Territórios e Paisagens na América
Latina
Claudia Maria Leal Leon
Diogo de Carvalho Cabral
Marina Miraglia
Rogério Ribeiro de Oliveira
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omo invenção moderno-colonial, a América Latina por séculos foi vista como “espaço”
puro, um continente vazio a ser preenchido. Pretensamente impelidos e agraciados pela
vontade divina, os europeus viam a si mesmos como agentes históricos no duplo sentido da
expressão, ou seja, como atores e escritores do drama da colonização. Com suas armas, sua biota e suas
letras, os colonizadores ao mesmo tempo criaram e preencheram o “espaço” americano –
exterminando e substituindo as populações nativas (humanas e não-humanas), geometrizando a
representação da terra e registrando alfabeticamente uma história regional sob a perspectiva dos
invasores.
PhD em Geografía, University of California – Berkley, Estados Unidos. Universidad de los Andes, Colombia.
claleal@uniandes.edu.co
2 Doutorado em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, IBGE, Brasil. diogo.cabral@ibge.gov.br
3 Doutorado em Filosofia e Letras com Orientação em Geografía, Faculdade de Filosofia e Letras da Universidad de Buenos
Aires. Universidad Nacional de General Sarmiento, Argentina. mmiragli@ungs.edu.ar
4 Doutorado em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil. Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro, PUC-Rio, Brasil. rro@puc-rio.br
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Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science • http://revistas.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/
v.6, n.1, jan.-abr. 2017 • p. 12-21. • DOI http://dx.doi.org/10.21664/2238-8869.2017v6i1.p12-21 • ISSN 2238-8869
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Claudia Maria Leal Leon; Diogo de Carvalho Cabral; Marina Miraglia; Rogério Ribeiro de Oliveira
Problematizando esse viés colonial, inúmeros estudos realizados nas últimas décadas vêm
mostrando que as espacialidades latino-americanas não se resumem à expansão européia. Muito antes
da chegada dos europeus, as terras já eram intensamente trabalhadas e modeladas conforme
necessidades, desígnios e saberes locais. Redes transcontinentais de comércio estruturavam a vida
cultural de inúmeras comunidades ameríndias, sobretudo nas terras altas andinas e mexicanas e na
planície amazônica. Mesmo após a invasão européia, a estruturação espacial do que viria a ser chamado,
séculos depois, de “América Latina”, seguiria os lineamentos fundamentais dos ameríndios; para impor
sua dominação, os colonizadores utilizaram, em grande medida, os centros de povoamento e as redes
de circulação nativos.
Mais do que “espaço”, portanto, a compreensão dessas complexidades geográficas deve ser
norteada pelos conceitos de território e paisagem. Embora em matizes diferentes, ambos iluminam a
particularização da superfície terrestre, tanto na dimensão físico-material (cerceamentos e alterações
geoecológicas) quanto na dimensão cognitiva e cultural (percepções, interpretações e narrativas),
privilegiando um entendimento qualitativo da diferenciação espacial baseada em instituições e técnicas,
poderes e saberes. Tradicionalmente utilizado por geógrafos, esses dois conceitos têm sido apropriados,
nas últimas décadas, por ecólogos, antropólogos e historiadores, entre outros especialistas, como
ilustrado pelos oito artigos que compõem este dossiê. Seus autores exploram casos da Argentina, Chile,
Brasil e Colômbia que entrelaçam as ciências sociais com as ciências naturais, o mundo humano com o
mundo não humano e o tempo com o espaço. Estes textos tendem a enfocar áreas de fronteira para
reconstruir paisagens passadas, analisar diferentes visões de paisagem ou explorar conflitos relacionados
com usos distintos do território.
Dois dos artigos do dossiê abordam a costa atlântica da América do Sul, utilizando métodos
distintos para reconstruir paisagens pretéritas. Em “Buscando la historia en los bosques: el papel de los
macrovestigios y de la vegetación en la Mata Atlántica”, Adi Estela Lazos Ruíz, Rogério Ribeiro de
Oliveira e Alexandro Solórzano exploram o potencial dos objetos e configurações encontrados na
paisagem atual como evidências de territorialidades humanas do passado. Marina Miraglia, por sua vez,
utiliza outro tipo de evidência, os relatos de viajantes, para entender a realidade territorial das bacias
próximas à capital Argentina no século XIX. “Los relatos de viajeros y científicos como fuente de datos
para la reconstrucción histórica y cartográfica del territorio en las cuencas del Reconquista y Las
Encadenadas en la provincia de Buenos Aires (Argentina) durante el siglo XIX” mostra como relatos e
visões de viajantes e cientistas apresentam um substrato que permite reconstrução cartográfica e
histórica da província de Buenos Aires.
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Os relatos de viajantes também constituem a fonte privilegiada do texto “Los límites del
territorio nacional: desiertos impenetrables e indios salvajes en los escritos de viajeros decimonónicos
en Chile”. Seus autores, Inmaculada Simón Ruiz e Eva Sanz Jará, mudam o ângulo de análise, pois em
lugar de usar os testemunhos para descrever paisagens passadas, analisam a visão que a paisagem do sul
e norte do Chile, bem como de seus habitantes indígenas, tinham os viajantes que percorreram essas
terras e escreveram sobre elas. Algo similar fazem Alessandra Izabel de Carvalho e Darcio Rundvalt em
“Narrando a paisagem: os Campos Gerais do Paraná em três relatos de viagem do século XIX”. Neste
trabalho a paisagem dos campos do Paraná é descrita sob a perspectiva de três viajantes do século XIX,
evidenciando distintas visões do espaço.
“Crossing the Green Line: Frontier, Environment and the Role of Bandeirantes in the
Conquering of Brazilian Territory”, de Sterling Evans e Sandro Dutra e Silva, reforça a impressão dada
pelos artigos anteriores, que os conceitos de paisagem e território atraem a quem trabalha com as
regiões de fronteira. Este texto apresenta um panorama geral sobre a história dos bandeirantes e quem
escreveu sobre eles. Além de expor a visão heróica sobre os bandeirantes presente na literatura
histórica, Evans e Dutra situam esses aventureiros dentro da história da apropriação da fronteira e
exploram os escritos desses personagens para demonstrar que concebiam o ambiente como um
obstáculo para suas apropriações.
Outros dois artigos estudam regiões da Amazônia como cenários de intervenção técnica e
ideológica, bem como os conflitos resultantes. Em “A Força dos Varadouros na Amazônia: o caso da
Comissão de Obras Federais do Território do Acre e a oposição de seringalistas e rios às estradas de
rodagem (1907-1910)”, André Vasques Vital aborda a oposição dos seringalistas à construção de uma
estrada em direção aos centros administrativos localizados nas cabeceiras fluviais no então território
federal do Acre. Embora a estrada tenha sido construída, ela foi, em poucos anos, recoberta pela
floresta, em razão da falta de uso. As vias realmente úteis para a economia da borracha eram os rios e
varadouros, caminhos construídos muito tempo atrás e que eventualmente serviram de base para a
construção da estrada. Por sua vez, Diana Carolina Ardila Luna e Margarita Serje, en “¿El río como
infraestructura? El caso del río Meta, Colombia”, propõem o conceito de “regimes de intervenção”, que
articula habilmente a literatura geográfica sobre ajuste socioespacial e expansão capitalista com a
literatura foucaultiana sobre projetos e dispositivos de poder. Os autores usam esse conceito para
analisar a geografia histórica do rio Meta (Orinoquia colombiana), como sucessivas projeções espaciais
de projetos técnico-econômicos e discursivo-governativos. Ênfase é dada ao período mais recente,
desde o final do século XX, quando se instalam poderosos interesses de navegabilidade visando à
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integração ao mercado internacional, ao mesmo tempo em que emerge um projeto vinculado à
biodiversidade e às mudanças climáticas.
Por fim, o artigo “Turismo de Segundas residências: análise dos conflitos territoriais no
destino de Matinhos (Litoral do Paraná)” de Cinthia Maria de Sena Abrahão e Edegar Luis Tomazzoni,
mostra a força do capital especulativo entrando em uma pequena cidade litorânea. O texto evidencia as
lógicas das contradições e a formação de novos territórios e espaços no chamado turismo de segunda
residência.
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Territorios y Paisajes en América Latina
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omo invención moderno-colonial, América Latina por siglos, fue vista como “espacio”
puro, un continente vacío a ser llenado. Pretenciosamente designados y premiados por la
voluntad divina, los europeos se veían a sí mismos como agentes históricos en el doble
sentido de la expresión, o sea, como actores y escritores del drama de la colonización. Con sus
armas, su biota y sus letras, los colonizadores, al mismo tiempo, crearon y completaron el “espacio”
americano – exterminando y sustituyendo las poblaciones nativas (humanas y no-humanas),
geometrizando la representación de la tierra y registrando alfabéticamente una historia regional
desde la perspectiva de los invasores.
Problematizando ese sesgo colonial, inumerables estudios realizados en las últimas
décadas vienen mostrando que las espacialidades latino-americanas no se resumen en la expansión
europea. Mucho antes de la llegada de los europeos, las tierras ya eran intensamente trabajadas y
modeladas según las necesidades, designios y saberes locales. Las redes transcontinentales del
comercio estructuraron la vida cultural de innumerables comunidades amerindias, sobretodo en las
tierras altas andinas y mexicanas y en la planicie amazónica. Aún después de la invasión europea, la
estructuración espacial, de lo que sería llamado, siglos después “América Latina”, seguiría los
lineamientos fundamentales de los amerindios; para imponer su dominación, los colonizadores
utilizaron, en gran medida, los centros de poblamiento y las redes de circulación nativas.
Mas que por el concepto de “espacio”, la comprensión de esas complejidades geográficas
debe ser orientada por los conceptos de territorio y paisaje. Incluso con matices diferentes, ambos
iluminan la particularidad de la superficie terrestre, tanto en la dimensión físico-material
(reducciones y alteraciones geoecológicas) cuanto en la dimensión cognitiva y cultural
(percepciones, interpretaciones y narrativas), privilegiando un entendimiento cualitativo en la
diferenciación espacial basada en instituciones y técnicas, poderes y saberes. Tradicionalmente
utilizado por geógrafos, esos dos conceptos han sido apropiados, en las últimas décadas, por
ecólogos, antropólogos e historiadores, entre otros especialistas, como ilustran los ocho artículos
que componen este dossie. Sus autores exploran casos de Argentina, Chile, Brasil y Colombia que
entrelazan las ciencias sociales con las ciencias naturales, el mundo humano con el mundo no
humano y el tiempo con el espacio. Estos textos tienden a enfocar áreas de frontera para reconstruir
paisajes pasados, analizar diferentes visiones del paisaje o explorar conflictos relacionados con usos
distintos del territorio.
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Dos de los artículos del dossie abordan la costa atlántica de América del Sur, utilizando
métodos distintos para reconstruir paisajes pretéritos. En “Buscando la historia en los bosques: el
papel de los macrovestigios y de la vegetación en la Mata Atlántica”, Adi Estela Lazos Ruíz,
Rogério Ribeiro de Oliveira e Alexandro Solórzano exploran el potencial de los objetos y
configuraciones encontrados en el paisaje actual como evidencias de territorialidades humanas del
pasado. Marina Miraglia, en cambio, utiliza otro tipo de evidencia, los relatos de viajeros, para
entender la realidad territorial de las cuencas próximas a la capital Argentina en el siglo XIX. “Los
relatos de viajeros y científicos como fuente de datos para la reconstrucción histórica y cartográfica
del territorio en las cuencas del Reconquista y Las Encadenadas en la provincia de Buenos Aires
(Argentina) durante el siglo XIX” muestra cómo los relatos y visiones de viajeros y científicos
presentan un sustrato que permite la reconstrucción cartográfica e histórica de la provincia de
Buenos Aires.
Los relatos de viajeros también constituyen una fuente privilegiada del texto “Los límites
del territorio nacional: desiertos impenetrables e indios salvajes en los escritos de viajeros
decimonónicos en Chile”. Sus autores, Inmaculada Simón Ruiz y Eva Sanz Jará, cambian el ángulo
de análisis porque en lugar de usar los testimonios para describir los paisajes pasados, analizan la
visión que los viajantes que recorrieron esas tierras y escribieron sobre ellas, tenían del paisjae del
sur y norte de Chile, así como de sus habitantes indígenas. Algo similar hacen Alessandra Izabel de
Carvalho y Darcio Rundvalt en “Narrando a paisagem: os Campos Gerais do Paraná em três relatos
de viagem do século XIX”. En este trabajo el paisaje de los campos de Paraná es descripto sobre la
perspectiva de tres viajeros del siglo XIX, evidenciando distintas visiones del espacio.
“Crossing the Green Line: Frontier, Environment and the Role of Bandeirantes in the
Conquering of Brazilian Territory”, de Sterling Evans y Sandro Dutra e Silva, refuerza la impresión
dada por los artículos anteriores, que los conceptos de paisaje y territorio atraen a quien trabaja con
las regiones de frontera. Este texto presenta un panorama general sobre la historia de los
bandeirantes y quien escribió sobre ellos. Además de exponer una visión heroica sobre los
bandeirantes presente en la literatura histórica, Evans y Dutra situan esos aventureros dentro de la
historia de apropiación de la frontera y exploran los escritos de esos personajes para demostrar que
concebían al ambiente como un obstáculo para sus apropiaciones.
Otros dos artículos estudian regiones del Amazonas como escenarios de intervención
técnica e ideológica, así como los conflictos resultantes. En “A Força dos Varadouros na Amazônia:
o caso da Comissão de Obras Federais do Território do Acre e a oposição de seringalistas e rios às
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estradas de rodagem (1907-1910)”, André Vasques Vital aborda la oposición de los seringalistas a
la construcción de una carretera en dirección a los centros administrativos localizados en las
cabeceras fluviales en el entonces territorio federal de Acre. A pesar que la carretera fue construída,
en poços años fue recubierta por la selva, debido a la falta de uso. Las vías realmente útiles para la
economía del caucho fueron los ríos y los atajos, caminos construidos mucho tiempo atrás y que
eventualmente sirvieron de base para la construcción de la carretera. A su vez, Diana Carolina
Ardila Luna y Margarita Serje, en “¿El río como infraestructura? El caso del río Meta, Colombia”,
propone el concepto de
“regímenes de intervención”, que articula hábilmente la literatura
geográfica sobre el ajuste socioespacial y la expansión capitalista con la literatura foucaultiana
sobre proyectos y dispositivos de poder. Los autores usan ese concepto para analizar la geografía
histórica del río Meta (Orinoquia colombiana), como sucesivas proyecciones espaciales de
proyectos técnico-económicos y discursivo-gubernamentales. El énfasis está dado en el período más
reciente, desde el final del siglo XX, cuando se instalaron poderosos intereses de navegabilidad
destinado a la integración al mercado internacional, al mismo tiempo en el que emerge un proyecto
vinculado a la biodiversidad y los cambios climáticos.
Finalmente, el artículo “Turismo de Segundas residências: análise dos conflitos territoriais
no destino de Matinhos (Litoral do Paraná)” de Cinthia Maria de Sena Abrahão y Edegar Luis
Tomazzoni, muestra la fuerza del capital especulativo entrando en una pequeña ciudad litoral. El
texto evidencia las lógicas de las contradicciones y la fomación de nuevos territorios y espacios, en
el llamado turismo de segunda residencia.
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Territories and Landscapes in Latin America
A
s a modern-colonial invention, Latin America was seen as pure "space," an empty continent
to be filled for centuries. The Europeans pretentiously impelled and graced by Divine will,
they saw themselves as historical agents in the double sense of expression, that is, as actors
and writers of the drama of colonization. The colonists, with their weapons, their biota and their lyrics,
created and filled American "space" at the same time - exterminating and replacing native populations
(human and nonhuman) they geometrized the representation of the land and alphabetizing a regional
history under the perspective of the invaders.
Problematizing this colonial bias, I can say that numerous studies carried out in recent decades
have shown that Latin American spatialities are not limited to European expansion. The lands were
already intensively worked and modeled according to needs, designs and local knowledge before the
arrival of the Europeans. Transcontinental trade networks structured the cultural life of countless
Amerindian communities, especially in the Andean and Mexican highlands and the Amazonian plains.
Even after the European invasion, the spatial structuring which was to be called, centuries later, "Latin
America", would follow the fundamental lineaments of the Amerindians; to impose their domination,
the colonizers used the settlement centers and the native circulation networks in a large extent.
Therefore, more than "space" the understanding of these geographical complexities must be
guided by the concepts of territory and landscape. Although in different shades, both illuminate the
particularization of the terrestrial surface, both in the physical-material dimension (constraints and
geoecological changes) and in the cognitive and cultural dimension (perceptions, interpretations and
narratives), favoring a qualitative understanding of the spatial differentiation based on institutions and
techniques, powers and knowledge. Traditionally they used by geographers, these two concepts have
been appropriated in recent decades by ecologists, anthropologists and historians, among other experts,
as illustrated by the eight articles that make up this dossier. Their authors explore cases from Argentina,
Chile, Brazil and Colombia that interweave the social sciences with the natural sciences, the human
world with the nonhuman world and time with space. These texts tend to focus on frontier areas to
reconstruct past landscapes, analyze different landscape views or explore conflicts related to distinct
uses of territory.
Two of the dossier articles cover the Atlantic coast of South America, using distinct methods
to reconstruct past landscapes. In "Searching for history in the forests: the role of macrovestigios and
vegetation in the Atlantic Forest", Adi Estela Lazos Ruíz, Rogério Ribeiro de Oliveira and Alexandro
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v.6, n.1, jan.-abr. 2017 • p. 12-21. • DOI http://dx.doi.org/10.21664/2238-8869.2017v6i1.p12-21 • ISSN 2238-8869
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Solórzano explore the potential of the objects and configurations found in the current landscape as
evidences of Human territories of the past. Marina Miraglia, on the other hand, uses another type of
evidence, the travelers’ reports to understand the territorial reality of the basins near the capital
Argentina in the nineteenth century "The stories of travelers and scientists as a source of data for the
historical and cartographic reconstruction of the territory in the basins of the Reconquista and Las
Encadenadas in the province of Buenos Aires (Argentina) during the nineteenth century" She shows
how reports and visions of travelers and scientists present a substrate that allows cartographic and
historical reconstruction of the province of Buenos Aires.
The travelers’ reports also constitute the privileged source of the text "The limits of the
national territory: impenetrable deserts and savage Indians in the writings of nineteenth-century
travelers in Chile". The authors, Inmaculada Simón Ruiz and Eva Sanz Jará, change the angle of
analysis, instead of using the testimonies to describe past landscapes, they analyze the vision of the
landscape of the south and north of Chile as well as its indigenous inhabitants that the travelers had
when they traveled over these lands and wrote about them. Something similar is done by Alessandra
Izabel de Carvalho and Darcio Rundvalt in "Narrating the landscape: the Campos Gerais of Paraná in
three travel accounts of the nineteenth century." In this study, the landscape of the fields of Paraná is
described from the perspective of three travelers of the nineteenth century, evidencing different visions
of space.
"Crossing the Green Line: Frontier, Environment and the Role of Bandeirantes in the
Conquering of Brazilian Territory", by Sterling Evans and Sandro Dutra e Silva, reinforces the
impression given by previous articles that the concepts of landscape and territory attract those who
works with the border regions. This work presents an overview of the history of the bandeirantes and
who wrote about them. In addition to exposing the heroic view of the bandeirantes present in the
historical literature, Evans and Dutra situate these adventurers within the history of the appropriation
of the frontier and explore the writings of these characters to demonstrate that they conceived the
environment as an obstacle to their appropriations.
Two other articles study some regions of the Amazon as scenarios of technical and ideological
intervention, as well as the resulting conflicts. In "The Force of Varadouros in the Amazon: the case of
the Commission of Federal Works of the Territory of Acre and the opposition of seringalistas and
rivers to the roadways (1907-1910)", André Vasques Vital addresses the opposition of the rubber
workers to the construction of a Road to the administrative centers located in the river headlands in the
federal territory of Acre. Although the road was built in a few years, but as it was not being used, so it
Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science • http://revistas.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/
v.6, n.1, jan.-abr. 2017 • p. 12-21. • DOI http://dx.doi.org/10.21664/2238-8869.2017v6i1.p12-21 • ISSN 2238-8869
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was overgrown by the forest. The really useful ways for the rubber economy were the rivers and
waterways, paths built long ago and eventually served as the basis for the construction of the road.
Diana Carolina Ardila Luna and Margarita Serje, in “¿El río como infraestructura? El caso del río Meta,
Colombia " propose the concept of "intervention regimes ", which skillfully articulates geographic
literature on socio-spatial adjustment and capitalist expansion with Foucauldian literature on power
projects and devices. The authors use this concept to analyze the historical geography of the Meta river
(Colombian Orinoquia) as successive spatial projections of technical-economic and discursivegovernmental projects. The emphasis is given to the most recent period since the end of the twentieth
century, when powerful navigational interests have been established, aiming at integration into the
international market, at the same time as a project linked to biodiversity and climate change emerges.
Lastly, the article "Tourism of Second homes: analysis of territorial conflicts in the destination
of Matinhos (Litoral do Paraná)" by Cinthia Maria de Sena Abrahão and Edegar Luis Tomazzoni. The
study shows the strength of speculative capital entering a small coastal city, it also demonstrates the
logic of contradictions and the formation of new territories and spaces called tourism of second
residence.
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