D I S C I P L I N A
Álgebra Abstrata
Aplicações
Autores
Gabriela Lucheze de Oliveira Lopes
Jonas Gonçalves Lopes
aula
01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___
Nome:______________________________________
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lucia do Amaral
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS
Coordenadora da Produção dos Materiais
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Revisoras Tipográficas
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias
Nouraide Queiroz
Arte e Ilustração
Projeto Gráfico
Ivana Lima
Adauto Harley
Carolina Costa
Revisores de Estrutura e Linguagem
Heinkel Hugenin
Eugenio Tavares Borges
Leonardo Feitoza
Janio Gustavo Barbosa
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Revisora das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Diagramadores
Ivana Lima
Johann Jean Evangelista de Melo
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Revisores de Língua Portuguesa
Flávia Angélica de Amorim Andrade
Vitor Gomes Pimentel
Janaina Tomaz Capistrano
Adaptação para Módulo Matemático
Kaline Sampaio de Araújo
Joacy Guilherme de A. F. Filho
Samuel Anderson de Oliveira Lima
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”
Lopes, Gabriela Lucheze de Oliveira.
Álgebra abstrata / Gabriela Lucheze de Oliveira Lopes, Jonas Gonçalves
Lopes. – Natal, RN: EDUFRN, 2009.
200 p.
12 v.
ISBN 978-85-7273-528-5
Conteúdo: Aula 01 – Aplicações; Aula 02 – O conjunto Z de inteiros;
Aula 03 – Grupos; Aula 04 – Exemplos de grupos; Aula 05 – Subgrupos; Aula 06 –
Classificação de grupos; Aula 07 – Anéis; Aula 08 – Exemplos de anéis e corpos;
Aula 09 – Subanéis e ideais; Aula 10 – Homoformismos de anéis quocientes;
Aula 11 – Polinômios sobre um corpo K; Aula 12 – Raízes de um polinômio e mdc
de polinômios.
1. Matemática. 2. Grupos. 3. Classificação de grupos. 4. Anéis. I. Lopes,
Jonas Gonçalves. II. Título.
RN/UF/BCZM
2009/47
CDD 510
CDU 51
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida
sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
VERSÃO DO PROFESSOR
Apresentação
Certamente, o conceito de função (também chamada de aplicação) já é do seu
conhecimento desde o ensino médio. Entretanto, à medida que nos aprofundamos em estudos
mais avançados, faz-se necessário um maior rigor matemático em sua apresentação.
Objetivos
1
2
Definir par ordenado.
Demonstrar a principal propriedade (igualdade) de pares
ordenados.
3
Definir produto cartesiano.
4
Definir relação e relação de equivalência.
5
Definir aplicação via relação.
6
Definir operação binária.
Aula 01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata
1
VERSÃO DO PROFESSOR
Pares ordenados
Iniciamos definindo par ordenado
Definição
O par ordenado de a e b, com a primeira coordenada a e a segunda coordenada
b, é o conjunto.
(a, b) = {{a}, {a,b}}.
A propriedade fundamental que um par ordenado satisfaz é dada no seguinte teorema.
Teorema 1
Se (a, b) e (x, y) são pares ordenados e se (a, b) = (x, y), então a = x e b = y.
Demonstração – Consideremos dois casos:
1º caso: a = b
Então, (a, b) = {{a}} é um conjunto unitário. Como (a, b) = (x, y), segue que
(x, y) = {{x}, {x,y}} = {{a}} é também um conjunto unitário; isso implica que x = y. Agora,
desde que {x} ∈ (a, b) = {{a}}. Logo, concluímos que a, b, x e y são todos iguais.
2º caso: a ≠ b
Neste caso, note que (a, b) e (x, y) contêm exatamente um conjunto unitário, a saber, {a} e {x},
respectivamente, de modo que {a} = {x}, logo a = x. Conseqüentemente, {a, b} = {x, y}
e, em particular, b ∈ {x, y}.
Note agora que b ≠ x. De fato, se b = x, teríamos por transitividade que a = b, uma contradição.
Isso acarreta b = y, e a prova está completa.
Lembre-se de que se E é um conjunto, então o conjunto P(E ) definido por
2
Aula 01 Álgebra Abstrata
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
VERSÃO DO PROFESSOR
P(E) = {X : X ⊂ E}
é chamado de conjunto potência de E ou conjunto das partes de E. Por exemplo, se
E = {a,b}, então P({a,b}) = {∅, {a}, {b}, {a,b}}. Observe que E possui dois elementos
e P (E ) possui 22 = 4 elementos.
Atividade 1
sua resposta
Se um conjunto E tem n elementos, prove que P (E ) possui 2n elementos
Curiosidade – o nome conjunto potência para P(E) origina-se possivelmente do fato que
P(E) possui 2n elementos, quando E tem n elementos.
Aula 01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata
3
VERSÃO DO PROFESSOR
Produtos cartesianos
Se A e B são conjuntos, prova-se em teoria dos conjuntos: existe um único conjunto,
chamado de produto cartesiano de A e B, denotado por A × B, que contém todos os pares
ordenados (a, b) com a ∈ A e b ∈ B.
A × B = {x : x = (a, b) para algum a ∈ A e para algum b ∈ B}.
Também se prova, em teoria dos conjuntos, o seguinte fato.
Fato – se R é um conjunto de pares ordenados, então existem dois conjuntos A e B tais que
R ⊂ A × B.
Com efeito, basta tomar
A = {a : para algum b tem-se (a, b) ∈ R}
e
B = {b : para algum a tem-se (a, b) ∈ R}.
Chamamos A e B de projeções de R sobre a primeira e a segunda coordenadas, respectivamente.
Relações
N
o nosso cotidiano, no bairro em que residimos ou na empresa onde trabalhamos,
podemos pensar na “relação” de amizade. Mais precisamente, podemos considerar
pares ordenados (x, y ), em que x é amigo(a) de y. Se R é a “relação” de amizade,
e (x, y) ∈ R, então podemos dizer que o indivíduo x é amigo(a) do indivíduo y.
Estamos prontos para definir uma relação.
Definição
Diz-se que um conjunto R é uma relação (binária) se cada elemento de R é
um par ordenado.
Logo, uma relação R é um conjunto de pares ordenados, e pelo fato anterior, R é
um subconjunto de um produto cartesiano de dois conjuntos A e B. Diz-se que R é uma
relação de A para B.
4
Aula 01 Álgebra Abstrata
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
VERSÃO DO PROFESSOR
Uma relação binária de A para A, ou melhor, uma relação em A é um subconjunto
de A × A.
Se (x, y) ∈ R, escrevemos x R y ou x ∼ y, e dizemos que x está na relação R com y.
Exemplos de relações
1.
R = X × Y (produto cartesiano de dois conjuntos X e Y).
2.
Seja Y um conjunto e considere R = {(x, y) ∈ Y × Y : x = y} (relação de igualdade em Y).
3.
Seja B um conjunto, P(B) o conjunto potência de B, e considere
R = {( x, A) ∈ B × P(B) : x ∈ A} (relação “pertence a”).
4.
Seja ℜ o conjunto dos números reais. Considere R = {(x, y) ∈ ℜ × ℜ : y 2 = x}.
Note que (4, –2) e (4, 2) são elementos da relação R, de modo que para x = 4 estão
associados dois valores de y, –2 e 2. Construindo a tabela a seguir
x
y
0
0
1
–1
1
1
4
–2
4
2
...
...
podemos facilmente traçar um esboço do “gráfico” dessa relação:
4
3
3
6
–3
–4
Trata-se de uma parábola.
Aula 01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata
5
VERSÃO DO PROFESSOR
Domínio e imagem
de uma relação
Se R é uma relação, então a projeção de R sobre a primeira coordenada
A = {x : para algum y tem-se (x, y) ∈ R}
= {x : para algum y tem-se x R y}
é aqui conhecida como domínio de R e indicada por A = domR.
Também, a projeção de R sobre a segunda coordenada
B = {y : para algum x tem-se (x, y) ∈ R}
= {y : para algum x tem-se x R y}
na teoria de relações recebe o nome de imagem de R, denotada por imR. No Exemplo 1, temos
domR = X, imR =Y ; no Exemplo 2, temos domR = imR = Y .
Atividade 2
sua resposta
Para as relações dadas nos Exemplos 3 e 4, determine domR e imR.
6
Aula 01 Álgebra Abstrata
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
VERSÃO DO PROFESSOR
Relações de equivalência
Uma relação R em X é reflexiva se x ∼ x para todo x ∈ X; é simétrica se x ∼ y ⇒ y ∼ x
e, finalmente é transitiva se x ∼ y e y ∼ z ⇒ x ∼ z, ∀ x, y, z em X.
Uma relação R em um conjunto X é uma relação de equivalência se R for reflexiva,
simétrica e transitiva. Por exemplo, a relação de igualdade em X é uma relação de equivalência.
Outro exemplo de relação de equivalência é a relação de isomorfismo de espaços vetoriais
estudada em Álgebra Linear.
A partir de agora, indicaremos uma relação de equivalência preferencialmente pelo
símbolo ∼.
Uma relação de equivalência ∼ serve para definir um novo objeto. Com efeito, se x ∈ X,
considere
_
x = {y ∈ X : y ∼ x}.
_
x é chamado de classe de equivalência módulo ∼ determinada pelo elemento x ∈ X; agora, x é o
_
representante da classe de equivalência x . Todo elemento de X define uma classe de equivalência,
_
_
_
e se x é uma classe de equivalência, então cada y ∈ x pode ser um representante de x .
Teorema 2
Sejam X ≠ ∅ e ~ uma relação de equivalência em X. Sejam x, y ∈ X.
Então são equivalentes as seguintes condições:
i) x ∼ y ;
_
_
ii) x é representante de y , isto é, x ∈ y ;
_
_
iii) y é representante de x , isto é, y ∈ x ;
_ _
iv) x = y ;
_ _
v) x ∩ y ≠ ∅.
Demonstração – Provaremos que i) ⇒ ii) ⇒ iii) ⇒ iv) ⇒ v) ⇒ i)
i) ⇒ ii)
_
y = {z ∈ X : z ∼ y}
_
Como x ∼ y, por hipótese, temos x ∈ y . Logo, vale ii).
ii) ⇒ iii)
Aula 01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata
7
VERSÃO DO PROFESSOR
_
_
De x ∈ y , temos x ∼ y. Como ∼ é simétrica, segue que y ∼ x. Isso implica que y ∈ x ,
provando iii).
iii) ⇒ iv)
_
_ _
_
_
Devemos provar que x ⊂ y e y ⊂ x . Seja z ∈ x . Então, z ∼ x. Como por hipótese,
_
y ∈ x , temos y ∼ x. Por simetria, segue que x ∼ y. Assim, z ∼ x e x ∼ y; por
_
_
_
transitividade, obtemos z ∼ y, logo z ∈ y . Isso prova que x ⊂ y . Falta provar que
_
_
_
_
y ⊂ x . Seja w ∈ y . Então, w ∼ y. Por hipótese, y ∈ x , isto é, y ∼ x. De w ∼ y e
_
_ _
y ∼ x, segue por transitividade que w ∼ x, logo w ∈ x . Portanto x = y .
iv) ⇒ v)
_
_ _
_
_ _
Seja z ∈ x . Como x = y , obtemos z ∈ y . Logo, x ∩ y ≠ ∅.
v) ⇒ i)
_ _
_ _
_
_
_
Se x ∩ y ≠ ∅, então existe z ∈ x ∩ y . Isso implica que z ∈ x e z ∈ y . De z ∈ x , temos z ∼ x,
_
e de z ∈ y , obtemos z ∼ y. Por simetria, x ∼ z. Assim, x ∼ z e z ∼ y. Por transitividade, segue
que x ∼ y. Isso completa a demonstração.
_ _
Observação – note que de v) ⇒ iv) segue-se: classes distintas, isto é, x ≠ y implica classes
_ _
disjuntas, ou seja, x ∩ y = ∅; também, de iv) ⇒ v), vale que classes disjuntas implicam
classes distintas. Logo, podemos dizer: classes distintas são disjuntas.
O Teorema 3 nos dá uma pista (ou um caminho) para produzir exemplos de relações de
equivalência.
Teorema 3
Seja X ≠ ∅. Então, as classes de equivalência módulo ~ distintas formam
uma decomposição de X como uma reunião de subconjuntos mutuamente
disjuntos e não-vazios.
Reciprocamente, dada uma decomposição de X como uma reunião de
subconjuntos mutuamente disjuntos e não-vazios, então, pode-se definir
uma relação de equivalência em X tal que esses subconjuntos sejam
exatamente as classes de equivalência distintas.
8
Aula 01 Álgebra Abstrata
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
VERSÃO DO PROFESSOR
_
x a reunião
Demonstração – Por definição, para cada x ∈ X, temos x ⊂ X. Considere
x∈X
_
x , então y ∈ x ,
x ⊂ X , pois se y ∈
das classes distintas e não-vazias. Note que
x∈X
x∈X
para algum x ∈ X, logo y ∈ X.
_
Agora, se z ∈ X, então z ∈ z e daí z ∈
x . Portanto,
x = X . Pela observação
x∈X
x∈X
anterior, duas classes distintas são disjuntas. Isso prova a primeira parte do Teorema 3.
Ci , onde os Ciʹs são subconjuntos mutuamente
Reciprocamente, suponha que X =
disjuntos e não-vazios. Defina uma relação em X do seguinte modo: x ∼ y em X se x, y
pertencem ao mesmo subconjunto Ci .
Afirmação: ∼ é uma relação de equivalência.
1)
Seja x ∈ X. Então, x ∈ Ci para algum i . Claramente, temos, x ∼ x (propriedade
reflexiva).
2)
Se x ∼ y, então x e y pertencem ao mesmo Ci . Logo, y e x pertencem ao mesmo
Ci , ou seja, y ∼ x (propriedade simétrica).
3)
Se x ∼ y e y ∼ z, então x e y pertencem ao mesmo Ci , e y e z pertencem ao mesmo
Cj. Como os Ciʹs são disjuntos, segue que Ci = Cj . Assim, x e z pertencem ao mesmo
Cj. Isso implica que x ∼ z (propriedade transitiva).
Logo, ∼ é uma relação de equivalência.
Finalmente, note que
_
x = {y ∈ X : y ∼ x}
= {y ∈ X : y e x pertencem ao mesmo Ci }
= C i.
Como os Ciʹs são disjuntos, confirma-se a observação anterior de que as classes de equivalência
são distintas. Isso completa a demonstração.
Aula 01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata
9
VERSÃO DO PROFESSOR
Aplicações
Lembre-se de que uma função f : A → B consta das seguintes partes:
Um conjunto A, chamado o domínio da função;
Um conjunto B, chamado o contradomínio da função;
Uma regra que permite associar a cada elemento x ∈ A, um único elemento f(x) ∈ B.
O único elemento f(x) chama-se o valor que a função assume em x (ou no ponto x).
Notação: x → f(x) indica que f faz corresponder a x o valor f (x).
Se A é o domínio da função f, A = dom f, então, a regra fornece f (x) para todo x ∈ A.
O gráfico de uma função f : A → B é o subconjunto Gr (f ) do produto cartesiano A × B
formado pelos pares ordenados (x, y) tais que y = f(x).
Gr ( f ) = {(x, y ) ∈ A × B : y = f (x )}
Identificando a função com seu gráfico, podemos definir uma função f : A → B como sendo
uma relação f tal que dom f = A, e se (x, y ) ∈ f e (x, z ) ∈ f, então y = z.
Notação – em vez de (x, y) ∈ f ou x f y escreve-se y = f (x).
Aplicação ou mapping (em inglês) é mais um sinônimo para a palavra função.
Nas disciplinas de Álgebra Linear, você já estudou aplicações injetoras, sobrejetoras e bijetoras,
composição de aplicações e aplicação inversa.
Estudaremos nas próximas aulas aplicações f : G1 → G2, em que G1 e G2 são “grupos”, e
aplicações f : R → S, onde R e S são “anéis”.
10
Aula 01 Álgebra Abstrata
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
VERSÃO DO PROFESSOR
Operações binárias
Definição – Seja A ≠ ∅. Uma aplicação f : A × A → A
(a, b)
f ((a, b)) = a ∗ b
é chamada uma operação binária em A. Note que a ∗ b e b ∗ a podem ser elementos distintos
de A, ou seja, a ordem é importante. A operação f é chamada comutativa se a ∗ b = b ∗ a, para
todos a , b ∈ A. Se S ⊂ A e se f (S × S) ⊂ S, diz-se que S é fechado sob (ou com respeito a) f.
Note também que, sendo f uma aplicação, A é fechado sob f.
Seguindo a tradição, denotaremos por N, Z, Q, ℜ e C, os conjuntos de números naturais,
inteiros, racionais, reais e complexos, respectivamente. Enquanto Z + = N, Q+ e ℜ+ denotam os
conjuntos de números inteiros positivos, racionais positivos e reais positivos, respectivamente.
Exemplo 5
Adição, multiplicação e subtração em Z, Q, ℜ e C são operações binárias.
Exemplo 6
Divisão não é uma operação binária em cada conjunto considerado no Exemplo 5.
Atividade 3
Justifique a afirmação feita no Exemplo 6.
Exemplo 7
Olhando Z +, Q + e ℜ+ como subconjuntos de C, cada um é fechado sob adição e
multiplicação em C, mas nenhum é fechado sob subtração.
Aula 01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata
11
VERSÃO DO PROFESSOR
Resumo
Nesta aula, você estudou que se dois pares ordenados são iguais, então
suas coordenadas correspondentes são iguais. Relembrou a definição de
produto cartesiano de dois conjuntos. Estudou também que uma relação é um
conjunto de pares ordenados, enquanto uma aplicação é uma relação especial.
Finalmente, estudou operação binária em um conjunto não-vazio A como sendo
uma aplicação definida no produto cartesiano A × A e tomando valores em A.
Autoavaliação
Sejam f ,g : X → X aplicações. Lembrando que o símbolo ou notação g ◦
f indica a composta das aplicações f e g, mostre que são válidas as seguintes
afirmações:
(i) g ◦ f sobrejetora ⇒ g sobrejetora;
(ii) g ◦ f injetora ⇒ f injetora;
(iii) se f ◦ g = g ◦ f = Id (identidade), então f e g são ambas bijetoras.
Exercícios propostos
12
1)
Defina uma relação em ℜ 2 por (a,b) ∼ (c,d) se a 2 + b 2 = c 2 + d 2 . Mostre que
∼ é uma relação de equivalência. Descreva geometricamente as classes de equivalência.
Além disso, se E é o conjunto das classes de equivalência, mostre que podemos definir
uma aplicação bijetora f : E → ℜ.
2)
Sejam X um conjunto não-vazio, ∼ uma relação de equivalência em X, e E o conjunto
_
das classes de equivalência. Mostre que a aplicação g : X → E definida por g(x) = x ,
∀ x ∈ X é sobrejetora. Verifique se g é injetora.
3)
Seja A ≠ ∅. Seja P(A) − {∅} o conjunto de subconjuntos não-vazios de A. Considere
X = A × (P(A) − {∅}). Verifique se a relação em X definida por (a1, Y1) ∼ (a2, Y2) se
(a1, a2) ∈ Y1 × Y2 é uma relação de equivalência.
Aula 01 Álgebra Abstrata
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
VERSÃO DO PROFESSOR
4)
Mostre que a composição de aplicações é associativa, isto é, se
f1 : X1 → X2, f2 : X2 → X3 ,e f3 : X3 → X4 , então f3 ◦ (f2 ◦ f1) = (f3 ◦ f2) ◦ f1.
5)
Verifique se a composição de aplicações de X em X é comutativa, ou seja, se
f : X → X e g : X → X, então f ◦ g = g ◦ f.
6)
Sejam f e g aplicações de X em X. Mostre que:
(i) se f e g são ambas sobrejetoras, então f ◦ g e g ◦ f também são sobrejetoras.
(ii) se f e g são ambas injetoras, então f ◦ g e g ◦ f também são injetoras.
7)
Mostre que a função f : ℜ+ → ℜ
x
In x (logaritmo natural de x, base e
2,7)
satisfaz f(xy) = f(x) + f(y).
Referências
GONÇALVES, A. Introdução à álgebra. Rio de Janeiro: LTC, 1979.
HALMOS, P. R. Teoria ingênua dos conjuntos. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2001.
LANG, S. Estruturas algébricas. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1972.
LOPES, J. G.; PEREIRA, M. G. Álgebra linear I. Natal: Ed. UFRN, 2006.
______. Álgebra linear II. Natal: Ed. UFRN, 2007.
Aula 01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata
13
VERSÃO DO PROFESSOR
Lembrete – É importante que o aluno não verifique as respostas (ou sugestões) dos exercícios
propostos antes de resolvê-los.
Respostas (ou sugestões) dos exercícios propostos
1)
(c, d) é uma circunferência de raio c2 + d2 . Defina f : E → ℜ por
f c, d = comprimento da circunferência.
2)
É imediato provar que g é sobrejetora. Agora, sejam x1, x2 ∈ X tais que
_
_
g (x1) = g(x2), isto é, x 1 = x 2. Será que x1 = x 2? Pense olhando para o
Teorema 2.
3)
Sim. Justifique.
4)
Mostre que ( f3 ◦ ( f2 ◦ f1))(x) = ((f3 ◦ f2) ◦ f1)(x) para todo x ∈ X1.
5)
Não. Dê um contra-exemplo.
6)
Seguem-se diretamente das definições.
7)
Basta lembrar-se de uma das propriedades da função logarítmica.
Anotações
14
Aula 01 Álgebra Abstrata
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
VERSÃO DO PROFESSOR
Anotações
Aula 01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata
15
VERSÃO DO PROFESSOR
Anotações
16
Aula 01 Álgebra Abstrata
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g )
Data: ___/___/___ Nome:______________________
Álgebra Abstrata – MATEMÁTICA
EMENTA
Números inteiros. Relações. Aplicações. Operações. Grupos. Anéis e ideais. Anéis de polinômios. Teoria de
corpos extensões de corpos. Construção dos números reais via sequências de Cauchy. Apanhado histórico de
cada um dos assuntos.
AUTORES
> Gabriela Lucheze de Oliveira Lopes
> Jonas Gonçalves Lopes
Aplicações
02
O conjunto Z de inteiros
03
Grupos
04
Exemplos de grupos
05
Subgrupos
06
Classificação de grupos
07
Anéis
08
Exemplos de anéis e corpos
09
Subanéis e ideais
10
Homomorfismos de anéis e anéis quocientes
11
Polinômios sobre um corpo K
12
Raízes de um polinômio e mdc de polinômios
2º Semestre de 2009
01
Impresso por: Gráfica
AULAS