Circuitos Magnéticos e Transformadores na Interconversão de
Energia Elétrica e Mecânica.
(Magnetic circuits and transformers in Interconversion of Electrical and Mechanical Energy)
Moysés, M.C
Matemática,
Física
e
Química
-Astronomia-Observatório
Nacional-ON
Governo Do Estado de Minas Gerais-Titular de cargo efetivo
O
Instituto
de
Bioquímica
Médica
(IBqM)
da
Universidade
Federal
do
Rio
de
Janeiro (UFRJ -Especialização CEDERJ/CECIERJ)
Grupo de Astronomia - 100% brasileira -Astronomia Brasil
O Objetivo do presente artigo é dar uma introdução ao estudo
dos dispositivos utilizados na interconversão de energia elétrica e
mecânica. O estudo integral é dado ênfase as máquinas eletromagnéticas
rotativas, muito comuns e muito importantes – os motores e geradores que
produzem a potência da qual as sociedades industrializadas dependem. Do
mesmo modo é dedicada atenção a aspectos mais amplos da conversão
eletromecânica de energia, não apenas devido a importância de outros
mecanismos além da máquina rotativa, mas também para que se ganhe
perspectiva apropriada.
Palavras-chaves: circuitos, magnéticos, transformadores, energia, elétrica,
mecânica.
The goal is to give this article an introduction to the study of the devices
used in electrical and mechanical energy interconversion. The full study is
emphasized rotating electromagnetic machines, very common and very
important - the engines and generators that produce power, which the
industrialized societies depend. Likewise is dedicated attention to broader
aspects of electromechanical energy conversion, not only because of the
importance of other mechanisms besides the rotary machine, but also in order to
win proper perspective.
Keywords: circuits, magnetic, transformers, energy, electrical, mechanical
Introdução
O transformador, dados uma aplicação privilegiada, que conquanto não seja
propriamente um dispositivo de conversão eletromecânica de energia, é um
amplificador auxiliar importante no problema global de conversão de energia.
Além disto, em muitos aspectos a sua análise está intimamente conexa à
dos motores e geradores. Os conceitos relativos ao comportamento de
transformadores têm, assim sendo, a característica adicional de servir como
auxiliar ao estudo de máquinas.
Praticamente todos os transformadores e maquinaria elétrica utilizam maciço
material magnético para situar a configuração dos campos magnéticos que
atuam como meio de descontinua transferência e conversão de energia. As
relações entre grandezas dos campos magnéticos e dos circuitos elétricos,
com os quais eles interagem, constituem uma parte importante na descrição
do funcionamento de vários tipos de equipamentos. O material magnético
determina as dimensões do equipamento, a sua capacidade, e introduz
limitações no desempenho, devido a saturação e perdas. Trataremos desde
as leis físicas que governam os campos magnéticos, e então falaremos um
pouco de transformadores com alguns pormenores. [1]
Comentário: É um agente físico que é responsável pela transmissão das interações eletromagnéticas
que se propagam no espaço com uma velocidade finito-Campo elétrico.
Os fenômenos magnéticos são conhecidos desde a Antiguidade. Naquela época já se utilizavam
certas pedras – que tinham a propriedade de atrair pedaços de ferro – na orientação da rota de grandes
viagens.
O vocábulo magnetismo é devido a uma região chamada Magnésia, localizada na Turquia, local em
que essas pedras foram encontradas. Quando suspensas por seus centros de massa, tais pedras
orientavam-se sempre no sentido norte-sul. Eram construídas de óxido de ferro e denominadas
magnéticas. Atualmente, recebem o nome genérico de ímã natural. Só mais tarde descobriu-se a
possibilidade de fabricar ímãs artificiais
Circuitos Magnéticos: O comportamento completo do campo magnético é
descrito pelas equações de Maxwell, completadas por relações
constituintes que introduzem os parâmetros dos vários materiais ocupados
pelo campo. No caso de máquinas elétricas e transformadores as
frequências e as dimensões são tais que os termos de corrente de
deslocamento das equações de Maxwell podem ser desprezadas, o que
permite utilizar a forma quase estática das equações. Com esta afirmação
queremos dizer que os campos magnéticos sob condições variáveis no
tempo são os mesmos que sob condições estáticas, nos mesmos níveis
elétricos. De um ponto de vista prático, isto significa podermos resolver todos
os mesmos problemas de circuitos magnéticos para as configurações das
máquinas reais seria uma tarefa extremamente difícil.
Analogamente ao campo elétrico, denomina-se campo magnético a
região ao redor de um ímã na qual ocorre um efeito magnético.
A sua representação é feita por linhas de campo ou linhas de indução,
que são linhas imaginárias fechadas que saem do polo norte e entram no
polo sul.
No interior do ímã, as linhas de campo vão do polo sul para o polo norte.
Cada ponto de um campo magnético é caracterizado por um vetor
denominado vetor indução elétrica ou vetor campo magnético, sempre
tangente às linhas de campo e no mesmo sentido delas. A sua
intensidade
será
definida
mais
adiante.
Diz-se que um campo magnético é uniforme quando o vetor campo
magnético é constante em todos os pontos do campo. Nesse caso, sua
representação é um conjunto de linhas paralelas igualmente espaçadas
e igualmente orientadas [3]
____________________________________
Comentário : Em 1820, o físico dinamarquês Hans C. Oersted (1777-1851) constatou, experimentalmente, que a
corrente
elétrica
cria
um
campo
magnético
ao
seu
redor.
Oersted dispôs um circuito, mantendo um trecho do condutor esticado na direção norte-sul, colocando bem próximo
e
sob
esse
trecho
uma
bússola.
Conferiu que, ao fechar o circuito, a agulha magnética da bússola sofria um desvio e permanecia quase
perpendicular ao condutor, graças ao aumento da corrente. Verificou ainda que, se o sentido da corrente fosse
invertido,
a
Da
agulha
também
experiência,
sofria
uma
Oersted
inversão
em
concluiu
seu
sentido.
que:
Uma corrente elétrica cria ao seu redor um campo magnético.
Em Outubro de 2003, a magnetosfera da Terra foi acertada por uma chama solar que causou uma concisa, mas
intensa tempestade geomagnética, provocando a aparição de luzes incomuns no norte
Os efeitos dos campos magnéticos e do material radiativo : O efeito de tais raios sobre qualquer avião situado
dentro de seu campo magnético seria um curto-circuito de todos os instrumentos elétricos. Cortado o sistema de
ignição, o avião perderia instantaneamente todo sustento e entraria em um plano sobre o qual o piloto não teria
controle algum, já que também a assistência elétrica das mãos estaria anulada. Este corte instantâneo de energia
explicaria porque nenhum piloto pode enviar um SOS, ainda que alguns estiveram em contato direto com os
controladores de terra. As supostas explosões de aviões no ar poderiam ser explicadas pelo arco que formariam
os circuitos elétricos cortados, colocando em ignição os vapores gasosos ao entrar em contato com o campo
magnético.[3]
A Lei básica que determina a relação entre corrente elétrica e campo
∫
magnético é a lei de Ampère:
j. da =
Fonte:
φ
Π dl ( Eq. 1-1)[1]
Unicamp,
Ariovaldo
V.
Garcia
Fri Aug 7 18:29:12 EST 1998
Onde J é a densidade da corrente e é a intensidade de campo magnético.
Em unidades mks, J é dado em ampère por metro quadrado (A/m 2 ) e em
ampère-espira por metro ( A/M) .
A Eq.1-1 afirma que a integral de linha de ao longo do contorno de uma
superfície aberta, através da qual passa a densidade de corrente J, é igual à
corrente total envolvida.
Quando a Eq.1-1 é aplicada ao núcleo simples da Fig.5, o primeiro membro
se torna simplesmente o produto Ni das espirais e da corrente; o segundo
membro é igual ao produto e Ie (enrolamento E de espiras) da intensidade
de campo magnético e do comprimento e do comprimento médio do núcleo.
Podemos supor que e é constante ao longo do percurso medido por Ie . A
relação torna-se:
Ni = e Ie (1-2)
Os ampere-espirais Ni podem ser produzidos por um ou mais enrolamentos,
onde o total de todos os enrolamentos é Ni. A equação de e com respeito
a Ni é dada matematicamente pela Eq.1-1, mas praticamente pela regra da
mão direita.
A intensidade de campo magnético produz uma indução magnética β em
toda a região onde ele existe, de valor:
β = µ (1-3)
A intensidade de β é weber por metro quadrado, onde 1 weber = 108 linhas
de campo magnético. O termo µ é a permeabilidade e é uma propriedade do
material. em unidades mks a permeabilidade µ r, relativa ao valor para o
vácuo, ou µ = µ r µo. Valores típicos de µ r estão na faixa de 2.103 a 6.103 ,para
materiais usados em maquinas. A Eq.1-1 precisa satisfazer todo o caminho
no espaço, concatenando com o enrolamento da Fig.5. Os valores de ao
longo dos caminhos são independentes de eles atravessarem o material ou
não. Entretanto, a indução magnética β é desprezível em todos os pontos,
exceto no núcleo do ferro. Quando os circuitos magnéticos são analisados
para determinar o fluxo e a indução magnética nos principais caminhos
através do núcleo, o campo magnético fora do núcleo e seus entreferros é
usualmente desprezado. Mas, quando dois ou mais enrolamentos estão
colocados sobre um circuito magnético, como em um transformador ou uma
máquina rotativa, o campo fora do núcleo, chamados campos de dispersão,
são extremamente importantes na determinação do acoplamento entre os
enrolamentos.
Fonte : Fitzgerald,
A.E. (2003). «1». Electric Machinery (6a Ed. edición). McGraw-Hill. ISBN 0-07-366009-4.
Os transformadores são enrolados sobre núcleos fechados como pode-se
ver nas figuras. Os dispositivos de conversão de energia que incorporam um
elemento móvel exigem entreferros nos núcleos. Um circuito magnético com
um entreferro mostrado na Fig. Acima A Eq.1-1 aplicada ao circuito resulta
em:
Ni = n In +
(1-4)
Onde é a intensidade no entreferro. Ao longo do circuito magnético o fluxo
magnético é continuo. O fluxo é definido como:
= ∫ β
da
( 1-5)
Dentro do núcleo ,, a indução magnética pode ser considerada uniforme
através da área Na de uma seção transversal , de modo , que o fluxo é :
=β
n An
(1-6)
Comentário: Permeabilidade
magnética (μ )
Está conexa com a veemência de magnetização, está se transforma em função da intensidade
do campo aplicado. As permeabilidades medem a facilidade com que um campo magnético β
pode ser introduzido em um material sob ação de um campo externo.
μ =Tgθ B/H é dada em Gauss/Oersted
Permeabilidade magnética relativa (μ r) de alguns materiais
Ferro “puro” (0,1% de impurezas)
0,5 10³
Aço ao silício (4,25% Si)
1,5 10³
Aço ao silício (3,25% Si) com grãos orientados (textura)2,0 10³
“Supermalloy” (79%Ni; 16%Fe; 5%Mo)
1,0 104
Ferrita cerâmica ( Mn, Zn) Fe2O4
1,5 10³
Ferrita cerâmica (Ni, Zn) Fe2O4
0,3 10³
Domínios magnéticos: São regiões da estrutura do material onde todos os átomos cooperam
magneticamente, ou seja, são as zonas de magnetização espontânea. Quando um campo
magnético é aplicado os domínios magnéticos tendem a se alinhar com o campo e, então, o
material exibe propriedades magnéticas.[2]
:
A Eq. 1-4 pode ser escrita primeiramente em termos das induções
magnéticas no núcleo e no entreferro, e depois em termos de fluxo total:
Eq.(1-7 e 1-8)
Fonte : Moysés , M.C – 2004
O termo Ni é indicado por
ϝ
e é chamado força magnetomotriz ou ϝmm .
Os coeficientes dos termos no segundo membro são chamados permeância
Ҏ ou relutância , e são definidos por :
Eq.(1-9)
Fonte : Moysés .M.C – 2004
A Eq. 1 – 8 torna-se :
Eq. ( 1-10)
Fonte : Moysés .M.C – 2004
A dificuldade na solução da Eq. 1-10 em relação a , dados ϝ e a geometria,
consiste em que a permeabilidade µ n não é constante, mas depende de β
n.
A equação pode ser escrita como:
Eq.1-11 Fonte: Moysés .M.C – 2004
Em circuitos magnéticos típicos, o termo ( µoInA / µngAn ) é muito menor do
que a unidade , de modo que o comportamento do circuito é determinado
apenas pela relutância do entreferros . Esta relutância, como depende de µ o,
é independente da indução magnética.
Bem como quando um campo magnético é justaposto os domínios
magnéticos tendem a se alinhar com o campo e, então, o material exibe
propriedades magnéticas.
[4]
Fig. acima - Retificação de domínios. Um campo magnético externo pode alinhar os
domínios ferromagnéticos. Quando os domínios estão asseados, o material está
magnetizado.
[5]
Os monocristais das substâncias ferromagnéticas se caracterizam pela sua
anisotropia magnética, ou seja a facilidade de magnetização dos cristais variam
de acordo com a direção do campo aplicado, na figura (retificação de domínios)
para os cristais de ferro, níquel e cobalto. O processo de magnetização de um
material ferromagnético é caracterizado por suas curvas de magnetização β e .
Advertindo que a densidade de fluxo magnético em um ponto de um campo
devido circulação de corrente em um condutor, depende da intensidade da
corrente, do comprimento do condutor, da posição deste em relação ao ponto e
de um fator de proporcionalidade
, que é a permeabilidade do meio
considerado, a equação abaixo:
Β =
Fornece a relação entre a densidade de fluxo magnético β (unidade: Tesla) e a
força magnetizante (unidade: A/m). Para o vácuo a permeabilidade magnética
m = 0 é uma constante com o valor aproximado de 4p.10 7 no sistema
internacional; para o ar, m é um pouco maior que m0 podendo ser admitida igual
a m0 nas aplicações práticas.
No entanto, a permeabilidade magnética m (unidade: H/m) não é em geral uma
constante, ou seja, B não é uma função linear de H para algumas substâncias.
Portanto, mais importante que o valor da permeabilidade, a representação usual
da relação e dada através de curvas β x .
Estas curvas alteram assombrosamente de um material para outro e para o
mesmo material são fortemente influenciadas pelos tratamentos térmicos e
mecânicos que são submetidos .
Conclusão:
As maquinas e os transformadores empregam maciços materiais magnéticos
em vários tamanhos e formas, desde folhas finas estampadas de aço-silício
até peças sólidas de ferro para rotores de alternadores síncronos e peças
polares de maquinas C.C. Todo material ferromagnético aproveitado pelas
máquinas é qualificado por uma alta permeabilidade relativa e também por
uma relação não-linear e multivalente entre β e . As especialidades do
material não podem ser descritas por umas poucas constantes numéricas,
mas precisam ser descritas por conjuntos de curvas relacionando as
variáveis de interesse com outras variáveis, como espessura e frequência,
como parâmetros.
A ciência básica das propriedades magnéticas é dada pelo ciclo β - , ou de
histerese. Para cada apego de indução magnética máxima, nas
extremidades do ciclo, o material tem um ciclo .Esta curva mostra a relação
instantânea
entre a indução magnética β
e a intensidade de campo
magnético num ciclo completo de funcionamento .Para cada valor de
indução magnética máxima nas extremidades do ciclo , o material tem um
ciclo β - .[1]
Agradecimento:
Agradeço ao meu neto amado e guerreiro Fernando Moysés Pimenta Freire,
por achar meus cadernos e minhas anotações quando estudava no Instituto
de Física São Carlos.
Referencias:
[1] A. E. Fitzgerald
[2] Ana Luiza, Doering-Danielle de, Paula Mauro-Priscila, Nicolotti
[3] Gambirasio, Giorgio-Escola Politécnica da USP
[4] Prof. Jacqueline Rolim