Resumo O trabalho se propõe a investigar as CPIs no Brasil a partir de dois movimentos: I) a form... more Resumo O trabalho se propõe a investigar as CPIs no Brasil a partir de dois movimentos: I) a formação, a natureza jurídica e as possíveis fragilidades das Comissões Parlamentares de Inquérito no Brasil, relacionando-as com os contextos políticos e sociais; II) o estudo de caso sobre a CPI do "mensalão" deflagrada durante o primeiro governo de Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores (PT). Assim, pretende-se examinar os principais atores que dinamizaram o andamento desta CPI, assim como os seus desdobramentos políticos, jurídicos e sociais. O governo Lula demarcou a chegada do Partido dos Trabalhadores ao governo Executivo Federal brasileiro, em um contexto de peculiar embates políticos. Em 2005, um dos maiores escândalos de corrupção veio a tona e ficou conhecido como "mensalão", que consistia em propinas mensais feitas pelo PT aos parlamentares da base aliada, no Congresso Nacional. O escândalo tomou grandes proporções e desencadeou grande comoção nacional contra o referido partido, de maneira inédita. Abstract The study aims to investigate the CPIs in Brazil from two movements: I) training, legal and possible weaknesses of the Parliamentary Committees of Inquiry in Brazil, relating them to the political and social contexts; II) a case study on the CPI "mensalão" (" monthly payment ") triggered during the first government of Inacio Lula da Silva and the Labor Party (PT). Thus, we intend to examine the 1 Sara Basílio de Toledo: socióloga, mestre e doutoranda em Relações Internacionais pelo PPGRI San Tiago Dantas é também coordenadora da área de Política Externa Brasileira do NEAI/
O ivro é resultado da pesquisa desenvolvida pelo programa Sem Diplomacia, parceria entre o Instit... more O ivro é resultado da pesquisa desenvolvida pelo programa Sem Diplomacia, parceria entre o Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI-UNESP) e a Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp (ACI). Na perspectiva de contribuir para a análise, a informação e o debate sobre a conjuntura internacional, o objetivo da investigação é compreender a racionalidade de atores que são decisivos na geração de acontecimentos ou intervenção neles, tomando como fontes principais visões de teor mais ideologizado e partidarizado, muitas vezes relegadas pelos grandes meios de comunicação por seu “descuido” com o “politicamente correto”, já que vão direto ao ponto, sem rodeios, Sem Diplomacia.
O livro decorre das atividades de pesquisa e extensão no âmbito do Programa de Análise de Conjun... more O livro decorre das atividades de pesquisa e extensão no âmbito do Programa de Análise de Conjuntura Internacional do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI-Unesp). Em termos mais amplos, busca-se na análise da conjuntura internacional desvendar como acontecimentos e atores se articulam na atribuição de significado a contexto específico dentro de um determinado processo histórico. Nos oito capítulos que compõem o livro, o recorte combina abordagens teórico-metodologicas e sua aplicação a estudos de caso próximos das áreas de especialidade dos pesquisadores do IEEI-Unesp, particularmente Estados Unidos e América Latina.
A Política Externa exercida pelo governo Lula e a questão acerca de uma
suposta intenção de lider... more A Política Externa exercida pelo governo Lula e a questão acerca de uma suposta intenção de liderança regional brasileira foi e é matéria de diversos embates, seja na esfera acadêmica, seja no âmbito midiático. O papel que o Brasil demonstrou exercer no cenário internacional e regional a partir do século atual e, particularmente, com o governo Lula, é bastante polêmico, pois, se por alguns momentos o discurso oficial demonstrou a necessidade de o Brasil assumir uma liderança entre seus vizinhos sul-americanos, em outros momentos, a chancelaria brasileira pareceu buscar amenizar a difusão de tal ideário, apontando para a necessidade de o Brasil assumir suas responsabilidades mediante seus vizinhos, justificando-as em razão das diferenças geopolíticas e de uma certa responsabilidade “natural” do país liderar. Assim, o aparente temor da chancelaria acerca de assumir a liderança regional perante seus vizinhos manifesta-se claramente no discurso oficial, ao mesmo tempo em que no âmbito do sistema internacional, o país parece utilizar-se de uma suposta posição de liderança regional para alcançar maior legitimidade e, assim, viabilizar seus objetivos no cenário internacional (. Nesse sentido, a estratégia da integração parece cumprir um papel estratégico para o país objetivar suas metas.
O trabalho objetiva identificar possíveis convergências entre as propostas do Foro de São Paulo (... more O trabalho objetiva identificar possíveis convergências entre as propostas do Foro de São Paulo (FSP) e a política externa brasileira (PEB), entre os anos de 2003 e 2014, período no qual a Presidência da República foi exercida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), por meio de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Dessa forma, faz-se necessário o estudo das linhas programáticas do FSP e da política externa brasileira do período em tela, de modo a entender suas possíveis interações. Fundado em 1990 pelo PT e composto por uma miríade de partidos tradicionalmente localizados mais à esquerda dos respectivos espectros políticos nacionais e que assumiram, pela via democrática, vários governos da América Latina, a partir do final da década de 1990, o FSP desenvolveu-se como ambiente de encontro das forças políticas latino-americanas e caribenhas, autodenominadas progressistas, que procura não só o debate e a análise do sistema internacional, como também a constituição de um projeto comum de inserção internacional. No caso do Brasil, o Governo de Lula (2003-2010) procurou desenvolver uma política externa altiva e ativa, por meio de reformas das instituições internacionais, do fortalecimento da presença brasileira em sua entorno regional e da procura por novos parceiros. Essas diretrizes, embora com outra ênfase, foram mantidas pelo primeiro governo de Dilma Rousseff (2011-2014). Costumeiramente ausente dos debates políticos domésticos, a política externa desenvolvida pelos dois governos tem recebido inúmeras críticas, principalmente, de burocratas, comumente associados à diplomacia de governos anteriores ao iniciado, em 2003.
Com o propósito de entender os novos contornos dados ao Tratado de Itaipu, este trabalho analisa ... more Com o propósito de entender os novos contornos dados ao Tratado de Itaipu, este trabalho analisa o embate político ocorrido nas sessões legislativas brasileiras destinadas a ratificar os ajustes no Anexo C do Tratado de Itaipu, negociados durante as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, em 2009. Primeiramente, abordar-se-á a conjuntura político-econômica que possibilitou a construção da hidrelétrica de Itaipu, para, posteriormente, apresentar os resultados referentes àqueles ajustes e analisar o posicionamento do Congresso brasileiro.
O projeto de trabalho ora apresentado objetiva, analisar e descrever as propostas de Política Ext... more O projeto de trabalho ora apresentado objetiva, analisar e descrever as propostas de Política Externa Brasileira para a América Latina defendidas pelo PT no Foro de São Paulo durante os anos do governo Lula (2003-2010) a fim de averiguar se houve ou não influência de tais propostas sobre as agenda da política Externa Brasileira durante os governos de Lula da Silva. Faz-se necessário, para tanto, um estudo cuidadoso acerca dos processos decisórios em Política Externa, que por conseguinte envolve a análise do MRE/Itamaraty. Busca-se apreender as linhas gerais das propostas de política externa do PT nos encontros anuais do Foro, que reúne partidos declarados como de esquerda na América Latina.
Em 2008, o Paraguai passava por uma composição inédita do cenário político, com a chegada do ex-b... more Em 2008, o Paraguai passava por uma composição inédita do cenário político, com a chegada do ex-bispo Fernando Lugo à presidência da República, rompendo com mais de seis décadas de monopólio do Partido Colorado. Ainda assim, o longo processo de transição democrática, iniciado em 1989, demonstrou a permanência de resquícios que limitam a democracia no país guarani, exemplificados com a destituição de Lugo, em 2012. A política externa paraguaia possui estreita relação com a dinâmica política doméstica, de modo que as relações com o Brasil, uma das principais peças das relações bilaterais paraguaias, torna-se influenciada pelos embates políticos internos do país vizinho. Ademais, estas relações bilaterais apresentaram gradual aproximação, potencializando-se em um continuum após a construção de Itaipu, que criou vínculos viscerais entre os dois países. Contudo, ao mesmo tempo em que Itaipu foi motivo de aproximação, também configurou-se como elemento de dissensos constantes no histórico de tais relações. Na esteira deste processo, a chancelaria brasileira sempre buscou atender às reivindicações paraguaias, visando garantir os interesses brasileiros no entorno regional. Particularmente, no caso de Itaipu, vários foram os acordos. No entanto, as negociações de 2009, as quais culminaram na alteração do anexo C, referente às bases financeiras do tratado, triplicando o valor da cessão de energia paga pela venda do excedente do paraguaio, contou com uma particularidade: o casamento entre as linhas gerais da política externa brasileira do governo Lula e o modelo de inserção regional, fundamentado na ideia de solidariedade, com os interesses de manutenção de Fernando Lugo no poder, no interior dos embates políticos domésticos no Paraguai. Isso porque as promessas de campanha do ex-bispo apresentaram fortes laços com o Brasil, sobretudo a renegociação do Tratado de Itaipu, visto como limitador da soberania do país guarani. Neste contexto, a convergência ideológica entre Lula e Lugo foi fundamental para a viabilidade do acordo, e a figura do presidente Lula, particularmente, determinante neste processo, que teve como desdobramento a acentuação da polarização política doméstica em torno das propostas de política externa.
Resumo O trabalho se propõe a investigar as CPIs no Brasil a partir de dois movimentos: I) a form... more Resumo O trabalho se propõe a investigar as CPIs no Brasil a partir de dois movimentos: I) a formação, a natureza jurídica e as possíveis fragilidades das Comissões Parlamentares de Inquérito no Brasil, relacionando-as com os contextos políticos e sociais; II) o estudo de caso sobre a CPI do "mensalão" deflagrada durante o primeiro governo de Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores (PT). Assim, pretende-se examinar os principais atores que dinamizaram o andamento desta CPI, assim como os seus desdobramentos políticos, jurídicos e sociais. O governo Lula demarcou a chegada do Partido dos Trabalhadores ao governo Executivo Federal brasileiro, em um contexto de peculiar embates políticos. Em 2005, um dos maiores escândalos de corrupção veio a tona e ficou conhecido como "mensalão", que consistia em propinas mensais feitas pelo PT aos parlamentares da base aliada, no Congresso Nacional. O escândalo tomou grandes proporções e desencadeou grande comoção nacional contra o referido partido, de maneira inédita. Abstract The study aims to investigate the CPIs in Brazil from two movements: I) training, legal and possible weaknesses of the Parliamentary Committees of Inquiry in Brazil, relating them to the political and social contexts; II) a case study on the CPI "mensalão" (" monthly payment ") triggered during the first government of Inacio Lula da Silva and the Labor Party (PT). Thus, we intend to examine the 1 Sara Basílio de Toledo: socióloga, mestre e doutoranda em Relações Internacionais pelo PPGRI San Tiago Dantas é também coordenadora da área de Política Externa Brasileira do NEAI/
O ivro é resultado da pesquisa desenvolvida pelo programa Sem Diplomacia, parceria entre o Instit... more O ivro é resultado da pesquisa desenvolvida pelo programa Sem Diplomacia, parceria entre o Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI-UNESP) e a Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp (ACI). Na perspectiva de contribuir para a análise, a informação e o debate sobre a conjuntura internacional, o objetivo da investigação é compreender a racionalidade de atores que são decisivos na geração de acontecimentos ou intervenção neles, tomando como fontes principais visões de teor mais ideologizado e partidarizado, muitas vezes relegadas pelos grandes meios de comunicação por seu “descuido” com o “politicamente correto”, já que vão direto ao ponto, sem rodeios, Sem Diplomacia.
O livro decorre das atividades de pesquisa e extensão no âmbito do Programa de Análise de Conjun... more O livro decorre das atividades de pesquisa e extensão no âmbito do Programa de Análise de Conjuntura Internacional do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI-Unesp). Em termos mais amplos, busca-se na análise da conjuntura internacional desvendar como acontecimentos e atores se articulam na atribuição de significado a contexto específico dentro de um determinado processo histórico. Nos oito capítulos que compõem o livro, o recorte combina abordagens teórico-metodologicas e sua aplicação a estudos de caso próximos das áreas de especialidade dos pesquisadores do IEEI-Unesp, particularmente Estados Unidos e América Latina.
A Política Externa exercida pelo governo Lula e a questão acerca de uma
suposta intenção de lider... more A Política Externa exercida pelo governo Lula e a questão acerca de uma suposta intenção de liderança regional brasileira foi e é matéria de diversos embates, seja na esfera acadêmica, seja no âmbito midiático. O papel que o Brasil demonstrou exercer no cenário internacional e regional a partir do século atual e, particularmente, com o governo Lula, é bastante polêmico, pois, se por alguns momentos o discurso oficial demonstrou a necessidade de o Brasil assumir uma liderança entre seus vizinhos sul-americanos, em outros momentos, a chancelaria brasileira pareceu buscar amenizar a difusão de tal ideário, apontando para a necessidade de o Brasil assumir suas responsabilidades mediante seus vizinhos, justificando-as em razão das diferenças geopolíticas e de uma certa responsabilidade “natural” do país liderar. Assim, o aparente temor da chancelaria acerca de assumir a liderança regional perante seus vizinhos manifesta-se claramente no discurso oficial, ao mesmo tempo em que no âmbito do sistema internacional, o país parece utilizar-se de uma suposta posição de liderança regional para alcançar maior legitimidade e, assim, viabilizar seus objetivos no cenário internacional (. Nesse sentido, a estratégia da integração parece cumprir um papel estratégico para o país objetivar suas metas.
O trabalho objetiva identificar possíveis convergências entre as propostas do Foro de São Paulo (... more O trabalho objetiva identificar possíveis convergências entre as propostas do Foro de São Paulo (FSP) e a política externa brasileira (PEB), entre os anos de 2003 e 2014, período no qual a Presidência da República foi exercida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), por meio de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Dessa forma, faz-se necessário o estudo das linhas programáticas do FSP e da política externa brasileira do período em tela, de modo a entender suas possíveis interações. Fundado em 1990 pelo PT e composto por uma miríade de partidos tradicionalmente localizados mais à esquerda dos respectivos espectros políticos nacionais e que assumiram, pela via democrática, vários governos da América Latina, a partir do final da década de 1990, o FSP desenvolveu-se como ambiente de encontro das forças políticas latino-americanas e caribenhas, autodenominadas progressistas, que procura não só o debate e a análise do sistema internacional, como também a constituição de um projeto comum de inserção internacional. No caso do Brasil, o Governo de Lula (2003-2010) procurou desenvolver uma política externa altiva e ativa, por meio de reformas das instituições internacionais, do fortalecimento da presença brasileira em sua entorno regional e da procura por novos parceiros. Essas diretrizes, embora com outra ênfase, foram mantidas pelo primeiro governo de Dilma Rousseff (2011-2014). Costumeiramente ausente dos debates políticos domésticos, a política externa desenvolvida pelos dois governos tem recebido inúmeras críticas, principalmente, de burocratas, comumente associados à diplomacia de governos anteriores ao iniciado, em 2003.
Com o propósito de entender os novos contornos dados ao Tratado de Itaipu, este trabalho analisa ... more Com o propósito de entender os novos contornos dados ao Tratado de Itaipu, este trabalho analisa o embate político ocorrido nas sessões legislativas brasileiras destinadas a ratificar os ajustes no Anexo C do Tratado de Itaipu, negociados durante as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, em 2009. Primeiramente, abordar-se-á a conjuntura político-econômica que possibilitou a construção da hidrelétrica de Itaipu, para, posteriormente, apresentar os resultados referentes àqueles ajustes e analisar o posicionamento do Congresso brasileiro.
O projeto de trabalho ora apresentado objetiva, analisar e descrever as propostas de Política Ext... more O projeto de trabalho ora apresentado objetiva, analisar e descrever as propostas de Política Externa Brasileira para a América Latina defendidas pelo PT no Foro de São Paulo durante os anos do governo Lula (2003-2010) a fim de averiguar se houve ou não influência de tais propostas sobre as agenda da política Externa Brasileira durante os governos de Lula da Silva. Faz-se necessário, para tanto, um estudo cuidadoso acerca dos processos decisórios em Política Externa, que por conseguinte envolve a análise do MRE/Itamaraty. Busca-se apreender as linhas gerais das propostas de política externa do PT nos encontros anuais do Foro, que reúne partidos declarados como de esquerda na América Latina.
Em 2008, o Paraguai passava por uma composição inédita do cenário político, com a chegada do ex-b... more Em 2008, o Paraguai passava por uma composição inédita do cenário político, com a chegada do ex-bispo Fernando Lugo à presidência da República, rompendo com mais de seis décadas de monopólio do Partido Colorado. Ainda assim, o longo processo de transição democrática, iniciado em 1989, demonstrou a permanência de resquícios que limitam a democracia no país guarani, exemplificados com a destituição de Lugo, em 2012. A política externa paraguaia possui estreita relação com a dinâmica política doméstica, de modo que as relações com o Brasil, uma das principais peças das relações bilaterais paraguaias, torna-se influenciada pelos embates políticos internos do país vizinho. Ademais, estas relações bilaterais apresentaram gradual aproximação, potencializando-se em um continuum após a construção de Itaipu, que criou vínculos viscerais entre os dois países. Contudo, ao mesmo tempo em que Itaipu foi motivo de aproximação, também configurou-se como elemento de dissensos constantes no histórico de tais relações. Na esteira deste processo, a chancelaria brasileira sempre buscou atender às reivindicações paraguaias, visando garantir os interesses brasileiros no entorno regional. Particularmente, no caso de Itaipu, vários foram os acordos. No entanto, as negociações de 2009, as quais culminaram na alteração do anexo C, referente às bases financeiras do tratado, triplicando o valor da cessão de energia paga pela venda do excedente do paraguaio, contou com uma particularidade: o casamento entre as linhas gerais da política externa brasileira do governo Lula e o modelo de inserção regional, fundamentado na ideia de solidariedade, com os interesses de manutenção de Fernando Lugo no poder, no interior dos embates políticos domésticos no Paraguai. Isso porque as promessas de campanha do ex-bispo apresentaram fortes laços com o Brasil, sobretudo a renegociação do Tratado de Itaipu, visto como limitador da soberania do país guarani. Neste contexto, a convergência ideológica entre Lula e Lugo foi fundamental para a viabilidade do acordo, e a figura do presidente Lula, particularmente, determinante neste processo, que teve como desdobramento a acentuação da polarização política doméstica em torno das propostas de política externa.
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Books by Sara Toledo
Na perspectiva de contribuir para a análise, a informação e o debate sobre a conjuntura internacional, o objetivo da investigação é compreender a racionalidade de atores que são decisivos na geração de acontecimentos ou intervenção neles, tomando como fontes principais visões de teor mais ideologizado e partidarizado, muitas vezes relegadas pelos grandes meios de comunicação por seu “descuido” com o “politicamente correto”, já que vão direto ao ponto, sem rodeios, Sem Diplomacia.
Em termos mais amplos, busca-se na análise da conjuntura internacional desvendar como acontecimentos e atores se articulam na atribuição de significado a contexto específico dentro de um determinado processo histórico.
Nos oito capítulos que compõem o livro, o recorte combina abordagens teórico-metodologicas e sua aplicação a estudos de caso próximos das áreas de
especialidade dos pesquisadores do IEEI-Unesp, particularmente Estados Unidos e América Latina.
Papers by Sara Toledo
suposta intenção de liderança regional brasileira foi e é matéria de diversos embates, seja na esfera acadêmica, seja no âmbito midiático. O papel que o Brasil demonstrou exercer no cenário internacional e regional a partir do século atual e, particularmente, com o governo Lula, é bastante polêmico, pois, se por alguns momentos o discurso oficial demonstrou a necessidade de o Brasil assumir uma liderança entre seus
vizinhos sul-americanos, em outros momentos, a chancelaria brasileira pareceu buscar amenizar a difusão de tal ideário, apontando para a necessidade de o Brasil assumir suas responsabilidades mediante seus vizinhos, justificando-as em razão das diferenças geopolíticas e de uma certa responsabilidade “natural” do país liderar. Assim, o aparente temor da chancelaria acerca de assumir a liderança regional perante seus vizinhos manifesta-se claramente no discurso oficial, ao mesmo tempo em que no âmbito do sistema internacional, o país parece utilizar-se de uma suposta posição de liderança regional para alcançar maior legitimidade e, assim, viabilizar seus objetivos no cenário internacional (. Nesse sentido, a estratégia da integração parece cumprir um papel estratégico para o país objetivar suas metas.
de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Dessa forma, faz-se necessário o estudo das linhas programáticas do FSP e da política externa brasileira do período em tela, de modo a entender suas possíveis interações. Fundado em 1990 pelo PT e composto por uma miríade de partidos tradicionalmente localizados mais à esquerda dos respectivos espectros políticos nacionais e que assumiram, pela via democrática, vários governos da América Latina, a partir do
final da década de 1990, o FSP desenvolveu-se como ambiente de encontro das forças políticas latino-americanas e caribenhas, autodenominadas progressistas, que procura não só o debate
e a análise do sistema internacional, como também a constituição de um projeto comum de inserção internacional. No caso do Brasil, o Governo de Lula (2003-2010) procurou desenvolver uma política externa altiva e ativa, por meio de reformas das instituições internacionais,
do fortalecimento da presença brasileira em sua entorno regional e da procura por novos parceiros. Essas diretrizes, embora com outra ênfase, foram mantidas pelo primeiro governo de Dilma Rousseff (2011-2014). Costumeiramente ausente dos debates políticos domésticos, a política externa desenvolvida pelos dois governos tem recebido inúmeras críticas, principalmente, de burocratas, comumente associados à diplomacia de governos anteriores ao iniciado, em 2003.
Thesis Chapters by Sara Toledo
Na perspectiva de contribuir para a análise, a informação e o debate sobre a conjuntura internacional, o objetivo da investigação é compreender a racionalidade de atores que são decisivos na geração de acontecimentos ou intervenção neles, tomando como fontes principais visões de teor mais ideologizado e partidarizado, muitas vezes relegadas pelos grandes meios de comunicação por seu “descuido” com o “politicamente correto”, já que vão direto ao ponto, sem rodeios, Sem Diplomacia.
Em termos mais amplos, busca-se na análise da conjuntura internacional desvendar como acontecimentos e atores se articulam na atribuição de significado a contexto específico dentro de um determinado processo histórico.
Nos oito capítulos que compõem o livro, o recorte combina abordagens teórico-metodologicas e sua aplicação a estudos de caso próximos das áreas de
especialidade dos pesquisadores do IEEI-Unesp, particularmente Estados Unidos e América Latina.
suposta intenção de liderança regional brasileira foi e é matéria de diversos embates, seja na esfera acadêmica, seja no âmbito midiático. O papel que o Brasil demonstrou exercer no cenário internacional e regional a partir do século atual e, particularmente, com o governo Lula, é bastante polêmico, pois, se por alguns momentos o discurso oficial demonstrou a necessidade de o Brasil assumir uma liderança entre seus
vizinhos sul-americanos, em outros momentos, a chancelaria brasileira pareceu buscar amenizar a difusão de tal ideário, apontando para a necessidade de o Brasil assumir suas responsabilidades mediante seus vizinhos, justificando-as em razão das diferenças geopolíticas e de uma certa responsabilidade “natural” do país liderar. Assim, o aparente temor da chancelaria acerca de assumir a liderança regional perante seus vizinhos manifesta-se claramente no discurso oficial, ao mesmo tempo em que no âmbito do sistema internacional, o país parece utilizar-se de uma suposta posição de liderança regional para alcançar maior legitimidade e, assim, viabilizar seus objetivos no cenário internacional (. Nesse sentido, a estratégia da integração parece cumprir um papel estratégico para o país objetivar suas metas.
de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Dessa forma, faz-se necessário o estudo das linhas programáticas do FSP e da política externa brasileira do período em tela, de modo a entender suas possíveis interações. Fundado em 1990 pelo PT e composto por uma miríade de partidos tradicionalmente localizados mais à esquerda dos respectivos espectros políticos nacionais e que assumiram, pela via democrática, vários governos da América Latina, a partir do
final da década de 1990, o FSP desenvolveu-se como ambiente de encontro das forças políticas latino-americanas e caribenhas, autodenominadas progressistas, que procura não só o debate
e a análise do sistema internacional, como também a constituição de um projeto comum de inserção internacional. No caso do Brasil, o Governo de Lula (2003-2010) procurou desenvolver uma política externa altiva e ativa, por meio de reformas das instituições internacionais,
do fortalecimento da presença brasileira em sua entorno regional e da procura por novos parceiros. Essas diretrizes, embora com outra ênfase, foram mantidas pelo primeiro governo de Dilma Rousseff (2011-2014). Costumeiramente ausente dos debates políticos domésticos, a política externa desenvolvida pelos dois governos tem recebido inúmeras críticas, principalmente, de burocratas, comumente associados à diplomacia de governos anteriores ao iniciado, em 2003.