Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Rev Bras Fisiol Exerc 2021;20(4):S1-S36
doi: 10.33233/rbfex.v20i4.4914
Simpósio de Bioquímica do Exercício em Saúde
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Curitiba, 23 a 25 de junho de 2021
Coordenador geral: Prof. Dr. Ricardo Aurino Pinho
rapinho12@gmail.com
Palestrantes
Dr. Rolando B. Ceddia, York University – Toronto, Canadá
Dr. José Alberto R. Duarte, Universidade do Porto, Portugal
Dr. Rafael Deminice, UEL
Dr. Fábio S. Lira, UNESP
Dra. Alessandra Peres, UFCSPA
Dr. José Cesar R. Neto, USP
Dra. Patrícia C. Brum, USP
Dr. Leonardo R. Silveira, Unicamp
Dr. Ricardo A. Pinho, PUCPR
Dr. Luiz Fernando Freire Royes, UFSM
Dr. Aderbal S. Aguiar, UFSC
Dr. Ricardo Arida, Unifesp
Dra. Claudia R. Cavaglieri, Unicamp
Dr. Fernando Tadeu T. Frajacomo, Univ. Estácio de Sá
Dra. Renata L. Bertin, UFPR
Dra. Rochelle R. Costa, UFRGS
Dra. Luciele G. Minuzzi, UNESP
Equipe de apoio científico
Dr. Eduardo dal Bosco Brunetti Cunha, PUCPR: edubrunetti@hotmail.com
Ddo. Amanda Kruger Costa, PUCPR: amandakruger91@gmail.com
Ddo. Simone Galbiati Terçariol, PUCPR- simone.galbiati@uol.com.br
Ddo. Christiano Francisco dos Santos, PUCPR: christiano.francisco73@gmail.com
Ddo. André Domingos Lass, PUCPR: andrelass0974@gmail.com
Ddo. Paulo André Bispo Machado, PUCPR: paulo_vicmar@hotmail.com
Dda. Ana Carolina Gadotti, PUCPR: ana_raixu3@hotmail.com
Equipe de apoio administrativo e de gestão
Jane Fabia Domenica Pulowski, PUCPR
Paula Maira Portela do Nascimento, PPGCS-PUCPR
Andréia Bogo Betiati, MKT-PUCPR
1
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Editorial
O exercício físico tem sido considerado como um dos mais indispensáveis
aspectos do comportamento humano na prevenção e tratamento de doenças por induzir
diferentes estímulos que alteram positivamente o organismo. Essa compreensão é fruto
de dezenas de milhares de pesquisas e publicações, ao longo dos anos, pelas quais
revelam que praticar exercícios físicos regulares protege o organismo e contribui para a
qualidade de vida da população. Nesse cenário, a bioquímica do exercício tem dado
expressiva contribuição para esse avanço do conhecimento por ser um dos campos
disciplinares que avança na compreensão do papel do exercício físico sobre
mecanismos celulares e moleculares da saúde/doença humana. Os resultados obtidos
pelos pesquisadores, nesse campo de conhecimento, são timidamente conhecidos pela
comunidade acadêmica e científica, e por isso, promover estratégias que disseminam e
popularize os avanços científicos são necessários.
A realização de eventos científicos que congreguem cientistas, estudantes de
graduação e pós-graduação de diversas áreas do conhecimento promove interações
entre diferentes campos do saber, bem como, auxilia na disseminação dos avanços
científicos dentro dessa área de investigação. Isto permite disseminar as descobertas
geradas no âmbito científico bem como possibilita a reflexão, discussão e contribuição
dos pares em torno do tema proposto. Foi com essa perspectiva que o Laboratório de
Bioquímica do Exercício em Saúde vinculado ao Programa de Pós-graduação em
Ciências da Saúde da Escola de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
promoveu remotamente, entre os dias 23 e 25 de junho de 2021, a segunda edição do
Simpósio de Bioquímica do Exercício em Saúde. Foi um evento de com abrangência
nacional tendo a bioquímica do exercício físico como foco central e teve a contribuição
de 17 cientistas de expressivo reconhecimento de 15 instituições nacionais e duas
estrangeiras. Foram 622 inscritos de 116 instituições representando 18 estados
brasileiros, além de Portugal e Canadá que participaram de atividades interativas com
efetiva aproximação com os pesquisadores-palestrantes, como segue: 4 workshops, 6
conferências e 2 painéis, 30 resumos apresentados remotamente, duas sessões ao vivo
de tema livres e duas sessões de apresentação de projetos de dissertações e teses.
O resultado deste evento foi exitoso o que pode ser observado nas inúmeras
manifestações feitas pelos participantes durante a transmissão do evento tanto quanto
nas avaliações obtidas por instrumento específico após o evento. O sucesso dessa
edição aponta para novas edições nos anos seguintes.
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Nas páginas seguintes, você poderá ler os resumos de trabalhos recentes
desenvolvidos por diferentes centros de pesquisa os quais foram submetidos e
apresentados por alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado,
contribuindo para a qualidade do Simpósio e a disseminação do conhecimento científico
em Bioquímica do Exercício.
Prof. Dr. Ricardo A. Pinho
Coordenador geral do Simpósio de Bioquímica do Exercício em Saúde
I - Resumos de trabalhos completos
Efeito agudo de uma série de agachamento com fita de suspensão sobre variáveis
hemodinâmicas
Souza JCA1*, Teixeira JAA1, Teixeira KKL1, Santos Júnior VM2, Rodrigues CNS1, Duarte
ACGO1
1
Laboratório de Nutrição e Metabolismo aplicados ao Exercício, Universidade Federal
de São Carlos, São Carlos, São Paulo, Brasil
2
Núcleo de Vivências Corporais, Centro Universitário de Votuporanga, Votuporanga,
São Paulo, Brasil
*jeancesar.andrade@gmail.com
Introdução: O treinamento funcional, tendo como meio a fita de suspensão, caracterizase pelo uso de fitas ancoradas em pontos fixos, onde os praticantes mantem suspenso
mãos ou pés, enquanto o outro par de extremidades permanece no solo. Devido ao
aumento do número de praticantes, que apresentam características e níveis de
treinamento distintos, torna-se importante investigar as respostas fisiológicas
provocadas por esta modalidade de treinamento. Este estudo avaliou o efeito agudo de
uma série de agachamento com auxílio da fita de suspensão sobre variáveis
hemodinâmicas de indivíduos treinados. Métodos: Trinta voluntários, sendo 15 homens
(29,33 ± 4,79 anos), 15 mulheres (26,08 ± 4,38 anos), treinados (> 150 minutos/semana
de atividade física), alunos do Centro Universitário de Votuporanga-UNIFEV, tiveram
suas variáveis hemodinâmicas: pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial
diastólica (PAD) e pressão arterial média (PAM), aferidas em repouso (10 minutos
antes), imediatamente após e nos 3°, 6°, 9° e 12° minutos decorridos o término da série.
A sessão de treinamento consistiu em: uma série de vinte repetições de agachamento
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
com auxílio da fita de suspensão durante 1 minuto. Os dados foram analisados pelo
software STATISTIC 7, adotando significância de p < 0,05. Resultados: Verificou-se o
aumento significativo das variáveis de PAS em homens (p = 0,03) e mulheres (p = 0,03)
e PAM somente nos homens (p = 0,04) em comparação ao repouso. Tais diferenças
não foram observadas em PAD em ambos os sexos (homens p = 0,557; mulheres p =
0,348) e PAM nas mulheres (p = 0,502). Este aumento não se manteve nos minutos que
sucederam a série, com os valores retornando aos parâmetros de repouso. Conclusão:
Uma série de agachamento com fita de suspensão promoveu a elevação de variáveis
hemodinâmicas imediatamente após o término da série, onde a PAS mostrou ser a
variável determinante para a modulação da PAM. Tais dizeres apontam para um
aumento da demanda cardiovascular na modalidade.
Palavras-chave: exercício físico; fita de suspensão; pressão arterial; treinamento.
Fonte Financiadora: CAPES
Recuperação autonômica cardíaca após esforço máximo em adultos obesos e não
obesos
Schamne, JC1,2*, Araújo AC1, Costa BM1, Okuno NM1
1
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, Paraná, Brasil
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
2
*juliocezarschamne@gmail.com
Introdução: O comportamento da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) durante a
recuperação após o exercício pode estar prejudicado em indivíduos com excesso de
gordura corporal. O objetivo deste estudo foi comparar os índices da VFC entre adultos
eutróficos e obesos durante a recuperação pós-exercício. Métodos: Treze homens
obesos (OBE) (24,9 ± 4,4 anos) e 18 homens eutróficos (CON) (23,2 ± 4,1 anos)
realizaram um teste incremental máximo (protocolo de Balke modificado) em uma
esteira ergométrica até a exaustão voluntária. Logo após o fim do teste, os indivíduos
caminharam na esteira nos primeiros 5 minutos e assumiram a posição sentada nos
últimos 5 minutos de recuperação. O tempo de transição entre o fim do exercício e o
início da recuperação, bem como o tempo de deslocamento da esteira para a cadeira,
foram de aproximadamente 5 segundos. Os batimentos cardíacos foram monitorados
continuamente durante o exercício e nos 10 minutos de recuperação pós-exercício, por
meio de um cardiofrequencímetro. A raiz quadrada da média do quadrado das
diferenças entre intervalos RR adjacentes (RMSSD) e os componentes de baixa e alta
frequência (BF e AF, respectivamente) foram os índices da VFC analisados nos últimos
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5 minutos de recuperação pós-exercício. As variáveis foram comparadas entre os
grupos por meio do teste t para amostras independentes. Resultados: Não houve
diferença significativa entre os grupos para a BF (OBE: 4,1 ± 1,1 ms2 vs. CON: 4,5 ± 1,1
ms2; p = 0,212). No entanto, o RMSSD (OBE: 4,8 ± 1,9 ms vs. CON: 7,6 ± 3,9 ms; p =
0,012) e a AF (OBE: 1,9 ± 1,1 ms2 vs. CON: 2,8 ± 1,3 ms2; p = 0,039) foram
significativamente menores no grupo OBE em comparação ao grupo CON. Conclusão:
Adultos obesos possuem uma reativação parassimpática mais lenta após esforço
máximo em comparação com adultos eutróficos.
Palavras-chave: obesidade; doenças cardiovasculares; variabilidade da frequência
cardíaca; exercício físico
Efeito da periodização do treinamento no risco cardiovascular de adultos com
obesidade: um ensaio clínico randomizado
Streb AR1*, Bertuol C1, Rosa F1, Del Duca GF1
1
Grupo de Estudo e Pesquisa em Exercício Físico e Doenças Crônicas Não
Transmissíveis, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil
*anne.streb@posgrad.ufsc.br
Introdução: Permanecem inconclusivos os efeitos dos tipos de periodização do
treinamento na redução do risco cardiovascular em adultos com obesidade. Objetivouse verificar o efeito do treinamento combinado não periodizado e com periodização
linear no risco cardiovascular em adultos com obesidade. Métodos: Realizou-se um
ensaio clínico randomizado, cego e controlado com adultos com obesidade alocados
em três grupos: controle (GC), treinamento combinado não periodizado (GN) e
treinamento combinado com periodização linear (GP). A intervenção ocorreu por 16
semanas, em três sessões semanais de treinamento combinado (aeróbio e força na
mesma sessão). O GN treinou em intensidade moderada durante toda a intervenção (50
a 59% FCres e 12 a 10 RMs). O GP progrediu linearmente em intensidade nos três
mesociclos (5 semanas), passando por leve (40 a 49% FCres e 14 a 12 RMs), moderada
e, no final, vigorosa (60 a 69% FCres e 10 a 8 RMs). Utilizou-se o algoritmo de
Framingham Risk Score (FRS) para estimativa do risco cardiovascular. Empregou-se
Equações de Estimativa Generalizadas estratificada por sexo, considerando p < 0,10
para a interação grupo*tempo. Resultados: Participaram 27 homens com 34,6 ± 7,5
anos e 42 mulheres com 34.7 ± 7,0 anos. A média de IMC dos participantes foi de 33,5
± 2,8 kg/m². Para os homens, houve diferença significativa entre os grupos ao longo do
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
tempo (pg*t = 0,058) na pontuação do FRS. Ambos os grupos de treinamento
apresentaram reduções (GN- pré: 2.78 ± 0.46; pós: 0.50 ± 1.02; GP- pré: 1.67 ± 0.52;
pós: 0.25 ± 0.54). O CG não modificou o FRS ao longo do tempo (pré: 1.38 ± 0.88; pós:
2.14 ± 0.81; valor p = 0.404). Entre as mulheres, não houve mudanças significativas
entre os grupos ao longo do tempo (pg*t = 0.907). Conclusão: Dezesseis semanas de
treinamento combinado, independentemente do modelo da periodização, reduzem o
risco cardiovascular em homens com obesidade.
Palavras-chave: adultos; fatores de risco; manejo da obesidade; exercício
Fonte Financiadora: CAPES
O componente lento no consumo de oxigênio pulmonar: mecanismos fisiológicos
que explicam a perda de eficiência metabólica e mecânica durante o ciclismo em
diferentes intensidades
Do Nascimento Salvador PC1,2*, Antunes D1, Nascimento EMF1, Possamai LT1,
Guglielmo LGA1, Denadai BS1
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, Brasil
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, Indaial, Brasil
1
2
*nascimentosalvadorpc@gmail.com
Introdução: Buscou-se verificar os mecanismos fisiológicos centrais e/ou periféricos que
explicam o componente lento de consumo de oxigênio (V̇O2sc) e a perda de eficiência
mecânica durante o ciclismo em diferentes intensidades. Método: Dezesseis homens
fisicamente ativos realizaram em dias diferentes a determinação da capacidade
muscular oxidativa (V̇O2m), teste máximo de rampa e cargas constantes nos domínios
moderado (6 min), pesado (D30) e muito pesado (D60) (12 min). O decréscimo no torque
produzido (DT) foi determinado através de sprints isocinéticos com duração de 3 s, no
início e no final de cada visita ou a cada dois minutos em duas ocasiões (D30 e D60).
Resultados: O V̇O2sc foi maior no exercício de D60 (~70% vs. ~28% do V̇O2 de reserva
no D30). Houve diferença significativa na amplitude final da extração muscular de O2
(HHb) (D60 ~90% vs. ~82% no D30 vs. ~45% no moderado; % da máxima fisiológica) e
no DT (D60 ~30 Nm vs. D30 ~8 Nm). O maior DT ocorreu nos primeiros 2 min de
exercício (D60 ~23 Nm; D30 ~12 Nm). Não foi observada uma relação significativa entre
o V̇O2sc e DT. A amplitude final da HHb explica parcialmente (r = -0,52) o DT inicial (2
min) no D60. O V̇O2m apresentou relação significativa com a Atotal da HHb (D60 r = 0,53; D30 r = -0,64). Conclusão: Conclui-se que o V̇O2sc, a necessidade de uma maior
extração de O2 na musculatura e a perda de eficiência mecânica compartilham de uma
causa fisiológica similar, que pode estar ligada a uma diminuição no V̇O2m.
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Palavras-chave: eficiência metabólica; fadiga muscular; consumo de oxigênio
Fonte Financiadora: CNPq
Efeitos do exercício físico em pacientes com sequelas pós-CVID-19
Campos MC¹*, Nery T¹, Starke AC¹, Alves ACB¹, Aguiar JRAS¹
¹Laboratório de Biologia do Exercício Físico (LaBioEx), Universidade Federal de Santa
Catarina, Araranguá, Santa Catarina, Brasil
*maria.cristine@ufsc.br
Introdução: A fadiga é a sequela mais prevalente nos pacientes pós-COVID-19 e
persiste por meses após a fase aguda. Os pacientes apresentam ainda, dispneia, tosse,
mal-estar pós-esforço, distúrbios de atenção, dor musculoesquelética, ansiedade e
depressão. Objetivo: avaliar o efeito do exercício sobre as sequelas de pacientes pósCOVID-19. Métodos: estudo piloto, prévio ao estudo clínico RE2SCUE “REabilitação
REspiratória em pacientes sobreviventes à COVID-19”. Cinco pacientes (60% sexo
feminino), com média de idade de 53,8 ± 9,1 receberam oito semanas consecutivas de
tratamento, duas vezes na semana. A intensidade do exercício aeróbio foi de 60 a 75%
da frequência cardíaca de reserva, esforço subjetivo entre 4 e 6 pela escala de BORG
modificada e a velocidade da esteira em 75% da média atingida no teste de capacidade
de exercício. O fortalecimento em intensidade de 80% de 10 repetições máximas: 3
séries de 10 repetições com intervalo de 2 minutos. Ao final, era realizado alongamento.
A fadiga e dispneia foram avaliadas pelo Pulmonary Functional Status and Dyspnea
Questionnaire - Modified version (PFSDQ-M), além disso, o Medical Research Council
(MRC) foi aplicado. A ansiedade e depressão avaliadas pelo Hospital Anxiety and
Depression Scale (HADS), e a capacidade de exercício avaliada pelo Incremental
Shuttle Walk Test (ISTW). A atenção e memória, respectivamente, pelo teste d2-R e
The Rey Auditory-Verbal Learning Test (RAVLT). Resultados: Houve redução
significativa da fadiga (p = 0,007), dispneia (p = 0,007) e dos sintomas de ansiedade (p
= 0,017). Aumento da capacidade de exercício (p = 0,007), e melhora da atenção (p =
0,00). Não foi observado melhora nos sintomas depressivos e no desfecho memória.
Conclusão: O exercício físico parece ser seguro e pode melhorar as sequelas fadiga,
falta de ar, distúrbios de atenção, ansiedade e aumentar a capacidade de exercício dos
sobreviventes à COVID-19.
Palavras-chave: Infecções por Coronavírus; Exercício Físico; Reabilitação
Fonte financiadora: CNPq, CAPES, FAPESC e Ministério da Saúde
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Efeitos da quarentena sobre os impactos na alimentação, sono, atividade física,
humor e bem-estar de praticantes de Crossfit®
Silvestre JC1,3*, Da Silva RC2, Dos Santos RVT3
1
Universidade Metropolitana de Santos e Universidade Católica de Santos, Santos, SP,
Brasil
2
Universidade Metropolitana de Santos, Santos, SP, Brasil
3
Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício, Universidade Federal de São
Paulo, São Paulo, SP, Brasil
*j.csilvestre@yahoo.com.br
Introdução: O isolamento social causado pela quarentena impactou no afastamento dos
treinos, gerando alterações de sono, humor e bem-estar e consumo alimentar, bem
como diminuição na prática de atividade física. Objetivo: Investigar se a quarentena
influenciou na qualidade da alimentação, rotina de treinos, sono, humor e bem-estar dos
indivíduos. Métodos: Foram aplicados questionários de sono, humor e bem-estar, de
atividade física e do consumo alimentar (diário alimentar de três dias não consecutivos)
em 18 praticantes de Crossfit®, com média de idade de 34,4 anos ± 10 anos, adultos,
sadios, do sexo masculino e feminino, com a média de prática de Crossfit® de 28,2
meses ± 16,9 meses, durante um período de quatro semanas. Resultados: Os
resultados mostraram uma alteração na qualidade do sono (leve e moderadamente
alterado), que pode trazer como prejuízo o ganho de peso e desencadear o consumo
de alimentos de alto teor de gorduras e açúcares em especial carboidratos simples. Na
primeira semana os níveis de tensão, depressão e raiva estavam mais elevados,
considerando que os dados das duas primeiras semanas foram coletados em momento
de total isolamento social e as duas últimas semanas foram coletados já em período de
flexibilização, na chamada fase amarela da pandemia, os níveis foram diminuindo. Os
níveis de fadiga, também aumentaram ao longo do estudo, podendo ser comparado aos
níveis de atividade física do questionário internacional de atividade física (IPAQ – versão
curta), que foram aumentando também. Conclusão: o isolamento social pode ter
provocado efeitos indiretos negativos na vida nos praticantes de Crossfit®, pois tiveram
alterações de sono, de humor e bem-estar e oscilação da atividade física, fatores que
podem impactar no consumo alimentar.
Palavras-chave: sono; ciências da nutrição; ciências da nutrição e do esporte
Fonte Financiadora: Sem financiamentos
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
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Efeito agudo de uma série de exercício físico contínuo de baixa intensidade na
expressão do gene PGC1-α
Novaes G1,2*, Pires RA1,2, Correia TML1,2, Almeida AA1,2, Coqueiro RS1,2, Machado M3,4,
Queiroz RF1,2, Pereira R1,2
1
Núcleo o Pesquisa em Fisiologia Integrativa, Departamento de Ciências Biológicas,
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
2
Grupo de Pesquisa em Fisiologia Neuromuscular, Departamento de Ciências
Biológicas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
3
Laboratório de Fisiologia e Biocinética, UNIG Campus V, Itaperuna, RJ, Brasil
4
Laboratório de Estudos do Movimento Humano, Fundação Universitária de Itaperuna,
Itaperuna, RJ, Brasil
*gabonmiranda@gmail.com
Introdução: O exercício induz alterações agudas na bioenergética celular, influenciando
os eventos de mitogênese, o qual tem como principal regulador o PGC1-α (Proliferador
ativado de peroxissoma gamma receptor coativador 1-alfa). Nesse contexto, o presente
estudo teve como objetivo analisar o efeito agudo do exercício contínuo de baixa
intensidade (ECBI) na expressão do gene que regula a síntese do PGC1-α em músculos
esqueléticos de camundongos. Métodos: 25 camundongos Swiss machos foram
divididos em 2 grupos: controle (GC = 5 animais) e exercício (GE = 20 animais), os quais
foram submetidos a um protocolo de exercício de nado forçado com lastro contendo 2,5%
do peso do próprio animal por 30 minutos. 5 animais do GE foram sacrificados em
horários específicos (imediatamente [0h], 6h, 12h e 24h) após a sessão de exercício.
Os camundongos do GC foram eutanasiados sem serem submetidos previamente a
exercício físico. O músculo gastrocnêmio foi removido para análise posterior da
expressão do Ppargc1a envolvidos na biogênese mitocondrial. As comparações foram
realizadas com ANOVA one-way. O nível de significância foi fixado em p < 0,05.
Resultados: Observou-se um pico de expressão do gene Ppargc1α 6h após a realização
do exercício, seguido de um retorno em direção à medida basal (i.e., medida do grupo
controle) 12h após o exercício e um pequeno aumento novamente 24h após o exercício.
Observou-se diferença significativa entre a medida de 6h após o exercício e a medida
basal e às medidas obtidas 0h e 12h após o exercício (p < 0.05). A comparação entre a
medida de 24h com a condição basal apresentou um p = 0,056. Conclusão: O pico da
expressão do gene Ppargc1α ocorre ao redor de 6h após o ECBI, seguido de uma
tendência a redução à condição basal e novo aumento 24h após o exercício, o que
sugere uma dinâmica não-linear da expressão deste gene após o exercício.
Palavras-chave: exercício; biogênese mitocondrial; estresse oxidativo.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Fonte Financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB)
(APP0024/2016 e RED038/2014), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) (462401/2014-6)
Aptidão cardiorrespiratória e frequência cardíaca de recuperação são preditores
de mortalidade em idosos hipertensos?
Costa BM1*, Schamne JC1,2, Okuno NM1
1
Universidade Estadual de Ponta Grossa/Hospital Universitário Regional dos Campos
Gerais, Ponta Grossa, Paraná, Brasil
2
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
*bruno.mtt.tkd@hotmail.com
Introdução: A hipertensão arterial é uma das doenças mais prevalentes em idosos.
Nessa população, frequentemente, há menores níveis de aptidão cardiorrespiratória
(ACR) e disfunção autonômica pós-exercício, a qual pode ser avaliada pela frequência
cardíaca de recuperação (FCR). Todavia, o papel desses indicadores como preditores
de mortalidade nesses indivíduos ainda não está esclarecido. O objetivo deste estudo
foi avaliar se ACR e FCR são preditores de mortalidade em idosos hipertensos. Métodos:
Participaram do estudo 219 idosos hipertensos, que realizaram um teste incremental em
esteira ergométrica (protocolo de Bruce) até a exaustão voluntária. A ACR foi estimada
a partir do desempenho atingido no teste incremental, sendo divididos em dois grupos:
baixa ACR (VO2máx < 21 ml/kg/min; n = 114), alta ACR (VO2máx ≥ 6; n = 105). A FCR foi
analisada 60s após o encerramento do teste, sendo novamente divididos em dois
grupos: FCR anormal (FCR < 13 bpm; n = 117), FCR normal (FCR ≥ 13 bpm; n = 102).
Posteriormente, os voluntários foram acompanhados durante um período de até 66
meses. O desfecho principal analisado foi a mortalidade independente de causa. Foi
utilizado o estimador de Kaplan-Meier para comparar a proporção de mortalidade entre
os grupos, assim como, foi calculado o risco relativo (RR) e intervalo de confiança
(IC95%). Resultados: Não houve diferença entre os grupos FCR anormal e normal (p >
0,05), mesmo tendo apresentado um RR aumentado no grupo FCR anormal (RR = 2,9;
IC95% = 0,8-10,2). No entanto, na comparação entre baixa ACR e alta ACR houve
diferença significativa (p = 0,03), com maior incidência de mortalidade no grupo baixa
ACR. Além disso, o RR foi bastante elevado (RR = 5,1; IC95% = 1,2-23,1). Conclusão:
Em idosos hipertensos, a baixa aptidão cardiorrespiratória parece ser um fator preditivo
de mortalidade mais importante do que o indicador autonômico.
Palavras-chave: Disfunção autonômica; Doenças cardiovasculares; Atividade física.
10
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Fonte Financiadora: CNPq, CAPES
Efeitos da restrição do fluxo sanguíneo sobre os biomarcadores de dano oxidativo
em indivíduos saudáveis: revisão sistemática e meta-análise
Ferlito JV1*, Rolnick ND2, Ferlito MV1, De Marchi T1,3,4, Salvador M1
1
Laboratório de Estresse Oxidativo e Antioxidantes (LEOA), Programa de PósGraduação em Biotecnologia, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil
2
The Human Performance Mechanic, Lehman College, New York, New York, USA
3
Centro-Universitário Cenecista de Bento Gonçalves, Bento Gonçalves, RS, Brasil
4
Laboratório de Fototerapia e Tecnologias Inovadoras em Saúde (LaPIT), Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Nove de Julho, São
Paulo,SP, Brasil
*joaoferlito@yahoo.com.br
Introdução: Nos últimos anos é crescente o interesse científico por inovações em
técnicas de treinamento, dentre as quais se destaca o exercício com restrição do fluxo
sanguíneo (RFS). Isso ocorre devido a sua capacidade de induzir a hipertrofia e ganho
de força muscular similar ao treinamento de alta intensidade (TAI, 70-80% de 1RM),
porém com baixa intensidade (20-30% de 1RM). Entretanto, ao nosso conhecimento,
não há estudos que descrevam sistematicamente os efeitos do treinamento de força
com RFS sobre o dano oxidativo em comparação com o TAI em indivíduos saudáveis.
Métodos: Esta revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos seguiram as
diretrizes PRISMA. As bases de dados da PubMed, EMBASE, CINAHL, CENTRAL,
PeDro e Biblioteca Virtual em Saúde foram utilizadas para a busca dos artigos. Não
houve restrição de ano ou idioma. O risco de viés e a certeza da evidência foram
avaliados usando a escala PeDro e o sistema GRADE, respectivamente. O tamanho de
efeito foi calculado pela diferença média padronizada (DMP). Resultados: Cinco estudos
(n = 51, 22,54 ± 4,8 anos) com risco moderado a alto de viés (5 a 6 pontos na escala
PeDro) foram incluídos. Nossos achados demonstraram que há baixa certeza de
evidência de que RFS gera um menor dano oxidativo a proteínas (DMP = -0.62 IC 95%
-1.08 a -0.17) e lipídeos (DMP = -0.86, IC 95% -1.50 a -0.22) quando comparado ao TAI.
Apenas um ensaio avaliou que o dano oxidativo 24 e 48 horas após o exercício, e
reportou maior dano oxidativo a lipídios a favor do TAI (p < 0,05). Conclusão: O corpo
de evidências atual sugere que uma sessão de exercício com RFS produz menor dano
oxidativo a lipídeos e proteínas do que o exercício com TAI. Porém, mais estudos são
necessários para confirmar estas conclusões.
Palavras-chave: estresse oxidativo; restrição de fluxo sanguíneo; exercício; dano
oxidativo
11
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Efeito da terapia de fotobiomodulação no dano oxidativo induzido pelo exercício:
revisão sistemática e meta-análise
Ferlito JV1*, Ferlito, MV1, Leal-Junior ECP3, De Marchi T1,2,3, Salvador M1
1
Laboratório de Estresse Oxidativo e Antioxidantes (LEOA), Programa de PósGraduação em Biotecnologia, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil
2
Centro-Universitário Cenecista de Bento Gonçalves, Bento Gonçalves, RS, Brasil
3
Laboratório de Fototerapia e Tecnologias Inovadoras em Saúde (LaPIT), Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Nove de Julho, São Paulo
(SP) Brasil
*joaoferlito@yahoo.com.br
Introdução: O estresse oxidativo induzido pelo exercício tem sido um campo de pesquisa
em constante crescimento, devido à sua relação com os processos de fadiga, dano
muscular e diminuição da capacidade de produção de força muscular. Nesse sentido, a
terapia de fotobiomodulação (TFBM) tem demonstrado ser um recurso capaz de
melhorar o desempenho, reduzindo a fadiga e os danos musculares. Portanto,
realizamos uma revisão sistemática com meta-análise objetivando demonstrar o efeito
da TFBM sobre os marcadores de dano oxidativo após exercícios de alta intensidade.
Métodos: Esta revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos seguiram as
diretrizes PRISMA. As bases de dados da PubMed, EMBASE, CINAHL, CENTRAL,
PeDro e Biblioteca Virtual em Saúde foram utilizadas para a busca dos artigos. Não
houve restrição de ano ou idioma; apenas estudos em humanos que compararam a
aplicação de TFBM com placebo foram incluídos. O risco de viés e a certeza da
evidência foram avaliados usando a escala PEDro e o sistema GRADE,
respectivamente. Resultados: Seis estudos (n = 118, 22,14 ± 4,41 idade) foram elegíveis
para esta revisão, com qualidade metodológica de moderada a excelente. A certeza da
evidência encontrada foi de baixa a moderada, ainda assim, nossos achados sugerem
que uma sessão de TFBM é capaz de diminuir os danos aos lipídios (DM = -0,65; IC 95%
-1,11 a -0,20; I2 = 94%; p = 0,005) e proteínas (DM = -0,51; IC 95% -0,89 a -0,14, I2 =
68%, p = 0,008) induzidos pelo exercício. Observamos que esse efeito permaneceu
após até 96 horas após o exercício. Conclusão: Embora haja um número limitado de
ensaios disponíveis na literatura sobre este tópico, o corpo de evidências sugere que o
TFBM pode diminuir o dano oxidativo induzido pelo exercício por até 96 horas.
Palavras-chave: fotobiomodulação; dano oxidativo; estresse oxidativo; exercício.
12
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Polimorfismo i/d do gene da enzima conversora de angiotensina (eca) e
desempenho físico em tarefas de endurance e de força explosiva
Cardoso DR1,2, Freire IV1,2, Oliveira AA1,2, Machado M3,4, Schettino L1,2, Barbosa AAL1,2,
Pereira R1,2
1
Núcleo o Pesquisa em Fisiologia Integrativa, Departamento de Ciências Biológicas,
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
2
Grupo de Pesquisa em Fisiologia Neuromuscular, Departamento de Ciências
Biológicas,Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
3
Laboratório de Fisiologia e Biocinética, UNIG Campus V, Itaperuna, RJ, Brasil
4
Laboratório de Estudos do Movimento Humano, Fundação Universitária de Itaperuna,
Itaperuna, RJ, Brasil
Introdução: Os estudos que investigam a associação do polimorfismo I/D da Enzima
Conversora da Angiotensina (ECA) e o desempenho físico durante os exercícios têm
sido limitados a atletas ou envolvendo apenas um tipo de exercício (força ou resistência).
Nossa hipótese é que o alelo D estaria associado à melhor desempenho em tarefas
baseadas na força explosiva, enquanto o alelo I, especialmente os indivíduos
homozigotos, em tarefas baseadas em condicionamento cardiorrespiratório (CCR). Este
estudo teve como objetivo investigar a associação do polimorfismo I/D do gene da ECA
e o desempenho em tarefas de força e de CCR. Métodos: 73 homens saudáveis (18-19
anos), que foram genotipados quanto ao genótipo I/D da ECA e classificados como II (n
= 14), ID (n = 29) ou DD (n = 30), e submetidos a duas tarefas: 1) medida da força
isométrica máxima de extensão do joelho; 2) teste de corrida de 12 minutos (máxima
distância alcançada nesta tarefa). Com base em amostras envolvendo atletas, os
indivíduos foram agrupados de 2 formas: 1) genótipo II vs genótipo ID + DD; 2) genótipo
II+ID vs genótipo DD. O teste t não pareado comparou o desempenho dos grupos nas
tarefas estudadas. O nível de significância foi estabelecido em p < 0,05. Resultados:
Diferenças significativas foram observadas entre os grupos nas duas tarefas (p < 0,05).
Melhor desempenho na tarefa baseada em CCR foi observado nos grupos que
carregam o alelo I (i.e., genótipo II e grupo II+ID), enquanto maior produção de força
explosiva foi observada para o genótipo ID+DD quando comparado ao genótipo II.
Conclusão: Pessoas que carregam o alelo I, em homozigose II ou heterozigose ID são
propensos a melhor desempenho em tarefas de CCR, enquanto os carregam o alelo D
(i.e., ID e DD) são propensos a atividades de força explosiva.
Palavras-chave: sistema renina-angiotensina; gene candidato; Polimorfismo ACE I/D;
exercício, desempenho físico.
Fonte Financiadora: CNPq, CAPES
13
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Suplementação de creatina melhora o desempenho físico e sem efeitos negativos
nos marcadores hepáticos e de função renal em jovens fisicamente treinados
Malta FL3,4*, Almeida D1, Pereira R3,4, Borges EQ1, Rocha LS3, Machado M3,4
1Laboratório de Fisiologia e Biocinética, UNIG Campus V, Itaperuna, 28300-000, RJ,
Brasil
2
Laboratório de Estudos do Movimento Humano, Fundação Universitária de Itaperuna,
Itaperuna, 28300-000, RJ, Brasil
3
Núcleo Pesquisa em Fisiologia Integrativa, Departamento de Ciências Biológicas,
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié 45210-506, BA, Brasil
4
Grupo de Pesquisa em Fisiologia Neuromuscular, Departamento de Ciências
Biológicas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié 45210-506,
BA, Brasil
*filipelirio@outlook.com
Introdução: A segurança da suplementação de creatina tem sido investigada, porém, a
segurança de um esquema de suplementação de alta dose/curto prazo, seguido de
baixa dose/longo prazo, associado a um programa de treinamento contra-resistido,
ainda não foi estudou. O objetivo deste estudo foi avaliar a segurança de 28 dias de
suplementação de creatina monohidratada em um estudo duplo-cego controlado por
placebo, avaliando os indicadores de saúde do sangue e da urina em praticantes de
treinamento contra-resistido. Métodos: Trinta e quatro homens saudáveis foram
aleatoriamente designados para receber suplementação de creatina (CREA / 7 dias, 0,3
g/kg de massa corporal + 21 dias, 0,03 g/kg) ou grupo placebo (PLA). Os voluntários
participaram de uma intervenção de treinamento de resistência (6 exercícios, 3 séries
de 8-12 repetições por exercício a 85% de 1RM, 3 dias/semana). Amostras de sangue
foram coletadas em jejum, sempre pela manhã, antes, 7 e 28 dias após a
suplementação. A atividade plasmática de Aspartato Aminotransferase, Alanina
Aminotransferase, fosfatase alcalina e creatinina foram comparadas usando ANOVA
two-way com medidas repetidas (2 grupos [CREA e PLA] x 2 medidas [“POS7 menos
PRE” e “POS28 menos PRE”]). Resultados: O grupo CREA apresentou aumento
significativo de 1RM (PÓS28 menos PRE) em todos os exercícios avaliados, quando
comparado
ao
grupo
PLA.
Fosfatase
alcalina,
creatinina
se
mostraram
significativamente maiores nas comparações POS7 e POS28 quando comparados ao
PLA, no entanto, nenhum dos grupos apresentou níveis plasmáticos acima do ponto de
corte clinicamente recomendado para os marcadores estudados. Conclusão: Nossos
dados sugerem que o esquema de suplementação de creatina aqui estudada,
concomitantemente ao treinamento de resistência, melhora o desempenho físico sem
risco evidente para a saúde de jovens fisicamente treinados com exercício contraresistido.
14
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Palavras-chave: Suplemento; desempenho físico; musculação; rim; fígado; segurança.
Fonte Financiadora: Recursos próprios
Barreiras para a prática de atividade física e sua associação com fatores
sociodemográficos em adultos com obesidade
Rosa F1*, Streb ARS1, Bertuol C1, Del Duca GF1
Grupo de Estudo e Pesquisa em Exercício Físico e Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (GEP1EFID), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC,
Brasil
*fr.fernanda@hotmail.com
Introdução: A atividade física influencia positivamente no combate à obesidade, porém
os indivíduos podem perceber barreiras que os impedem de manter-se ativos.
Objetivou-se investigar a prevalência de barreiras à prática de atividade física e fatores
sociodemográficos associados em adultos com obesidade. Métodos: Recorte
transversal de um ensaio clínico randomizado e controlado realizado com adultos com
obesidade,
utilizando
dados
de
baseline.
Foram
coletadas
informações
sociodemográficas e de barreiras percebidas, através do questionário proposto por
Martins e Petroski (2000). Na análise de dados, empregou-se o teste qui-quadrado de
Pearson para variáveis categóricas (sexo, trabalho, estado civil, cor da pele) e o teste t
para variáveis contínuas (idade, escolaridade), adotando-se p < 0,05. Resultados:
Participaram do estudo 67 indivíduos com 34,6 (± 7,1) anos, que estudaram 15,8 (± 2,7)
anos. 60,9% eram do sexo feminino, 79,7% trabalhavam, 36,2% não tinha companheiro
e 81,2% eram brancos. As principais barreiras percebidas foram jornada de trabalho
extensa (46,3%), recursos financeiros (44,8%), falta de energia (cansaço físico) (44,8%),
falta de companhia (43,3%) e falta de equipamento disponível (29,8%). Pequena parcela
relatou medo de lesionar-se (1,5%), enquanto a barreira relacionada à dores leves e/ou
mal-estar não foi mencionada por nenhum participante. A barreira mais prevalente não
teve associação significativa com as variáveis sociodemográficas. Recursos financeiros
e falta de energia foram associados com a cor da pele (p = 0,02; p = 0,01), sugerindo
que indivíduos brancos percebem mais barreiras, enquanto a falta de companhia
associou-se com o sexo feminino (p = 0,008) e a falta de equipamento, com indivíduos
que trabalham (p = 0,01). Conclusão: A jornada de trabalho extensa foi a principal
barreira à atividade física apontada por adultos com obesidade, e não foi associada com
variáveis sociodemográficas. Dores leves/mal-estar não foram relatadas pelos
15
16
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
participantes. Variáveis sociodemográficas como sexo, trabalho e cor da pele estiveram
associadas à diferentes barreiras à atividade física.
Palavras-chave: doença crônica; estilo de vida; atividade motora; barreiras.
Fonte Financiadora: CAPES
Suplementação e sugestão de suplementação aguda de creatina induzem
melhoria de desempenho em supino
Cunha APS3,4*, Aguiar MS1, Pereira R3,4, Machado M3,4
1
Laboratório de Fisiologia e Biocinética, UNIG Campus V, Itaperuna, RJ, Brasil
Laboratório de Estudos do Movimento Humano, Fundação Universitária de Itaperuna,
Itaperuna, RJ, Brasil
3
Núcleo o Pesquisa em Fisiologia Integrativa, Departamento de Ciências Biológicas,
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
4
Grupo de Pesquisa em Fisiologia Neuromuscular, Departamento de Ciências
Biológicas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
2
*souzacunhaanapaula@gmail.com
Introdução: Afirmações anedóticas sobre melhora da performance após suplementação
aguda de creatina são cada vez mais frequentes, mas inferências a este respeito não
são reportados na literatura científica. O objetivo deste estudo foi comparar o
desempenho em séries de supino 30 minutos após suplementação de creatina,
sugestão de suplementação de creatina (ingerir dextrose sob a alegação de ser
creatina), suplementação de dextrose e sem qualquer suplementação. Métodos: Quinze
homens saudáveis (18-26 anos) foram submetidos a 4 sessões de supino reto (3 séries
a 10RM), realizadas até a falha concêntrica. Em cada sessão foi realizada sob uma
condição
experimental:
1)
sem
qualquer
suplementação
[CONTROLE];
2)
suplementação de creatina (0,3 g/kg), sendo informados de que recebiam este
suplemento [CREA]; 2) dextrose (0,3 g/kg), sendo informados de que recebiam este
suplemento [DEXT]; 3) dextrose (0,3 g/kg), sendo informados de que recebiam creatina
[PLA_CREA]. A ordem de realização das condições foi randômica e nas sessões com
suplemento, o mesmo foi oferecido 30 minutos antes da sessão. O número de
repetições em cada série e o total de repetições na sessão foram comparados usando
ANOVA two-way com medidas repetidas. Resultados: O número de repetições reduziu
significativamente e de forma linear ao longo das séries (p < 0,05). O número médio de
repetições foi significativamente maior em todas as condições suplementadas quando
comparadas à sessão CONTROLE (p < 0,05). Observou-se interação significativa
tratamento x séries, com maior número de repetições observado nas condições de
suplementação (CREA, PLA_CREA e DEXT) na primeira, segunda e terceira séries,
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
quando comparada ao CONTROLE (p < 0,05). Conclusão: As condições CREA,
PLA_CREA e DEXT, induzem melhora do desempenho em séries de supino igualmente,
indicando que o benefício da suplementação aguda de creatina se deve a efeitos
psicológicos.
Palavras-chave: suplemento; desempenho físico; musculação; creatina.
Influência da suplementação nutricional com farinha de maca amarela (Lepidium
meyenii walp.) na memória e densidade neuronal hipocampal de ratos
adolescentes submetidos a exercício físico
Sales VS1*, Sales EPN2, Cabral FR2,3, Arida RM1
1
Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, Brasil
3
Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, São Paulo, Brasil
2
*valter.pernambuco@gmail.com
Introdução: A nutrição saudável e o exercício físico estimulam modificações no cérebro
em um processo denominado de neuroplasticidade. Este fenômeno acontece com maior
intensidade no início do desenvolvimento. Deste modo, o uso da farinha de Lepidium
meyenii (maca peruana) em razão das propriedades nutricionais e medicinais já
descritas, como neuroproteção e melhora da cognição, motivou-nos a investigar se
existe influência da suplementação com farinha de maca associada ou não ao exercício
físico, sobre o desempenho da memória e densidade neuronal no hipocampo, em ratos
na adolescência. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar pesando em média 140 g, com
21 dias de idade, divididos em grupos, controle, exercício, maca e maca + exercício.
Durante o período pós-natal (P21 a P60), os animais foram suplementados com uma
dose de farinha de maca (2000 mg/kg) e submetidos a corrida na esteira. Após este
período, foram realizados os testes do campo aberto, reconhecimento de objetos e
esquiva passiva do tipo step down. Ao final destes experimentos, os animais foram
perfundidos e o tecido cerebral retirado e analisados por imuno-histoquímica utilizando
o anticorpo NeuN e os neurônios quantificados por densidade óptica por meio do
Software ImageJ. Resultados: Os animais não apresentaram alteração da locomoção,
excluindo uma possível interferência no resultado dos testes. A farinha de maca, o
exercício físico e a associação destas intervenções melhoraram o desempenho da
memória de curta e longa duração nos testes comportamentais e induziram aumento da
densidade neuronal no hipocampo (giro dentado, hilo, CA1 e CA3). Conclusão: A
suplementação nutricional com farinha de maca e exercício físico melhoraram o
desempenho da memória e aumentaram a densidade neuronal no hipocampo, mas sem
17
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
efeito aditivo quando associadas. Nossos resultados mostram que o exercício físico, as
macamidas e ácidos graxos poli-insaturados presentes na Lepidium meyenii promovem
efeitos positivos na plasticidade hipocampal.
Palavras-chave: exercício físico; Lepidium; plasticidade neuronal; memória.
Fonte Financiadora: CNPq
Quimioterápico doxorrubicina causa sarcopenia em camundongos
Cella PS1*, Marinello PC2, Búçu IP1, Nunes JHC1, Chimin P1, Deminice R1
1
Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Educação Física, Londrina, PR,
Brasil
2
Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Patologia Geral, Londrina, PR,
Brasil
*paolascella@gmail.com
Introdução: O A doxorrubicina (DOX) é um quimioterápico com potente ação antitumoral,
muito utilizado no tratamento do câncer. A cardiotoxicidade, caracterizada por perda de
massa e função do músculo cardíaco, é o principal efeito colateral deste quimioterápico.
De fato, muitos sobreviventes do câncer sofrem com cardiomiopatias induzidas pela
DOX. Entretanto, os efeitos dos ciclos de quimioterapia usando DOX sobre o músculo
esquelético e sua função são pouco conhecidos. Com isso, o objetivo do trabalho foi
determinar o efeito de ciclos de DOX sobre os principais moderadores da sarcopenia:
perda de massa e força musculares e disfunções físicas em camundongos. Métodos:
Camundongos C57-BL machos foram divididos em dois grupos: Controle (n = 14) e
tratados com DOX (n = 14). A DOX (6 mg/kg i.p.- total de 24 mg/kg) foi administrada a
cada quatro dias por um total de 15 dias. O grupo controle recebeu o mesmo volume de
água destilada, nas mesmas condições. Os testes de Grip Strength Meter e de 1RM em
escada foram utilizados para análise de força muscular. A atrofia muscular foi avaliada
pela área de secção transversa do músculo gastrocnêmico. O diâmetro dos
cardiomiócitos foi analisado como parâmetro de cardiotoxicidade. Resultados: O
tratamento com a DOX promoveu cardiotoxicidade demonstrada pela atrofia do coração
(19%). O tratamento com DOX promoveu ainda mudança nos principais componentes
da sarcopenia, como redução da força 20% (p < 0,05) determinada usando os testes de
Grip Strenght e de 1RM; além de atrofia do músculo gastrocnêmio (10%). Conclusão:
Duas semanas de tratamento com DOX promoveu perda de força e atrofia em
camundongos, principais definidores da sarcopenia.
Palavras-chave: função muscular; perda de força; quimioterapia
18
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Fonte financiadora: CAPES
O efeito de concussões recorrentes associadas a prática de exercício físico de
natação na comunicação entre cérebro e intestino de ratos
Godinho DB1 Lima GC1*, Cipolat RP1, Machado FG1, Nascimento AS1, Royes LFF1
1
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil
*gabrielcorrealima2@gmail.com
Introdução: A concussão, uma alteração na função cerebral ocasionada por uma força
externa, chama atenção por seus efeitos sutis, principalmente em órgãos periféricos,
que podem ser somados e agravar o dano inicial da lesão. O intestino, um órgão linfoide
secundário que compõe o trato digestório e que apresenta um vasto microbioma, é
envolvido no funcionamento de processos complexos como a homeostase eletrolítica
ao longo do trato intestinal e os movimentos peristálticos de contração e relaxamento
do musculo liso, regulados primariamente pelo Sistema Nervoso Entérico (SNE).
Modulações no intestino de animais submetidos à traumatismos sugerem atuação do
eixo bidirecional cérebro-intestino durante estados patológicos. Métodos: Nosso
trabalho investigou os efeitos de 10 concussões associadas à prática de exercício físico
no intestino e nas suas vias de comunicação com o cérebro de ratos jovens. Ratos
Wistar, machos, foram randomizados, submetidos à um protocolo de natação de cinco
semanas, onde duas vezes a cada semana sofreram concussão pelo modelo de queda
livre de peso, imediatamente após o exercício. Resultados: Análises sete dias após a
última sessão de natação mostraram que concussões recorrentes e intervaladas são
capazes de afetar o funcionamento normal do cólon proximal destes animais. Nosso
modelo de concussões causou aumento na lipoperoxidação e parâmetros colinérgicos,
embora não modulou per se a atividade da enzima Na+, K+ - ATPase. O exercício físico
evitou o aumento dos níveis de malonaldeído, nAChR α7, além de reverter o aumento
da atividade da enzima acetilcolinesterase. Além disso, animais treinados que sofreram
concussão mostraram um aumento na atividade da enzima Na+, K+ - ATPase em
relação aos sedentários que sofreram concussões. Conclusão: Compreender como
concussões recorrentes afetam também órgãos periféricos pode ser uma nova
alternativa para o desenvolvimento de tratamentos ao dano secundário e possíveis
neuropatologias induzidas por traumas repetitivos
19
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Palavras-chave: concussão; eixo cérebro-intestino; nAChR α7; Na+,K+ ATP-ase;
Esportes.
Fonte financiadora: CNPq, CAPES, FAPERGS
Efeitos do exercício físico na regulação neuroinflamatória e tumorogênese em
animais expostos a um modelo experimental de glioblastoma
Gattiboni BB¹*, Costa AK¹, Marqueze LFB¹, Vasconcellos FTF¹, Cunha EBD¹, Pedroso
GS², Baldissera AB4, Fernandes LC³, Pinho RA¹
¹Laboratório de Bioquímica do Exercício em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil
²Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício, Universidade do Extremo Sul
Catarinense, Criciúma, SC, Brasil
³Laboratório de Metabolismo Celular, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR,
Brasil.
4Laboratório de Matriz Extracelular e Biotecnologia de Venenos, Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
*brunabertogattiboni@gmail.com
Introdução: Gliomas são tumores cerebrais malignos com alta incidência e baixa
sobrevida. Alterações da biologia redox tem sido reportada em prévios estudos com
protocolos de exercício experimentais e os resultados ainda são inconclusivos. Este
estudo avaliou os efeitos de um programa prévio de treinamento físico sobre indicadores
de estresse clínicos, comportamentais, tumorigênicos e neuroinflamatórios em animais
expostos a um modelo experimental de glioblastoma (GBM). Métodos: 48 camundongos
C57BL/6J, randomizados em 4 grupos: Sham, GBM não treinado, Sham treinado e GBM
treinado. Foram submetidos a intervenção de treinamento em esteiras por 4 semanas,
6 sessões semanais e intensidade progressiva de 13 a 17 m/min. Seguida, pela indução
do GBM, intracerebroventricular da linhagem tumoral GL261. Foram avaliados os
indicadores clínicos, comportamentais, consumo de hídrico e ingesta alimentar. Após
21 dias da cirurgia, foram realizadas a eutanásia e posteriores análises. Resultados:
Demonstraram ganhos de massa corporal e maior ingesta alimentar ao final do período
experimental
nos
grupos
treinados,
adicionalmente,
apresentaram
alterações
pronunciadas no comportamento exploratório. Os animais GBM não treinados
apresentaram alterações anatomopatológicas com alta intensidade na imunoexpressão
da proteína glial fibrilar ácida (GFAP) e baixa intensidade do receptor do fator de
crescimento epidérmico (EGFR), em todos os tecidos. A imunoexpressão do fator de
necrose tumoral alfa (TNF-α) foi moderada na região tumoral nos grupos GBM não
treinados e treinados. Enquanto, a intensidade do fator nuclear kappa b (NF-kb),
20
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
interleucina 6 (IL-6) e interleucina 1 beta (IL-1b) se apresentaram fracas nos diferentes
grupos e tecidos analisados. Conclusão: Estes achados sugerem que a realização de
exercícios físico previamente a indução de GBM exerce potencial efeito neuroprotetor
por contribuir para a regulação anatomopatológica e neuroinflamatória. Entretanto, face
à algumas limitações do presente estudo, são necessárias investigações adicionais em
estudos futuros.
Palavras-chave: exercício; câncer; glioblastoma; estresse oxidativo; inflamação.
Fonte financiadora: CNPq, CAPES
Determinação da fatigabilidade para teste de frequência de socos no caratê
Urbinati KS1*, Machado RO1, Scheeren E1, Nohama P1
¹Programa de Pós-graduação em Tecnologia em Saúde, PUCPR, Curitiba, Brasil
*keith.msato@gmail.com
Introdução: Protocolos avaliativos para modalidades esportivas auxiliam o cotidiano de
técnicos e atletas, especialmente com análises para a compreensão das respostas
fisiológicas em situação de fatigabilidade. Objetivo: Comparar as respostas bioquímicas
oriundas da fadiga em atletas de caratê. Métodos: Foram avaliados 20 atletas de caratê,
praticantes por 12,8 ± 4,5 anos, faixas marrom e preta, do sexo masculino, nível nacional.
Foram aplicados 2 protocolos de forma randomizada cross over com diferença de 24 h.
O grupo 1 (G1, n = 10) realizou o teste de frequência de socos na seguinte ordem: (Sem
Fadiga - SF) realização de 10 s de soco contralateral, com 10 s de intervalo passivo;
(Com Fadiga - CF) realização de 10 s de soco contralateral, com realização de 30 s de
countermovement jump. O grupo 2 (G2, n = 10) realizou o protocolo em ordem inversa.
Foram coletadas amostras sanguíneas ‘pré’, ‘pós’ e ‘10 min pós’ teste para lactato,
glicose, creatinoquinase total (CK), testosterona e cortisol. Realizou-se teste MANOVA
(p<0,05), post hoc de Bonferroni para identificar diferenças entre protocolos em
diferentes momentos. Resultados: Identificou-se diferenças entre os protocolos SF e CF
para as variáveis: lactato ‘pós’ teste (F1, 23 = 0,56; p = 0,02) e ‘10 min pós’ teste (F2,
21 = 0,74; p = 0,001); CK ‘pós’ teste (F1, 21 = 0,61; p = 0, 003) e ‘10 min pós’ (F1, 25 =
0,45; p = 0, 04); e cortisol ‘10 min pós’ (F3, 28 = 0,89; p = 0,03) apresentaram valores
elevados para CF; relação testosterona: cortisol ‘10 min pós’ (F2, 12 = 0,71; p = 0,007)
com menor valor para CF. Conclusão: Elevados valores de lactato, CK e cortisol para o
protocolo CF, especialmente nos momentos ‘pós’ e ‘10 min pós’ de teste são indicativos
21
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
que o protocolo CF exige elevada intensidade de esforço, garantindo a fatigabilidade do
teste.
Palavras-chave: fadiga; arte marcial; fenômeno fisiológico sanguíneo.
Fonte financiadora: Fundação Araucária
Suplementação de ubiquinol não promove regulação redox após overuse
muscular
Falcão FTV1*, Macedo AC1, Marqueze LB1, Costa AK1, Cunha EBB1, Fernandes LC2,
Pinho RA1
1
Laboratório de Bioquímica do Exercício em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2
Laboratório de Metabolismo Celular, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR,
Brasil
*francianevasconcellos@hotmail.com
Introdução: O uso excessivo da musculatura pode promover danos celulares,
principalmente quando não há períodos de recuperação suficientes. Conhecido como
overuse, essa forma de lesão envolve eventos celulares que elevam a produção de
espécies reativas de oxigênio e consequente estresse oxidativo. A suplementação de
antioxidantes tem sido utilizada visando restabelecer o estado redox da musculatura,
porém, o efeito é limitado devido à dificuldade de atravessar as barreiras membranosas
das células. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do ubiquinol (CoQH2)
sobre parâmetros de estresse oxidativo muscular, após exposição a um modelo overuse.
Métodos: Ratos Wistar, machos foram randomizados em dois grupos: não exercitados
e overuse e subdivididos em controle, suplementados com veículo e CoQH2. Após
período de adaptação e teste para estimar a velocidade máxima de esforço, o grupo
overuse foi exercitado em esteira, 21 dias contínuos, variando as intensidades: baixa,
moderada e alta. CoQH2 foi administrado diariamente, via oral. Após 24 horas da última
sessão, os animais foram eutanasiados e extensor longo dos dedos (EDL) e quadríceps
foram removidos e processados para análises de força muscular, histopatológicas e
parâmetros de estresse oxidativo. Resultados: Os resultados apontam para uma
redução do consumo de ração pelos suplementados enquanto a massa corporal e o
consumo de água não sofreram alterações significativas. A força muscular máxima e a
velocidade de relaxamento muscular tiveram aumento significativo nos animais
expostos ao overuse. Uma lesão músculo-tendínea com infiltrado linfo-plasmocitório e
hiperplasia de células sinoviais foram observadas nos animais em overuse. Animais
overuse, suplementados ou não com ubiquinol, apresentaram níveis de oxidação de
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
DCFH aumentados no quadríceps. Não foram observadas alterações no conteúdo de
glutationa e da sulfidrila no EDL. Conclusão: Tomados em conjunto, os dados revelam
que a suplementação com ubiquinol não exerce efeitos antioxidantes significativos no
soro e músculo de animais expostos ao overuse.
Palavras-chave: Exercício físico; overuse; ubiquinona; estresse oxidativo; antioxidante;
músculo.
Fonte Financiadora: CNPq, CAPES
II - Resumos de projetos de mestrado ou doutorado
Regulação dos parâmetros oxidativos, comportamentais e carcinogênicos
mediados pelo exercício físico em animais com glioblastoma experimental
Marqueze LF*1, Aguiar A1, Alves, AC1, Gattiboni B1, Pedroso GS2, Falcão F1, Nery T1,
Pinho RA1
1
Laboratório de Bioquímica do Exercício em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2
Laboratório de Biologia do Exercício, Universidade Federal de Santa Catarina,
Araranguá, SC, Brasil
*luis_marqueze@hotmail.com
Introdução: Glioblastomas (GBM) são tumores malignos cerebrais de complexa
abordagem terapêutica devido a elevada capacidade de infiltração, o que inviabiliza,
geralmente, sua ressecção elevando o número de recidivas e consequente morte
precoce. Frequentemente, ocorrem em indivíduos adultos com idade entre 50 e 70 anos,
com a mediana de sobrevida, pós-diagnóstico, de 12 a 15 meses. As reações de
oxirredução são regulares nas atividades biológicas e o seu desabalando positivo
(estresse oxidativo) é evidenciado em diversas fisiopatologias, sendo um dos
componentes quantitativos de maior relevância sobre a progressão da doença. Desta
forma, estudar terapias que possam contribuir para minimizar os efeitos deletérios da
doença torna-se extremamente relevante a saúde pública. O exercício físico é proposto
como componente auxiliar ao tratamento de diversos cânceres, devido a sua
capacidade de influenciar positivamente em diversos mecanismos moleculares e
bioquímicos. O estresse oxidativo é um fenômeno celular que está intimamente
relacionado ao desenvolvimento e progressão de tumores e é modulado também pelo
exercício físico. Métodos: Camundongos C57-black/6l, machos, com 60 dias serão,
após a indução do GBM por um modelo de aloenxerto com células de glioma GL261,
submetidos a um programa de treinamento progressivo de 3 sessões seguidas de um
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
dia de descanso, durante 4 semanas; a velocidade da esteira será progressiva de 50%
a 60% de intensidade, estabelecida por um teste de esforço anterior, e o tempo de cada
sessão será de até 50 min/dia sem inclinação. Não será utilizado nenhum estímulo
nocivo para incentivar a corrida nos animais. Os grupos não-treinados serão mantidos
na caixa durante todo período experimental. Após a eutanásia, os córtex pré-frontal,
lobos parietais e quadríceps direito serão retirados para análises anatomopatológicas,
parâmetros carcinogênicas, inflamatórias e de estresse oxidativo. Resultados
esperados: Espera-se que os resultados obtidos possam contribuir para compreensão
dos mecanismos de neuroproteção induzidos pelo exercício no GBM.
Palavras-chave: exercício físico, câncer, glioblastoma, estresse oxidativo.
Fonte Financiadora: CNPq, CAPES
Resumo gráfico
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Efeito do consumo agudo do suco de juçara (Euterpe edulis Martius) sobre
biomarcadores de estresse oxidativo e fadiga em uma sessão de exercício
intervalado de alta intensidade: um ensaio clínico randomizado e cross-over
Copetti CLK1*, Orssatto LBR2, Diefenthaeler F2, Silveira TT1, Da Silva EL1,3, Baptista SL1,
Mendes BC1, Venske DKR1, Vieira FGK1, Hinnig PF1, Schulz M4, Fett R4, Di Pietro PF1
1
Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, SC, Brasil
2
Laboratório de Biomecânica, Departamento de Educação Física, Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
3
Laboratório de Lipídeos, Antioxidantes e Aterosclerose, Departamento de Análises
Clínicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
4
Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
*candice.lk@hotmail.com
Introdução: O consumo de alimentos ricos em antocianinas, como o fruto juçara
(Euterpe edulis Martius), pode oferecer proteção antioxidante durante o exercício,
independentemente da duração da intervenção. O objetivo deste estudo foi avaliar o
efeito do consumo agudo do suco de juçara sobre biomarcadores do estresse oxidativo
e fadiga em uma sessão de exercício intervalado de alta intensidade. Métodos: Em um
estudo randomizado, cross-over e controlado, 15 homens fisicamente ativos foram
designados para consumir 250 mL de suco de juçara ou água (controle) 1h antes do
exercício. Amostras sanguíneas foram obtidas 1h antes do exercício, imediatamente
após e 1h após o exercício. Os parâmetros avaliados foram: fenóis totais, ácido úrico,
glutationa reduzida (GSH), glutationa oxidada (GSSG), razão GSH:GSSG, capacidade
antioxidante total (TAC), estado oxidante total (TOS), índice de estresse oxidativo (IEO),
proteínas carboniladas (PC) e as enzimas antioxidantes: glutationa peroxidase (GPx),
superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT). Resultados: A partir das mudanças
relativas médias foi possível observar uma diminuição do IEO imediatamente após o
exercício (p = 0,020) e um aumento de GSH 1h após o exercício (p = 0,040) após o
consumo do suco de juçara comparado ao controle. Também foi observado um aumento
nos níveis de fenóis totais (p = 0,020) e ácido úrico (p < 0,001) ao longo do tempo. Além
disso, foi observada redução da fadiga (p < 0,001) no grupo que consumiu o suco de
juçara. Conclusão: Os resultados indicam que o suco de juçara pode contribuir para as
respostas antioxidantes e redução da fadiga após uma sessão de exercício intervalado
de alta intensidade.
Palavras-chave: antocianinas; antioxidantes; espécies reativas de oxigênio; estresse
oxidativo; treinamento intervalado de alta intensidade; fadiga.
Fonte financiadora: CNPq, CAPES e Programa de Pós-Graduação em Nutrição da
Universidade Federal de Santa Catarina
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Resumo gráfico
As proteínas que facilitam a entrada célular do SARS-COV-2, ECA2 e PRSTMS2
estão elevadas em tecidos pulmonares de ratos alimentados com uma dieta
obesogênica, mas não em ratos alimentados com uma dieta cetogênica
Da Eira D1*, Jani S1, Ceddia RB1
1
Muscle Health Research Centre, York University, Toronto, Canadá
*ddaeira@yorku.ca
O objetivo desse estudo foi identificar mecanismos moleculares relacionados a
predisposição de indivíduos obesos a desenvolverem sintomas graves após infecção
com o novo coronavírus, e investigar se a dieta cetogênica (DC) pode atenuar o risco
de doença severa relacionada a SARS-CoV-2. Para isso, ratos da linhagem SpragueDawley foram alimentados com uma das seguintes dietas: dieta padrão (DP), dieta rica
em gordura e enriquecida com sacarose (GS), e DC. Após um período de alimentação
de 16 semanas, os pulmões dos animais foram extraídos para análise do conteúdo das
seguintes proteínas essenciais à entrada celular do SARS-CoV-2: enzima conversora
26
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
de angiotensina 2 (ECA2) e a protease transmembrana serina 2 (PRSTMS2). Também
foram medidos outros componentes do sistema renina-angiotensina (SRA) e a
expressão gênica de marcadores inflamatórios. Nós observamos que os conteúdos da
ECA2 e da PRSTMS2 aumentaram 3,8 e 5,1 vezes, respectivamente, nos pulmões dos
ratos alimentados com a dieta GS. Interessantemente, os conteúdos destas proteínas
não mudaram nos pulmões dos ratos alimentados com a DC. No entanto, a DC diminuiu
o conteúdo da enzima conversora de angiotensina 1 (ECA1). Além disso, a DC reduziu
as expressões gênicas do receptor da interleucina-6 (IL6R) e do receptor toll-like 4
(TLR4) em 79% e 74%, respectivamente, em relação à dieta GS. Em conjunto, estes
dados sugerem que o elevado risco de doença severa em indivíduos obesos infectados
com o COVID-19 pode ser atribuído ao aumento das proteínas ECA2 e PRSTMS2 nos
pulmões desses pacientes. Esses dados também sugerem que, em indivíduos obesos,
a DC pode atenuar a entrada celular do SARS-CoV-2, uma vez que não eleva os
conteúdos de ECA2 e PRSTMS2, além exercer um efeito anti-inflamatório em tecidos
pulmonares. Isto pode reduzir a migração do vírus para outros tecidos, incluindo o
coração e a vasculatura, onde mais danos poderiam ocorrer.
Palavras-chave: dieta cetogênica, SARS-CoV-2; enzima conversora de angiotensina 2
Resumo gráfico
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Efeitos da reabilitação cardiopulmonar sobre o comprometimento muscular e
disfunção respiratória de médio a longo prazo após infecção por SARS-CoV-2
Terçariol SG1*, Nesi RT2, Dias CN3, Pinho RA1
1
Laboratório de Bioquímica do Exercício em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2
Fisioterapeuta, Clínica Nesi Cardiopulmonar, Criciúma, PR, Brasil
3
Fisioterapeuta, Clínica Reabilit, Brasília, DF, Brasil
4
Pontifícia Universidade Católica do Paraná Escola de Medicina-PUCPR, Programa de
pós-graduação em Ciências da Saúde, Laboratório de Bioquímica do Exercício em
Saúde (BIOEX), Curitiba, PR, Brasil
*simone.galbiati@uol.com.br
Introdução: Neste século, os seres humanos passaram por vários surtos epidêmicos,
mas nenhum tão devastador como esse coronavírus. O Sars-CoV-2 é uma síndrome
respiratória aguda grave 2, também denominado como COVID-19 (do inglês
Coronavirus Disease 2019). Sabe-se que o COVID-19 vem causando sequelas
respiratórias, diminuição de massa e força muscular esquelética com prejuízo funcional.
A reabilitação cardiopulmonar e muscular tem uma importância significativa,
principalmente neste momento de pandemia. Mas, os resultados dos estudos ainda são
inconsistentes ou, por vezes, contraditórios, e ainda pouco se sabe sobre o futuro das
consequências causadas pela doença. Objetivo: Investigar os efeitos da reabilitação
cardiopulmonar sobre o comprometimento muscular e disfunção respiratória de médio
a longo prazo em pacientes infectados pelo Sars-Cov-2. Métodos: Pacientes que estão
realizando ou já realizaram a reabilitação cardiopulmonar pós-COVID, terão seus dados
coletados a partir dos seus prontuários de avaliação. Inicialmente, serão coletados: (1)
sexo, idade; (2) frequência cardíaca, pressão arterial; (3) avaliação de capacidade
funcional (CF), incluindo; Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6), Teste do Degrau e
Teste de Força Muscular; (4) espirometria, analisando o volume total (VT), capacidade
vital (CV) e função pulmonar. As medidas avaliadas serão: Frequência Respiratória (FR),
Volume Residual (VR), Volume de Reserva Expiratório (VRE), avaliação de força
muscular inspiratória. Esses valores irão analisar o comprometimento muscular e
disfunção respiratória desses pacientes. Todas as medidas serão confrontadas com
valores de referências conforme os autores sugerem. Resultados esperados: Esperase que os resultados obtidos nessa proposta possam contribuir substancialmente para
o avanço do conhecimento na área da reabilitação na pandemia de COVID-19, pois
além de investigar os efeitos da reabilitação sobre o comprometimento muscular e
respiratório, a presente proposta também relaciona possíveis alterações a médio e longo
prazo que venham a ser encontradas nos pacientes infectados pelo Sars-Cov-2.
Palavras-chave: comprometimento muscular; coronavírus; reabilitação cardiopulmonar.
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Resumo gráfico
Papel do toll like receptor 4 na resposta lipolítica mediada pelo exercício exaustivo
agudo
Cabral-Santos C1*, Sanches LS2, De Souza Teixeira AA2, Rosa-Neto JC2, Lira FS1
1
Laboratório de Fisiologia Celular do Exercício, Departamento de Educação Física,
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Presidente Prudente, SP, Brasil
2
Laboratório de Imunometabolismo, Departamento de Biologia Celular e do
Desenvolvimento, Universidade de São Paulo (ICB1 - USP), SP, Brasil
*carolina-cabralsantos@hotmail.com
Introdução: A elevação das concentrações de ácidos graxos livres (AGL) durante o
exercício é mediada principalmente pela resposta neuroendócrina e, concomitante a
esta condição, foi postulado que a endotoxemia por lipopolissacarídeos (LPS) favorece
a ativação da resposta inflamatória via Toll Like Receptor 4 (TLR-4) em diferentes tipos
celulares. Especula-se que a ativação de TLR-4 favoreceria o processo de lipólise no
tecido adiposo (via transcrição de citocinas pró-inflamatórias), aumentando assim a
disponibilidade de AGL como substrato circulante. Métodos: Camundongos foram
utilizadas duas linhagens de animais: Wild Type C57BL/6J (WT) +Salina e animais TLR4 nocaute (TLR-4-/-), divididos em grupo 1-controle (Rest); 2-exercitado com eutanásia
imediatamente pós-exercício (0h); 3-2h pós-exercício (2h) e; 4-6h pós-exercício (6h) (n
= 8 por grupo). Além disso, foi adicionado mais um grupo WT que recebeu 10 mg/kg
peso de bloqueador beta-adrenérgico (Propranolol). A sessão de exercício exaustivo
agudo consistiu de 50 minutos de corrida em esteira rolante à 60% da Velocidade
Máxima seguida de incremento de 1 m/min até a fadiga voluntária. As diferenças entre
os grupos e os tempos referente ao perfil metabólico e inflamatório foram analisadas
29
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
pelo teste ANOVA de duas vias e quando necessário o post-hoc de Bonferroni.
Resultados: O grupo TLR-4 KO apresentou elevada concentrações de AGL plasmáticos
(p = 0,029), bem como um decaimento contínuo do conteúdo de triacilglicerol (p = 0,04)
e glicogênio hepático musculares até 6h após o exercício (p = 0,001) quando comparado
com os demais grupos. Além disso, o efeito anti-inflamatório do exercício estimulado
pela liberação de IL-10 avaliado nos depósitos retroperitoneal e mesentérico do tecido
adiposo estavam prejudicados (p = 0,02) quando comparado aos demais grupos.
Conclusão: Tomados em conjunto, os resultados sugerem que o TLR-4 tem um
importante papel como modulador do metabolismo energético, bem como tem
participação na produção aguda de citocinas anti-inflamatórias após o exercício
exaustivo.
Palavras-chave: exercício; metabolismo; inflamação; fatores transcricionais; toll-like
receptor 4.
Fonte financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Processo FAPESP n. 2015/26148-0
Resumo gráfico
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Capacidade de produção de força muscular e comportamento sedentário de
crianças e adolescentes em tratamento oncológico: um estudo descritivo
Santo BCR1*, Cardoso LA1, Freitas CLR1
1
Grupo de Pesquisa em Exercício Clínico (GPEC), Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
*barbaracarlin8@gmail.com
Introdução: O câncer infanto-juvenil refere-se à propagação rápida e desordenada das
células, ocorrendo em qualquer parte do organismo. Embora apresente uma taxa de
sobrevivência significativa (~70%), os efeitos colaterais provocados pela intensidade
das abordagens com quimioterapia e radioterapia são problemáticos. O aumento do
comportamento sedentário, a diminuição nos níveis de atividade física e da capacidade
de produção de força muscular durante e após o tratamento são alguns efeitos colaterais
já apontados na literatura. Até o presente momento, não foram identificadas pesquisas
que busquem investigar e relacionar a produção de força muscular e o comportamento
sedentário desta população. Objetivo: O objetivo geral deste estudo é avaliar a
capacidade de produção de força e comportamento sedentário em crianças e
adolescentes em tratamento oncológico. Métodos: A amostra será composta por
pacientes com idade entre 4-15 anos, em tratamento oncológico em um hospital da
grande Florianópolis (SC). Os prontuários médicos serão utilizados para caracterizar os
participantes. Serão mensuradas as variáveis antropométricas Peso (balança digital) e
Estatura (estadiômetro portátil). O comportamento sedentário será avaliado através de
um questionário referente a exposição em tempo médio utilizando telas, em dias típicos
da semana e fins de semana. A força muscular isométrica dos flexores e extensores de
cotovelo e joelho será avaliada por um dinamômetro manual (microFET2 HHD).
Resultados esperados: A partir deste estudo, objetiva-se compreender as adaptações
musculares decorrentes da doença e do tratamento, bem como identificar a mudança
dos hábitos relacionados a atividade física da população oncológica infantojuvenil.
Através dos resultados, espera-se oferecer um diagnóstico enfatizando a importância
de os pacientes oncológicos apresentarem um estilo de vida ativo, a fim de minimizar
os efeitos do tratamento e melhorar a sua qualidade de vida. Almejamos, futuramente,
desenvolver um projeto de extensão universitário que proponha intervenções com
atividades físicas orientadas e adequadas direcionadas a essa população no hospital.
Palavras-chave: força muscular; exercício físico; crianças e adolescentes; câncer.
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Resumo gráfico
Treino resistido periodizado previne a atrofia e perda de força muscular causadas
pela quimioterapia em camundongos
*Nunes JHC1,2, Cella PS1,2, Búçu IP1,2, Deminice R1,2
1
Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil (UEL)
Laboratório de Bioquímica do Exercício (LABEX)
2
*jonathanhenriquep@hotmail.com
Introdução: Guidelines recentes recomendam que pacientes oncológicos realizem
exercícios físicos durante seu tratamento. Entretanto, o tratamento quimioterápico
promove efeitos adversos severos que podem variar entre os ciclos de infusão,
conhecidos com “dias ruins’. Apesar da periodização ser implementada no contexto da
aderencia/bem-estar, pouco se sabe sobre o efeito da periodização do treinamento
resistido (TR) considerando dias bons e ruins sobre o ganho de força, massa muscular
e estresse oxidativo. Objetivo: Analisar os efeitos da periodização do TR considerando
os “melhores dias” do ciclo quimioterápico, sobre o ganho de força, massa muscular e
estresse oxidativo em camundongos tratados com doxorrubicina (DOX). Métodos:
Camundongos Swiss foram divididos aleatoriamente em cinco grupos (n = 14): controle
(C), doxorrubicina (DOX), treinados (T), doxorrubicina treinados (DOXT) e doxorrubicina
com periodização do treino respeitando os “dias ruins” (DOXTP). A DOX (i.p.) foi
aplicada semanalmente num total de 11 mg/kg em 3 semanas. O TR consistiu de 4 a 8
escaladas, com intensidade progressiva, 3 vezes por semanas, durante 3 semanas. Ao
32
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
final da terceira semana, os animais foram eutanasiados. Resultados: Três semanas de
tratamento com DOX promoveram significativa (p < 0,05) perda de peso corporal (14,6%), atrofia dos músculos EDL (-22,6%) e sóleo (-27,6%), perda de força (-29,6%) e
peroxidação lipidica, MDA (69%), em comparação ao grupo C. O treinamento resistido
preveniu significativamente (p < 0,05) a atrofia muscular do EDL, sóleo, perda de força
e aumento do GSH/GSSH induzidos pelo tratamento com DOX, somente quando
periodizado. Conclusão: O TR, quando periodizado considerando flutuações nos efeitos
adversos provocados pelo tratamento quimioterápico, é capaz de prevenir a atrofia e a
perda de força muscular. Esta demonstra ser uma variável importante na prescrição de
exercício durante o tratamento quimioterápico.
Palavras-chave: treinamento de força; massa muscular; periodização; estresse
oxidativo.
Resumo gráfico
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
O papel do co-transportador sódio-glicose-2 e do exercício físico na regulação do
sistema redox e do complexo inflammasoma em animais com nefropatia diabética
Machado-Junior PAB1,2*, Anizelli LB2, Kruger A1, Marquese LF1, Cunha EB1, Moraes TP2,
Pinho RA1,2
1
Laboratório de Bioquímica do Exercício em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2
Escola de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
*machadojrpab@gmail.com
Introdução: A importância da resposta inflamatória e do estresse oxidativo na gênese e
progressão da nefropatia diabética (ND) tem sido demonstrada em estudos recentes,
sendo o complexo inflammasoma NLRP3 um notável regulador desse processo.
Abordagens não farmacológicas, a exemplo de dieta e treinamento físico, e
farmacológicas, a exemplo dos inibidores do co-transportador sódio-glicose-2 (iSGLT2),
constituem importantes pilares para o tratamento da ND; apesar disso, os efeitos dessas
terapias de forma combinada sobre os parâmetros de estresse oxidativo, o complexo
NLRP3 e histopatologia ainda não são completamente elucidados na literatura. Objetivo:
Avaliar o papel do exercício físico e do co-transportador sódio-glicose-2 sobre a
regulação do sistema redox e do complexo NLRP3 em animais expostos à ND. Métodos:
Camundongos serão randomicamente divididos em 8 grupos: (I) SHAM, (II) ND, (III)
SHAM + iSGLT2, (IV) SHAM + treinamento físico, (V) SHAM + iSGLT2 + treinamento
físico, (VI) ND + iSGLT2, (VII) ND + treinamento físico, (VIII) ND + iSGLT2 + treinamento
físico. A ND será induzida através da associação de dieta hipercalórica e dose única de
estreptozotocina. Após 13 semanas, os animais receberão iSGLT2 (Empaglifozina
35mg/kg) ou água destilada, associado ou não a um programa de treinamento físico de
intensidade intermediária. Parâmetros clínicos (glicemia plasmática, consumo hídrico,
calórico e ganho de peso) serão avaliados semanalmente, e parâmetros funcionais (taxa
de filtração glomerular, cleareance de creatinina e albuminúria) serão avaliados
trimestralmente. Após 30 semanas de acompanhamento, os animais serão
eutanasiados para obtenção de amostras renais e avaliação dos parâmetros
histológicos e moleculares. Valores de p < 0,05 denotarão significância estatística.
Resultados esperados: Espera-se que essa combinação seja capaz de retardar a
progressão da nefropatia diabética de forma mais eficaz que essas terapias em formas
isoladas, por meio da atenuação da resposta inflamatória e do estresse oxidativo.
Palavras-chave: Estresse oxidativo; inflamação; exercício físico; nefropatia diabética.
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
Resumo gráfico
Receptor ativado por proliferador de peroxissomo gama (PPARg) modula o
imunofenótipo, mas não o perfil anti-inflamatório de macrófagos de camundongos
obesos exercitados
Silveira LS1,2*, Biondo LA2, Teixeira AAS2, Lima Junior EA2, Castoldi A3, Câmara Nos3,
Festuccia WT4, Rosa-Neto JC2, Lira FS1
1
Exercise and Immunometabolism Research Group, Postgraduation Program in
Movement Sciences, Department of Physical Education, Universidade Estadual Paulista
(UNESP), Presidente Prudente, SP, Brazil
2
Department of Cell and Developmental Biology, Institute of Biomedical Sciences,
Universidade de São Paulo (USP), SP, Brazil
3
Department of Immunology, Institute of Biomedical Sciences, Universidade de São
Paulo (USP), SP, Brazil
4
Department of Physiology and Biophysics, Institute of Biomedical Sciences,
Universidade de São Paulo (USP), SP, Brazil
*loreana.silveira@usp.br
Introdução: O treinamento aeróbico moderado (TAM) é uma terapia para pacientes com
doenças inflamatórias crônicas de baixo grau devido à resposta anti-inflamatória
mediada por células do sistema imunológico. O receptor ativado por proliferador de
peroxissomo gama (PPARg) regula a polarização M1 (pró-inflamatória) e M2 (antiinflamatória) e o imunometabolismo de macrófagos. Nesse contexto, o presente estudo
procurou esclarecer se a deleção condicional do PPARg nos macrófagos teria efeito
sobre o papel anti-inflamatório do TAM. Métodos: Para testar esta hipótese, foram
35
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2021;20(4):S1-S36
utilizadas duas linhagens de camundongos: com deleção do PPARg em macrófagos
(KO) e animais controle (CTRL). Cada genótipo foi alimentado com dieta hiperlipídica e
subdividido em 1) sedentário (HF) e 2) treinamento aeróbico moderado (HFT). O
protocolo experimental durou 12 semanas, sendo quatro semanas de dieta apenas mais
oito semanas de dieta com TAM (5 vezes/semana, 50-60 minutos/dia a 60% da
velocidade máxima). Análises na morfologia e conteúdo de citocinas do tecido adiposo
subcutâneo (TAS), expressão gênica e produção de citocinas por macrófagos
peritoneais e imunofenotipagem dos macrófagos do TAS e peritoneais. Resultados:
Animais KO foram mais propensos a hipertrofia do TAS, embora apenas a IL1b (p =
0,0049) tenha sido maior em comparação aos valores observados em animais CTRL.
Macrófagos peritoneais de animais KO exibiram um aumento no TNFα (p = 0,0008),
IL1b (p = 0,0017) e IL-6 (p < 0,0001) após estimulação com lipopolissacarídeos (LPS).
Embora o marcador M1 CD86 não tenha sido atenuado com o treino, animais KO
expressaram menos citocinas proinflamatórias no TAS. Já em macrófagos peritoneais
estimulados com LPS, apesar da atenuação do marcador M2 CD206 (p < 0,001) em KO,
o TAM modulou a produção de citocinas em de ambos os genótipos, reduzindo citocinas
proinflamatórias como TNFα (p = 0,0002) e IL6 (p < 0,0001). Conclusão: A deleção do
PPARg não inibiu o efeito anti-inflamatório mediado pelo exercício, ressaltando a
importância do exercício na modulação da inflamação.
Palavras-chave: tecido adiposo, citocinas, sistema imunológico, treinamento aeróbio
moderado, fator transcricional.
Fonte financiadora: FAPESP, CAPES
Resumo gráfico
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