de dois autores messiânicos: Walter Benjamin e Ferreira Gullar. Gullar, bem ao entender da exigência de Benjamin de busca de Redenção (Erlösung), insere, com frequência, em sua poesia, os excluídos de uma história contínua, progressiva e dos vencedores. Esse messianismo, no entanto, é fraco, débil e vem balanceado por uma força complementar oriunda de potentes imagens dialéticas do materialismo histórico. 
Neither a true, nor a lie, but a scripture that operates least in terms of what happened to the dimension of what is heard, the otobiography is a performance work. This article assumes the task of removing the writings of the comfortable... more
Neither a true, nor a lie, but a scripture that operates least in terms of what happened to the dimension of what is heard, the otobiography is a performance work. This article assumes the task of removing the writings of the comfortable post of literary genre - autobiography. Thus arose the analysis around the autofiction, here transformed into otofiction or performance and pure act. It is through these same gestures that Wittgenstein's Nephew is revealed, signed by Thomas Bernhard, the performance of this actor in place of the authorship of the one who betrayed the state of Austria.
RESUMO Retirar a autobiografia do seu território estável de gênero literário. Arrastá-la para o indecidível, espaço em que se lançam os jogos da linguagem não só poeticamente, mas politicamente. Entendê-la como uma singularidade qualquer... more
RESUMO Retirar a autobiografia do seu território estável de gênero literário. Arrastá-la para o indecidível, espaço em que se lançam os jogos da linguagem não só poeticamente, mas politicamente. Entendê-la como uma singularidade qualquer é o nosso objetivo. Pensamos, assim, numa escrita do que se ouve e não do que realmente houve. Esta é a escrita que desativa os binômios, inopera as oposições entre verdadeiro e falso. A otobiografia nega as representações, é performance que atua contra as identidades. Palavras-chave: autobiografia, otobiografia, qualquer, identidade ABSTRACT Remove the autobiography of his stable territory of literary genre. Drag it to the undecidable, space in which to launch the games of language not only poetically, but politically. Understand it as a singularity any is our goal. We think, therefore, in writing what you hear rather than what really happened. This is the script that disables the binomial, disarticulates oppositions between true and false. The otobiography denies the representations, it is performance that acts against identities.
Por queima de arquivo entendemos comumente a execução de uma testemunha importante que pode denunciar os autores de um delito. Apagar o arquivo, dessa forma, é destruir as pistas do crime. Aquele que detém o arquivo, nesta lógica, detém o... more
Por queima de arquivo entendemos comumente a execução de uma testemunha importante que pode denunciar os autores de um delito. Apagar o arquivo, dessa forma, é destruir as pistas do crime. Aquele que detém o arquivo, nesta lógica, detém o poder, ou a potência de mudar a história. Apaga-se o detentor do arquivo, ou o arconte, porque se acredita, através de uma transferência de valores, extinguir o próprio arquivo. Este foi o movimento nacional-socialista. A este pensamento nos guiará criticamente o texto de Didi-Huberman: Das Archiv brennt – O arquivo queima. Desta forma, verificaremos como os conceitos de anacronismo e arquivo dialogam em nome da preservação e trato crítico do arquivo. A discussão teórica será perpassada, principalmente, pelo pensamento de Didi-Huberman e Jacques Derrida.
Nem verdade, nem mentira, mas uma escritura que opera menos no plano do que houve que na dimensão daquilo que se ouve, a otobiografia é um trabalho de performance. Este artigo assume a tarefa de retirar os escritos de si do confortável... more
Nem verdade, nem mentira, mas uma escritura que opera menos no plano do que houve que na dimensão daquilo que se ouve, a otobiografia é um trabalho de performance. Este artigo assume a tarefa de retirar os escritos de si do confortável posto de gênero literário – autobiografia. Surge, assim, a análise em torno da autoficção, aqui analisada como otoficção ou uma performance e pura encenação. É através desses mesmos gestos que se revela O sobrinho de Wittgenstein, assinado por Thomas Bernhard, pela atuação deste ator em lugar da autoria daquele que traiu o Estado da Áustria.
Literature and history have many affinities. Because both are constituted as narratives, they have the art of storytelling. We would like, with this work, to defend that it is also possible to study and reflect on some historical fact... more
Literature and history have many affinities. Because both are constituted as narratives, they have the art of storytelling. We would like, with this work, to defend that it is also possible to study and reflect on some historical fact through the literary genre as if they were two margins that touch and mix. Thus, we list as object of study the novel published in 2011, authored by Michel Laub, entitled Diary of the Fall . The work in question brings the conflicts of the characters and their relationship with trauma and memory, as a result of the exposures to the shock experienced by the characters in Second World War. Our proposal is to reflect on this period, whose ruins still pulsate in the time-of-here-now . Finally, we intend to answer these questions in the course of our research, mainly based on the theories of Gagnebin (2009), Arendt (2012) and Adorno (1995). It is concluded, through the discussions presented, that there is a need to discuss Shoah in Brazil, since this atroci...
Este artigo e uma proposta de leitura outra no concernente a analise de autobiografias. Tentando fugir de sua tradicional inclusao em genero, em especial, gracas ao trato critico de Philippe Lejeune e sua teoria sobre o “pacto ... more
Este artigo e uma proposta de leitura outra no concernente a analise de autobiografias. Tentando fugir de sua tradicional inclusao em genero, em especial, gracas ao trato critico de Philippe Lejeune e sua teoria sobre o “pacto  autobiografico”, tentaremos mostrar, especialmente, com base no pensamento de Jacques Derrida, a otobiografia [ouvidografia] como uma escritura que nao se deixa fechar em um genero – uma escritura que nao se limita a simples conferencia de autenticidade da vida daquele que escreve. Trata-se aqui de um movimento da escrita de si que se da a partir do que se ouve e nao do que realmente houve.
Este artigo constroi uma conversa com Clarice Lispector e a melancolia, a partir do conceito de Das Ding de Sigmund Freud. Que objeto nao captavel e esse que cruza alguns dos textos de Clarice Lispector? Essa Coisa com c maiusculo e,... more
Este artigo constroi uma conversa com Clarice Lispector e a melancolia, a partir do conceito de Das Ding de Sigmund Freud. Que objeto nao captavel e esse que cruza alguns dos textos de Clarice Lispector? Essa Coisa com c maiusculo e, segundo a psicanalise, a Ding do melancolico, objeto incaptavel do luto dos seres saturninos. Assim, verificamos, sobretudo a partir do conto “O relatorio da coisa” como se da essa relacao entre a Coisa e o sujeito. A Sveglia ou a Coisa se mostra como o objeto do desejo, a paixao invisivel que nutre e conforta o sujeito melancolico e seu luto sem fim. PALAVRAS-CHAVE: Clarice Lispector. Luto. Melancolia. Das Ding .
O presente estudo pretende discutir questoes em torno do testemunho da Segunda Guerra Mundial. A partir do nosso objeto de estudo, o romance do gaucho Michel Laub, publicado em 2011 e intitulado Diario da Queda , iremos discutir tal... more
O presente estudo pretende discutir questoes em torno do testemunho da Segunda Guerra Mundial. A partir do nosso objeto de estudo, o romance do gaucho Michel Laub, publicado em 2011 e intitulado Diario da Queda , iremos discutir tal proposta. Como teoria, sobretudo, buscamos respaldo nos estudos de Giorgio Agamben (2009), Beatriz Sarlo (2007), Paul Ricoeur (2007), Theodor W. Adorno (1995), Georges Didi-Hubermann (2011) e Dominick Lacapra (2009). Com a metodologia da Literatura Comparada, iremos cotejar teorias e obra literaria a fim de chegarmos as consideracoes desejadas a respeito da importância do testemunho para a memoria, reconhecendo tambem a relevância de estuda-lo, uma vez que pode suscitar a empatia, a afetividade.
: This article is the translation of a thought that will be said open. That is to say, it is a conversation with the autofiction of the writer Thomas Bernhard Wittgenstein's Nephew and his performative gestures that operate in and by... more
: This article is the translation of a thought that will be said open. That is to say, it is a conversation with the autofiction of the writer Thomas Bernhard Wittgenstein's Nephew and his performative gestures that operate in and by the friendship like a concept that, above all, reveals itself through a politically ethical and ethically political discourse. When we propose this autofiction as performance we are withdrawing the representation as presence so instead we fill up with exaggerations and performance scenarios the presentations in this ball of masks and true lies. No, this is lightness, not an author[ity], but an actor named Thomas Bernhard. But not only. The representation is here in crisis because it was also clear the impossibility of political representation. 0 0 1 108 684 Helano Ribeiro 5 1 791 14.0 Normal 0 21 false false false PT-BR JA X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Normale Tabelle"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-...
O plano deste artigo e discutir o trauma presente na obra O Diario da Queda , livro de Michel Laub publicado em 2011. A partir da teoria de LaCapra, o qual defende a ideia de que o trauma provoca um lapsus que impede as vitimas de... more
O plano deste artigo e discutir o trauma presente na obra O Diario da Queda , livro de Michel Laub publicado em 2011. A partir da teoria de LaCapra, o qual defende a ideia de que o trauma provoca um lapsus que impede as vitimas de seguirem suas vidas, interrompe a continuidade com o passado e poe, assim, em questao a propria identidade, iremos discutir nosso objeto de estudo. Dialogaremos, tambem, com estudos de Agamben que tratam do testemunho, defendendo a ideia de que justificar a propria existencia nao e facil e, menos ainda, quando falamos de um campo de concentracao. Isso posto, elencamos outro ponto a ser discutido nesta pesquisa: a memoria. Sera que, como diz LaCapra, ja falamos demais sobre o nazismo? Sera que temos a necessidade de, ainda hoje, rememorar Auschwitz? Adiantemos que nao; jamais sera demasiado o que se falou sobre o assunto. E sempre importante lembrar, porque, como propoe Benjamin, e com a rememoracao que conseguimos uma chave para o que veio antes e depois.
Este artigo propõe uma articulação crítica acerca texto de Walter Benjamin “A tarefa do tradutor” a partir de uma ideia que ele nos coloca: tradução e messianismo, forças de um por vir da vida e história, são de ordem politicamente ética,... more
Este artigo propõe uma articulação crítica acerca texto de Walter Benjamin “A tarefa do tradutor” a partir de uma ideia que ele nos coloca: tradução e messianismo, forças de um por vir da vida e história, são de ordem politicamente ética, mas também de transgressão e profanação. A política do tradutor, assim, se apresenta através de suas decisões tradutórias e resulta em um processo de contaminação da obra original e sua tradução. Esse gesto pressupõe um encontro de hospitalidade incondicional. A intrusão do original na língua de tradução é um movimento de pura alteridade. A partir de Giorgio Agamben, temos a tarefa do tradutor como um ato de profanação. Jacques Derrida e Jean-Luc Nancy embasam a discussão teórica acerca da hospitalidade absoluta e da intrusão inerente à própria vida, intrínseca à tarefa política do tradutor.
0 0 1 105 564 Helano Ribeiro 10 1 668 14.0 96 Normal 0 21 false false false PT-BR JA X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Normale Tabelle"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0;... more
0 0 1 105 564 Helano Ribeiro 10 1 668 14.0 96 Normal 0 21 false false false PT-BR JA X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Normale Tabelle"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:Cambria;} Este artigo tem como objetivo investigar o procedimento da escrita de si de Thomas Bernhard, sua Origem , a partir de uma ideia que ela mesma monta: entender os escritos de si como um exercicio de escuta. Trata-se de um relato de vida do que se ouve e nao do que realmente houve. Nem verdade, nem mentira, mas, ao mesmo tempo, verdade e mentira, ou seja, e falar de uma otobiografia que opera sorrateiramente no campo do indecidivel, que nao se deixa enclausurar em um genero. Essa estranha instituicao bernhardiana e aberta, ...
Walter Benjamin irá propor como tarefa do materialista histórico a politização da estética em contraposição à estetização da política, característica dos fascismos. Nesse sentido, é objetivo deste artigo analisar a repetição enquanto... more
Walter Benjamin irá propor como tarefa do materialista histórico a politização da estética em contraposição à estetização da política, característica dos fascismos. Nesse sentido, é objetivo deste artigo analisar a repetição enquanto recurso estilístico que se revela como uma possibilidade de resistência estética e política. Assim, o escritor Thomas Bernhard surge aqui, através de sua arte do exagero, com uma escritura que interpela e nos faz pensar sobre a necessidade de perpetuação da memória. A escritura deThomas Bernhard é repetição que impede a destruição da vida e compactua com Mnemósine para sua perpetuação, para a manutenção deste arquivo fora da lei.
Este artigo propõe uma análise de Walter Benjamin a partir de seus escritos supostamente autobiográficos, Infância berlinense: 1900 e Crônica berlinense, a partir de uma imagem que Freud nos coloca: a do arqueólogo, ou, aquele que escava... more
Este artigo propõe uma análise de Walter Benjamin a partir de seus escritos supostamente autobiográficos, Infância berlinense: 1900 e Crônica berlinense, a partir de uma imagem que Freud nos coloca: a do arqueólogo, ou, aquele que escava as memórias. Assim, esse arqueólogo do instante se apresenta pela e na des-figuração de uma linguagem que já surge menos como meio de transmissão da comunicação do que como espaço onde seus sonhos e devaneios se revelam. Por fim, a potência dos Denkbilder benjaminianos se mostra como sintoma de uma modernidade sem norte e como falsa promessa da história da racionalidade e do progresso.
Este artigo tem como objetivo investigar o procedimento da escrita de si de Thomas Bernhard, sua Origem , a partir de uma ideia que ela mesma elabora: entender os escritos de si atraves das mascaras de Thomas Bernhard e suas ruinas... more
Este artigo tem como objetivo investigar o procedimento da escrita de si de Thomas Bernhard, sua Origem , a partir de uma ideia que ela mesma elabora: entender os escritos de si atraves das mascaras de Thomas Bernhard e suas ruinas dialeticas permeadas de exageros e repeticoes teatrais que apontam, deste modo, atraves destas mesmas mascaras, para uma leitura iluminada da historia. Esse e, sobretudo, um gesto politico. No trabalho arqueologico proposto no presente artigo o pulo original [ Ursprung ] a sua Origem se revela benjaminiano no instante em que Thomas Bernhard resolve narrar historia dos excluidos da historia.
A des-feita do olhar europeu pelo latino-americano é o tema central deste artigo. Deste modo, surge o livro Asco de Horacio Castellano Moya que, apoiado no campo da indecidibilidade arma seu jogo de différance politicamente estético em... more
A des-feita do olhar europeu pelo latino-americano é o tema central deste artigo. Deste modo, surge o livro Asco de Horacio Castellano Moya que, apoiado no campo da indecidibilidade arma seu jogo de différance politicamente estético em torno de San Salvador. Apropriado do nome do escritor Thomas Bernhard e sua estética da repetição, caminha Moya para a desconstrução dos nomes próprios e de uma origem matricial, desestruturando, assim, a dependência entre o original e sua cópia. Este é, sobretudo, um gesto político. No trabalho arqueológico proposto no presente artigo o pulo original [Ursprung] às memórias do narrador se revela redentor a partir do momento em que Moya resolve contar a história dos vencidos.
Apresentação do número temático (v. 22, n. 2, abr.-jun. 2019)
This article proposes a critical articulation about Walter Benjamin's text “The task of the translator” based on an idea that he puts to us: translation and messianism, forces of one to come from life and history, are of a politically... more
This article proposes a critical articulation about Walter Benjamin's text “The task of the translator” based on an idea that he puts to us: translation and messianism, forces of one to come from life and history, are of a politically ethical order, but also of a transgression and profanation nature. The translator's policy, therefore, presents itself through his translation decisions and results in a process of contamination of the original work and its translation. This gesture presupposes an encounter of unconditional hospitality. The intrusion of the original into the language of translation is a movement of pure otherness. From Giorgio Agamben, we have the task of the translator as an act of profanation. Jacques Derrida and Jean-Luc Nancy support the theoretical discussion about absolute hospitality and the intrusion inherent in life itself, intrinsic to the translator's political task.
This article is a research proposal of investigation of two messianic authors: Walter Benjamin and the poet Ferreira Gullar. Gullar, in accordance with Benjamin’s quest for Redemption (Erlösung), often inserts in his poetry those... more
This article is a research proposal of investigation of two messianic authors: Walter Benjamin and the poet Ferreira Gullar. Gullar, in accordance with Benjamin’s quest for Redemption (Erlösung), often inserts in his poetry those excluded from a continuous, progressive history of victors. This Messianism, however, is weak, fragile, balanced by a complementary force derived from powerful dialectical images of historical materialism.
Este artigo propõe uma análise de Walter Benjamin a partir de seus escritos supostamente autobiográficos, Infância berlinense: 1900 e Crônica berlinense, a partir de uma imagem que Freud nos coloca: a do arqueólogo, ou, aquele que escava... more
Este artigo propõe uma análise de Walter Benjamin a partir de seus escritos supostamente autobiográficos, Infância berlinense: 1900 e Crônica berlinense, a partir de uma imagem que Freud nos coloca: a do arqueólogo, ou, aquele que escava as memórias. Assim, esse arqueólo-go do instante se apresenta pela e na des-figuração de uma linguagem que já surge menos como meio de transmissão da comunicação do que como espaço onde seus sonhos e devaneios se revelam. Por fim, a po-tência dos Denkbilder benjaminianos se mostra como sintoma de uma modernidade sem norte e como falsa promessa da história da racionali-dade e do progresso. Palavras-chave: Walter Benjamin. Sonho. Infância. Autobiografia. Abstract: This article proposes an analysis of Walter Benjamin from his supposedly autobiographical writings Berlin Childhood: 1900 and Berlin Chronicle from a figure which Freud puts to us: that of the archaeologist, or, according to psychoanalysis, the one who digs out the memories. Thus, this archeologist of the moment presents himself by and in the dis-figuration of a language that already appears less as a means of transmitting communication than as a space where his dreams and daydreams are revealed. Finally, the power of the Benjamin Denkbilder
Revista Linguagem & Ensino
v. 23, n. 1 (2020)
Temas de América Latina y el Caribe
Research Interests:
Revista Linguagem & Ensino v. 22, n. 1 (2019) Número atemático

https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/issue/view/868
Revista Linguagem & Ensino
v. 22, n. 2 (2019)

https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/issue/view/893
Estudos Germanísticos
Este artigo é a tradução de um pensamento que se dirá aberto. Ou seja, é uma conversa com a autoficção do escritor Thomas Bernhard O sobrinho de Wittgenstein e seus gestos performáticos que operam na e pela amizade como um conceito que,... more
Este artigo é a tradução de um pensamento que se dirá aberto. Ou seja, é uma conversa com a autoficção do escritor Thomas Bernhard O sobrinho de Wittgenstein e seus gestos performáticos que operam na e pela amizade como um conceito que, sobretudo, revela-se através de um discurso politicamente ético e eticamente político. Ao propormos essa autoficção como performance, estamos retirando a representação como presença para em seu lugar enchermos de exageros e encenações performáticas as apresentações neste baile de máscaras e mentiras verdadeiras. Não, aqui se trata de leveza, não de autor[idade], mas sim de um ator chamado Thomas Bernhard. Mas não só. A representação mostra-se aqui em crise porque ficou clara, também, a impossibilidade de representação política. ABSTRACT: This article is the translation of a thought that will be said open. That is to say, it is a conversation with the autofiction of the writer Thomas Bernhard Wittgenstein's Nephew and his performative gestures that operate in and by the friendship like a concept that, above all, reveals itself through a politically ethical and ethically political discourse. When we propose this autofiction as performance we are withdrawing the representation as presence so instead we fill up with exaggerations and performance scenarios the presentations in this ball of masks and true lies. No, this is lightness, not an author[ity], but an actor named Thomas Bernhard. But not only. The representation is here in crisis because it was also clear the impossibility of political representation.
Research Interests:
Walter Benjamin irá propor como tarefa do materialista histórico a politização da estética em contraposição à estetização da política, característica dos fascismos. Nesse sentido, é objetivo deste arti-go analisar a repetição enquanto... more
Walter Benjamin irá propor como tarefa do materialista histórico a politização da estética em contraposição à estetização da política, característica dos fascismos. Nesse sentido, é objetivo deste arti-go analisar a repetição enquanto recurso estilístico que se revela como uma possibilidade de resistência estética e política. Assim, o escritor Thomas Bernard surge aqui, através de sua arte do exagero, com uma escritura que interpela e nos faz pensar sobre a necessidade de perpetuação da memória. A escritura de Thomas Bernhard é repetição que impede a destruição da vida e compactua com Mnemósine para sua perpetuação, para a manutenção deste arquivo fora da lei.

Abstract: Walter Benjamin will propose as historical materialist task politicization of aesthetics as opposed to the aesthetics of politics, characteristic of fascism. Therefore, it is purpose of this article to analyze the repetition as a stylistic feature that is revealed as a possibility for aesthetic and political resistance. So the writer Thomas Bernard comes here, through his art of exaggeration, with a scripture that calls and makes us think about the need to perpetuate the memory. The Thomas Bernhard's writing is repeating that prevents the destruction of life and condone Mnemosyne for its perpetuation, for the maintenance of the archive outside the law.
Research Interests:
Neither a true, nor a lie, but a scripture that operates least in terms of what happened to the dimension of what is heard, the otobiography is a performance work. This article assumes the task of removing the writings of the comfortable... more
Neither a true, nor a lie, but a scripture that operates
least in terms of what happened to the dimension of
what is heard, the otobiography is a performance
work. This article assumes the task of removing the
writings of the comfortable post of literary genre
- autobiography. Thus arose the analysis around
the autofiction, here transformed into otofiction or
performance and pure act. It is through these same
gestures that Wittgenstein's Nephew is revealed,
signed by Thomas Bernhard, the performance of
this actor in place of the authorship of the one who
betrayed the state of Austria.
Research Interests:
A des-feita do olhar europeu pelo latino-americano é o tema central deste artigo. Deste modo, surge o livro Asco de Horacio Castellano Moya que, apoiado no campo da indecidibilidade arma seu jogo de différance politicamente estético em... more
A des-feita do olhar europeu pelo latino-americano é o tema central deste artigo. Deste modo, surge o livro Asco de Horacio Castellano Moya que, apoiado no campo da indecidibilidade arma seu jogo de différance politicamente estético em torno de San Salvador. Apropriado do nome do escritor Thomas Bernhard e sua estética da repetição, caminha Moya para a desconstrução dos nomes próprios e de uma origem matricial, desestruturando, assim, a dependência entre o original e sua cópia. Este é, sobretudo, um gesto político. No trabalho arqueológico proposto no presente artigo o pulo original [Ursprung] às memórias do narrador se revela redentor a partir do momento em que Moya resolve contar a história dos vencidos.
Research Interests:
The intention of this paper is to analyze the concept or arquiconcept neutral from Roland Barthes and Maurice Blanchot. What is this undecidable figure that cuts and splits the writing? If we think in these tacit trail of dichotomies,... more
The intention of this paper is to analyze the concept or arquiconcept
neutral from Roland Barthes and Maurice Blanchot. What is this undecidable
figure that cuts and splits the writing? If we think in these tacit trail of dichotomies, such as a plain white writing figure, which manages to slip [run through
the river of language] through existing lock into male and female, can conceive
neutral, above all as a political possibility of ethics the in-visible and un-told.
And if literature tends to silence, according to Blanchot, it is because it moves
itself toward its limits. its limit, this neutral is the third blank, is the edge of
a strange limbo between-place that we call writing.
Research Interests:
Este artigo tem como objetivo investigar o procedimento da escrita de si de Thomas Bernhard, sua Origem, a partir de uma ideia que ela mesma elabora: entender os escritos de si através das máscaras de Thomas Bernhard e suas ruínas... more
Este artigo tem como objetivo investigar o procedimento da escrita de si de Thomas Bernhard, sua Origem, a partir de uma ideia que ela mesma elabora: entender os escritos de si através das máscaras de Thomas Bernhard e suas ruínas dialéticas permeadas de exageros e repetições teatrais que apontam, deste modo, através destas mesmas máscaras, para uma leitura iluminada da história. Esse é, sobretudo, um gesto político. No trabalho arqueológico proposto no presente artigo, o pulo original (Ursprung) a sua Origem se revela benjaminiano no instante em que Thomas Bernhard resolve narrar a história dos excluídos da história. Palavras-chave: Thomas Bernhard. Walter Benjamin. Máscaras. Ruínas. Abstract: This article aims to investigate the self-writing procedure by Thomas Bernhard, its Origin, from an idea that it presents to us: understand the writings of itself through the masks of Thomas Bernhard and his dialectical ruins permeated with theatrical exaggerations and repetitions that link thus through these same masks, to an enlightened reading of history. This is, mainly, a political gesture. In the archaeological work proposed in the following article the primordial leap (Ursprung), as Walter Benjamin would say, to that same Origin is revealed redeeming from the moment Thomas Bernhard decides to tell the history of the vanquished.
Research Interests:

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