J.Gretzitz
2021
cartéis e grupos armados organizados
operações antidrogas
narcotráfico
ameaça hemisférica
JOÃO Gretzitz
Cartéis e Grupos Armados Organizados Operações Antidrogas
NARCOTRÁFICO - AMEAÇA HEMISFÉRICA
J.Gretzitz
15/02/2021
O autor como agente da polícia federal por mais de trinta anos, trabalhou como adido policial adjunto na Colômbia, traz a público detalhada análise do combate às drogas nos Estados Unidos, Colômbia e Brasil, a atuação dos cartéis colombianos da cocaína e os grupos armados organizados. Detalha algumas das mais importantes operações policiais que buscam conter o avanço do narcotráfico com o desmonte dos grupos criminosos que o movimentam.
PREFÁCIO
“Nada que procede do crime pode ser benéfico para a sociedade”. (Guillermo Cano Isaza, jornalista colombiano assassinado em 1986 a mando do Cartel de Medellin).
A produção, o tráfico e o consumo de drogas alcançou tamanha magnitude que tornou-se a grande preocupação de governos e organismos internacionais, dado aos impactos do comércio ilícito sobre as economias dos países, dos graves efeitos das drogas sobre a saúde humana, além de todas as demais consequências, tais como a violência gerada pelos atores envolvidos nas atividades do crime organizado ligado à produção e o tráfico de drogas.
Diretrizes para o combate às drogas que hoje se discutem ao nível internacional sob a liderança da ONU, apontam para uma política de responsabilidade compartilhada ou responsabilidade solidária, como preferem alguns autores, que estipulam objetivos como o respeito à soberania dos Estados, a eliminação do uso da força e a não ingerência nos assuntos internos dos países, objetivos contraditórios no que toca a repressão ao narcotráfico sob proteção de grupos armados ou de ações das forças policiais sobre organizações de traficantes sabidamente violentas, para os quais não existem mais fronteiras ou limites.
A economia gerada pelo negócio ilícito das drogas interliga produção, comercialização e finanças numa rede que desconhece fronteiras, estendendo-se hoje a todos os continentes. Essa economia subterrânea impede análise mais precisa dos efeitos sobre as comunidades envolvidas com o cultivo, produção, processamento e o consumo de drogas; contudo, os efeitos fazem-se sentir em todos os segmentos da sociedade.
Economistas que se dedicaram à análise dos impactos econômicos do dinheiro da droga sobre a economia dos países produtores entendem que tais economias correm o risco da dependência de tais ingressos, principalmente no tocante à suas contas externas. Segundo os especialistas, esses ingressos além de financiarem o déficit externo, manter a estabilidade cambiária e favorecer no crescimento das reservas monetárias são em grande parte investidos no (s) país (es) de origem, gerando trabalho e renda, mas também muita violência.
Sociológos estudiosos do fenômeno das drogas observam além dos efeitos imediatos dessa atividade ilícita sobre as economias locais, também os seus efeitos sobre as populações que, direta ou indiretamente, são beneficiadas, quer seja com os milhares de “empregos” gerados, quer pelos investimentos das organizações criminosas nas infraestruturas de saneamento, vias públicas, eletrificação rural e comunicações, operando no vácuo do estado. Tais populações, sob a ilusão de tais vantagens imediatas, tendem a desprezar os efeitos deletérios que acompanham o fenômeno, passando a poiar os grupos ilegais dedicados ao narcotráfico.
Os carteis da cocaína, principalmente no caso colombiano , em vários momentos conseguiram se infiltrar na própria estrutura política do país, passando a influir diretamente nas políticas de combate às drogas, utilizando-se da política para respaldar ou favorecer seus interesses escusos, mesmo exercendo a política através da força das armas.
Segundo o Grupo de Estudos de Ação Financeira da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o negócio da cocaína ao nível internacional seria o segundo maior comércio mundial, perdendo apenas para o comércio de armas. Empresa ilegal das mais exitosas do mundo que, segundo estimativas, algumas exageradas, chegaria a movimentar cerca de US300.000.000.000.- (trezentos bilhões de dólares anuais), o equivalente ao que é gerado pela indústria mundial do petróleo.
Diante de tal quadro surgem várias questões que geram dúvidas e muitas polêmicas, das quais se valem os grupos criminosos para seguir avançando com seus extensos cultivos de coca e os grandes laboratórios de processamento e cristalização da cocaína.
Hoje, polêmicas e discussões intermináveis dizem respeito à fumigação dos cultivos ilícitos ou a utilização de métodos alternativos para sua erradicação, discussões que se arrastam por quase uma década.
Contudo, existem temas como dos precursores químicos indispensáveis para a produção da cocaína, a ausência de medidas concretas com vistas a interromper esse fluxo até as áreas de laboratórios; da ausência de controle rigoroso sobre o intenso tráfico aéreo, o festival de vôos clandestinos, notadamente na região do “trapézio amazônico” e na fronteira tríplice Colômbia-Brasil-Venezuela, questões inquientantes e de extrema relevância, que ficaram relegados a um segundo plano no contexto do combate às drogas e ao crime organizado transnacional.
Assim que, a Colômbia, depois de tantas décadas de intensa luta, com milhares de vidas perdidas e milhares de dólares desviados das necessidades mais básicas de parte expressiva das populações, continua sendo o maior produtor e fornecedor de quantidades crescentes da cocaína consumida em todo o mundo.
INTRODUÇÃO: UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE O COMBATE ÀS DROGAS
Na década de 1980 os americanos já consideravam a questão das drogas uma grave ameaça, motivo de grande preocupação com a conscientização pública para o significativo aumento do vício das drogas de abuso e para a gravidade da violência do tráfico. A mídia colaborou desde o início, fornecendo ao povo americano todas as informações sobre os graves danos causados pelas drogas.
Já em 1982 foi estabelecido pelo governo americano o Programa da Força-Tarefa para Combate às Drogas e ao Crime Organizado (OCDETF), desenhado com vistas ao ataque abrangente ao problema, para a redução do fornecimento de drogas ilegais nos Estados Unidos, a diminuição da violência e outras atividades criminosas associadas ao comércio de drogas. A OCDETF tem sede em Washington, D.C., opera em todo o país, combinando os recursos e expertise da DEA (Drug Enforcement Administration) e de várias agências federais para o combate ao narcotráfico e as organizações dedicadas à lavagem de dinheiro.
O presidente George Bush começou imediatamente a concentrar os esforços nacionais em uma estratégia abrangente de repressão às drogas que visava tanto a redução da oferta quanto da demanda. Por um lado, essa estratégia exigia que a DEA e outras agências federais trabalhassem com suas congêneres no exterior e no âmbito interno para reduzir a oferta de drogas no país. Ao mesmo tempo, esforços complementares foram direcionados para reduzir a demanda de drogas por meio de prevenção, educação e o tratamento, incluindo um programa abrangente de publicidade lançado em parceria com a organização “Partnership for a Drug-Free America” (Parceria para uma América livre das drogas).
A cocaína e o crack continuaram sendo o desafio número enfrentado pela aplicação da lei, e os cartéis colombianos com suas células estavam firmemente enraizados em praticamente todas as cidades dos EUA e em muitos países ao redor do mundo.
Tanto o Cartel de Medellin quanto a máfia de Cali tiveram um impacto devastador nas comunidades dos EUA. Na região nordeste daquele país, na área de Nova York, a máfia de Cali estabeleceu discretamente uma rede de células para realizar todas as várias tarefas da máfia envolvendo o transporte de cocaína, seu armazenamento, comunicações entre a Colômbia e os Estados Unidos e o retorno do dinheiro do tráfico para a Colômbia. A máfia de Cali enviou exércitos de representantes aos Estados Unidos para garantir que o negócio da cocaína fosse executado de maneira tranquila e lucrativa.
Em 1992, a agência americana de combate às drogas, DEA, instituiu a estratégia então denominada “Kingpin”, emportuguês “Chefão”, para atacar as organizações de drogas em suas áreas mais vulneráveis: infraestrutura de liderança, suas finanças, os produtos químicos necessários para processar as drogas, transporte e comunicações.
O programa Kingpin essencialmente controlava as investigações da sede da DEA e selecionou um certo número de alvos prioritários que passariam a ser alvos de operações intensivas daquela agência.
Como a extradição de cidadãos colombianos para os EUA era proibida pela constituição da Colômbia de 1991, era essencial que os chefões do tráfico colombianos fossem detidos, processados e encarcerados em seu próprio país.
Com a colaboração de autoridades policiais no exterior, principalmente a Polícia Nacional da Colômbia, um por um os líderes de Medellín foram caindo.
Na época em que Pablo Escobar, o traficante capo do Cartel de Medellín, notório pela sua violência, foi morto em uma ação da Polícia Nacional, em 1993, esse cartel já havia sido severamente abalado. Mas, ainda não não era o momento de relaxar, pois a máfia de Cali, que ao longo dos anos permanecera menos visível, embora não menos ágil e perigosa que o Cartel de Medellin, estava pronta para emergir no cenário mundial como uma poderosa empresa multinacional do milhonário negócio da cocaína.
Com a queda do Cartel de Cali e o surgimento de inúmeros mini carteis, o que se observa a partir de então, é a crescente participação dos grupos guerrilheiros, Ejército de Libertación Nacional (ELN) e Fuerzas Armadas Revolucionárias de Colombia (FARC).
No final da década de 90 a organização guerrilheira colombiana as FARC, respaldada pelos recursos provenientes das atividades do narcotráfico, expandiu suas operações pela América Latina, pois o tráfico de cocaína era uma riquíssima fonte de financiamento de que passava a dispor, assumindo claramente sua condição de uma narcoguerrilha, o que vem a ocorrer também com o ELN.
Depois do acordo de paz celebrado com o governo colombiano, em 2016, parte significativa da narcoguerrilha, que seria uma dissidência do seu núcleo político, optou por manter-se em armas, financiada como o dinheiro das drogas, a extorsão e do sequestro, para manter bases estabelecidas em regiões selváticas da Colômbia e Venezuela, a partir de onde controla grande parte de toda a cadeia do tráfico, desde os cultivos ilícitos até o o embarque da cocaína para todo o mundo.
O DECLÍNIO DO CARTEL DE MEDELLÍN E A ASCENSÃO DA MÁFIA DE CALI
No início dos anos 1990, o Cartel de Medellín estava empreendendo uma campanha de terror e suborno para pressionar o governo colombiano a proibir a extradição de colombianos nativos. Pablo Escobar e vários outros líderes de Medellín, rotulados de “os extraditáveis”, tomaram medidas cada vez mais violentas para tentar forçar o governo a aceitar a legislação que os protegeria da extradição.
O cartel foi responsável pelo assassinato de centenas de policiais e funcionários do governo; e pelo suborno de muitos mais. Quando, em julho de 1991, o congresso colombiano aprovou uma nova constituição que proibia a extradição de cidadãos colombianos, foi considerada uma grande vitória para o Cartel de Medellín.
No entanto, os muitos esforços de aplicação da lei para derrubar o cartel de Medellín estavam resultando em numerosas rendições e prisões que eventualmente levaram ao fim do cartel. Por exemplo, em dezembro de 1990, o líder do cartel Fábio Ochoa se rendeu às autoridades perto de Medellín. Pouco depois, em janeiro de 1991, o irmão de Fábio Ochoa, Jorge Luis, também se entregou à Polícia Nacional Colombiana. Os irmãos Fábio e Jorge Luis, juntamente com Pablo Escobar, eram os principais líderes do cartel de Medellin.
Em janeiro de 1991, David Ricardo Prisco Lopera, o principal pistoleiro, sicário de Pablo Escobar, foi morto junto com seu irmão mais novo, Armando Alberto Prisco em uma ação da Polícia Antinarcóticos da Polícia Nacional da Colombia. Os irmãos Prisco eram procurados por ordenar o assassinato de 50 policiais de Medellín, por vários atentados terroristas e por nove assassinatos, incluindo o do ministro da Justiça colombiano Rodrigo Lara Bonilla, em 1984.
Em fevereiro de 1991 entregou-se o traficante Juan David, o terceiro dos irmãos Ochoa, depois de longa negociação com as autoridades judiciárias da Colômbia e Estados Unidos.
Os esforços para a aplicação da lei foram cada vez mais direcionados a Pablo Escobar, o chefão do cartel de Medellín. Em junho de 1991, Escobar se rendeu às autoridades e foi colocado na prisão de Envigado.
No entanto, nas negociações para a rendição de Escobar, o governo colombiano concordou que a segurança na prisão de Envigado seria responsabilidade dos guardas do Exército e dos próprios guarda-costas escolhidos a dedo pelo traficante.
Na realidade, a prisão de Envigado o protegeu, ao invés de encarcerá-lo. O período de Escobar na prisão foi considerado seu “Período Áureo”, durante a qual ele dirigiu seu império de drogas sem medo de ser caçado pelo governo colombiano ou assassinado por seus rivais.
Em julho de 1992, Escobar “escapou” da prisão de Envigado para evitar ser transferido para uma prisão de Bogotá, depois que foi confirmado que Escobar havia ordenado o assassinato de cerca de 22 de seus próprios associados na rede do tráfico. Uma ou duas das vítimas de Escobar foram até torturadas, mortas e enterradas no interior da prisão de Envigado.
Escobar era sempre avisado previamente do plano de transferi-lo para uma prisão mais segura, e 28 guardas foram posteriormente acusados de ajudá-lo na "fuga".
Por 17 meses, Escobar foi o alvo da maior caçada humana já promovida pela polícia colombiana em toda sua longa história de luta contra o crime a violência.
Em dezembro de 1993, em meio a um confronto, policiais colombianos mataram o fugitivo que tentava mais uma vez escapar ao cerco, ocasião em que foi localizado em uma residência particular no centro de Medellín. A morte de Escobar, junto com a rendição e prisão dos irmãos Ochoa, marcou o declínio do cartel de Medellín, e logo seu desmantelamento.
OS IRMÃOS RODRIGUEZ - CARTEL DE CALI
A máfia de Cali foi formada no início da década de 1970 por Gilberto Rodriguez-Orejuela e Jose Santacruz-Londono, e se ergueu silenciosamente ao lado de seu violento rival, o Cartel de Medellín.
Mas enquanto o Cartel de Medellín ganhava reputação internacional pela sua brutalidade e assassinatos, os traficantes de Cali se passavam por legítimos homens de negócio, respeitáveis empresários.
Esse empreendimento criminoso único, inicialmente, se envolveu na falsificação e sequestro, mas gradualmente se expandiu para o contrabando de base de cocaína do Peru e da Bolívia para a Colômbia para a conversão em cloridrato de cocaína, o pó.
Até o início da década de 1990, o Cartel de Medellín havia dominado o tráfico de drogas, mas seu reinado de terror, na luta implacável contra o governo colombiano, levou as autoridades do país a uma ação séria que levou à sua derrocada final. No início da década de 1990, todos os chefões da droga de Medellín estavam mortos ou encarcerados.
Tendo observado o destino do brutal e violento Cartel de Medellin, os líderes de Cali se fizeram passar por homens de negócios cumpridores da lei, sábios investidores investindo ávidos por lucros, e comprometidos com futuro de seu país, ganhando o respeito público e assumindo o controle econômico da região que dominavam, o Valle del Cauca, sua capital Cali e entorno.
Por operarem de maneira menos violenta, o governo não os perseguiu agressivamente, permitindo assim que os líderes da máfia de Cali operassem e crescessem em riqueza e poder com a segurança da impunidade.
Na arena global, o cartel começara a expandir seus mercados para a Europa.
Após a queda da União Soviética em 1990, rapidamente buscaram novos espaços também na Europa Oriental, tirando vantagem do caos político e econômico ao usar essas democracias recém-criadas como a “porta dos fundos” para o trânsito de sua cocaína para a Europa Ocidental. Por exemplo, em 1992, grandes cargas de cocaína foram apreendidas na Tchecoslováquia, Polônia e Hungria.
Em 1993, as autoridades russas apreenderam 1,1 tonelada de cocaína escondida em latas sob o rótulo de carne enlatada. A remessa teve origem em Cali, na Colômbia, tendo como destino a Holanda, via São Petersburgo, na Rússia.
Na Europa do pós-Guerra Fria, sem controles de fronteira e uma fronteira oriental selada contra o comunismo, empresas internacionais e governos mundiais passaram a ser ameaçados pelo poderoso cartel de drogas da Colômbia.
No início da década de 1990, a DEA estimava que o cartel colombiano e seus associados produziam e exportavam coletivamente, desde a Colômbia, entre 500 e 800 toneladas de cocaína por ano.
As organizações foram estruturadas para operarem de forma semelhante às grandes corporações internacionais. Eles tinham enormes recursos financeiros, para comprar as melhores mentes jurídicas, engenheiros e a tecnologia mais sofisticada, além de especialistas dentre os mais qualificados no mercado financeiro internacional.
Entre os principais chefões do Cartel de Cali, os irmãos Rodriguez Orejuela, Gilberto e seu irmão mais novo, Miguel, eram conhecidos como os especialistas no transporte da cocaína da Colômbia para os EUA e outros países. Gilberto era o responsável pelo planejamento estratégico de longo prazo da organização. Miguel era o gerente prático que dirigia as operações do dia a dia com o apoio de Pacho Herrera, enquanto Jose Santacruz-Londono se encarregava de organizar e estabelecer células de distribuição nos EUA.
Esses líderes de Cali dirigiam uma organização de tráfico de drogas incrivelmente sofisticada e altamente estruturada que era rigidamente controlada por seus líderes apartir de Cali seus controladores espalhados pela América do Sul e América do Norte, bem como pelas principais capitais europeias.
A cada dia detalhes de cargas e remessas de dinheiro eram determinados eletronicamente aos cabeças de célula que operavam nos EUA. Os chefões do tráfico de Cali sabiam de como, quando e onde cada remessa de cocaína deveria chegar;sabiam até mesmo das marcações nas embalagens.
Os patrões de Cali estabeleceram metas de produção para a cocaína que vendiam e estavam intimamente envolvidos em todas as fases do negócio, desde a produção, transporte, segurança, financiamento e comunicações.
Cada organização a serviço do Cartel tinha sua própria hierarquia de líderes, suas próprias redes de distribuição e clientes em nações ao redor do mundo.
As operações foram divididas em células separadas. Cada célula era administrada por um cabeça de célula, sempre um cidadão colombiano, que se reportava diretamente aos chefões do tráfico na Colômbia.
Essas organizações eram responsáveisa pelas operações internacionais, administradas com eficiência e voltadas para a obtenção de enormes lucros.
A escala maciça e global de suas operações de tráfico, tal como bem o demonstram as estatísticas oficiais têm, até hoje, suplantado em muito os esforços de combate às drogas na Colômbia, nos países consumidores como os EUA e Europa, mas também em países de trânsito como o México, Brasil, Argentina e outros.
A LUTA CONTRA OS CARTEIS DA DROGA – AS GRANDES OPERAÇÕES
Ainda hoje, decorridos 15 anos, a operação internacional planejada pela Agência Antidrogas dos Estados Unidos, DEA, denominada “TWIN OCEANS”, que recebeu em nosso país o a denominação de “OCEANOS GÊMEOS”, ainda é uma referência quando se trata de um estudo sobre os mais destacados grupos traficantes colombianos.
O nome dado à referida operação policial surgiu em razão das atividades ilícitas de narcotráfico desenvolvidas pela organização investigada estenderem-se da Costa Atlântica à Costa do Pacífico, partindo os carregamentos de cocaína em barcos e até mesmo mini submarinos, com apoio em portos do Equador e Panamá, para dali chegarem à Guatemala, México e Estados Unidos. Lembrando que Buenaventura, um dos principais portos utilizados pelos investigados está no Pacífico, enquanto outros portos eventualmente utilizados para os embarques de drogas, como Turbo, Cartagena, Barraquilla e mesmo Santa Marta, se encontram na Costa Atlântica.
Para se entender a real dimensão da chamada Operação Oceânos Gêmeos (Op. Twin Oceans), faz-se necessário retrocerder no tempo, o auge do “Cartel de Cali”, época em que essa organização criminosa dividia o mercado mundial da cocaína com o “Cartel de Medellin” de PABLO ESCOBAR; época em que os capos de ditas organizações criminosas buscavam expandir seus milionários negócios com a droga, buscando novas opções de negócio e parcerias com outras organizações criminosas como a máfia italiana da Calábria, a famosa 'Ndrangheta, tanto em busca de criar esquemas mais elaborados de lavagem de dinheiro e investimentos, bem como a abertura de novas rotas e espaços para a colocação da cocaína em toda a Europa.
O 'Ndrangheta é um proeminente sindicato do crime organizado do tipo mafioso italiano com base na região da Calábria, que remonta ao final do século XVIII.
Desde a década de 1950, a organização se espalhou pelo norte da Itália e pelo mundo. De acordo com uma "Avaliação de Ameaças sobre o Crime Organizado Italiano" de 2013 da Europol e da Guardia di Finanza, a 'Ndrangheta é um dos grupos de crime organizado mais poderosos e perigosos do mundo.
Segundo dados da Europol a organização tem presença e atuação comprovada nos seguintes países:
Europa: Italy, Malta, Belgium, France, Spain, Switzerland, Netherlands, Albania, United Kingdom, Germany, Slovakia, Romania; América do Sul: Uruguay, Brazil, Colombia, Venezuela, Argentina; América do Norte: Canada, United States; Oceania: Austrália.
Seus principais parceiros e aliados são: Camorra, Máfia Siciliana, Sacra Corona Unita, Società Foggiana, Primeiro Comando da Capital (PCC), Máfia Albanesa, Stidda, incluindo carteis da droga como “Los Zetas”.
Foi nessa época, final dos anos oitenta, que se desencadeou uma onda de violência tanto na Colômbia como nos Estados Unidos, onde os Carteis da droga lutavam pelo controle de rotas e áreas de distribuição.
Com o inicio das investigações sobre o alvo principal da “Operation Twin Oceans”, ou Operación Oceános Gemelos, tal como a operação policial foi denominada na Colômbia, os investigadores colombianos concluíram que seu alvo principal, PABLO JOAQUÍN RAYO MONTAÑO, após o desmantelamento do CARTEL DE CALI, assumira posição de destaque frente ao CARTEL NORTE DEL VALLE, vindo a ocupar o espaço deixado pelo capo HELMER PACHO HERRERA, que acabou assassinado quando no cumprimento de pena na penitenciária de Palmira, em Cali, nos idos de 1998.
O CARTEL DO NORTE DO VALLE (em espanhol: Cartel del Norte del Valle), foi um cartel de drogas que operava principalmente no norte do Departamento do Valle del Cauca, na Colômbia, com sua base na cidade costeira de Buenaventura. Essa organização, ganhou destaque na segunda na década de 1990, após a fragmentação dos Cartéis de Cali e Medellín, passando a ser considerada uma das organizações mais poderosas no negócio das drogas. O cartel foi liderado pelos irmãos LUIS ENRIQUE e JAVIER ANTONIO CALLE SERNA, conhecidos como "LOS COMBA", até 2012, quando se deu seu desmonte, após uma sequência de operações bem sucedidas das polícias da Colômbia, Panamá e Estados Unidos.
FRANCISCO HÉLMER HERRERA BUITRAGO, também conhecido como "PACHO" e "H7", nascido em 1951, narcotraficante colombiano, o quarto no comando do CARTEL DE CALI, que algumas fontes citam como sendo filho do também traficante BENJAMIN HERRERA ZULETA.
PACHO HERRERA cresceu na cidade colombiana de PALMIRA, no Departamento de Valle del Cauca - Colômbia. Ainda no ensino médio, estudou manutenção técnica, que lhe rendeu emprego nos Estados Unidos. Morando nos Estados Unidos, ele também se tornou joalheiro e corretor de metais preciosos até começar a vender cocaína na cidade de Nova York. Em 1975 e 1978 HERRERA foi preso sob acusação de distribuição de cocaína na cidade de Nova York.
SOBRE PACHO HERRERA E SEU PAPEL NO CARTEL DE CALI
A cúpula do Cartel de Cali, era formada pelos irmãos GILBERTO RODRIGUEZ OREJUELA, MIGUEL RODRIGUEZ OREJUELA e JOSÉ SANTACRUZ LONDOÑO, “Chepe Santa Cruz” ou “Techo de Paja”.
O quarto homem no comando do cartel, o chefe de operações, era o colombiano PACHO HERRERA, também dda região de Cali, que se torna inimigo de morte do cartel de Medellín, de PABLO ESCOBAR, vez que foi um dos principais responsáveis pelo rompimento do pacto, até então existente entre o Cartel de Cali de o Cartel de Medellín. Foi quando passa a organizar suas próprias rotas de tráfico de cocaína através do México, chegando até Nova York e Los Angeles, associando-se no México ao capo do Cartel do Golfo, AMADO CARRILLO FUENTES.
Na verdade teria sido já em 1983, que HERRERA foi de Nova York para Cali, na Colômbia, para negociar os direitos de fornecimento e distribuição com o Cartel de Cali para a cidade de Nova York. Posteriormente, ele abriria rotas de tráfico para o Cartel de Cali através do México, com as conexões que já havia estabelecido com anterioridade.
Diferentemente do que muitos acreditavam, nunca houve um acerto entre Medellín e Cali para dividirem o mercado das drogas em Miami e Nova York, como geralmente divulgado, Medellin com a área de Miami e Cali com a área de Nova York. O filho de extinto PABLO ESCOBAR GAVÍRIA, Sebastian Marroquin, em entrevista prestada à repórteres da Revista Veja, edição de 13 de setembro de 2016 assim se refere aos fatos:
“O mercado de drogas continua grande e sempre haverá um déficit de traficantes de drogas, sempre haverá espaço para todos. Os consumidores são milhões e estão dispostos a pagar o que for preciso para estarem satisfeitos.” (https://veja.abril.com.br/cultura/filho-de-pablo-escobar-lista-28-erros-na-2a-temporada-de-narcos/ ).
HERRERA encarregava-se igualmente das operações de lavagem de dinheiro com métodos mais sofisticados e muito mais vantajosos para os sócios capitalistas do Cartel de Cali. Já no final da década de oitenta, com a queda dos irmãos RODRIGUEZ, ele teria ascendido à posição de chefe maior do Cartel de Cali, assumindo o controle sobre a região de JAMUNDÍ, ao sul do Vale (Valle del Cauca), entre Palmira e Yumbo, no norte e leste do Vale, respectivamente.
As operações de PACHO HERRERA envolviam todo o processo, toda a cadeia dop narcotráfico, desde a importação de base de cocaína do Peru e da Bolívia, como também a importação dos precursores químicos, e o transporte de todos esses produtos até os locais de laboratórios de processamento e refino, a cristalização da droga, nas nas selvas da Colômbia. Tais carregamentos eram transportados em suas próprias aeronaves, com seus pilotos, bem como em aeronaves fretadas e pilotos contrados, dentre os quais muitos brasileiros.
BRASIL - PROJETO CHEMCON - OPERAÇÃO CONDOR
Nos anos oitenta as operações clandestinas dos carteis da cocaína já se estendiam pelo arco amazônico, desde a Bolívia ao Suriname e davam-se com apoio em pistas espalhadas pela Amazônia, pistas de garimpo e pistas clandestinas em meio à selva, por toda a nossa fronteira norte: Perú-Brasil-Colômbia-Venezula-Guyana.
O movimento frenético de aeronaves de pequeno e médio porte que transportavam os carregamentos de pasta base de cocaína para os laboratórios na Colômbia, serviam também para o transporte de produtos químicos como éter, acetona, permanganato de potássio, ácido sulfúrico e ácido clorídrico, que eram obtidos por uma vasta rede de fornecedores confortavelmente instalados, principlamente em São Paulo, a partir de onde mantinham contatos com fornecedores daqueles produtos em vários outros pontos do país e exterior.
Tal quadro ficou perfeitamente demonstrado já início dos anos 80, primeiramente com a “OPERAÇÃO ECCENTRIC”, e logo a “OPERAÇÃO CONDOR”, ambas desenvolvidas pela Divisão a Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal brasileira.
A OPERAÇÃO ECCENTRIC, desencadeada em 1984, foi uma operação conjunta, de nível internacional,coordenada pela agência americana DEA, que contou com as forças policiais do Panamá, Colômbia e Brasil.
A OPERAÇÃO CONDOR, deflagrada em 1985, foi uma operação policial de grande envergadura, de de âmbito nacional, que nasceu no desenvolvimento do projeto de controle de produtos químicos, logo transformado em um programa que foi então denominado “CHEMCON”,cujo nome advém do inglês: “chemical control”, em português: “controle de químicos”. As investigações desenvolvidas nesse operativo se prolongaram até 1986 e, ao seu final, expuseram uma verdadeira radiografia do comércio ilícito de produtos químicos destinados à produção da cocaína em laboratórios da Bolívia e Colômbia, bem como rotas utilizadas, locais de ocultação, redes de traficantes envolvidas e toda a logística envolvida no transporte clandestino desses produtos para os seus destinatários.
O trabalho de inteligência para o planejamento da Operação Condor, desenvolvido ao longo de quase dois anos, permitiu a identificação de personagens de destaque no chamado “CONSÓRCIO”, entre eles, muitos pilotos e financiadores que, devidamente monitorados viriam a ser identificados como lideranças que logo foram cooptadas para servirem como “testas de ferro” e prepostos de figurões dos carteis colombianos em nosso país, que logo passariam a controlar o negócio da cocaína no Brasil.
No decorrer de trabalho da inteligência foram identificados aeroportos, pilotos e seus ajudantes de confiança, estrutura de grande importância para o perfeito funcionamento do esquema, que já vinha operando com força total desde o final dos anos setenta e início dos anos oitenta.
Para trazer luz a esse período seria necessário voltar a figuras lendárias do narcotráfico como IDELÍCIO GOMES NOVAIS e GILBERTO YAÑES CRUZ, ambos de Londrina-PR, que teriam sido os primeiros professores e mentores daquele que veio a despontar como importante liderança no sunbmundo do narcotráfico e, principalmente para a organização, GERSON PALERMO.
No entando, outros aeroportos tinham igualmente sua importância nessa estrutura, como na região de Marília-SP, o aeroporto de Vera Cruz, área dominada pelo grupo do FAUSTO JORGE e seu braço direito, o advogado João Simão Neto; como também Guarapuava-PR, onde já operava o piloto EDSON KARPINSKI, de cuja base surgiram tantos outros como o sócio deste, o também piloto ORESTES WOJCIECHOWSKI, o Polaco; também Santo Antonio do Leverger, Várzea Grande e Cáceres -MT, onde despontavam os traficantes ONILDO SIMÃO DE LIMA com seus irmãos e associados; e ainda Pontes de Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, onde operava o velho piloto, NICENOR FERREIRA PINA e outros tantos. Cada uma dessas lideranças, em suas bases recrutavam pilotos, mecânicos, seguranças e mão de obra de confiança para o apoio às suas operações a serviço da organização, que passa, a partir da Operação Condor, a ser denominada “CONSÓRCIO”.
No caso específico do empresário do ramo da aviação, o notório contrabandista FAUSTO JORGE, as investigações eram mesmo quase impossíveis de avançarem, dado ao fortíssimo esquema de proteção de que dispunha, esquema esse que se prolongou ainda por décadas. Apenas a título de ilustração vale a pena trazer a este trabalho matéria publicada pela rede JCNET, da região de Baurú-SP, matéria produzida pela jornalista Rita de Cássia Cornélio, de 17 de julho de 2007, sob o título, “Advogado é preso pela PF em Marília”, como segue:
“Simão Neto é acusado por corrupção ativa ao ter supostamente pago R$ 20 mil a ex-delegado da PF que está preso.
A cidade de Marília viveu um domingo atípico e movimentado com a prisão de um dos mais polêmicos advogados da cidade, João Simão Neto. Dono de um vasto currículo na defesa de casos que abalaram a cidade, como o incêndio do jornal Diário de Marília, do caso Fausto Jorge, considerado o rei do contrabando e de ser mandante do atentado contra o jornalista José Ursílio, ele foi preso pela Polícia Federal acusado de corrupção ativa e coação de testemunha.
A prisão do advogado aconteceu na residência dele e já era esperada desde abril, quando foi deflagrada a “OPERAÇÃO OESTE”. Simão Neto pode estar envolvido em um dos casos em que o ex-delegado chefe da PF de Marília também figura como participante, explica o atual delegado titular, Sandro Roberto Viana dos Santos.
São vários fatos em que o advogado está envolvido, mas um deles, o que fundamentou a prisão, foi pelo crime de corrupção ativa. O suposto favorecimento e entrega de R$ 20 mil para o ex- delegado chefe da PF de Marília Washington da Cunha Menezes.
O advogado teria entregue o dinheiro para que o delegado não cumprisse ou atrasasse a entrega de uma carta precatória de um empresário da cidade de Pompéia. Em outro caso, o profissional do Direito teria coagido uma testemunha e o fato atrapalhou uma investigação.
De acordo com o titular da PF, a prisão de Simão Neto é fruto das investigações feitas pela polícia desde abril e batizada por OPERAÇÃO OESTE. Ele não quis revelar se serão feitas novas prisões. Isso é segredo de Estado.
Após a prisão em Marília, Neto foi encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Cidade está alvoroçada
Desde o início da Operação Oeste, a cidade de Marília vive sobressaltada com as revelações feitas pela Polícia Federal que implicam e envolvem pessoas como João Simão Neto, tido como o advogado “poderoso” da cidade.
A fama de João Simão Neto foi conquistada graças à sua atuação em praticamente todos os casos famosos de crimes praticados em Marília. No incêndio contra o jornal Diário de Marília, Simão Neto foi o advogado da família Camarinha, principal acusada de ser a mandante do crime.
No caso Fausto Jorge, acusado de ser o rei do contrabando em Vera Cruz, cidade vizinha, ele era o advogado. Seu cliente nem teria chegado a ser investigado, graças à sua defesa.
Neto também atuou como advogado de defesa de Arineu Zocante, ainda foragido, que seria o líder de uma quadrilha que teria praticado seqüestro em Bauru.
O advogado também é acusado, no âmbito da Polícia Civil, de ter oferecido até R$ 60 mil para uma pessoa matar o editor do jornal Diário de Marília, José Ursílio”.
Na verdade a chamada OPERAÇÃO CONDOR foi planejada e coordenada pela Divisão de Repressão a Entorpecentes – DRE/CCP, cujas investigações se iniciaram no final de 1984, inserida no projeto CHEMCON, projeto de controle de produtos químicos, que veio a dar origem ao inquérito policial IPL nº 3-0030/85-DRE/SP, da Superintedência da Polícia Federal em São Paulo, resultando em sua primeira fase na indiciação de 43 investigados diretamente envolvidos na aquisição de éter e acetona em São Paulo e seu transporte para países vizinhos. Para tal fim os criminosos mantinham entrepostos em fazendas e empresas no centro-oeste brasileiro, em vários municípios no Estado de Goiás e Mato Grosso, em municípios como Alto Araguaia, Cuiabá, Várzea Grande, Diamantino, Santo Antônio de Leverger etc.. Nessa mesma operação policial foram apreendidas 9 aeronaves, automóveis, caminhões, toneladas de precursores químicos, armas, munições, tendo a autoridade policial ao final de seu inquérito, relatório final de 16.02.87, solicitado em a prisão preventiva de todos os indiciados. Acusados pelo crime de tráfico de drogas e formação de quadrilha, a maioria dos envolvidos foram condenados pela Justiça.
Dentre os investigados, GERSON PALERMO, era um dos principais envolvidos, com múltiplas funções dentro da organização criminosa, para os analistas conhecida como “CONSÓRCIO”, sendo suas principais atribuições a de comprar éter, acetona e outros insumos no mercado nacional e coordenar o transporte desses produtos para a Bolìvia e Colômbia, trazendo de volta carregamentos de cocaína.
O “CONSÓRCIO” na verdade era o resultado de um grande acordo entre advogados, financiadores, donos de pistas de pouso, transportadores, pilotos, motoristas e seguranças, que assumiram o compromisso com os carteis colombianos de colocar os produtos químicos necessários ao refino da cocaína em pistas por eles indicadas, tanto na Bolívia como na Colômbia.
Para a execução de suas operações contavam com uma rede de proteção formada por funcionários públicos federais, estaduais e municiapis do executivo, legislativo e judiciário, bem como policiais federais, civis e militares corruptos. Daí a extrema dificuldade em investigá-los.
Vale observar que na época não era possível se obter uma autorização judicial para escutas telefônicas ou quebra de sigilos bancários e fiscais de suspeitos, ainda não existiam computadores e telefones celulares no Brasil, e o pouco conhecimento sobre os grupos criminosos espalhados pelas áreas onde a organização criminosa operava era do alcance de poucos abnegados policiais, sendo que a troca de informações entre as polícias era quase inexistente ou bastante limitada. Assim que, organizar e alimentar um arquivo de inteligência para uma operação de tal envergadura era uma tarefa quase impossível de ser realizada com os recursos técnicos e de pessoal que se dispunha na época.
Quando do início da operação policial pelo menos dois mil tambores dessas substâncias já tinham sido enviados para os cartéis colombianos. Apenas o traficante GERSON PALERMO mantinha em uma Fazenda no município de Diamantino, no Mato Grosso, uma estrutura completa de apoio à frota de aviões que faziam o transporte dos produtos ilícitos, cuja base de operações contava com mecânicos, oficina completa para a manutenção das aeronaves e bomba de abastecimento própria. Só nessa extensão da OPERAÇÃO CONDOR, os agentes apreenderam dez caminhões e seis aviões Sêneca.
Em 1991 o traficante GERSON PALERMO voltou a ser preso, desta vez em Campinas, São Paulo, com 500 quilos de cocaína e 200 tonéis de precursores químicos, sendo aí apreendidos carros, caminhões, casas e fazendas, ensejando sua condenação a pena de 10 anos.
As investigações não conseguiram resposta para várias perguntas que seriam a chave para se conter o negócio dos traficantes,atis como:
Como a organização criminosa conseguia obter nos aeroportos e, também, diretamente das distribuidoras, tamanho volume de gasolina de aviação (AVGAS) que era requerido para tão intensa atividade?
Como aquela esquadrilha de aviões conseguia fazer tantos vôos clandestinos através das fronteiras com o Paraguai, Bolívia, Perú, Colômbia e Venezuela, sem que fossem sequer detectados pelos radares do CINDACTA ou mesmo pela inteligência da Força Aérea Brasileira?
Se tais vôos eram detectados pelos militares, porque motivo a Polícia Federal não era informada?
Como as cargas de produtos químicos, no caso do transporte terrestre, totalmente ilegais, cobertas por notas fiscais e guias de transporte frias passavam com tanta facilidade pelos postos de fiscalização das Receitas Estaduais e mesmo pelos controles da Alfândega em nossas fronteiras?
CINDACTA é o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo é da Força Aérea Brasileira que executa as atividades de controle do tráfego aéreo comercial e militar, vigilância do espaço aéreo e comando das ações de defesa aérea no Brasil. O sistema é composto por quatro unidades responsáveis pelas seguintes áreas de controle aéreo: CINDACTA I – Brasília; Distrito Federal, Goiás, parte do Mato Grosso e Região Sudeste; CINDACTA II – Curitiba, Região Sul, Mato Grosso do Sul e parte sul e oeste de São Paulo; CINDACTA III – Recife; Região Nordeste, parte Minas Gerais, parte Tocantins e área oceânica que separa o Brasil da África e da Europa; CINDACTA IV – Manaus, e Região Amazônica.
Estendo-se as investigações relativas à Operação Condor ao estado de Rondônia, constatou-se naquele estado outra vasta rede de fornecimento de precursores químicos para os laboratórios de cocaína na Bolívia e Colômbia.
Foi onde surgiram nomes até então pouco conhecidos no mundo do crime, que se passavam muito bem por respeitáveis homens de negócios na região de Guajará-Mirim, Vilhena e Cacoal, donos de empresas de taxi aéreo, como o MARCILON BRAGA DE CARVALHO, ou de transportadoras, importadoras e exportadoras, como os irmãos RABELLO, que na verdade conformavam um grupo distinto e independente daqueles em que se concentrava a dita operação, nem por isto tendo deixado de orientar a apreensão de toneladas de precursores e aeronaves envolvidas no transpote dos produtos ilícitos.
O grupo sobre os quais, mais diretamente se atuou no decorrer dessa operação foi aquele identificado como o “CONSÓRCIO”, que detinha o monopólio do negócio dos químicos na área que se estendia do Paraná e São Paulo ao Mato Grosso, que era dominado por pilotos e transportadores já tarimbados no tráfico da maconha paraguaia e o contrabando para o Brasil, Argentina e Uruguai, a conhecida “Esquadrilha da Fumaça”, seus parceiros e associados, desde os anos 70.
Contudo, as investigações no Brasil indicavam a existência de uma megaestrutura completamente fora do alcance das polícias. Com pistas de pouso clandestinas espalhadas por zonas remotas na região norte do país, pistas de garimpos, áreas remotas de difícil localização e acesso. O suporte aos vôos clandestinos se dava através de comunicações via rádio de difícil detecção e monitoramento. A manutenção das aeronaves utilizadas era efetuada por mecânicos recrutados pelos traficantes, os quais, uma maioria de profissionais altamente capacitados, que desempenhavam suas atividades em aeroclubes e pequenos aeroportos espalhados pelo país, os quais, na verdade, nada tinham a ver com o tráfico de drogas em si, prestavam seus serviços sob chantagem ou ameaças para que não dessem quaisquer informações aos órgãos de segurança.
Contudo, tratando-se do narcotráfico, o principal fator complicador é mesmo a corrupção, pois onde vai a droga lá está ela, a maldita corrupção.
Havia uma crença bastante difundida entre os traficantes, segundo a qual o Cartel de Medellin era mais dado à violência das armas, pois, segundo eles, a filosofia de PABLO ESCOBAR era “plata o plomo”, isto é, aquilo que não se consegue com o dinheiro se consegue na bala. Por outro lado acreditava-se que os operadores do Cartel de Cali seriam mais pacíficos, optando preferencialmente pela corrupção pura e simples desde os mais humildes aos mais altos mandos locais, tanto de autoridades civis como militares.
Com a utilização de centenas de aeronaves de matrícula brasileira e a intensa participação de pilotos brasileiros nas operações de transporte dos carteis colombianos, foram se abrindo as rotas para a colocação de carregamentos de cocaína em nosso país. Grande parte da droga que aqui chegava era dada em pagamento dos vôos realizados, droga que de início acabava caindo no mercado consumidor local.
Consolidada essa relação entre transportadores brasileiros e fornecedores colombianos eis que acabaram se estabelecendo as rotas alternativas , que através do Brasil, iriam permitia a colocação da droga nos Estados Unidos, África e Europa.
O conjunto da inteligência coletada no decorrer da operação mostrava a cabalidade, que todo o movimento de precursores químicos e pasta base para processamento em laboratórios da Colômbia, até o final dos anos 80, era uma operação consorciada entre os carteis colombianos, produtores de pasta bolivianos e peruanos e fornecedores, muitos importadores e atravessadores de produtos químicos brasileiros, logo se inserindo nesse consórcio que agregava ainda a cadeia de transportes (terrestres, aéreos e fluviais), da qual também fazia parte um grande número de operadores e investidores e financiadores brasileiros.
Informes da época indicavam que HERRERA, capo do Cartel de Cali, o encarregado das operações dessa organização, teria contratado serviços das Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia, FARC; e do extinto grupo guerrilheiro Movimiento 19 de Abril, M-19, para a guarda e proteção de seus locais de laboratório e armazenamento dos carregamentos da droga, bem como para a contravigilância necessária para a proteção das suas operações frente a ações das Forças de Segurança que pudessem surpreendê-los em sua atividade crinosa. Fato que veio a ser corroborado por declarações de pilotos brasileiros, então presos e interrogados pela Polícia Federal brasileira, no decorrer da Operação Condor.
SOBRE O CARTEL DE CALI
PACHO HERRERA, cujo perfil e o papel que desempenhava no Cartel, foi amplamente detalhado pela imprensa colombiana, sempre optou pela discrição, bastante reservado, jamais foi sequer entrevistado, e seu nome quase nunca era mencionado, tal como ocorria com relação aos nomes de outros líderes do Cartel de Cali.
Embora se argumente que ele foi a fonte da maior parte do dinheiro envolvido no financiamento ilícito da campanha presidencial de Ernesto Samper, anos 93-94, o próprio HERRERA nunca falou sobre o assunto e nunca esteve formalmente envolvido nessa investigação. Seu nome só veio à tona após o rompimento entre o Cartel de Cali com o Cartel de Medellin, quando ocorreu um ataque terrorista a um campo de futebol na localidade de Candelaria, Valle del Cauca, em 25 de setembro de 1990; onde, 20 homens armados, vestidos com uniformes do exército e da polícia, abriram fogo contra a multidão onde HERRERA estava sentado, matando 18 pessoas, de cujo atentado HERRERA saíu ileso.
O ataque em Candelária foi atribuído ao cartel de Medellín, e particularmente a PABLO ESCOBAR, em pessoa, que culpava HERRERA pela explosão de um carro-bomba em 13 de janeiro de 1988, frente ao Edifício Mônaco, de propriedade de Escobar , cujo edifício ficava em uma das áreas mais ricas da cidade de Medellin.
A guerra entre os cartéis ocasionou grande derramamento de sangue de ambos os lados, sendo que HERRERA assumiria um papel secundário nessa guerra, deixando a luta para os irmãos RODRIGUEZ, GILBERTO RODRIGUEZ OREJUELA, El Enxadrista; e MIGUEL RODRÍGUEZ OREJUELA.
Outro atentado contra a vida de Herrera ocorreu em 27 de julho de 1991, em um resort de veraneio, onde pistoleiros encapuzados atiraram nas pessoas do local, matando 17 e ferindo outras 13 pessoas, sem que o mesmo fosse atingido.
PACHO HERRERA sempre foi dado como sendo a principal fonte de financiamento do bando armado, grupo de pistoleiros, sicários, denominado “LOS PEPES”.
“LOS PEPES” ou “Los Perseguidos por Pablo Escobar”, era um grupo armado ilegal, que operou na Colômbia, basicamento apoiado e financiado por pessoas que se sentiam ameaçadas pelo traficante de drogas Pablo Escobar, composto por pistoleiros, sicários, matadores de aluguel. Ao final dos anos 90, Esse grupo desencadeou uma campanha onde mais de 300 aliados de Escobar foram executados de forma sumária, em atentados e emboscadas. Tal perseguição gerou uma onda de violência, um banho de sangue, só perdendo intensidade após a morte do chefe do Cartel de Medellin, PABLO ESCOBAR GAVÍRIA.
Especula-se sobre o envolvimento de agentes de inteligência das Forças de Segurança, que teriam colaborado com dita organização, Los Pepes, principalmente através do fornecimento de informações privilegiadas e troca de favores. No âmbito das especulações e fantasias, o filme de Mark Bowden intitulado ”Matando Pablo” destaca algumas ações do grupo Los Pepes, mostrando algumas das formas de cooperação e suporte que eles teriam recebido de agentes das Forças de Segurança.
Em novembro de 1991, a DEA destruiu duas grandes células de distribuição de cocaína em Nova York e arredores, de responsabilidade do capo do Cartel de Cali, HELMER “PACHO” HERRERA, que pessoalmente as havia estruturado.
Essa operação deu-se com o emprego das escutas telefônicas em larga escala, onde agência américana antidrogas, DEA, teria utilizado mais de 100 grampos simultâneos em telefones fixos e celulares, escutas autorizadas pelo Tribunal de Justiça daquela cidade.
O desfecho final da operação deu-se com a prisão de uma centena de traficantes, apreensão de mais de 20 milhões de dólares americanos em dinheiro, bens móveis e imóveis, além de quantidade superior a 2,7 toneladas de cocaína apreendidas. Além disso foram obtidos os arquivos com o registro de transações e a lista de seu pessoal, localizadas em memórias de computadores apreendidos, cujas informações vieram a fornecer uma visão ampliada da estrutura celular de que se valia o Cartel de Cali para o comércio da droga na região de Nova York e entorno.
Em 1 de setembro de 1996, na Colômbia, PACHO HERRERA, sentido-se ameaçado pelos grupos armados a serviço do Cartel de Medellin, entregou-se ao Bloco de Busca, o Bloque de Busqueda, uma unidade da Polícia Nacional da Colômbia. Ele foi o último dos quatro líderes do Cartel de Cali a ser capturado, sendo então condenado a seis anos e oito meses de prisão por acusações de tráfico de drogas, pena que veio a ser estendida para 14 anos em 1998.
Uma vez na prisão, HERRERA teria mudado seu estilo de vida, passando a dedicar-se ao futebol, organizador de esportes na prisão, patrocinando torneios de futebol. Nessa época também buscou estudar, começando seu bacharelado em administração de empresas.
Embora devesse estar na ala de segurança máxima da prisão, HERRERA era liberado para visitar outras alas, para encontrar-se com seus advogados e esposa.
Em 4 de novembro de 1998, RAFAEL ANGEL URIBE SERNA, então com 32 anos, entrou na prisão, foi ao campo de futebol onde HERRERA estava jogando. HERRERA parou o jogo e foi cumprimentar o amigo, que ao abraçá-lo sacou uma arma e disparou sete vezes na cabeça de PACHO HERRERA. URIBE foi capturado por outros presidiários e levado pelos guardas da prisão, enquanto HERRERA foi transferido para um hospital onde veio a falecer.
Os motivos possíveis para o assassinato de HERRERA eram tantos quanto os crimes por ele mesmo praticados. Entre eles, as vendetas de membros do Cartel do Norte del Valle, em particular de um homem conhecido pelo pseudônimo de JJ, por ordem de WILBER VARELA, que aparentemente havia sido vítima, alguns dias antes, de uma tentativa de assassinato por lpistoleiros ligados às lideranças do cartel de Cali; bem como poderia ser em razão da suspeita de um acordo de colaboração entre HERRERA e DEA para trair ORLANDO HENAO, o então chefe do Cartel Norte del Valle. Outras hipóteses apontam para o conflito de longa data do grupo de PACHO HERRERA contra a guerrilha comunista.
WILBER ALIRIO VARELA FAJARDO, álias Jabón, nascido em 1957, veio a ser morto em Mérida, na Venezuela, em 30 de janeiro de 2008. Foi um dos líderes do Cartel do Norte del Valle, que estava incluído nala lista dos dez traficantes mais buscados pela DEA. Jabén também era conhecido no mundo do crime como José García, “El Viejo”, “El Negro” e “El Cabo”. O mesmo veio a se tornar a importante chefe de um grupo armado de matadores, a serviço do Cartel.
A morte de “Jabón” na Venezuela, aconteceu em meio as acusações do governo americano contra o presidente Hugo Chávez de tolerância com o tráfico de drogas em seu território.
O corpo de WILBER VARELA e daquele que seria o seu guarda-costas foram encontrados na quarta-feira, 30 de janeiro de 2008, por funcionários de um hotel turístico na área rural dos Andes venezuelanos, onde ambos haviam se hospedado com nomes falsos. Ambos morreram com disparos de pistola 9 mm na cabeça e em outras partes do corpo
VARELA, um ex-cabo do exército colombiano, foi o último dos chefe em do cartel do Norte do Valle em atividade, que tem seu centro de operações no departamento de Valle del Cauca (oeste),fortalecido nos anos 1990 com o o desmantelamento dos cartéis de Cali e Medellín. Outros dois grandes chefes da mesma organizaçãol eram JUAN CARLOS RAMÍREZ ABADÍA, preso no Brasil em 2007, e DIEGO LEÓN MONTOYA SÁNCHEZ, o "Don Diego", capturado na Colômbia em setembro do mesmo ano, 2007.
RAFAEL ANGEL URIBE SERNA, o assassino de PACHO HERRERA, havia sido conselheiro pessoal de HERRERA por cerca de 10 anos, tendo declarado que decidira-se por matá-lo, por porque este (PACHO HERRERA) havia ameaçado sua família, como represália por ele (URIBE) não ter conseguido matar VÍCTOR CARRANZA, tal como lhe havia sido determinado. Essas declarações, entretanto, foram consideradas pouco confiáveis no âmbito da Polícia e Procuradoria, pois seria um mero estratagema para desviar a atenção dos verdadeiros autores.
A hipótese mais aceita é que URIBE estava realmente agindo sob as ordens do cartel do Norte del Valle, cujas lideranças estavam contrariadas, por ter HERRERA divulgado informações sobre eles. Essas lideranças entendiam que ele estaria ansioso para retomar o negócio deixado para trás tão logo eles viesse a ser presos ou mortos.
URIBE era também tio dos irmãos LUIS ENRIQUE e JAVIER ANTONIO CALLE SERNA, os irmãos "COMBA", que se apoderaram do cartel Norte del Valle após a morte de WILBER VARELA.
O próprio URIBE veio a ser assassinado em outubro de 2009. (Ver em: “La patrona de Pablo Escobar”, obra do jornalista Colombiano José Guarnizo).
SOBRE JUAN CARLOS RAMÍREZ ABADÍA
Conhecido no submundo do crime pela sua alcunha "Chupeta", era um mega traficante de drogas colombiano, que chegou a ser considerado pelo FBI como o segundo homem mais perigoso do mundo depois de Osama Bin Laden. Apontado como responsável por mais de trezentos assassinatos na América Latina e cerca de quinze nos Estados Unidos.
Nascimento: 16 de fevereiro de 1963, Palmira, Colômbia
Altura: 1,68 m
Cônjuge: Yessica Paola Rojas Morales
Filhos: Carlos Pinero, Malina Pinero
Pais: Carmen Alicia Abadía Bastidas, Omar Ramírez Ponce
Acusações criminais: Narcotráfico, Extorção e Lavagem de dinheiro.
O canal Record, R7, em sua edição de 16 de novembro de 2017 apresentou em destaque manchete intitulada “Megatraficante Abadía pode ser testemunha contra El Chapo”, tal como segue a matéria do jornalista Fábio Fleury:
“Colombiano, preso na Grande SP em 2007, cooperou com a acusação durante julgamento de ex-membro do cartel de Sinaloa no ano passado
Uma das possíveis testemunhas de acusação no julgamento do traficante mexicano Joaquín 'El Chapo' Guzmán, que começou esta semana em Nova York (EUA), é um velho conhecido das páginas policiais brasileiras: o chefão colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía.
Abadía foi preso em um condomínio de luxo em Barueri, na Grande São Paulo, em 7 de agosto de 2007. Em abril do ano seguinte, ele foi condenado a 30 anos de prisão pela Justiça brasileira, mas quatro meses depois foi extraditado para os EUA.
O colombiano, antigo líder do cartel do Vale do Norte, foi processado pela Justiça norte-americana e condenado a penas que somam mais de 200 anos de prisão. Para cortar anos de sua sentença, ele fez acordos e se tornou colaborador em processos contra seus antigos parceiros.
No ano passado, Abadía foi uma das principais testemunhas de acusação no julgamento de ALFREDO “EL MOCHOMO” BELTRÁN-LEYVA, que comandava o braço armado do cartel de Sinaloa, cujo principal líder era El Chapo.
Como foi julgado na Justiça federal no Brooklyn, em Nova York, o colombiano foi processado por alguns promotores que hoje estão na acusação do julgamento do mexicano.
Juan Carlos Abadía era um dos principais fornecedores de cocaína para o cartel de Sinaloa. Em 1996, depois de 10 anos no tráfico, ele foi processado por ter enviado mais de 30 toneladas de coca para o México e os EUA e cumpriu 4 anos de prisão.
Durante vários anos, o colombiano foi o segundo homem mais procurado do mundo, atrás apenas do ex-líder da al-Qaeda e mentor dos ataques de 11 de setembro, Osama Bin Laden.
Depois de se tornar alvo das autoridades norte-americanas ele fugiu para o Brasil em 2004, contando com o apoio do traficante, piloto brasileiro ALCIDES CORREA DA COSTA.
Abadía morou no Paraná e no Rio Grande do Sul antes de se estabelecer em Barueri-SP.
No país, Abadía usava o nome falso MARCELO JAVIER UNZUE e se especializou em disfarces. Ele mudava o cabelo, usava e tirava barba e bigode constantemente e, mais de uma vez, apelou para cirurgia plástica para mudar seu rosto.
Segundo a imprensa, Abadía teria delatado planos de Beira-Mar em troca de sua extradição, vez que, mesmo recolhido em presídio de segurança máxima, em Campo Grande-MS, temia ser morto.
O jornal Campo Grande News, na edição de 13/09/2008 traz o seguinte informe:
“A extradição de JUAN CARLOS RAMÍREZ ABADÍA, entregue à Justiça dos Estados Unidos no mês passado, foi precedida de um acordo em que o traficante colombiano se comprometeu a revelar supostos planos do traficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para tentar fugir do presídio federal de Campo Grande. Conforme o site do jornal O Estado de São Paulo, o esquema veio à tona quando a Polícia Federal desencadeou a Operação X.
Abadía temia ser morto e pediu que o governo brasileiro antecipasse sua extradição. Conforme a reportagem, um processo de extradição normal dura, em média, dois anos, o do traficante durou cinco meses no STF (Supremo Tribunal Federal).
O colombiano revelou ao serviço de inteligência do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) que Beira-Mar preparava uma fuga mediante extorsão e seqüestro de parentes de autoridades no Legislativo, Executivo e Judiciário.
Em 30 novembro de 2018, a BBC Internacional apresenta extensa matéria do jornalista Gerardo Lissardy, da BBC News Mundo, em Nova York, onde detalha as conexões/negócios do megatraficante Abadía com os carteis mexicanos, tal como segue:
“Bastou o primeiro envio de cocaína a Joaquín "El Chapo" Guzmán para o colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, conhecido também como "Chupeta", conhecer as habilidades do mexicano como narcotraficante.
Em poucos dias, disse Abadía, a droga que entregou no México chegou a seu destino final, em Los Angeles, nos Estados Unidos. "Foi super rápido."
A assustadora confissão de um dos maiores assassinos em série dos Estados Unidos
Nesta quinta-feira, Abadía deu um depoimento como testemunha de acusação no julgamento de Guzman em Nova York.
Em outras circunstâncias, sua fala poderia deixar um narcotraficante orgulhoso. Mas, perante um júri, os elogios parecem comprometer ainda mais Guzmán, que corre o risco de ser condenado à prisão perpétua, acusado de enviar mais de 150 toneladas de cocaína para os Estados Unidos.
O testemunho de Abadía foi frio e diferente de tudo o que foi ouvido no tribunal desde o início do julgamento, em 12 de novembro.
Pela corte, no bairro do Brooklyn, passaram de ex-sócios de El Chapo a agentes americanos, assim como especialistas em drogas ou lavagem de dinheiro.
Mas Abadía, de 55 anos e com o rosto desfigurado por cirurgias plásticas, apresentou-se como nada menos que alguém que forneceu drogas a Guzmán: o traficante de um dos traficantes mais famosos do mundo.
Ramírez Abadía foi o líder do cartel colombiano Vale do Norte até sua prisão em São Paulo em agosto de 2007, antes de ser extraditado para os Estados Unidos.
Entre 1989 e sua prisão, a organização criminosa exportou cerca de 400 toneladas de cocaína para os Estados Unidos, a maioria deles por meio do cartel de Sinaloa de El Chapo, informou Abadía nesta quinta.
Ele também admitiu que, durante esse período, "aproximadamente 150 pessoas" morreram por ordem sua, inclusive uma que ele mesmo matou em 2004 com "tiros na cabeça e no rosto".
Ele não revelou quem era a vítima, e o promotor que o interrogou evitou perguntar detalhes do assassinato, embora haja a possibilidade de o tema ressurgir quando Abadía voltar a depor na semana que vem.
Para evitar a prisão, o narcotraficante disse que pagou suborno às autoridades mexicanas, tentou apagar seus antecedentes criminais e passou por várias cirurgias plásticas.
"Fiz mudanças no meu rosto", explicou. "Mudei meu queixo, maçãs do rosto, olhos, orelhas e nariz." Mas nada disso foi suficiente: sua prisão no Brasil foi ordenada com base na tecnologia de reconhecimento de fala.
Agora, ele aguarda uma sentença entre 25 e 30 anos nos EUA, depois de ter se declarado culpado por liderar uma organização dedicada ao tráfico de cocaína e de ter mais de US$ 1 bilhão confiscados em ativos.
Ele fez um acordo de colaboração com a promotoria na esperança de diminuir sua pena.
No tribunal, o colombiano chamou a atenção por suas maçãs do rosto proeminentes e pelo queixo quadrado. Ele testemunhou usando luvas e jaqueta, sentado a poucos metros de Chapo, que o olhava fixamente.
A defesa de El Chapo, por sua vez, questiona a credibilidade de testemunhas que cooperam, como Abadía, considerando-as "ex-criminosos que acusam outros para buscar seu próprio benefício".
Abadía, que foi descrito por testemunhas anteriores como um dos principais fornecedores do cartel de Sinaloa, disse que se encontrou uma dúzia de vezes com Guzmán entre o começo dos anos 1990 e 2007 para fazer negócios ilícitos.
A primeira reunião aconteceu em um hotel na Cidade do México.
O objetivo era decidir como enviar cocaína da Colômbia para os EUA via México. E, de acordo com Abadía, seu parceiro mostrou-se ambicioso desde o início.
"Ele me perguntou se eu poderia enviar o máximo que conseguisse", disse a testemunha. "El Chapo me pediu que lhe mandasse cocaína 100% pura, de ótima qualidade."
Eles conversaram sobre as pistas de pouso clandestinas, sua localização, sobre enviar um piloto para conhecê-las, assim como os horários de chegada dos aviões da Colômbia e quantos quilos poderiam transportar.
As pistas estavam em quatro Estados mexicanos: Sinaloa, Durango, Nayarit e Sonora. E os aviões transportavam entre 600 e 1.300 quilos de cocaína.
Abadía disse que, em troca de seus serviços, Guzmán pediu para ficar com 40% da cocaína enviada aos EUA, mais do que os 37% que outros traficantes mexicanos costumavam cobrar.
O colombiano lembrou a resposta de Guzmán quando foi questionado sobre as razões de cobrar mais do que outros.
"Ele me disse: 'Sou muito mais rápido, me teste, você vai perceber, e sua cocaína, seus aviões, seus pilotos estarão seguros porque meus arranjos (com as autoridades) são muito bons'", disse Abadía ao júri.
Sua primeira entrega a Chapo, acrescentou, foi de cerca de 4 toneladas de cocaína em cinco aviões que chegaram a uma pista em Los Mochis, em Sinaloa, no meio da noite.
Abadía disse que essa remessa já serviu para mostrar como Guzmán trabalhava - mais tarde o mexicano ganharia o apelido de "O veloz".
Os pilotos disseram à Abadía que a pista estava bem iluminada e que os comparsas de El Chapo foram rápidos para descarregar a coca dos aviões e abastecê-los com gasolina para que pudessem retornar à Colômbia.
Havia até policiais federais, disse a testemunha, que não estavam lá para fazer cumprir a lei, mas para proteger a operação e até para colaborar com o transporte da mercadoria.
A droga foi colocada em vans, cruzou a fronteira dos EUA, e chegou em Los Angeles a tempo recorde.
"Menos de uma semana", disse a testemunha. "Foi a primeira vez que traficantes mexicanos entregaram a cocaína tão rápido."
O noticioso, jornal eletrônico, Campo Grande News, em sua edição de 16 de dezembro de 2020, faz menção à OPERAÇÃO X, do Ministério Público de São Paulo, que corre sob sigilo de justiça.
Segue a matéria de autoria da jornalista Aline dos Santos:
Sigilo há 12 anos, “Operação X” manda ouvir Abadia sobre trama em presídio de MS - Alvo de sequestro seria filho do então presidente Lula, mas poucas informações foram divulgadas desde 2008.
“Há doze anos coberta pelo segredo de Justiça, a “Operação X”, realizada em 4 de agosto de 2008 pela PF (Polícia Federal), teve uma movimentação na reta final deste ano de 2020.
O juiz federal Dalton Igor Kita Conrado, da 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, determinou expedição de edital para que o colombiano Juan Carlos Ramires Abadia, responda à acusação sobre a denúncia de associação criminosa.
Conforme divulgado à época, um plano teria sido arquitetado pelo traficante Fernandinho Beira-Mar de dentro da cela da penitenciária federal de Campo Grande para sequestrar um dos filhos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O custo seria de 500 mil dólares e o valor financiado por um pool de criminosos, incluindo Abadia e José Carlos Girotti, preso pelo assalto ao Banco Central.
Abadia foi preso em 2007, na cidade de São Paulo, e transferido para Mato Grosso do Sul. Ele era um dos líderes do cartel Vale do Norte e acusado de centenas de assassinatos. Duas semanas depois da Operação X, o traficante foi extraditado para os Estados Unidos. Em novembro de 2018, Abadia foi testemunha de acusação contra El Chapo, ex-chefe do cartel de Sinaloa (México) e que acabou condenado à prisão perpétua.
De volta à “Operação X”, passados 12 anos, o processo continua em sigilo, enquanto que o usual é o trâmite aberto para consulta pública. Outro diferencial da ação foi ter agente da PF infiltrado, prática pouco comum no Estado.
Agora, o edital é para que Abadia responda, no prazo de dez dias, às acusações do MPF (Ministério Público Federal). “Caso não possua condições financeiras para arcar com despesas advocatícias, deverá procurar a Defensoria Pública da União”, informa o documento, datado de 24 de novembro. Com a extradição em 2008, o processo sobre o colombiano foi desmembrado.
O Campo Grande News questionou o MPF, em Mato Grosso do Sul, sobre o motivo de o processo ser mantido em segredo de Justiça após uma década. A reposta é que embora a ação penal apareça tramitando em MS, a atuação é do MPF de São Paulo, a quem a questão deve ser encaminhada.
Questionamento similar foi feito à Justiça Federal, mas não houve retorno até a publicação da matéria.
Um dos resultados da chamada Operação X, foi a transferência de 22 lideranças do PCC, de presídios paulistas para presídios federais de segurança máxima. Uma Operação coordenada entre SSP/SP, Secretaria Estadual de Justiça de SP, Ministério da Justiça (Sérgio Moro), DPF e DEPEN.
Ainda, no mesmo sentido o Governador do Estado de SP, João Dória, deu entrevista à jornalistas da TV Cultura de SP, onde comenta sobre a segurança pública e como ela está ocorrendo em São Paulo, citando o exemplo da 'OPERAÇÃO X'. (ver em: https://tvcultura.com.br/videos/68740_acao-determinacao-planejamento-e-comando.html).
A trama para sequestrar o filho de Lula teria acelerado a extradição de Juan Carlos Ramírez Abadía para os Estados Unidos.
Essa proximidade entre os carteis colombianos e os mexicanos, tal como o demonstra os informes da agência antidrogas DEA e Polícia Antinarcóticos da Polícia Nacional da Colômbia, remontam os tempos do mesmo PACHO HERRERA, que frente às operações do Cartel de Cali estabelecera no México os primeiros acordos com o chefes do Cartel de Guadalajara e Cartel do Golfo, tal como indicam os informes da agência americana, DEA.
Em 1986, quando a DEA deu início às suas operações em torno à organização de FELIX GALLARDO, durante a OPERAÇÃO LEYENDA, constatou-se que, quando de sua festa de aniversário, em 8 de janeiro de 1986, este tivera um encontro com o colombiano PACHO HERRERA, onde teria exigido que o Cartel de Cali pagasse uma dívida de $ 200 milhões que tinham pendente com o grupo mexicano.
A “OPERAÇÃO LEYENDA”, foi conduzida pelo agente Breslin, da agência americana antidrogas, da DEA, cujos métodos de investigação eram tidos como pouco convencionais. Seu alvo principal era mesmo FÉLIX GALLARDO e demais lideranças de sua organização, com vistas a enfraquecer e desestabilizar a estrutura do Cartel de Guadalajara.
MIGUEL ÁNGEL FÉLIX GALLARDO, vulgo "EL PADRINO", atualmente com 75 anos, foi na verdade quem, já nos anos oitenta, organizou e, desde então controlava o Cartel de Guadalajara – México. Dado como sendo o primeiro capo do narcotráfico no México, com controle sobre vasta rede de traficantes de drogas que operava na fronteira com os Estados Unidos.
MIGUEL ÁNGEL FÉLIX GALLARDO, PEDRO AVILÉS, ERNESTO "DON NETO" FONSECA e RAFAEL CARO QUINTERO, foram os idealizadores, os verdadeiros criadores da estrutura que os traficantes colombianos necessitavam para colocar seus carregamentos de cocaína nos Estados Unidos, criando o que se passou chamar de “Trampolim Mexicano”, vindo a gerar um ciclo de grande violência e criminalidade relacionada ao narcotráfico no México, hoje com algumas grandes cidades inteiramente dominadas pelas quadrilhas e seus bandos armados.
Em 23de agosto de 2017 o Conselho da Magistratura do México informou sobre a condenação de MIGUEL ÁNGEL FÉLIX GALLARDO ,um dos líderes e fundadores do cartel de Guadalajara, pelo sequestro e morte do agente da DEA Enrique "Kiki" Camarena, fato ocorrido em em 1985.
Após 28 anos preso por outros crimes, MIGUEL ÁNGEL FÉLIX GALLARDO, conhecido como "O CHEFE DOS CHEFES", foi condenado a 37 anos de prisão pela tortura e brutal homicídio de Camarena, que trabalhava no México para a agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA).
FÉLIX GALLARDO também foi condenado pelo assassinato do piloto mexicano Alfredo Zavala, sequestrado junto com Camarena no dia 7 de fevereiro de 1985 no centro de Guadalajara, numa ação executada por um grupo de pistoleiros armados a serviço de sua organização criminosa. Preso em 1989, passou a cumprir a pena na penitenciária de segurança máxima de Jalisco.
Já no início dos anos oitenta, FELIX GALLARDO tentava monopolizar o tráfico de drogas para o México, para forçar os carteis colombianos (Medellin e Cali) a chegarem a uma composição. Na época FELIX GALLARDO e seu lugar-tenente AMADO CARRILLO FUENTES decidiram-se por um arranjo, sem a participação do cartel mexicano do Golfo, este que foi fechado com os colombianos na cidade do Panamá.
Estima-se que, no final da década de oitenta, a sociedade de FELIX GALLARDO com PABLO ESCOBAR lhes permitia o controle de mais da medade de toda a cocaína que, via México, chegava aos Estados Unidos.
Já o acerto entre o Cartel de Cali e o Cartel Mexicano resultou na colocação pelos colombianos de mais de 70 toneladas de cocaína em pistas de pouso clandestinas do México, droga transportada para os Estados Unidos utilizando-se para tal da estrutura criada pelos mexicanos. A raíz de tal acordo AMADO CARRILLO adquiriu uma frota de jatos para transportar a cocaína da Colombia para o México e, dali para Estados Unidos, com suporte no chamado "Trampolim Mexicano". Essa estrutura logo o levaria a assumir os negócios da cocaína na região do Golfo do México, já não mais como mero transportador, mas como o dono do negócio, comprando a droga diretamente dos fornecedores colombianos e contratando seus próprios operadores.
SOBRE AS OPERAÇÕES DO CARTEL DE CALI EM MIAMI
Entre 1992 e 1993, PACHO HERRERA veio a travar uma verdadeira guerra contra o Cartel de Medellin, com um aliado dos irmãos RODRIGUEZ, e até mesmo com o ex-associado do Cartel de Medellín, DIEGO FERNANDO MURILLO BEJARANO, Don BERNA, também conhecido como ADOLFO PAZ, um dos líderes das AUTODEFENSAS UNIDAS COLOMBIANAS, AUC, ao lado de CARLOS CASTAÑO GIL e FIDEL CASTAÑO GIL.
Em 1993, através de EL LEON, o homem de PABLO ESCOBAR em Miami, tramou um golpe contra o Cartel de Medellin. O Cartel de Cali ofereceu a EL LEON um negócio bastante vantajoso em comparação com os negócios que ele levava com PABLO ESCOBAR nos Estados Unidos, em troca de conseguir o apoio de EL LEON para apresentar os financistas do Cartel de Cali aos banqueiros que faziam as operações de lavagem de dinheiro, abandonando o negócio das drogas de PABLO ESCOBAR.
PACHO HERRERA também foi o responsável por estabelecer as bases para as operações do Cartel de Cali em Miami, enfraquecendo assim o grupo de PABLO ESCOBAR naquela área.
Após a morte de ESCOBAR em dezembro de 1993, o Cartel de Cali cresceu rapidamente e se tornou o principal cartel de cocaína da Colômbia.
Em 1994, GILBERTO RODRIGUEZ OREJUELA anunciou que em seis meses o Cartel de Cali seria legitimado como uma verdadeira empresa, surpreendendo e mesmo chocando muitos de seus associados e aliados. Naquela mesma noite, GILBERTO RODRIGUEZ decidiu assassinar vários de seus homens, que preferiam manter os negócios da cocaína tal como estava. Nesse sentido, informes da Polícia antinarcóticos indicam que o mesmo teria feito com que seu, então, chefe de segurança, JORGE SALCEDO, grampeasse as conversas telefônicas de seus desafetos para elaborar a lista daqueles que deveriam ser eliminados, mortos.
Após um longo período no México, operando ao lado de AMADO CARRILLO, de volta à Colômbia, PACHO HERRERA planejou a morte de uma liderança do Cartel Norte del Valle com um carro-bomba, e declarou guerra ao grupo; também planejou matar os filhos de Gerda Salazar, que eram todos de alto escalão do cartel, tendo se dirigido pessoalmente à fazenda da mesma, matando-a a tiros, para em seguida render-se ao General ROSSO JOSE SERRANO, rendição cinematográfica, que deu-se no interior de uma igreja na região de Cali.
Em 2 de setembro de 1996 lia-se na Folha de São Paulo a seguinte Manchete: “Líder de Cali se entrega”.
“O narcotraficante HELMER "PACHO" HERRERA BUITRAGO, O último dos sete líderes do cartel de Cali que estava livre, se entregou ontem.
"PACHO" HERRERA era o terceiro na hierarquia original do cartel de traficantes de cocaína. Ele se entregou na cidade industrial de Yumbo, 14 km ao norte de Cali, diretamente ao diretor da Polícia Nacional, general Rosso José Serrano.
Segundo a emissora de rádio Caracol, "PACHO" HERRERA seria levado ainda ontem para Bogotá, onde tramitam os processos do cartel de Cali.
O traficante, que conseguiu escapar de uma operação especial de busca da polícia por mais de um ano, acertou de antemão os detalhes de sua rendição, que ocorreu pouco depois das 12h (14h em Brasília).
HERRERA é um dos traficantes que tiveram extradição pedida pelos EUA. O pedido foi negado e abriu uma crise que deteriorou as relações entre os governos da Colômbia e dos EUA.
A prisão de seis dos sete líderes do cartel, há cerca de um ano, foi usada pelo presidente Ernesto Samper como argumento de que ele combate o narcotráfico.
Herrera é considerado pela Justiça colombiana um criminoso de alto risco, um mestre em disfarces.
(Ver em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/9/02/mundo/6.html)
HERRERA sentia-se seguro na prisão, mas a vingança do cartel acabaria por alcançá-lo mesmo no interior da penitenciária, oque acabou ocorrendo em 4 de novembro de 1998, pondo um ponto final em sua carreira de crimes
O General Rosso José Serrano Cadena, responsável pela prisão de todos os cabeças do Cartel de Cali, hoje com 79 anos de idade, é general reformado da Polícia Nacional da Colômbia. De 1994 a 2000, durante a presidência de Ernesto Samper, foi um dos idealizadores e excutor do plano que levou ao desmantelamento do Cartel de Cali e do Cartel de Medellín. Serrano recebeu inúmeras condecorações nacionais e internacionais por seu trabalho contra as drogas ilícitas, contra o narcotráfico e na reestruturação da Polícia colombiana. Ao se aposentar o General Serrano foi agraciado com o posto de embaixador em Viena, Áustria, como reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao seu país no campo do combate à criminalidade e a violência.
BREVE RESUMO DA VIDA PROFISSIONAL DO GENERAL SERRANO,
tal como publicado em matéria da Revista Semana, de Bogotá Colômbia, como segue na íntegra:
“Nascido em 1942, Rosso José Serrano se incorporó a la Policía Nacional de Colombia en 1960, se formó en la Escuela de Cadetes de Policía General Santander, se graduó en Administración Policial y obtuvo un doctorado en Derecho y Ciencias Políticas en la Universidad La Gran Colombia.
Como General de la Policía Nacional, fue uno de los artífices del desmantelamiento del Cartel de Cali y del Cartel de Medellín.12 Recibió numerosas condecoraciones nacionales e internacionales por su trabajo contra las drogas ilícitas, el narcotráfico y la reestructuración de la policía colombiana.
Cuando el general Rosso José Serrano Cadena asumió la dirección de la Policía Nacional, en enero de 1995, esa institución estaba sumida en la más grave crisis de su historia. La corrupción del narcotráfico había producido una metástasis en cadena que llevó a la Policía a cuidados intensivos y pocos apostaban por su recuperación. Incluso se llegó a pensar que la única solución era cerrar sus puertas y liquidar su personal para luego darle vida a una nueva entidad.
A pesar de ese panorama tan desolador el general Serrano, un viejo zorro de mil batallas, decidió coger el toro por los cuernos con la firme convicción de que si al paciente se le aplicaba la medicina apropiada el moribundo podía resucitar. Pocos días después de haber asumido su cargo Serrano aplicó la primera dosis de su fórmula para combatir el mal: retiró a 300 oficiales y a más de 2.500 suboficiales y agentes de policía porque, según él, habían pactado con el diablo.
Ganada su primera batalla contra la narcocorrupción, Serrano enfiló baterías contra los cabecillas del cartel de Cali. Una cruzada en la que muy pocos creían. Pero él era un convencido de que si las cosas se hacían en silencio, trabajando las 24 horas y con hombres a prueba de corrupción, los resultados tarde o temprano se darían. En poco tiempo sus detractores tuvieron que cerrar la boca.
Uno a uno fueron cayendo los cabecillas del cartel. Los colombianos se acostumbraron a los golpes de gracia de Serrano. Cada vez que se apuntaba un hit aparecía en la televisión con cara de yo no fui, su brazo derecho levantado, con su puño cerrado, en señal de que la guerra se estaba ganando.Todo ese éxito lo logró sin extralimitarse en sus funciones. A la vuelta de unos meses se convirtió en uno de los hombres más queridos y populares del país.
Con su filosofía de campesino santandereano, de palabras sencillas pero cargadas de mensajes, Serrano se dio a conocer al mundo. Los elogios en el exterior no se hicieron esperar y gobiernos como los de Estados Unidos, la Gran Bretaña, Francia, Alemania, etc., etc..., lo convirtieron en héroe bautizándolo como el superpolicía del mundo.
Esa malicia campesina no sólo le sirvió para que los colombianos recuperaran la credibilidad en la Policía, sino que le permitió moverse como pez en el agua entre conspiradores y samperistas.
Su trabajo no fue producto del azar. Antes de llegar a la dirección de la Policía tuvo a su cargo la dirección de antinarcóticos. Desde allí cumplió de manera callada una delicada misión: fumigar los cultivos de marihuana, amapola y coca para evitar una nueva bonanza como la de los 70. En ese cargo, además, se hizo gran amigo de los gringos. Ellos lo aceptaron y le abrieron las puertas para que conociera de cerca los secretos de la CIA y de la DEA. Su legado es incalculable.
El general Serrano formó una institución poderosa. Con una infraestructura en materia de inteligencia que hoy se codea con las más sofisticadas del mundo. Todo ello gracias a que los cargos claves dentro de su administración no fueron ocupados por jerarquías sino por conocimientos. Sus hombres de mayor confianza son yuppis que recibieron entrenamiento en Estados Unidos y Europa.
A pesar de todos sus éxitos, de su popularidad, que cada día sigue en aumento, del reconocimiento que le ha hecho el mundo, el general Rosso José Serrano sigue siendo un humilde campesino que sueña con escaparse de su oficina para compartir sus aventuras con sus viejos, una maestra de escuela y un trabajador incansable de azadón y pala”. (Ver em: https://www.semana.com/rosso-jose-serrano/32760-3/)
OPERAÇÃO TWIN OCEANS
A operação policial multiinstitucional e multinacional, tal como foi batizada pela agência americana de combate às drogas, DEA, foi o resultado de intenso trabalho de Inteligência num esforço conjunto entre as autoridades judiciais americanas, Polícia Antinarcóticos da Colômbia e Polícia Judicial do Panamá, precedida que foi de várias outras operações policiais, que aportaram a inteligência necessária ao planejamento e execução dessa ousada investida contra o braço do Cartel Norte del Valle, então comandado por RAYO MONTAÑO, com atuação a nível internacional.
As operações policiais anteriores, os antecedentes da OPERACIÓN OCEÁNOS GEMÉLOS, ideada pela Polícia Nacional da Colômbia, cuja inteligência coletada serviria de base para a mega operação aqui relatada, foi obtida através de uma sequência de operações policiais que se prolongaram desde os anos 90, a saber: OPERACIÓN BUENAVENTURA I e II; OPERACIÓN TRANCA e OPERACIÓN ESTERO, operativos desenvolvidos pela polícia colombiana em conjunto com a Polícia Judicial do Panamá e DEA.
Tendo a organização investigada sua base de operações na cidade portuária de Buenaventura, faz-se necessário que se tenha uma visão geral sobre aquela região, para que se possa entender a real extenção das ações criminosas e todas suas implicações e impactos sobre a vida da população local.
Sobre o porto de Buenaventura-Colômbia e seu entorno:
Alguns autores e jornalistas são taxativos em rotular Buenaventura como sendo um centro de operações de grupos armados ilegais dedicados ao milhonário negócio da cocaína.
Na verdade trata-se do maior porto da Colômbia, o ponto de origem da maior parte da cocaína contrabandeada via marítima em direção ao Panamá, América Central, México e Estados Unidos; e, onde se concentra a violência resultante das disputas entre grupos armados pelo controle das rotas de acesso às fontes produtoras de coca e às rotas fluviais para o Pacífico.
A cidade de Buenaventura combina as riquezas de sua cultura e as belezas naturais da região com a violência do narcotráfico e da narcoguerrilha.
O porto da cidade e os rios da região dão acesso ao Pacífico, favorecendo o escoamento da droga que é enviada aos mercados de cocaína hoje espalhados pro todos os continentes. É também ali que chega o dinheiro procedente dos negócios ilícitos realizados, perfeitamente “lavado” em “lavanderias” em paraísos fiscais ou operadores baseados nos Estados Unidos, Panamá, América Central e do Sul, bem como na Europa.
A importante organização de tráfico fundada e operada em Buenaventura por PABLO RAYO MONTANO, juntamente com toda sua estrutura logística e capital financeiro, na sequência de várias operações policiais foi desmantelada, mas dezenas de grupos menores continuam a desenvolver suas operações de tráfico através daquele porto, onde dispõem de múltiplas opções para a exportação do seu produto.
Os conflitos naquela região se dão em razão das disputas entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), que buscam manter o controle não só do porto, mas também das zonas rurais do entorno de Buenaventura, enquanto os remanescentes das unidades paramilitares no departamento do Valle de Cauca lutam para expulsá-los daquelas áreas, para assumirem o controle sobre as rotas que levam às zonas produtoras da coca e laboratórios.
Os grupos armados lutam pelo domínio sobre o importantes sistema fluvial e as rotas pelas montanhas que são essenciais para o transporte da pasta de coca das montanhas para laboratórios mais próximos da costa, onde é cristalizada, embalada e exportada.
Desde dos anos 1980, as cidades colombianas de Medellín, Cali e Bogotá têm recebido a maior atenção das Forças de Segurança que combatem os grupos armados ilegais e o narcotráfico. No entando, Buenaventura teria ficado de fora desse esforço na luta contra o crime organizado e a violência, tornando-se uma das cidades mais violentas da Colômbia.
Não se pode precisar quando foi que Buenaventura veio a se tornar parte integrante da estrutura do narcotráfico na costa do Pacífico. Alguns pesquisadores acreditam mesmo que a cidade caiu sob o controle dos combatentes paramilitares desmobilizados, que desde 1999 haviam se unido para retirar os guerrilheiros do departamento de Valle del Cauca e manter o controle sobre as áreas que circundam Buenaventura.
As operações antidrogas da Polícia Nacional naquela área, desde o final dos anos 90, demonstram que desde então Buenaventura tem sido um porto estratégico e integrante da estrutura do narcotráfico para a exportação via marítima de grandes volumes de cocaína .
Desde o final da década de 1990, a linha tênue entre paramilitares e os cartéis de drogas ficou praticamente invisível. À medida que os grupos paramilitares se dissolviam na onda de desmobilizações por toda a Colômbia, muitos dos efetivos que tiraram seus uniformes mantiveram suas armas, e foram trabalhar diretamente para os cartéis da droga.
Essa tendência é um fenômeno nacional, bem exemplificado pelos últimos dias da Frente Calima dos paramiliraes das Autodefensas Unidas de Colômbia (AUC).
O mistério em torno da desmobilização da Frente Calima em 2004 destaca o envolvimento contínuo dos grupos armados no tráfico de drogas no departamento de Valle del Cauca, com o fortalecimento do controle que detêm sobre a cidade portuária de Buenaventura.
Quando a Frente Calima se apresentou para desmobilização, em 18 de dezembro de 2004, apenas 557 membros compareceram, 243 a menos do que os 800 candidatos prometidos para o programa de desmobilização. (El Tiempo, Bogotá)
O que se sabe de concreto é que, desde a desmobilização da Frente Calima das Autodefensas, as atividades de narcotráfico, cultivo da coca aumentaram enormemente em todo o Departamento de Valle de Cauca, com a violência desmedida que tomou conta da cidade portuária de Buenaventura, como resultado do tráfico e das disputas entre grupos armados ilegais.
Buenaventura, em que pese as riquezas naturais e o grande potencial da mineração em seu entorno, é uma cidade tomada pela pobreza e a miséria extrema, se tornando com isto uma das cidades mais perigosas da Colômbia.
Segundo relatório da Organização Não Governamental “the Human Rights Watch” a causa o deslocamento em massa de moradores de bairros mais pobres daquela cidade, teria sido o domínio daqueles bairros por parte de grupos armados como “LOS URABEÑOS” e “LA EMPRESA”. Esses grupos de natureza paramilitar controlavam os movimentos dos moradores, dominavam o comércio local extorquindo os comerciantes, monopolizando o comércio de produtos essenciais e recrutando os crianças de jovens para suas fileiras.
Informe da Organização “Insight Crime”, oferece uma perfeita visão do que teriam sido tais grupos criminosos, hoje entendidos como mini carteis para o tráfico de drogas. Em <https://es.insightcrime.org/noticias-crimen-organizado-colombia/urabenos-perfil/> como segue:
O grupo “LOS URABEÑOS”, surgiu em Urabá, región del noroeste da Colômbia, próxima à fronteira com o Panamá, altamente valorizada pelos narcotraficantes por oferecer acesso às costas pacíficas y caribenhas dos departamentos de Antioquia e Chocó. O grupo criminoso se autodenomina “Autodefensas Gaitanistas de Colombia”, AGC, que também são conhecidas como “Clan del Golfo”.
Sua orígem se deu com o notório líder paramilitar Vicente Castaño, que em 2006 se recusou a aderir ao processo de desmobilización das Autodefensas Unidas de Colombia (AUC), rearmando uma unidade paramilitar com dois de seus principais auxiliares, comandante do “Bloco Calima” das AUC, Ever Veloza García, alias “HH”, Daniel Rendón Herrera, aliás “Don Mario”, chefe de finanças de uma das facções paramilitares mais ricas, o chamado “Bloco Centauros”.
“LOS URABEÑOS” são rivais e inimigos mortais do grupo “LOS RASTROJOS” e “LOS PAISAS”, e lutaram contra a organização paramilitar conhecida como “LA EMPRESA” pelo controle da cidade de Buenaventura. O grupo teria promovido ataques conjuntos com efetivos das FARC contra a policía colombiana.
“A guerra pelo controe de Buenaventura, um dos trofeus do narcotráfico na costa do Pacífico, está longe de ter terminado. Em 2013, quando estimavam que os URABEÑOS teriam derrotado o grupo “LA EMPRESA”, que é um poderoso escritório de cobranças a serviço de “LOS RASTROJOS” naquela cidade. No entando, foram meros boatos, pois os níveis de violência e os frequentes combates entre facções só fizeram aumentar nos anos seguintes.” (Em: McDermott, J; ¿LA ULTIMA BACRIM EN PIE?, Octubre 2014).
Obs.: BACRIN é desiganação atualmente utilizada em documentos oficiais dos Orgãos de Segurança da Colômbia para bandos criminosos (BANDAS CRIMINALES).
LOS RASTROJOS era inicialmente um exército privado, criado pelo narcotraficante Wilber Varela vulgo 'Jabón. Era um dos dois exércitos do Cartel Norte del Valle junto com "LOS MACHOS", grupo criado pelo traficante de drogas DIEGO LEÓN MONTOYA SÁNCHEZ, " Don Diego ", que se manteve em guerra constante com WILBER VARELLA, “Jabón". O nome da organização advém de um dos seus criadores, o lugar-tenente de Jabón, “Diego Rastrojo”, apelido de DIEGO PÉREZ HENAO.
Esses bandos criminosos foram criados pelos carteis para poderem superar as desvantagens militares em casos de possíveis divergências com grupos armados ilegais, com os quais muitas vezes fizeram alianças, neste caso, com as Auto Defensas Unidas de Colombia - AUC.
As capturas de JUAN CARLOS RAMÍREZ ABADÍA, aliás "Chupeta", no Brasil; e de "Don Diego"; bem como a morte de "Jabón", teriam sido ocorrência dicisivas para a dissolução do Cartel Norte del Valle e do grupo "LOS RASTROJOS", assim como aconteceu com "LOS MACHOS".
Desde 2012, LA EMPRESA estava envolvida em uma luta com o grupo narcoparamilitar LOS URABEÑOS pelo controle do narcotráfico regional. Essa disputa levou ao rompimento de antigas alianças, levando ao conflito até mesmo com seus antigos financiadores,” LOS BUSTAMANTE”.
Em setembro de 2014 foram presos na capital do Panamá os irmãos Edgar Ever Bustamante Riascos, membros principais do clan criminoso “LOS BUSTAMANTE”, que seria o fundador e financiador do grupo criminoso “LA EMPRESA”, uma organização criminosa em Buenaventura, composta por uma coalizão de narcotraficantes, antigos paramilitares, poderosos criminosos y empresários corruptos. Esta organización también esteve ligada ao grupo “LOS RASTROJOS”.
Os irmãos Bustamante estariam envolvidos no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro na ciudade portuária de Buenaventura desde os anos noventa. Os irmãos seriam os responsáveis por uma remessa de três toneladas de cocaína apreendidas na Costa Rica.
De acordo com declarações dadas à imprensa colombiana pelo então Ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, o grupo LOS RASTROJOS, a partir de dezembro de 2015, “deixou de ser um banco criminoso (BACRIM) e já não teria mais de trinta membros”, com base no norte de Santander, cujo líder era WALTER RAÚL SILVA, “Carevieja”, morto em território venezuelano pelas autoridades daquele país em janeiro de 2016.
MINI CARTEIS: LOS RASTROJOS, PRESENÇA E ATIVIDADES NA ÁREA DE BUENAVENTURA.
Informações sobre as relações deste grupo criminoso com as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia, AGC, também conhecidas como Clan del Golfo, ou Clan Úsuga, anteriormente eram conhecidos como “LOS URABEÑOS”.
Algumas fontes descrevem o Los Rastrojos como uma organização de traficantes ou um Sindicato Criminoso Transnacional, que teria se formado a partir do ano 2000 como braço armado do grupo de Wilber Varela, vulgo “Jabón”, um dos líderes do Cartel Norte del Valle, com o objetivo de combater o grupo de seu rival DIEGO MONTOYA, Don Diego, no mesmo Cartel da cocaína.
O grupo Los Rastrojos teria sido organizado por DIEGO PÉREZ HENAO, “Diego Rastrojo", iniciando suas atividades ao longo da costa colombiana do pacífico, nos Departamentos de Valle del Cauca, Cauca e Nariño.
Em 2008, Varela foi morto por "Diego Rastrojo", quando tentava expandir seus negócios para o Departamentos de Santander.
Informe produzido pela “Fundação Ideas para la Paz”, FIP, indica que “LOS RASTROJOS”, teriam expandido suas operações para Caribe e a Costa do Pacífico, ao longo da região fronteiriça entre o Norte de Santander com a Venezuela. Até 2012 essa teria sido uma das mais poderosas e letais organizações criminosas na Colômbia. Seu desmantelamento se daria com a rendição ou a captura de suas lideranças, ao longo da “OPERACIÓN TROYA”.
“OPERACIÓN TROYA” – 2011 - 2016
Na verdade a referida operação era parte do chamado “Plan Troya”, que foi lançado nos primeiros dias de fevereiro de 2011, contemplando ações das forças de segurança nos departamentos colombianos de Córdoba, Antioquia e Sucre, com o objetivo de atacar os cabeças dos bandos criminosos e desmascarar suas redes de corrupção.
As palavras do general Óscar Naranjo, na apresentação do plano em Bogotá:
"Es una prioridad contener a las bandas que son una amenaza a las comunidades y un desafío a las autoridades y que generan corrupción en las regiones".
De grande envergadura e longa duração essa operação policial contou com efetivos do Exécito, Força Aérea, Infantaria da Marinha, Polícia Antinarcóticos, Inteligência, num total de 9.000 efetivos, além de efetivos da Contrainteligência, que teria como missão detectar militares e autoridades civis que as denuncias indicam estarem em colaboração com os bandos criminosos.
A Polícia Judicial no âmbito da operação se encarregaria da judicialização dos delinquentes interantes dos bandos que responderiam pelos crimes de narcotráfico e crime de organização criminosa.
As ações desencadeadas foram no sentido de bloquear os corredores por onde se movimentavam os traficantes para levar seus carregamentos de cocaína até a costa do Mar do Caribe, assim como asfixiar as riquíssimas fontes de financiamento dos grupos armados ilegais na região delimitada.
Os grupos, mini carteis, segundo o Ministério da Defesa da Colômbia, se autofinanciam através dos garimpos ilegais e a extorsão.
Na mesma Operação participa a Fiscalía (Ministério Público), com a finalidade de apurar as responsabilidade pelos 51 homicídios que apenas naquele ano de 2011 haviam abalado o departamento de Córdoba, estabelecendo umcontrole mais rigoroso sobre aquele território.
Os principais grupos atuantes naquela zona de operações, segundo os militares colombianos eram “LOS PAISAS”, “LOS RASTROJOS”, “LOS URABEÑOS” e as “FARC”.
Com relação às FARC (Fuezas Armadas Revolucionárias de Colombia), documentos da própria organização comprovam que assumiu efetivamente o negócio das drogas em 1997, com base em uma resolução do seu secretariado segundo a qual o esforço de guerra exigia o recursos de que não dispunham, que poderiam ser obtidos através do que chamaram “gramaje”, a cobrança de uma taxa sobre os cultivos de coca, sobre a produção da pasta e do cloridrato de cocaína produzido nas zonas sob seu controle. Mas também adotaram a prática do sequestro e da extorsão, o chamado sequestro extorsivo, tal como se popularizou como prática criminosa de alta rentabilidade para o crime.
O grupo guerrilheiro desmobilizado em 2016, na atualidade como ainda dissidência continua suas práticas criminosas, cobrando “pedágio” (gramaje), extorquindo, sequestrando e traficando drogas, valendo-se do “know how” obtido ao longo das últimas décadas, seus acordos e redes de contatos já estabelecidas por todo o mundo.
As principais lideranças de “LOS RASTROJOS”, no caso, Javier Calle Serna e Luis Enrique Calle Serna acabaram se entregado às autoridades americanas da DEA; Diego Rastrojo foi capturado pelas forças de segurança colombianas; e Daniel Barrera, vulgo “Loco Barrera”, foi capturado na Venezuela.
Em setembro de 2014, como resultado de operação conjunta da DEA com a Polícia Aantinarcóticos da Colômbia, foram capturados os irmãos EDGAR e EVER BUSTAMANTE RIASCOS na Cidade do Panamá. Os traficantes presos são atores chaves do tráfico de drogas na Costa pacífica da Colômbia, estes vinculados à organização criminosa “LA EMPRESA”, acusados da remessa de três toneladas de cocaína para a Costa Rica.
As prisões de grandes traficantes colombianos no Panamá,demonstra o papel que esse país desempenha como um centro de atividades logísticas para os narcotraficantes internacionais.
Os irmão EDGAR e EVER BUSTAMANTE são os chefes do Clan Bustamante, desde os anos 90 que estariam envolvidos do narcotráfico e a lavagem de dinheiro na cidade portuária de Buenaventura. Ambos são apontados como financiadores da organização criminosa LA EMPRESA, de Buenaventura, composta por uma coligação de ex-paramilitares, traficantes e empresários corruptos, que já esteve associada aos “LOS RASTROJOS”.
Desde 2012, LA EMPRESA estava envolvida em uma intensa luta pelo controle do narcotráfico regional com o grupo narcoparamilitar LOS URABEÑOS.
As investigações de campo indicaram que o método mais utilizado para o envio de carregamentos de drogas desde a região de Buenaventura era o embarque em lanchas rápidas com destino a Costa Rica ou Panamá.
No entando, a importancia do Panamá para los narcotraficantes não é únicamente como punto de transbordo, mas também para a logística e as finanças resultantes do comércio ilícito.
Como importante centro de comercio internacional, o Panamá é também ponto de encontro popular entre fornecedores e compradores de drogas. É também de grande importância pela sua rede bancária para o lavado de dinheiro e pela sua economia dolarizada, sua posição como centro regional de finanças e comercio internacional com egulações bastante flexíveis.
O papel do Panamá no comercio de drogas tem atraído para lá os mais poderosos traficantes e organizações dedicadas ao negócio das drogas. Dias antes da captura dos irmãos BUSTAMANTE, as autoridades panamenhas prenderam na capital do país o paramilitar desmobilizad,o narcotraficante ARMANDO PÉREZ BETANCOURT, conhecido como o “Monstruo del Catatumbo”.
Sabe-se que figuras de destaque das Forças Armadas Revolucionárias de Colombia (FARC) e LOS URABEÑOS, como ANAYIBE ROJAS VALDERRAMA, alias “SONIA”, e FRANCISCO MORELO PEÑATA, alias “EL NEGRO SARLEY”, também tem operado no Panamá.
Informe do “Instituto de Estudios para el Desarollo y la Paz, INDEPAZ, indica que o grupo “LOS RASTROJOS”, em 2016 contaria com 310 membros. Segundo as autoridades policiais colombianas a presença desse grupo na Colômbia, já em 2017, estaria bastante reduzida. (INDEPAZ, 2017).
Esse grupo mantém alianças com o Exército Nacional de Libertação, ELN; com dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC; e com organizações paramilitares, para o transporte da cocaína desde os seus locais de produção/laboratórios, instalados no lado venezuelano da fronteira até as zonas de embarque, na costa, para embarque da droga para a América Central, México e Estados Unidos.
Segundo a organização InSight Crime (2017) Los Rastrojos teria se aliado também com os cartel mexicano da cocaína.
Além da produção do cloridrato de cocaína em laboratórios em território venezuelano, a organização criminosa LOS RASTROJOS também promoveria o contrabando de gasolina na fronteira com a Venezuela, bem como o contrabando de precursores químicos para a produção da cocaína e também para revenda. (Colombia Reports 1 Apr. 2017; FIP July 2017, 72).
As últimas células deste grupo narco-paramilitar foram desmanteladas quando seus últimos membros, 34 deles, vieram a ser capturados, em setembro de 2016. A partir de cuja ação, a “OPERACIÓN TROYA”, o bando criminoso então é dado como extinto, segundo autoridades do governo colombiano.
No entanto, esse bando criminoso, em 2017, ainda mantinha presença em 27 munípios de 7 departamentos (estados) da Colômbia, com zonas de refúgio no interior da Venezuela, onde recrutam cidadãos daquele país para suas fileiras.
Existem indicativos de que LOS RASTROJOS, a partir das bases que ainda mantém na Venezuela, teriam negócios com a organização criminosa brasileira, PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL, PCC, para o contrabando de armas e o tráfico de drogas através da fronteira da Venezuela com o Estado de Roraima. (2020)
SOBRE OS MINI CARTEIS
Organizações criminosas (ORCRIM), ou bandos criminosos (BACRIM), tais como aqueles mencionados no capítulo anterior, lograram criar estruturas que permitem compará-los a verdadeiros carteis, ou mini carteis, com enorme potencial financeiro, pessoal, meios de transporte, redes de apoio e segurança, capazes de embarcar enormes quantidades de cocaína via marítima em direção ao Panamá, América Central e do Norte.
A partir do desmantelamento dos carteis da droga, surgiram por toda a Colômbia dezenas de mini cartéis, cada um com sua rede de contatos e seu próprio esquema de negócios, alguns deles dominando grande parte da cadeia do narcotráfico, desde o cultivo, a maceração da folha para a produção da pasta e o seu processamento e cristalização, transporte, segurança e exportação de cocaína.
Os níveis crescentes de cultivo de folha de coca e produção de cocaína na Colômbia comprovam a presença desses chamados “mini carteis” por toda a Colômbia, dominando toda a logística, rotas de suprimentos e transporte.
Contudo, o Valle del Cauca é hoje, provavelmente, o departamento mais atingido pelas ações nefastas dos mini carteis ou, pelo menos, onde a presença dos grupos organizados de narcotraficantes é mais visível. Nessa região as atividades e negócios relacionados à droga são promovidos por um grande número de pequenas organizações, os mini carteis, que operam em conjunto ou sob a proteção de grupos armados ilegais e as chamadas agências de cobro.
São tantos os grupos de traficantes que, para a perfeita identificação da origem da droga e do grupo a que pertencem os carregamentos, se vêm obrigados a utilizar marcas próprias em suas embalagens. Um único rótulo, tal como um touro, uma estrela, um personagem dos irmãos metralha, uma cobra ou um escorpião, é que permite diferenciar os donos de cada carga, no caso de cargas ou embarques consolidados, hoje a forma mais utilizada para o despacho de grandes carregamentos para exportação.
Carga consolidada consiste em reunir o produto, de um ou mais clientes, em um só conjunto. Por vezes também é chamada de “carga unitizada”, ou seja: em uma só unidade ou container.
Para tal modalidade de transporte se faz necessário que as mercadorias sejam semelhantes nas dimensões, peso e altura, destinadas as mesmas rotas e prazos de entrega.
A consolidação dos volumes permite o compartilhamento de containeres, máquinas, equipamentos, veículos e funcionários, padronizando as diversas atividades logísticas como o recebimento, armazenamento, movimentação, transporte e controle.
Nesta atividade, encontraremos os agentes que realizarão a consolidação e a desconsolidação dos volumes: os operadores logísticos e as transportadoras, responsáveis pela recepção, armazenamento e embarque dos produtos.
Um determinado operador poderá trabalhar com diversas transportadoras de cargas fragmentadas, o que lhe possibilitará recebê-las, consolidá-las e proceder ao translado a partir de determinado trajeto.
Todos os envolvidos nesss operações ilícitas devem compartilhar dos riscos inerentes e por isso as caragas são consolidadas. Por isso mesmo é que frequentemente são encontradas diferentes marcas em um mesmo carregamento, indicando seus diferentes fornecedores.
Como exemplo do potencial dos denominados “mini carteis” fica demonstrado no decorrer de operativos das Forças de Segurança da Colômbia, na costa pacífica, nua extensa área desde Barranquilla até “La Guajira”, onde a Polícia Nacional logra prender, em 12 de outubro de 2020, nove integrantes do bando “LOS PACHENCA”, dentre eles o próprio EYDIS RAFAEL VALDEBLÁNQUEZ MORALES, então o cabeça dessa organização, que operava em coordenação com o conhecido grupo “La Silla”, este, encarregado do transporte da droga desde os locais de ocultação e armazenamento até os pontos de embarque na costa. A droga movimentada por grupo criminoso tinha como fornecedor a frente do Exército de Libertação Nacional, ELN, em La Guajira - Colômbia. Já do litoral pacífico, desde portos da região de La Guajira e Barranquilla, a droga era então transportada por lanchas rápidas (GoFast), pra embarque em navios com destino a Aruba, Honduras, República Dominicana e Porto Rico, para dali chegarem a portos dos Estados Unidos e Europa. O grupo era alvo de investigações que se prolongavam desde há dois anos, seria responsável pelo embarque de até seis toneladas mensais da droga. (PNC, 2020).
Outros grupo de menor expressão, mas não pouco menos perigosos, “los CAPARROS”, antigos aliados do “Clan del Golfo”, são hoje seu pior inimigo. O chefe desse grupo armado ilegal é ROBINSON GIL TAPIAS, vulgo “Flechas”, com forte atuação na região do Baixo Cauca, extorquindo e intimidando a população civil em áreas dos municípios de Cáceres, Caucasia, Tarazá e Zaragoza, com vistas a manter o controle sobre a região.
Contudo, a fronteira com a Venezuela tem sido mais favorável como área de abrigo para alguns grupos como “Los PELUSOS”, que têm sua base principal no Norte de Santander , embora já enfraquecidos em razão das operações policiais e das forças militares colombianas. Alé de área na faixa de fronteira com a Venezuela, onde têm presença, teriam ainda certo controle sobre pontos específicos na região do Catatumbo.
Em 23 de Fevereiro de 2021, o Coronel Ricardo Sánchez Silvestre, Chefe de Investigações e operações daa Polícia Antinarcóticos, confirmou a captura de ALBEIRO LÓPEZ SANTIAGO, conhecido como “Camilo ou Barbas” cabeça responsável pelas finanças desse grupo armado organizado (GAO), “Los Pelusos”; e de BORIS RUEDA MOLINA, aliás “Roberto” cabeça da denominada “comisión armada” da mesma organização. (Infobae, 2021).
As drogas movimentadas pelos ditos mini carteis chegam também à costa venezuelana. A cocaína que saí de laboratórios de cristalização da região sul dos departamentos colombianos de Bolívar, Cesar, la Guajira é transportada até pistas clandestinas no estado de Apure, e Zulia, na Venezuela, para dali chegar à península de Paraguaná, Caracas e Islas Margarita.
SOBRE PABLO JOAQUÍN RAYO MONTAÑO - BREVE HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO
PABLO JOAQUÍN RAYO MONTANO, natural de Buenaventura, Colômbia, operou uma organização que oferecia os serviços essenciais para reunir grandes carregamentos de cocaína. Ele consolidava muitos quilos de cocaína pura fornecida por vários mini carteis e entregando tais carregamentos a clientes no México, tanto para o Cartel de Sinaloa como para o Cartel do Golfo.
Sua organização era também responsável pela lavagem do dinheiro resultante dessas operações através de um complexo sistema de negócios de fachada, cambistas e contas bancárias, para finalmente entregar o pagamento aos fornecedores colombianos.
Uma vez consolidado o carregamento, seu grupo embarcava a carga em lanchas rápidas atracadas em pontos específicos dos rios nos arredores de Buenaventura. Essas lanchas então seguiam rumo ao Panamá, onde os carregamentos eram transferidos para barcos pesqueiros que podiam enfrentar as águas agitadas de alto-mar.
RAYO MONTANO desenvolvia um completo sistema integrado de transporte de carga consolidada, sua entrega e a lavagem do dinheiro fora de Buenaventura, no Panamá e por último no Brasil.
Ele começou sua carreira no tráfico nos anos 80 através de suas ligações do o crime organizado baseado em Cali, assumindo o seu próprio negocio logo que o Cartel de Cali foi desmantelado. Também fez negócios com o Cartel Norte del Valle e mini carteis que o substituíram, porque sua organização estava focada na consolidação de cargas e embarque, que permitiam aos clientes manterem-se focados no processamento, segurança e empacotamento da droga. Ele mantinha um negócio onde só se ganhava, “wi-win business”.
Segundo dados dos registros oficiais, teria sido na meia-noite de um domingo, em 4 de outubro de 1959, que Isaura Montaño trouxe Pablo Joaquín ao mundo, no empobrecido porto colombiano de Buenaventura.
Nos anos 60 ninguém poderia sequer imaginar que, 47 anos depois, seria capturado no Brasil, num esforço conjunto de força multinacional liderada pelos Estados Unidos, sendo acusado de ser um dos 10 traficantes de drogas mais procurados do mundo.
O pai, Pablo Rayo, segundo se conhece de seu histórico familiar, criou Pablo Joaquín e seus quatro irmãos trabalhando como pescador artesanal. Mas, na cabeça de Rayo Montaño ele não nascera para ser pobre para o resto da vida. Da mesma forma pensavam seus irmãos Roberto, Pedro Pablo, Pablo e Sara Maritza, todos que acabaram se envolvendo com o narcotráfico.
Quando se tornaram adultos, o irmãos Rayo-Montaño começariam a trabalhar com o chefe do Cartel de Cali, HELMER "PACHO" HERRERA, que construiu um dos mais importantes empórios econômicos do tráfico de drogas.
Depois que "Pacho" foi assassinado no presídio de segurança máxima de Palmira, na Colômbia, em novembro de 1998, Pablo Joaquín teria herdado sua rede organizada, que tratou de expandir para os dois oceanos, o que levou a Polícia Antinarcóticos da Colômbia a determinar seguimentos que culminaram com sua prisão como indica informe de 16 de setembro de 1998, como segue:
No ano passado, a polícia o capturou, mas um promotor o libertou alegando falta de provas. Ontem, Pedro Pablo Rayo Montaño foi preso novamente, acusado de fazer parte do cartel de Cali e de liderar o tráfico de drogas em Buenaventura.
Rayo Montaño, capturado no sul de Cali por integrantes da inteligência policial e agentes dessa instituição sob o comando do General Jorge Enrique Montero, é atualmente requerido em extradição pela justiça dos Estados Unidos.
Segundo a Polícia, o suposto narcotraficante foi detido na companhia de suas irmãs Yolanda, Maritza e María Luisa. Dois outros irmãos Rayo Montaño estão fugindo da justiça e mais um está detido em Barranquilla.
Os irmãos Rayo Montaño são identificados pela Polícia como chefes de um empório econômico que em 1995 ultrapassava os 12 bilhões de pesos e que foi confiscado por atividades ilegais, como lavagem de dinheiro.
A organização econômica da família Rayo Montaño está sendo investigada por sua relação com o cartel do Vale do Norte e atualmente tem conexões em Buenaventura, Costa Atlântica, Estados Unidos, México e Panamá, disse o general Montero, novo comandante da Polícia de Cali .
Contra Pedro Pablo Rayo, do Papitas, houve um mandado de prisão por tráfico de drogas expedido pelo Ministério Público Regional de Barranquilla. Essa pessoa foi considerada uma das lideranças dos grupos de narcotraficantes que atuam no departamento.
Sua captura foi registrada no bairro de El Limonar. Membros de Dijín de Bogotá e do Ministério Público realizaram outra operação contra uma casa e um posto de gasolina na rodovia Pasoancho, onde as três mulheres estavam detidas.
Rayo Montaño foi detido ontem à noite nas masmorras de Sijín e hoje será colocado à disposição da Procuradoria Regional de Cali. Enquanto isso, suas irmãs foram enviadas para a prisão de Buen Pastor.
Segundo o general Montero, os sobrenomes Rayo Montaño começaram a soar na esfera judicial em 1984, quando um deles foi mencionado no envio de uma mala diplomática contendo entorpecentes para Madrid.
As autoridades do governo espanhol vincularam Pablo Rayo nas investigações relacionadas a esta mala que foi recebida pelo segundo secretário da embaixada colombiana, Gustavo Jácome Lemus.
O referido narcotraficante já havia sido capturado em 6 de maio de 1997, em Bogotá, mas foi posteriormente libertado por falta de provas. Agora as autoridades estão tentando coletar mais evidências para fortalecer o processo legal contra essa pessoa.
A retenção dos quatro irmãos possibilitou o desmantelamento das atividades administrativas da família. As primeiras investigações indicam que seus recursos econômicos estão concentrados em casas de dinheiro, postos de gasolina e casas de câmbio.
Agora eles só precisam capturar Roberto Joaquín e Pablo Joaquín Rayo Montaño, que têm um mandado de prisão válido da Promotoria Regional de Barranquilla.
Seu irmão Jaime Humberto, de 43 anos, está atualmente detido na capital Atlántico, também sendo investigado por violação da Lei 30.
Entre as prioridades da Polícia, além de descobrir o paradeiro dos dois irmãos Rayo Montaño, está a captura de Dennis Gómez Patiño e Arturo de Jesús Herrera, entre outros. Esses homens estão sendo investigados por suposto enriquecimento ilícito. (PNC, 1998).
O irmãos Roberto e Pedro Pablo foram assassinados com violência por suas atividades de tráfico de drogas. Pedro Pablo ficou preso no início dos anos 2000 em La Joya, no Panamá, por sua ligação com um carregamento de cocaína escondido em latas de cerveja. Sara foi presa nos Estados Unidos, mas viveu vários anos no Panamá, na casa de Rayo Montaño em Gorgona.
PABLO JOAQUÍN foi preso no dia 16 de maio de 2006 em São Paulo, Brasil, onde chegou a viver por três anos, após fugir de barco do Panamá em 2003, quando autoridades locais e a DEA o perseguiam. A prisão foi feita por agentes da Unidade de Investigações Sensíveis da Polícia Federal do Brasil.
Correndo paralelamente à OP. TWIN OCEANS, como resultado de investigações do DENARC/SSP/SP, foi preso em Jundiaí-SP,em 13 de maio de 2006, o colombiano JAIME ADOLFO (TONI) ATEHORTUA, com 100 kg de cocaína (processo nº 2122226-17.2016.8.26.0000 – Fórum da Comarca de Praia Grande/SP).
Do mesmo grupo, que agia a partir de sua base em Praia Grande/SP, faziam parte Diego Rivera Teran; Fredy Pimentel Romero; Benedito Ronaldo Juliao; e Azarias Toledo de Sá Filho , da empresa Alcoolquímica Minas Gerais.
Dado como chefe do Cartel de Bogotá, no Brasil, o engenheiro civil JAIME ADOLFO ATEHORTUA, vulgo Toni, de 45 anos, foi preso em flagrante na tarde do último sábado, 13 de maio, pelo Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc), com 100 quilos de cocaína, em uma chácara de Jundiaí, no interior de São Paulo.
O engenheiro civil já esteve preso em países da Europa, cumprindo pena por tráfico de drogas.
Além dele, estão detidos o administrador de empresas, também colombiano, Fredy Pimentel Romero, de 35, o comerciante chileno Diego Rivera Teran, de 33 anos, e três brasileiros, sendo o mecânico Israel Varela de Araújo, de 46 anos, o economista Azarias Toledo de Sá Filho, de 54 anos, e o engenheiro químico Benedito Ronaldo Julião, de 56 anos.
De acordo com as investigações, o chefe do cartel era um dos principais distribuidores de cocaína trazida da Bolívia para o Brasil. Há quase vinte anos ele mantém contato e emprega o mecânico Araújo, de 46, responsável pela logística do transporte da droga.
No Brasil, PABLO RAYO MONTAÑO manteve seu gosto pelo luxo. Uma obra de arte de US$ 300.000 do pintor brasileiro Emiliano Di Cavalcanti, comparado a Pablo Picasso, foi encontrada em sua luxuosa residência.
As atividades de Rayo Montaño no Brasil para lavagem de dinheiro não diferiam muito daquelas que realizava no Panamá. Tinha uma empresa de fachada dedicada à importação e exportação de laranja e outra que organizava festas luxuosas em bairros nobres. Vindo a ser investigado se também pela possível lavagem de dinheiro com a compra de pedras preciosas, joiase relógios, obras de arte e cavalos finos.
No entando, o fatiamento da organização de RAYO MONTAÑO pelas autoridades antinarcóticos da Colômbia, tinham começado já no final dos anos 90, logo na “OPERACIÓN ESTERO se apreendeu uma pequena quantidade de cocaína e heroína, a “OPERACIÓN TRANCA” e outras ações da polícia panamenha, colombiana e americana, que se seguiram a estas.
Ainda no encalço da organização, a polícia colombiana deflagrou em 9 de abril de 2003, a OPERACIÓN BUENAVENTURA nº 1, cujo foco eram os vínculos entre as operações de RAYO MONTAÑO em Buenaventura e o Panamá, onde ele supostamente teria estabelecido bases na Cidade do Panamá, Colón e em pelo menos uma ilha, a Ilha Tres Marias, na costa do Caribe.
A OP. BUENAVENTURA Nº 1 culminou com a apreensão de barcos, carros e um imóvel de alto valor.
Seis meses mais tarde, em novembro de 2003, foi deflagrada a OPERAÇÃO TRANCA, que prendeu 12 suspeitos de participarem na organização de RAYO MONTAÑO. Uma quandidade significativa de dinheiro foi igualmente apreendida.
Logo depois, em 2004, a OPERACIÓN BUENAVENTURA Nº 2, se encerrou com a apreensão 3milhões de dolares, três navios e três botes pequenos.
Informações coletadas no curso dessas operações indicavam que a organização de RAYO MONTAÑO tinha se espalhado pelo Hemisfério Ocidental e Europa com suas operações na Colômbia, Panamá, Argentina, Brazil, Venezuela, Equador, Porto Rico, México, Estados Unidos e Espanha.
RAYO MONTANO mudou-se para o Brasil in 2003, depois que a OPERAÇÃO BUENAVENTURA nº 1 obrigou-o a fugir do Panamá. Ele foi finalmente capturado Polícia Federal brasileira, no seu apartamento em Sao Paulo, em 17 de maio de 2006.
RAYO MONTANO se tornou alvo official da DEA em outubro de 2005, e desde então a agência Americana antidrogas vinha trabalhando ativamente com policiais colombianos e panamenhos para o desmantelamento da organização de Rayo Montano.
Ao se completar três anos de investigações, na sua fase final, a “OPERATION TWIN OCEANS”, tinha apreendido mais de 70 milhões de dolares em imóveis, vários barcos e navios, prendendo mais de duas dúzias de investigados.
A organização de RAYO MONTANO é suspeita de ter embarcado mais de 20 toneladas de cocaína por mês, mais de 240 toneladas por anos, para clientes nos Estados Unidos e Europa. Suas raízes humildes em Buenaventura creceram com conxões fortes com proprietários de barcos e trabalhadores portuários, em torno dos quais construíu o seu império de navegação, cuja base nãoestaba na Colômbia, mas no Panamá.
Buenaventura continua sendo a cidade de origem das exportações colombianas de cocaína, mas desde a prisão de RAYO MONTAÑO ficou claro que a capital do Panamá e a região circunviznha, incluindo-se Colón e a Zona do Canal do Panamá, têm um papel importante no negócio regional do tráfico de cocaína destinada ao norte e, mais importante, contrabandeando o dinheiro de volta para o sul.
BUENAVENTURA - O CENTRO DAS OPERACÕES DO NARCOTRÁFICO
Enquanto a situação em cidades maiores se acalmou, Buenaventura emergiu como o centro urbano mais mortífero na prolongada guerra interna da Colômbia.
Soldados vasculham quase todos os carros em barraeiras na estrada que leva a Cali. Guerrilheiros atacam quartel da polícia. O majestoso Hotel Estacion, uma jóia neoclássica, construído em 1928, freqüentado por executivos que vêm fechar negócios relativos à importação de automóveis ou à exportação de café, é guardado por dezenas de soldados vestidos com uniformes de combate.
"É como se tivéssemos um pequeno Haiti dentro da Colômbia", como afirmam alguns policiais. A sensação que se tem é de estar em outro país.
Embora Bogotá, a capital, e outras cidades tenham se tornado suficientemente seguras e prósperas para que nelas seja possível esquecer um pouco do conflito civil que consome o país faz quatro décadas, a situação em Buenaventura tem se agravado.
A grande maioria dos assassinatos é motivada por disputa territorial, pelo controle das favelas da periferia da cidade, grande área na qual predominam as palafitas.
As autoridades policiais e navais dizem que dos cais improvisados dessas favelas partem lanchas rápidas carregadas de cocaína com destino a locais ao norte. A localização geográfica de Buenaventura, crucial para conectar a Colômbia ao fluxo do comércio global, também se constitui em uma vantagem estratégica para os narcotraficantes.
Chefes do narcotráfico, rebeldes e as ressurgentes quadrilhas paramilitares recrutam os seus membros entre os moradores das favelas de Buenaventura.
De acordo com a polícia, muitos dos combatentes das facções rebeldes pertencem ao grupo guerrilheiro das Farc, que coordena as ações desde Cali e que se opõe às Autodefensas Campesinas del Pacifico, composta principalmente de ex-combatentes paramilitares que por um curto período depuseram as armas devido a um plano nacional de desmobilização.
Nada nesta luta diz respeito a ideologia, tudo gira em torno das drogas, e os membros das facções matam-se uns aos outros na disputa pelo controle de rotas e áreas de interesse.
"Quando o indivíduo tem fome, ele faz qualquer coisa imaginável para sobreviver", explica Fernando Nunez, 29, um morador de Lleras que ganha a vida consertando telefones celulares velhos. "Uribe veio a Buenaventura", diz Uribe, cujo índice de popularidade permanece superior a 70%, criticou.
Os críticos dizem que as autoridades há décadas que negligenciaram os problemas de Buenaventura, em parte porque os afro-colombianos recebem pouca atenção federal.
Como as taxas das importações que entram pelo porto de Buenaventura seguem diretamente para o governo central, a cidade colhe poucos benefícios do comércio internacional, ainda que a economia colombiana tenha crescido a uma taxa média de mais de 6% ao ano, os pobres em Buenaventura, que tem um índice de desemprego de cerca de 28%, recorrem ao narcotráfico.
"Não existe nenhuma outra indústria viável, não há nenhum outro emprego viável", assim que se apresenta uma situação na qual a violência só faz aumentar, e a população civil se vê cada vez mais em meio ao fogo cruzado.
O porto de Buenaventura é uma excelente alternativa para os portos do Equador, Panamá, México e Estados Unidos. Esse porto está entre os 10 mais importantes portos da AQmérica Latina pelo volume de cargas movimentadas, e é por onde passa 75% dos produtos colombianos destinados ao mercado internacional.
Anualmente mais de 1.200 navios atracam em Buenaventura para embarcarem produtos como o café, açúcar, madeiras, minério e metais preciosos como ouro e platina. Além de ser servido por um importante oleoduto o porto é servido por uma ferrovia
Em razão dessa posição estratégica e a vantagem oferecida por rodovias e rotas de transporte fluvial, aquela área também serve de corredor para o escoamento de produtos ilegais, o que tem levado ao crescimento vertiginoso da violência que é promovida pelo tráfico local de armas e drogas.
A região costeira onde está localizado o porto de Buenaventura é altamente estratégica para o negócio da cocaína e o contrabando de armas. Embora seja uma área altamente militarizada, é forte a presença alí dos grupo armados ilegais, BACRIM, ou Bandos Criminosos, como designados pelos órgãos de segurança colombianos.
Estruras de paramilitares controlam grande parte da área urbana, extorquindo o comércio local e a sua população há décadas, algo que em muito se agravou a partir do surgimento dos mini carteis, que se formaram a partir do desmantelamento das grandes organizações como o Cartel de Cali e seu sucedâneo Cartel del Norte del Valle.
Para que se possa entender a dinâminca dos grupos criminosos, que eventualmente se unem para a conformação de uma superestrutura capaz de operacionalizar tamanho tráfico de cocaína via marítima para o Panamá, América Central, Estados Unidos e Europa, em volumes que chegam à dezenas de toneladas mensais, é necessário voltar às operações policiais que levaram ao desmonte do chamado Cartel del Norte del Valle, esforços que foram foram incrementados a partir de 1999, com aumento da presença militar e a realização de seguidas operações policiais de grande envergadura na região de Buenaventura e por toda a costa do Pacífico.
“OPERACIÓN CAMARÓN” - 1999
Manchete no importante periódico colombiano, El Tiempo, sobre o tema “narcotráfico”, em sua edição de 25 de fevereiro de 1999, trazia um título inusitado “UN CARTEL DIRIGIDO DESDE PRISIÓN”, cuja matéria reproduz informe de inteligência produzido pela Polícia Nacional, tal como segue:
“ Através das linhas interceptadas pela inteligência policial sempre falavam que havia remessas de camarões. Mas, as operações secretas levaram a descobrir que os camarões não eram outra coisa que não os gigantescos carregamentos de cocaína, gerenciados desde uma cela da prisão de Vistahermosa em Cali.”
(REDACCION EL TIEMPO 25 de febrero 1999)
Órgãos e inteligência constataram que da prisão, o notório narcotraficante Jorge Eliécer Asprilla estava tratando de unificar os pequenos carteis da droga, num projeto para inundar de coca e heroína os mercados da Europa e Estados Unidos.
Uma vasta operação efetuada ontem em Bogotá, Cali, Palmira, Buenaventura e Barranquilla, da qual participaram efetivos da Drug Eforcement Administration (DEA), da Central de Inteligência da Polícia (CIP), da Dirección de Policía Judicial e Investigación (Dijin), do DAS e da Fiscalía, resultou na remoção de Asprilla para Bogotá e a captura de outros 19 capos da nova geração da máfia.
Asprilla e dois dos capturados, Milton Perlaza Ortiz e Orlando García Cleves, estão pedidos para extradição pelo governo dos Estados Unidos, segundo consta na lista da fiscal Janeth Reno. Reno chegará à Colombia na próxima semana.
A “OPERACIÓN CAMARÓN” começou a ser organizada faz um ano quando agentes da inteligencia interceptarão várias comunicacões de possiveis narcos que operavam desde Buenaventura.
Uma vez identificados os sucessores dos grandes capos da mafia, hoje na prisão, os investigadores detectaron que a central de operacões da nueva organização estava localizada na prisão de Vistahermosa.
Foi assim como há um mês invadiram a cela de Asprilla e apreenderam documentos que revelaram a organização cocaineira de LOS NICHES . Os papeis indicaram que as rotas mais usadas eram: Buenaventura-Panamá-Nicaragua-México-Estados Unidos; Buenaventura-Panamá-Guatemala-México-Estados Unidos, Canadá, e Colombia-Venezuela-Bélgica-Holanda.
O diretor da Policía, general Rosso José Serrano, disse que a OPERACIÓN CAMARÓN permitiu tirar de cena uma nova generação de pequenos capos que queriam ingressar nas grandes ligas da mafia internacional.
JORGE ELIÉCER ASPRILLA e sua rede de colaboradores surgiu em 1996, com a “OPERACIÓN RÉMORA” nas águas do Pacífico colombiano.
Essa operação foi planejada e orientada diretamente pelo Comando General das Forças Militares, e no seu desenvolvimento foram apreendidas 142 lanchas e 53 imóveis de propiedade da rede de narcotraficantes.
Entre agosto e outubro desse ano, as autoridades detiveron dez perssoas, qpreenderam quatro toneladas de cocaína, armas, documentos contábeis, escrituras de propiedades, endereços, números telefônicos e fotografias que vinculavam ASPRILLA e seus colaboradores com o tráfico de narcóticos e que serviram de base para outras operações.
Atualmente, a Fiscalía investiga ASPRILLA, capturado en julho de 1997, e um grupo de mais 18 personas, aparentemente comprometidas com o controle da organização de traficantes através do Pacífico.
Apontado como peça chave do narcotráfico desde o porto de Buenaventura, ASPRILLA é investigado como chefe de uma rede de colaboradores, entre sicários y testas de ferro, que enviavam cocaína à Europa e Estados Unidos, e utilizava empresas de fachada para a lavagem de dólares.
ASPRILLA, segundo as autoridades, teria sido a conexão entre Buenaventura e Panamá, para controlar uma organização responsavel por grande parte da droga que sai desde Buenaventura para portos no Panamá, Equador, Costa Rica, Honduras, México e Estados Unidos.
Para adiantar a operação, o Comando das Fuerças Militares integrou pela primera vez nessa oportunidade, um grupo especial entre pessonal da Armada Nacional, Guarda Costeira da Marina dos Estados Unidos, o Bloque de Búsqueda que compõe o Exército e a Fiscalía.
Na ocasião, aas autoridades avaliavam a fortuna de ASPRILLA em 36.000 milhões de pesos.
A galeria dos capturados na OPERACIÓN CAMARÓN mostra as seguintes perssoas: Em Cali: O narcotraficante Jorge Eliécer Asprilla, capturado en julho de 1997, fue transferido ontem mesmo da prisão de Vistahermosa de Cali para a Penitenciaría Central de La Picota de Bogotá.
No Valle também caíram em poder das autoridades os extraditáves Milton Perlaza Ortiz y Orlando García Cleves e Hardy Hurtado Patiño, Luis Fernando Urrea López, Diego Chávez Teshiman, Henry Caicedo, Luis Carlos Macías, Sandra Ceballos, Edison y Gustavo Quiceno Henao y Ramón Elías Pérez Botero.
Em Bogotá: Orlando Marín Giraldo, Moriel Chica Cardona, José Luis Maceas Figueroa y Juan Orlando Larrarte Loaiza.
Em Buenaventura: Luis Sinisterra, Alejandro Possu Quiñones y Carlos Lemos Plata.
Em Palmira: Rodrigo Mafla Vergara.
Todos os detidos foram transferidos ontem mesmo para Bogotá e apresentados à imprensa na Direção General da Policía.
Além dos capturados, a Policía colocou a disposición da Fiscalía dez armas de fogo e cem mil dólares apreendidos, bem como grande quantidade de documentos chave para a investigação.
OPERACIÓN TRANCA - PANAMÁ
Dizem os informes da época que a droga saía do Panamá camuflada em meio a mercadoria lícita despachada desde a Zona Lirve de Colón en camionhões com fundo duplo pertenecentes a uma empresa legalmente registrada. Os destinatarios na América Central e Golfo do México eram companhias reconhecidas como idôneas. O obscuro negócio do narcotráfico estava amparado por um aparente manto de legalidade.
O tráfico era efetuado em duas vias. Os furgões cruzavam as fronteiras carregados com mercadorias variadas, desde peças para bicicletas até pequenos fornos ou fios de cobre. Os documentos e carimbos aduaneiros estavam sempre de acordo. Contudo, sob o fundo falso da carroceria, seguiam ocultos vários quilos de cocaína para os lucrativos mercados dos Estados Unidos e Europa.
De volta ao Panamá os caminhões traziam enormes somas de dinheiro em cédulas de pouco valor, que eram introduzidos na rede comercial, sistema financeiro e bancário do país para serem lavados nas empresas da ZonaLivre, na compra de suntuosas propriedades e no establecimiento de negócios de fachada.
Essa atividad era realizada sem maiores inconvenientes, até que um informe recebido pela Sub-direção Antidrogas da Policía Nacional do Panamá, no início de 2001, provocou o início à um operativo sigiloso de vigilância que durou três anos, culminando com a “Operación Tranca". A informação recebida pelos policiais indicava que se trataaa de una complexa rede de traficantes com sede no Panamá.
Os informes policiais documentam a atividad ilegal de um grupo de colombianos e panamenhos, cujo cabeça seria o cidadão colombiano, Gabriel Villada, de Cartago, Colômbia.
No decorrer dessa investigação surge personagem misterioso, identificado tão somente como "El Viejo", era mencionado insistentemente como proprietário da droga que era trazida de Buenaventura. Cinco años depois, veio a se conhecer que "El Viejo" era nada menos que Pablo Joaquín Rayo Montaño, que a agencia americana antidrogas dos Estados Unidos (DEA) incluiu entre os dez narcotraficantes mais perigosos do mundo.
Em 16 de abril de 2003, a Fiscalía Primera de Drogas e a Policía panamenha desencadearam a mencionada “Operación Tranca", com buscas na oficina Trans-terr S.A., em Juan Díaz, onde eram preparados os fundos falsos para os caminhões da organización.
Foram detidas 18 pessoas e se apreendidos cerca de 1 milhão de dólares em espécie, escondidos no pneu esterpe de um caminhão que havia regressado recentemente da América Central. No houve apreensão de droga.
Antes da busca naquela oficina a “Unidade de Análise Financeira determinou o congelamento de várias contas bancárias dos membros dessa organização, por registrarem transações sospeitas.
Villada, conhecido no Panamá como "Tomate", "Lechuga" y "Legumbre", apareceu inicialmente como cabeça da rede desmantelada, mas a medida que as investigações avançaram, as autoridades determinaram que este teria sua responsabilidade uma célula dedicada ao transporte da droga e do dinheiro correspondente aos carregamentos.
"Tomate" seria homem de confiança, pois segundo os informes policiais, no início dos anos 2000, foi enviado pelos traficantes colombianos (la oficina en Colombia) para solucionar uma diferença com os carteis do México, que se negavam a pagar pela mercadoria recebida, bem reclamavam dos colombianos que colocavam carregamentos de cocaína naquele país, sem sua aprovação.
Ao final da “Operación Tranca”, na Fiscalía (Procuradoria) começaram a mencionar com muita insistência os nomes de suspeitos que num futuro próximo apareceriam relacionados diretamente com Rayo Montaño.
Víctor Hugo Serna Rayo, primo e compadre de Pablo, foi o mais proeminente. Radicado nos Estados Unidos, viajava com frequência ao Panamá para atender pessoalmente algumas transações, sempre a serviço de Rayo Montaño.
Alguns detidos essa operação policial também passariam a ter importância. O cidadão panamenho Manuel Medina, acusado de comprar várias propriedades para Rayo Montaño; o colombiano-español Luis Herrera Canales, que vendeu para Pablo uma chácara em Las Mendozas de La Chorrera, e também a senhora Rosalba Moreno, que as autoridades apontam como pessoa próxima, colaboradora da rede de tráfico.
As primeiras notícias de Rayo Montaño aparecem na Fiscalía em junho de 2003, informes provenientes de duas fontes distintas. Em 13 de junho a DEA informava que havia uma grande organização de narcotraficantes operando no Panamá, a qual era comandada pelo colombiano Pablo Rayo Montaño, conhecido como "Beto", "Los Rayos" y "Papitas"; três dias depois, Medina declarou eem seu interrogatório na justiça, que um tal Pablo Rayo lhe entregava grandes somas de dinheiro em espécie para comprar propriedades em diferentes partes do país e em áreas licitadas pela Autoridade da Região Interoceânica.
Antes destes informes, Rayo Montaño e seus colaboradores circulavam de forma desapercebida pelo país, criando sociedades anônimas, abrindo casas comerciais, relacionando-se com proeminentes figuras do exclusivo mundo da pesca desportiva, comprando luxosas propriedades, encontrando-se com personalidades públicas e políticas, e fazendo negócios até mesmo com o Estado a com a autoridade administradora do Canal.
Desde 13 de junio de 2003 os passos dos membros desta rede foram sigilosamente vigiados pelas autoridades panamenhas e a DEA, até que Operación Océanos Gemelos desmantelou essa bem estruturada organização.
OPERACIÓN BUENAVENTURA – I e II
Informes da imprensa colombiana de 15 de maio de 2003 davam conta de que um grupo de Fiscais (Porcuradores) colombianos e americanos estariam investigando uma rede de narcotraficantes detidos pela “Fiscalía Segunda de Drogas” no marco da “OPERACIÓN BUENAVENTURA”, na qual foram presos 10 cidadãos colombianos, 7 panamenhos, foram apreendidos 320kg de cocaína, 12,9kg de heroína e cerca de US$3milhões.
Foram apreendidos ainda 5 caminhões, seis botes e quatro barcos de alto calado, pra operações em alto mar, além de outros 11 veículos utilizados para o transporte de drogas simulando atividades relacionadas à pesca.
Os presos supostamente mantinham atividades tanto na Colômbia como nos Estados Unidos.
Essa organização criminosa seria uma das mais poderosas desarticuladas nos últimos anos, com uma estrutura operacional eficiente e bem estabelecida, mantendo operações na cidade de Chitré, no Panamá, onde chegava por via marítima, para logo chegar à capital daquele país, para seguir dali, via terrestre, para a América Central.
Na sequência da mesma operação policial, em sua segunda fase, já no início de 2004, ocorreu detectar-se uma rede que transportava a cocaína desde Buenaventura até a área de Chepo, no Panamá, relacionada à qual foi inspecionada uma aeronave onde foram localizados cerca de US$3milhões.
Essa rede investigada teria estendido suas ações até a área de Chiriquí, Herrera e Ciudad de Panamá, onde contavam com empresa encarregada transferir a droga para os barcos pesqueiros em alto mar, bem como de abastecer esses barcos com gasolina e suprimentos de água e comida.
Nessa fase da operação foram interditadas 4 residências e apreendidas 10 lanchas rápidas, 16 fuzis, 2 submetralhadoras e 15 veículos, com outras apreensões e mais 22 pessoas presas na Colômbia.
OPERACIÓN BUENAVENTURA - II
Em 25 de setembro de 2004 são apreendidas 4,9 toneladas de cocaína no Porto de Buenaventura, um carregamento destinado à Turquia. A droga estava camuflada em meio a uma carga de plástico granulado.
Segundo o general Jorge Luis Ramírez, esta seria a maior apreensão de drogas no decorrer do ano, sendo que não há prisões relacionadas ao caso, nem foram reveladas à qualorganização pertenceria a droga apreendida.
Coincidentemente, na mesma data, naquele mesmo porto colombiano, foram apreendidas outras 2 toneladas de cocaína condicionadas em container, despachados para a Guatemala, tendo como destino final os Estados Unidos, segundo o diretor da Polícia Nacional, general Jorge Daniel Castro.
"El contenedor estaba en plataforma del puerto, para se cargado en un buque, que tenía como destino la ciudad de Quetzal, Guatemala".
Já no início dos anos 2000, segundo dados da agência americana antidrogas, DEA, a Colômbia era considerada o primeiro produtor mundial de cocaína, com uma produção anual que chegava a 580 toneladas, além da heroína, cuja produção anual alcançava 7 toneladas, sendo os Estados Unidos o principal mercado consumidor de drogas do mundo, conforme relatório anual da UNDCP (United Nations International Drug Control Programme), o Programa das Nações Unidas para o Controlo das Drogas, da ONU.
Segundo informes oficiais da época, a luta entre grupos armados pelo controle do porto de Buenaventura, na costa do Pacífico, a especialização de mão de obra a serviço desses grupos criminosos na construção de lanchas rápidas e até de semissubmersíveis e/ou mini submarinos, o envolvimento das FARC e suas ligações com as redes de tráfico em Honduras, Costa Rica e México, já demonstravam o interesse crescente desse grupo guerrilheiro em controlar o transporte marítimo da droga. (PNC, 2002).
Os semissubmersíveis e mini submarinos, diderentemente de um barco motorizado com recursos completos, podem ser comparados a um contêiner de carga do tipo “torpedo”, usado com um tanque de lastro (para controle de submersão) para mantê-lo a cerca de 30 m (98 pés) sob a água enquanto é rebocado por um barco de pesca regular. Se um navio patrulha for avistado, o contêiner de carga “torpedo” é liberado. Ainda submerso, ele libera automaticamente uma boia disfarçada como tora de madeira e equipada com um transmissor de localização para que um segundo navio pesqueiro de apoio o recupere e continue a entrega da cocaína. Nenhum desses barcos faz algo suspeito que possa revelar sua atividade de contrabando de drogas.
Essas embarcações se tornaram uma arma secreta dos cartéis porque são extremamente difíceis de se detectar, principalmente quando submersos. Quando submersas, podem não refletir os sinais do radar, e geralmente são pintadas em cores que os tornam menos visíveis, mimetizando-se à água. Os EUA têm sido mais eficazes na detecção de submersíveis com a vigilância aérea.
Já no início dos anos 2000, estimativas da Polícia Nacional indicavam que 65% do tráfico de cocaína, via marítima, era efetuado por lanchas rápidas, com seus cascos largos, com vários motores de popa de alta potência.
Contudo, com o incremento da presença militar e as seguidas operações policiais de repressão ao narcotráfico naquela zona levou os grupos traficantes a buscarem opções além de Buenaventura, tais como portos na costa do Atlântico, como Necoclí, e Turbo, bem como aqueles do Pacífico, como Guapi e Tumaco, para os envios de carregamentos via marítima para a Jamaica, Bahamas, Puerto Rico, Ilhas Virgens e Estados Unidos
OPERATION TWIN OCEANS - OPERACIÓN OCÉANOS GEMELOS OPERAÇÃO OCÊANOS GÊMEOS
Océanos Gemelos acabaron con narco 15/5/2007
Em 15 de maio de 2006 órgãos da imprensa colombiana, assim como a panamenha traziam a seguinte manchete: “Cayó un narcotraficante poderoso, escurridizo y ambicioso - Pablo Rayo Montaño fue detenido en Brasil por autoridades del Departamento Antidrogas de Estados Unidos (DEA) tras liderar una organización de narcotraficantes”.
Decorridos exatamente um ano a Fiscalía Primera de Drogas do Panamá emitiu denúncia contra o colombiano PABLO JOAQUÍN RAYO MONTAÑO e outros 113 membros da rede criminosa desarticulada na operação "Océanos Gemelos".
Em seu relatório final, de 400 páginas, o) fiscal (procurador) especializado de drogas, José Ayú Prado, ofereceu denúncia contra Rayo Montaño, Freddy Rincón, Yovany Jaramillo, Max Jaramillo, Alberto Torres y Germán Pinzón, entre outros.
As investigações concluídas pelo fiscal ex fiscal primero de drogas, Patricio Candanedo, revelaram que a rede de Rayo Montaño logrou traficar cerca de 52 toneladas de cocaína, avaliadas em aproximadamente U$70 milhões.
O processo na justiça panamenha conta com 62 volumes, 114 acusados, 75 interrogados e 24 fugitivos.
Após a detenção de Rayo Montaño, foram efetuadas buscas em empresas e imóveis no Panamá, pertencentes à organização investigada, na empresa Nautipesca, e imóveis localizados na via Ricardo J. Alfaro, Marbella e La Boca. Também se efetuou buscas na área de Volcán, Chiriquí.
Foram igualmente realizadas operações conjuntas no Brasil, Colombia, Equador, Estados Unidos, México y Venezuela.
Ainda, na mesma semana autoridades brasileiras detiveram o futebolista colombiano, Freddy Rincón, como parte destas investigações.
Com base nas declarações do então diretor da Policía Antinarcóticos da Colômbia, General, Jorge Alirio Barón, a imprensa colombiana divulgou extensa e detalhada matéria sobre a operação policial, destacando-se matéria produzida pelo jornalista Carlos Pinzón, publicada no jornal El Tiempo, de Bogotá, edição de 17/05/2006, sob o título:
40 PRESUNTOS "NARCOS" CAPTURADOS EN OPERACIÓN "OCÉANOS GEMELOS"
Una de las más grandes redadas desatadas por la policía internacional (INTERPOL), contra el narcotráfico deja la captura de 40 personas, entre ellas a Pablo Rayo Montaño, sucesor del desaparecido jefe de la mafía del cartel de Cali, Helmer " Pacho" Herrera.
Rayo Montaño había logrado una significativa notoriedad en el concierto delincuencial de Panamá donde escapó de una cárcel y luego se refugió en Brasil país donde se produjo la captura.
El oficial manifestó que los 26 supuestos narcotraficantes capturados en esta operación están solicitados por el gobierno de Estados Unidos por haber introducido cantidades importantes de cocaína.
La operación " Océanos Gemelos" se extendió a Ecuador, Brasil, y Panamá, dijo el director antinarcóticos. (El Tiempo, Bogotá 2006).
Edição de 18 de maio de 2006 do periódico South Florida Sun-Sentinel, de Fort Lauderdale, traz matéria intitulada “ DEA ajuda a capturar chefão da droga”
Autoridades federais do Sul da Flórida anunciaram nesta quarta-feira a captura da maior rede colombiana de traficantes acusada de traficar mais de 15 toneladas mensais de cocaína para os Estados Unidos.
Segundo os oficiais da lei, a redada glogal resultou na apreensão de 52 toneladas de cocaína e aproximadamente US$70 milhões em capitais do suspeito de ser o chefão chefão da droga Pablo Rayo-Montaño, inclusive três ilhas particulares na costa do Panamá, obra de arte no valor de US$ 4 milhões e três iates na marina de Coconut Grove, na Flórida.
As incursões, que começaram na manhã de terça-feira e permitiram 100 prisões em todo o mundo, culminaram com três anos de investigações da Operação conhecida como Twin Oceans (Oceânos Gêmeos).
Rayo-Montano foi capturado na terça-feira em São Paulo, Brasil. Sua ex-esposa, Sandra Orozco-Gil, que vive em Margate, Flórida, com três filhos, foi uma dentre os quarto suspeitos presos no Sul da Flórida.
Rayo-Montano, Orozco-Gil e 30 outros suspeitos de serem mebros da organização são acusados de conspiração para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no Sul da Flórida, oque poderia colocar cada um deles à prisão por mais de 20anos.
Mark Trouville, chefe do Escritório da Drug Enforcement Administration (DEA, em Miami, disse que a operação teve êxito em desmantelar um cartel internacional de drogas.
“Eu não lembro no momento de uma investigação de uma operação em que pudéssemos ligar 52 toneladas de cocaína à uma organização”, disse Trouville.
“I don’t remember an investigation in quite a while when we could tie 52 tons of cocaine to one organization,” Trouville said.
Trouville disse que o grupo deRayo-Montano usava de métodps sofisticados para participar em todas as fases do negócio da droga, desde sua produção, à distribuição e lavagem dos ganhos ilegais.
A investigação recebeu o nome de “Twin Oceans” em razão da organização de Rayo-Montano embarcar drogas de portos ao longo da costa do Oceano Pacifico e costa norte do Mar do Caribe, disseTrouville.
De acordo com os documentos, os agentes da DEA usaram court-escutas telefônicas aprovadas pela justiça, para monitorar milhares de conversas telefônicas envolvendo os membros da empresa, inclusive Rayo-Montano.
Promotores afirmam que Rayo-Montano estabeleceu varios negocios de embarcações e de pesca na Colômbia, Equador, Panamá e Estados Unidos para levar o negócio das drogas e ocultar os lucros provenientes da droga.
Um mandado de busca e captura expedido no início deste mês revelou detalhes das atividades da organização no Sul da Fórida.
Numa declaração juramentada anexada ao mandado, o Agente da DEA James McGovern identificou Hector Eduardo Aguilar de Miami como chefe de finanças de Rayo-Montano.
Aguilar também gerenciava três iates que Rayo-Montaño possuía na marina de Coconut Grove e ajudava a adaptar os barcos para o transporte de drinheiro e drogas, disse McGovern.
Registros da Flórida mostram Aguilar como agente representante da empresa Consolidated Boat Services Inc. e da Natural Beef Company, dois negócios que os promotores consideram ser utilizados por Rayo-Montano para lavar recursos provenientes das atividades relacionadas com o tráfico de drogas.McGovern said Jose Eduardo Arango-Jaramillo de Weston, Flórida, também estava envolvido na lavagem de dinheiro da organização e pode ter guardado dinheiro, documentos e drogas em uma unidade de armazenamento em Weston.
Os agentes da DEA começaram a vigiar Arango-Jaramillo em fevereiro e testemunharam ele ingressando na unidade de armazenamento em abril, disse McGovern. Arango-Jaramillo entrou com as mãos vazias e saíu carregando duas malas pretas. No dia seguinte ele voou de Miami para Cali, Colombia. Depoisde retornar, Arango-Jaramillo visitou novamente a unidade de armazenamento. Cães da polícia treinados para a detecção de drogas foram levados para a unidade de armazenamento e sinalizaram para a presença de drogas, disse, McGovern said.
Aguilar e Arango-Jaramillo são acusados de lavagem de dinheiro, assim como o sobrinho de Rayo-Montano, Victor Serna de Weston. (Tradução livre da matéria em (c) 2006 South Florida Sun-Sentinel).
A jornalista panamenha Yesssica Miranda, do jornal eletrônico “Portal.Crítica.com”, em 19 de maio de 2006, escrevia em sua coluna:
“Acabaram com o império narco colombiano”.
Segue a matéria:
Pablo Joaquín Rayo Montaño era o capo dos capos. Sua organização transportava 15 toneladas de cocaína por mês. Esteve no Panamá desde 1996 até 2003. Residia com sua família no elegante bairro “El Cangrejo”, mas uma operação denominada "Buenaventura" obrigou-o a fugir para São Paulo, Brasil, em um dos barcos pesqueiros que formavam parte de sua frota.
Seu império de narcotráfico foi se desfazendo, logo que as autoridades panamenhas alertaram a DEA sobre sua organização e se montou a operação "Océanos Gemelos", que em 8 países foi concluída em 16 de maio de 2006 com múltiplas prisões.
No Panamá, Rayo Montaño e seus testas-de-ferro há cindo anos lograram comprar a ilha “Tres Marías”, localizada em Portobelo, a qual tinha uma posição estratégica para abastecer os barcos e lanchas rápidas que traficavam cocaína; servindo ainda de refugio para os narcotraficantes.
O territorio insular foi adquirido através de sociedades anónimas.
Além disso, "Don Pablo" o "Papita", como era conhecido, era o verdadero dos establecimentos Nautipesca. Desse negócio saíram os pagamentos para membros de seu cartel, que cairam eem operações anteriores desenvolvidas pela “Fiscalía de Drogas de Panamá”, como as denominadas "Buenaventura", "Trancas" y "Estero".
As investigações revelaram que a organização de Pablo Rayo Montayo transportava a cocaína em minisubmarinos que viajavam ao longo do Oceano Pacífico e o Atlántico até barcos atuneiros e lanchas rápidas, para levar a droga até o seu destino final que, na maioria das ocasiões era Europa ou os Estados Unidos.
A penetración do Cartel de Rayo ia mais adiante. Ele logrou adquirir as propriedades vendidas pela Autoridade da Região Interoceânica, que logo eram olocadas em mãos de uma empresa de administração de bens imóveis, para que as arrendasse.
Tinham ainda contas bancárias em diversos bancos do país e havia intercambio de fundos, quer dizer que recebiam e reenviavam dinheiro.
Nas diversas operações desenvolvidas no Panamá contra a organização de "Don Pablo" se logrou apreender cerca de U$7 milhões, mais de 50 autos, 4 barcos, 13 imóveis, seis botes e, en uma avioneta com matrícula americana, N382AA, foram apreendidos U$3 milhões em espécie.
Entre os imóveis apreendidos figuram apartamentos no edifício Coco del Mar e Golden Tower, casas nos condomínios Camino Real de San Antonio e Brisas del Golf. También tinha casas em San Carlos e em Aguas Negras de Gorgona, onde, há algunos meses foram detidos uns policiais que estavam procurando dinheiro que suspeitavam estar enterrado naquele lugar.
Do mesmo modo foram investigadas as empresas Comercializadora Puerto Armuelles, Comercializadora del Barú, Valencia Services Corporation, que é um centro comercial .
Na década de noventa um irmão de Pablo, conocido como William Rayo Montayo esteve no Panamá, mas este faleceu há alguns anos.
Entre as personas detidas no Panamá se encuentram Max Jaramillo Tovar, que aparecia como presidente da companhia Nautipesca e seuirmão Yovanny Jaramillo Tovar, que era o administrador da empresa, mas em realidad eram testas-de-ferro de Pablo Rayo Montaño no Panamá.
Outro investigado é o ex-futebolista Freddy Rincón, membro da seleção Colombia, que militou nos times Independiente Santa Fé, América de Cali, Nápoles de Italia, Real Madrid, Corinthians, Santos y Cruzeiro.
Rincón figura como testa-de-ferro de Rayo na Nautipesa e em um hotel, que foi acautelado.
Otros miembros de la organización são Alberto Torres, que era chefe de operacões terrestres e Jaime Micolta, chefe de operaciones marítimas.
Os detidos foram formalmente acusados cargos por lavagem de dinheiro ou reciclagem de capitais, revelou o fiscal Patricio Candanedo.
A parte local da “Operación Océano Gemelos” logrou a detenção no Panamá de 15 pessoas, foram efetuadas 29 buscas e tem 30 acusados.
Os investigados no processo, conforme a lista assinada pelo Juiz Donald M. Middlebrooks, da Justiça da Flórida, EstadosUnidos, em 2 de junho de 2006:
1 Pablo Joaquin Rayo-Montano,
2 Mars Micolta-Hurtado,
3 Domingo Micolta-Hurtado,
4 Jackson Orozco-Gil,
5 Hector Eduardo Aguilar,
6 Monica Patricia Ruiz-Matorel,
7 Jair Chantre-Moreno,
8 Luis Segundo Polanco-Garcia,
9 Ivan Gustavo Hurtado-Paz,
10 Luis Reinal Grisales-Hernandez,
11 Victor Hugo Serna-Rayo,
12 Sandra Orozco-Gil,
13 Yohibel Jose Dunn-Aguilera,
14 Ramon Eusturgio Matamba-Portocarrero,
15 Jose Maria Bermudez,
16 Victor Fidel Torres-Torres,
17 Ever Giovanni Hurtado-Paz,
18 Eyder Xiomara Bejarano-Olaya,
19 Ruben Menaca,
20 Wilmar Paz-Preciado,
21 Deguis David Romero-Acosta,
22 Dainer Camacho-Benitez,
23 Jose Adolfo Hurtado-Paz,
24 Jose Eduardo Arango,
25 Fidel Sandoval-Rosero,
26 Jorge Luis Dunn-Aguilera,
27 Gustavo Melendez-Diaz,
28 Jhon Jairo Moreno-Betancourt,
29 Rodrigo Castano-Correa,
30 Yovany Jaramillo-Tovar,
31 Mario Leone-Kam,
32 Adalberto Pena-Cordoba
Em 16 de março de 2007 foi autorizada pela Corte Suprema de Justiça da Colômbia a extradição de Deguis David Romero Acosta para os Estados Unidos. Trata-se de um sócio e dos integrantes mais importantes da organização do narcotraficante Pablo Rayo Montaño, cuja amizade colocou em problemas com justiça o futebolista colombiano Freddy Rincón.
O Tribunal atesta que Romero Acosta esteve involvido no envío de várias toneladas de cocaína para os Estados Unidos e Europa, além de mencionar especificamente um cargamento que chegou ao territorio estadounidense a bordo da embarcación "Bahía Bonita".
Deguis David Romero foi capturado en Bogotá em 16 de mayo de 2006, na “Operación Océanos Gemelos”, realizada de maneira conjunta com a DEA e as autoridades colombianas.
Romero Acosta foi chamado à juízo para responder pelo delito de concerto para delinquir com fins de distribuição de estupefacientes, pelo Tribunal do Distrito Sul da Florida, em março de 2006.
O narcotraficante, oriúndo de San Juan Nepomuceno, Departamento de Bolívar, se encontrava detido na Prisão de Segurança Máxima de Cómbita, Boyacá, Colômbia.
Apenas em 12 de fevereiro de 2009 é que veio a ser fixada a data para audiência preliminar dos 131 indiciados no processo da justiça panamenha por envolvimento na rede de narcotráfico investigada na “Operación Océanos Gemélos”. A audiência ficou marcada para 3 de agosto de 2015.
Rayo Montaño e o resto de implicados, entre os quais se encuentra o ex-futebolista colombiano Freddy Eusebio Rincón Valencia, são acusados de delitos contra la saúde pública, incluídos os de associação ilícita para delinquir, tráfico de drogas, lavagem de capitais e falsificação de documentos, entre otros. Como data alternativa se estableceu 16 de novembro para a audiência,a que devem se presentar os representantes legais dos 131 acusados, 54 dos quais estão detidos no Panamá, Colombia, Brasil y Estados Unidos.
Rayo Montaño, preso no Brasil, e Rincón Valencia, que goza de medida cautelar naquele país, foram solicitados em extradição pelas autoridades panamenhas para sua indiciação.
Rayo Montaño foi detido em 16 de maio de 2006 na cidade brasileira de São Paulo como parte de una operação denominada "Oceános gemelos", coordenada pelos Estados Unidos, e na qual participaram Panamá, Brasil, Colombia, Costa Rica, Venezuela, Equador e México.
A organização de Rayo Montaño transportava a média de 20 toneladas de cocaína mensalmente desde a Colombia e Venezuela para os Estados Unidos e Europa, según autoridades estadounidenses. No Panamá contava com uma ampla infraestrutura para suas atividades.
A operação internacional contra o cartel teve como resultado mais de uma centena de acusatados e a apreensão de 52 toneladas de droga, 50 milhões de dólares en dinheiro, valores e bienes, assim como 150 milhões de dólares em contas bancárias. (EFE, Panamá 2009).
Sobre a extradição de EVER GIOVANNY HURTADO PAZ, segundo a acusação nº 06-20319-CR, do Juíz MIDDLEBROOKS, ditada em 5 de mayo de 2006 na Corte Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Meridional da Flórida, contra:
Pablo Joaquín Rayo Montaño, alias “Don Pa”, “El Tío”;
Mars Micolta Hurtado, alias “Omar”, “Calvo”, “La Empleada”;
Domingo Micolta Hurtado, alias “Tocayo”, “TK”;
Jackson Orozco Gil, alias “Jake”, “J”, “Compadre”;
Héctor Eduardo Aguilar, alias “Boludo”;
Mónica Patricia Ruiz Matorel, alias “La Doctora”;
Chantre Moreno, alias “Armando”;
Luis Segundo Polanco García, alias “El Indio”, “Quinto”;
Iván Gustavo Hurtado Paz, alias “El Borracho”, “El Grandote”, “El Ronco”;
Luis Reinal Grisales Hernández, alias “El Amigo”, “Peluza”;
Víctor Hugo Serna Rayo;
Sandra Orozco Gil;
Yohibel José Duna Aguilera;
Ramón Eustorgio Matamba Portocarrero;
José María Bermúdez, alias “Chepe”;
Víctor Fidel Torres Torres, alias “El Médico”;
EVER GIOVANNY HURTADO PAZ, alias “Nano”;
Eyder Xiomara Bejarano Olaya, alias “La X”,
Rubén, alias “Caliche”, Paz Preciado;
Deguis David Romero Acosta;
Dainer Camacho Benítez, alias “Capuyo”, “Donk”;
José Adolfo Hurtado Paz, alias “Chepo”;
José Eduardo Arango Jaramillo, alias “Pocho”;
Fidel Sandoval Rosero;
Jorge Luis Duna Aguilera;
Gustavo Meléndez Díaz, alias “El Mono”;
Jhon Jairo Moreno Betancourt, alias “El Gordo”;
NN, alias “arcotra” (sic);
Yovany Jaramillo Tovar;
Mario Leone Kam e
Adalberto Peña Córdoba, alias “Capi”, “Penin”.
Ao pedido de extradição foi anexada a declaração prestada pelo Agente especial James McGovern, da Administração Antinarcóticos (DEA), que declara que desde o ano 2004 a instituição e o rupo “multiagências”, Grupo Operativo contra a Delinquência Organizada e o Narcotráfico, sigla em inglês OCDETF, no desenvolvimento da operação “Twin Oceans” realizou ha uma investigação sobre a organização dedicada ao tráfico de estupefacientes liderada por Pablo Rayo Montaño, responsável pelo envío anual de várias toneladas de cocaína aos Estados Unidos e Europa.
Nesse sentido, afirma que Rayo Montaño iniciou no negócio do narcotráfico como transportador na área de Buenaventura, Colômbia, possuindo uma vasta infraestrutura para a aquisição de cocaína e o transporte do alucinógeno no interior do país, redes marítimas, conexões internacionais (com narcotraficantes mexicanos e redes caribenhas de transporte), células de distribução interna e uma complexa organização de reciclagem de capitais.
O cerco das autoridades sobre ele e sua organização criminosa, o obrigou a trasladar sua base de operações e emigrar da Colômbia para o Panamá e, posteriormente, para São Paulo, Brasil, onde se encontrava residindo, desde onde manejava y dirigia suas atividades globais de narcotráfico.
Os principais coordenadores de Rayo Montaño, indica, operam desde Cartagena, Colômbia, liderados pelo narcotraficante Mars Micolta Hurtado e miembros de sua família. Assim, que a importância da organização de narcotráfico Rayo Montaño se verifica na sua capacidade para conciliar vários envíos simultâneos de cocaína, por exemplo, um de 10 toneladas no Oceano Pacífico, outro de 5 toneladas desde o Panamá e um terceiro de 12 toneladas adicionais no Atlántico Oriental, perfazendo um total de 27 toneladas as de cocaína.
Conta o agente que la investigación incluíu a interceptação, autorizada judicialmente, de dezenas de assinantes de linhas telefônicas no Brasil, Colômbia e Estados Unidos, a apreensão de cocaína e barcos utilizados para o transporte da misma. As pesquisas e o material probatório abrangem a vigilância física, informantes, agentes encubertos e provas documentais sobre as atividades bancárias e comerciais executadas para facilitar as atividades ilícitas.
Despois de facer referência às atividades delitivas da organização de Rayo Montaño, descobertas através de conversações telefônicas e da detenção por parte do Servicio de Guarda costeira dos Estados Unidos (USGC), ou de autoridades marítimas extrangeiras, de 17 navíos, que permitiu a apreensão de enormes quantidades de cocaína, diz que EVER GIOVANNY HURTADO PAZ foi monitorado em mais de 40 conversas telefônicas na Colombia, interceptadas legalmente. Igualmente, que trabalha próximo com Mars Micolta e Iván Gustavo Hurtado Paz, com os quais se reúne e conversa con frequência sobre as atividades de transporte no Pacífico oriental, da organización de narcotráfico.
Nas conversas interceptadas, EVER GIOVANNY HURTADO PAZ fala da apreensão de: (1) do barco Riomar e 2.195 kilogramas de cocaína ocorrida em 19 de agosto de 2005; (2) do barco Danny Ivan com 3.000 kilogramas de cocaína, ocorrida em 16 de setembro de 2005; e, (3) do barco Éxito e 1.652 kilogramas da mesma sustância, em 10 de setembro de 2005. Essas chamadas também estableceram que ajudou a organizar e coordenar a operação com o barco “There Little Piglets Vessel” que logrou entregar 3.000 kilogramas de cocaína em 28 de agosto de 2005, elementos probatórios com os quais também se determina que recebia instruções de Mars Micolta Hurtado e noticias da situação dos envíos do estupefaciente.
Finalmente, ratifica que EVER GIOVANNY HURTADO PAZ é cidadão colombiano, nacido el 15 de maio de 1968, portador da cédula colombiana número 12.917.633 e que no anexo E-11 do pedido de extradição, aparece sua fotografía.
Nesse caso, foram observadas as exigências pelo Governo dos Estados Unidos de América ao apresentar a petição de extradição por via diplomática, isto é, por meio de sua Embajada em nosso país, acompahando cópia da Acusação No. No.06-20139-CR-MIDDLEBROOKS(s), proferida em 5 de mayo de 2006 na Corte Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Meridional da Flórida, mediante a qual se acusa a EVER GIOVANNY HURTADO PAZ, pelos seguintes delitos:
“Acusação 1”
Começando aproximadamente em janeiro de 2003, continuando até a data desta acusação, em datas exatas desconhecidas do Grande Jury, no Condado de Miami-Dade, no Distrito Meridional da Flórida e em outros lugares, os acusados:
PABLO JOAQUÍN RAYO MONTANO (Sic),
alias “Don Pa”,
alias “El Tío”,
MARS MICOLTA HURTADO,
alias “Ornar”,
alias “Calvo”,
alias “La Empleada”,
DOMINGO MICOLTA HURTADO,
alias “Tocayo”,
alias “TK”,
JACKSON OROZCO GIL,
alias “Jake”,
alias “J”,
alias “Compadre”,
MONICA PATRICIA RUIZ MATOREL,
alias “La Doctora”,
JAIR CHANTRE MORENO,
alias “Armando”,
LUIS SEGUNDO POLANCO GARCÍA,
alias “El Indio”,
alias “Quinto”,
IVAN GUSTAVO HURTADO PAZ
alias “El Borracho”,
alias “El Grandote”,
alias “El Ronco”,
LUIS REINAL GRISALES HERNÁNDEZ,
alias “El Amigo”,
alias “Peluza”,
SANDRA OROZCO GIL
YOHIBEL JOSÉ DUNN AGUILERA,
RAMÓN EUSTURGIO MATAMBA PORTOCARRERO,
JOSÉ MARÍA BERMÚDEZ,
alias “Chepe”,
VÍCTOR FIDEL TORRES TORRES,
alias “El Médico”,
EVER GIOVANNI HURTADO PAZ,
alias “Nano”,
RUBÉN MENACA,
alias “Caliche”,
WILMAR PAZ PRECIADO,
DEGUIS DAVID ROMERO ACOSTA,
DAINER CAMACHO BENÍTEZ,
alias “Capuyo”,
alias “Donk”,
JOSÉ ADOLFO HURTADO PAZ,
alias “Chepo”,
JORGE LUIS DUNN AGUILERA,
GUSTAVO MELÉNDEZ DÍAZ,
alias “El Mono”, y
alias “arcotra”,
com conhecimento de causa, de forma consciente e intencionalmente combinaram entre si, associaram-se e concordaram de forma consciente e intencional entre si e com outras pessoas conhecidas e desconhecidas do Grande Júri para importar uma substância controlada para os Estados Unidos de um local fora do país, em violação da Seção 952 (a) do Título 21 do Código dos Estados Unidos, todos em violação da Seção 963 do Título 21 do Código dos Estados Unidos.
“Para os fins da Seção 960 (b) (1) (B) do Título 21 do Código dos Estados Unidos, é ainda alegado que este crime envolveu cinco (5) quilogramas ou mais de uma mistura e substância que continha uma quantidade perceptível cocaína.
“Acusação 2”
Começando aproximadamente em janeiro de 2003, continuando até a data desta acusação, em datas exatas desconhecidas do Grande Jury, no Condado de Miami-Dade, no Distrito Meridional da Flórida e em outros lugares, os acusados:
PABLO JOAQUÍN RAYO MONTANO (Sic),
alias “Don Pa”,
alias “El Tío”,
MARS MICOLTA HURTADO,
alias “Ornar”,
alias “Calvo”,
alias “La Empleada”,
DOMINGO MICOLTA HURTADO,
alias “Tocayo”,
alias “TK”,
JACKSON OROZCO GIL,
alias “Jake”,
alias “J”,
alias “Compadre”,
MONICA PATRICIA RUIZ MATOREL,
alias “La Doctora”,
JAIR CHANTRE MORENO,
alias “Armando”,
LUIS SEGUNDO POLANCO GARCÍA,
alias “Eí Indio”,
alias “Quinto”,
IVAN GUSTAVO HURTADO PAZ
alias “El Borracho”,
alias “El Grandote”,
alias “El Ronco”,
LUIS REINAL GRISALES HERNÁNDEZ,
alias “El Amigo”,
alias “Peluza”,
VÍCTOR HUGO SERNA RAYO,
SANDRA OROZCO GIL,
YOHIBEL JOSÉ DUNN AGUILERA,
RAMÓN EUSTURGÍO MATAMBA PORTOCARRERO,
JOSÉ MARÍA BERMÚDEZ,
alias “Chepe”,
VICTOR FIDEL TORRES TORRES,
alias “El Médico”,
EVER GIOVANNI HURTADO PAZ,
alias “Nano”,
RUBÉN MENACA,
alias “Caliche”,
WILMAR PAZ PRECIADO,
DEGUIS DAVID ROMERO AGOSTA,
DAINER CAMACHO BENÍTEZ,
alias “Capuyo”,
alias “Donk”,
JOSÉ ADOLFO HURTADO PAZ,
alias “Chepo”,
JORGE LUIS DUNN AGUILERA,
GUSTAVO MELÉNDEZ DÍAZ,
alias “El Mono”, y
alias “arcotra”,
Os acusados, com conhecimento de causa, de forma consciente e intencionalmente combinaram entre si, associaram-se e concordaram de forma consciente e intencional entre si e com outras pessoas conhecidas e desconhecidas do Grande Júri para importar uma substância controlada para os Estados Unidos de um local fora do país, em violação da Seção 952 (a) do Título 21 do Código dos Estados Unidos, todos em violação da Seção 963 do Título 21 do Código dos Estados Unidos.
Para os fins da Seção 960 (b) (1) (B) do Título 21 do Código dos Estados Unidos, é ainda alegado que este crime envolveu cinco (5) quilogramas ou mais de uma mistura e substância que continha uma quantidade perceptível cocaína.
“Acusação 3”
Começando aproximadamente em janeiro de 2003, continuando até a data desta acusação, em datas exatas desconhecidas do Grande Jury, no Condado de Miami-Dade, no Distrito Meridional da Flórida e em outros lugares, os acusados:
PABLO JOAQUÍN RAYO MONTANO (Sic),
alias “Don Pa”,
alias “El Tío”,
MARS MICOLTA HURTADO,
alias “Ornar”,
alias “Calvo”,
alias “La Empleada”,
DOMINGO MICOLTA HURTADO,
alias “Tocayo”,
alias “TK”,
JACKSON ROZCO GIL,
alias “Jake”,
alias “J”,
alias “Compadre”,
MONICA PATRICIA RUIZ MATOREL,
alias “La Doctora”,
JAIR CHANTRE MORENO,
alias “Armando”,
LUIS SEGUNDO POLANCO GARCÍA,
alias “El Indio”,
alias “Quinto”,
ÍVAN GUSTAVO HURTADO PAZ
alias “El Borracho”,
alias “El Orándote”,
alias “El Ronco”,
LUÍS REINAL GRISALES HERNÁNDEZ,
alias “El Amigo”,
alias “Peluza”,
SANDRA OROZCO GIL,
YOHLBEL JOSÉ DUNN AGUILERA,
RAMÓN EUSTURGIO MATAMBA PORTOCARRERO,
JOSÉ MARÍA BERMÚDEZ, ,
alias “Chepe”,
VÍCTOR FIDEL TORRES TORRES,
alias “El Médico”,
EVER GIOVANNI HURTADO PAZ,
alias “Nano”,
RUBÉN MENACA,
alias “Caliche”,
WILMAR PAZ PRECIADO,
DEGUIS DAVID ROMERO AGOSTA,
DAINER CAMACHO BENÍTEZ,
alias “Capuyo”,
alias “Donk”,
JOSÉ ADOLFO HURTADO PAZ,
alias “Chepo”,
JORGE LUIS DUNN AGUILERA,
GUSTAVO MELÉNDEZ DÍAZ,
alias “El Mono”, y
alias “arcotra”,
com conhecimento de causa, de forma consciente e intencionalmente combinaram entre si, associaram-se e concordaram de forma consciente e intencional entre si e com outras pessoas conhecidas e desconhecidas do Grande Júri para importar uma substância controlada para os Estados Unidos de um local fora do país, em violação da Seção 952 (a) do Título 21 do Código dos Estados Unidos, todos em violação da Seção 963 do Título 21 do Código dos Estados Unidos.
Para os fins da Seção 960 (b) (1) (B) do Título 21 do Código dos Estados Unidos, é ainda alegado que este crime envolveu cinco (5) quilogramas ou mais de uma mistura e substância que continha uma quantidade perceptível cocaína.
Com a nota diplomática, através da qual se formalizou opedido e as declarações prestadas por Andrea G. Hoffman, Procuradora Adjunta Federal do Escritório do Procurador do Distreito Meridional da Flórida, e a Agente Esdpecial da Administração Antinarcóticos, James McGovern diante do Juiz Magistrado dosEstados Unidos J. O’Sullivan, foram determinadas as circunstâncias de modo, tempo e lugar dos feitos, onde se deram as práticas criminosas que justificam o pedido de extradição.
Esta informação demonstra que de acordo com as interceptações telefônicas efetuadas no desenvolvimento da “Operação Twin Oceans”, conduzida pela Administração Antinarcóticos dos Estados Unidos e o Grupo multi-intitucional denominado “Grupo de Trabalho das Forças da Ordem contra as Drogas e o Crime Organizado” (sigla em inglês: OCEDTF), que o cidadão pedido em extradição está vinculado com as apreensões de cocaína ocorridas no ano de 2005, dos envios realizados pela organização criminosa de Rayo-Montaño, situação que o torna partícipe na provável prática das condutas delitivas, apontadas nas acusações que lhe são feitas pelas autoridades estadounidenses, relativas à associação criminosa com outros indivíduos, conhecidos e desconhecidos do Grande Jury, para importar e possuir com a intenção de distribuir nos Estados Unidos, e possuir a bordo de embarcações submetidas `as Justiça do mesmo Estado,também com a intenção de distribuir 5 quilogramas ou mais de cocaína.
O CASO RAYO MONTAÑO – SOBRE O PROCESSO NO PANAMÁ
Nos primeiros dias de dezembro de 2009, no Segundo Tribunal de Justiça do Panamá, realizou-se a audiencia preliminar sobre a operación internacional “Océanos Gemelos” (Twin Oceans). Ação que tinha como objetivo desarticular uma das organizações mais poderosas dosúltimos tempos, a qual logrou estabelecer uma vasta rede de tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro nesse país.
A jornalista panamenha Adela Coriat, em seu esforço investigativo, dedicou à essa ação extensos editoriais, para ir além do que foi daquilo que foi dado conhecer pelas autoridades e noticiado pela imprensa do país, par informar sobre as implicações e impactos dessa operação no Panamá.
A jornalista produziu um informe em que busca revelar um emaranhado de tramas para ocultação e cumplicidades das elites locais, além das lutas intestinas que envolvem a comunidade de inteligência pelo controle dos procedimentos e da informação produzida.
Os meios de informação, geralmente bastante atentos a esses casos, se limitam a reproduzir as notícias divulgadas pelos órgãos judiciais. Segundo aquela profissional, dado mesmo às implicações que a operação “Océanos Gemelos” tem na vida política e econômica tanto do Panamá como de vários países da Región, esta merecia ter tido além, com outro tipo de divulgação.
Adela Coriat trata de recriar o cenário que se apresentava naquele momento, tal como a misteriosa morte de Franklin Brewster, Chefe da “Unidad Especializada de Investigaciones Sensitivas”; a imediata renúncia de Patricio Candanedo, o poderoso Chefe da Procuradoria Especializada de Drogas, “Fiscalía de Drogas”, sugerindo um clima de hostilidade; a renuncia simultânea de outros três ocupantes de altos cargos daquela Fiscalía; o desmembramento da unidade especializada no combate ao tráfico de entorpecentes e terrorismo da Polícia Técnica Judicial, PTJ; o pedido de renúncia da hoje ex-diretora Delia Cárdenas da Intendência de Bancos; a apressada fusão dos bancos em que estavam registradas as contas da organización criminosa.
Segundo ainda a periodista, os resultados da operação foram anunciadas com muito descaso pelo próprio Patrício Candanedo, quando relatou as apreensões: As ilhas “Las Tres Marías”, situadas nas proximidade de Portobelo; cerca de 12 apartamentos de lujo e 18 casas; umas 8 embarcaciones, entre elas “El Halcón Panamá ” para 100 passageiros e um barco tanque de abastecimento; um hotel; um total de 45 chácaras, 82 contas bancárias; 57 sociedades anônimas e aproximadamente 5 milhões de dólares em espécie.
Rayo Montaño teve apreendidos no Panamá: 94 contas em 14 bancos, 60 sociedades anônimas, três ilhas, 24 veículos, oito embarcações, 40 armas de fogo, dinheiro em espécie e 30 propriedades, entre luxosas chácaras, palacetes de praia, apartamentos e empresas.
Ayú Prado, quem substituiu no cargo o senhor Patricio Candanedo, declarou no início de 2007, que ainda faltavam serem detidas 39 pessoas “com destaque no mundo social, econômico e político, e uns quatro ou cinco funcionários do Gobierno”.
A jornalista Adela Coriat, aponta em sua investigação que, a pesar do alarde da justiça, que pretendia acalmar a pressão da opinião pública, não se produziu nenhuma outra detenção.
Os comentários produzidos pela jornalista acabaram deixam ainda muitas interrogações. Por exemplo: Como foi possivel que nenhum funcionário público tivesse intervindo diante de tão impressionante movimento de capitais e operações financeiras e investimentos? Não existem relatórios de nenhum oficial de contas (Fiscal) da Unidade de Análise Financeira, que está é um anexo do Conselho de Segurança. Os bens adquiridos pela organização criminosa se deram através do sistema oficial (Unidad Administrativa de Bienes) através da “ARI”, outros processo de aquisição tramitaram no “Servicio Marítimo Nacional”, na “ Autoridad de Aeronáutica Civil”, usando o Registro Público, Registro Civil, a Imigração, etc.. Como é possivel que ninguém tenha se enteirado do que estava ocorrendo? Onde estava o controle nos próprios bancos diante de tamanho movimento de capitais?
Questiona a mesma jornalistafaz uma consideração, mais um questionamento, porque em se tratando de uma operação internacional, pareceu que os órgãos oficiais panamenhos foram privados do acesso às informações mais sensíveis em razão de suspeitas de envolvimento ou, simplesmente, não foram levados em conta em suas atribuições; porque aqueles que trabalharam com mais de 100 volumes de um processo que cobria um período de pelo menos cinco anos, ficaram à margem do processo que tem pelo menos 127 cidadãos locais?
O PODEROSO CARTEL DO PANAMÁ
Apesar do Ministério Público registar que Rayo Montaño teria chegado ao Panamá en 1999, as investigações contra sua organización só começaram em 2002, quando foram apreendidos 316 quilos de cocaína na operação denominada “ESTEROS” (em português: Pântanos). Uma semana depois, se confiscou uma avioneta com 3 milhões de dólares em seu interior, que segundo as autoridades judiciais pertenecia ao suspeito.
Em abril de 2003 foi deflagrada a “OPERAÇÃO BUENAVENTURA”, na qual foram confiscados 4 barcos, 15 carros, 11 residências, 4 empresas e foram detidos 10 integrantes da rede criminosa. Em outra operação, denominada “TRANCA”, foram apreendidos US$1.7 milhões.
A tacada final veio ser dada com a histórica operação “OCÉANOS GEMELOS”, na qual a Fiscalía de Drogas do Ministério Público apreendeu 157 veículos motorizados, 25 embarcações, 2 aeronaves, 144 imóveis, entre estes, 3 ilhas en Colón, e US$7.9 milhões entre dinheiro em espécie e contas bancárias.
"As propriedades do narcotraficante colombiano Pablo Joaquín Rayo Montaño passaron de três ilhas a uma cela em uma prisão", disse a administradora de la Agência Estadounidense Antidrogas, DEA, Karen Tandy, ao comemorar a prisão do capo no Brasil.
A DEA e a Procuradoria Federal em Miami nos Estados Unidos, anunciaram ainda a apreensão de mais de US$850.000 em espécie, na cidade de Miami, nove propriedades e Además, seis automóveis, três lanchas (King of the Sea, Doña Bárbara y Mirage) e seis contas bancárias no Sul da Flórida.
O novo juiz designado no caso Rayo Montaño, no Panamá, Diego Fernández e sua suplente, Annabella Jiménez de De la Torre, se declararam impedidos neste proceso. Um novo juíz foi designado para conhecer o caso da rede internacional de tráfico de entorpecentes que era liderada pelo colombiano Pablo Rayo Montaño.
Fontes do Órgão Judicial informaram que as solicitações de impedimento que apresentaron Fernández e De La Torre se baseiam no fato de que um dos advogados defensores que participa neste caso interpôs, ha sete meses uma reclamação contra ambos funcionários, mas que estaria relacionada com outro processo que corre no mesma vara daquela justiça.
O Segundo Tribunal Superior nomeou a dra. María Ortiz como juíz suplente especial do Juizado Nono do Circuito Penal apenas para que conheça o processo em que há 10 pessoas investigadas no Panamá pelo delito de reciclagem de capitais.
Fontes do tribunal expressam preocupação com a segurança dos expedientes do caso Rayo Montaño, do qual teriam desaparecido 5 folhas de grande importância para o processo. Tal fato teria ensejado a contratação de novos funcionários delegados a serem nomeado para a instrução do expediente do caso, tal como confirmado pelo fiscal de Drogas, José Ayú Prado.
Recentemente, o fiscal solicitou auditoría na Fiscalía Primera de Drogas, para os 732 expedientes que são conduzidos em seu despacho, dos quais foi encontrada morosidade em cerca de 30%, entre estes um dos mais relevantes, o de Rayo Montaño
O volumoso expediente, com 240 volumes, do caso Rayo Montaño, ainda não foram depositados no cofre de segurança já que a Fiscalía Primera de Drogas está a espera de que se concretize a mudança das instalacões do Ministério Público para um outro edifício.
A Fiscalía Primera de Drogas não descarta requerer o testimunho do diretor do Serviço Marítimo Nacional, Ricardo Tradd, nas investigaciones que são desenvolvidas em torno à venda de imóveis a pessoas vinculadas com a organização do narcotraficante colombiano Pablo Rayo Montaño.
O titular do despacho de instrução, José Ayú Prado, disse que a referida possibilidade está sendo estudada e que no caso em que se decida pedir ol testemunho de Tradd, isso teria que ser feita através de uma certificação juramentada, dado ao cargo do funcionário, em respeito ao que establece o Código Judicial (Processual).
Com relação ainda ao trabalho investigativo de Adela Coriat, a também jornalista Gloria Leiva Gaitán, em sua coluna no Diario Día a Día, Panamá, escreveu :
“Em um certo dia de junho de 2006 o fiscal (Procurador) Primeiro de Drogas, Patricio Candanedo, chega com seus advogados na “Procuraduria de la Nación” para apresentar sua carta renuncia”. (Gloria Leiva Gaitán).
Depois de 27 anos de servir ao Ministério Público, o Primeiro Fiscal de Drogas, Patricio Candanedo Miranda, renuncia a seu cargo.
Na carta apresentada por Candanedo a Procuradora Geral, Ana Matilde Gomez, afirma que desde a ápice de seus esforços profissionais na Operação "Océanos Gemelos", vinha se desenvolvendo contra si um súbito clima generalizado de ataques e críticas injustificadas, referindo-se a pessoas do quadro interno e também de fora do Ministério Público.
Candanedo Miranda nega que a morte do Chefe da “Unidade Sensitiva da Polícia Técnica Judicial, Franklin Brewster, e la suposta ameaça de bomba no Edificio Avesa, tenham sido o motivo principal para sua decisão. Mas sim contribuíram para chegar a ela.
Durante sua trajetória como Fiscal Primero de Drogas, Candanedo concluiu com sua equip mais de 300 operaçõees internacionais, apreensão de mais de 200 toneladas de droga com organismos judiciais e policiais, que sirviram para desarticular un grande úmero de bandos organizados, dedicados ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Uma das mais recentes operações onde Candanedo colaborou, e que ainda não havia sido concluída, estava a "Océanos Gemelos".Neste caso se logrou apreender cerca de 52 toneladas de droga, houve mais de 100 acusados, froam apreendidos 50 milhões em dinheiro, bens e valores, 150 contas bancárias, mais de 100 empresas y sociedades, 100 veículos e umas 40 embarcações.
Outro dos casos foi o das “Fuerzas Armadas Revolucionárias de Colombia”, (FARC), onde houve a apreensão de drogas e armas e se derrubou uma avioneta que transportava 400 quilos de cocaína.
Com todos os percalços, ainda em dezembro de 2009, o Ministerio Público do Panamá intimou para fins de indiciamento, no caso Rayo Montaño, 130 pessoas vinculadas à rede criminosa do traficante colombiano.
José Abel Almengor, fiscal antidrogas do MP, declarou à imprensa que a petição foi formulada dentro daquilo que contém o relatório do fiscal (Procurador) do caso Rayo Montaño, que foi enviado ao 9º Tribunal Penal do Panamá, acompanhado dos anexos correspondentes e de un informe financeiro de mais de 1.600 páginas.
O informe financeiro foi elaborado por perítos contabeis da “Dirección de Investigación Judicial”, (DIJ) da Policia Nacional (PN) e demonstra o crescimento injustificado em vários milhões de dólares da organização de Rayo Montaño.
Almengor indicou que na documentação remetida se requer ao Juíz a indiciação demais de 130 pessoas, acusads dos crimes de lavagem de dinheiro, crimes contra la economia nacional e de tráfico de drogas.
A fiscalía antidrogas do Ministério Público formalizou acusação contra Rayo Montaño e outros envolvidos, entre eles uma dezena de panamenhos e colombianos detidos em 16 de maio 2006 no Panamá, durante a operação antidrogas.
Ressaltou que o informe revela a ocorrência simultânea de aquisição de bens por valores milhonários, sem justificativa , negócios efetuados em dinheiro em espécie e patrimônios não justificados também de valores milhonários.
Na petição se encontram todas as etapas da lavagem de dinheiro e também do tráfico de drogas, descobertas no decorrer das operações policiais antidrogas denominadas "Estero" y "Buenaventura", que antecederam à atual operação Océanos Gemelos, nas quais o MP apreendeu quantidades importantes de substâncias ilícitas da organização de Rayo Montaño.
O Ministerio Público panamenho solicitou asistência judicial à autoridades brasileiras neste caso, como a extradición de Rayo Montaño a declaração de indagatoria do ex-futebolista colombiano Fredy Rincón, supostamente vinculado a essa organización criminosa, entre outras.
Rincón, que na época, vivia no Brasil, sobre quem pesa uma orden de captura emitida pelas autoridades panamenhas, teve alguns bens apreendidos no Panamá.
Rayo Montaño foi detido em 16 de maio de 2006 na cidade de Sao Paulo como parte da operación denominada "Oceános Gemelos", coordenada pelos Estados Unidos, da qual participaram Panamá, Brasil, Colombia, Costa Rica, Venezuela, Equador e México.
Segundo ainda o relatório do MinistérioPúblico do Panamá, a organização de Rayo Montaño transportava em média 20 toneladas de cocaína mensalmente desde a Colombia e Venezuela para os Estados Unidos e Europa, segundo as autoridades estadounidenses, sendo que contava no Panamá com uma ampla infraestrutura para suas atividades.
Segue o relatório:
A operação internacional contra o cartel teve como resultado mais de uma centena de acusados e a apreensão de 52 toneladas de drogas, 50 milhões de dólares en dinheiro, valores e bens, assim como 150 milhões de dólares en contas bancárias.
A organização de Rayo Montaño também tinha no Panamá três ilhas no Caribe e dezenas de propriedades.
Anteriormente o MP havia informado que entre os ativos apreendidos pertencentes a Rayo Montaño e outras pessoas no Panamá estavam 157 veículos motorizados, 25 embarcações, 2 aeronaves, 144 imóveis, 6,2 milhões de dólares em espécie e 152 contas bancárias com depósitos de 1,7 milhões de dólares.
No final de setembro de 2007 o narcotraficante Domingo Micolta, 32 anos, um dos sócios de Rayo Montaño foi extraditado para os Estados Unidos. O mesmo era requerido pela corte de Justiça do Sul da Flórida, onde era processado juntamente com outras 30 pessoas ligadas ao mesmo grupo investigado na Operação “Twin Oceans” (Océanos Gemelos).
Domingo Micolta, de nacionalidade colombiana, aparece como responsável no Panamá por várias empresas supostamente ligadas com o cartel. Este, e outros quatro membros de sua família tinham cédulas de identidade do Panamá. Dois de seus irmãos e sua tia foram detidos no Panamá durante a referida operação “Océanos Gemelos”.
Em agosto de 2016 o “Juzgado Noveno Penal do Panamá” expediu sentença condenatória contra Rayo Montaño, absolvendo outras 56 pessoas, entre estas o ex-futebolista colombiano Freddy Rincón.
Com base em nota do mesmo Tribunal a imprensa panamenha dá o seguinte informe:
Depois de um processo que se prolongou por seis anos, o Juzgado Noveno Penal condenou ontem a nove anos e três meses de prisão, pelo crime de lavagem de dinheiro o colombiano Pablo Rayo Montaño, suposto chefe de una rede criminosa desmantelada em 2006 como parte da chamada “Operación Océanos Gemelos”, que envolveu quatro países.
Em sentença mista, datada de 16 de agosto de 2017, o juiz Fernando Basurto também condenou a 6, 7, 8, 9 e 13 anos de prisão para outros 14 acusados, absolvendo 56 pessoas, entre elas o ex-futebolista colombiano Freddy Rincón, cuja ordem internacional de captura foi tornada sem efeito.
Entre os condenados a penas de nueve anos de prisão estão:
Manuel Gómez Mosquera,
Never Hinojosa Moreno,
Vianor Mercedes Rentería e
Ramón Hurtado Bellaiza.
Enquanto que a seis anos de prisão doram condenados:
Moisés Cattán,
Freddy Tenorio,
José Manuel Medina e
Alcides Bethancourt.
Foram condenados a 13 e 8 anos de prisião, respectivamente,
Yovany Jaramillo Tovar e
Max Jaramillo Tovar
Deverão cumprir a pena de sete anos de prisão:
Salomón Hinojosa Asprilla e
Gabriel Antonio Villas
Pablo Rayo Montaño se encontrava ainda preso no Brasil, país onde enfrentava acusações pela prática de delitos relacionados ao narcotráfico.
A Corte Suprema de Justicia do Panamá informou que dentro da sentença condenatória de Rayo Montaño foi imposta ainda o adicional de 100 dias multa, taxados en 50 dólares cada um, num total de 5.000 dólares.
No processo de Rayo Montaño, relativo à operação antidrogas “Océanos Gemelos”, fica evidenciado que o mesmo dirigia uma rede formada por cinco grupos criminosos acusados de traficar droga e armas, além de lavar dinheiro na Colômbia, Guatemala, Panamá e Estados Unidos.
De acordo com informes fornecidos pelo Ministério Público do Panamá, Rayo Montaño chegou nesse país en 1996, depois da detenção na Colombia de cinco de seus irmãos e do confisco de seus bens naquele país.
Na verdade, como já abordado em páginas anteriores, as ações do Panamá, contra a organização de Pablo Rayo se iniciaram em 6 de novembro de 2002, com a "OPERACIÓN ESTERO", onde se foram apreendidos 316 pacotes de cocaína, 410 comprimidos de heroína e 57 pacotes da mesma substância. Posteriormente, em 9 de abril de 2003 se efetuou a "OPERACIÓN BUENAVENTURA N.1", onde se apreendeu embarções, botes, autos e imóveis entre outros bens.
Seis meses depois foi deflagrada a "OPERACIÓN TRANCA", onde se apreendeu US$1.687.020 e detidas 12 persoas.
Logo foi efetada a "OPERACIÓN BUENAVENTURA N. 2” , na qual foram apreendidos 3 millones de dólares, quatro embarcações de maior calado e 3 lanchas.
As investigações relacionadas à operação ”Twin Oceans” (Océanos Gemelos). Contou com a participação de investigadores dos escritórios da DEA em Miami, Tampa, New York, Chicago, Los Angeles e Indianapolis, bem como teve o apoio de policiais colombianos de Cartagena and Bogota; policiais federais de Sao Paulo, Brasil; além das polícias de San Jose, Costa Rica; Buenos Aires, Argentina; Guayaquil, Equador; Cidade do México; Cidade do Panamá; Caracas, Venezuela; e Madrid, Espanha.
Rayo Montaño preso no Brasil em 16 de maio de 2006, foi indiciado no processo nº 0006251-86.2006.4.03.6181juntamente com Eduardo Alfredo Bozza Haddad; Elisabeth Manrique Albear; Marcelo Felmanas; Marcia Felmanas; Miguel Felmanas; Mira Friedberg Felmanas; e Monica Felmanas.
OS BENS DA ORGANIZAÇÃO DE RAIO MONTAÑO NO PANAMÁ VÃO A LEILÃO
Emnovembro de 2019, quase 17 anos que as as autoridades do Panamá começaram a investigar a poderosa rede de narcotráfico que operava no país, vinculada ao colombiano Pablo Rayo Montaño, a “Dirección de Administración de Bienes Aprehendidos”, do Ministério da Economía e Finanças, deu início ao processo de leilão de alguns bens confiscados ao grupo.
Entre as propriedades estão relacionados três apartamentos situados em luxosos bairros do distrito de Bella Vista, na capital, que em conjunto custam cerca de U$ 1 milhão.
Um dos imóveis está localizado no barrio El Cangrejo. Trata-se de um penthouse de 572 metros quadrados, no condomínio Doral Plaza, con un valor estimado de US$500.000.
Outro se encontra no condomínio The Millenium, em Obarrio. Se trata de um imóvel de 177 metros quadrados, cujo preço aproximado é de US$250.000.
Um terceiro imóvel está localizado na Avenida Balboa, no condomínio Coral Reef, com 37 metros quadrados, avaliado em US$130.000.
A hasta pública do apartamento de El Cangrejo estava programada para 19 de noviembre, enquanto a propiedade em Obarrio foi arrematada em 25 de otubro passado, mas cabou anulada pela falta de proponentes, de acordo com o relatório do diretor da “Administración de Bienes Aprehendidos”. Não obstante, deverá se realizar nova convocatória de hasta pública.
O imóvel da Avenida Balboa, cabou vendido por valor acima do estimado. estimado.
Muitas das propriedades adquiridas por Rayo Montaño no Panamá,estão localizadas na zona restituíida ao Panamá, muitas delas foram pagas em dinheiro. Mas nenhum funcionário da entidade responsável, a antiga “Autoridade da Região Interoceânica”, foi processado em razão da venda dessas propriedades. Essa instância era responsável por gerenciar a venda de propriedades e o uso das terras transferidas para o Panamá em etapas, desde que foram desocupadas pelos militares norte-americanos antes lotados nas bases da zona do canal.
A imprensa panamenha, no geral, deu especial destaque às seguidas e bem sucedidas operações conduzidas pela Fiscalía de Drogas e a Policía Nacional do Panamá, notadamente, depois que o narcotráfico foi identificado como sendo uma ameaça real à segurança do hemisfério.
No entando, os mesmo órgãos da imprensa que elogiam, não deixam de fazer menção ao fato de que alguns destes criminosos capos do cartel da droga tenham estado realizando transações comerciais com entidades do Estado panamenho, para adquirir bens raíz em áreas restituídas ao Panamá,como Clayton e Dos Ríos. Os veículos de comunicação chamam a atenção dos organizamos governamentais para que se estabeleçam controles sobre o ingresso de capitais de origem desconhecida ou ilícitos e de pessoas vinculadas ao negócio do narcotráfico.
Nos anos 80, o Panamá foi fortemente utilizado como ponto de reunião dos diferentes carteis da droga, onde se negociavam estratégias de operações e, inclusive, a entrega de alguns de seus líderes às autoridades norteamericanas.
Depois de décadas os narcotraficantes voltam, não para serem processados o entregues às autoridades, mas para desfrutar da segurança, tranquilidade e para usufruir das facilidades do sistema bancário local e envenenar o sistema financeiro nacional panamenho com seu dinheiro sujo.
Assim, periódicos como “La Prensa” ressaltam a premente necessidade de que sejam reforçadas as medidas de segurança já que, do contrário em muito pouco tempo, os traficantes não só estejam fazendo negócios às margens do Canal, como também elegendo eles mesmos os seus escolhidos para os cargos públicos.
Informes de inteligência, extra-autos, mencionavam escândalo ocorrido na sequência da operação da DEA contra o cartel de Pablo Joaquín Rayo Montaño no Panamá, o possível envenenamento do inspetor chefe da Unidade Antiterrorismo a Polícia Técnica Judiciária e, logo, o pedido de demissão do fiscal Primero de Drogas del Ministerio Público, por ameaças de morte que vinha sofrendo; informes dos quais não se sabe seu encaminhamento.
O TRÁFICO DE COCAÍNA ATRAVÉS DO EQUADOR
Informe de inteligência, mais tarde confirmado, já no decorrer da “OPERAÇÃO TWIN OCEANS”, ou “OPERACIÓN OCEÁNOS GEMELOS” (2005/2006), as principais a rotas marítimas do tráfico com as lanchas rápidas incluíam os portos de Esmeralda e Manta, ambos no Equador.
Os grandes carregamentos de cocaína passam pelo Equador tanto por vía marítima como via terrestre. Sendo que as rotas principais seriam aquela que parte de Tumaco, do departamento produtor de coca de Nariño - Colombia, ingressando no Equador pla provincia de Esmeraldas, seguindo,via marítima até as Ilhas Galápagos, em trânsito para o México, Estados Unidos.
Uma segunda rota indicada seria de Buenaventura, no departamento del Valle, o principal porto colombiano no Pacífico, para chegar aos portos equatorianos de Manta e Guayaquil, de onde segue para as Ilhas Galápagos, em trânsito para os Estados Unidos.
Investigações das seguidas operações antidrogas da polícia colombiana, demonstraram que a droga transportada em lanchas rápidas desde a Colombia é transferida para os barcos pesqueiros e cargueiros em portos do Equador e Panamá. Fica evidenciado que os principais compradores das drogas que saem da Colômbia são os carteis mexicanos de Sinaloa, Juárez e Tijuana.
Nas últimas décadas o Equador além de abrigar laboratórios de cristalização de cocaína e zonas de descanso das FARC, tornou-se país trânsito para os grandes carregamentos de cocaína que seguem via marítima para o México e Estados Unidos.
A cocaína produzida no Perú, na região selvática do Marañon (Amazonas) e Alto Huallaga, é enviada para a província de “El Oro” no Equador, de onde segue para Manta e Ilhas Galápagos para chegar ao México e EstadosUnidos.
Algumas empresas dedicadas à exportação, notadamente aquelas que exportam camarões e pescados, servem de cobertura para o tráfico da droga que é ocultada em containeres frigorificados. Tais empresas operam principalmente em Esmeraldas, Manabí, Guayas e El Oro, exportando para o México, Estados Unidos e também Europa. Trata-se de uma maioria de empresas estrangeiras, em geral registradas em nome de laranjas, no intuito de cobrir a real identidade de seus sócios proprietários.
O sul da Colômbia, incluída a área de fronteira com o Equador, é uma das regiões onde as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) resistem a uma ofensiva militar iniciada em 2002 pelo então presidente Alvaro Uribe com o apoio dos Estados Unidos.
A presença da narcoguerrilha colombiana no Equador, desde os anos 90, tem sido uma constante, contudo, pouquíssimas vezes foram parados em seu intento de formar bases naquele. Fato que levam muitos analistas a considerarem um caso grave de conivência criminosa de políticos e militares equatorianos corruptos.
Em setembro de 2005, exército do Equador, encontrou e destruíu um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC, dentro do território equatoriano, perto da fronteira com a Colômbia.
De acordo com os militares equatorianos, no local havia alimentos para até 200 pessoas, dormitórios masculinos e femininos e abrigo para animais. As fontes informaram ainda ter encontrado certa quantidade de cocaína.
O acampamento estava localizado dentro do território de Equador, a na fronteira com o Departamento de Putumayo, Colômbia.
Em 1º de março de 2008, as forças armadas colombianas, com o apoio aéreo de helicópteros, borbardearam uma acampamento de guerrilheiros na zona rural do município de Ipiales, no departamento de Narino, a 700 metros da linha da fronteira, em território equatoriano, eliminando pelo menos 20 guerrilheiros, além do comandante Raúl Reyes, número 2 na estrutura de mando das FARC.
Efetivos da inteligência, que invadiram o local do acampamento, lograram arrecadar três notebooks, dois discos rígidos e três pen-drives dados como pertencentes a Raúl Reyes. A análise do material levou à localização de milhares de arquivos, cujos conteúdos foram posteriormente divulgados em Londres, pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).
O arquivos da guerrilha revelaram uma rede de contatos ao nível mundial, com redes de fornecedores de armas e políticos, bem como o fortíssimo esquema do narcotráfico, sua principal fonte de recursos capaz de manter tamanha estrutura de chegou a contar com pelo menos 10 mil guerrilheiros equipados com armamento moderno.
Apesar das ações militares na fronteira colombo-equatoriana as rotas do narcotráfico através do Equador continuam até hoje ativas, e as apreensões de carregamentos de drogas que são transportados com apoio em portos do país continuam a ocorrer em volumes cada vez maiores.
Em dezembro de 2019 a Marinha do Peru apreendeu uma embarcação semi-submersível carregada com 2 toneladas de cocaína. Nessa operação, foram presas quatro pessoas que estavam abordo da mesma, sendo um cidadão mexicano, um equatoriano e dois colombianos.
O submarino foi interceptado no dia 7 de dezembro, a 330 km da costa na altura da cidade de Talara, sendo rebocado para o porto de Paita, onde a Marinha deverá investigar, entre outros detalhes, quais materiais foram usados para que o submarino pudesse escapar dos radares.
Segundo o coordenador do Ministério Público peruano contra o crime organizado, a droga foi embarcada no mini submarino em área do sul do Equador, tendo como destino final o México.
Na tentativa de fugir à patrulhas da Guarda Costeira e Marinha Colombiana a embarcação desviou para águas peruanas, one foi interceptada.
Embora seja a primeira vez que um narcossubmarino seja encontrado no Peru, existem registros do transporte marítimo de drogas a partir de portos do país. A maior parte da droga que é exportada pelo Peru, cerca de 400 toneladas por ano, seria por via marítima, segundo as autoridades.
Em outubro de 2020, as Forças Armadas do Equador desmantelaram três acampamentos paramilitares perto da fronteira com a Colômbia, onde detectaram a presença de grupos armados colombianos vinculados ao narcotráfico.
A operação militar foi realizada entre 27 e 30 de agosto de 2020, na fronteira do Putumayo. Fontes do exército do Equador informaram que no local froam encontraradas munições, coletes, mochilas de combate, carregadores, toldos, minas antipessoais, alimentos e diversos objetos de logística.
Os militares também encontraram panfletos com emblemas do grupo armado Comandos da Fronteira, com a sigla CD, que se sabe ser formado por dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que estariam se reagrupando, após o processo de paz.
De acordo com a agência de notícias equatoriana Análisis Urbano, o CDF está em permanente confronto com outras dissidências das FARC na região, para controlar o tráfico de cocaína destinado ao Equador, e se fortalece com o recrutamento de crianças e jovens, que são levados para trabalhar nos laboratórios de processamento de cocaína.
Outros grupos dissidentes das FARC que praticam crimes na fronteira norte do Equador é a “Frente Oliver Sinisterra” e “Nova Marquetalia”, grupo armado narcoterrorista que recruta jovens venezuelanos, para engrossar suas fileiras. Marquetalia é uma zona rural, localizada no estado de Tolima, na Colômbia, considerada historicamente como o berço das FARC.
MINI SUBMARINOS, SEMISUBMERSÍVEIS - OS NARCOSSUBMERSÍVEIS
Durante a década de 80 do século passado, aviões e lanchas eram o meio preferido dos narcotraficantes para transportar suas mercadorias entre a Colômbia e os Estados Unidos, mas à medida que os métodos e tecnologias das forças da ordem melhoravam para interceptar e capturar esses meios de transporte.
No tocante ao transporte, os cartéis investiram parte de seus enormes recursos em inovação tecnológica, buscando opções que minimizassem ou eliminassem o risco de detecção, perseguição e captura de suas embarcações, surgindo ai a opção dos semissubmersíveis.
Na década de 1990, o cartel de Medellin, da Colômbia, começou a considerar os "narco-submarinos" como um método secreto e inovador de distribuição de seus produtos. Como os cartéis de drogas colombianos da época eram organizados verticalmente - eles controlavam as várias etapas da cadeia tráfico (cultivo, fabricação, distribuição de cocaína, etc.) - eles compreenderam bem o valor econômico da capacidade em controlar com eficiência a entrega de narcóticos ao seu destinatário, reduzindo o risco de detecção, interceptação e apreensão.
Nos anos 90, à medida que a tecnologia de radar e comunicação mantida por unidades militares e agências de combate ao crime melhorava, pequenos aviões e lanchas pertencentes aos cartéis colombianos tornaram-se mais facilmente detectáveis. Como resultado da pressão cada vez maior de governos e autoridades policiais, os traficantes de drogas tiveram que criar contramedidas e desenvolver formas inovadoras de transportar e entregar suas drogas.
Depois do colapso do Cartel de Medellin, no início dos anos 1990 e, subsequentemente, das prisões dos líderes do Cartel de Cali, os lugares-tenentes restantes e suas respectivas organizações emergentes de tráfico de drogas continuaram a fazer investimentos em novas tecnologias para os narcossubmarinas.
Embora corressem rumores sobre a existência desses artefatos, foi somente em 1993 que a primeira unidade foi capturada pela Guarda Costeira americana, perto da Ilha de San Andrés (Colômbia). Não era um barco totalmente submersível, mas sim um semissubmersível em que a maior parte do casco permanecia submersa enquanto a cabine e os escapes estavam acima da linha d'água, movendo-se a uma velocidade máxima de 10 nós. Com sete metros de comprimento, esse primeiro narco submarino, construído em fibra de vidro e madeira, podia transportar até duas toneladas de mercadorias e tinha uma tripulação de duas pessoas.
Como resultado, os cartéis de drogas colombianos começaram a alocar recursos econômicos e investir na produção de narco-submarinos como um método alternativo de transporte e distribuição. Engenheiros navais russos foram contratados pelos cartéis para auxiliar no projeto e na construção dos narco-submarinos.
O objetivo aparente dos contrabandistas de drogas era desenvolver uma embarcação que fosse autopropelida, capaz de desviar de radares, furtiva e com autonomia para longas distâncias.
As organizações do narcotráfico também começaram a construir submarinos totalmente submersíveis, o primeiro dos quais foi descoberto no Equador em 2010. Eles só podem ser detectados por radar-sonar, que normalmente só os navios de guerra dispõem.
Apesar dos esforços de várias agências nacionais e internacionais para apreender drogas, prender contrabandistas, interromper a capacidade operacional dos cartéis e diminuir o fluxo de drogas ilícitas, o contrabando de drogas continua. As agências internacionais da lei e unidades militares têm colaborado cada vez mais e seus esforços resultaram em numerosas apreensões e prisões no litoral e no oceano. No entanto, as atividades de contrabando de drogas no hemisfério ocidental ainda persistem.
O fato de que os semissubmersíveis construídos por "EL INGENIERO" tenham partido do Golfo de Urabá não é surpreendente, pois esta área é um ponto de partida conhecido para carregamentos de drogas devido à sua localização estratégica na costa caribenha, perto do Panamá. A área também é uma fortaleza para o grupo "los Urabeños", que fizeram sua incursão no submundo do crime cobrando "pedágio" sobre os carregamentos de contrabando que saíam do golfo. Desde então, a organização se tornou o mais poderoso dos sindicatos criminosos da Colômbia e um importante ator no comércio transnacional de drogas.
Tanto nos Estados Unidos quanto na Colômbia, a pergunta sem resposta é sobre qual a origem da tecnologia naval com a qual esses artefatos são construídos. Muitos pensam que pode estar na própria Marinha, pois são eles que têm o conhecimento para fazê-lo. Mas há quem diga que se tratou simplesmente de tecnologia importada, como atesta um submersível encontrado em setembro de 2000, nos arredores de Bogotá, cuja tecnologia aplicada motivou a presença de autoridades russas interessadas no assunto. Neste caso, narco submarino de Facatativa, apreendido ainda semiacabado, em uma oficina perto de Bogotá. Projetado por engenheiros navais russos, media 36 metros de comprimento, construído com casco duplo de aço e poderia ter viajado 2.000 milhas náuticas (3.700 quilômetros) submerso até 100 metros de profundidade, com uma carga de 150 a 200 toneladas de cocaína tripulada por Doze pessoas.
Dados do Departamento de Defesa dos Estados Unidos indicam que em 2006 foram capturados três semissumersíbles colombianos, em 2007 esse número subiu para 40. A Armada Colombiana apreendeu 22 desses artefatos o ano passado, nove cairam em mãos da Fuerça Naval do Pacífico e outros 13 foram afundados. Nesses artefatos, segundo os cálculos, eram transportados um total de pelo menos 105 toneladas de coca.
A partir de 2007, a construção de narco submarinos atingiu sua maturidade, com desenhos altamente padronizados, mais rápidos, mais difíceis de detectar, capazes de transportar maiores cargas e percorrer maiores distâncias. Os aprimoramentos do projeto incluem revestimentos de chumbo que minimizam o acúmulo de calor para evitar a detecção infravermelha e tintas de diferentes tons, dependendo da área em que operam para melhorar a camuflagem. Nos últimos doze anos, foram capturadas dessas embarcações nas águas do México, Guatemala, Colômbia, Equador (incluindo uma unidade de 30 metros coberta com Kevlar), Costa Rica, Brasil, Panamá, Estados Unidos e já em 2021, na Espanha.
O tema é tão preocupante, que faz parte do informe que o Grupo de Força Tarefa Conjunta do Sur entregou em março de 2008 ao Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Joseph Nimmich, Almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos e diretor da Fuerça Tarefa Interagencias do Sul, disse em entrevista prestada em 2008, via Internet, que a máfia estava usando uma média de 80 pequenos “submarinos” para transportar a droga. Segundo o almirante, já são detectadas três generações de semissumersíveis: os primeiros eram de fibra de vidro e um motor e os novos são de aço, com dois motores diesel, logo surgiram aqueles com motores elétricos.
O que está claro para a Marinha é onde são construídos esses artefatos. Em Departamentos como Nariño, Cauca, Valle e Chocó existem pelo menos 15 rios navegáveis que são usados para o transporte de drogas e, em muitos casos, para a instalação de estaleiros clandestinos. José Gómez, comandante da Regional Três da Polícia no sudoeste da Colômbia, explicou que por trás dessa estrutura de navegação estão os “RASTROJOS”, sob o comando de LUIS ENRIQUE CALLE SERNA, sucessor do chefe Wílber Varela, e a Frente 30 das Farc. Sob suas ordens, eles recrutam pescadores aos quais oferecem entre 30 milhões e 60 milhões de pesos, dependendo de seu papel durante a viagem.
Esses tipos de embarcações operam há mais de 25 anos na costa do Pacífico americano e no Caribe, cobrindo a rota da Colômbia aos Estados Unidos, movendo-se furtivamente alguns metros abaixo da água, transportando toneladas de drogas a cada viagem. exigindo um grande esforço de coordenação entre as diferentes forças de segurança de diferentes países para tentar interpeceptá-los e captura-los.
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos estima que 32% da cocaína transportada entre a América Latina e os Estados Unidos é transportada em narco submarinos. Presumivelmente, os esforços das autoridades para capturá-los levarão os narcotraficantes a continuar investindo em inovação para desenvolver melhores unidades em termos de ocultação, rapidez e capacidade de carga. O uso de drones ou veículos autônomos pode abrir uma nova avenida de inovação tecnológica no contrabando.
A Dra. Michelle Jacome Jaramillo, em seu trabalho intitulado "The Revolutionary Armed Forces of Colombia (FARC) and the Development of Narco-Submarines", publicado na revista especializada “Journal of Strategic Security”, delineia as diferentes fases do desenvolvimento dos “narco-submarinos”, destacando a determinação das FARC em superar os desafios presentes em cada projeto, demonstrando como a aquisição sistematizada de informações e conhecimentos por parte dessa organização narcoterrorista e narcotraficante lhe permitiu a construção de tais artefatos, hoje embarcações totalmente submersíveis, algumas com capacidade o transporte de até 10 ton. de produtos ilícitos. (Em: https://scholarcommons.usf.edu/jss/vol9/iss1/6).
O almirante Stavridis, ao prefaciar a obra dospesquisadores Byron Ramirez and Robert J. Bunker, intitulada “Narco-Submarines Specially Fabricated Vessels Used For Drug Smuggling Purposes”, assim concluiu:
“Finally, it is important that we collectively consider the potential of these types of vessels to transport more than just narcotics: the movement of cash, weapons, violent extremists, or, at the darkest end of the spectrum, weapons of mass destruction”. (Admiral James Stavridis, US Navy).
Tradução: Finalmente, é importante que coletivamente nós consideremos o potencial deste tipo de naves para transportar mais que apenas drogas: o movimento de dinheiro, armas, extremistas violentos, ou, no extremo mais escuro do espectro, armas de destruição em massa.
NARCO-SUBMARINOS - OPERATION CARIBBE – OPERATION MARTILLO
Apesar dos esforços de forças militares e policiais de vários países, a OPERATION MARTILLO, tendo como alvo as rotas do tráfico ilícito nas águas costeiras do Instimo da América Central, o fluxo de drogas ilícitas em direção aos Estados Unidos continuava em níveis altíssimos e crescentes.
A chamada “OPERATION MARTILLO” (Operação Martelo), é uma operação multinacional antidrogas, que começou em 15 de janeiro de 2012, como objetivo de combater o tráfico internacional de drogas, intensificar a segurança regional, e promover a paz, estabilidade e a prosperidade através da América Central e do Sul.
As forças de defesa e Polícia de Belize deram apoio terrestre, com ajuda adicional do Canadá
A participação canadense na referida operação, que começou em 2006 com o nome de “OPERATION CARIBBE”, tinha como propostas eliminar o tráfico ilícito de organizações criminosas na região do Mar do Caribe e na costa leste do Oceano Pacífico, incluído forças de aéreas e marítimas.
A operação CARIBBE começou em novembro de 2006. Em outubro de 2010, ela se expandiu com base em um Memorando de Entendimento (MOU) entre os EUA e o Canadá. O MOU permite que as equipes da Guarda Costeira dos EUA operem a partir de navios de guerra canadenses.
A Operação CARIBBE diz respeito à participação do Canadá nas operações avançadas de combate aos narcóticos lideradas pelos EUA no Mar do Caribe e no leste do Oceano Pacífico.
No âmbito desta operação, os navios e aeronaves das Forças Armadas Canadenses (CAF) são estacionados na região em uma base rotativa para apoiar a missão dos EUA de suprimir o tráfico em águas internacionais e no espaço aéreo.
Essa operação envolve a movimentação rotativa, ou seja, navios e aeronaves participam em momentos distintos ao longo do ano, com tripulantes e auxiliares em número variável.
O Canadá emprega navios de guerra e tripulações da Marinha Real do Canadá nessa missão, para o trabalho conjunto com a Guarda Costeira dos Estados Unidos (USCG).
O Canadá também envia aeronaves de patrulha de longo alcance, os CP-140 Aurora da Royal Canadian Air Force, que patrulham o espaço aéreo internacional, área cobre o Mar do Caribe, o Golfo do México e o leste do Oceano Pacífico
Os navios de guerra localizam rastreiam as embarcações suspeitas. As equipes destacadas para execução da lei da Guarda Costeira os interceptam, embarcam e inspecionam os barcos e as cargas.
Nos últimos quatorze anos, a CAF contribuiu para a interrupção ou apreensão de aproximadamente 105 toneladas de cocaína e mais de 6,725 toneladas de maconha.
A partir de 2012, com o crescimento alarmante do tráfico de droga desde a Colômbia para os Estados Unidos, com a inauguração da Operação multinacional dnominada “Operation Martillo”, passam a integrar os esforços canadenses os seguintes países:
Colômbia, El Salvador, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Holanda, Nicarágua, Panamá, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. (Em: https://www.canada.ca/en/department-national-defence/services/operations/military-operations/current-operations/operation-caribbe.html).
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e o Crime Organizado, (UNOCD), em 2013 estimava que a produção anual de cocaína chegaria a 900 toneladas. As apreensões da droga no decorrer da “Operção Martillo” passaram de 78 toneladas em 2012 a 162 toneladas em 2013. Em 2015 o mesmo organismo internacional de controle das drogas ilícitas estimava um crescimento de 44% na produção anual da cocaína na Colômbia, com perspectivas de aumento na produção prevista para 2016.
No decorrer da OPERAÇÃO MARTILLO, em cinco anos apenas, no período compreendido entre janeiro de 2012 e fevereiro de 2017, foram apreendidas 693 toneladas de cocaína, interditados 581barcos e aeronaves, e 1.863 traficantes presos.
HOMEM POR TRÁS DOS NARCO-SUBMARINOS
No final de abril de 2011, a Polícia Federal da Argentina prenderam no aeroporto de Ezeiza um cidadão colombiano ao qual acusam de ser o cérebro por trás dos mini submarinos utilizados pelo narcotráfico para o transporte de drogas. Trata-se de IGNACIO (NACHO) ALVAREZ MEYENDORFF, que teria trabalhado para o cartel colombiano de drogas, Cartel do Norte del Valle, organização que veio ocupar os espaços do extinto “Cartel de Cali”.
ALVAREZ MEYENDORFF, que já morava na Argentina desde 2005, e residia em uma área exclusiva do bairro de Puerto Madero. Ele foi detido ao desembarcar no aeroporto de Buenos Aires, quando retornava de uma viagem de férias com a família no Taiti.
A organização criminosa, como tal, só foi desbaratada em abril de 2012, no âmbito de um operativo da Polícia Federal da Argentina denominado “OPERACIÓN LUIS XV”, em que se apreendeu 253 quilos de cocaína escondidos en móveis de estilo que seriam enviados à Europa e Estados Unidos, os quais estavam armazenados em dois galpôes na localidade de Lanús, nos arredores de Buenos Aires.
Em junho de 2011, haviam sido apreendidos 444 qiilos de cocaína em um veleiro de nome “TRAFUL”, que partira do porto de Berisso, Buenos Aires, com destino ao Uruguai, o qual acabou abandonado por seus tripulantes devido a uma pane em seus equipamentos de bordo. Em ambos os casos, o grupo criminoso envolvido era liderado por ÁLVAREZ MEYENDORFF.
Em novembro de 2019 a justiça argentina condenou 23 pessoas, dentre elas vários parentes do chefão das drogas Ignacio Álvarez Meyendorff, de 54 anos, por lavagem de dinheiro do narcotráfico. A sentença foi conhecida após um julgamento em que se incluía o confisco de seus bens, com valor total estimado em 8 milhões de dólares.
Dentre os condenados no caso, figura uma das ex-esposas do narcotraficante Daniel "El Loco" Barrera, a cidadã colombiana Ruth Martínez Rodríguez , que há alguns anos antes havia se casado com argentino proprietário de uma imobilária na localidade de Escobar, Argentina.
A sentença do juiz federal de La Plata, Nelson Jarazo, da Vara Federal Oral Criminal 2, deu a pena máxima de 7 anos de prisão, que foi aplicada a dois filhos de Álvarez Meyendorff, os irmãos Mauricio e Sebastián Álvarez Sarría.
A ré María Francisca García Fernández, conhecida como Mari Praquí, foi condenada a 7 anos de prisão. Esta, que foi a primeira contadora dessa organização criminosa na Argentina.
Os demais réus, incluindo a esposa, a mãe de Álvarez Meyendorff, duas noras, um irmão e um sobrinho, foram condenados a 5 anos de prisão, acusados de lavagem de dinheiro, venda de drogas e pela criação de empresas de fachada, compra de terras, carros de luxo e imóveis em condomínios fechados como Nordelta.
Em 2013 ALVAREZ MEYENDORFF foi extraditado para os Estados Unidos, onde era requerido pela prática de crimes relacionados ao tráfico internacional de cocaína e a lavagem de dinheiro do narcotráfico.
OS BASTIDORES DA “OPERACIÓN LUIZ XV” – ARGENTINA
JUAN FERNANDO e IGNACIO ÁLVAREZ MEYENDORFF e seu sócio LUIS AGUSTÍN CAICEDO VELANDIA são reconhecidos como traficantes de terno e gravata, com excelentes contatos no México e países da América Central, com vistas ao tráfico da droga destinada ao mercado consumidor americano.
JUAN FERNANDO ALVAREZ-MEYENDORFF, álias “El Mono” era dado como sendo o líder da organização narcotraficante conhecida como “MECHAS”, uma ampla organização internacional de exportação e transporte de entorpecentes. Os Mechas se utilizam de uma variedade de meios de transporte marítimo, incluindo lanchas rápidas, semissubmersíveis e navios porta-contêineres, para transportar cocaína da Colômbia para os Estados Unidos via México e América Central. Desde 2005, Alvarez-Meyendorff é supeito de ser o responsável por vários carregamentos de cocaína para os Estados Unidos, totalizando aproximadamente 68 toneladas.
Observação do autor:
“Mechas” é uma gíria em castelhano para a designar mecânicos. Na verdade MECHAS era o apelido usado pelo chefe dessa organização criminosa, JOSÉ ALDEMAR RENDÓN RAMÍREZ, apontado como sendo o segundo no comando na rede de tráfico de drogas de LUIS HERNANDO GÓMEZ BUSTAMANTE, vulgo “RASGUÑO”, preso em julho de 2005 em uma chácara na região de Envigado, no Departamento de Antioquia, Colômbia, no cumprimento de pedido de extradição da Justiça dos Estados Unidos. Mechas foi investigado por fazer parte do bando de DIEGO MONTOYA, Don Diego, um dos capos dos capos do “Cartel do Norte del Valle”.
Acredita-se que Alvarez-Meyendorff ajudou o chefão do tráfico LUIS CAICEDO-VELANDIA, Don Lucho, no transporte de carregamentos de cocaína, pelos quais teria recebido US$ 46 milhões de dólares por seus serviços. Além de transportar cocaína, o mesmo financia os carregamento de drogas, incluindo a venda de mais de 10 toneladas de cocaína para os carteis mexicanos da droga.
Alvarez-Meyendorff foi indiciado pela prática de crimes relacionados a drogas no Distrito Leste de Nova York. O mesmo, alvo de mandados de prisão por parte da justiça dos Estados Unidos e a Colômbia, foi preso e cumpre pena nos Estados Unidos.
LUIS AGUSTIN CAICEDO VELANDIA, “Don Lucho”, era tido como líder de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro do narcotráfico, ligado ao chamado “Cartel de El Dorado” também conhecido como “Cartel de Bogotá”, prestando serviços à várias outras organizações no processo de legalização dos capitais provenientes do tráfico de cocaína.
O mesmo integrou os quadros da “Fiscalía” colombiana (Procuradoria), como membro de seu “Corpo Técnico” até 1994, quando saíu em razão de seu suposto envolvimento na fuga de um traficante portorriquenho. Nos anos 90 maneteve conexões tanto com as FARC como paramilitares das Autodefensas Unidas de Colombia (AUC). Esteve associado ao traficante Daniel Barrera Barrera, vulgo “Loco Barrera”, preso na Argentina no mesmo caso Alvarez-Meyendorff. Preso na Argentina em 2010, utilizando passaporte falso em nome de Carlos José Martínez Castañeda, cidadão guatemalteco, “Don Lucho” foi extraditado para os Estados Unidos, no Estado da Flórida, onde era acusado por crimes de narcotráfico, pelos quais foi condenado a 10 anos de prisão.
No caso Loco Barrera er enacarregado da compra da cocaína diretamente das FARC, enquanto Don Lucho e Meyendorff eram os encarregados do transporte para Honduras, Guatemala e México, com vistas à colocação da droga nos Estados Unidos.
Dessa organização faziam parte ainda: Julio Lozano Pirateque, vulgo Don Jota ou Patico”; e Claudio Javier Silva Otálora, vulgo “`Patrón ou Vendedor”.
Em 2015 a pena imposta a Don Lucho pela Justiça Americana foi rebaixada devido a sua colaboração expontânea. No entanto, Don Lucho tinha contra si ainda uma acusação em Nueva York, onde era processado juntamente com “El Loco Barrera” e outros, por conspiração para a lavagem de dinheiro, que involvia mais de US$175 millones de dólares provenientes das drogas.
Don Lucho voltou a declarar-se culpado, cooperando com as autoridades estadounidenses, a tal ponto que os procuradores consideraram que suas contribuições haviam sido “absolutamente magníficas”, levando a derrubar sua própria rede e a outros traficantes colombianos, ajudando na apreensão de mais de US$100 milhões de dólares em bens e valores, além de milhares de quilos de cocaína e várias lanchas rápidas e semissubmersíveis.
Don Lucho deixou a penirtenciária de Nova York em 30 de janeiro de 2019.
Ignácio (Nacho) Meyendorff, conhecido por sua especialidade em traficar drogas em mini submarinos, foi um dos primeiros de seu grupo a chegar em Buenos Aires, no final de 2004, e logo em seguida estreitando laços com o também colombiano Alejandro Gracia Álvarez (Gato Seco), então proprietário de um lava-jato e um restaurante no bairro de Palermo, de Buenos Aires.
Finalmente, em 2013, Meyendorff foi extraditado para os Estados Unidos. Até então ele havia criado um império de 50 empresas de fachada na Argentina, muitas delas com testas-de-ferro locais. O caso mais expressivo aconteceu em 2012, com a operação denominada “LUIS XV”, na qual foram presos onze colombianos, dois espanhóis e doze argentinos, além da apreensão de 280 quilos de cocaína que seriam enviados à Europa camuflados em móveis finos. Estima-se que o valor da mercadoria apreendida foi de 25 milhões de dólares.
Como parte do caso, foram realizadas 78 buscas, algumas delas nos bairros mais caros da cidade de Buenos Aires e arredores, como Nordelta, Puerto Madero e o bairro privado de Abril. Um dos bens congelados da família Meyendorff era um bom exemplo de seu poder econômico: uma fazenda de 562 hectares em Chivilcoy, formada de pastagens úmidas, em uma das áreas mais produtivas do país, com capela, bar, duas piscinas, jacuzzi , 14 baias para cavalos e 240 cabeças de gado.
Sobre como os Meyendorff e outros fizeram para construir tal império e as opções que “La Fría”, tal como os colombianos denominam a capital argentina, lhes oferece, Nicolás Macchione, advogado e membro do Conselho de Administração do Centro de Pesquisa e Prevenção do Crime Econômico (CIPSE), não é muito otimista com os resultados das investigações, pois afirma haver um arcabouço jurídico argentino que o mesmo descreve como "obscuro".
“Em meados dos anos 90, na época de Menem, a regulamentação era ainda mais escassa. A mensagem implícita dizia: Precisamos de dinheiro. Trazem! Não nos importamos com a origem. A nova Lei de Lavagem de Dinheiro - a declaração de fundos "a preto" - é a mais errônea na busca de um verdadeiro julgamento da lavagem de dinheiro. Em que se baseia? Seria apenas em uma política de cobrança, que vai contra os interesses da justiça de um estado? Se você é colombiano –ou de qualquer país– e vem com dinheiro, será mais fácil lavar dinheiro. Ou você pode gerar empresas e então, com fachadas de legalidade, começar a lavar dinheiro. O sistema narco, com seu poder de cooptar e alicíar transforma os sistemas formais e depois tem liberdade para fazer qualquer coisa ”. (Nicolás Macchione).
O ENGENHEIRO (EL INGENIERO) E AS OPERAÇÕES COM NARCO-SUBMARINOS
Em novembro de 2019 foi preso na Costa Rica o empresário RACINES ARROYO, proprietário de uma rede de supermercados na quele país. O mesmo, natural do Departamento de Cauca, Colômbia, engenheiro, liderava uma organização de traficantes especializada no transporte em mini submarinos, da cocaína que desembarcava na área da Bahía e Drake, no Pacífico Sul, e armazenada em Herédia, de onde seguia, via marítima para os Estados Unidos.
Nove suspeitos foram detidos nessa operação conjunta da Polícia costarriquenha e a Agência ameriana de controle de drogas, DEA.
A organização narcotraficante desbaratada era comandada pelos colombianos: JULIO CÉSAR RACINES ARROYO, vulgo El Ingeniero; sua irmã Claudia Racines Arroyo, com o esposo Hernán Oyuela Hurtado. Um dos cabeças do grupo, César Efraín Racines Arroyo, logrou fugir do local das prisões.
No decorrer do operativo de âmbito nacional, com buscas e apreensões em 15 partes do país, foi preso o também traficante, o costarriquense Mario Rojas Mendiola, que prestava apoio logístico a diferentes organizações de narcotraficantes que traficam cocaína com grupos de apoio e bases instaladas na Costa Rica.
Os colombianos presos sâo todos do Valle del Cauca e se instalaram na Costa Rica para atividades aparentemente lícitas, a tal como o comércio de peneus e a exploração de pequenos supermercados.
O grupo estava relacionado a outros quatro casos investigados desde 2018, no quais os agentes apreederam cerca de uma tonelada de maconha, 500 quiilos de cocaína e um sumisubmersível, resgatando ainda duas persoas que se encontravam sequestradas por questões relacionadas aos desacertos entre seus membros e colaboradores.
A Costa Rica, dado à sua posição geográfica, é um país de trânsito e armazenamento e logística para o transporte marítimo da cocaína destinada ao mercado americano. As apreensões da droga nesse país, tem superado a média de 30 toneladas anuais.
O PRÍNCIPE DOS NARCO-SUBMARINOS
Nos primeiros dias de fevereiro de 2021, as autoridades colombianas informaram sobre a captura de oito pessoas solicitadas em extradición pelos Estados Unidos, Espanha, Brasil, Perú e Equador por delitos relacionados com o narcotráfico.
Os detidos, de nacionalidade colombiana, foram encontrados pela polícia em diferentes operativos realizados nos departamentos de Cundinamarca, Valle del Cauca, Atlántico, Risaralda, Antioquia y Meta.
A fiscalía colombiana assegurou que ÓSCAR ADRIANO QUINTERO RENGIFO, um dos capturados, é solicitado pela Corte Americana para o Distrito Medio da Flórida, nos Estados Unidos, por sua suposta responsabilidade na formação de uma estrutura destinada ao envio e cocaína desde o Pacífico colombiano para os Estados Unidos, através de lanchas e semisubmarinos.
Entre os detidos está também YHON JAIRO ACOSTA MONTILLA, solicitado desde 2015 pelas autoridades de Pernambuco, Brasil, por coordenar a logística para ingressar sustancias estupefacientes em nosso país, segundo dados da fiscalía (procuradoria) colombiana.
ÓSCAR ADRIANO QUINTERO RENGIFO, vulgo o “PRÍNCIPE DE LOS SUBMARINOS”, que é acusado de vínculos com o Cártel Jalisco Nueva Generación (CJNG), grupo criminoso liderado pele narcotraficante Nemesio Oseguera Cervantes, alias el Mencho, foi detido pela Policía Nacional da Colombia.
Com 33 anos de idade, o traficante foi capturado no município de Darién, departamento de Valle del Cauca, localizado através de uma investigação de dois anos sobre sobre seu paradeiro e atividades como fornecedor de drogas para o cartel mexicano.
Em 5 de fevereiro de 2021, a imprensa colombiana deu amplo destaque à prisão do chamado “PRÍNCIPE DE LOS SEMISUMERGIBLES”, delinquente vinculado ao cartel de Jalisco Nueva Generación, (CJNG). O preso era o encarregado de coordenar o envío de grandes carregamentos de cocaína para o México e EE.UU, com o emprego de semissubmersíveis, em diferentes rotas marítimas, desde a costa dos departamentos de Nariño e Chocó, Colômbia.
O General Jorge Luís Vargas, diretor da Policía Nacional de Colombia, informou que depois de mais de um ano de investigações em conjunto com a “Fiscalía General de la Nación”, as autoridades lograram a captura de OSCAR ADRIANO QUINTERO RENGIFO, conhecido no mundo do crime como ‘Príncipe de los semisumergibles’, vinculado ao cartel Jalisco Nueva Generación, uma organização de narcotraficantes liderada por “EL MENCHO” e considerada como uma das más perigrosas em todo o mundo pelo governo dos Estados Unidos.
“La Policía Nacional, a través de la Dirección de Antinarcóticos y en articulación con la Fiscalía General de la Nación, logró la captura de Quintero. La Dirección de Antinarcóticos le seguía la pista desde hace dos años y luego de diferentes actividades de inteligencia e investigación criminal, que incluyen fiestas fachada, seguimientos, sobrevuelo de drones y aviones de plataforma, se logró su captura”. (General Jorge Vargas).
Segundo informe do diário “El Tiempo”, de Bogotá, ÓSCAR ADRIANO QUINTERO RENGIFO, gerenciava com muita habilidade o negócio clandestino e criminoso, pois empregava a modalidade de “outsourcing”, isto é, a subcontratação, com Grupos Armados Organizados dos departamentos do Chocó e Nariño, para assim lograr o envio de grandes carregamentos de clorhidrato de cocaína desde as costas do Pacífico colombiano.
As autoridades lograram provar que Quintero, o “Príncipe de los semisumergibles”, era o encarregado da maioria das tarefas de transporte da droga, vez que ele mesmo mismo se encarregava da logística das embarcações que zarpavan desde zonas de difícil acesso para as forças de segurança.
De acordo com as autoridades, Quintero Rengifo se fazia passar por empresário do grêmio transportador e como promotor desportivo, rodeado de luxos, excentricidades e propriedades como chácaras, haras para criação de cavalos, hoteis de luxo, garagens para lavagem de de automóviles e veículos de carga, bens que tem un valor comercial de mais de US$3.000 milhões de dólares.
Através de ameaças e com o apoio de “oficinas de cobro” (Escritórios de cobrança/pistoleiros cobradores), pressionava os integrantes da organização criminosa para que cumprissem com seus propósitos.
Requerido pela corte estadounidense do Distrito da Flórida pelo crime de tráfico de narcóticos, seria responsável por remessas de um total de 12 toneladas de cocaína, avaliada em US$450 milhões de dólares, droga transportada em lanchas rápidas e semisubmarinos.
A captura de Oscar Adriano Quintero representa umduro golpe para o narcotráfico e um obstáculo para suas operações de transporte marítimo de dezenas de toneladas de cocaína.
Quintero é dado como sendo a mente por detrás dos narcosubmarinos carregado de cocaína que partem da Colômbia com destino ao Méxido e Estados Unidos. Essas tão engenhosas quanto pelirigosas embarcações que são geralmente enviadas em enxames, para burlar a vigilância costeira dos países.
O próprio Quintero é considerado um dos narcotraficantes mais importantes do norte del Valle del Cauca.
Foi uma operação policial de anos, na qual se conseguiu localizar o traficante, com a realização de festas de fachada, vigilâncias, sobrevoos de drones e aviões, foram empregadas todas as ferramentas usadas pela polícia, para lograr sua captura que se deu no departamento de Darién (Valle del Cauca),
Além de coordenar o transporte dos carregamentos da droga, Quintero também era encarregado das rendas da organização criminosa, da lavagem de dinheiro através de empresas prestadoras de serviços a instituciones de fútebol.
De acordo com a “Defensoría del Pueblo”, os carteis de Sinaloa e Jalisco Nueva Generación controlariam cerca de 80 % dos cultivos ilícitos na subregião do Catatumbo colombiano.
A entidade, que vela pelos dereitos humanos na Colômbia (Defensoria del Pueblo), revelou rumores de que existiriam escritórios desses grupos mexicanos em Cartagena, desde onde também coordenam o envio de cocaína.
Em Santa Marta, Colômbia, há indicações de que o narcotraficante vulgo “LA SILLA”, também teria negócios com carteis mexicanos, tal como ocorreria com OTONIEL, líder do chamado CLAN DEL GOLFO, e IVÁN MÁRQUEZ, das FARC.
O ministro da Justiça, Wilson Ruiz, confirmou que foi autorizada a extradição para os Estados Unidos de dois cidadãos acusados de tráfico de drogas.
São eles: Elkin Javier López Torres, aliás 'La Silla', e Julio César Ruiz Arango, aliás 'Butaco', que devem responder perante a Justiça norte-americana pelos crimes de concerto para importar cocaína nos Estados Unidos, fabricá-la e distribuí-la, bem como de comum acordo, possuir cocaína com a intenção de distribuí-la, droga transportada a bordo de uma embarcação sujeita à jurisdição daquele país.
López Torres, vulgo La Silla, é requerido pelo Tribunal do Distrito Leste do Texas, enquanto Ruiz Arango tem um pedido de extradição do Tribunal do Distrito Sul da Flórida. Ambos estão à disposição da Procuradoria-Geral da República.
'La Silla' “faz parte de uma organização do narcotráfico responsável por coordenar o transporte de carregamentos de cocaína da Colômbia para diversos países”.
Da mesma forma, assinala que teria cobrado taxas a outros cartéis pelo uso de rotas de exportação de drogas e para garantir o trânsito de drogas por rotas sob seu controle.
'La Silla' ou 'Doble Rueda' foi citado por Nicolás Maduro em maio do ano passado, quando o acusou de ter participado de um encontro com um dos capturados pelo regime, acusado de tentar realizar uma operação militar em território venezuelano.
Maduro afirmou na ocasião que um dos capturados, Luke Alexander Denman, de nacionalidade norte-americana, reconheceu que se reuniu no Alto Guajira com várias pessoas que apoiaram o golpe, incluindo um homem em uma cadeira de rodas que Maduro identificou como Elkin López, 'Roda Dupla' ou ‘La Silla’.
Desde junho do ano passado, 'La Silla' goza do benefício de prisão domiciliar, depois de ter sido internado em uma Clínica de Barranquilla por problemas de saúde.
Destaca o Ministério da Justiça, que ‘Butaco’ aderiu a outra organização do narcotráfico que comete crimes no litoral norte do país e participou do embarque de inúmeros carregamentos de cocaína entre janeiro de 2014 e junho de 2016. (El Tiempo, Bogotá, 24 de fevereiro, 2021).
CLAN DEL GOLFO - O CARTEL DO GOLFO
Nos primeiros dias de fevereiro de 2021, o segundo homem do Clan del Golfo e coordenador da estrutura Central de Urabá, ex-integrante das AUC de Carlos Cataño, NELSON DARÍO HURTADO SIMANCA, aliás “MARIHUANO”, foi morto em confronto com unidade da Polícia Nacional da Colômbia em Rio Súcio – Chocó, no oeste da Colômbia.
O traficante morto na ação não utilizava computadores, todos seus negócios eram anotados em cadernetas. Foi responsável pela exportação de pelo menos 6ton de cocaína para E.U.A. e Europa por mês. Foi mão direita do chefe maior do mesmo cartel, Clan del Golfo, vulgo Otoniel, Darío Antonio Úsuga David.
O conflito de morte com Giovani de Jesus Áviles Diego, vulgo “Chiquito Malo”, o terceiro no comando do Clan del Golfo, pelo controle da rota do tráfico via marítima em direção ao Panamá, levou muitos a denunciá-lo à policia colombiana, permitindo assim sua localização e neutralização de seu bando armado.
Relatório da Polícia Nacional levanta os nomes dos possíveis sucessores do 'Marihuano', e das possíveis mudanças nas quatro estruturas e 23 subestruturas do 'Clan', que conta com cerca de 3.200 homens, a grande maioria ex-membros dos grupos de autodefesa .
Dairo Antonio Úsuga David, aliás Otoniel, chefe do 'Clã del Golfo' e o traficante de drogas mais procurado do país, estaria estudando os nomes de Jovanis de Jesús Ávila Villadiego, aliás Chiquito Malo, e Wilmar Antonio Girando Quiroz, aliás Siopas , para chegar ao comando da estrutura como seu segundo.
'Chiquito Malo', 43, atualmente atua como o terceiro chefe da estrutura de narco. Segundo a Polícia, ele goza da confiança de 'Otoniel', uma vez que está ao seu lado há cerca de 20 anos na sua vida criminosa.
Contra 'Chiquito Malo' há um mandado de prisão, circular vermelha da Interpol e um pedido de extradição - desde março de 2018 por tráfico de drogas - das autoridades dos Estados Unidos, que oferecem até 500 milhões de pesos colombianos por informações que permitam sua localização e captura.
'Chiquito Malo' desmobilizou-se do Bloco Bananeiros das AUC em outubro de 2004, mas continuou a cometer crimes ao lado dos Úsuga. Na verdade, segundo o boletim de ocorrência, ele sempre foi o responsável pela produção e comercialização da cocaína, tornando-se o chefe da estrutura que atua no Golfo de Urabá e Turbo.
Wilmar Antonio Giraldo Quiroz, vulgo Siopas, tem 40 anos e destaca a Polícia que desde os 15 anos está a serviço de 'Otoniel'. Atualmente, é chefe da estrutura 'Jairo de Jesús Durango', com mais de 500 homens em armas sob seu comando. Contra ele há uma circular azul emitida pela Interpol.
O documento alerta que 'Siopas' tem forte influència na costa do Pacífico, do Chocó e estaria envolvido no assassinato de várias lideranças sociais.
Além disso, ele é acusado de vários ataques contra a Força Pública, pelos quais há vários meses é um importante alvo, na mira das unidades de inteligência para conseguir a sua captura ou neutralização.
“OTONIEL”, oatual cabeça da organiação tornou-se um dos delinquentes mais procurados em toda a Colômbia, tendo passado de um mero guerrilheiro das fileiras do “Exército Popular de Libertação, o EPL, nos anos 90, a um grande traficante, comandando uma das mais poderosas organizações criminosas do país, o Clan del Golfo. O mesmo, junto com seu irmão, JUAN, fez parte de um grupo que deixou mais tarde o EPL para fazer a segurança de um importante traficante.
DARÍO ANTONIO ÚSUGA DAVID, 48 anos, é natural da cidade de Necloci, no departamento de Antióquia, no noroeste da Colômbia, hoje o principal líder do Clã do Golfo, um dos principais cartéis de droga do país, que faz parceiria com o tristemente famoso Cartel de Sinaloa, do México, grupo que era chefiado por Joaquín "El Chapo" Guzmán.
Em 2013 o chamado Clan Úsuga passa a se autodenominar AUTODEFENSAS UNIDAS GAITANISTAS, passando a ser chamado “CLAN DEL GOLFO” a partir de 2015, sendo assim designado nos documentos da inteligência produzidos pelas Forças de Segurança.
Sob o comando dos irmãos ÚSUGA, essa organização criminosa chegou a dominar os negócios do tráfico em departamentos do noroeste colombiano, como Antióquia, Córdoba e Magdalena, região do golfo de Urabá, que fica junto à fronteira com o Panamá, local é estratégico pela facilidade que apresenta para acesso tanto ao oceano Atlântico como o Pacífico.
Informes de Inteligência indica que o “Clan del Golfo” teria 4 estruturas e 22 subgrupos distribuídos por 124 municípios de distintos departamento da Colômbia, sendo considerado como o maior grupo armado organizado(GAO) e uma das maiores ameaças para a segurança das regiões em que atua.
A rede de “Otoniel”, segundo um informe da Unidade de Investigação e Acusação (UIA), da Jurisdición Especial de Paz (JEP), seria responsável por dezenas de massacres portodo o país.
Em 2020, segundo a JEP, ocorreram o total de 88 massacres, dos quais o “Clan” estaria por trás de, pelo menos, 12,5% dos assassinatos coletivos. Levando-se em conta que em 68 dos massacres não foi possível se determinar a autoria, as cifras de massacres atribuídos ao grupo de “Otoniel” poderiam ser ainda maiores.
Informe reservado da Policía Nacional, dado a conhecer á imprensa, segundo fontes do jornal “EL TIEMPO”, de Bogotá, aponta que essa rede criminosa tem atualmente cercade 3.260 integrantes; deles, 1.461 hombres em armas.
As dissidências das Farc teriam mais homens, ao redor de 2.580 em armas; contudo, atuan como grupos independentes, sem linhas de mando e com presença local; sendo que entre elas mesmas ocorrem enfrentamentos na disputa pelas rendas ilegais.
Diferentemente, o bando de “Otoniel”, funciona unificadamente e, mesmo tendo perdido muitos homens em razão dos golpes das autoridades, tem aumentado seu nível de violência.
O nível de ameaça que representa esse grupo, além do número de homens armados, cresce pelo seu poder corruptor, em razão dos ingressos milhonário os proporcionados pelo narcotráfico e a mineração ilegal, e pelo aumento da violência com que exerce seu poder nas regiones que domina.
OPERACIÓN AGAMENÓN
Decorrem mais de cinco anos desde que se deu início na Colômbia a caçada pelo principal cabeça da organização, Clan del Golgo, vulgo “Otoniel”.
Dairo Antonio Úsuga David, vulgo Otoniel, é natural de Necoclí, Departamento de Antioquia, nascido em 15 de setembro de 1971, conocido como “Otoniel”, “Mauricio” ou “Mao”, narcotraficante colombiano, ex-membro da guerrilla do Exército Popular de Libertação (EPL), mais tarde passando a integrar o grupo paramilitar das Autodefensas Unidas de Colombia (AUC).
Informe reservado da Policía Nacional da Colômbia, divulgado pelo jornal EL TIEMPO, de Bogotá, destaca que essa rede criminosa teria atualmente 3.260 integrantes; destes, 1.461 homens em armas, enquanto a dissidência das FARC teriam ao rededor de 2.580 homens em armas; que, no entanto, atuam como grupos independentes, sem linhas de mando e com presença local; motivo que levam tais grupos, as diferentes frentes das FARC, a se enfrentarem na disputa pelas rendas ilegais das extorsões e do tráfico.
Já o bando de “Otoniel” funciona de forma unificada e, mesmo com os seguidos golpes das Forças de Segurança, mesmo com a perda de efetivos, tem agilizado suas ações e aumentado significativamente seu nivel de violência.
O nível de ameaça representado pelo Clan del Golfo tem crescido pelo seu poder corruptor em razão dos milhonários ingressos provenientes do narcotráfico, das extorsões e da mineração ilegal, ganhando o controle sobre áreas estratégicas pela violência com que exercem seu poder na regiões em que se faz presente.
A rede criminosa recorre às velhas práticas ao contratar pistoleiros e pagar recompensas pela execução de policiais e militares. Hoje, aparecendo como a principal responsável pela morte de agentes da lei em muitas partes do país.
O dinheiro com que a organização criminosa, o “Clan del Golfo”, desafia o Estado vem de suas principais fontes de recursos, ou seja, do narcotráfico, dos garimpos ilegais, tráfico de armas, extorsões e sequestros. Tais recursos lhes permite terceirizar tarefas para outras organizações e abrir guerra pelo controle territorial de áreas de seu interesse.
Segundo o informe da Polícia Nacional, tal como difundido pela imprensa colombiana, o “clan” é composto por quatro estruturas base, que por sua vez são divididas em 22 grupos com a tuação em 124 municípios dos departamentos de Antioquia, Córdoba, Meta, Nariño, Chocó, Norte de Santander, Magdalena, Bolívar, Atlántico y Cesar. Com maior poder de influência na região do Baixo Cauca e em Córdoba.
Dairo Antonio Úsuga David, Otoniel, o principal cabeça dessa rede teria determinado aos seus combatentes o endurecimento em suas ações com vistas ao controle de vastos cultivos de coca, sobre a produção do cloridrato e também das rotas de tráfico, numa tentativa de controle sobre toda a cadeia do negócio da droga. Qualquer um que oponha obstáculos aos objetivos dessa organização criminosa torna-se um inimigo a ser eliminado.
Em razão da determinação de Otoniel pelo controle de áreas de cultivos, laboratórios e rotas, há oelo menos doís anos vemocorrendo uma verdadeira guerra territorial no baixo Cauca, de Antióquia, entre o ‘clan’ e a organização armada organizada conhecida como “LOS CAPARROS”; estes quechegaram a compor o braço armado do “Clan”, até que o seu então chefe, Emiliano Alcides Osorio, vulgo “Caín” foi morto em confronto com as Forças de Segurança, em 16 de novembro de 2020.
“Los Caparros” tem como chefe o indivíduo conhecido pela alcuna “Flexas”, quem, na verdade se chama Robinson Gil Tapias.
Essa estrutura criminosa naceu em 1996. Em 2017, separou-se do “Clan del Golfo” para disputar o poder pelo narcotráfico e a mineração ilegal. O nombre, Caparrapos, se deve ao fato de ser o seu fundador, Virgilio Peralta Arenas, alias Víctor Caparrapo, oriúndo do município de Caparrapí, no departamento de Cundinamarca. Caparro foi morto pelas Forças de Segurança em 2010.
Segundo cifras oficiais, desde 2016 o “clan del Golfo” é responsável pelo assassinato de 24 líderes sociais e de 14 pessoas que estavam em processo de desmobilização.
Segundo a imprensa, o rastro de sangue deixado pelo “clan” também enlutou centenas de famílias de militares e policiais, emboscados quando no cumprimento de suas missões nas regiões sob seu controle. São atribuídos à essa organização criminosa 302 ataques contra integrantes da Fuerça Pública nos últimos 10 anos.
Inteligencia de la Policía Nacional ressalta que com o chamado “plan pistola”, executado por pistoleiros a serviço dessa organização, foram assassinados 83 policiais e 24 militares, resultando ainda 185 policiais e 41militares feridos em tais ataques.
Com a nomeação de Diego Molano Aponte como ministro de Defesa, e com a chegada do General Jorge Luis Vargas a Direção da Policía Nacional, a ordem do presidente Iván Duque Márquez é não afrouxar nas ações e operaçõescontra o “Clan del Golfo”, para tirá-los do mapa criminoso do país.
Nesse sentido, o ministro Molano assinalou em entrevista à imprensa, que na última avaliação efetuada pelas Forças Militares e Polícia, pode-se concluir que a organização criminosa registrava uma redução em 20% de seu efetivo armado. Em menos de um ano o “clan” já teria perdido, entre capturados e mortos, 10 de suas importantes lideranças, o que contribuiu para o seu enfraquecimento.
Na falta de chefes experientes o “clan”estaria, atualmente, tomado por disputas internas pelo poder, por carregamentos, dinheiro e outros interesses. A organização estaria em um processo de demonte e, segundo o Comandante Jorge Luíz Vargas, o assassinato de policiais seria uma demonstração de desespero.
Diante do atual panorama as autoridades devem focar na neutralização da expansão do “clan del Golfo” em direção à Santa Marta, Barranquilla, Cartagena e La Guajira, onde tem buscado sociedade com outras redes de narcotraficantes.
Uma das rutas que o ‘clan’ busca controlar, é a que leva a Maicao e outras zonas fronteriças para lograr conexões “para o tráfico de drogas para a Venezuela, as Guianas, Brasil, África Ocidental e Europa.
OPERACIÓN AGAMENON - O “CLAN DEL GOLFO”
Operação da Polícia Nacional da Colômbia, de nível nacional, que vem se desenvolvendo ao logo dos últimos 5 anos, visa primordialmente desmantelar o chamado Clan de Golfo, um grupo armado altamente organizado para o domínio de importantes setores da cadeia do tráfico de cocaína, desde áreas de cultivos ilícitos, às rotas de transporte dos carregamentos da droga, de insumos e suprimentos, aos pontos de embarque da droga, notadamente na região do Golfo de Urabá.
Ainda com que ações importantes e exitosas da operação policial com vistas a interromper as atividades criminosas e extinguir a organização narcotraficante, o “Clan del Golfo”, esta, continua ativa e operante em rotas que se estendem do Departamento de Meta e Guaviare, até áreas da Venezuela e portos de embarque na ccolombiana, embarcando mensalmente toneladas da droga para a Europa, Panamá, América Central e do Norte.
A referida operação teve início em fevereiro de 2015, planejada com base em estudo minucioso da organização criminosa denominada “Clan del Golfo”, sendo estabelecidas três prioridades essenciais focalizadas e de grande impacto: no campo sociológico, criminal e operacional.
Esse entendimento somado ao estudo mais aprofundado sobre o crime organizado e o “Clan del Golgo” na região do Golfo de Urabá, somou-se ao planejamento, execução e dinâmica operacional contra o fenômeno que representa dita organização criminosa, contra a qual foram priorizados cinco níveis de investida com objetivo específico:
Investida contra as lideranças e controle:
Priorização da identificação, judicialização e captura dos principais elementos com poder de mando na organização ao nível nacional, regional e local;
Neutralização do sistema criminal com a captura dos cabeças da organização;
Destruturação dos pontos de coordenação das atividades criminosas, romper as comunicações entre suas estruturas ou células;
Investida contra a estrutura:
Atacar o aparato armado e criminoso para a dispersão (atomização) do bando;
Romper as redes de tráfico local e internacional de drogas;
Neutralização das redes de colaboradores e informantes da organização;
Romper a linha de suprimento de produtos químicos e material bélico;
Investida contra a logística:
Bloqueio dos corredores por onde se movimentam, desestabilizar as finanças e o seu controle da área;
Fechar demais fontes de recursos de origem criminosa provenientes da extorsão, contrabando e garimpos ilegais;
Romper as comunicações da estrutura criminosa;
Destruição das áreas e centros de treinamento da organização;
Fechar os centros de armazenamento e processamento de drogas;
Investida contra as finanças:
Desequilibrar o sistema criminoso e narcotráfico do Clan del Golfo;
Capturar os testas de ferro e financistas da organização;
Desapropriação de propriedades do Clan;
Neutralização da rede de testas de ferro, finanças e lavagem de dinheiro;
Redução da capacidade de transporte internacional de drogas;
Investida no campo territorial:
Ação psicológica integral (legitimidade e institucionalidade do Estado);
Recuperação das zonas inflitradas pelo Clan;
Eliminação das zonas seguras de descanço;
Prioridade para a segurança operativa e transparência;
Forçar integrantes a se entregarem para a justiça através da pressão operacional;
Presença Territorial Institucional:
Avaliação dos primeiros 24 meses de trabalho ininterrupto da inteligência, tática e operatividade policial, os golpes do “Bloque de Búsqueda” (Bloco de Buscas da PNC) sobre o “Clan del Golfo” demonstraram importantes resultados.
Resultados obtidos até maio de 2017, final da Fase I:
1.284 capturas (1.001 ‘Clan del Golfo’ – 283 outras).
354 operacões de assalto e 90 de reconhecimento e infiltração.
94 toneladas de cocaína apreendidas: 44t em Agamenón e 50t ao nivel nacional.
81 laboratórios e 2 pistas clandestinas destruídas.
200 hectáres de coca erradicados.
517 bens ocupados por desapropriação, no valor de 338.318.831.900 de pesos colombianos.
34 contatos armados e 52 delinquentes neutralizados.
396 diligencias de buscas.
Apreensões efetuadas:
409 armas de fogo e 70.594 cartuchos de munição de diferente calibre.
219 granadas.
27.447.947.287 de pesos.
139 radios de comunicação.
509 celulares.
1.123 motocicletas.
2 máquinas retroescavadeiras.
Outros feitos:
217.150 verificação de antecedentes de personas.
215 inmigrantes postos a disposição da imigração.
103.401 veículos vistoriados.
Ação Social:
Os policiais participantes da operação cumpriram ainda relevante ação social em 202 povoados e vilarejos em 18 municípios da região, levando àquelas populações mais de 639 mil litros de água potável a cerca de 100 mil habitantes desfavorecidos
No campo social ainda há que se mencionar quase 50 mil crianças que foram afastados do perigoso caminho das drogas, graças ao programa DARE. Outro gupo importante de jovens e crianças foram beneficiados pela distribuição de 3.000 kits esportivos e material escolar,
Os carabineiros (soldados) percorreram cerca de 27 mil quilómetros, levando segurança a 8.972 fazendas, moradias rurais e efetuano 3.425 procedimentos veterinários de vacinação e medicação.
Segue relatório da inteligência sobre as operacões de maior impacto:
040215: Captura de 13 testas-de-ferro nos municípios de Turbo, Necocli, Apartadó, Sincelejo, Bogotá e Montería; entre eles a amante do capo Otoniel, do Clan del Golfo, e alias Orejas, sobrinho do mesmo.
110515: Captura de quatro integrantes da rede de testas-de-ferro vinculada ao Clan del Golfo, entre eles La Jefa, encarregada da lavagem de dinheiro na República Dominicana.
280515: Neutralização do traficante Jhonatan, o sexto na linha de comando e cunhado de Otoniel.
171015: neutralización de ‘Boris’, cabecilla en el departamento de Córdoba.
040216: captura de ‘El Guajiro’, jefe del ‘Clan’ en el norte del Valle.
130216: captura de ‘La Contadora’, responsable de administrar las finanzas ilícitas al servicio de ‘Otoniel’.
250216: captura de cinco integrantes del ‘Clan’, resaltando a ‘Fredy’, responsable de las finanzas del Bloque Caribe al mando de ‘Balloteli’.
020316: incautación de aproximadamente 1.171 kilos de clorhidrato de cocaína en el corregimiento Mulatos (municipio de Necoclí).
040316: neutralización de ‘Lorenzo’ o ‘Felipe’, cabecilla en la Costa Atlántica.
090316: incautación de 2.958 kilogramos de cocaína que habrían zarpado desde Carepa (Antioquia) en mares de la República de Bélgica.
140316: captura de 12 integrantes de la organización narcotraficante Almaguer, vinculada al ‘Clan’, los cuales eran los controladores del tráfico de pasantes hacia el exterior.
140316: captura de 28 integrantes del ‘Clan’, en los municipios de Ayapel y La Apartada (Córdoba), los cuales eran los dinamizadores de actividades extorsivas ligadas al narcotráfico.
220316: neutralización de ‘Guagua’, tercer cabecilla nacional del ‘Clan’ y máximo cabecilla de la zona del Pacífico.
070416: captura de 14 integrantes de la estructura armada ‘Carlos Vásquez’, vinculada al ‘Clan’, responsables de los desórdenes acaecidos durante el paro armado.
190416: captura de 6 integrantes del ‘Clan’ en Istmina (Chocó), resaltando a ‘Tomás’, sucesor del neutralizado ‘Guagua’ y de ‘Águila’, cabecilla financiero en la Costa Pacífica.
220416: incautación de 710 millones de pesos en un vehículo (inmovilizado), el cual habría sido enviado directamente por ‘Otoniel’ para fortalecer las finanzas de la organización.
290416: captura de ‘Nicaragua’, cabecilla de la red sicarial al servicio del ‘Clan’ y responsable de diferentes homicidios por ajuste de cuentas derivados del narcotráfico.
060516: mediante la operación Dracma se logró la incautación de 1.000 millones de pesos, en el kilómetro 5, vía Chigorodó (Antioquia).
150516: incautación de 9.4 Toneladas de clorhidrato de cocaína, 4 pistolas y la captura de 3 personas el corregimiento de Currulao, del municipio de Turbo (Antioquia).
170516: en la ‘Operación Relámpago’, en la vereda Tío Docto, en el corregimiento Santa Catalina, del municipio de San Pedro, se capturó a ‘tuchin’, cabecilla del ‘clan’ en el corregimiento El Tomate.
010616: captura de Marla Victoria Peña Moreno, abogada al servicio de la estructura del ‘Clan’. Habría diseñado y elaborado el panfleto por medio del cual el grupo armado organizado incito para el desarrollo del paro armado.
290616: en la ‘Operación Santo Domingo se capturó a ‘Tayson’, cabecilla del ‘clan’ con injerencia en los municipios de Riosucio y El Carmen, junto con seis integrantes.
180716: captura de ‘tribilín’, cabecilla militar del Frente Central de Urabá.
070816: captura de ‘R-15’, cabecilla armado en el occidente antioqueño.
160816: captura de ‘paticas’, cabecilla del ‘Clan del Golfo’ en el Chocó y Valle del Cauca.
180816: captura de ‘fantasma’ o ‘chacal’, cabecilla principal del ‘Clan’ en el Valle.
190816: captura de ‘Navarro’, cabecilla principal del ‘Clan’ en los Llanos Orientales.
200816: captura de ‘Carrillo’, cabecilla del ‘Clan Golfo’ en los departamentos de Meta, Guaviare y Vichada.
300816: desarrollo de la ‘Operación Kraken’, en Bahía Solano (Chocó), en la que se logró la captura de 29 integrantes del ‘Clan del Golfo’, con injerencia en Chocó, Antioquia, Urabá y Valle.
060916: captura de ‘Adrián’ o ‘Patrón’, encargado del manejo de las rutas y laboratorios para fabricar y distribuir cocaína hacia Estados Unidos y otros países.
220916: neutralización de ‘Sebastián’, cabecilla del ‘Clan del Golfo’ en el Occidente de Antioquía, en la vereda San Pascual, del municipio de Cañasgordas (Antioquia).
031016: en Montería (Córdoba), se logró la captura de ‘Patilla’, cabecilla que cumplía órdenes directas de ‘Otoniel’, bajo la orientación de ‘Ramiro Bigotes’, para realizar acciones armadas contra la fuerza pública.
021116: en Chigorodó (Antioquia), se logró la captura de ‘25’, segundo cabecilla al mando de la estructura ‘Carlos Vásquez’, encargada de la estructura armada rural en el corregimiento de Piedras Blancas.
061116: en la Vereda Tagual, del municipio de Tiquisio (Bolívar), se logró la neutralización de ‘Pichi’, cabecilla regional del ‘Clan del Golfo’ en el departamento de Bolívar, responsable de ejecutar homicidios selectivos, extorsiones, desplazamiento forzado, minería ilegal y narcotráfico. También cayó ‘Satu’, integrante de la seguridad del cabecilla.
081116: en las ciudades de Montería y Valledupar y en el municipio de Necoclí se logró la captura de cinco integrantes de ‘Clan’, entre ellos ‘Lucho’, quien lideraba la organización principal red de tráfico internacional de cocaína para esta organización.
010117: en la vereda Samaria, del municipio de Chinchiná (Caldas), se desarrolló la ‘Operación Dante’, logrando la captura de ‘Oscar’ o ‘Rodrigo’, principal cabecilla de esta organización criminal en la región Pacífico, quien venía reactivando la minería criminal, rutas de narcotráfico por el Pacífico hacía Centroamérica, extorsión a mineros y comerciantes de la región como fuente importante de financiación de la organización criminal.
050117: en Montería (Córdoba) fue capturado ‘Tribi’, segundo cabecilla del ‘Clan’ en el municipio de Necoclí, encargado de manejar brazo armado de la seguridad de ‘Otoniel’ y ’El Indio’.
140117: en Turbo (Antioquia), incautación de 700 millones de pesos en un vehículo tipo bus.
210117: en la vereda Siete de Agosto, del corregimiento de Nueva Granada, jurisdicción de Turbo (Antioquia) fue capturado ‘chepe’, cabecilla financiero, responsable de liderar actividades criminales para ‘Ramiro Bigotes’.
290117: en la vereda Piedras Blancas, municipio de Carepa, se capturó a ‘Grosero’, cabecilla de un grupo especial perteneciente a la estructura criminal armada al mando de ‘Inglaterra’, dedicado a emboscar a integrantes de la Policía Nacional cuando realizan desplazamientos por esa zona.
310117: en los municipios de Apartadó, Carepa, Mutatá y Chigorodó se logró la captura de 21 integrantes del ‘Clan’, quienes recibían órdenes directas de ‘Inglaterra’. Se incautaron teléfonos celulares, memorias USB, documentación referente a la organización criminal y 20 millones de pesos.
070217: en Puerto Libertador (Córdoba) se neutralizó a ‘cobra 2 o ‘Javier’, cabecilla del ‘Clan’ en Montelíbano, Puerto López, San José de Uré, Buenavista y La Apartada (Córdoba).
080217: en Dabeiba (Antioquia) se incautaron 55 galones que contenían 12.490 kilos de sustancias químicas para el procesamiento de narcóticos, transportados en un vehículo tipo camión. Asimismo, se capturaron tres ciudadanos y se incautó un revólver, con 504 cartuchos.
080217: en Murindó (Antioquia), incautación y destrucción de dos laboratorios rústicos, en los que se hallaron 443 galones de ACPM, 100 kilos de cemento, 55 galones de base de coca, 50 kilos de cal y 100 galones de gasolina.
090217: en San José de Uré (Córdoba) se incautaron 65 panelas de clorhidrato de cocaína, con un peso bruto de 56 kilogramos, los cuales se encontraban ocultos en un vehículo.
200217: en el corregimiento de Siete Vueltas, del municipio de San Juan de Urabá (Antioquia) se logró la ubicación y destrucción de un laboratorio para el procesamiento de clorhidrato de cocaína, cuya capacidad de producción era de una tonelada semanal.
280217: en una finca ubicada en la vereda El Jordán, del municipio de San Pedro de Urabá (Antioquia), se logra la captura de ‘Sayo’, responsable de manejar el anillo de seguridad de ‘Ramiro Bigotes’.
050317: en el municipio de Necoclí se realizó la captura del conocido como ‘Carlos Mario’, comandante de una subestructura al mando de ‘Inglaterra’. Este sujeto era responsable del control de las rutas del narcotráfico en Carepa y en el corregimiento de Piedras Blancas.
090317: en el municipio de Mulatos (Antioquia) se logró la incautación de 300 kilos de clorhidrato de cocaína, que tenían como destino Estados Unidos.
150317: en la vereda El Ají, del municipio de San Pedro de Urabá (Antioquia), se logró la neutralización de ‘Ramiro Bigotes’, quinto cabecilla del ‘Clan’, responsable de la producción de cocaína en la región del Urabá. Era el responsable de manejar la seguridad de ‘Otoniel’.
160317: en la vereda La Puya, del municipio del municipio de Turbo (Antioquia), se logró el hallazgo de material bélico y una motocicleta pertenecientes a la estructura ‘Darién Chocoano’. Los elementos eran del componente armado de ‘Pablito’.
170317: En zona rural del municipio del Carmén del Darién (Chocó) se logró la destrucción de un laboratorio para el procesamiento de clorhidrato de cocaína, perteneciente a la estructura ‘Darién Chocoano’, cuya capacidad de producción era cercana a las ocho toneladas de cocaína mensuales.
210317: en San Pedro de Urabá falleció ‘Cero Cuatro’, jefe del anillo de seguridad del neutralizado cabecilla ‘Ramiro Bigotes’, quien resultó herido y posteriormente falleció en la clínica Panamericana.
250317: en la vereda La Puya, del municipio de Turbo (Antioquia), se logró el hallazgo de material bélico perteneciente a la estructura ‘Darién Chocoano’. Los elementos correspondían al componente armado de ‘Pablito’: 28 fusiles, 3 pistolas, 2.850 cartuchos, 4 Proveedores para fusil y 3 para pistola.
060417: en zona rural del municipio de Turbo (Antioquia) se logró la destrucción de un laboratorio utilizado para el procesamiento de clorhidrato de cocaína, perteneciente a la estructura ‘Juan de Dios de Úsuga’, cuya capacidad de producción era de una tonelada mensual.
110417: en la vereda Yoki Machena del corregimiento de Pueblo Nuevo (Necoclí), se logró la captura de tres integrantes del ‘Clan’, por los delitos de tráfico y porte de armas de fuego, munición o explosivos. Asimismo, se incautaron una pistola 9mm, marca Pietro Beretta, un proveedor, 15 cartuchos 9 mm y 2 granadas de fragmentación.
170417: en actividades de puesto de control por parte del grupo ESMOR, en la vía San Pedro de Urabá-Valencia (Córdoba), se logró la captura de ‘el Loco’, quien tenía orden de captura por los delitos de narcotráfico, extorsión y concierto para delinquir. Este sujeto dinamizaría actividades de sicariato en el departamento de Córdoba, al servicio de ‘Inglaterra’.
200417: en zona urbana del municipio de La Tebaida (Quindío) se logró la captura de ‘Alejo’, cabecilla de finanzas del ‘Clan’ en la subregión del occidente de Antioquia.
210417: en Moñitos (Sincelejo) se logró la captura de cinco integrantes del ‘Clan’, los cuales delinquían en el Golfo de Morrosquillo.
240417: en el corregimiento de San Felipe de Cadillo, del municipio de Tierralta (Córdoba), se hallaron 12 canecas con armamento: 3 morteros, 6 lanza granadas M79, 2 ametralladoras M-60, 10 fusiles, un MGL, un lanzacohetes, una subametralladora, 3 pistolas, 93 proveedores, 20.000 cartuchos y partes de armas y explosivos, pertenecientes a la estructura ‘Central Córdoba’. Igualmente, se registró una captura de un integrante de esta estructura.
260417: en zona rural del corregimiento de San Felipe Cadillo se halló una caleta con 40 equipos de campaña, 4 chalecos, 117 accesorios artesanales para fusil, 1.263 cartuchos de fusil, 23 proveedores para fusil, 500 metros de mecha lenta, 50 kilogramos de indugel, 240 detonadores y 459 ampollas (medicamento).
020517: en la vereda Los Guaduales, del municipio de (Antioquia) se neutralizó a ‘Pablito’, principal coordinador de estructuras criminales en Córdoba y Antioquia. Asimismo, era el encargado de las finanzas y segundo en la línea de mando de la estructura de a ‘Gavilán’.
Em em 2018, em sua segunda fase, a “OPERACIÓN AGAMENON II”, da Policía Nacional, em coordenação com a “Fiscalía General de la Nación”, a Agência antidrogas americana (DEA) e autoridades panamenhas, graças aos convênios bilaterais e o intercâmbio de informação entre autoridades da Colômbia e Panamá, o Servicio Nacional Aeronaval do Panamá (SENAN), para a ação trasnacional, continuava dando excelentes resultados na luta contra o “Clan Del Golfo”.
Esta organização criminosa utiliza chácaras, casas, armazéns e fazendas localizadas em zonas costeiras da Colômbia para armazenar grandes quantidades de drogas, empregando marinheiros e pilotos de lancha pobres para o transporte da cocaína que tem como destino a América Central e América do Norte, onde é comercializado.
Nota para a imprensa, de 04/01/2021, da Presidencia da República da Colômbia, sob o título “Capturados 198 integrantes del ‘Clan del Golfo en operación Agamenón”. A nota traz as seguientes informações adicionais sobre os operativos desenvolvidos no âmbito da chamada “OPERACIÓN AGAMENON”, como segue:
Entre las capturas se destaca la de alias ‘Messi’ o ‘Candado’, máximo cabecilla en el Eje Cafetero, Antioquia y Córdoba.
En la operación también fueron capturados alias ‘Pedro’, alias ‘Edward’ y alias ‘Piero’, cabecillas en Córdoba y Antioquia, encargados del suministro de armas y material de guerra.
Bogotá, 4 de enero de 2021.
En la lucha frontal contra el narcotráfico desplegada por el Gobierno del Presidente Iván Duque, la Policía Nacional en coordinación con la Fiscalía General de la Nación y las Fuerzas Militares ejecutaron 38 acciones en contra del grupo armado organizado ‘Clan del Golfo’, en desarrollo de la mega operación ‘Agamenón’.
La ‘Agamenón’ fue realizada estratégicamente entre el 30 de diciembre y el 2 de enero, después de dos años de investigaciones, permitió la captura de 198 personas en tres grandes operaciones simultáneas que se llevaron a cabo en 17 departamentos, entre los que están: Antioquia, Bolívar, Boyacá, Caldas, Cesar, Chocó, Córdoba, Guaviare, Magdalena, Meta, Quindío, Risaralda y Tolima, al igual que la subregión de Urabá.
‘Operación Escudo’
En esta importante ofensiva, denominada “Operación Escudo”, participaron cerca de 30 fiscales especializados en la lucha contra el crimen organizado, la extinción del derecho de dominio, el lavado de activos, el narcotráfico y la seguridad ciudadana, al igual que más de 30 grupos de investigación criminal, inteligencia policial y operaciones especiales cuyas capacidades fueron articuladas desde el puesto de mando de la campaña militar y policial Agamenón, en coordinación con la Estrategia Nacional contra el Crimen Organizado- Encor- de la Policía Nacional.
Durante la acción investigativa y operativa, las autoridades lograron atacar de manera conjunta todos los eslabones que componen el Grupo Armado Organizado ‘Clan del Golfo’, efectuando 117 diligencias de registro y allanamientos, lo que arrojó como resultado 177 capturas y 4 neutralizaciones.
De igual manera este importante despliegue permitió la afectación de todas las estructuras criminales que conforman el ‘Clan del Golfo’, de las cuales la más afectada fue la “Erlin Pino Duarte”, con 64 capturas; la Central de Urabá, 61 capturas; la ‘Roberto Vargas Gutiérrez’, 35 capturas; y la ‘Jairo de Jesús Durango Restrepo’, 21 capturas.
Es importante establecer que los elementos materiales probatorios a través de labores de inteligencia e investigación criminal, permitió que 155 de esas capturas, por delitos como, homicidio, tráfico, fabricación y porte de estupefacientes, fabricación, tráfico y porte de armas de fuego, extorsión, narcotráfico y concierto para delinquir, fueran atendidas por orden judicial, lo que representa un 86%. Lo anterior sin mencionar que esto permitió que se impusieran medida de aseguramiento a 104 de 109 capturados lo que equivale a un 95% de efectividad en estos procesos.
Cae alias ‘Messi’ o ‘Candado’
En acción simultánea en los departamentos de Antioquia, Risaralda, Quindío y Córdoba, se desarrolló la “Operación Talit”, logrando la captura de John Fredy Zapata Garzón, alias “Messi o Candado”, principal cabecilla de una organización de narcotráfico y lavado de activos, asociada con los principales cabecillas del GAO ‘Clan del Golfo’, en donde fueron capturados 7 de sus principales colaboradores, y se inició la extinción de derecho de dominio a 7 empresas, 33 inmuebles, avaluados aproximadamente en 4,2 billones de pesos.
El modus operandi empleado por esta organización criminal, era crear empresas fachada de construcción, inversión en hotelería, estaciones de servicio de combustible, finca raíz y ganadería, para dinamizar el flujo de capital ilícito en el sistema financiero legal.
A través de diferentes labores investigativas se pudo determinar que este delincuente también lideraba actividades de narcotráfico y lavado de activos, asociadas con los principales cabecillas del GAO ‘Clan del Golfo’, con rutas para el trasiego de estupefacientes hacia Europa y Estados Unidos, teniendo capacidad para el blanqueo de capitales hasta por 535 millones de pesos anuales, a través de empresas fachadas, inversiones y bienes muebles e inmuebles en los departamentos de Antioquia, Córdoba, Quindío y Risaralda.
Cabecillas en Córdoba y Antioquia
La 'Operación Santa María', desarrollada en las ciudades de Valledupar (Cesar), San Pedro de Urabá (Antioquia) y Montería (Córdoba), permitió las capturas de 3 cabecillas y 9 coordinadores de la principal red de tráfico de armas de alias 'Chiquito Malo' y 'Gonzalito', tercer y quinto cabecilla, respectivamente de esta estructura, a quienes se incautó material bélico.
Con este importante golpe se afecta de manera directa esta estructura responsable del suministro de armas, material de guerra para las estructuras 'Central' y la 'Roberto Vargas Gutiérrez', de igual manera se debilitan estructuras armadas encargadas de proteger y ofrecer seguridad a los cabecillas del estado Mayor del GAO ‘Clan del Golfo’ en la subregión del Nudo del Paramillo, entre estos alias 'Otoniel'.
Entre las capturas de mayor relevancia se encuentran las de los tres cabecillas de la región identificados como: José Pérez Macea, alias 'Pedro', cabecilla de la principal red de tráfico de armas y material bélico del GAO ‘Clan del Golfo’, con influencia en lo que se denomina el Bajo Cauca antioqueño, que comprende Córdoba y Antioquia.
Otro cabecilla capturado fue Luis Almanza, alias ‘Edward’, encargado de las conexiones internacionales del narcotráfico, en zona fronteriza y rutas de tráfico hacia Córdoba.
También fue capturado José Martínez, alias ‘Piero’, encargado de las labores de inteligencia y abastecimiento bélico en la subregión del Urabá antioqueño, destinado a campos de entrenamiento de componentes armados del ‘Clan del Golfo’, ubicados en la subregión del Nudo del Paramillo, en el sur del departamento de Córdoba, zona donde, además, se ubican los principales anillos de seguridad de alias ‘Otoniel’, máximo cabecilla del mencionado grupo armado. Con información de la Policía Nacional de Colombia. (PNC, 04.01.2021).
Um dos carregamentos via marítima dessa organização, dos mais significativos já apreendidos, trata-se de uma carga de 5 toneladas de cocaína localizada em um semisubmergível (submarino) que foi interceptado em águas do Caribe, Panamá, pela polícia daquele país em 19.02.2020, como resultado de uma operação conjunta com a Polícia Nacional da Colômbia.
Como resultado da mesma operação foi capurado no Panamá importante membro do Clã do Golfo, encarregado da coordenação dos transportes e das drogas na Costa Atlântica daquele país. O traficante foi identificado como sendo o colombiano procurado pela Interpol por narcotráfico, MANUEL CAMILO RENTERÍA LEMUS.
Como indica a inteligência colombiana, essa organização se utiliza fortemente das comunicações via rádio, em frequências criptografadas, para mensagens cifradas, dificultando em muito sua interceptação e interpretação.
Os crimes pelos quais Otoniel deverá responder vão desde o tráfico de drogas e assassinatos até terrorismo, sequestro, extorsão e abusos sexuais. Dado a sua periculosidade o governo colombiano oferece uma recompensa de 3 bilhões de pesos colombianos, cerca de US$ 3 milhões de dólares, por informações que levem à sua captura, vivo ou morto. Já os EUA, em razão dos grandes volumes de cocaína traficados para aquele país pela organização encabeçada por Otoniel, oferecem uma recompensa de US$ 5 milhões de dólares por informações que levem à captura do traficante. Trata-se da maior recompensa já oferecida por delinquentes colombianos procurados.
Ainda preparando a conclusão do presente trabalho, me deparo com um informe do gupo INFOBAE, de 15 de fevereiro de 2021, dando conta da captura por parte de efetivos da Polícia Nacional colombiana, de WILLAR DUARTE ARANGO, vulgo VETERINO, administrador das rotas do tráfico do Clan del Golfo, desde a costa atlântica da Colômbia, com destino à América Central, os Estados Unidos e Europa.
Willar Duarte Arango já havia sido capturado em 2015. Segundo a informes o mesmo tinha como propósito tomar o porto em Carepa, no Departamento de Antioqui, para consolidar o tráfico de cocaína para os Estados Unidos, América Central e Europa.
De acordo com as autoridades, o traficante Willar Duarte Arango, aliás Veterino, administrava as rotas do narcotráfico do Clan del Golfo na região do Urabá (golfo) antioqueño.
Em 15 de fevereiro, oito días depois da morte de Nelson Darío Hurtado Simanca, alias “Marihuano”, em confronto com a polícia, aquele que seria a “mão dereita de Darío Antonio Úsuga, vulgo “Otoniel”, o cabeça do Clan del Golfo; as autoridades colombianas deram um novo golpe à estrutura da organização armada ilegal, a mais fortemente engajada no narcotráfico do país. A Policía Nacional capturou a Willar Duarte Arango, alias ‘Veterino’, que, temum histórico de crimes que remontam ao início dos anos 2000, desde que deixou as fileiras do grupo paramilitar, Bloque Centauros, das Autodefensas Unidas de Colombia (AUC), en 2006, ainda no governo do presidente Álvaro Uribe Vélez. Veterino, investigado por fraude processual e compra de testemunhas, passou a integrar o Clan del Golfo, também denominado “Autodefensas Gaitanistas de Colombia (AGC)”.
Em 2019, ‘Veterino’ foi escolhido por “Otoniel” para gerenciar as rotas de distribuição de cocaína no leste e sul da Colômbia, especificamente nos departamentos de Meta, Guaviare e Vichada, onde opera a subestrutura armada de Gonzalo Oquendo. E antes de sua captura, segundo a Polícia, fazia o mesmo, mas em Urabá (Golfo) Antioqueño, uma das sub-regiões que mais sofreu com o conflito armado e a violência desencadeada pelo narcotráfico.
“Veterino”, explicou a Polícia, tinha atualmente a incumbência de coordenar o tráfico de drogas da subestrutura de Carlos Vásquez, que atua em Urabá. Seu principal objetivo era assumir o porto marítimo de Zungo, no município de Carepa, para aumentar a exportação de entorpecentes para os Estados Unidos, América Central e Europa.
Willar Duarte Arango também contribuiu para expandir os negócios criminosos do Clã do Golfo no Atlántico e Magdalena, segundo as autoridades. Ele também teria enviado drogas para países relativamente próximos, como a Guatemala, e países distantes, como a Rússia, juntamente com Alexander Pinto Díaz, vulgo “JJ”.
Esta é a segunda vez que ‘Veterino’ vai para a prisão, já que em 8 de fevereiro de 2015 foi capturado pela Polícia Nacional. Naquela época, ele era acusado de cometer crimes de conspiração agravados, por sequestros extorsivos e assassinato.
“'Veterino' aparentemente estaria relacionado à pelo menos 14 homicídios que são objeto de investigação, supostamente desde 2012 já atuava junto ao Clã Úsuga, atual Clan del Golgo, na época agindo na Sub-região de Urabá, desenvolvendo atividades ilegais nos municípios de Chigorodó e Carepa, onde chegou a líder urbano.
Depois da prisão dos traficantes “Marihuano” e 'Veterino', os efetivos militares da operação Agamenon, entre o Exército, Polícia, Força Aérea e Marinha, continuam na trilha de lideranças como Jobanis de Jesús Ávila, vulgo “Chiquito Malo” e Wilmer Giraldo Quiroz, vulgo “Siopas”, duas peças-chave no Clan del Golfo.
Chiquito Malo, seria o encarregado das região costeira de Turbo, em Antioquia, enquanto Siopas, comanda 500 homens em Chocó. Esses seriam os substitutos de Nelson Darío Hurtado Simanca, vulgo “Marihuano”.
Em 2018, o governo dos Estados Unidos solicitou a extradição de “Chiquito Malo” por tráfico de drogas através de pontos de embarque na região costeira de Turbo, El Tres e Currulao no golfo do Urabá Antioqueño, uma das sub-regiões mais afetadas pela violência . Hoje, ainda tem uma circular vermelha da Polícia Internacional (Interpol) e por sua captura as autoridades colombianas oferecem US $ 500 milhões.
Conhecido pelo apelido “Siopas”, sabe-se que Wilmer Quiroz, tem influência na área do Choco, Urabá. O criminoso de 40 anos, fiel a chefe da organização, Darío Antonio Úsuga David, vulgo “Otoniel”, é acusado da morte de dez policiais, no Departamento de Antioquia, fatos ocorridos entre abril e junho de 2018, um deles resultado de um atentado com explosivos na estrada que liga San Pedro de Urabá a Arboletes.
Em pronunciamento na rede de televisão colombiana, em 13 de março de 2021, o Mayo General Jorge Luís Vargas Valencia, Comandante da Polícia Nacional da Colômbia, anuncia a captura de Rubén Darío Meléndez Beltrán, vulgo “Porrón”, na fiscalização de Murujuy, jurisdição de Puerto Gaitán, Departamento de Meta, um dos principais dirigentes do Clã del Golfo, encarregado por "Otoniel" de assumir o comando daquele grupo armado em todo o leste do país.
“Porrón” desmobilizou-se das Forças de Autodefesa, grupo paramilitar, em novembro de 2004, junto com 452 integrantes do Bloco Bananero das Forças de Autodefesa, estrutura à qual pertenceu por mais de 20 anos. Por sua experiência, foi enviado com 20 homens armados de Urabá ao Meta para disputar o controle das rotas do narcotráfico com o grupo conhecido como “LOS PUNTILLEROS”, e assumir o negócio da cocaína na fronteira com a Venezuela ...
Observação do autor:
Para se entender o papel desempenhado pela organização narcotraficante, grupo armado organizado, acima mencionado, “LOS PUNTILLEROS”, se faz necessário buscar suas origens no Exército Popular Anti-Subversivo Revolucionário da Colômbia (ERPAC), uma organização narco-paramilitar, um bando criminoso (Bacrim)a serviço do narcotráfico, e que fazia parte do conflito armado interno colombiano.
Após a desmobilização do grupo original, o ERPAC foi dividido em 2 blocos: Bloque Meta, liderado por Jhonatan ou “El Enano”, capturado em novembro de 2015. Este, que operava no sul do departamento de Meta; e Bloque Libertadores del Vichada, que operava no departamento de Vichada, liderado por “Pijarvey”, morto pela polícia em outubro de 2015. Em 2016, cada grupo tinha um efetivo de 100 combatentes ou pouco menos.
Segundo informes de fontes diversas, a organização narcotraficante LOS RASTROJOS comprou em 2013 a franquia do Bloque Meta, para iniciar novos projetos criminosos, face às baixas sofridas com os golpes das Forças de Segurança, além da perda de integrantes para outros bandos e organizações criminosas como o Clan del Golfo.
Após as capturas dos narcotraficantes Loco Barrera e Jhonatan, além da morte de Pijarvey; os dois blocos foram deixados nas mãos do narcotraficante MAURICIO PACHÓN ROZO, vulgo "PUNTILLA", reunindo os dois grupos; desta vez com um novo nome: "LOS PUNTILLEROS", com sua base nas Planícies Orientais.
Com a morte do narcoguerrilheiro Megateo, comandante do grupo dissidente do EPL, com quem mantinha relação comercial, Puntilla assumiu o controle das atividades do narcotráfico na região de Catatumbo; ao mesmo tempo, com a ajuda de ex-paramilitares, organizou uma rede de pistoleiros a nível nacional e internacional, matadores de aluguel, para cobrança de dívidas e vinganças contra os ex-associados de Loco Barrera. Puntilla foi capturado pela polícia em uma fazenda em Cimitarra (Santander) em fevereiro de 2016. Tendo deixado a prisão em 2017, ele estava foragido da justiça, quando foi morto pela Polícia em Medellín, em 4 de dezembro de 2018, em meio a uma operação para capturá-lo. O comandante do Bloco Libertadores del Vichada foi quem assumiu as atividades ilícitas deste capo após sua primeira captura, Javier Ignacio Rubio Cantor; alias “Móvil 7”, tão implacável quanto seu antecessor e promotor de rotas do narcotráfico na Venezuela e no Brasil.
“Móvil 7” foi morto em confronto com a polícia na zona rural de Puerto Carreño, Vichada, em 23 de abril de 2016, onde foram capturdos também dois de seus cúmplices. Outro líder deste bloco, Álvaro Enciso Arias, vulgo Venado, foi assassinado em maio 2016.
Com relação ao Bloco (Bloque) Meta, após a captura de Jhonatan, não surgiu liderança de destaque dentro do grupo, vez que seus dirigentes foram logo capturados pela Força Pública, a última delas foi em julho de 2016, quando José Manuel Capera foi capturado; vulgo “Nube Negra”.
Dias antes de sua captura, Jhonatan foi contatado por DAIRO ANTONIO ÚSUGA DAVID; alias OTONIEL, líder da maior organização criminosa da Colômbia, o Clan del Golfo, para se propunha a adquirir o controle do Bloco Meta, grupo criminoso a que Jhonatan estava servindo. Otoniel já trabalhava de mãos dadas com o outro grupo criminoso dos Llanos: o Bloque Libertadores del Vichada, tinha chegado a enviar 150 homens para reforçar este bloco criminoso, mas Pijarvey, desconfiando das intenções daqueles homens, rompeu tal aliança, abrindo ai uma guerra.
Quando Pijarvey morreu e Jhonatan foi capturado, o caminho estava aparentemente livre para o Clã do Golfo controlar a região dos Llanos. Para impedir tal avanço a Polícia Nacional desencadeou, no final de 2015, a “OPERAÇÃO ATENAS” na região, para o desmantelantelamento das organizações criminosas que ali estavam assentadas, buscando assim, impedir a expansão do Clã do Golfo na região e conformação de novos grupos.
O último líder dos “Puntilleros”, Arnulfo Guzmán Hernández, vulgo Tigre, foi capturado em 22 de setembro de 2017, em Villavicencio, departamento de Meta, onde pretendia celebrar o Dia do Amor e da Amizade.
Presume-se que o pouco que restou da organização está nas mãos da família “Pachón Rozo”, parentes do falecido “Puntilla”, que se autodenominam “LOS MONROY”. Esta família tem suas propriedade em processo de confisco pelas autoridades. Especula-se que “LOS MONROY” chegaram a manter contatos no México e nos Estados Unidos para fins de tráfico de cocaína.
Rubén Darío Meléndez Beltrán, vulgo “Porrón”, foi capturado em 22 de fevereiro de 2008, pelos crimes de Homicídio, extorsão, e concerto para delinquir agravado, cumprindo uma pena de sete años no Centro Penitenciário e Carcerário La Paz, de Itagüí, no Departamento de Antioquia.
Depois de cumprir a pena,”Porrón”, em abril de 2015, ingressou na gangue criminosa conhecida como Los Urabeños, posteriormente ClanÚsuga, hoje denominado Grupo Armado Organizado “Clã del Golfo”, onde galgou posições até se tornar um dos homens de confiança de Dairo Antonio Úsuga, aliás Otoniel, que, na ausência de peças-chave para assumir o controle dos negócios, devido aos constantes golpes da Polícia Nacional e das Forças Militares, decidiu colocá-lo à frente da guerra aberta com “Los Puntilleros”, e encarregado de todas as receitas provenientes do crime no leste do país , incluindo tráfico de drogas e a extorsão.
O sucesso na captura do narcotraficante ocorre no âmbito da Operação Agamenon, com o apoio da Força Aérea Colombiana.
A GUERRA CONTRA AS DROGAS – UM CONFLITO DE BAIXA INTENSIDADE
O Mal atualmente é liquefeito, está sempre mudando, e o mais importante não é deter o rio, mas identificar sua nascente e mapear o seu leito. (Zygmunt Bauman, 2000).
A Guerra do Vietnã marcou a 4ª geração de conflitos armados, popularizando o conceito de guerra de guerrilha, um tipo de guerra não convencional, na maior parte das vezes rural no qual o principal estratagema é a ocultação e a extrema mobilidade dos combatentes para surpreender o inimigo com ataques relâmpagos. É um tipo de guerra que foi rapidamente adotado por grupos insurgentes por todo o mundo, logo levado também para as zonas urbanas, a chamada guerrilha urbana.
Mais adiante, o terrorismo, a inteligência e a sabotagem, que já constavam no rascunho da Bíblia, passaram a ocupar o lugar central. Na verdade, a maioria dos conflitos armados não se dá mais entre exércitos regulares, fardados e profissionais; são os conflitos de baixa intensidade, onde armas pesadas e bombas são de pouca utilidade e eficácia.
Armas pesadas e bombas se tornam inúteis contra terroristas e espiões infiltrados em suas próprias forças, em seu próprio território, ou contra a guerra cibernética na internet. Nessa guerra irregular e assimétrica os forças adversárias não usam as mesmas armas, táticas e estratégias. Esse tipo de conflito é marcado por atentados terroristas, ataques relâmpagos e fugas imediatas.
O objetivo do adversário não é vencer batalhas decisivas, mas levar as forças da ordem ao cansaço e o abatimento moral, o cometimento de erros e os conflitos com a população aterrorizada, desgastando os governantes e, gerando um estado de alerta permanente e, portanto, ao desperdício de recursos e estresse, abalando os meios de produção.
Muitos autores atribuem erroneamente o agravamento do conflito interno na Colômbia à chamada “Guerra às Drogas”, que foi deflagrada pelo Presidente americano Ronald Reagan, no final da década de 80, face à ameaça das drogas à saúde pública e a violência que àquela altura havia atingido níveis jamais vistos em importantes cidades como Nova Yorque e Miami, quando na verdade o conflito interno colombiano tem suas raízes em questões que remontam à década de 60, tal como se encontra na vasta literatura e imprensa colombiana, que trata em profundidade o tema.
O Jornal El Tiempo, de Bogotá, em seu editorial de 25 de abril de 2013, traz uma profunda análise sob o título “El crimen que detonó la fundación de las Farc”.
Analistas da área militar e especialistas assim definem a natureza do conflito armado interno na Colômbia:
Trata-se de uma guerra assimétrica de baixa intensidade que ocorre na Colômbia desde 1960 e continua até os dias atuais. Com antecedentes e causas diretas da etapa conhecida como La Violencia, que enfrentou os partidos Liberal e Conservador (aproximadamente entre 1928-1958). Os principais atores envolvidos foram o Estado colombiano, as guerrilhas de extrema esquerda e os grupos paramilitares de extrema direita. A eles se juntaram cartéis do narcotráfico, as chamadas gangues criminosas (Bacrim) e Grupos Armados Organizados (GAO).
Graças aos esforços das Forças de Segurança da Colômbia e ao apoio dos americanos na luta contra o narcotráfico e os grupos armados ilegais é que o violento Cartel de Medellin foi desmantelado, com suas principais lideranças presas ou mortas. Assim foi, já nos anos 90 com o Cartel de Cali, menos violento, mas não menos perigoso em razão dos grupos armados que davam o suporte à suas operações relacionadas ao narcotráfico.
Com o desmantelamento de ambos os carteis, e em seguida também com o desmonte do chamado Cartel do Norte del Valle, vieram a se formar os chamados mini carteis, verdadeiros bandos criminosos ou organizações criminosas, sempre fortementemente armadas e com experiência em combate e ações terroristas, vez que a maioria de seus efetivos provém de grupos armados como as Autodefensas Unidas Colombianas (AUC), FARC e ELN.
No caso da atuação dos mini carteis da droga e os grupos armados organizados , tratados em maior profundidade em capítulos anteriores, hoje espalhados por quase todos os diferentes departamentos, o que vemos ao longo de quase quatro décadas é o assédio constante às populações de bairros das grandes cidades onde impera o tráfico de drogas, mas também nos pequenos povoados e vilarejos, onde fustigam a pequena força policial existente a ponto de neutralizá-la, extorquem os pequenos comerciantes e produtores rurais, controlam as vias de acesso e os transportes com vistas ao absoluto controle sobre aquelas áreas, notadamente onde proliferam os cultivos ilícitos de coca ou da papoula, locais de maceração e produção da pasta de coca, os laboratórios de cristalização, as rotas de suprimentos e insumos, e o escoamento da droga produzida.
Tais grupos, com o poder do dinheiro abundante de que dispõem, proveniente de suas práticas criminosas, passam muitas vezes a ocupar o lugar do estado, promovendo melhorias na comunidade e mantendo, ao seu modo, ao arrepio da lei, pela força das armas, a “ordem pública” tal como lhes interessa, cooptando a população que passa a cooperar com eles em desfavor do poder público e das forças de segurança do estado.
A LUTA CONTRA O NARCOTRÁFICO - UMA GUERRA SEM FIM
“Grupos armados y narcotráfico son las víboras venenosas “ (General Eduardo Enrique Zapateiro Altamiranda, Comandante do Ejército Nacional de Colombia).
Apesar dos esforços colossais das Forças de Segurança da Colômbia com apoio permanente da agência americana de controle de drogas, DEA, no combate ao narcotráfico e o crime organizado, ao longo dos últimos quarenta anos, o país continua sendo o principal produtor mudial de cocaína enquanto grupos armados ilegais proliferam e se fortalecem à medida em que avançam pela Venezuela, unindo-se à outros grupos criminosos daquele país.
Segundo o órgão da Presidência da República dos Estados Unidos da América, o “Escritório de Política Nacional de Controle de Drogas da Casa Branca, a produção de cocaína, de acordo com dados de 2019, chegaria a mais de 1.300 toneladas anuais, hoje com uma área superior a 200.000 hectares ocupados com cultivos de coca.
Além do forte envolvimento dos vários bandos criminosos (BACRIM), no milhonário negócio do narcotráfico, também participam o chamados “Grupos Armados Organizados – residuais, GAO-r”, como as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC, que não acataram o acordo de paz de 2016, assim como o Exército de Libertação Nacional, ELN, além dos inúmeros mini carteis que se formaram na sequência do desmantelamento de organizações como o Cartel de Medellin, Cartel de Cali e Cartel Norte del Valle.
Os cultivos ilícitos da coca e o narcotráfico, propriamente dito, como o principal combustível da violência promovida pela guerrilha e grupos armados ilegais, que desde há mais de 50 anos já causaram mais de 260.000 mortos em toda a Colômbia, levando milhares a terem que abandonar suas cidades, suas casas e propriedades, tende a se perpetuar como negócio capaz de gerar a falsa sensação de riqueza e qualidade de vida à uma parcela significativa da população que está diretamente envolvida em tais atividades ilegais.
Para melhor ilustrar a real situação atualmente vivida em certas áreas do Departamento de Nariño e do Valle del Cauca, onde proliferam os cultivos ilícitos e os grandes laboratórios de cristalização, basta buscar os informes produzidos pelo jornalismo investigativo de altíssimo nível, da imprensa colombiana.
No início de 2021 a jornalista colombiana, Salud Hernández-Mora, visitou o município de Argelia, ao sul do Vale do Cauca, região que está sob controle do ELN e das Farc, onde predomina o terror.
A referida matéria, intitulada “A BONANÇA DA COCA EM TEMPOS DE PANDEMIA”, publicada na revista SEMANA, de Bogotá, segue abaixo numa tradução livre do autor.
“Aquela região, ocupada pelos guerrilheiros, tem uma vocação para a produção do café, onde, no entanto, proliferam os cultivos de coca de tal forma que as encostas do vale de Micay estão hoje cobertas pela coca, áreas tomadas pelos laboratórios para a produção de pasta de coca, que funcionam abertamente ao longo da rodovia, entre os 29 km que separam os povoados de El Mango e El Plateado. Diz a jornalista: “Eles não escondem e nem teriam porque fazê-lo”.
Continua a matéria:
“A região é dominada pelo ELN e pelas novas FARC-EP, tal como chamam a dissidência das FARC, hoje transformada em partido político. Embora tenha ocorrido ali mais de uma centena de casos de Covid-19, não há nenhum sinal de crise econômica, tal como se enfrenta em todo o país.
Em boa parte do município de Argélia, se desfruta de uma bonança cocaleira como há tempos não se conhecia. Os preços dispararam. Vendem um quilo de pasta base a 3,5milhões de pesos colombianos, aproximadamente US$ 1000,- (mil dolares americanos), quando custava antes apenas 2,5milhões de pesos, cerca de US$ 750,- (setecentos e cincoenta dólares americanos).
A arroba, que corresponde a 15kg, de folha de coca também teve uma alta no preço, passando a custar 70.000pesos, aproximadamente US$ 20,- (vinte dólares americanos). A diferença com relação ao passado é que antes gastavam todo o dinheiro com prostitutas e bebedeiras, enquando hoje aplicam o dinheiro.
Por toda a parte se percebe um “boom” da construção, melhora das casas, comércio moderno e bem sortido, caminhonetas caríssimas. E, na localidade de “El Plateado”, onde as vias eram intransitáveis, a própria comunidade está custeando sua pavimentação. Em resumo, a população daquele vale, nativos ou foráneos procedentes de outras regiões da Colômbia, estão alcançando um bem-estar jamais sonhado, graças, em grande parte, à pandemia.
Os grupos armados proibiram a entrada de prostitutas em razão do contágio, fcharam os bares, e não deixam vender tanta bebida. Aos homens não restou outra coisa que gastar o dinheiro para melhorar suas casas. “Com isto ganhamos nós, as mulheres”, diz uma dona de cultivo de coca, que retira 300 arrobas (4.500kg) de coca por colheita. “Eu fiz uma casa nova”, acrescenta o dono de um laboratório, afirmando que as coisas estão indo muito bem pra todos; “Esta semana comprei 2.000 arrobas (30toneladas) de um senhor”, e tirando uma calculadora do bolso, faz os cálculos – a 65.000 pesos colombianos cada arroba,ainda que descontando os gastos, lhe restariam 65milhões de pesos colombianos, quase US$2.000 (dois mil dólares).
A pesar de gozar de uma economia desapertada, a maioria das pessoas com que falei transpiravam o medo. O prefeito e o secretário foram ameaçados pelos dissidentes da Frente Carlos Patiño das FARC-EP. Uns dias antes, um dos 11 conselheiros (vereadores) abandonaram a localidade de Argélia se refugiando em popayan. Disse uma senhora de “El Plateado”: “se não morro com uma bala, morro de um infarto - vivemos com muito medo”. Ninguém quer dar a cada no momento em que a região está imersa em um clima de tensão máxima, emrazão do enfrentamento sangrento entre efetivos das FARC e ELN, o que já causou 80 mortes no ano passado, ficando os civis em meio ao fogo cruzado.
Os nativos dali relatam que ambosos grupos estão por toda parte, as fronteiras que os separam não são bem definidas, embora cada qual exerça maior domínio sobre determinadas áreas. Tanto é assim que muitos moradores pagam “pedágio” a ambos os grupos.
Diz um morador: - “antes tudo estava claro, se sabia a quem atender, quem era quem, e conhecia seus comandantes, hoje não”.
Segue a matéria com relato de moradores:
“As FARC e o ELN não brigavam; cada um respeitava o território do outro”. Diz um comerciante: “Não íam matando como agora. Investigavam àquele que detinham e se aquele tinha feito algo, o entregavam a Junta de Ação Comunitária (JAC) consultavam se o liberavam, se o matavam ou o expulsavam”.
“Para circular pelo vale exigem uma identificação que é fornecida pela JAC e aprovada pela guerrilha. Sem laços familiares ou uma recomendação expressa de alguém do lugar, aventurar-se é mesmo que arriscar a vida”. “Os forasteiros que sejam considerados suspeitos podem mata-los. É melhor não vir sem autorização”, diz uma senhora.
No final de 2020, o ELN expulsou quase todos os venezuelanos, e só ficaram uns poucos. Em 30 dezembro forçaram a população à cercar os militares para que soltassem os cinco guerrilheiros capurados em uma operação naquela área.
Efetivos armados do ELN também expulsaram de suas casas dezenas de famílias para enfrentar sem maiores obstáculos a frente Carlos Patiño das FARC. “O ELN tinha uma caminhoneta que era chamada “a última lágrima", por que aquele que nela embarcava, o matavam – foi tomada pelos Patiño (FARC), qua agora a usam”, afirma um morador da localidade de Sinai.
Ainda que o governo Duque tenha anunciado, com todo o estardalhaço, que ingressaria com 2.000 soldados para recuperar o Vale de Micay, logo foram avisados que a tarefa seria titânica. Em 4 de fevereiro, oexército atacou a frente Carlos Patiño, matando um guerrilheiro. Ao se verem encurrados, um grupo de guerrilheiros das FARC correu à localidade de El Plateado, a 15 minutos do local do combate, para obrigar a população a retirar os soldados. Em questão de minutos, centenas de civis cercaram os militares e os intimaram a depor seus fuzis. Aos militares não lhes restou alternativa, que não obedecer a turba; pois, não puderam usar suas armas.
Esses militares saíram da área com a cobertura de agricultores, chegando à Argélia pela noite. Diz um dos militares: “dizem que nos acompanharam pela nossa segurança, mas ofizeram para ter a certeza de que não voltaríamos da medade do caminho – é humilhante sair assim”. Os populares se desculpavam, conscientes que são pressionados pela guerrilha e, em caso de descumprirem suas ordens, são multados em 7 milh~es de pesos (US$2.000, - dois mil dólares), ficando advertidos que podem ser mortos.
Dia 5, a guerrilha jogou na estrada, muito próximo de El Plateado, cadáveres crivados de balas. “Nos vemos na obrigação de justiçar essas pessoas como infiltrados do ELN – Frente Carlos Patiño”. Vamos vencer venceremos dizia o cartaz deixado junto aos corpos. Nesse mesmo diao grupo ilegal reuniu toda a vizinhança em El Plateado para intimá-los a unirem-se a outra multidão de trabalhadores, que vinham de outras partes do vale, para marcharem, todos juntos, até a entrada da cidade, em Argélia,numa manifestação em que exigiam do governo nacional a criação de mesas de negociação para tratar de questões sociais e políticas. Mas, depois de uma hora de caminhada, foram detidos por uma barreira do ELN na localidade de Puerto Rico, que os obrigou a recuar.
. Frente a um panorama tão sombrio, o governo, além de recuperar o Vale de Micay com uma forte operação militar, planeja erradicar os cultivos, principalmente os complexos de laboratórios de cristalização que existem entre El Plateado e a costa do Pacífico, a 90 km de distância.
Diz um morador da localidade de Sinai: “Eu lhes diria que não percam tempo. Não vamos permitir a erradicação, e se vêm os aviões, os Patiño (FARC) os derrubam à bala”. A população perdeu a fé nos projetos alternativos, que nunca chegaram, ainda que 11.400 famílias tenham se inscrito para o projeto de erradicação voluntária.
É indiscutível que não existe produto agrícola tão rentável, ainda mais quando a coca permite uma colheita a cada dois meses, e tem aqueles que tiram entre 10.000 e 20.000 arrobas de folhas, os maceradores, (aqueles que pisam a as folhas para produzir a pasta0 que ganham entre 200.000 e 300.000 pesos colombianos”, diz um produtor de coca.
“Que nos deixem a coca, não tirem-na de nós. Com ela compramos casa, damos estudos aos filhos, há negócios, pode-se viver”, afirma uma agricultora.
Reafirmam, que entre as muitas promessas incumpridas, que Juan Manuel Santos se comprometeu asfaltar os 23 km de Balboa a Argélia, para encurtar a conexão com a via Panamericana, só entregando 2,8km. Ogoverno atualcompletou outros 1,2km e deu recursos para continuar a obra. Além disso, dará uma miséria de 500 milhões de pesos em apoio aos cafeicultores locais.
Em “El Mango”, por outro lado, com o dinheiro do governo, foi construído um colégio de tamanho descomunal, que pode converter-se em um elefante branco. Mas, reiteram a reclamação da falta de internet e computadores para as aulas virtuais e o corte nos recursos da educação em 500 milhões e outros 1.000 em vantagens.
Um líder local destaca que frente a uma realidade tão complexa, com três gerações dedicadas a cultivar a coca, só Bogotá tem o poder necessário para modificar o rumo do vale. “Isto não se pode transformar com uns tantos milh~es para projetos. O problema é muito maior, se perdeu o controle”. Outra liderança conclui: “É evidente que a situação não vai se resolver somente com a bota militar”.
Un líder local subraya que ante una realidad tan compleja, con tres generaciones dedicadas a sembrar la mata, solo Bogotá tiene el poder necesario para modificar el rumbo del cañón. “Esto no lo transforman con unos cuantos millones para proyectos. El problema es mucho más grande, se salió de las manos”. Y otro concluye: “Lo evidente es que esta situación no se arregla solo con la bota militar”.
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ESFORÇOS CONJUNTOS EM APOIO ÀS OPERAÇÕES DO COMANDO SUL DOS E.U.A. NO HEMISFÉRIO OCIDENTAL CONTRA O NARCOTRÁFICO
O Comando Sul dos Estados Unidos (USSOUTHCOM), está localizado em Doral, Flórida. É um dos onze Comandos Unificados de Combate (CCMDs) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, responsável pelo planejamento de contingência, operações, e cooperação em segurança para América Central, América do Sul e Caribe, em suas águas territoriais, para a proteção da força e de recursos militares dos EUA nessas regiões. O Comando Sul é também responsável por assegurar a defesa do Canal do Panamá e a área adjacente do canal.
As operações do Comando Sul são parte do programa da “Força Tarefa Antidrogas e contra o Crime Organizado (OCDETF) a Força de Ataque do Corredor do Caribe (CCSF).
No sentido de dar novo ímpeto aos esforços na luta contra o narcotráfico nas rotas marítimas o presidente americano, Joe Biden, nomeou a Tenente General do Exército dos Estados Unidos Laura Richardson para a chefia do Comando Sul.
Um dos principais desafios da Força Tarefa e do todo o Comando Sul é a ameaça hemisférica hoje representada pelas operações do narcotráfico no Pacífico, Atlântico e Mar do Caribe, que utiliza países da América Central como trampolim para chegar aos Estados Unidos.
Nesse sentido, ainda em fevereiro de 2021, foi assinado um novo pacto entre o Panamá e o COMANDO SUL para intensificarem os controles sobre as rotas marítimas com vistas ao incremento da luta contra o narcotráfico.
O acordo, envolvendo a cooperação tecnológica, equipamento e intercâmbio de informações de inteligência representam o fortalecimento das relações militares entre Estados Unidos e o Panamá.
As crecentes operações dos carteis da cocaína nas águas territorias panamenhas levantaram alerta em todo el hemisfério, levando o governo panamenho a uma base, ou centro de coordenação do Comando Regional de Operações Aero-Navais (CROAN), que tem vínculos com o Comando Sul da Marinha americana. O governo panamenho está empenhado em aumentar a capacidade de suas forças de segurança para a vigilância e controle sobre seu espaço marítimo.
Com a implementação de recursos tecnológicos avançados para a vigilância, capacitação do pessoal e o intercâmbio de informações o Comando Regional estará oferecendo ferramentas de coordenação para que os Estados Unidos, Panamá e Colômbia possam desenvolver operações navais conjuntas em todo o Caribe e Pacífico.
Tais avanços na luta contra o narcotráfico vem na sequência de cobranças do senado americano por ações efetivas do governo americano frente às ameaças daquilo que chamaram de “corporação criminosa transnacional chavista”, com todas suas atividades ilícitas que se desenvolvem sob a proteção da ditadura venezuelana, segundo declarações do senador Jim Risch.
O senador republicano Jim Risch, membro de alto nível do Comitê de Relações Exteriores do Senado, é quem tomou a iniciativa de cobrar uma atualização dos dados sobre a ameaça chavista ao hemisfério, pedindo por uma revisão quanto à eficácia das ações políticas das autoridades americanas para combater tais ameaças.
Dentre outros detalhes de interesse da segurança, o senador Risch está interessado em apurar a participação e vínculos de altos funcionários de Maduro e membros das forças de segurança da Venezuela com organizações criminais transnacionais. Entre elas o ELN, grupo narcoguerrilheiro colombiano.
O senador justifica sua iniciativa ao mostrar que o informe existente sobre a situação na Venezuela foi produzido há quase 11 anos. Foi quando se solicitou uma investigação sobre as políticas estadounidenses desenhadas para coibir o tráfico de narcóticos desde a Venezuela.
Em suas conclusões o “Governmente Accoutability Office” (GAO), apontou a falta de cooperação da Venezuela na luta contra o narcotráfico. Tendo a Venezuela obstaculizado significativamente a capacidade dos Estados Unidos em detener o fluxo de narcóticos para os Estados Unidos.
O Government Accountability Office (GAO), em português: Escritório de Responsabilidade do Governo, é o órgão do Poder Legislativo dos Estados Unidos da América responsável por serviços de auditoria, avaliações e investigações para o Congresso americano.
O relatório do GAO aponta responsabilidade do governo venezuelano pelo acolhimento e refúgio continuo e seguro que tem oferecido a grupos armados ilegais como el ELN e os dissidentes das FARC.
“Em maio de 2019, um estudo do IBI Consultants e a Universidade de Defensa Nacional conclui que o governo venezuelano que havia se transformado em uma vasta empresa criminosa”. (Senador Jim Risch).
Observação do autor:
O grupo “IBI Consultants” é uma empresa americana de consultoria para assuntos de segurança nacional, tem como presidente o jornalista Douglas Farah, que é também Visitante Senior (Senior Visiting Fellow) no Centro de Operações Complexas da Universidade Nacional de Defesa (National Defense University's Center for Complex Operations). Douglas Farah é um jornalista premiado, foi chefe do escritório do Jornal “The Washinton Post” na África Ocidental , e também autor de dois livros aclamados pela crítica: “Blood from Stones” e “Merchant of Death”.
Segundo ainda o senador, tais estudos demonstram que essa corporação se extende por todo o mundo e estava envolvida na venda de petróleo adulterado, mineração ilegal, projetos de infraestrutura fraudulentos crimes financeiros. Essa rede criminosa poderia ter obtido ganhos ilegais de até US$ 43 bilhões de dólares entre 2007 e 2018, com a ajuda de aliados como Cuba, Nicaragua, Bolívia, Equador, Suriname e El Salvador.
O senador Risch, referindo-se ao que chamou de “Cartel Maduro-FARC”, lembrou que em março de 2020 o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou Nicolás Maduro, seu Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López e o Presidente do Supremo Tribunal daquele país, Maikel Moreno, além de outros 15 altos funcionários, de suposta colaboração com a cúpula da organização narcoterrorista das FARC, e de usar a cocaína como arma, pretendendo “inundar” os Estados Unidos com a droga.
Nessa ocasião o Procurador Federal dos Estados Unidos, Geoffrey S. Berman, disse que tal acance e magnitude do dito narcotráfico só foi possível com a proteção política e militar proporcionada pelo ditador venezuelano
Com a pressão do senado americano e as recentes mudanças promovidas pelo governo de Joe Biden na estrutura operacional do Comando Sul dos Estados Unidos, e o pronto engajamento das forças de segurança do Panamá, o Presidente da Colômbia Ivan Duque, já em fevereiro de 2021, anunciou a criação de a unidade de elite denominada “Comando contra el Narcotráfico y las Amenazas Transnacionales” identificada pela sigla CONAT, um comando militar de alto nível, para combater todas as atividades ilícitas relacionadas com os carteis do narcotráfico e seus tentáculos na mineração ilegal.
OS ESFORÇOS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA DA COLÔMBIA NA LUTA CONTRA O NARCOTRÁFICO E A NOVA UNIDADE DE ELITE – O CONAT
Em seu pronunciamento de lançamento do CONAT, em 26 de fevereiro de 2021, o Presidente colombiano diz que trata-se de uma unidade subordinada ao Exército Nacional da Colômbia, que busca atacar as novas estratégias da indústria do narcotráfico.
O Presidente Duque prossegue:
“No novo panorama da luta contra os carteis do narcotráfico, mantem-se a luta contra as atividades de tráfico de armas, o sequestro e a extorsão.
A nueva unidade operativa vai desmantelar laboratórios e desvertebrar as estruturas de lavado de ativos.
Também vão realizar uma caça minuciosa aos chefes dos carteis e fazer uma desapropriação expressa dos bens do narcotráfico.
Esta fuerça e o trabalho articulado de toda a Fuerça Pública irá desmantelar sem contemplcção as estruturas do narcotráfico do ELN.
Da mesma forma, que o CONAT irá atrás das dissidências, da Oliver Sinisterra, dos Caparros, e de qualquer forma de criminalidade.”
O Presidente Ivan Duque encerrou seu discurso, dando ao final como ativado o novo comando, deixa uma mensagem clara e direta aos grupos criminosos que ameaçam a população e desafiam a força pública do país, nos seguintes termos:
“A luta contra o narcotráfico é uma luta moralmente necessaria e correta. É colocar-se do lado certo da história.
Este comando foi criado com com urgência, pois a ameaça demanda ações cada vez más contundentes.
Uma mensagem clara àqueles que pretendem intimidar e amenaçar o povo colombiano - Diziam os romanos: A sorte premia a audácia e nossa força é audaz, é contundente, e está motivada para um serviço inquebrantável pelonosso país. Avante CONAT!”
Da fala do presidente colombiano e dos informes de imprensa, entende-se que a determinação é golpear as cabeças do narcoterrorismo, para sejam capturado ou neutralizados. Entre os “objetivos de alto valor” estão Iván Márquez, Jesús Santrich, Hernán Darío Velásquez, conhecido como “El Paisa”, Henry Castellanos, aliás “Romaña”. Todos los dissidentes das FARC, hoje atuando desde suas bases na Venezuela.
Na lista do procurados figuram membros do “Ejército de Liberación Nacional” (ELN), a última guerrilha reconocida como ativa na Colômbia, e também do “Clan del Golfo”, a maior organização narcotraficante do país.
“Claramente en Venezuela muchos de ellos están protegidos porque el Cartel de los Soles, al lado de Nicolás Maduro, está haciendo operaciones de narcotráfico”. (Ivan Duque, presidente da Colômbia).
Sobre as zonas de ação o ministro da Defesa, Diego Molano, explicou em entrevista à imprensa, que o CONAT centrará suas ações em áreas chave para o narcotráfico, em sua maioria localizadas na fronteira com a Venezuela. Estas áreas são “identificadas como de grande influência do narcotráfico”.
O ministro, referindo-se às áreas do Catatumbo, Cauca e Putumayo - “a meta é combater o narcotráfico por ar, terra e mar sem trégua, vamos acabar com este mal que aflige a Colombia”. “Esta será uma vitória de todos os colombianos!”.
Características do CONAT:
O grupo de elite é constiuído por 7 mil homens, treinados, com capacidades especiais para o combate aos carteis do narcotráfico e as amenazas transnacionais como o terrorismo. Seu comandante é o Brigadiero General Juan Carlos Correa, com 32 ano de experiência na carreira militar.
Esta nova divisão é composta pela Divisão de Aviação de Assalto Aéreo, integrando outras unidades de elite capacitadas para operações militares especiais em toda a Colômbia. Contará com três brigadas para o combateaos carteis da droga. Estas estão encarregadas de desenvolver as Operações Terrestres Unificadas (OTU), um conceito introduzido pela “Doutrina Damasco” do Exército, para coordenar as diferentes instituições com o objetivo comum em segurança e defesa.
Outro componente é a Brigada Contra la Exploração Ilícita de Recursos Minerais, que contribuirá na defesa do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis. Os garimpos ilegais é uma prática que rende altíssimas ganâncias aos grupos armados, que em 2019 já ocuva cerca de 98.000 hectares, segundo dados da ONU.
A “Fuerza de Despliegue Contra las Amenazas Transnacionales” (Força de Desdobramento Contra as Ameaças Transnacionais) está encarregada de combater a extorsão, o sequestro, o tráfico de armas, munições e explosivos e la migração irregular e tráfico de migrantes.
Segundo o minsitro da Defesa, as operações de erradicação, se adiantam em todo o território colombiano desde o momento de activação do CONAT. No momento concentradas nas chamadas “Zonas Futuro” do Pacífico Nariñense, Baixo Cauca e Sul de Córdoba, Catatumbo e no Departamento de Putumayo.
Segundo o plano apresentado, o comando contra narcotráfico estará focado em zonas que abrigam 54 % de cultivos ilícitos de coca. Se trata do Catatumbo, no Norte de Santander, que segundo o informe do Sistema de Monitoração de Cultivos Ilícitos (Simci) das Nações Unidas, em 2019 se converteu na zona com a amior área com cultivos de coca, com 41.711 há.
Outra das zonas priorizadas será o Cauca, que em 2019 somava 17.356 hectares, e o Putumayo, que tinha 24.973 ha. Estas três regiões foram catalogadas como enclaves que mantém a produção de coca em alta.
Em seu discurso na Base militar de Tolemaida, por ocasião do lançamento do CONAT, como destacado anteriormente, o presidente Iván Duque deixa claro que essa unidade se encarregará de desmantelar laboratórios, desvertebrar estruturas de lavado de ativos, perseguir aos grupos armados como o Eln, e as dissidências, “LOS CAPARROS” ou o “Clan del Golfo”, bem como promover o confisco rápido das propriedades dos grupos criminosos.
O general Correa, comandante do CONAT, destacou que o posto de comando dessa unidade estará em Bogotá, mas as unidades que a compõem se deslocarão por todo o país. Disse ainda que o comando vai intervir em toda a cadeia produtiva do narcotráfico, com operações especiais contra os grupos criminais, assim como na erradicação dos cultivos ilícitos.
CONCLUSÃO
Apesar da Colômbia de ter recebido, em uma só década, mais de US$ 5 bilhões dos Estados Unidos em auxílio para operações antinarcóticos e de contra-insurgência, o que faz deste país o maior recebedor de auxílio estadunidense na América do Sul, o país continua sendo o principal produtor mundial de cocaína, fornecedor de 90% da cocaína consumida nos Estados Unidos.
De acordo com o Sistema de Monitoração de Cultivos Ilícitos (SIMCI), das Nações Unidas, em 2019 foram detectados um total de 154.475 hectares com plantações de coca, hoje com mais de 200.000ha plantados, em capacidade de fornecer a matéria prima para a produção de mais de 1.300 toneladas de cocaína, o que coloca o país no primeiro lugar na produção de entorpecentes em todo o mundo.
Enquanto em Tumaco, no Departamento de Nariño, um quilo de cocaína pode ser adquirido por até US$ 1.500,- (mil e quinhentos dólares), no mercado consumidor dos Estados Unidos a droga chega a alcançar o preço de US$ 40.000,- (quarenta mil dólares), e até US$ 60.000, na Europa.
Esse é o mercado disputam entre si os vários grupos criminosos, como o chamado “Clan del Golfo” e dezenas de outros mini carteis, cada qual com seus grupos de proteção muito bem armados e perigosos.
No entanto, a situação da violência representada pelas ações armadas dos grupos narcotraficantes não se limita aos guerrilheiros do ELN e FARC. As autoridades apontam atividades de pelo menos 19 outras organizações ou mini carteis nos departamentos de Cauca, Nariño, Chocó, Putumayo, Antióquia, Guaviare e Norte de Santander, Putumayo, Antioquia, Guaviare e Norte de Santander.
Soma-se a tão complexo quadro a presença das autodenominadas Autodefensas Gaitanistas de Colombia, (AGC), tal como se conhece o mesmo Clan del Golfo, anteriormente também chamado “Urabeños” e “Clan Úsuga”, ou “Caparros”, grupo que contaria com pelo menos 2.000 integrantes, atuantes em mais de 107 munícipios de diferentes departamentos da Colômbia, que estendem suas operações de extorsão e controle de rotas de tráfico e aos garimpos ilegais , desde os departamentos de Antióquia, Casanare e Meta, até o Baixo Cauca, ao sul de Huila e Florencia
Em 29 de agosto de 2019, o narcoguerrilheiro Ivan Marques,das FARC, faz seguinte declaração pública nas redes sociais:
"Anunciamos ao mundo que a segunda Marquetalia começou sob a proteção do direito universal que ajuda todos os povos do mundo a se armarem contra a opressão", disse o ex-número dois das Farc, Iván Márquez - https://uol.page.link/sdFiD
Observação do autor: Marquetalia é uma zona rural, localizada no Departamento de Tolima, na Colômbia, considerado historicamente como o berço das FARC.
Em 2017, a maioria dos rebeldes das Farc se desmobilizou e passou a integrar o partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC), quando cerca de 7 mil combatentes da antiga guerrilha entregaram mais de 8 mil armas aos representantes da ONU nas negociações de paz com o governo colombiano. Em 25 de janeiro de 2021O partido político das FARC adotou o nome de COMUNES, , deixando, desde então, de usar a sua antiga denominação “FARC” .
A chamada “Segunda Marquetalia”, reúne efetivos que acompanharam os antigos comandantes Iván Márquez, Seuxis Paucias Hernández, vulgo Santrich; e Hernán Darío Velásquez, “el Paisa”, que se uniram para formarem um grupo guerrilheiro dissidente, que recusou a se submeter ao acordo de paz de 2016, refugiando-se em em território venezuelano, supostamente sob proteção do alto comando das Forças Militares da Venezuela.
Informes de fontes diversas indicam que ao responsável pelos contratos com os fornecedores de cocaína nos Departamentos de Nariño e Cauca seria o narcoguerrilheiro Miguel Botache Santillana, vulgo “Gentil Duarte”, que é acusado de movimentar rotas do tráfico de cocaína no leste da Colômbia. Este, foi um dos integrantes da mesa de negociações com representantes da ONU e do governo colombiano em Havana, Cuba, cujo acordo de paz acabou rechaçado por essa dissidência que optou por se manter em armas e na prática de crimes como a extorsão e o narcotráfico, de que valem para a obtenção dos recursos que necessita.
Em que pese o cenário sombrio do vertiginoso crescimento do narcotráfico e da violência dos grupos armados organizados, não se pode acusar as forças de segurança da Colômbia de inércia, leniência, tolerância ou frouxidão no combate à criminalidade em geral e ao narcotráfico em particular.
Nesse sentido, bastaria uma breve análise das centenas de grandes operações e milhares de operativos de menor alcance, em sua maioria realizados com sucesso pela Polícia e Forças Armadas colombianas nos últimos 40 anos, para demonstar seus importantes logros ao desmantelar os maiores carteis da droga, dezenas grupos armados organizados e bandos criminosos, com a prisão dos seus principais cabeças, extraditando centenas de traficantes de grande expressão no cenário internacional, requeridos pelas autoridades americanas e de outros países.
Ocorre no país, tal como já tratado em páginas anteriores, uma ação orquestrada dos grupos narcotraficantes e narcoterroristas com partidos políticos, organizações não governamentais e até mesmo com representantes de organismos internacionais, entidades civis e religiosas, que os apoiam, com base no entendimento de que o governo colombiano não oferece opções viáveis de trabalho e renda, condições e qualidade de vida, para as populações que dependem diretamente dos rendimentos provenientes dos cultivos ilícitos e a produção da cocaína para sua subsitência.
Some-se a isto as campanhas sórdidas, que objetivam desacreditar as forças de segurança, manchando a honra e dignidade de centenas de policiais e militares de todos os níveis hierárquicos que ao longo de suas carreiras se dedicaram com denodo e coragem na difícil missão de proteger a sociedade ordeira e trabalhadora. Tais campanhas surgem como armas da política para contrarrestar os esforços das forças de segurança, no sentido mesmo de enfraquecer o combate às tais organizações criminosas.
Nesse cenário surgem ainda organismos internacionais que, na defesa do meio ambiente se opõem à erradicação das plantações de coca por aspersão aérea do herbicida glifosato, enquanto o governo não foi até hoje capaz de criar um projeto alternativo de erradicação voluntária de tais cultivos.
Note-se que por pressão da Organização mundial da Saúde (WHO), em maio de 2015 a Colômbia anunciou oficialmente a suspensão do seu então ambicioso Programa de Erradicação de Cultivos Ilícitos (PECIG) com o uso do herbicida glifosato, para a destruição de plantações de coca. A medida foi adotada em obediência ao alerta da Organização Mundial da Saúde (WHO), quanto aos riscos do herbicida para a saúde e o meio ambiente, um carcinogênico.
Diante do quadro que se apresenta o mundo assiste estarrecido e impotente o aumento crescente da produção de cocaína e o fortalecimento dos bandos criminosos, mini carteis e organizações armadas, muitas delas associadas à organizações narcotraficantes da Venezuela como o chamado “Cartel de los Soles”, algo que passa a ser considerado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos uma ameaça real à segurança hemisférica.
Conter o avanço das drogas vai além dos esforços hoje direcionados aos controles sobre as rotas do Pacífico e Caribe. Combater as organizações narcotraficantes que controlam toda a cadeia do tráfico de cocaína desde a Colômbia, Perú e Bolívia, exige esforços que vão além dos interesses políticos e econômicos que envolvem a questão, esforços coordenados de todas as forças dos países do hemisfério, agindo em um só sentido, para redução significativa da oferta e do consumo da cocaína em todo o mundo.
O tráfico de drogas e o crime organizado, diretamente associado a ele, é uma ameaça permanente à paz, pode ser comparado à um polvo de mil tentáculos, que estrangula o cidadão, comunidades, povos e nações, destruindo o capital humano, arruinando suas economias e a própria democracia.
FONTES CONSULTADAS
Fontes abertas e Sites da Internet consultados: Amnesty International; BBC; Caracol; Colectivo de Abogados "José Alvear Restrepo"; Colombia – Policia Antinarcóticos/Policia Nacional; Fiscalía General de la Nación; Coordinación Colombia Europa Estados Unidos; Deutsche Welle; El Espectador; El Mundo; El Tiempo; Semana; Factiva; Freedom House; Human Rights Watch; Infobae; Institute for War and Peace Reporting; International Crisis Group; Janes Intelligence Review; Las 2 Orillas; Procesos; DEA- Drug Enforcement Administration; US Central Intelligence Agency, US Department of State, US Departament of Defense; U.S. Southern Command, US Department of the Treasury; Washington Office on Latin America; The Center for International Policy Studies; Sistema Integrado de Monitoramento de Cultivos Ilícitos.
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https://www.policia.gov.co/
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153 Cartéis, Grupos Armados Organizados e Operações Antidrogras – J.Gretzitz
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