LEITURA METAFÍSICA DO CÂNCER
Por Valcapelli (Psicólogo e Escritor)
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Resumo: Esse artigo objetiva apontar as causas psicoemocionais do câncer, que figuram como causas
metafísicas da doença. O estudo foi baseado na larga experiência de investigação da interface entre a mente, a
emoção e o corpo; no trabalho de atendimentos individuais de psicoterapias; bem como, por meio dos
atendimentos de ambulatório (de práticas integrativas) realizados no Espaço Integração Ananda; fundamentado
na bibliografia consultada. Os dois casos relatados apontam as causas emocionais associadas ao câncer. No
primeiro caso a pessoa demorou para se conscientizar da gravidade da doença e promover as consequentes
transformações interiores. O segundo caso a pessoa buscava se trabalhar interiormente enquanto tratava a
doença. Os cuidados com o corpo repercutem positivamente na mudança das causas metafísicas do câncer.
Encarar os eventos traumáticos e se libertar dos sentimentos nocivos, contribui significativamente nos resultados
dos tratamentos do câncer.
Palavras chave: Câncer; quimioterapia; psicoemocional; traumas; mágoas; ressentimentos; rancor;
somatização; metafisica da saúde; ajude a se curar; autocura; saúde emocional; prevenção e controle; educação
em saúde.
Summary: This article focus on pointing out the psychoemotional causes of cancer, which appears as
metaphysical causes of the disease. The study was based on a large experience investigation of the interface
between mind, emotion and body; in the work of individual psychotherapy sessions, as well as attendance trough
chromotherapy ambulatory (integrative practices) performed at Espaço Integração Ananda; based on consulted
bibliography. Both related cases point to the emocional causes associated to cancer. In the first case, the person
took a time to raise awareness of the gravity of the disease and to promote the consequent inner transformation.
In the second case the individual was trying to work internally while treating the disease. Body care has a
positive impact in the change of the metaphysical causes of cancer.
Facing traumatic events and getting rid of harmful feelings, contributes significantly to the results of cancer
treatments.
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Key Words: Cancer; chemotherapy; psychoemotional; traumas; sorrow; resentment; somatization; metaphysics
of health, help yourself with the cure, self healing, emotional health, prevention and control, health education.
APRESENTAÇÃO
A Metafísica da saúde busca descortinar as causas psicoemocionais das doenças que afetam o corpo. O objetivo
desse trabalho de apontamento das causas emocionais das doenças é conscientizar as pessoas de que elas são se
limitam ao corpo físico; são mente, emoções, sentimentos e essência do Ser (denominada alma ou espírito),
esses componentes internos estão operando em todos os momentos da vida.
Os acontecimentos exteriores, provocam reações psicoemocionais, melhor dizendo, entendemos à nossa
maneira o que acontece e nos sentimos de uma determinada forma. Assim determinamos uma reação frente as
situações ou internalizamos certos sentimentos; principalmente aqueles ruins, como mágoas, frustrações,
desesperos e outros. Esses componentes guardados trazem lembranças desagradáveis à mente, também
sensações de pesar e dor. Essas condições internas podem ser chamadas de componentes psicoemocionais, que
figuram como causas metafísicas da saúde ou das doenças que afetam o organismo.
Segundo a Metafísica da Saúde, o corpo é uma espécie de departamento das qualidades inerentes a pessoa. Cada
Sistema ou órgão representa um potencial inato que trazemos no âmago do ser, tais como a criatividade, força
de vontade, capacidade de se expressar e tantos outros talentos, que poderão ser empregados na vida, produzindo
soluções, ou administrando as adversidades cotidianas. Por outro lado, quando negados ou reprimidos frente as
situações decepcionantes com que lidamos no mundo, essas fortes marcas, tornam-se lembranças amargas que
suprimem as tais qualidades, perturbando a paz interior. Esses componentes psicoemocionais nocivos poderão
provocar somatizações no corpo em forma de doenças.
INTRODUÇÃO
No que se refere ao câncer, de acordo com os órgãos afetados por essa doença, metafisicamente representa uma
área da vida que ocorreram os conflitos e consequentes abalos emocionais. A abordagem desse texto se propõe
a uma visão geral do câncer, para saber especificamente sobre quais talentos do Ser foram abalados e em que
área da vida ocorreram os eventos traumáticos, que colaboraram para a manifestação da doença, faz-se
necessário aplicar os significados abaixo aos órgãos descritos na série da metafísica da saúde. Dessa forma
pode-se compreender o que ocorreu durante a vida e a natureza dos abalos emocionais vivenciados pelo doente.
De modo geral, a formação de tumores malignos metafisicamente reflete o quanto as pessoas se abandonaram
durante a sua existência; em alguns momentos do percurso existencial, elas esqueceram-se delas mesmas.
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Renderam-se aos eventos dramáticos da sua história existencial, que fizeram com que reprimissem os seus
potenciais.
Sentem-se vencidas pelos resultados desastrosos ocorridos no passado e não se recuperaram desses abalos que
permanecem vivos interiormente, como espécie de “cicatrizes” emocionais, que ainda “sangram” em forma de
lembranças amargas, todas as vezes que se deparam com algo semelhante ao que vivenciou.
Não raro, essas qualidades positivas recalcadas, são deslocadas para outras áreas, tais como na família, no
trabalho; podendo gerar progresso material, projeção social e outras conquistas. Pode-se dizer que o bloqueio
numa determinada área da vida, poderá desviar a força reprimida para outros segmentos.
No entanto, o fato de não elaborar os eventos traumáticos que reprimiram as qualidades e ainda estão guardados
dentro de si; tais como a perda irreparável de um ente querido, ou mesmo decepções amorosas ou familiares,
que permanecem vivas na lembrança, causando frequentes aborrecimentos. Mesmo com o passar do tempo e
com tantas situações boas e conquistas maravilhosas, não foram suficientes para tirar de dentro de si as
amarguras vivenciadas outrora.
No entanto, outras pessoas não fazem esse mesmo movimento de se lançarem para outras áreas da vida e nelas
manifestarem seus talentos, permanecem estagnadas nas amarguras. São consumidas pelas mágoas e
ressentimentos que formam espécie de casulo emocional, que ofusca o brilho do Ser, tiram a vontade e o encanto
pela vida.
Ambos os movimentos, sejam realizando outras obras, sejam parando as suas vidas, permanecem guardados
dentro de si sentimentos “corrosivos” que não foram elaborados. O trabalho interior para se libertar desses
conteúdos nocivos, consiste no contato com as verdades internas, que foram negadas. Elas vão surgir em alguns
eventos que relembram o ocorrido, trazendo à tona as revoltas e mágoas de outrora. Nesse momento é hora de
parar e refletir, sem julgar ou criticar os acontecimentos presentes, para tirar de dentro de si os rancores
guardados.
Na maioria das vezes a pessoa fica tão inflamada e indignada com os fatos atuais, que despejam suas revoltas,
em vez de compreender e fluir com leveza e alívio. Esses eventos reproduzidos a sua volta, no modelo dos
episódios marcantes do percurso existencial; em vez de ajudar a elaborar emocionalmente, tornam-se agravantes
dos sentimentos ruins que estavam guardados e são aflorados novamente, como ressentimentos que aumentam
a intensidade.
Pode-se dizer de maneira geral e figurada, sem ser simplista, pois se tratar de um conteúdo emocional e
metafísico, que: o câncer é um ultimato biológico para a pessoa voltar para ela mesma e cuidar de suas feridas
emocionais, que ficaram abertas e ainda dói.
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CAUSAS FÍSICAS DO CÂNCER
Conforme descrito pelo hospital do câncer de Barretos, as causas fisiológicas do câncer, são bem variadas.
Segundo o instituto nacional do Câncer (INCA), entre 80 a 90% dos casos estão associados a fatores ambientais,
tais como: as mudanças provocadas pelo homem no meio ambiente; certos estilos de vida adotados pelas
pessoas; os maus hábitos alimentares, o tabagismo e tantos outros.
Para entender fisiologicamente como surge o câncer, uma célula normal do corpo pode sofrer mutações
genéticas e passar a receber informações erradas para suas atividades. Essas mudanças na memória química das
células (o DNA) fazem com que os genes especiais que a princípio são inativos nas células normais, quando
ativados eles tornam-se oncogenes, responsáveis pela malignização das células, que viram cancerosas. O
acúmulo dessas células forma os tumores cancerígenos, que cresce e se proliferam desordenadamente,
invadindo tecidos e órgãos.
Podemos fazer uma analogia entre esses fatores físicos e celulares, com os aspectos metafísicos apresentados
anteriormente.
A mutação genética do DNA das células do corpo, metafisicamente relaciona com os abalos emocionais
causados pelos desacertos ou profundas decepções em alguma área, seja no trabalho, seja na família ou nas
relações sociais. Mesmo assim a vida segue e a pessoa precisa continuar trabalhando, interagindo com os outros,
convivendo dentro de casa. Porém a sua condição interna não é mais a mesma, ela procura meios diferentes
daquelas condutas que acarretaram os aborrecimentos.
Para superar a dor emocional a pessoa adota medidas que não seriam tomadas, não fossem os episódios ruins
que abateram sobre ela. Nega os sentimentos puros, a espontaneidade e passa a levar a vida fazendo o que for
necessário; mas sem o encantamento, a vivacidade ou a força de vontade que tinha antes. Na maioria dos casos,
para minimizar as suas mágoas, muda o foco da sua vida, passando a atuar com mais intensidade em outros
campos. Caso as decepções tenham sido na família, por exemplo, passa a focar mais o trabalho; do mesmo
modo se foi na carreira, volta-se mais para o lar e assim por diante.
Essas condições internas estão relacionadas, segundo a Metafísica da Saúde, com a ativação dos genes especiais
das células (os oncogenes), bem como a proliferação desordenada dessas células malignas que formam o câncer.
Antes mesmo da doença se instalar no corpo, metafisicamente a pessoa se depara inúmeras vezes com eventos
que lembram as ocorrências traumáticas, fazendo reviver os sentimentos ruins, provocados pelas suas decepções
do passado. Uma vez não elaboradas, essa carga emocional nociva acentua as suas amarguras que, tanto
comprometem a satisfação existencial, quanto pode somatizar no corpo em forma de câncer.
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Outra analogia com as causas metafísica, trata-se do que foi apresentado pelo INCA (Instituto Nacional do
Câncer), como maior índice de casos de câncer, que são as mudanças no meio ambiente provocadas pelo homem
e consequente contatos como esses agentes modificados que se tornam nocivos à saúde, podendo fisicamente
causar o câncer. Analogamente, a desorganização emocional em face aos acontecimentos inusitados, que
comprometeram os mais caros sentimentos.
Em face aos episódios desastrosos, impõe sobre si mesma outra maneira de lidar com a vida e de se envolver
com as pessoas a quem quer bem. Essa mudança imposta a si, provoca frequentes aborrecimentos e todas as
vezes que se depara com situações que lembram os fatídicos acontecimentos, trazendo à tona ressentimentos
pelo ocorrido. Esses sentimentos de revolta ou arrependimentos são espécies de “toxinas emocionais”, e com o
passar do tempo sem elaborar esses sentimentos ruins podem, metafisicamente, somatizarem no corpo como
câncer.
DESCRIÇÃO DE UM CASO DE CÂNCER
Durante a minha trajetória de atuação nesse campo de experiência, acompanhei alguns casos que ficaram
evidentes essas condições aqui apresentadas como causas emocionais e metafísicas do câncer. Vou relatar o
caso de uma pessoa a qual acompanhei o seu processo. Ela chegou até mim com um diagnóstico de câncer em
fase inicial. Ao fazer um levantamento da sua vida, em sessões de psicoterapia, observei a existência de fatos
marcantes na trajetória de vida dela; dentre eles um foi traumático, como segue:
Casada, mãe de dois filhos, ela e o seu marido, atuavam profissionalmente no setor público, sua função era
elaborar projetos de administrações públicas. Era muito empenhada no seu propósito, atuava no trabalho com
amor e elevado partidarismo político. O seu esposo vinha fazendo algumas associações políticas que
despertavam certa estranheza e desconfiança. Mas como tudo estava indo bem, não se ateve aquela cisma,
tocavam os negócios com muito empenho, estavam obtendo excelentes resultados profissionais e financeiros.
Até que um dia quando estava voltando para casa, parou o carro na esquina e assistiu uma cena de horror, a sua
casa estava sendo revirada e saqueada. Não por bandidos, mas pela polícia federal, que estava fazendo uma
varredura em seu lar, em cumprimento a um mandado judicial. Apavorada correu até a casa, pegou os seus
filhos para protegê-los daquele horror que se abatera sobre a sua família.
Assistia sem poder fazer nada, a sua intimidade era exposta de maneira áspera e rude, as gavetas de seu guardaroupa, por exemplo onde guardava as peças íntimas, sendo removidas e espalhada pelo quarto, revirada por
alguns homens, que estavam ali desempenhando as suas funções. No entanto, o abalo emocional que recaiu
sobre ela foi muito grande. Nada houve de comprometedor no objeto daquela investigação. Mas além de ver a
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sua casa virada às avessas, a sua vida teve uma reviravolta. Seguida de sucessivas decepções na carreira; cada
vez se chocava mais no segmento profissional e política em que atuava.
Não podia se afastar do seu trabalho, até mesmo porque fazia o que gostava, a carreira era o seu propósito de
vida. Enquanto se dedicava a sua profissão, não acompanhou os filhos crescerem, o que lhe causou grande
aborrecimento, principalmente pelas decepções que teve, tanto com essa que vivenciou em seu lar, quanto outras
questões que também decepcionaram. Sem parar de atuar no mesmo segmento, se viu acometida por um câncer
no fígado.
A doença não foi motivo para mudar a sua rotina de trabalho, continuou desempenhando as suas tarefas,
enquanto se tratava coordenava uma equipe, era como se o seu estado de saúde não representasse maiores
impedimentos. Fazia a sua gestão de tempo entre o tratamento do câncer e as suas funções profissionais.
Acompanhei o início do surgimento da doença, apontei todos aqueles conteúdos emocionais que estavam
presentes em sua lembrança e ofuscando os seus mais caros sentimentos. Começamos a fazer um trabalho
interior, com algumas técnicas da terapia integrativa, e com o aconselhamento metafísico, enquanto ela fazia o
tratamento clínico e medicamentoso.
Era muito dolorido para ela rever questões tão decepcionantes da sua vida. Compreendi que a os sintomas da
doença, doía tanto quanto as suas feridas emocionais que trazia dentro de si. Uma diferença era evidente, que a
medicina tinha recurso para amenizar a dor física; entretanto, para lidar com a ferida aberta em seus sentimentos,
não existe “anestésicos emocionais” eficientes para tratar os abalos interiores e os componentes nocivos que
permaneceram dentro de si, durante todo esse tempo. Existem procedimentos energéticos e ou psicoterápicos
para amenizá-los, mas é necessário encarar de frente esses episódios marcantes e doloridos, para transformá-los
e voltar a essência pura do Ser.
Em face ao acúmulo de tarefas profissionais, ficava evidente que os tratamentos da sua doença estavam em
segundo plano. Ela continuava procedendo no que tange a doença, da mesma forma como sempre fez; as coisas
importantes para ela, como acompanhar o desenvolvimento dos filhos e outros sentimentos, não eram foco
principais dos seus objetivos já havia muitos anos. Tanto que essas eram algumas queixas que trazia em nossos
encontros semanais.
As nossas sessões foram suspensas em virtude do trabalho, ela precisou desempenhar funções profissionais fora
de São Paulo. Decidiu participar de alguns tratamentos clínicos experimentais, sem dar conta da gravidade física
que recaiu sobre ela com o surgimento da doença.
Depois de um ano e meio ela voltou e fizemos duas sessões. A doença havia avançado muito, finalmente ela se
dispôs a olhar para a sua vida e fazer direito o tratamento do câncer. Voltou-se para dentro de si, revisando os
seus mais caros sentimentos, que foram negados, tais como: o carinho pelos filhos que não foram manifestos na
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intensidade do quanto os amavam; as decepções na carreira que não foram elaboradas, simplesmente sufocadas,
enquanto seguia os projetos de trabalho que dependiam dela para a execução.
a fazer um plano estratégico
Finalmente eu a via olhando verdadeiramente para ela mesma. Depois de ter desempenhado uma carreira de
gestão administrativa para a população, agora fez um plano estratégico para a sua agenda pessoal e o seu
tratamento. Voltou-se para si e começou a cuidar da recuperação da saúde do corpo. No entanto essa conduta
tardia, em face ao avanço da doença não evitou o seu fim da vida física. Mas assisti à transformação dos padrões
internos, que foram o seu maior prejuízo psicoemocional durante sua existência.
Restou-me apenas um lamento de que tais mudanças que iriam colaborar positivamente nos resultados dos
tratamentos, foram feitas tardiamente, pois o seu corpo estava em quadros avançados de metástase. No entanto,
tive a certeza de que a sua vida estava encerrando em paz, com todos os seus sentimentos bons e puros presentes
em seu Ser.
OUTRO CASO ACOMPANHADO DE PERTO
Acompanhei um diagnóstico de câncer numa pessoa próxima, com a qual convivo e compartilhamos dos
mesmos interesses e convicções a respeito da interface entre a mente e o corpo. Melhor dizendo das causas
metafísicas das doenças. A descoberta da doença em estado avançado, levou a procurar vários médicos e
especialistas, que exigiram uma bateria de exames laboratoriais. Os resultados clínicos indicavam a necessidade
de cirurgia imediata.
Durante as visitas a vários consultórios médicos e salas de esperas em laboratórios clínicos a pessoa se dispunha
a averiguar suas emoções, para chegar nas causas metafísicas daquela doença que tão inesperadamente aparecera
em seu corpo. Esse evento ocorreu exatamente na ocasião em que estava escrevendo o volume 3 da série
Metafísica da Saúde, onde trata do tema câncer na tireoide.
Levantávamos as questões emocionais causadas pelos bloqueios e/ou impedimentos na concretização dos seus
objetivos. Surgiam as lembranças de situações onde causaram arrependimentos por ter investido nas amizades
e ter se decepcionado, sentindo-se injustiçada pelas ocorrências. Bem como as situações que ocorreram no
passado, desde a juventude e na vida adulta, as quais interferiam diretamente na sua felicidade. Mesmo
repudiando esses infortúnios, não se desprendera deles, permaneciam sentimentos de mágoas.
Enquanto cuidava da doença física, conversávamos sobre esses eventos doloridos do passado. Esse
procedimento de lembrar e conversar a esse respeito é uma maneira de elaborar as decepções, tirando os
ressentimentos guardados em seu interior.
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Mesmo se submetendo a uma cirurgia para remoção do tumor, esta foi um sucesso e a recuperação absoluta,
não foi necessário fazer, se quer, a quimioterapia . E o que surgiu dessa experiência, além da cura física em
detrimento da cirurgia foi uma pessoa bem resolvida nas suas questões internas e madura emocionalmente.
Durante décadas de investigação e estudo das causas emocionais do câncer, acompanhei de perto vários outros
casos. Relatei esses dois por julgar serem mais esclarecedores das causas metafísicas apresentadas nesse artigo.
OS CUIDADOS FÍSICOS REPERCUTEM NAS MUDANÇAS DAS CAUSAS METAFÍSICAS
Junto com o diagnóstico médico do câncer vem uma série de medidas clínicas, cirúrgicas e medicamentosas.
O diagnóstico médico da doença causa inicialmente, na maioria das pessoas, um abalo emocional. Além da
gravidade, soma a esse fator o estigma do câncer, pois até pouco tempo atrás não havia tratamento para o câncer
e muitos assistiram a morte de entes queridos. Criou-se praticamente um estigma de fatalidade sobre essa
doença. No entanto, atualmente existem muitos procedimentos clínicos para o tratamento.
A repercussão pode ser integrada entre o corpo e as emoções. Tão logo diagnosticado o tratamento médico, seja
cirúrgico, seja medicamentoso é vital. Se por um lado existe o medo sobre a gravidade dessa condição de saúde,
por outro a pessoa começa a se olhar e tomar medidas de autocuidados.
Adesão ao tratamento médico, cirúrgico e medicamentoso, que são condutas necessárias, visto que o corpo
precisa ser cuidado e a medicina tem muitos recursos para o tratamento do câncer. Além de cuidar do corpo, a
pessoa está começando a olhar para ela mesma. Essa conduta representa metafisicamente que ela está dando
espaço para ela mesma. Pode-se dizer que esse é o primeiro passo na trajetória rumo ao seu interior; ao sair do
emaranhado do cotidiano, para ir ao médico, e ao tomar os remédios, volta a sua atenção para si. Ao longo da
vida priorizou mais a casa, o trabalho, os outros, distanciando dela própria.
Por fim, toda ação que visa cuidar dos sintomas do corpo, representa, por si só, um momento dedicado a si
mesmo. No caso dos cuidados e tratamentos para o câncer, significa metafisicamente entrar nos campos
obscuros das emoções, para tratar as “feridas emocionais” abertas durante a trajetória de vida.
Obviamente os conteúdos aqui apresentados não encerram a questão das causas emocionais dos fatores
metafísicos desencadeadores do câncer. No entanto, essas informações são suficientes para o doente refletir: o
que aconteceu que o fez se distanciar daquilo que sentia; onde ele perdeu o contato com a sua essência pura; do
que se arrepende profundamente por ter feito, ou deixado de fazer.
Nessa fase da vida em que a “conta” chegou no corpo, por meio da somatização do câncer, faz-se necessário
lidar com esses abalos interiores. Tão logo consiga reparar internamente os seus mais caros sentimentos, o
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tratamento do câncer poderá fazer melhor efeito. Todo aparato que a ciência médica possui, terá melhor resposta
e a tão esperada cura poderá ser alcançada. Visto que atualmente os níveis de cura dos tratamentos médicos para
o câncer, vem aumentando cada vez mais os percentuais.
CONCLUSÃO
A resposta física favorável aos tratamentos pode ocorrer concomitantemente com as mudanças dos padrões de
comportamentos, que figuram como causas metafísicas do câncer. Faz-se necessário promover significativas
alterações no estilo de vida, ressignificar os sentimentos ruins que ficaram no passado, praticar o perdão, bem
como, perdoar a si mesmo.
A adesão e aceitação dos tratamentos clínicos, cirúrgicos e quimioterápicos são imprescindíveis nesse momento
da vida. Com o corpo machucado e as emoções muito abaladas, são necessárias medidas extremas para restaurar
a ordem biológica e a paz interior.
Ao olhar para si, reconhecer as suas fraquezas e dificuldades, a pessoa deixa de ser paciente dos tratamentos
clínicos e torna-se interagente; atuando de forma participativa no processo de recuperação, ajudando a se curar.
Essas mudanças consistem em algumas condutas a serem adotadas, tais como: apurar os sentimentos ruins em
relação aos eventos marcantes e traumáticos; compreender aqueles que provocaram os transtornos; ter
compaixão; seguir a vida cuidando mais de si do que se lamentando ou julgando os outros; desprender-se do
fardo emocional que vinha sendo arrastado durante a vida e chegou nesse ponto de dor e sofrimento.
Por fim, confiar que assim como o corpo está em constante renovação celular, tão logo fizer as mudanças
internas e estabilizar as emoções, conquistando a paz interior; aliado aos tratamentos do câncer e todos os
cuidados com o corpo, a saúde será restabelecida.
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BIBLIOGRAFIA
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Disponível
<https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/o-que-causacancer#:~:text=Entre%2080%25%20e%2090%25%20dos,de%20diferentes%20tipos%20de%20c%C3%A2nc
er.> Acesso em 11 de julho de 2020.
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