TEXTO PARA DISCUSSÃO (TD) Nº 06/2020
COVID-19. A GRAMÁTICA DO INIMIGO
Vicente de Paula da Silva Martins1
“Corona-xenofobite. Substantivo feminino. Inflamação
aguda provocada pelo preconceito e/ou medo em
relação a estrangeiros em função da Covid-19.
Infecciosa, espalha-se rapidamente. Agrava-se diante
do nacionalismo exacerbado. Pode causar danos
permanentes a terceiros.” (Tatiana Prazeres, Folha de
São Paulo, em 24/04/2020)
INTRODUÇÃO
E
ste Texto para Discussão, o TD de nº 6, traz as seguintes seções:
“Fiat coronavirus” ou “Faça-se covid-19”, onde manifesto meu
lado mais “religioso” nos tempos de pandemia; “Covid-19, um
inimigo declarado ou um velho conhecido?”, onde mostro que o Covid19 já aperece, desde 2003, como pauta de várias matérias do Jornal
Folha de São Paulo sob a denominação de “pneumonia misteriosa”;
“COVID-19/Covid-19 em Houaiss (2020)”, na qual discuto como o
acrônimo foi dicionarizado ou lematizado, inclusive falo um pouco sobre
a masculinização e feminização do verbete a partir de suas acepções
já consagradas contemporaneamente pelo uso e para comprovar a
analogia do termo coronavírus com outros da mesma família, apreento
o que chamei de “Quadro com doenças causadas por vírus”, bem
sintético; “Covid-19, um acrônimo antitabuístico”, mostro que a OMS
1
Professor Adjunto do Curso de Letras da UVA, em Sobral, desde 1994. Graduado em Letras (português/espanhol) pela UECE, com
cursos de mestrado em educação (legislação educacional) e doutorado em Linguística (psicolinguística) pela UFC tendo realizado
estágios de pós-doutorado (línguística) pela UFBA e UFC. E-mail: vicente.martins@uol.com.br Zap: 88-999990892. O presente texto
para discussão, em versão preliminar, não reflete necessariamente o pensamento da Coordenação ou Colegiado do Curso de Letras
da UVA. Sobral, 03 de maio de 2020. Fico no aguardo de críticas para melhoria do texto e propostas de coautoria a partir deste TD com
fins de publicação futura em períodico da área de Linguística.
2
com a criação do acrônimo Covid-19, tentou evitar uma onda de
estigmatização dos serviços, do comércio, enfim, do setor produtivo da
China; e, por fim, “Covid-19, a escrita do inimigo”, tema central deste
TD, e que ilustro com exemplos, sempre contextualizados, extraídos
da Folha de São Paulo, nos últimos meses e que acabam gerando
dúvida, hoje, quanto à sua grafia escorreita ou que segue a norma
padrão da língua portuguesa; o que revela, por sua vez (o que postulo
ao longo do TD), que o acrônimo Covid-19 está em processo de
lexicalização.
Boa leitura!
“FIAT CORONAVIRUS” OU “FAÇA-SE COVID-19”
Há quarenta dias voltei a ser um leitor obstinado da Bíblia e, claro,
esforçando-me, espiritualmente, para não me tornar um religioso
fundamentalista em meio a pandemia. Apego-me ora às ciências
médicas ora às ciências religiosas, estas me levam a acreditar que a
história do mundo se apóia, do ponto de vista religioso, no “fiat lux”,
expressão latina frequentemente traduzida como "faça-se luz" ou "que
haja luz",que, por sua vez, nos remete à passagem bíblica “dixitque
Deus fiat lux et facta est lux2), a da da criação divina da luz descrita
em Gênesis 1:3.
À guisa de um religioso (jamais religionário), postulo que a história da
humanidade se apóia os quatro fiats da revelação bíblica, colunas
fundamentais do mundo, a saber: i) Gênesis 1:3: “Fiat lux” = “Façase luz…” ou simplesmente “o Fiat de Deus; ii) Lucas 1:38: “Fiat mihi
secundum verbum tuum” = “Faça em mim conforme a tua palavra”ou
“o Fiat de uma moça nazarena”; iii) Lucas 22:42: “Nom mea voluntas,
sed tua Fiat = “Não se faça a minha vontade, mas a Tua” ou “o Fiat do
Filho de Deus”; envolverão totalmente; iv) Mateus 6:10: “Fiat voluntas
tua sicut in coele et in terra” = “Seja feita a Tua vontade assim na terra
como no céu” ou “o nosso Fiat”; e v) A Organização Mundial da Saúde
(OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, o surto da doença causada
pelo novo coronavírus (COVID-19), a que batizo aqui, em latim, de
“Fiat coronavirus” = “faça-se covid-19” ou “o fiat da miséria e fome”.
No fundo, preciso comprender melhor a noção de tempo nos tempos
de pandemia. Sei que aqui posso problematizá-lo diante de mundo
cheio confinamentos, interdições, máscaras, coronovirufobias, em
pleno presente contínuo, não sabendo mais como conjugar o verbo
vivenciar ou conviver no futuro do presente. Como um dos 7,7 bilhões
de habitantes no Planeta Terra ou um dos 209 milhoes brasileiros ou
2
Numa tradução livre para o português, “Deus disse: “Faça-se a luz!”. E a luz foi feita.”
3
um dos 8,843 milhões de cearenses, de carne e osso, mascarados, vejo
que há quatro meses, o mundo conhecia o termo “coronavírus”.
Alias, o tempo na história das epidemias (ou pandemias) se impõe à
reflexão. Desde o final da década de 60 já conhecíamos o termo
“Coronaviruses”, que aparece 16 November 1968, na Revista Nature
com a publicação do artigo sob o título “Virology: Coronavirus”
(https://www.nature.com/articles/220650b0). Se bem que, em
1937, a família dos coronavírus já havia identificada pela primeira vez
e descrita especificamente como corona em 1965, quando se
conheceram
suas
características
morfológicas(https://www.bbc.com/portuguese/geral-52114980).
Para os lexicógrafos não havia interesse nenhum em registrar o termo
coronavírus, da década de 60 aos nossos dias, exceto nesse momento
de impacto e emergência na saúde pública mundial. Isso vale para o
covid-19, como ficou mais amplamente conhecido pela comunidade
internacional. Os dicionários gerais (Houaiss, Aurélio, Aulete etc)
ficariam imensamente volumos se acolhessem os termos técnicos; daí,
os dicionários especializados, glossários e listas de termos, destinados
a recolha de termos técnico-científicos e outros domínios.
Antes de prosseguir com meu estudo sobre o termo “covid-19), insisto
em me situar melhor, digo, historicamente animado, para levar o leitor
ao discernimento do contexto de aparecimento do termo no Brasil.
Aqui, no dia 22 de janeiro, o Boletim Epidemiólogico do Ministério da
Saúde, registrou, pela primeira vez, o termo “ 2019-nCoV”, definido
como “ doença respiratória, causada por agente novo coronavírus”.
Foram determinantes para este registro, no Brasil, as informações e
recomendações dadas pelo Escritório da Organização Mundial de Saúde
(OMS), em 31 de dezembro de 2019, ao informar à comunidade
internacional sobre “casos de pneumonia de etiologia desconhecida
(causa desconhecida) detectada na cidade de Wuhan, província de
Hubei, na China.”
Na semana seguinte, isto é, em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou
a epidemia da doença respiratória como uma Emergência de Saúde
Pública de Interesse Internacional. Na ocasião, um total de 7.736 casos
estava confirmado, 83 dos quais em países diversos.
A partir daí, ou mais precisamente, em 11 de fevereiro de 2020, a
doença causada pelo novo coronavírus, foi oficialmente denominada
pela OMS como Doença do Coronavírus 19 (do inglês Coronavirus
Disease 19 ou COVID-19, abreviadamente) e, em paralelo, o vírus
passou a ser denominado SARS-CoV-2, hoje, mais conhecida como
Covid-19 (em caixa-alta-baixa).
4
COVID-19, UM
CONHECIDO?
INIMIGO
DECLARADO
OU
UM
VELHO
Em 2003, a Folha de São Paulo publicou uma informação sob o título
“Vírus misterioso infecta mais cinco pessoas em Hong Kong”, na qual
informa que “Centro dos EUA diz que vírus da doença é outro
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA diz ter
identificado um coronavírus como provável causador da chamada
pneumonia misteriosa. Cientistas de Hong Kong haviam dito que seria
um paramixovírus.”. Confesso que, como linguista, não me interessei
em saber sobre coronavírus e essa história de doenças virais
sazonais, não minimizei, mas sempre que chegam e com a mesma
velocidade vão embora. Claro, isso mudou. Passo agora o dia capturando
todas as informações possíveis sobre o coronavírus e já descobri que,
desde 1937, os cientistas desconfiavam de um vírus dessa
malignidade. Não ousaria em falar da história natural desse vírus.
Voltarei ao meu mundo, o da linguagem.
Pois bem. Apesar de covid-19 se tratar de um acrônimo3, e já
dicionalizado em Houaiss (2020), muitos sites de notícias confundem
o termo como sigla4, como pude observar em vários sites: “A
sigla Covid-19 advém do inglês e é uma junção ou combinação (gosto
deste termo porque lembra muito o de Saussure em seu Curso de
Linguística Geral) de "Co-rona-Vi-rus-D-isease" e do ano em que ela
surgiu 2019. A fonte da informação segue abaixo,porém a mesma se
encontra em inglês.” (https://pt.quora.com/O-que-significa-a-siglaCovid-19);“A
sigla
Covid-19
significa
"Corona
Virus
Disease" (tradução: doença do coronavírus) e a designação "19" se
refere ao ano de 2019, quando os primeiros casos em Wuhan (na
China) se tornaram conhecidos.” (https://www.conjur.com.br/2020abr-21/lunardi-covid-19-politica-stf); “A sigla COVID-19 indica a
doença
causada
pelo
coronavírus
SARSCoV2.”https://uenp.edu.br/editora-docs/boletim-uenp-explica/ano1/16034-editora-uenp-boletim-uenp-explica-ano-1-numero-1coronavirus/file); “ A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou
nesta quinta-feira que as primeiras drogas que estão sendo testadas
contra o novo coronavírus, batizado com a sigla COVID-19, terão
resultados
na
escala
de
algumas
semanas.
3 Linguisticamente, “Diz-se de ou palavra formada pela inicial ou por mais de uma letra de cada um dos segmentos sucessivos de uma
locução, ou pela maioria destas partes (Sudam = Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).” *Houaiss, 2020)
4 No âmbito da Linguística, refere-se à “redução de um intitulativo complexo a suas: a) letras iniciais, sem formar palavra (ABCD ou
A.B.C.D. = Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema, municípios da Grande São Paulo); b) letras iniciais,
formando palavra (U.N.E. = União Nacional dos Estudantes, O.N.U. = Organização das Nações Unidas); c) sílabas iniciais, formando
quase palavras (Benelux = Bélgica, Nederland [Países Baixos] e Luxemburgo); d) partes iniciais, formando quase palavras (Petrobras =
Petróleo Brasileiro S.A.); acrógrafo, acrograma, acrografia [Não são redução apenas de letras iniciais, mas também de sílabas iniciais,
que podem combinar-se com letras iniciais.].” (Houaiss, 2020)
5
“(https://oglobo.globo.com/sociedade/testes-de-drogas-contracoronavirus-terao-resultado-em-semanas-diz-oms-24246815).
O
acrônimo COVID-19/Covid-19, a rigor, não é sigla, conforme vou
apontar a seguir.
Começo por dizer o seguinte: o padrão do acrônimo Covid-19 segue as
orientações da União Europeia. Entre as recomendações para o
emprego das Siglas e acrônimos,
o
Código de Redação
Interinstitucional (2011) recomenda, primeiramente, a moderação do
seu uso e a conveniente definição integral com a a primeira citação.
No caso da Covid-19 o padrão gráfico é o mesmo previsto no Código:
as convenções de escritas para as siglas, com ou sem pontos, só com
maiúsculas ou distinção entre siglas e acrónimos. Resumidamente, as
regras adotadas são as seguintes:
— as siglas e acrónimos com menos de seis letras (incluindo nomes de
programas) escrevem-se em maiúsculas, sem pontos nem acentos,
salvo exceções como CEECOST (European Cooperation in Science and
Technology), FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) e
sida (Síndrome da imunodeficiência adquirida) ou AIDS (acquired
immunodeficiency syndrome).
— a partir de seis letras (inclusive) escrevem-se com maiúscula inicial,
sem pontos nem acentos, salvo exceções: Cnuced (Conferência das
Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura), entre outros exemplos. Em Covid-19, não temos seis letras,
mas temos oito grafemas5. Portanto, trata-se realmente de um
acrônimo no âmbito da Infectologia/Virologia.
Sempre bom lembrar (serei repetivivo ao longo deste TD) que no dia
31 de dezembro de 2019, a OMS (Organização Mundial da Saúde) foi
alertada sobre vários casos de pneumonia em Wuhan,na província de
Hubei, na China. Logo em seguida, as autoridades confirmaram a
identificação de um novo coronavírus que estava sendo chamado
temporariamente de 2019-nCoV ou Sars-CoV-2, e o nome da doença
respiratória que ele causa é covid-19. A Estrutura do coronavírus tem
esse nome por causa dos picos de suas membranas que lembram uma
coroa .
Sob o título “Tudo o que você precisa saber sobre o novo coronavírus
Sars-CoV-2”, a Folha de São Paulo, na sua edição de 22/01/2020, fez
sua primeira publicação sobre o coronavírus, com foco no” Novo vírus
foi identificado no início de janeiro na China” e, já naquele mês, havia
atingido mais de 110 países.
5 Termo de grande aplicação nos estudos de Fonologia e Ortografia. Trata-se de “unidade de um sistema de escrita que, na escrita
alfabética, corresponde às letras (e tb. a outros sinais distintivos, como o hífen, o til, sinais de pontuação, os números etc.), e, na
escrita ideográfica, corresponde aos ideogramas.” (Houaiss, 2020)
6
COVID-19 OU Covid-19 EM HOUAISS (2020)
Com pelo menos 228.500 verbetes, o Houaiss, definitivamente, é o
dicionário mais completo e amplo da língua portuguesa à luz da
Lexicografia. Hoje, Houaisss deu adeus ao papel e está disponível para
consulta somente em versão digital (houaiss.uol.com.br),traz
atualização permanente, conjugação em todos os tempos verbais,
plurais, femininos, aumentativos e diminutivos, gênero, número,
origem e datação, sinônimos e antônimos, homônimos, parônimos,
gramática etc; enfim, o Grande Dicionário Houaiss foi o primeiro
dicionário geral , nos tempos de pandemia, entre as línguas modernas,
a registrar os termos COVID-19 ou Covid-19 em 2020. Com a nova
versão digital, o Instituto Houaiss permitiu que seus consulentes
possam contribuir na feitura do Grande Dicionário. Eu mesmo me
tornei um assíduo colaborador de novos verbetes (ou contribuição para
datações e novas acepções de verbetes) a partir de recolha no âmbito
de obras literárias.
Ao consultar o Houaiss, surpreendentemente me deparei com o
verbete COVID-19/Covid-19 no Houaiss, atualizado em março de
2020. O termo, originalmente nos dicionários especializados de termos
médicos, agora, dicionarizado como verbete6 técnico em um dicionário
geral, no âmbito da Infectologia, e traz importante informações
médico-enciclopédicas para os consulentes. Primeiramente, o verbete,
na verdade, como disse anteriormente, um acrônimo, é registrado na
forma COVID-19 (em caixa-alta e ano) ou Covid-19 (em caixa-altabaixa e ano), de alguma maneira sinalizando para um processo de
lexicalização7 em processo, ainda a merecer, no futuro, uma apurada
investigação, mas, veremos mais detalhamento mais adiante.
Na estrutura microestrutura da entrada ou lema, o verbete COVID19/Covid-19 traz as seguintes informações lexicográficas:i) sobre o
gênero (categoria das línguas que distingue classes de palavras):
substantivo masculino; ii) Rubrica (indicação geral do assunto e/ou
da categoria de algo): Infectologia (especialidade médica que se
dedica ao estudo e tratamento das doenças infecciosas); ii) acepções:
1ª) “cepa de coronavírus causadora de doença infecciosa cujos
primeiros sintomas são febre, cansaço e tosse seca, podendo, em
pessoas com outros problemas de saúde, agravar-se e causar
dificuldade de respirar”; e 2ª) “a infecção por ele causada”, sendo que,
6
7
Em lexicografia, é o conjunto das acepções, exemplos e outras informações pertinentes contido numa entrada de dicionário.
Processo ao fim do qual um sintagma se lexicaliza, transforma-se em unidade lexical autônoma.
7
nesta segunda acepção, o verbete passa a ser classificado, por
metonímia, como substantivo feminino.
Para esta segunda acepção, e consequente recepção no gênero
gramatical do verbete, merece de nossa parte uma breve explicação:
existe um tipo qualitativo na relação metonímica de covid-19 com a
infectologia em discussão. Nesse caso, postulo que a relação tipo de
relação metonímica é por “consequência pela causa: a infecção
coronavírus é causada pela cepa ( população homogênea de
organismos com características definidas, criada para fins
experimentais) do coronavírus (gênero de vírus da família dos
coronavirídeos, causadores de infecções em seres humanos e em
animais. Em substância, a masculinização do COVID-19/covid-19 é
associada ao termo médico “coronavirus disease ‘mal do coronavírus’
+ (20)19” .
Voi ilustrar para melhor clarear o que disse acima. Uma pesquisa
combinada8 no Houaiss (2009) indicará que o novo verbete segue, por
analogia, o gênero masculino de 18 palavras cuja classificação
gramatical é substantivo e o gênero masculino, a saber: adenovírus,
citomegalovírus,
enterovírus, herpes-vírus, lentivírus, leucovírus,
papilomavírus, picornavírus, poliovíru,rabdovírus, retrovírus,rinovírus,
rotavírus, ultravírus, vírus, todos, inclusive coronavírus, substantivos
masculinos de dois números.
QUADRO COM DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
8
ITEM
ADENOVÍRUS
RUBRICA
VIROLOGIA
DEFINIÇÃO
vírus de ADN
causador
de
infecções
oculares
e
respiratórias.
ETIMOLOGIA
Aden(o)+
vírus.
CITOMEGALOVÍRUS
VIROLOGIA
Herpes-vírus
que
infectam
macacos,
roedores e o
homem.
Citomegal(o)vírus.
+
+
ENTEROVÍRUS
BIOLOGIA
Enter(o)vir(i/o)-.
e
HERPES-VÍRUS
VIROLOGIA
grupo
de
picornavírus,
presente
no
intestino,
que
podem causar
doenças
respiratórias ou
do
tecido
nervoso.
grupo de vírus
causador
dos
Herpvir(i/o)-.
e
Recurso que fornece uma lista de verbetes com determinadas características como "iniciados por" ou "terminados por", ou classe
gramatical: adjetivo, verbo etc
8
herpes simples
oral e genital
LENTIVÍRUS
VIROLOGIA
vírus de ARN
que inclui o HIV
e o vírus da
imunodeficiênci
a felina.
vírus causador
de tumores ou
leucemia
encontrado em
aves
e
mamíferos.
lat.cien.
gên.
Lentivirus
LEUCOVÍRUS
MEDICINA
PAPILOMAVÍRUS
BIOLOGIA
vírus de ADN
responsável por
como verrugas.
papiloma
vírus.
PICORNAVÍRUS
VIROLOGIA
Vírus
constituído por
um
único
filamento
de
ARN encerrado
em um capsídeo
icosaédrico.
pico- + RNA +
vírus.
POLIOVÍRUS
VIROLOGIA
Grupo de três
enterovírus
causador
da
poliomielite.
pólio + vírus.
RABDOVÍRUS
VIROLOGIA
Grupo de vírus
de
ARN
causador
de
doenças como a
raiva
e
a
estomatite
vesicular
rabd(i/o)vírus.
RETROVÍRUS
VIROLOGIA
vírus de ARN
que
se
multiplica com o
auxílio
da
enzima
transcriptase
reversa
retro- + vírus.
RINOVÍRUS
VIROLOGIA
Vírus
causadores de
infecções
respiratórias no
homem e em
outros
mamíferos;
rinoviro [São os
vírus
do
resfriado.
rin(i/o)- + vírus
ROTAVÍRUS
VIROLOGIA
Grupo de vírus
de
ARN
rota + vírus.
leuco- + vírus.
+
+
9
causador
diarreia
animais
crianças.
ULTRAVÍRUS
MICROBIOLOGIA
VÍRUS
VIROLOGIA
CORONAVÍRUS
Virologia
da
em
e
Agente
infeccioso capaz
de
atravessar
filtros
muito
finos.
Grupo
de
agentes
infecciosos que
se
replica
somente
no
interior
de
células
vivas
hospedeiras.
ultra- + vírus
Vírus causador
de infecções em
seres humanos
e em animais
Corōna + vírus.
Do latim vīrus,i
no sentido de
'sumo, suco.
Fonte: Houaiss (2020) (Adaptado)
COVID-19, UM ACRÔNIMO ANTITABUÍSTICO
Parto sempre da escrita fonética para chegar à escrita ortográfica. Em
sala de aula, o ensino de ortografia tem a aprendizagem garantida à
medida que levamos conhecimentos fonético-fonológicos para a
fixação das formas linguísticas. Em outras palavras, acho muito
inspirativo se recorrer à transcrição fonética para reproduzir na escrita
a palavra objeto de reflexão. É o caso de /koviddezenˈɔvi/, que posso
reproduzir graficamente como “Covid-19”. Esta, já dicionarizada em
Houaiss (2020), é um acrônimo formado pela sílaba / ko/e /vi/do
inglês /koɾona viɾˈuʃ dʒiziˈazi/ (= coronavirus disease), que pode ser
traduzido
por
“‘mal
do
coronavírus”
+
(tu
ˈθaʊzənd)
naɪnˈtiːn
(20)19, com recorte da dezena / naɪnˈtiːn/ do
ano em que seu o foi relatado à OMS (a 31 de dezembro). O que se
observa no acrônimo é a seguinte montagem: /ko/ + /vi/ + (-, meiarisca) + / naɪnˈtiːn/, gerando, na rubrica infectologia, o substantivo
masculino COVID-19/Covid-19 com acepção de “cepa de coronavírus9
causadora de doença infecciosa cujos primeiros sintomas são febre,
cansaço e tosse seca, podendo, em pessoas com outros problemas de
saúde, agravar-se e causar dificuldade de respirar” e o substantivo
feminino COVID-19/Covid-19 com acepção de “ infecção por ele
causada”. Acho que me empolguei, né?
9
É possível que o misterioso surto de pneumonia que afetou, inicialmente, ao menos, 59 pessoas tenha se manifestado na China
por meio de nova cepa do vírus da família dos coronavírus, que inclui o temido SARS - Síndrome respiratória aguda grave.
10
Resta-me dizer ainda um pouco: o acrônino COVID-19/Covid-19
surgiu para se evitar o tabuísmo10 “vírus chinês”. Isso em razão de o
secretário de Estado americano, Mike Pompeo, no início do mês de
março de 2020, chamar a nova epidemia de COVID-19 de “vírus
Wuhan” em referência à cidade chinesa que foi o epicentro do surto
do novo coronavírus. Em seguida, estabeleceu-se uma tensão entre os
Estados Unidos e a China quando Donald Trump, presidente dos EUA,
descreveu a doença como um “vírus chinês”.
O tabuísmo nas pandemias vem de longe. Em geral, criam-se, com os
tabuísmos relacionados a doenças, estigmas que vão influenciar no
diagnósticos e intervenções clínicas, como acontece com os diversos
nomes que a população dar aos diversos tipos de cânceres ou, para
ilustrar os tabuísmos mais aterrorizantes do século XX relacionados a
AIDS, altamente estigmatizantes como “peste gay”, “câncer gay”, o
“Mal do Século” e outros termos que circulavam entre a população.
Para voltar à temática coronavírus/Covid-19 me lembro ter lido em
algum lugar sobre os tabuísmos que ocorreram em 1918/19, quando
a “ gripe espanhola” contaminou 1 bilhão de pessoas, ou seja, metade
da população mundial, com 20 milhões de pessoas mortas e 300 mil
delas no Brasil. Segundo os historiadores, a gripe espanhola, na
verdade, hoje sabemos, um surto de vírus influenza, não surgiu na
Espanha, mas assim foi rotulada em razão da forte divulgação do
problema na imprensa espanhola11. Um século depois, não se sabe ao
certo o local exato do surgimento dessa doença. As teorias a respeito
dos prováveis locais de surgimento da gripe espanhola apontam para
os Estados Unidos, a China e o Reino Unido, sendo praticamente um
consenso que tenha “aportado” nos campos de treinamento militar nos
Estados Unidos, no contexto da Primeira Guerra Mundial. À medida que
os países buscam culpados pela origem do novo coronavírus vão
surgindo tabuísmos ligados à pandemia. É um fato.
No mês de março, no Brasil, foi recorrente, nas mídias sociais, a adoção
da expressão “vírus chinês”. O termo passou a ser usado após
imbróglio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do
presidente, com o embaixador da China no Brasil. Confusão
desnecessária e inócua. O presidente Bolsonaro, por sua vez, adotou a
Refere-se à “palavra, locução ou acepção tabus, consideradas chulas, grosseiras ou ofensivas demais na maioria dos contextos [São
os chamados palavrões e afins, e referem-se ger. ao metabolismo (cagar, mijar, merda), aos órgãos e funções sexuais (caralho, pica,
boceta 'vulva', colhão, cona, foder, pívia, crica, pachoucho etc.), incluem ainda disfemismos pesados como puta, veado, cabrão,
paneleiro, expressões tabuizadas (puta que pariu) etc.]” (Houaiss, 2020)
11 A história se repete: no dia 21 de abril de 2020, o Jornal O Estado de Minas trazia a seguinte matéria assinada por Augusto
Fernandes: “Ramos critica imprensa por cobertura da COVID-19: 'Não está ajudando”. Na matéria, o jornalista escrever: No mesmo
dia em que o presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar dos jornais brasileiros e chamou a imprensa de “canalha”, o ministro da
Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, também criticou a mídia nacional pela cobertura da pandemia do novo coronavírus.
Segundo ele, os veículos de comunicação estão levando pânico à população por divulgar apenas fatos ruins relacionados à crise
sanitária e deixar de noticiar acontecimentos positivos.”
10
11
estratégia de minimizar os riscos da pandemia desde o início de março,
precisamente no dia 10, quando disse que “muito do que tem ali é
muito mais fantasia”.
No final do mês de abril de 2020, os jornais de grande circularam
voltaram a trazer matérias ligadas ao
Gabinete de Inteligência
Nacional dos Estados onde aponta que “'o vírus da Covid-19 não foi
produzido pelo homem ou geneticamente modificado”, portanto, não
foi produzido em laboratório. Apesar de poucas evidências, o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump disse ter “motivos” (mas
não mostrou as evidências) para “acreditar” que a pandemia
de coronavírus se originou em um “laboratório na China”, contrariando
o “amplo consenso científico de que o vírus da Covid-19 não foi
produzido pelo homem ou geneticamente modificado”. A insistência de
de o presidente americano culpar pelo surgimento COVID-19 a China,
reforça, desde logo, a disseminação no mundo do tabuísmo “vírus
Wuhan” ou “vírus chinês”.
Por conta desse risco de tabbuísmo em larga escala, isto é, temendo a
viralização do tabuísmo “vírus chinês”, a OMS montou o acrônimo
CIVID-19/Covid-19. Não se trata, a rigor, de um termo técnico que,
em processo de lexicalização, se transformou de um dia para o outro
em substantivo, da mesma forma considero que está “mal resolvida”
também a definição de gênero do termo posto que está em
processabilidade lexicográfica ecsemântica. Vou tentar aqui fazer uma
comparação. Assim como se faz uma “montagem fotográfica” , através
de “processo de composição de uma imagem, muito usado em
publicidade, em que se utilizam partes de diferentes fotografias que,
justapostas, criam a ilusão de uma fotografia realmente tirada”
(Houaiss, 2020), também foi o mesmo que aconteceu com a neologia
do acrônimo Covid-19, como já expliquei anteriormente. O objetivo do
acrônimo foi, definitivamente, o de delir o tabuísmo “vírus china”; o
que, posso traduzir aqui como um gesto de “altruísmo universal”.
Assim, diria que a OMS criou um acrônimo antibuístico, com motivação
antropológica, para combater às restrições dos EUA.
Acho que devo aqui tentar explicar melhor o processo de criação de
neologia (evito falar em neologismo) à luz do que temos em língua
portuguesa em que pese que a forma neológica covid-19 tenha surgida
na OMS, lá em Genebra (Suiça). À primeira vista, considerando o que
estabelece a Base XV do Acordo Ortográfico, em vigência nos países
lusófonos,a que trata do “hífen em compostos, locuções e
encadeamentos vocabulares”, o verbete COVID-19/Covid-19 se
enquadria realmente na classificação de um acrônimo formado por um
encadeamento vocabular. Acho que é melhor explicar melhor o que
estou postulando. Farei isso no parágrafo seguinte.
12
Permita-me voltar ao tempo. Há dez anos, levantei algumas questões
ortográficas quanto à grafia de pé-de-moleque (composto)/ pé de
moleque (locução) em razão do Acordo Ortográfico (MARTINS, 2010).
Dizendo de outra forma, descrevi e explique o processo de lematização
dos compostos antes e depois do Acordo Ortográfico (2008). Os
resultados, na época, permitiram-me observar que, por força do
princípio composicionalidade, composto como pé de moleque, formado
a partir do lexema pé, passou a ser considerado, pelo Dicionário
Houaiss (2009), como unidade fraseológica do tipo locução e não mais
como uma simples palavra composta por justaposição. Algo parecido
pode estar acontecendo com a lematização de COVID-19/Covid-19 ou
simplesmente covid.
Então, considerando COVID-19/Covid-19 como unidade lexical em
Houaiss(2020), não tenho dúvida que todos concordarão comigo que
em nada lembra palavras como ano-luz, arco-íris, decreto-lei, médicocirurgião, tio-avô, tenente-coronel, norte-americano, porto-alegrense,
sul-africano; afro-asiático, azul-escuro, primeiro-ministro, primeirosargento, segunda-feira, conta-gotas e guarda-chuva.
Todos os
compostos acima são hinfelizados. E se lembra os compostos,
lembraria o quê? Bom, evoca, a meu ver, a expressão, em
inglês coronavirus disease + (20)19, portanto, é um acrônimo
altamente motivado. Aqui, eu “teria panos pra mangas” para falar em
três motivações para o surgimento do acrônimo COVID-19/Covid-19:
i) Motivação Fonética, isto é, há uma relação de semelhança (lógica
ou analógica) entre o acrônimo de caráter externo à língua que ocorre
quando se pretende que a forma fônica do signo linguístico se
assemelhe à coisa representada na língua [coronavirus disease]; ii)
Motivação Mórfica ou Motivação Morfológica, na qual observamos uma
relação de semelhança (lógica ou analógica) entre palavras já
existentes na língua (de caráter interno), causada especialmente pelos
processos de derivação e composição (indicada pelo hífen, ou melhor
dizemdo, pelo sinal gráfico meia-risca); e iii) motivação semântica,
aqui, arelação de semelhança (lógica ou analógica) ocorreria
especialemente em linguagem figurada quando se relacionam palavras
da língua semelhantes em um ou mais sentidos, à medida que o gênero
gramatical seria reflexo desse tipo de motivação.
Posso explicar mais um pouco a partir da microestrutura de Houaiss
(2020): posso falar em masculinização do COVID-19/Covid se me
refiro à “cepa de coronavírus causadora de doença infecciosa cujos
primeiros sintomas são febre, cansaço e tosse seca, podendo, em
pessoas com outros problemas de saúde, agravar-se e causar
dificuldade de respirar; assim, falo em feminização da COVID19/Covid-19 se aludo à “ infecção por ele causada” pelo coronavírus.
Esta polissemia, a que fiz referência como manifesta alusão, é, na
13
verdade, indícios fortes de uma evidente relação metonímica do tipo
qualitativo/consequência pela causa.
Em tal caso, considerando COVID-19/Covid-19 como acrônimo, e não
composto, palavra ou substantivo composto, diria que é formado por
encadeamento vocabular, ou seja, ocasionalmente combinou seus
constituintes (coronavirus + disease + (20)19). E como tal, o
acrônimo seria do ponto de vista morfológico, semelhante aos
exemplos dados no Acordo Ortográfico, tipo: a divisa LiberdadeIgualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso LisboaCoimbra-Porto, a ligação Angola-Moçambique), e bem assim nas
combinações históricas ou ocasionais de topónimos/topônimos
(tipo: Áustria-Hungria, Alsácia-Lorena, Angola-Brasil, Tóquio-Rio de
Janeiro, etc.).” (Caso 7º da Base XV do Decreto nº 6.583/2008). A
única ressalva que faria, e contrariando o texto do Acordo, é que, nesse
caso, isto é, em situação de formação do léxico por encadeamento, o
sinal gráfico que utilizamos não é o hífen, e sim, a meia-risca, este,
“sinal de pontuação que serve para unir os valores extremos de uma
série, como números (1-10), letras (A-Z) ou outras, indicando ausência
de intervalos na enumeração.” E ainda: a meia-risca, seguramente,
“Serve igualmente para unir palavras que tenham um nexo lógico”,
para tomar a definição de Houaiss(2020). E por que não podemos dizer
que o traço horizonte em COVID-19/Covid-1912? Veja o que anoto no
rodapé.
COVID-19, A ESCRITA DO INIMIGO
Em meio à pandemia, temos ouvido frequentemente, através
dos noticiários televisivos e das diversas mídias sociais, a
palavra /koviddezenˈɔvi/. Como transcrever, então, a palavra ouvida
para o papel? Devo grafar covid, covid-19, COVID-19, CoVid-19 ou
Covid 19? Recorro às recomendações do Código de Redação
Interinstitucional (2011) para apresentar exemplarário de itens do
acrônimo extraído de um minicorpus constituído a partir de edições da
Folha de São Paulo, nos últimos quatro meses. Acho que ficou muito
interessante, senão vejamos:
1.
2019-nCoV, ano, hífen e letras cê e V em caixa-alta
12 Evidentemente, há ainda muita confusão no emprego do traço horizontal na combinação ocasional ou não de elementos de
palavras. A meia-risca não é o mesmo que o hífen ou o travessão. Dizendo de outra maneira, o traço horizontal do hífen, menor,
serve para unir palavras compostas (ex.: guarda-roupa) e fazer a translineação (divisão de uma palavra no final de linha). O travessão,
maior, serve para indicar mudança de interlocutor e para isolar palavras ou expressões. Eis as diferenças: — Travessão, – Meia-risca
e – Hífen. Outra solução para dirimir as dúvidas: o usuário recorre aos atalhos do teclado num PC usando Windows:
- Hífen: tecla normal do hífen; – Meia-risca: Alt + 0150[1]; e — Travessão: Alt + 0151.
14
“No dia 31 de dezembro de 2019, a OMS (Organização Mundial da
Saúde) foi alertada sobre vários casos de pneumonia em Wuhan, na
província de Hubei, na China. O vírus causador parecia
desconhecido.Uma semana depois, as autoridades confirmaram a
identificação de um novo coronavírus que estava sendo chamado
temporariamente de 2019-nCoV. O nome da doença respiratória que
ele causa é covid-19.”(Equilíbrio e Saúde, Folha de São Paulo,
22/01/2020)
2.
Covid, em caixa-baixa, sem hífen e sem número
“Meninas , bom dia: conforme e-mail da escola ontem, meu marido
voltou de vagem de Miami ontem e fez o exame de covid que deu
positivo”, disse Sophie no grupo. Eles têm três filhas estudando na
escola Red House International School.” (Patrícia Campos Mello e
Gustavo Uribe, Poder, Folha de São Paulo, 12/03/2020)
3.
Covid, em caixa-baixa, com hífen e ano
“Os riscos dependem de onde você está e se há um surto de covid19 nesse lugar." (Equilíbrio e Saúde, Folha de São Paulo,
22/01/2020
“A lei que foi aprovada pouco antes da chegada dos brasileiros que
estavam em Wuhan, epicentro do novo coronavírus na China,
determina que as pessoas não podem recusar serem testadas ou
tratadas em casos referentes à covid-19” (Equilíbrio e Saúde, Folha
de São Paulo, 22/01/2020)
“O novo coronavírus foi batizado de Sars-CoV-2, e o nome da doença
respiratória que ele causa é covid-19.”(Equilíbrio e Saúde, Folha de
São Paulo, 22/01/2020)
Somente pessoas com o covid-19 (ou com sintomas sugestivos) têm
orientação do uso de máscaras para evitar propagar a doença.”
(Equilíbrio e Saúde, Folha de São Paulo, 22/01/2020)
4.
Covid, em caixa-alta, com hífen e ano
“As linhas de cruzeiro já enfrentaram outras crises, desde as batalhas
em curso com o norovírus, que pode atacar um número enorme de
passageiros com problemas gastrointestinais, ao naufrágio em 2012
do Costa Concordia, cujo capitão o jogou contra a costa italiana,
matando 32 pessoas. Mas o COVID-19, como foi batizado o vírus,
poderá ser o maior desafio até hoje. Sua disseminação pelo mundo
todo ainda é desconhecida.” (Tariro Mzezewa - The New York Times,
Mercado, Folha de São Paulo, 13/02/2020)
15
5.
Covid, com a letra cê em caixa-alta, com hífen e ano
“Esses humores dos donos do dinheiro grosso podem mudar em dias,
claro, a depender de notícias da expansão da Covid-19, como uma
redução do número de novos casos da doença, o que não é garantia
de nada, porém. Ainda que a China volte a funcionar, o futuro do vírus
ainda é incerto e a rapidez da recuperação chinesa também.” (Vinicius
Torres Freire, colunas e blogs, Folha de São Paulo,23/02/2020)
“Vale lembrar que esses sintomas menos frequentes também estão
presentes em outras doenças ou problemas menos graves que a
Covid-19. Portanto, apresentar um ou mais deles não significa que
você está infectado. Antes de se preocupar, o ideal é consultar um
profissional de saúde.” (Saúde, Veja, 17 abr 2020)
“É importante frisar que as suspeitas são baseadas em relatos de
médicos observados em pacientes que testam positivo para a Covid19 e apresentam sintomas graves. Nenhum dos relatórios contém uma
verdade absoluta, porque, por se tratar de uma doença nova, as
conclusões ainda necessitam de mais estudos aprofundados.” (Saúde,
Veja, 17 abr 2020)
“Em alguns casos, o Covid-19 pode se apresentar como mal-estar,
desorientação ou exaustão. Esses são os sintomas atípicos mais
comumente relatados, geralmente associado a outros sinais mais
frequentemente relatados, como tosse ou febre. Vale lembrar que esse
sintomas também podem ser causados por stress e ansiedade devido
à quarentena e ao distanciamento social. (Saúde, Veja, 17 abr 2020)
6.
Covid, com as letras minúsculas, sem hífen, com espaço
em branco e ano
“Em viagem pela Itália, país que se tornou o mais recente foco de
extensão alarmante do covid 19, o novo coronovirus, Adriane Galisteu
surgiu de máscara nas redes sociais. A apresentadora está em Roma
com a família, a passeio. Quem também está na Itália a lazer,
acompanhando os jogos da Champions League, é o ator Dan Stulbach.”
(São Paulo Agora, Folha de São Paulo, em 27/02/2020)
7.
Covid, com as letras cê e vê em caixa-alta, com hífen e ano
“O CoVid-19 logo será responsável por 4.000 mortes ao redor do
mundo. O vírus, denominado Sars-Cov-2, que leva à doença conhecida
16
como CoVid-19, foi pela primeira vez transmitido a humanos na
província de Wuhan, na China, em dezembro de 2019, e desde então
tem se espalhado por todos os continentes. Frente a esses novos
desafios, é importante reafirmar nossa confiança no processo científico
e nos seus órgãos reguladores.” (Henrique Gomes, colunas e blogs,
Folha de São Paulo, 1/03/2020)
Voltaremos ao assunto.
REFERÊNCIAS
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invadem discurso de bolsonaristas nas redes. Poder, Folha de São
Paulo,
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26/03/2020.
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17
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