Fabio Bernardo

Resumo Este artigo apresenta as vivências, percepções e concepções de três estudantes do Ensino Médio (EM) com Deficiência Visual (DV), de três unidades distintas de uma mesma rede pública de ensino. Com o suporte referencial das ideias que defendem a institucionalização e a consolidação dos processos de inclusão por meio do desenvolvimento de políticas, culturas e práticas inclusivas, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, em busca de um panorama holístico das questões que envolvem a disponibilização e a utilização (ou não) de recursos didáticos e de Tecnologia Assistiva, as estratégias e metodologias aplicadas no ensino de Matemática e as questões que permeiam o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Como resultado, observa-se avanço no acesso às escolas e na disponibilização de materiais e recursos adequados à escolarização dos estudantes com DV, embora tais recursos não sejam empregados nas aulas regulares. Além disso, o despreparo docente e a falta de profissionai...

O presente trabalho tem por objetivo evidenciar o importante papel do Instituto Benjamin Constant (IBC), centro de referencia nacional na area de deficiencia visual, como instituicao que promove, discute e difunde trabalhos e pesquisas em sua area de atuacao. O artigo traz um breve historico de sua existencia e sua estrutura atual, apresentando, ainda, a divisao de pesquisa, documentacao e informacao, que tem por finalidade fortalecer, documentar e disseminar as pesquisas dentro da instituicao, bem como compartilhar esse conhecimento por meio de revistas cientificas, publicacoes e promocao de eventos academicos. Em seguida, o trabalho faz um “raio X” do I Simposio Nacional de Tecnologia Assistiva, promovido pelo IBC em outubro de 2015. Apresenta, detalhadamente, os numeros do evento, as palestras proferidas, as oficinas e comunicacoes orais apresentadas no Simposio e a avaliacao do evento feita pelos participantes. Por fim, reitera-se a busca por um papel de protagonismo nacional na area de deficiencia visual por parte da instituicao no que se refere ao atendimento especializado, diante das inumeras demandas de uma sociedade inclusiva e menos excludente, que possa oferecer ao deficiente visual melhores condicoes de vida.

O presente trabalho é um recorte de um estudo mais amplo, no qual foram adaptadas e aplicadas cerca de vinte atividades de análise combinatória para alunos com deficiência visual e para alunos surdos. Algumas atividades foram desenvolvidas pelos autores e outras adaptadas de livros didáticos e artigos. Temos como objetivos detalhar a aplicação e discutir a influência dos recursos e da formulação dos enunciados na resolução de dois problemas. Os percursos metodológicos incluíram as etapas de produção e adaptação de materiais; aplicação das atividades com apresentação em Libras (Língua Brasileira de Sinais); e discussão dos resultados observados. Corroborando com os referenciais pesquisados, foi possível concluir a importância da apresentação dos enunciados dos problemas em Libras e utilização de recursos visuais que facilitassem seu entendimento para os surdos, bem como a utilização de materiais táteis que pudessem permitir aos alunos com deficiência visual compreender os problemas, ...

O trabalho tem por finalidade discutir a importância do desenvolvimento e da consolidação de Culturas Inclusivas nos espaços escolares como um conjunto de valores e ações, para que estudantes, com ou sem deficiência, possam ser acolhidos e tratados com equidade em seus processos de escolarização. Foram entrevistados três estudantes com deficiência visual e três professores de matemática de uma rede pública de ensino, em busca de suas percepções e experiências no que se refere ao período de adaptação à sala de aula e aos demais espaços escolares, às condições de trabalho, bem como aos aspectos que envolvem o ensino e a aprendizagem de matemática. Os resultados, discutidos à luz da análise de conteúdo, apontam para uma realidade escolar em que os alunos tiveram problemas de adaptação nos primeiros meses, dificuldades em estabelecer vínculos, e suas participações nas aulas, muitas vezes, se limitaram ao papel de ouvintes. Além disso, observaram-se atividades de ensino acontecendo fora ...

Resumo: O presente trabalho é um recorte de um estudo mais amplo, no qual foram adaptadas e aplicadas cerca de vinte atividades de análise combinatória para alunos com deficiência visual e para alunos surdos. Algumas atividades foram desenvolvidas pelos autores e outras adaptadas de livros didáticos e artigos. Temos como objetivos detalhar a aplicação e discutir a influência dos recursos e da formulação dos enunciados na resolução de dois problemas. Os percursos metodológicos incluíram as etapas de produção e adaptação de materiais; aplicação das atividades com apresentação em Libras (Língua Brasileira de Sinais); e discussão dos resultados observados. Corroborando com os referenciais pesquisados, foi possível concluir a importância da apresentação dos enunciados dos problemas em Libras e utilização de recursos visuais que facilitassem seu entendimento para os surdos, bem como a utilização de materiais táteis que pudessem permitir aos alunos com deficiência visual compreender os pro...

Este trabalho apresenta e discute algumas contribuições das aulas de ciências da natureza e matemática para alunos com deficiência visual, sob a perspectiva do desenvolvimento de culturas, políticas e práticas inclusivas. Considera-se que os movimentos inclusivos não devem estar vinculados apenas aos espaços escolares e precisam se basear, primeiramente, em valores inclusivos, os quais constituem-se como fundamentais para as ações. A pesquisa vem sendo desenvolvida ao longo dos últimos anos em uma escola especializada e se revela como uma investigação qualitativa, numa perspectiva de observação participante, que teve como campo de observação o próprio ambiente de trabalho dos autores. Como resultados, o trabalho tem se mostrado promissor, uma vez que as aulas se tornaram espaços de discussão crítica e reflexiva, extrapolando os limites das disciplinas. Dessa forma, propõe-se então o uso de diferentes e diversificados recursos e metodologias que respeitam as diferenças e as singulari...

Os documentos oficiais e os recentes avancos da legislacao buscam assegurar e garantir a oferta de um sistema educacional inclusivo em todos os niveis e modalidades de ensino e a adocao de projetos pedagogicos que institucionalizem o atendimento educacional especializado. Dessa forma, buscamos neste trabalho, apresentar e discutir a utilizacao de recursos didaticos imprescindiveis ao ensino de matematica para alunos com Deficiencia Visual (DV), estendendo e ampliando essas concepcoes para alem dos objetos materiais, incluindo ainda as metodologias, a interacao aluno-professor e algumas tecnologias assistivas que podem minimizar as dificuldades desses alunos no aprendizado de matematica. O trabalho se propoe a familiarizar o professor com a leitura e escrita matematica em braille, com a producao de material grafo-tatil acessivel e uma breve apresentacao dos softwares Braille Facil e Monet, como recursos uteis ao professor que atua/atuara com alunos com DV. Apresentaremos um vies qual...

Resumo Este trabalho apresenta um relato de experiência sobre a parceria entre a Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e o Instituto Benjamin Constant (IBC), escola especializada no ensino de alunos com deficiência visual, no estágio supervisionado voltado para a inclusão. Entende-se que o estágio é um caminho possível para promover uma formação matemática inclusiva para o futuro professor, pois proporciona a vivência em contextos inclusivos ou voltados para educação especial e oportuniza reflexões sobre as especificidades do ensino de matemática para alunos com necessidades educacionais especiais. O estudo descreve a estrutura do estágio supervisionado e suas atividades, às quais se desenvolvem em parte na universidade e em parte na escola. Brevemente, apresentam-se os resultados de uma avaliação, realizada com três turmas de licenciandos (2015, 2016 e 2017) que passaram pelo IBC. A avaliação teve como objetivo obter um feedback sobre o estágio no IBC. Palavras-chave: Formação de Professores. Estágio Supervisionado. Inclusão. Deficiência Visual. Abstract We report an experience about the partnership between the Undergraduate Mathematics Teacher Course of the Federal University of the State of Rio de Janeiro (UNIRIO) and Benjamin Constant Institute (IBC), which is a school specialized in the teaching of visually impaired students. The partnership concerns the supervised internship practice for inclusion. We understand that the supervised internship is a possible way forward to promote an inclusive mathematical education for the future teacher, since it provides the experience in inclusive or special education contexts and offers reflections on the specificities of mathematics teaching for students with special educational needs. We briefly describe the structure of the supervised training and its activities, which are developed partly in the university and partly in the school. We present the results of an evaluation carried out with three classes of students (2015, 2016 and 2017) who completed their training at IBC. The objective of the evaluation was to obtain feedback about the training at IBC.

Resumo Os documentos oficiais e os recentes avanços da legislação buscam assegurar e garantir a oferta de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de ensino e a adoção de projetos pedagógicos que institucionalizem o atendimento educacional especializado. Dessa forma, buscamos neste trabalho, apresentar e discutir a utilização de recursos didáticos imprescindíveis ao ensino de matemática para alunos com Deficiência Visual (DV), estendendo e ampliando essas concepções para além dos objetos materiais, incluindo ainda as metodologias, a interação aluno-professor e algumas tecnologias assistivas que podem minimizar as dificuldades desses alunos no aprendizado de matemática. O trabalho se propõe a familiarizar o professor com a leitura e escrita matemática em braille, com a produção de material grafo-tátil acessível e uma breve apresentação dos softwares Braille Fácil e Monet, como recursos úteis ao professor que atua/atuará com alunos com DV. Apresentaremos um viés qualitativo de investigação que busca descrever os recursos e as metodologias utilizadas por seus autores no ensino de matemática para alunos com DV, que teve como local de observação o Instituto Benjamin Constant, uma escola especializada no ensino de alunos com DV. Com o desenvolvimento da pesquisa, foi possível observar que os alunos compreenderam os conceitos e procedimentos apresentados, desenvolveram habilidades de interpretação, além de apropriada organização de dados para a solução dos problemas propostos. Os alunos puderam participar ativamente de todo o contexto das aulas, além de serem capazes de se posicionar criticamente frente às discussões propostas e desencadeadas pelos conteúdos trabalhados. Palavras-chave: Ensino de Matemática. Recursos didáticos. Metodologias. Deficientes Visuais. Abstract Issues related to the teaching and learning of people with disabilities have, in recent years, become important objects of study and research. The official documents and the recent advances of the legislation seek to ensure and guarantee the offer of an inclusive educational system in all levels and modalities of teaching and the adoption of pedagogical projects that institutionalize the specialized educational service. In this way, we seek to present and discuss the use of didactic resources essential to the teaching of mathematics for students with Visual Impairment (VI), extending and expanding these concepts beyond material objects, including language, methodologies, interaction student-teacher and the main assistive technologies that can favor and minimize the difficulties of these students in learning math. The paper aims to familiarize math´s teachers with braille mathematical reading and writing, the production of accessible graph-tactile material for teaching mathematics, and a brief presentation of Braille Fácil and Monet softwares, as resources that may be useful to the teacher who will work with students with VI. For this work we will present a qualitative research that seeks to describe the resources and methodologies used by its authors in the teaching of mathematics for students with VI, which had as a place of observation the natural environment of two of the authors and the research site of Master's degree from the third author. With the development of research, it was possible to observe that the students understood the presented concepts and procedures, developed sentence interpretation skills and mental calculation techniques, as well as correct data organization for solving the proposed problems. The students were able to participate actively in the whole context of the classes, besides being able to position themselves critically in the face of the discussions proposed and triggered by the contents worked.

INTRODUÇÃO Durante muito tempo, a educação especial esteve associada a espaços exclusivos, substitutivos, complementares/suplementares de acesso à escolarização para pessoas com necessidades educacionais especiais. Ao longo dos anos, foi possível notar um grande esforço, por parte das sociedades civil e acadêmica, em direcionar ações, acordos, leis, estudos e pesquisas que se mostrassem capazes de garantir o direito público e subjetivo de acesso e permanência das pessoas com deficiência nos espaços escolares, ao lado dos demais estudantes. Desde a década de 1980, quando a Constituição Federal (CF), em seu artigo 205, definiu a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho, estabelecendo igualdade de condições de acesso e permanência na escola como um princípio, a sociedade vem lutando para garantir o acesso e o direito à escolarização de todos. Dessa forma, vamos tomar por base a CF-também conhecida como "Constituição Cidadã", por estabelecer deveres e garantir direitos a grupos sociais marginalizados, como, por exemplo, as pessoas com deficiência-como o ponto de partida de uma linha temporal por nós construída, na qual apresentaremos os principais documentos legais relacionados aos direitos das pessoas com deficiência, com o objetivo de destacar os avanços, as conquistas e também as incoerências de um sistema controvertido, em prol de uma sociedade mais humanizada e inclusiva, principalmente no ambiente educacional. Em seguida, vamos apresentar e discutir as principais concepções que permeiam a construção de espaços educacionais inclusivos, à luz de algumas ideias de Booth, Ainscow, 2011; Santos et al., 2017. Os autores acreditam que a consolidação desses espaços passa pela construção e o desenvolvimento de políticas, culturas e práticas não só na escola, mas também na sociedade como um todo. Por fim, apresentaremos algumas contribuições de uma escola especializada na educação de pessoas com deficiência visual que, ao longo dos anos, vem-se modificando e transformando, com o propósito de contribuir e integrar o processo de inclusão almejado, ainda em fase de implementação e consolidação na sociedade. Destacaremos as contribuições no campo da formação e da capacitação de profissionais, bem como no campo das práticas pedagógicas e metodologias de ensino que podem contribuir para a inclusão de alunos nas salas de aula dos espaços educacionais. Este trabalho está pautado em uma pesquisa de cunho bibliográfico, inspirada na revisão de literatura e apoiada em um viés qualitativo de investigação e, portanto, descritivo, que teve como local de observação uma escola especializada na educação de pessoas com Deficiência Visual (DV), situada na cidade do Rio de Janeiro, ambiente profissional natural dos autores. De acordo com Creswell (2010), o ambiente natural pode ser definido como o local em que os pesquisadores vivenciam a questão ou o problema em estudo. O ambiente natural sugere a coleta de dados e informações por meio da observação direta e espontânea do ambiente, além de possibilitar contato direto e irrestrito com as questões investigadas, e com a forma como se comportam e agem os atores em determinado contexto.

Introdução Este relato de experiências tem por objetivo descontruir a lógica educacional, presente em metodologias de ensino que insistem numa prática de sala de aula pautada em uma abordagem mecanizada, cartesiana e fragmentada dos conteúdos e das disciplinas. Baseados nisso e em busca de uma abordagem mais significativa para os alunos, desenvolvemos um projeto que se propunha utilizar o tema transversal "Meio Ambiente" para unir, integrar e articular as disciplinas de matemática e ciências naturais em uma turma do sexto ano de escolaridade do Instituto Benjamin Constant (IBC) no segundo semestre de 2016. Nossa experiência no ensino de ciências naturais e matemática para alunos com deficiência visual (DV) revelou uma forte necessidade de (re) pensarmos nossa postura como professores, uma vez que as salas de aula do IBC possuem características diferentes daquelas comumente encontradas nas escolas regulares. Nossa turma possuía nove alunos, quatro deles cegos e os demais com baixa visão, não utilizávamos "quadro negro" e nossas disciplinas contam com abordagens com grande apelo visual e graus variados de abstração. Ainda que a matemática e as ciências naturais estejam estreitamente relacionadas com o cotidiano, é comum ouvirmos de nossos alunos questionamentos, tais como: "Por que temos que estudar esse conteúdo?". Questionamentos como esse nos motivaram a elaborar, conjuntamente, aulas mais participativas, reflexivas e impregnadas de significados para os alunos. Dessa forma, apresentaremos um relato de experiências, que teve como ideia central a articulação entre os pares sujeito-objeto, parte-todo, razão-emoção, professores-alunos, alunos-alunos, ciências naturais-matemática, conteúdos-cotidiano. Escolhemos o tema transversal do "Meio Ambiente" e essa escolha se deu apoiada nas ideias dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), que sugerem os temas transversais como assuntos que podem articular os conhecimentos das diversas disciplinas. Santos (2008) sugere

GD n° 13-Educação Matemática e Inclusão Resumo: Este trabalho apresenta os resultados de um estudo piloto que compõe parte de uma pesquisa de doutorado em andamento, de natureza qualitativa, cujo objetivo é o de investigar como se dão os processos de ensino e de aprendizagem de matemática de alunos com deficiência visual (DV), matriculados em uma escola pública na cidade do Rio de Janeiro, que recebe alunos com DV há cerca de 40 anos. Incialmente, apresentaremos um breve retrospecto das pesquisas no Ensino de Matemática (EM) para pessoas com DV e, em seguida, discutiremos alguns pontos referentes à entrevista semiestruturada, realizada com um professor da instituição onde atua com alunos com DV. Como metodologia, adotamos a análise de conteúdo para a confecção dos questionários e para a análise dos dados coletados na entrevista. Os resultados apontam para a necessidade de se rever ações, políticas e práticas para que a escola possa implementar ações coletivas mais efetivas para o atendimento dos alunos com DV em uma perspectiva de inclusão. Espera-se que esta pesquisa possa levantar outras/novas discussões, para além daquelas encontradas na literatura, de forma a apontar caminhos que possam levar a um ensino de matemática mais equânime, inclusivo, humanizado, respeitando as singularidades de cada aluno nas diferentes redes de ensino do País. Palavras-chave: Ensino de Matemática. Deficiência Visual. Inclusão. INTRODUÇÃO As questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem de pessoas com deficiências tornaram-se, nos últimos anos, importante objeto de estudo e investigação. Mais recentemente, em janeiro de 2016, entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) que assegura a oferta de sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de ensino e a adoção de projetos pedagógicos que institucionalizem o atendimento educacional especializado a alunos incluídos. Este trabalho se propõe a analisar a inclusão na perspectiva do direito universal à educação, discutir e propor medidas e ações para um ensino de matemática voltado para uma orientação inclusiva mais eficaz e menos excludente. De acordo com Santos (2004), uma orientação inclusiva pode ser entendida como sendo "os esforços empreendidos pela instituição educacional no sentido de se minimizar, ou eliminar, as barreiras que estudantes

Resumo Este trabalho apresenta os resultados de uma entrevista piloto que compõe parte de uma pesquisa de doutorado em andamento, de natureza qualitativa, cujo objetivo é o de investigar como se dá o processo de ensino e aprendizagem de matemática de alunos com deficiência visual (DV), matriculados em uma escola pública na cidade do Rio de Janeiro, que recebe alunos com DV há cerca de 40 anos. Inicialmente, apresentaremos duas pesquisas que também se propuseram a escutar alunos com DV acerca de sua escolarização e, em seguida, discutiremos alguns pontos referentes à entrevista semiestruturada, realizada com um ex-aluno da instituição onde se dará a pesquisa de campo do estudo principal. Como metodologia, adotamos a análise de conteúdo para a confecção dos questionários e para a análise dos dados coletados na entrevista. Os resultados apontam para a necessidade de se rever ações, políticas e práticas para que a escola possa implementar ações coletivas mais efetivas para o atendimento dos alunos com DV em uma perspectiva de inclusão. Espera-se que esta pesquisa possa levantar outras/novas discussões, para além daquelas encontradas na literatura, de forma a apontar caminhos que possam levar a um ensino de matemática mais equânime, inclusivo, humanizado, respeitando as singularidades de cada aluno nas diferentes redes de ensino do País. Palavras-chave: Ensino de Matemática, Deficiência Visual, Inclusão Introdução Este trabalho é parte de uma pesquisa de doutorado cujo objetivo é investigar as práticas pedagógicas e curriculares desenvolvidas e praticadas em uma escola pública na cidade do Rio de Janeiro que recebe alunos com deficiência visual (DV) há muitos anos. A partir de um estudo etnográfico, a pesquisa (doutorado) se propõe a uma imersão em uma escola inclusiva, complementada por entrevistas com alunos com DV e com os professores desses alunos em busca de uma visão holística do processo de inclusão que ocorre dentro da escola. Neste artigo, trazemos um recorte dessa pesquisa, apresentando uma entrevista piloto realizada com um ex-aluno da escola a ser investigada na pesquisa de campo e os desdobramentos de sua fala frente às demandas e às necessidade de mudanças nas ações

Resumo: As questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem de pessoas com deficiências tornaram-se, nos últimos anos, importantes objetos de estudo e investigação. Os documentos oficiais e os recentes avanços da legislação buscam assegurar e garantir a oferta de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de ensino e a adoção de projetos pedagógicos que institucionalizem o atendimento educacional especializado. Dessa forma, buscamos neste trabalho, apresentar e discutir as concepções sobre o uso de recursos didáticos para o ensino de matemática para alunos com Deficiência Visual (DV), estendendo e ampliando essas concepções para além dos objetos materiais, incluindo ainda a linguagem, as metodologias, a interação aluno-professor e as principais tecnologias assistivas que podem favorecer e minimizar as dificuldades desses alunos no aprendizado de matemática. O público alvo ao qual se destina este minicurso O minicurso se propõe a familiarizar os cursistas com a leitura e escrita matemática em braile, as noções básicas de utilização do soroban, a produção de material grafo-tátil acessível para o ensino de matemática e uma breve apresentação dos softwares Braile Fácil e Monet, como recursos que podem ser úteis ao professor que atua/atuará com alunos com DV. Este trabalho é resultado de estudos e pesquisas e os recursos e metodologias a serem discutidas e desenvolvidas no minicurso fazem parte da rotina de trabalho dos autores e estão sendo utilizadas regularmente no ensino de matemática em uma escola especializada no ensino de alunos com DV. O presente Minicurso tem como público alvo os professores da Educação Básica e alunos dos cursos de Licenciatura em Matemática. Palavras-chave: Ensino de Matemática; Recursos didáticos, Deficientes Visuais.

RESUMO Com o aumento significativo do número de matrículas de alunos com necessidades especiais nas escolas regulares de ensino, torna-se urgente (re)pensarmos o papel das instituições especializadas e dos cursos de licenciatura em matemática, visando essa nova demanda de uma formação profissional mais humanizada e melhor preparada para uma sala de aula mais plural. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar e discutir a importância de ações e iniciativas que possibilitem uma aproximação entre a universidade e as escolas especializadas por meio do estágio supervisionado dos cursos de licenciatura. O trabalho se desenvolveu no Instituto Benjamin Constante (IBC), centro de referência nacional na área da deficiência visual em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e teve a duração de três semestres letivos. Os licenciandos acompanharam aulas, participaram de reuniões de planejamento, conselhos de classe, elaboraram atividades e confeccionaram materiais grafo-táteis. Além disso, foram apresentados ao Sistema Braille e tiveram aulas com os próprios alunos do IBC para aprenderem as técnicas básicas e operatórias do Soroban, um instrumento importante para o ensino de matemática para alunos com deficiência visual. Os resultados apontam para uma experiência marcante e única, conforme relataram os próprios licenciandos. ABSTRACT With the increase in the enrollment of students with special needs in regular schools, it becomes urgent to (re) think about the role of specialized institutions and undergraduate courses in mathematics, facing a new demand for more humanized professional training and better prepar them for a more plural classroom. The present work aims to present and discuss the importance of actions and initiatives that allow an approximation between the university and the specialized schools through the supervised training of undergraduate courses. The research was developed at the Benjamin Constant Institute (IBC), a national reference center of the visual impairment in partnership with the Federal University of the State of Rio de Janeiro in a lasted three academic semesters. The graduates followed classes, participated in planning meetings, class councils, elaborated activities and made graph-tactile materials. In addition, the Braille System was presented for them and the IBC´s student touch them basic rules and math´s basic operationsthe with Soroban, a important instrument for teaching math for visually impaired students. The results are shown for a remarkable and unique experience, as related by the graduates themselves.

Resumo O objetivo desse trabalho é apresentar, discutir a elaboração e a utilização de materiais grafo-táteis para o ensino de ciências e matemática para alunos com deficiência visual (DV). A pesquisa foi desenvolvida no Instituto Benjamin Constant (IBC), escola especializada no ensino de alunos com DV e se propõe a apontar caminhos que possam auxiliar o professor, inserido em uma realidade inclusiva, no trabalho com esse grupo de alunos. Utilizamos um viés qualitativo de investigação buscando ouvir, escutar, ver e fazer uso de todos os sentidos dos alunos numa perspectiva de observação participante, onde os nossos registros foram a principal fonte de coleta de dados e de evidências. Em consonância com os resultados de pesquisas nacionais e internacionais, defendemos que o material grafo-tátil é um importante recurso no processo de ensino e aprendizagem de alunos com DV, mas que esses materiais devem ser utilizados de forma contextualizada e com problematização adequada de maneira a proporcionar reflexões e discussões em sala de aula. Os resultados nos mostram que os materiais grafo-táteis, bidimensionais ou tridimensionais, são essenciais para à acessibilidade à conteúdos com grande apelo visual e possibilitam que os alunos participem ativamente das aulas tornando-se protagonistas de seu processo de ensino e aprendizagem. Palavras chave: Ensino de ciências. Ensino de matemática. Materiais táteis

Resumo Neste trabalho apresentamos um breve histórico do surgimento das primeiras escolas especializadas na educação de pessoas com deficiência visual (DV), as contribuições dessas escolas para a sociedade e os aspectos que permeiam o ensino de matemática para o público que atendem. Realizamos também duas entrevistas com professores do Instituto Benjamin Constant (IBC), que é um centro de referência nacional na educação de pessoas com DV, com a finalidade de investigar e discutir questões acerca do uso de materiais e recursos, metodologias de ensino e outras questões que envolvem o ensino e a aprendizagem de pessoas com DV. Como resultados, destacamos a importância do Sistema Braille, o uso de materiais e recursos pensados para o aluno com DV, bem como a emergência do desafio de atender alunos com múltiplas deficiências no espaço escolar. Abstract The aim of this paper is to present a brief history of the emergence of the first specialized schools for the education of visual impaired (DV) students, the contributions of these schools to society and the aspects that permeate the teaching of Mathematics to people they attend. We also conducted two interviews with teachers from the Benjamin Constant Institute, which is a center of national reference in the education of students with DV, to investigate and discuss questions about the use of materials and resources, teaching methodologies and other issues that involve teaching and learning of people with DV. As a result, we highlight the importance of the Braille System, the use of materials and resources designed for students with DV, as well as the challenging emergence of attending students with multiple disabilities in the school space.