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DOI: 10.5433/1679-0367.2017v38n1p35
Concepção dos profissionais de serviço de emergência sobre
qualidade de vida
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
Conception the professionals of emergency service on quality of life
Maria Antonia Ramos Costa1, Verusca Soares de Souza2, Jaqueline Dias1, Lais Cussunoque3,
Gisele Francine3, Verônica Francisqueti4
Resumo
O objetivo do estudo foi descrever a concepção dos profissionais de enfermagem que atuam no Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) sobre qualidade de vida. Foi desenvolvido um estudo
descritivo, qualitativo, realizado em uma base descentralizada do SAMU do noroeste do Paraná-PR.
Foram entrevistados 17 profissionais de enfermagem, no período de agosto de 2015. Para análise
das informações utilizou-se a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Obteve-se as categorias
temáticas: concepção dos profissionais de enfermagem sobre qualidade de vida e fatores facilitadores
e dificultadores à qualidade de vida na visão dos profissionais de enfermagem. Observou-se, por meio
das respostas dos participantes, que o fator que mais implica na qualidade de vida é a remuneração, e a
partir dela surgem as demais preocupações, como condições de trabalho, família, lazer e alimentação.
Conclusão: Na concepção dos profissionais, qualidade de vida é o bem-estar em diferentes áreas da vida
como trabalho, moradia, educação, saúde, família e lazer.
Palavras chave: Qualidade de vida. Saúde do trabalhador. Equipe de enfermagem. Emergências
Abstract
The aim of this study was to describe the conception of nursing professionals working in the Mobile
Emergency Care Service (SAMU) on quality of life. A descriptive, qualitative study carried out on a
decentralized basis of SAMU in northwestern Paraná-PR. We interviewed 17 nursing professionals in
the period of August 2015. For the analysis of the information, we used the Bardin content analysis
technique. The thematic categories were: nursing professionals’ conception of quality of life and factors
that facilitate and impede the quality of life in the view of nursing professionals. It was observed,
through the participants’ answers, that remuneration is the most important factor in quality of life, and
other concerns arise, such as working conditions, family, leisure and food. In the design of professionals,
quality of life is the well-being in different areas of life such as work, housing, education, health, family
and leisure.
Keyword: Quality of life. Occupational health. Nursing team. Emergencies.
1
Doutora em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Paraná; Paranavaí, Paraná, Brasil.
E-mail: enfunespar1982@hotmail.com
2
Doutoranda da Universidade Estadual de Maringá. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Paraná; Paranavaí, Paraná, Brasil.
3
Enfermeira da Universidade Estadual do Paraná; Paranavaí, Paraná, Brasil.
4
Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Paraná; Paranavaí, Paraná, Brasil.
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Ramos, M. A. et al.
Introdução
A Qualidade de Vida (QV) relaciona-se a vários
aspectos da vida humana como saúde, família,
relações sociais, trabalho, condição financeira estável
e meio-ambiente, entre outros fatores (FERNANDES
et al, 2012; SANTOS et al, 2010). A partir da 2ª
Guerra Mundial o termo passou a ser associado com
a melhoria do padrão de vida, principalmente em
relação à obtenção de bens materiais adquiridos.
Atualmente, a QV tem importante significado na
sociedade e principalmente no campo da saúde,
ao qual foi incorporado fatores relacionados à
satisfação, realização pessoal e bem-estar (FOGAÇA;
CARVALHO; NOGUEIRA-MARTINS, 2010).
O termo tem sido frequentemente associado à
definição mais ampla de saúde que contempla ter
trabalho, saúde, educação, moradia, transporte e
segurança. Neste contexto, a qualidade de vida dos
trabalhadores tem sido foco de discussão e sua análise
pode subsidiar medidas de promoção e educação
em saúde. Isso porque, embora o trabalho possa
gerar bem-estar e satisfação pessoal e profissional,
por vezes pode ser o responsável por fatores que
interferem negativamente na QV dos profissionais
(MARCITELLI, 2011).
Dentre os fatores que podem influenciar na
percepção de QV dos trabalhadores, citam-se as
jornadas de trabalho excessivas e altas cargas de
trabalho. Em especial em Serviços de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU), destaca-se a exposição
constante a riscos ambientais, bem como situações
físicas e emocionalmente desgastantes, que resultam
em menor tempo para o lazer e convívio familiar e,
com isso, uma percepção ruim de sua QV (FOGAÇA;
CARVALHO; MARCITELLI, 2011; NOGUEIRAMARTINS, 2010).
Além da tensão psicológica e física comum ao
cotidiano dos trabalhadores do SAMU, acresce-se a
isso maior tensão psicológica em virtude da cobrança
de um tempo resposta reduzido visto serem os
profissionais responsáveis pelo primeiro atendimento
às vítimas (VEGIAN; MONTEIRO, 2011). Cumpre
destacar que o trabalhador do SAMU, mesmo nos seus
momentos de folga deve se manter alerta a possíveis
convocações do trabalho, pelas situações excepcionais
como em casos de acidentes com múltiplas vítimas,
provocando um impacto negativo no seu bem-estar
(LOPES; RIBEIRO; MARTINHO, 2012).
Vale ressaltar que os riscos ambientais aos quais
o profissional do SAMU está exposto, tais como,
toque de telefone, buzinas, ruídos de limpeza, fluxo de
carros e luminosidade, também são determinantes para
a qualidade de vida, pois esses fatores influenciam
diretamente na saúde do trabalhador. Além disso,
condições inadequadas de trabalho podem gerar
frustrações pessoais, irritação e fadiga (FREITAS et
al., 2014).
A garantia e manutenção da qualidade de vida do
trabalhador exigem práticas assistenciais voltadas
à promoção, prevenção e tratamento em saúde. Isto
se torna particularmente necessário em relação aos
profissionais de saúde do SAMU, visto sua rotina
desgastante permeada por situações de estresse com
consequente fadiga física e mental que, por sua vez,
leva a uma maior predisposição a acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho (MARCITELLI, 2011;
SILVEIRA et al., 2012).
Neste aspecto questiona-se: Como profissionais
de enfermagem que atuam no SAMU conceituam
qualidade de vida? E para responder a esta questão o
objetivo deste trabalho foi descrever a concepção dos
profissionais de enfermagem que atuam no SAMU
sobre qualidade de vida.
Materias e Método
Estudo descritivo de abordagem qualitativa, que é
definido como aquele capaz de incorporar a questão
do significado e da intencionalidade como inerentes
aos atos, às relações, e às estruturas sociais, na qual
essas últimas, tomadas tanto no seu advento quanto
na sua transformação, como construções humanas
significativas (MINAYO, 2010).
O estudo foi realizado em um SAMU, de um
município da região noroeste do estado do Paraná, que
possui aproximadamente 86 mil habitantes (IBGE,
2015). Esse serviço possui uma unidade de suporte
avançado e duas unidades de suporte básico de vida, e
é coordenado pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde
em Urgência e Emergência da Região Noroeste do
Paraná.
A equipe de profissionais que trabalham no serviço
pesquisado é composta por 26 trabalhadores. Destes,
18 compõem a equipe de enfermagem, em que 12
são técnicos de enfermagem e seis são enfermeiros,
o que representa 65,38% dos profissionais da equipe
do SAMU. Foram convidados a participar todos os
profissionais que cumpriam os critérios de inclusão, a
saber: ser profissional de enfermagem, atuar no SAMU
há mais de um ano, ter dupla jornada de trabalho e ser
casado(a) ou chefe de família.
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Concepção dos profissionais de serviço emergência sobre qualidade de vida
A escolha da abordagem exclusiva da equipe de
enfermagem se justifica pelo fato de que tal categoria
corresponde ao maior número de profissionais dos
serviços de saúde. Ainda, a atuação há mais de um ano
permite que o profissional tenha vivenciado situações
diversas na sua rotina de trabalho. Além disso, a dupla
jornada de trabalho e a situação conjugal interferem
no número de horas disponíveis para o autocuidado e
lazer, e com isso, na QV deste trabalhador.
Para a coleta de dados utilizou-se de um questionário
elaborado pela Organização Mundial da Saúde (FLECK
et al., 1999), que foi adaptado pelos pesquisadores para
atender aos objetivos desta pesquisa. O questionário
constava de duas partes, em que a primeira se referia
à caracterização sociodemográfica dos profissionais
e, a segunda, tinha questões abertas que abordavam
o conceito, dificuldades e facilidades referentes à QV.
A coleta de dados ocorreu no mês de agosto de
2015, no local de trabalho dos profissionais e durante
seus plantões. Conforme autorização da chefia, foi
disponibilizada uma sala reservada a fim de garantir
a privacidade dos participantes. Desta forma, os
profissionais de enfermagem eram abordados e
convidados à participação na pesquisa através da
orientação acerca dos objetivos da mesma. Após o
aceite formal, por meio da leitura e assinatura em duas
vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
era fornecido então o questionário e os pesquisadores
aguardavam até o fim do plantão para o recolhimento
dos instrumentos.
As respostas dos participantes foram transcritas na
íntegra e analisadas por meio da técnica de análise de
conteúdo de Bardin (2011), que consistiu em leitura
e organização dos dados coletados e classificação
e interpretação das respostas agrupando-as em
categorias temáticas. As respostas obtidas por meio dos
questionários foram apresentadas de forma descritiva,
classificadas por categorias com as respectivas
unidades de registro, por sua vez identificadas pela
sigla E (enfermagem) seguida pelo número arábico,
conforme a sequência de entrega dos questionários
respondidos, a fim de garantir o sigilo.
Todos os preceitos éticos foram respeitados e o
projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da
Universidade Estadual de Maringá sob o parecer nº
1.159.110 de 22/06/15.
Resultados
Dentre os 18 profissionais da equipe de
enfermagem, um foi excluído por encontrar-se em
licença maternidade no período da coleta de dados,
o que resultou na participação de 17 profissionais de
enfermagem, dos quais 12 (70,58%) eram do sexo
feminino e cinco (29,42%) do sexo masculino. A
idade média dos participantes foi de 34,58 anos e a
média do tempo de atuação no SAMU de dois anos.
Quanto ao estado civil nove (52,94%) eram solteiros
e oito (47,06%) casados. Em relação à escolaridade,
11 (64,71%) possuíam o ensino médio completo e seis
(35,29%) completaram o ensino superior.
A seguir apresentam-se os resultados referentes
às questões relacionadas à percepção sobre qualidade
de vida e os fatores facilitadores e dificultadores para
se ter qualidade de vida na visão dos profissionais
de enfermagem do SAMU na forma de dois eixos
temáticos.
Concepção dos profissionais de enfermagem
sobre qualidade de vida
A apreensão das percepções dos profissionais de
enfermagem entrevistados sobre QV possibilitou
verificar que este termo denota um sentido genérico
e complexo, de difícil definição para os participantes
da pesquisa. Porém, destaca-se que algumas falas
mostram uma relação direta com a sensação de bem
estar sob diferentes aspectos da vida, como é possível
observar nas respostas a seguir:
É o bem estar biopsicossocial e educacional
diário em minha vida. (E1)
É viver sem ter prejuízos físicos, mentais
e espirituais, ter uma vida saudável com
atividade física, boa alimentação, ter uma
boa saúde física e mental. (E3)
Dormir bem, praticar esportes, ler, ter
lazer, se alimentar corretamente, ter uma
vida espiritual equilibrada, ter tempo para
a família. (E5)
Os profissionais de enfermagem também
relacionaram a QV à satisfação (ou não) de
necessidades apresentadas pelos indivíduos nas
diferentes dimensões de suas vidas, com destaque
àquelas relacionadas ao trabalho e à remuneração,
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Ramos, M. A. et al.
deixando transparecer a importância do equilíbrio
dessa dimensão, como mostram os relatos abaixo:
Poder trabalhar no que gosta, ter
convivência social, familiar, lazer, passeios
e padrão de vida satisfatório com renda
familiar satisfatória, saúde entre outros.
(E16)
Ter boa saúde, bom emprego ter tempo para
praticar esportes, sair com a família, se
divertir sem atrapalhar ou comprometer sua
renda financeira. (E4)
Ter uma vida saudável com práticas de
esporte, lazer, uma boa alimentação, vida
espiritual, tempo com a família e amigos e
um trabalho que te realiza. (E6)
Outro aspecto da qualidade de vida citada pelos
profissionais pesquisados foi relacionado à satisfação
em estar perto da família e ter momentos de lazer,
como se destaca nos discursos a seguir:
Poder estar em momentos de lazer com
amigos e família e poder trabalhar sem
sobrecarga de horário. (E10)
Ter saúde, trabalho, moradia, educação e
lazer, ou pelo menos ter acesso a tudo isso
sem passar por necessidade. (E11)
Qualidade de vida pra mim e ter saúde
principalmente física e mental, para
aproveitar a vida e tudo que ela nos oferece.
(E13)
Seria o conjunto de condições propicias
para que cada um pudesse ter uma vida
tranquila, isso inclui a parte física, mental,
acredito que cada indivíduo tem o direito de
ter sua habitação com saneamento, poder
frequentar uma escola, ter direito a uma boa
qualidade na saúde e também ter seu lazer.
(E14)
E ter um bem estar físico, psíquico e
emocional, é poder realizar atividades que
lhe dão prazer. (E15)
Fatores facilitadores e dificultadores à qualidade
de vida na visão dos profissionais de enfermagem
Observa-se nas falas dos participantes que vários
fatores relacionados ao trabalho contribuem como
facilitadores para se ter qualidade de vida como:
“Um bom salário”. (E7)
“Ter uma situação financeira estável, ter
tempo para desfrutar, isto é, ter lazer e
interação social”. (E14)
Por outro lado alguns profissionais de enfermagem
citaram a remuneração como um fator dificultador
para a qualidade de vida a partir do momento que não é
adequada para a manutenção das necessidades básicas
do individuo e sua família, como mostra os excertos
abaixo.
Trabalho excessivo, falta de sono, situação
financeira inadequada. (E2)
Falta de dinheiro. (E7)
Ganho financeiro, pois tudo aumenta menos
nossos salários. (E4)
Baixa remuneração, as coisas todas
caras, a gente acaba trabalhando muito
e esquecendo de viver, pois hoje em dia a
gente vive em função do dinheiro. (E17)
Destaca-se que as influências negativas do excesso
de trabalho também foram citadas pelos profissionais
participantes desta pesquisa, como mostram as falas
abaixo.
Na minha casa tenho dificuldade de
administrar o meu tempo devido à carga
horária do meu trabalho e ser dona de
casa, filhos marido isso faz com que deixe
a desejar. (E6)
Trabalho em excesso. (E10)
Como trabalho a noite, durante o dia preciso
recuperar o sono e acabo não encontrando
tempo para diversão e interação familiar.
(E17)
Entende-se que a boa qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem é influenciada pela
existência de fatores dificultadores relacionados tanto
aos aspectos físicos, psíquicos, culturais e sociais,
entre estes fatores, o sono e a falta de tempo para
atividades de lazer foram citados pelos profissionais
de enfermagem, como mostram as falas,
“Sono, como trabalho a noite passo muito
tempo dormindo de dia, isso atrapalha o
meu dia a dia”. (E6)
“Disponibilidade dos horários para lazer
cultura, atividades físicas, convivência
sócio familiar”. (E16)
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Concepção dos profissionais de serviço emergência sobre qualidade de vida
Discussão
Destaca-se que os dados referentes a caracterização
sócio demográfica dos profissionais corrobora com um
estudo realizado em Minas Gerais, pois este apontou
que a faixa etária predominante em um SAMU
foi de 77,76% entre 26 e 35 anos. Nota-se que os
trabalhadores dos serviços de urgência se enquadram na
população jovem adulta, o que pode estar relacionado
às características do serviço que exige esforço físico;
disposição para o trabalho diurno e noturno e; plantões
longos (SANTANA et al., 2015).
Ainda em relação ao sexo e idade, constatou-se
que os dados se apresentam coerentes com estudos
que tiveram como participantes profissionais de
enfermagem, sendo a maioria de profissionais do sexo
feminino (REZENDE et al, 2012; RIBEIRO et al.,
2014; SANTOS et al., 2014). Tal achado é compatível
com a literatura reforçando a história da categoria
que é marcada pela presença feminina durante a
consolidação da profissão.
Dos 17 profissionais de enfermagem 11 (64,70%)
eram técnicos de enfermagem e seis (35,29%) eram
enfermeiros. Destaca-se que dos seis enfermeiros,
cinco (29,41%) realizaram curso de Pós-graduação.
Este dado pode estar relacionado ao fato de que,
cada vez mais se tem exigido a capacitação técnicocientífica na enfermagem, o que desencadeia a procura
por aprimoramento e ocasiona maior disputa no
mercado de trabalho (GUIDO et al., 2011).
Concepção dos profissionais de enfermagem
sobre qualidade de vida
Os excertos de E1, E3 E E5, que considera
qualidade de vida como viver bem, sem ter prejuízos
físicos, mentais e espirituais, praticar atividade
física, ter uma alimentação adequada e ter tempo
para família, corroboram com estudo que destaca que
alcançar a qualidade de vida é a verdadeira vontade do
ser humano, que busca tudo que possa proporcionar
maior bem estar e o equilíbrio físico, psíquico e
social, ou uma regra para se obter uma vida mais
satisfatória (CARVALHO et al., 2013). Diante da
subjetividade e abrangência de requisitos necessários
para uma boa qualidade de vida, faz-se necessário
considerar o homem em sua totalidade, isto é, um ser
biopsicosocioespiritual. A insatisfação em relação a
um desses requisitos pode interferir decisivamente na
qualidade de vida do indivíduo que pode adotar
assim uma postura reducionista (ARAÚJO; SOARES;
HENRIQUES, 2009).
Observa-se que em alguns depoimentos dos
profissionais (E9, E10) há uma relação significativa
com a concepção de saúde da Organização Mundial
da Saúde (OMS). A OMS instituiu um conceito
abrangente definindo a saúde não apenas como a
ausência de doença ou simplesmente desequilíbrio na
saúde, mas o perfeito bem-estar físico, mental e social
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2015).
Devido às repercussões negativas que podem ser
geradas pelas mudanças no mundo do trabalho, surge
o desafio de sincronizar o bem-estar profissional e as
demais áreas que envolvem a qualidade de vida. Para
que se alcance essa sincronização, há um despontar
de interesse pela qualidade de vida no trabalho, pois
se acredita que o trabalho também pode gerar bemestar e satisfação pessoal e profissional (AMARAL;
RIBEIRO; PAIXÃO, 2015).
Percebe-se que os profissionais em suas falas
conceituam QV em vários aspectos, mas todos com
uma linha tênue que separa a importância do trabalho,
saúde, família e lazer. Este dado corrobora com um
estudo que refere que a análise da qualidade de vida
relacionada com a saúde deve incidir sobre quatro
áreas que se sobrepõem e inter-relacionam. A primeira
área diz respeito à competência comportamental,
que se refere aos comportamentos que o indivíduo
teve e tem relativamente à sua saúde, a segunda área
está relacionada às condições ambientais, que dizem
respeito aos atributos do meio físico que rodeiam o
indivíduo. A terceira área relaciona-se a qualidade de
vida percebida, dimensão subjetiva que depende do
julgamento do individuo sobre a sua funcionalidade
física, social e psicológica. E a quarta e última área
é a sua competência comportamental ou bem-estar
psicológico, que reflete a avaliação pessoal sobre as
três dimensões anteriores e depende da capacidade
do indivíduo se adaptar às perdas, à sua capacidade
de recuperação de eventos estressantes tais como, a
doença, morte de familiares, desemprego, violência
física, e da capacidade de encarar essas situações pelo
lado positivo (ALMEIDA; GURGEL; SILVA, 2013).
Percebe-se na análise desta categoria que, de
maneira geral, os profissionais compreendem a ampla
dimensão da qualidade de vida, que vai além das
questões específicas de saúde física. Nesta perspectiva,
conhecer a amplitude e importância de tal fator na
manutenção da saúde permite que os profissionais
busquem o bem-estar nas diversas dimensões de vida.
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Ramos, M. A. et al.
Fatores facilitadores e dificultadores à qualidade
de vida na visão dos profissionais de enfermagem
Qualidade de vida é considerada como a percepção
do indivíduo de sua posição na vida no contexto
da cultura e sistema de valores nos quais vive em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões
e preocupações e mesmo como uma questão ética
que deve, primordialmente, ser analisada a partir da
percepção individual de cada um (MARCITELLI,
2011).
Alguns fatores podem interferir diretamente na
motivação do profissional e na sua qualidade de
vida, dentre estes diversos fatores, pode-se elencar
a remuneração, os benefícios sociais, as condições
físicas e psicológicas e a questão de segurança no
ambiente de trabalho (CARVALHO et al., 2013).
Na percepção individual da maioria dos profissionais
pesquisados, a remuneração financeira digna constituise de um dos principais fatores facilitadores na
determinação da qualidade de vida. Sabe-se que a
remuneração condizente com as atividades exercidas
adquire um significado importante para o trabalhador,
pois, além de responder às necessidades básicas,
assume um papel de reconhecimento pelas ações
desenvolvidas (AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO,
2015).
Destaca-se que o fator remuneração aparece nas
entrelinhas dos relatos dos participantes de outro
estudo, como positivo à qualidade de vida, o que
corrobora com o achado desta pesquisa. Um bom
salário pode ser considerado um fator facilitador
a partir do momento que possibilita ter condições
melhores de vida como, morar perto do trabalho,
de áreas de lazer, perto de locais para exercícios e
possibilita também ter um plano de saúde. Porém, só
se caracterizará como positivo, se as pessoas tiverem
essa consciência (SOARES et al., 2011).
A literatura traz que o profissional que tem boas
condições de trabalho adoece menos, tem poucas
faltas e desenvolve seu trabalho com eficiência
tornando o ambiente mais favorável a promoção da
saúde e prevenção de doenças, visando à melhoria na
qualidade de vida (SABÓIA; PONTE, 2013).
O acúmulo de vínculos empregatícios, percebido
nas falas dos trabalhadores de enfermagem do SAMU,
tem provocado excesso de horas trabalhadas e,
consequentemente, o tempo para as demais dimensões
da vida, como o lazer e atividade física, acaba por ficar
sempre em segundo plano. Agregam-se as questões
de mais de um emprego o fato de que o mercado de
trabalho tem se tornado mais exigente mediante o
avanço tecnológico, requerendo um profissional mais
qualificado, ou seja, mais especializado, o que requer
participar em cursos de capacitações, que muitas vezes
são incluídos no orçamento do próprio trabalhador.
Possivelmente, esses fatores têm prejudicado não
só a vida pessoal, mas também a interação familiar
(SABÓIA; PONTE, 2013).
Os excertos de E6, E10 e E17, corroboram com
um estudo realizado com 42 enfermeiros da cidade
de Santa Maria – RS que objetivou a percepção por
parte dos enfermeiros sobre as alterações na saúde
decorrentes do trabalho noturno. Os resultados
evidenciaram que 27 profissionais relataram alterações
em seu estado de saúde como a má qualidade do sono,
sensação de cansaço, ganho ponderal e mal estar
gástrico. Como consequência, foram identificados
distúrbios relacionados aos hábitos alimentares, perda
de atenção, acumulação de erros e dificuldade de
relacionamento familiar (SILVA et al., 2011).
Verifica-se nas falas E2, E6 e E17 que o padrão de
sono interfere na qualidade de vida dos mesmos, este
dado corrobora com estudo realizado com enfermeiros
que trabalhavam no período noturno, sendo identificado
que 11,90% mencionavam dispor de má qualidade de
repouso/sono, podendo prejudicar o ambiente familiar
e social, comprometendo o estado comportamental,
físico e emocional desses profissionais (SILVA et al.,
2011). O sono na maioria das vezes não consegue ser
recuperado pelo individuo que realiza as atividades
noturnas, se persistente e acumulativo, o sono pode
proporcionar a exaustão física e a atenuação da
capacidade mental (AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO,
2015; VEGIAN; MONTEIRO, 2011).
Constata-se nos depoimentos E2, E10 e E17, o
trabalho excessivo como fator dificultador para se ter
qualidade de vida, este dado é comprovado no estudo
realizado com enfermeiros intensivistas atuantes no
período noturno, em unidade de terapia intensiva de
cinco instituições hospitalares, da região Oeste do
Estado do Paraná, onde o enfermeiro tende a exceder a
sua carga horária, afetando seus vínculos afetivos e de
lazer, proporcionando uma deterioração física e uma
horrível qualidade de vida (VERSA et al., 2012).
Destaca-se que o aumento da jornada de trabalho
expõe o profissional por mais tempo a riscos inerentes
às atividades que desempenham, além de diminuir
seu tempo para a recuperação das energias físicas, o
desenvolvimento de atividades de lazer e a convivência
familiar (VEGIAN; MONTEIRO, 2011).
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Concepção dos profissionais de serviço emergência sobre qualidade de vida
Neste aspecto tem-se que o profissional de
enfermagem, diversas vezes, apresenta uma sobrecarga
e um excesso na jornada de trabalho levando a um
desgaste físico, emocional o que o afasta do convívio
social e familiar, contrariando o que os autores
retratam acerca da importância deste convívio para a
qualidade de vida.
Conclusão
A concepção dos profissionais de enfermagem
pesquisados neste estudo sobre qualidade de vida
encontra-se na relação direta com a sensação de
bem estar sob diferentes aspectos da vida como,
dormir bem, praticar esportes, ter lazer, alimentarse corretamente, ter uma vida espiritual equilibrada,
ter tempo para a família. Diversos aspectos inerentes
ao trabalho repercutindo na qualidade de vida do
profissional foram evidenciados neste estudo, os
mais abordados pela equipe foram o baixo salário,
seguido da falta de tempo para família e para o lazer.
As diversas preocupações do dia a dia e o acúmulo
de vínculos empregatícios são fatores que colaboram
para um distanciamento da qualidade de vida
desejada, causando situações constantes de estresse e
preocupação, como as vivenciadas pelos profissionais
do serviço pesquisado de Urgência e Emergência.
Identificou-se que os aspectos físicos, sociais,
biológicos, espirituais e econômicos foram citadas nas
concepções dos profissionais como sendo essenciais
para se ter qualidade de vida, e destaca-se que fatores
dificultadores citados pelos profissionais alertam para
as causas do distanciamento da qualidade de vida
desejada.
Percebe-se então que a remuneração é o fator
principal e inicial de um ciclo na busca da qualidade
de vida que se espera alcançar, para o grupo de
trabalhadores pesquisados. Sendo a remuneração
baixa, o profissional busca melhorar suas condições
financeiras realizando uma dupla jornada, o que
leva a uma sobrecarga de trabalho, desgaste físico
e emocional, alimentação ruim e menor tempo livre
para lazer, sono e família, fatores fundamentais para a
qualidade de vida, na concepção dos mesmos.
Espera-se que esta pesquisa contribua para
subsidiar a discussão no Serviço de Urgência e
Emergência entre equipe de trabalho e gestores para
a melhoria das condições de trabalho, levando, assim,
a melhoria da qualidade de vida dos profissionais que
refletirá no atendimento à população.
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