Neste artigo, busca-se demonstrar a adequação de articular princípios da AnáliseDialógica do Disc... more Neste artigo, busca-se demonstrar a adequação de articular princípios da AnáliseDialógica do Discurso – um campo do conhecimento que emerge da recepção brasileiraao pensamento do Círculo Bakhtin-Medvedev-Voloshinov (Círculo BMV)– com fundamentos da Linguística Cognitiva para o tratamento de questões morfossemânticasdo léxico do português brasileiro que indicam importantes atos napolítica lusófona. Especi/camente, perseguem-se dois objetivos: 1) identi/car condiçõescognitivo-discursivas próprias do português brasileiro que impactam seuestatuto vernáculo e 2) descrever um caso de mudança semântica que ilustra novasconceptualizações no léxico interno e registros do léxico externo a serviço de umprojeto lexicográ/co caracterizado como ato responsível (Bakhtin). Para isso, selecionam-se dos primeiros trabalhos lexicográ/cos luso-brasileiros, que datam dosséculos XVIII e XIX, duas unidades simbólicas em que constam tensões conceituaisentre o lusitano e o brasileiro, a saber, bandeira e ba...
Dissertação de mestrado de ADRIANA CARVALHO DA SILVA, desenvolvida no Programa de Pós-graduação e... more Dissertação de mestrado de ADRIANA CARVALHO DA SILVA, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo
Neste artigo, apresento tres motivacoes semânticas para a co-ocorrencia, no portugues brasileiro,... more Neste artigo, apresento tres motivacoes semânticas para a co-ocorrencia, no portugues brasileiro, dos verbos “soltar” e “saltar” em relacao a meios de transporte (como onibus, trem e metro) a luz da Linguistica Cognitiva. A partir do conceito de esquema imagetico, a primeira motivacao diz respeito a trajetoria do movimento do corpo no espaco; a segunda, a relacao entre o corpo e o espaco; e a terceira, a duracao do movimento do corpo no espaco. Antes, faco consideracoes sobre as concepcoes de lexico.
Seguindo a perspectiva da Linguistica Cognitiva, este artigo procura mostrar que a formacao e a d... more Seguindo a perspectiva da Linguistica Cognitiva, este artigo procura mostrar que a formacao e a distribuicao dos substantivos deverbais do portugues brasileiro sao semanticamente motivadas. Analisando formacoes em --mento e --cao em uso, destaco a diferenca entre interpretacoes verbais e interpretacao nominais e defendo a concepcao de formacao de palavras, em geral, e de substantivos deverbais, em particular, nao por processos e regras formais como postulados pelo gerativismo lexicalista, e sim pela ativacao de padroes morfossemânticos por motivacao cognitiva e por forca do uso.
Este artigo retoma a distincao entre formas presas e formas livres para aborda-la segundo a lingu... more Este artigo retoma a distincao entre formas presas e formas livres para aborda-la segundo a linguistica cognitiva, especificamente pela (i) suspensao do compromisso com o principio da sincronia; (ii) identificacao dos processos cognitivos que estruturam os fenomenos formais; e (iii) afinidade com modelos baseados no uso. O artigo combina tais fundamentos da teoria com fenomenos morfologicos do portugues, tendo em vista caracterizar a distincao entre formas livres e presas, nao mais como fato relativo a produtos, mas como fato relativo a processos. Assim, sao consideradas formas presas nao somente as que nao existem na lingua e, portanto, nao podem ocorrer sozinhas, mas sobretudo as que o falante ja nao associa a outras formas gracas a inatividade de um processo ou que o falante nao tem como rastrear a partir de outras apesar da atividade de um processo.
Este artigo discute motivações semânticas sobre a morfologia nos termos da gramática cognitiva, m... more Este artigo discute motivações semânticas sobre a morfologia nos termos da gramática cognitiva, modelo da linguística cognitiva. Para tanto, recupera as distinções entre coisa e relação, tipo e instância, autonomia e dependência, analisabilidade e composicionalidade, tendo em vista demonstrar que a morfologia tem lugar desde o início do modelo e defender a articulação entre a formação de significados e a formação de palavras com base na polissemia. O enfoque no uso criativo das construções (produtividade) implica deslocar a prioridade de um processo cognitivo de domínio geral, a esquematização, para um processo cognitivo de domínio específico, a instanciação. A principal conclusão é que a noção de interface morfologia-semântica é menos adequada ao modelo que a concepção da morfologia como uma das manifestações da semântica.
Alfa: Revista de Linguística (São José do Rio Preto), 2020
RESUMO: Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estri... more RESUMO: Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente interno, ou do fator contato, considerado como estritamente externo, na constituição do português brasileiro. No plano empírico, a retomada privilegia o contato com línguas do ramo banto. No plano teórico, circunscreve-se em bases epistemológicas da linguística cognitiva, em que se discute a adequação de dois desdobramentos: uma linguística cognitiva de contato e uma sociolinguística cognitiva. O artigo recapitula a associação entre contato e crioulização, tendo em vista dissociar os dois fenômenos; rejeita a tese de que o contato se restringe à influência lexical, tendo em vista associar a dicotomia deriva/contato à dicotomia léxico/gramática; e propõe uma hipótese do contato baseada em processos de domínio geral. Reformular o debate nestes termos permite concluir que o contato motiva compatibilizações entre conceptualizações, por se tratar de cognições em contato, e não de líng...
... caso de reenquadre morfológico. No que diz respeito à distribuição semântica entre os substa... more ... caso de reenquadre morfológico. No que diz respeito à distribuição semântica entre os substantivos deverbais, a ... realizar realização *realizamento *realizagem *realizância *realizada3 ... Por fim, a regra 1.6 incidir sobre base participial constitui uma especificidade morfológica. ...
ABSTRACT: This paper resumes the debate over the prevalence of the drift factor, considered as st... more ABSTRACT: This paper resumes the debate over the prevalence of the drift factor, considered as strictly internal, or the contact factor, considered as strictly external in the constitution of Brazilian Portuguese. On the empirical level, it focuses on the contact with Bantu languages. On the theoretical level, the resumption favors the epistemological bases of cognitive linguistics, where the adequacy of two new branches is under discussion: a cognitive contact linguistics and a cognitive sociolinguistics. This paper recapitulates the association between contact and creolization in order to dissociate them; it rejects the thesis that contact is restrict to lexical influence, with a view to associating the drift/contact dichotomy to the lexicon/grammar dichotomy; and it proposes a contact hypothesis based on domain-general processes. Reformulating the debate in these terms leads to the conclusion that contact motivates compatibilization among conceptualizations, for the matter being ...
... caso de reenquadre morfológico. No que diz respeito à distribuição semântica entre os substa... more ... caso de reenquadre morfológico. No que diz respeito à distribuição semântica entre os substantivos deverbais, a ... realizar realização *realizamento *realizagem *realizância *realizada3 ... Por fim, a regra 1.6 incidir sobre base participial constitui uma especificidade morfológica. ...
Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente ... more Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente interno, ou do fator contato, considerado como estritamente externo, na constituição do português brasileiro. No plano empírico, a retomada privilegia o contato com línguas do ramo banto. No plano teórico, circunscreve-se em bases epistemológicas da linguística cognitiva, em que se discute a adequação de dois desdobramentos: uma linguística cognitiva de contato e uma sociolinguística cognitiva. O artigo recapitula a associação entre contato e crioulização, tendo em vista dissociar os dois fenômenos; rejeita a tese de que o contato se restringe à influência lexical, tendo em vista associar a dicotomia deriva/contato à dicotomia léxico/gramática; e propõe uma hipótese do contato baseada em processos de domínio geral. Reformular o debate nestes termos permite concluir que o contato motiva compatibilizações entre conceptualizações, por se tratar de cognições em contato, e não de línguas em c...
This paper resumes the debate over the prevalence of the drift factor, considered as strictly in... more This paper resumes the debate over the prevalence of the drift factor, considered as strictly internal, or the contact factor, considered as strictly external in the constitution of Brazilian Portuguese. On the empirical level, it focuses on the contact with Bantu languages. On the theoretical level, the resumption favors the epistemological bases of cognitive linguistics, where the adequacy of two new branches is under discussion: a cognitive contact linguistics and a cognitive sociolinguistics. This paper recapitulates the association between contact and creolization in order to dissociate them; it rejects the thesis that contact is restrict to lexical influence, with a view to associating the drift/contact dichotomy to the lexicon/grammar dichotomy; and it proposes a contact hypothesis based on domain-general processes. Reformulating the debate in these terms leads to the conclusion that contact motivates compatibilization among conceptualizations, for the matter being of cognition contact, not language contact.
Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente ... more Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente interno, ou do fator contato, considerado como estritamente externo, na constituição do português brasileiro. No plano empírico, a retomada privilegia o contato com línguas do ramo banto. No plano teórico, circunscreve-se em bases epistemológicas da linguística cognitiva, em que se discute a adequação de dois desdobramentos: uma linguística cognitiva de contato e uma sociolinguística cognitiva. O artigo recapitula a associação entre contato e crioulização, tendo em vista dissociar os dois fenômenos; rejeita a tese de que o contato se restringe à influência lexical, tendo em vista associar a dicotomia deriva/contato à dicotomia léxico/gramática; e propõe uma hipótese do contato baseada em processos de domínio geral. Reformular o debate nestes termos permite concluir que o contato motiva compatibilizações entre conceptualizações, por se tratar de cognições em contato, e não de línguas em contato.
Diacrítica: Revista do Centro de Estudos Humanísticos, 2020
Neste artigo, busca-se demonstrar a adequação de articular princípios da Análise Dialógica do Dis... more Neste artigo, busca-se demonstrar a adequação de articular princípios da Análise Dialógica do Discurso – um campo do conhecimento que emerge da recepção brasileira ao pensamento do Círculo Bakhtin-Medvedev-Voloshinov (Círculo BMV) – com fundamentos da Linguística Cognitiva para o tratamento de questões morfossemânticas do léxico do português brasileiro que indicam importantes atos na política lusófona. Especificamente, perseguem-se dois objetivos: 1) identificar condições cognitivo-discursivas próprias do português brasileiro que impactam seu estatuto vernáculo e 2) descrever um caso de mudança semântica que ilustra novas conceptualizações no léxico interno e registros do léxico externo a serviço de um projeto lexicográfico caracterizado como ato responsível (Bakhtin). Para isso, selecionam-se dos primeiros trabalhos lexicográficos luso-brasileiros, que datam dos séculos XVIII e XIX, duas unidades simbólicas em que constam tensões conceituais entre o lusitano e o brasileiro, a saber, bandeira e bandeirante. Os primeiros registros são cotejados com representativo trabalho lexicográfico brasileiro e lusitano do século XXI para fins de identificação, descrição e análise da mudança semântica que produz o senso de ‘brasileirismo’ tanto no Brasil quanto em Portugal a partir de frames (Fillmore) lusitanos. A discussão dos dados indica que a dimensão vernácula brasileira se constrói não por uma perspectiva propriamente brasileira, mas lusitana face às conceptualizações das relações sociais travadas em terras americanas no período colonial.
Este artigo retoma a distinção entre formas presas e formas livres para abordá-la segundo a lingu... more Este artigo retoma a distinção entre formas presas e formas livres para abordá-la segundo a linguística cognitiva, especificamente pela (i) suspensão do compromisso com o princípio da sincronia; (ii) identificação dos processos cognitivos que estruturam os fenômenos formais; e (iii) afinidade com modelos baseados no uso. O artigo combina tais fundamentos da teoria com fenômenos morfológicos do português, tendo em vista caracterizar a distinção entre formas livres e presas, não mais como fato relativo a produtos, mas como fato relativo a processos. Assim, são consideradas formas presas não somente as que não existem na língua e, portanto, não podem ocorrer sozinhas, mas sobretudo as que o falante já não associa a outras formas graças à inatividade de um processo ou que o falante não tem como rastrear a partir de outras apesar da atividade de um processo.
Neste artigo, proponho a aproximação entre duas propostas teóricas: a que Bybee (2010) formula co... more Neste artigo, proponho a aproximação entre duas propostas teóricas: a que Bybee (2010) formula com base na concepção de chunking como um mecanismo de processamento sensível à frequência de uso e aquela em que Booij (2010) aprofunda a concepção de construções morfológicas como esquemas. Uso a formação da palavra “entorno”, objeto de uma das minhas orientações de iniciação científica com foco no comportamento semântico, como evidência de que, entre os chunks previstos pela autora, os que correspondem a palavras recaem num dos moldes previstos pelo autor.
Neste artigo, retomamos a corrente da Linguística Cognitiva que aborda o significado com base no ... more Neste artigo, retomamos a corrente da Linguística Cognitiva que aborda o significado com base no conceito de frame e defendemos a tese segundo a qual um padrão de formação lexical que inclua um prefixo reflete a mesma distribuição semântica que um sintagma preposicional. Em ambas as construções gramaticais, entendemos que o formativo livre estabelece um frame e o formativo não livre determina um ponto de vista sobre o frame.
Neste artigo, busca-se demonstrar a adequação de articular princípios da AnáliseDialógica do Disc... more Neste artigo, busca-se demonstrar a adequação de articular princípios da AnáliseDialógica do Discurso – um campo do conhecimento que emerge da recepção brasileiraao pensamento do Círculo Bakhtin-Medvedev-Voloshinov (Círculo BMV)– com fundamentos da Linguística Cognitiva para o tratamento de questões morfossemânticasdo léxico do português brasileiro que indicam importantes atos napolítica lusófona. Especi/camente, perseguem-se dois objetivos: 1) identi/car condiçõescognitivo-discursivas próprias do português brasileiro que impactam seuestatuto vernáculo e 2) descrever um caso de mudança semântica que ilustra novasconceptualizações no léxico interno e registros do léxico externo a serviço de umprojeto lexicográ/co caracterizado como ato responsível (Bakhtin). Para isso, selecionam-se dos primeiros trabalhos lexicográ/cos luso-brasileiros, que datam dosséculos XVIII e XIX, duas unidades simbólicas em que constam tensões conceituaisentre o lusitano e o brasileiro, a saber, bandeira e ba...
Dissertação de mestrado de ADRIANA CARVALHO DA SILVA, desenvolvida no Programa de Pós-graduação e... more Dissertação de mestrado de ADRIANA CARVALHO DA SILVA, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo
Neste artigo, apresento tres motivacoes semânticas para a co-ocorrencia, no portugues brasileiro,... more Neste artigo, apresento tres motivacoes semânticas para a co-ocorrencia, no portugues brasileiro, dos verbos “soltar” e “saltar” em relacao a meios de transporte (como onibus, trem e metro) a luz da Linguistica Cognitiva. A partir do conceito de esquema imagetico, a primeira motivacao diz respeito a trajetoria do movimento do corpo no espaco; a segunda, a relacao entre o corpo e o espaco; e a terceira, a duracao do movimento do corpo no espaco. Antes, faco consideracoes sobre as concepcoes de lexico.
Seguindo a perspectiva da Linguistica Cognitiva, este artigo procura mostrar que a formacao e a d... more Seguindo a perspectiva da Linguistica Cognitiva, este artigo procura mostrar que a formacao e a distribuicao dos substantivos deverbais do portugues brasileiro sao semanticamente motivadas. Analisando formacoes em --mento e --cao em uso, destaco a diferenca entre interpretacoes verbais e interpretacao nominais e defendo a concepcao de formacao de palavras, em geral, e de substantivos deverbais, em particular, nao por processos e regras formais como postulados pelo gerativismo lexicalista, e sim pela ativacao de padroes morfossemânticos por motivacao cognitiva e por forca do uso.
Este artigo retoma a distincao entre formas presas e formas livres para aborda-la segundo a lingu... more Este artigo retoma a distincao entre formas presas e formas livres para aborda-la segundo a linguistica cognitiva, especificamente pela (i) suspensao do compromisso com o principio da sincronia; (ii) identificacao dos processos cognitivos que estruturam os fenomenos formais; e (iii) afinidade com modelos baseados no uso. O artigo combina tais fundamentos da teoria com fenomenos morfologicos do portugues, tendo em vista caracterizar a distincao entre formas livres e presas, nao mais como fato relativo a produtos, mas como fato relativo a processos. Assim, sao consideradas formas presas nao somente as que nao existem na lingua e, portanto, nao podem ocorrer sozinhas, mas sobretudo as que o falante ja nao associa a outras formas gracas a inatividade de um processo ou que o falante nao tem como rastrear a partir de outras apesar da atividade de um processo.
Este artigo discute motivações semânticas sobre a morfologia nos termos da gramática cognitiva, m... more Este artigo discute motivações semânticas sobre a morfologia nos termos da gramática cognitiva, modelo da linguística cognitiva. Para tanto, recupera as distinções entre coisa e relação, tipo e instância, autonomia e dependência, analisabilidade e composicionalidade, tendo em vista demonstrar que a morfologia tem lugar desde o início do modelo e defender a articulação entre a formação de significados e a formação de palavras com base na polissemia. O enfoque no uso criativo das construções (produtividade) implica deslocar a prioridade de um processo cognitivo de domínio geral, a esquematização, para um processo cognitivo de domínio específico, a instanciação. A principal conclusão é que a noção de interface morfologia-semântica é menos adequada ao modelo que a concepção da morfologia como uma das manifestações da semântica.
Alfa: Revista de Linguística (São José do Rio Preto), 2020
RESUMO: Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estri... more RESUMO: Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente interno, ou do fator contato, considerado como estritamente externo, na constituição do português brasileiro. No plano empírico, a retomada privilegia o contato com línguas do ramo banto. No plano teórico, circunscreve-se em bases epistemológicas da linguística cognitiva, em que se discute a adequação de dois desdobramentos: uma linguística cognitiva de contato e uma sociolinguística cognitiva. O artigo recapitula a associação entre contato e crioulização, tendo em vista dissociar os dois fenômenos; rejeita a tese de que o contato se restringe à influência lexical, tendo em vista associar a dicotomia deriva/contato à dicotomia léxico/gramática; e propõe uma hipótese do contato baseada em processos de domínio geral. Reformular o debate nestes termos permite concluir que o contato motiva compatibilizações entre conceptualizações, por se tratar de cognições em contato, e não de líng...
... caso de reenquadre morfológico. No que diz respeito à distribuição semântica entre os substa... more ... caso de reenquadre morfológico. No que diz respeito à distribuição semântica entre os substantivos deverbais, a ... realizar realização *realizamento *realizagem *realizância *realizada3 ... Por fim, a regra 1.6 incidir sobre base participial constitui uma especificidade morfológica. ...
ABSTRACT: This paper resumes the debate over the prevalence of the drift factor, considered as st... more ABSTRACT: This paper resumes the debate over the prevalence of the drift factor, considered as strictly internal, or the contact factor, considered as strictly external in the constitution of Brazilian Portuguese. On the empirical level, it focuses on the contact with Bantu languages. On the theoretical level, the resumption favors the epistemological bases of cognitive linguistics, where the adequacy of two new branches is under discussion: a cognitive contact linguistics and a cognitive sociolinguistics. This paper recapitulates the association between contact and creolization in order to dissociate them; it rejects the thesis that contact is restrict to lexical influence, with a view to associating the drift/contact dichotomy to the lexicon/grammar dichotomy; and it proposes a contact hypothesis based on domain-general processes. Reformulating the debate in these terms leads to the conclusion that contact motivates compatibilization among conceptualizations, for the matter being ...
... caso de reenquadre morfológico. No que diz respeito à distribuição semântica entre os substa... more ... caso de reenquadre morfológico. No que diz respeito à distribuição semântica entre os substantivos deverbais, a ... realizar realização *realizamento *realizagem *realizância *realizada3 ... Por fim, a regra 1.6 incidir sobre base participial constitui uma especificidade morfológica. ...
Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente ... more Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente interno, ou do fator contato, considerado como estritamente externo, na constituição do português brasileiro. No plano empírico, a retomada privilegia o contato com línguas do ramo banto. No plano teórico, circunscreve-se em bases epistemológicas da linguística cognitiva, em que se discute a adequação de dois desdobramentos: uma linguística cognitiva de contato e uma sociolinguística cognitiva. O artigo recapitula a associação entre contato e crioulização, tendo em vista dissociar os dois fenômenos; rejeita a tese de que o contato se restringe à influência lexical, tendo em vista associar a dicotomia deriva/contato à dicotomia léxico/gramática; e propõe uma hipótese do contato baseada em processos de domínio geral. Reformular o debate nestes termos permite concluir que o contato motiva compatibilizações entre conceptualizações, por se tratar de cognições em contato, e não de línguas em c...
This paper resumes the debate over the prevalence of the drift factor, considered as strictly in... more This paper resumes the debate over the prevalence of the drift factor, considered as strictly internal, or the contact factor, considered as strictly external in the constitution of Brazilian Portuguese. On the empirical level, it focuses on the contact with Bantu languages. On the theoretical level, the resumption favors the epistemological bases of cognitive linguistics, where the adequacy of two new branches is under discussion: a cognitive contact linguistics and a cognitive sociolinguistics. This paper recapitulates the association between contact and creolization in order to dissociate them; it rejects the thesis that contact is restrict to lexical influence, with a view to associating the drift/contact dichotomy to the lexicon/grammar dichotomy; and it proposes a contact hypothesis based on domain-general processes. Reformulating the debate in these terms leads to the conclusion that contact motivates compatibilization among conceptualizations, for the matter being of cognition contact, not language contact.
Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente ... more Este artigo retoma o debate acerca da prevalência do fator deriva, considerado como estritamente interno, ou do fator contato, considerado como estritamente externo, na constituição do português brasileiro. No plano empírico, a retomada privilegia o contato com línguas do ramo banto. No plano teórico, circunscreve-se em bases epistemológicas da linguística cognitiva, em que se discute a adequação de dois desdobramentos: uma linguística cognitiva de contato e uma sociolinguística cognitiva. O artigo recapitula a associação entre contato e crioulização, tendo em vista dissociar os dois fenômenos; rejeita a tese de que o contato se restringe à influência lexical, tendo em vista associar a dicotomia deriva/contato à dicotomia léxico/gramática; e propõe uma hipótese do contato baseada em processos de domínio geral. Reformular o debate nestes termos permite concluir que o contato motiva compatibilizações entre conceptualizações, por se tratar de cognições em contato, e não de línguas em contato.
Diacrítica: Revista do Centro de Estudos Humanísticos, 2020
Neste artigo, busca-se demonstrar a adequação de articular princípios da Análise Dialógica do Dis... more Neste artigo, busca-se demonstrar a adequação de articular princípios da Análise Dialógica do Discurso – um campo do conhecimento que emerge da recepção brasileira ao pensamento do Círculo Bakhtin-Medvedev-Voloshinov (Círculo BMV) – com fundamentos da Linguística Cognitiva para o tratamento de questões morfossemânticas do léxico do português brasileiro que indicam importantes atos na política lusófona. Especificamente, perseguem-se dois objetivos: 1) identificar condições cognitivo-discursivas próprias do português brasileiro que impactam seu estatuto vernáculo e 2) descrever um caso de mudança semântica que ilustra novas conceptualizações no léxico interno e registros do léxico externo a serviço de um projeto lexicográfico caracterizado como ato responsível (Bakhtin). Para isso, selecionam-se dos primeiros trabalhos lexicográficos luso-brasileiros, que datam dos séculos XVIII e XIX, duas unidades simbólicas em que constam tensões conceituais entre o lusitano e o brasileiro, a saber, bandeira e bandeirante. Os primeiros registros são cotejados com representativo trabalho lexicográfico brasileiro e lusitano do século XXI para fins de identificação, descrição e análise da mudança semântica que produz o senso de ‘brasileirismo’ tanto no Brasil quanto em Portugal a partir de frames (Fillmore) lusitanos. A discussão dos dados indica que a dimensão vernácula brasileira se constrói não por uma perspectiva propriamente brasileira, mas lusitana face às conceptualizações das relações sociais travadas em terras americanas no período colonial.
Este artigo retoma a distinção entre formas presas e formas livres para abordá-la segundo a lingu... more Este artigo retoma a distinção entre formas presas e formas livres para abordá-la segundo a linguística cognitiva, especificamente pela (i) suspensão do compromisso com o princípio da sincronia; (ii) identificação dos processos cognitivos que estruturam os fenômenos formais; e (iii) afinidade com modelos baseados no uso. O artigo combina tais fundamentos da teoria com fenômenos morfológicos do português, tendo em vista caracterizar a distinção entre formas livres e presas, não mais como fato relativo a produtos, mas como fato relativo a processos. Assim, são consideradas formas presas não somente as que não existem na língua e, portanto, não podem ocorrer sozinhas, mas sobretudo as que o falante já não associa a outras formas graças à inatividade de um processo ou que o falante não tem como rastrear a partir de outras apesar da atividade de um processo.
Neste artigo, proponho a aproximação entre duas propostas teóricas: a que Bybee (2010) formula co... more Neste artigo, proponho a aproximação entre duas propostas teóricas: a que Bybee (2010) formula com base na concepção de chunking como um mecanismo de processamento sensível à frequência de uso e aquela em que Booij (2010) aprofunda a concepção de construções morfológicas como esquemas. Uso a formação da palavra “entorno”, objeto de uma das minhas orientações de iniciação científica com foco no comportamento semântico, como evidência de que, entre os chunks previstos pela autora, os que correspondem a palavras recaem num dos moldes previstos pelo autor.
Neste artigo, retomamos a corrente da Linguística Cognitiva que aborda o significado com base no ... more Neste artigo, retomamos a corrente da Linguística Cognitiva que aborda o significado com base no conceito de frame e defendemos a tese segundo a qual um padrão de formação lexical que inclua um prefixo reflete a mesma distribuição semântica que um sintagma preposicional. Em ambas as construções gramaticais, entendemos que o formativo livre estabelece um frame e o formativo não livre determina um ponto de vista sobre o frame.
In: Patricia Teles Alvaro; Lilian Ferrari. (Org.). Linguística cognitiva: da linguagem aos bastid... more In: Patricia Teles Alvaro; Lilian Ferrari. (Org.). Linguística cognitiva: da linguagem aos bastidores da mente. Rio de Janeiro: Brasil Multicultural, 2016, v. 1, p. 42-63.
Dissertação de mestrado de MARIANA PIMENTEL LOPES DE SOUZA, desenvolvida no Programa de Pós-gradu... more Dissertação de mestrado de MARIANA PIMENTEL LOPES DE SOUZA, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo.
“Multiletramento”, “multimodalidade”, “multitela”, “multitv”: a construção [multi + X] no português brasileiro segundo a gramática cognitiva, 2019
Dissertação de mestrado de ADRIANA CARVALHO DA SILVA, desenvolvida no Programa de Pós-graduação e... more Dissertação de mestrado de ADRIANA CARVALHO DA SILVA, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo
A polissemia de "coxinha" no português paulista: uma abordagem segundo a gramática das construções cognitiva, 2019
Dissertação de mestrado de BEATRIZ DALDOSSO FELIPPE, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em... more Dissertação de mestrado de BEATRIZ DALDOSSO FELIPPE, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo.
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On the theoretical level, the resumption favors the epistemological bases of cognitive linguistics, where the adequacy of two new branches is under discussion: a cognitive contact linguistics and a cognitive sociolinguistics. This paper recapitulates the association between
contact and creolization in order to dissociate them; it rejects the thesis that contact is restrict to lexical influence, with a view to associating the drift/contact dichotomy to the lexicon/grammar dichotomy; and it proposes a contact hypothesis based on domain-general processes.
Reformulating the debate in these terms leads to the conclusion that contact motivates compatibilization among conceptualizations, for the matter being of cognition contact, not language contact.
política lusófona. Especificamente, perseguem-se dois objetivos: 1) identificar condições cognitivo-discursivas próprias do português brasileiro que impactam seu estatuto vernáculo e 2) descrever um caso de mudança semântica que ilustra novas conceptualizações no léxico interno e registros do léxico externo a serviço de um projeto lexicográfico caracterizado como ato responsível (Bakhtin). Para isso, selecionam-se dos primeiros trabalhos lexicográficos luso-brasileiros, que datam dos séculos XVIII e XIX, duas unidades simbólicas em que constam tensões conceituais entre o lusitano e o brasileiro, a saber,
bandeira e bandeirante. Os primeiros registros são cotejados com representativo trabalho lexicográfico brasileiro e lusitano do século XXI para fins de identificação, descrição e análise da mudança semântica
que produz o senso de ‘brasileirismo’ tanto no Brasil quanto em Portugal a partir de frames (Fillmore) lusitanos. A discussão dos dados indica que a dimensão vernácula brasileira se constrói não por uma perspectiva propriamente brasileira, mas lusitana face às conceptualizações das relações sociais travadas em terras americanas no período colonial.
On the theoretical level, the resumption favors the epistemological bases of cognitive linguistics, where the adequacy of two new branches is under discussion: a cognitive contact linguistics and a cognitive sociolinguistics. This paper recapitulates the association between
contact and creolization in order to dissociate them; it rejects the thesis that contact is restrict to lexical influence, with a view to associating the drift/contact dichotomy to the lexicon/grammar dichotomy; and it proposes a contact hypothesis based on domain-general processes.
Reformulating the debate in these terms leads to the conclusion that contact motivates compatibilization among conceptualizations, for the matter being of cognition contact, not language contact.
política lusófona. Especificamente, perseguem-se dois objetivos: 1) identificar condições cognitivo-discursivas próprias do português brasileiro que impactam seu estatuto vernáculo e 2) descrever um caso de mudança semântica que ilustra novas conceptualizações no léxico interno e registros do léxico externo a serviço de um projeto lexicográfico caracterizado como ato responsível (Bakhtin). Para isso, selecionam-se dos primeiros trabalhos lexicográficos luso-brasileiros, que datam dos séculos XVIII e XIX, duas unidades simbólicas em que constam tensões conceituais entre o lusitano e o brasileiro, a saber,
bandeira e bandeirante. Os primeiros registros são cotejados com representativo trabalho lexicográfico brasileiro e lusitano do século XXI para fins de identificação, descrição e análise da mudança semântica
que produz o senso de ‘brasileirismo’ tanto no Brasil quanto em Portugal a partir de frames (Fillmore) lusitanos. A discussão dos dados indica que a dimensão vernácula brasileira se constrói não por uma perspectiva propriamente brasileira, mas lusitana face às conceptualizações das relações sociais travadas em terras americanas no período colonial.