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“CONCEITOS DE ARTE MODERNA” DO IMPRESSIONISMO AO SURREALISMO      CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO DISCIPLINA: HISTÓRIA DA ARTE PROFESSORA: MARIA CAROLINA R DE ALMEIDA ALUNA: SANDRA JULIANA DOS SANTOS RA 1133262 LICENCIATURA EM ARTES - 2ºSEM – POLO CAMPINAS/SP INTRODUÇÃO O conceito de arte moderna designa toda criatividade e produção artística que iniciou no fim do século XIX, e se estendeu até os anos de 1970. A arte modernista, segundo alguns estudiosos, “conversa” com todos os estilos dos demais movimentos artísticos, como forma de experimentar novas visões, porém no início do modernismo buscou uma negação a tudo que era anterior na arte. A Arte moderna abrange o cubismo, o construtivismo, surrealismo, dadaísmo, suprematismo, neoplasticismo, futurismo, o expressionismo abstrato, o tachismo, e a busca de várias referências afim de encontrar novidade, apesar da “colcha de retalhos” artística. Durante o advento da arte modernista, ocorreu o avanço da fotografia, que por sua vez libertou a pintura da obrigatoriedade realista documental. Dentro dos parâmetros da arte moderna, a própria fotografia, além de documentar, incorporou em si características de expressão artística, ao imprimir uma estética que transitou do belo ao experimental, e assim como grande parte das expressões de arte moderna, fazer o ser humano pensar perante uma fotografia a respeito de sua realidade. Diferente da arte barroca, romântica, realista e demais movimentos, a arte moderna visou experimentar novas visões e expressões inéditas sobre a natureza e o ser humano. Esta foi a base de pensamento do movimento modernista. O Grande Canal, em Veneza - óleo sobre tela - William Turner - 1835. O Campo de Trigo – óleo sobre tela - John Constable – 1826. O Pré-impressionismo de 1860 à1870, que já poderia ser denominado um impressionismo em sentido amplo, não contém ainda aquilo que será o mais característico do impressionismo, o rompimento luminoso das superfícies. O Préimpressionismo, de Manet (1832-1883), por exemplo , descendeu diretamente do realismo. De maneira geral as principais características foram a separação das pinceladas. Piceladas fortes, brutas. cores fortes, às vezes extravagantes. Almoço na Relva - óleo sobre tela - Édouard Manet - 1863 Impressionismo foi um movimento que surgiu na pintura francesa do século XIX, vivia-se nesse momento a chamada Belle Epoque ou Bela Época em português. O nome do movimento é derivado da obra “Nascer do Sol” – óleo sobre tela - , de Claude Monet – 1872. A impressão que a mesma causou em seus expectadores na época foi extremamente marcante, daí o nome “Impressionismo”. Tudo começou com um grupo de jovens pintores que rompeu com as regras da pintura vigentes até então. Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza. Le Moulin de la Galette- Auguste Renoir - óleo sobre tela–1876 A ponte nova - Jacob Abraham Camille Pissarro - óleo sobre tela - 1902 Les Petits Près de Printemps-Alfred Sisleyóleo sobre tela-1880 Bailarina de frente à janela-Edgar Degasóleo sobre tela-1875 Wiege-Berthe Morisot-óleo sobre tela1873 Auto-retrato-Mary Cassatt-óleo sobre tela1878 Neoimpressionismo Após 1886, quase nenhum autor pintava sob os efeitos do impressionismo, exceto Monet. O Neoimpressionismo, o divisionismo, foi criado por Seurat e consistiu na evolução do impressionismo no sentido do rigor, utilizando a cor de uma forma sistematizada. A cor era intuitiva, a técnica utilizada consistia numa mistura óptica designada por pontilhismo, no qual justapunha pequenas manchas de cor pura – pontos – que se deveriam misturar com certa distância na visão do observador. As dimensões dessas manchas coloridas dependiam do tamanho do quadro e baseava-se na lei das complementares. O mais importante nas obras eram as leis universais e eternas da harmonia – o ritmo, a simetria e o contraste. Os temas são os da vida citadina, das paisagens marítimas e das diversões, tratados em grandes telas, e executados no ateliê a partir de estudos realizados ao ar livre. “Um domingo à tarde na Ilha de La Grande Jatte”- Georges-Pierre Seurat-óleo sobre tela- 1884-188 A Entrada do Porto de Marselha - Paul Signac - óleo sobre tela - 1918 Applie Picking at Eragny-sur-Epte - Jacob Abraham Camille Pissarro-óleo sobre tela1888 O pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do impressionismo, por volta de 1885, marcando também o início do cubismo, já no início do século XX. O pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos diversos onde se seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Estes, acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e bidimensionalidade. A maioria de seus artistas iniciou-se como impressionista, partindo daí para diversas tendências distintas. Chamavam-se genericamente pósimpressionistas os artistas que não mais representavam fielmente os preceitos originais do impressionismo, ainda que não tenham se afastado muito dele ou estejam agrupados formalmente em novos grupos. Sentindo-se limitados e insatisfeitos pelo estilo impressionista, alguns jovens artistas queriam ir mais além, ultrapassar a Revolução de Monet. Aí se encontra a gênese do novo movimento, que não buscava destruir os valores do grande mestre, e sim aprimorá-los. Insurge-se contra o impressionismo devido à sua superficialidade ilusionista da análise à realidade. Auto-Retrato com chapéu de feltro - Vincent Willem van Gogh-óleo sobre tela-1887 Auto-retrato com halo - Eugène-Henri-Paul Gauguin - óleo sobre tela-1889 Baigneuses - Paul Cézanne - óleo sobre tela-1874-1875 O Grito - Edvard Munch - litografia e aguarela-1895 Entrada do Cristo em Bruxelas - James Ensor - Óleo sobre tela-1888 Odalisca com Culottes vermelhos – Henri Matisse - Óleo sobre tela-1921 O fovismo (do francês les fauves, "as feras", como foram chamados os pintores não seguidores do cânone impressionista, vigente à época) é uma corrente artística do início do século XX, que se desenvolveu sobretudo entre 1905 e 1907. Associada à busca da máxima expressão pictórica, o estilo começou em 1901 mas só foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 1905. Segundo Henry Matisse, em "Notes d'un Peintre", pretendia-se com o fauvismo "uma arte do equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores ou deprimentes". Georges Rouault - Jeu de massacre (Slaughter), (Forains, Cabotins, Pitres), (La noce à Nini patte en l'air) , aquarela, guache, nanquim e pastel sobre papel - 1905 André Derain, 1905, Le séchage des voiles (as velas de secagem) , óleo sobre tela Barcos de pesca - Marquet - óleo sobre tela - 1906 "Violino e jarro"- Georges Braque - Óleo sobre tela-1910 Mulher em um chapéu de palha - por Maurice De Vlaminck - óleo sobre tela 1906 Regatta at Cowes - Raoul Dufy - óleo sobre tela-1934 Acima do Oustalet: Vista sobre Grimand - Henri Manguin - óleo sobre tela -1920 O expressionismo foi um movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início do século XX, transversal aos campos artísticos da arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança e fotografia. Manifestou-se inicialmente através da pintura, coincidindo com o aparecimento do fauvismo francês, o que tornaria ambos os movimentos artísticos os primeiros representantes das chamadas "vanguardas históricas". Mais do que meramente um estilo com características em comum, o Expressionismo é sinónimo de um amplo movimento heterogéneo, de uma atitude e de uma nova forma de entender a arte, que aglutinou diversos artistas de várias tendências, formações e níveis intelectuais. O movimento surge como uma reação ao positivismo associado aos movimentos impressionista e naturalista, propondo uma arte pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista – a "expressão" – em oposição à mera observação da realidade – a "impressão". O expressionismo compreende a deformação da realidade para expressar de forma subjetiva a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão de sentimentos em relação à simples descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo não tem uma época ou um espaço geográfico definidos, e pode mesmo classificar-se como expressionista a obra de autores tão diversos como o holandês Piet Zwiers, Matthias Grünewald, Pieter Brueghel, o Velho, El Greco ou Francisco de Goya. Kirchner: Cartaz Die Brücke, 1910 Retrato masculino - Erich HeckelLitografía-1918 Retrato dobro de S. e L.- Karl SchmidtRottluff - óleo sobre tela-1955 Dois cavalos, rojo y azul - óleo sobre tela1912 Composição VII - Wassily Kandinsky - Óleo sobre tela - 1913 Farbige Formenkomposition - August Macke - óleo sobre tela-1914 "Senecio" - Paul Klee - óleo sobre tela 1922 A Família do Pintor Adalberto Trillhaase Otto Dix - óleo sobre tela - 1923 "Auto-retrato com vidro do champanhe" Max Beckmann - óleo sobre tela-1919 Metrópolis - George Grosz - óleo sobre tela-1917 O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi um movimento artístico da chamada vanguarda artístico moderna, iniciado em Zurique, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, no chamado Cabaret Voltaire. Formado por um grupo de escritores, poetas e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão, liderados por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp. Embora a palavra dada em francês signifique "cavalo de madeira", sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). Para reforçar esta ideia foi estabelecido o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, desta forma, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre ela. Das Undbild-Staatsgalerie Stuttgart Kurt Schwitters - colagem sobre papel-1919 Nu Descendo a Escada - Marcel Duchamp - Óleo sobre tela-1912 (ao lado) Isso foi feito para simbolizar o caráter antirracional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial e aos padrões da arte estabelecida na época. Em poucos anos o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris. Muitos de seus seguidores deram início posteriormente ao surrealismo e seus parâmetros influenciam a arte até hoje. O Violino de Ingres - Man Ray - fotografia1924 Pastor de Nuvens - Hans Peter Wilhem Arp - Escultura/bronze-1953 O Surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo ganhando dimensão mundial. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas do psicólogo Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton (1896-1966) era o principal líder e mentor deste movimento. A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1886-1918), jovem artista ligado ao Cubismo, e autor da peça teatral As Mamas de Tirésias (1917), considerada uma precursora do movimento. Um dos principais manifestos do movimento é o Manifesto Surrealista de (1924). Além de Breton, seus representantes mais conhecidos são Antonin Artaud no teatro, Luis Buñuel no cinema e Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas. Visage du Grand Masturbateur(Cara do grande masturbador)-Salvador Dalí- óleo sobre tela-1929 O Carnaval do Arlequim - Joan Miró - óleo sobre tela-1924 The Lovers - René Magritte - óleo sobre tela- 1928 Palace on windows rocks - Yves Tang óleo sobre tela-1942 Cubismo é um movimento artístico que surgiu no século XX, nas artes plásticas, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque e tendo se expandido para a literatura e a poesia pela influência de escritores como Guillaume Apollinaire, John dos Passos e Vladimir Maiakovski. O quadro "Les demoiselles d'Avignon", de Picasso, 1907 é conhecido como marco inicial do Cubismo. Nele ficam evidentes as referências a máscaras africanas, que inspiraram a fase inicial do cubismo, juntamente com a obra de Paul Cézanne. O Cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas. Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes "Les demoiselles d'Avignon"- Picasso - óleo sobre tela-1907 Arte de El estudio II - Georges Braque - Óleo sobre tela-1949 O futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas. No primeiro manifesto futurista de 1909, o slogan era Les mots en liberté ("Liberdade para as palavras") e levava em consideração o design tipográfico da época, especialmente em jornais e na propaganda. Eles abandonavam toda distinção entre arte e design e abraçavam a propaganda como forma de comunicação. Foi um momento de exploração do lúdico, da linguagem vernácula, da quebra de hierarquia na tipografia tradicional, com uma predileção pelo uso de onomatopéias. Essas explorações tiveram grande repercussão no dadaísmo, no concretismo, na tipografia moderna, e no design gráfico pós-moderno. Surgiu na França, seus principais temas são as cores. Para os artistas do futurismo os objetos não se concluem no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se continuamente a um só tempo. Procura-se neste estilo expressar o movimento atual, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço. A cidade se levanta - Umberto Boccioni óleo sobre tela-1910 Escultural Construção de ruído e velocidade - Giacomo Balla - 1914-1915, reconstruído em 1968 “Dinamismo de um automóvel” - Luigi Russolo - óleo sobre tela-1912/13 Armored Train in Action - Gino Severini óleo sobre tela-1915 ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO Ao contrário do Abstracionismo lírico, o Abstracionismo geométrico foca na racionalização que depende da análise intelectual. Surge na sequência das descobertas formais do Cubismo; teve diversas correntes, entre as quais devem destacar-se: - Suprematismo na Rússia - Neoplasticismo na Holanda Raionismo é um estilo de arte abstrata que se desenvolveu na Rússia em 1911. Mikhail Larionov e Natalia Goncharova desenvolveram o raionismo após a audição de uma série de palestras sobre Marinetti e o Futurismo, em Moscovo. Os Futuristas tomaram a velocidade, a tecnologia e a modernidade como fonte de sua inspiração, ilustrando o carácter dinâmico da vida do início do século XX. Eles glorificavam a guerra e a idade da máquina, e favoreceram o crescimento do fascismo. Os Raionistas procuraram uma arte que flutuasse para além da abstração, fora do tempo e do espaço, para quebrar as barreiras entre o artista e o público. Mikhail Larionov e Natalia Goncharova criaram o nome do movimento a partir da utilização de raios dinâmicos de cor contrastante, representando linhas de luz refletida cruzamento de raios refletidos a partir de vários objectos. Na exposição Target 1913 introduziram o estilo para o público. Na sua literatura, descreveram o Raionismo como englobando todas as atuais formas e estilos da arte e do passado, tal como eles, tal como a vida, são apenas pontos de partida para uma percepção Raionista e da construção de uma imagem. Os Raionistas não apenas pintavam, eles também trabalharam para teatro e produziram ilustrações para livros. Apesar de curta duração, o Raionismo foi um passo crucial no desenvolvimento da arte abstrata russa. Tal como disse Larionov, o raionismo representava a verdadeira libertação da arte, a partir do antigo sistema de convenções realista que tinha oprimido a comunidade artística. Raionismo Vermelho - Mikhail Larionov óleo sobre tela-1911 Goncharova, Natalia Sergeevna: Cyclist óleo sobre tela-1913 O Suprematismo foi um movimento artístico russo, centrado em formas geométricas básicas particularmente o quadrado e o círculo - e tido como a primeira escola sistemática de pintura abstrata do movimento moderno. Seu desenvolvimento foi iniciado por volta de 1915 pelo pintor Kazimir Malevich. Em 1918, na mostra O Alvo, em Moscou, Malevitch expôs o Quadrado preto sobre um fundo branco. Em O mundo sem objeto, livro publicado em 1927 pela Bauhaus, Malevich descreve a inspiração que deu origem à poderosa imagem do quadrado negro sobre um fundo branco: "Eu sentia apenas noite dentro de mim, e foi então que concebi a nova arte, que chamei Suprematismo." O manifesto do movimento, Do cubismo ao suprematismo, escrito por Malevich e pelo poeta Mayakovsky, foi publicado em 1915, e nele o Suprematismo será definido como "a supremacia do puro sentimento". O essencial era a sensibilidade em si mesma, independentemente do meio de origem. Quadrado negro sobre fundo branco de Kasimir Malevich (1918) Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio. A ideia é que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada. A palavra construtivismo se refere a uma série de correntes de pensamento em diferentes áreas do conhecimento (cada uma delas não tem necessariamente relação com as outras): - Na educação, o Construtivismo é uma teoria a respeito do aprendizado. - Na filosofia, o Construtivismo é uma corrente surgida como uma crítica ao realismo medieval e ao racionalismo clássico. - Na matemática, ver construtivismo matemático. - Na história da arte, design gráfico, desenho industrial e da arquitetura, o construtivismo foi um movimento estético instaurado na Rússia de 1914, que negava a arte pura e assimilava influências da indústria. O construtivismo também é uma corrente de pensamento nas ciências políticas e na teoria das relações internacionais. Vladimir Tatlin Terceira InternacionalMadeira, papelão, tinta-1920 Rodchenko “O Couraçado Potemkine”. Cartazes para o filme de Eisenstein . 1926 El Lissitzky, reconstruction of the PROUN room, 1923 O termo Neoplasticismo refere-se ao movimento artístico de vanguarda capitaneado pela figura de Piet Mondrian, relacionado à arte abstrata. O Neoplasticismo defendia uma total limpeza espacial para a pintura, reduzindo-a a seus elementos mais puros e buscando suas características mais próprias. Muitos de seus ideais foram expostos na revista De Stijl (O Estilo). A necessidade de ressaltar o aspecto artificial da arte (criação humana) fez com que os artistas deste movimento (notadamente Mondrian e Theo van Doesburg) usassem apenas as cores primárias (vermelho, amarelo, azul) em seu estado máximo de saturação (artificial), assim como o branco e o preto (inexistentes na Natureza, o primeiro sendo presença total e o segundo ausência total de luz). Composição com vermelho, amarelo, azul e preto. Quadro de Piet Mondrian - 1921. Claramente um movimento de arte de pesquisa, os experimentos realizados pelos artistas neoplásticos foram essenciais para a arquitetura moderna, assim como para a formulação do que hoje se conhece por design. Apesar de afastados da Bauhaus devido a questões pontuais, ambos os movimentos fazem parte de um mesmo universo cultural. Embora muitos vejam o Neo-Plasticismo como produto da revolta moral contra a violência irracional que assolava a Europa, alguns outros fatores foram essenciais para o nascimento do movimento, como o cubismo, que desfigurou os modos tradicionais de representação; o idealismo e a austeridade do protestantismo holandês; o viés místico da teosofia, movimento do qual Piet Mondrian era membro. Composição IX, Opus 18: 'decomposição' de Os jogadores de cartão – Van Doesburg – 1917. CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMA – ARTE MODERNA Arte Moderna é um termo que se refere às expressões artísticas surgidas no final do século XIX, que se estenderam até a metade do século XX. Na arte moderna vê-se a influência da Revolução Industrial, das máquinas a vapor, do aumento das velocidades, da fotografia, do cinema, do avião, do estudo da mente entre outros elementos que contribuíram para a mudança do pensamento e das atitudes. Como resultado, os principais movimentos artísticos se voltaram para três correntes, a saber: Estilo: os artistas buscaram o rompimento das regras na busca de um novo estilo capaz de expressar a vida moderna. Os movimentos mais destacados são: Fauvismo, Futurismo, Cubismo, Escola de Paris entre outros. Mente: artistas experimentalistas declararam que o objetivo da arte não era o da simples representação do visível, mas a expressão interior da emoção e da sensibilidade. Os movimentos mais destacados são: Simbolismo, Expressionismo, Suprematismo, Dadaísmo,Surrealismo entre outros. Função: designers, ilustradores e arquitetos passaram a se preocupar com a funcionalidade da arte, sem o descuido da forma, sendo o modo de vida das pessoas a maior preocupação. Os movimentos mais destacados são: Arts & crafts, Art Noveau,Construtivismo, Bauhaus, De Stijl, Arte Deco, Estilo internacional entre outros. Considerado a priori como uma iniciativa eminentemente europeia, a arte moderna foi introduzida na América durante a I Guerra Mundial, quando um número de artistas de Montmartre e Montparnasse bairros de Paris, França fugiram do conflito. Francis Picabia (1879–1954), foi o responsável por trazê-la para a cidade de Nova York. Embora alguns artistas tenham avançado com práticas modernistas pelas décadas dos sessentas e dos setentas, considera-se o término da segunda guerra mundial como o declínio da arte moderna propriamente dita, tendo sido seus ideais gradativamente sobrepostos pelos anseios da arte contemporânea. É possível encontrar autores que prefiram o termo pós-modernidade. ANÁLISE CRÍTICA Consideremos então algumas obras apresentadas neste trabalho; o que poderia ser dito de Willian Turner e Jhon Constable? O talento e capacidade desses artistas encheram os olhos de espectadores de vários lugares do mundo, não obstante, não se faz surpresa de ambos terem causado tanta admiração em seu tempo e até nos dias atuais. Turner possuía uma visão de mundo fantástico, banhado de luz e resplendente de beleza, cheio de movimento e dramaticidade, o que torna impossível que suas obras não causem algum sentimento no espectador. Na obra apresentada, “O grande canal, em Veneza”- 1835, Turner faz a paisagem se transformar em um lugar dos sonhos. Com seus tons marrons e ocres, faz com que a paisagem se torne um lugar ainda mais desejoso de se estar, o tom azul dado ao fundo, reforça a ideia de que a beleza contida no primeiro plano se estende ao fundo da paisagem, fazendo-nos querer mergulhar na tela, seguir adiante e conhecer mais daquela beleza. Já Constable, era muito diferente, sua intenção era a de pintar a “verdade”, sem a conotação fantástica da qual Turner adotava em suas pinturas. Para Constable o esquema cromático era metodicamente elaborado, na obra, “O campo de trigo”- 1826 podemos observar as cores cálidas, os tons castanhos e dourados no primeiro plano, ao fundo, tintas azul-pálidas, um registro bem organizado da paisagem. Constable desprezava todos os efeitos convencionais para impressionar o público, mantinha apenas sua técnica e truques, esses que tornaram sua obra singular. A simples cena de um campo de trigo poderia causar no espectador efeitos de grande comoção. Seguindo, temos Manet, esse que não foi por acaso o precursor do impressionismo. Ele descobriu que se olharmos a natureza ao ar livre, podemos perceber seus matizes e essas, se harmonizam com nossos olhos e mente. A obra de Manet “Almoço na Relva” – 1863, trás para nós nitidamente a impressão da luz. Observando-a atentamente, temos a impressão pelo olhar da dama, de estarmos interrompendo algo, tranquila e naturalmente ela nos olha como quem diz: - Posso ajudar? Sua nudez evidente não é o que mais se sobressai, o contexto da composição nos faz olhar o todo, quando voltamos nosso olhar para a dama é nos seus olhos e expressão que nos concentramos. Seguindo um pouco mais temos Claude Monet, com a obra “Nascer do sol” – 1872 essa obra foi a responsável pelo frenesi das pessoas da época, irrompendo o que foi chamado posteriormente de “Impressionismo”. Nesta obra Monet supera as barreiras do convencionalismo da época e uma nova fase surge. Sua visão da paisagem, concepção de luz, cor, as pinceladas soltas, mas não de forma aleatória, trazem aos nossos olhos uma visão quase mágica e sobrenatural da realidade. O porto ao fundo banhado com suas águas nos dá a impressão do mesmo estar surgindo no horizonte e gradativamente parece se materializar. Pierre Auguste Renoir se encantava com a beleza festiva das situações. Na obra “Baile no Moulin de la Galette – 1876, vemos como sua técnica se apresenta. Vemos que somente algumas cabeças estão no primeiro plano e possuem detalhes. Atrás as formas se dissolvem cada vez mais no sol e no ar. O que para uns parecia desleixo ou borrão, para Renoir era a transformação da cena em algo que quase pudesse transmitir seus sons e movimentos. Um a um, os artistas que aderiram a esse movimento e técnica, onde se podiam ver as coisas por um prisma diferente, desenvolveram grandes e surpreendentes interpretações da natureza, todas cheias de talento e inovação, como foi o caso de Camille Pissaro, Berthe Morisot e Mary Cassatt. As ramificações artísticas foram aumentando e novos movimentos e estilos foram surgindo. Com Seraut o impressionismo foi um pouco mais além, assim surgia uma nova técnica para tentar interpretar o que acontecia a nossa volta, o pontilhismo. Seraut seu criador, apresenta na obra “Um domingo à tarde na Ilha de La Grande Jatte” – 1884/85 percebemos o enfoque dado à luz e sombra, as formas que compõem o quadro quando observada a certa distância promove uma visão definida das dos personagens e da paisagem, os dégradés das cores, o claro e o escuro, fazem a obra ter uma aparência de posicionamento ordenado. Paul Sinac e Abraham Camille Pissaro também apresentaram em seus trabalhos interessantes e majestosas combinações de cores, umas, ora harmoniosas, outras, ora inquietantes. Em todos os trabalhos de Vincent Van Gogh, foi nos autorretratos que sua obra se tornou ainda mais intrigante. Eles nos fazem querer desvendar o aspecto misterioso e um tanto sombrio do pintor, nos faz ficar compenetrados e ansiosos por tentar desvendar o que teria se passado em sua mente ao pintá-los. Observando seu autorretrato em questão, percebe-se que ele absorveu lições do impressionismo e do pontilhismo de Seraut, pintou suas obras com pontos e pinceladas de cor pura, mas acabou por desenvolver uma técnica própria. Gauguim e Cézane nas respectivas obras apresentadas deram também importante passo ao abandonar deliberadamente a “imitação da natureza”, por motivos específicos, porém, assimilando sua obra a um contexto mais original e inovador. Cores fortes e marcantes estavam presentes em suas obras. “A cabeça que grita”, Edvard Munch procurou expressar como uma súbita excitação transforma nossas impressões sensoriais. Pode-se olhar para outros pontos da obra, mas volta-se para o ponto onde a expressão é mais marcante, a angústia de algo que mais se parece com um morto. Seu aspecto inquietante nos faz imaginar o que teria acontecido. Munch também distorceu a realidade, os sentimentos dos expressionistas alimentavam essas sensações, em principal com relação ao sofrimento humano. Matisse seguiu adiante e passou a pertencer também a outro movimento, o “fovismo” Ele foi além, observa-se que ele passou a transformar a cena num padrão decorativo. O jogo do desenho do papel de parede e as roupas da “Odalisca com culotes” – 1921 integram todas as formas e torna a composição harmoniosa. Vários outros fovistas se destacaram conforme é apresentado no decorrer do trabalho. Obras conceituadas, sólidas e de grande profundidade emocional. Nesse mesmo período Georges Braque que se utilizava das cores puras do fovismo, começa juntamente com Picasso a distorce, “quebrar” as imagens, dá-se origem ao cubismo. Na obra “Le demoiselles d´Avignon – 1907 Picasso apresenta o cubismo. A estética e composição da obra causou fervor. Se imaginarmos mulheres normais, o contexto de “beleza” da obra se esvai, porém, são os rostos assimétricos e marcantes que os tornam fortes, belos, interessantes. Essa obra apresenta traços da influência africana, essa que Picasso admirava em principal as máscaras tribais, isso também faz com que o aspecto tradicional europeu caia terminantemente, trazendo outra conotação a obra, algo quase que tribal, porém puro, inexplorado. Dentro da “cronologia” da arte moderna, é comum vermos artista que não permaneceram somente a um estilo ou movimento, foram, portanto modificando e experimentando novas possibilidades. Vale ressaltar que outras obras do expressionismo citadas no trabalho foram e são marcantes para registrar seu momento artístico na história. Kirchner com seus cartazes, o “Die Brucke” – 1910, as litografias expressivas de Erich Heckel em “O retrato masculino” – 1918, tornaram o movimento mais rico ainda. Obras como “Retrato dobro de S” – 1955, de Karl Schmidt e “Dois cavalos, rojo y azul” – 1912, de Fraz Marc, sustentam a vivacidade e a força das cores, porém com uma composição estética diferente das do fovismo por exemplo. Ao mesmo tempo encontramos a mesma presença marcante das cores em Kandinsky, mas nesta aqui apresentada, com uma conotação mais abstrata, porém sem perder a originalidade. Kurt Schwihers, no movimento dadaísta, utilizou materiais como papelão, recortes de jornais e revistas, entre outros, e compôs suas obras, inovando e diversificando mais uma vez as artes. O “Pastor de Nuvens” - Hans Peter Wilhem Arp - Escultura/bronze-1953, também remeteu uma nova visão de escultura moderna, “O Violino de Ingres” - Man Ray fotografia-1924, também se destacou e ganhou força e importância. Salvador Dalí veio a se tornar o ícone do movimento surrealista, obras como “Casa do grande masturbador” – 1929 é um exemplo. Impressionados pelos escritos de Sigmund Freud, os surrealistas afirmavam que somente através da não-razão pode se dar a arte. Nos quadros de Dalí, Miró, René Magritte, há a grande influência do inconsciente, e eles passam a fazer de tudo para conseguir alcançar tal estágio. Como mostra a obra “The Lovers” René Magritte - óleo sobre tela- 1928 outros aspectos influenciaram o artista nas suas composições, o abstracionismo se fez presente em algumas obras, a subjetividade também, com isso Magritte conseguiu atingir características particulares e únicas em seus trabalhos, interpretações filosóficas e poéticas também se desenvolveram com elas. As particularidades do futurismo e sua beleza dinâmica encantam. A obra, “Armored Train in Action” – 1915, de Gino Severini, apresenta esse dinamismo, mesmo tendo a obra uma composição e aplicação de cores mais sutis, mas sua força se destaca nas armas e atiradores a postos. A escultura apresentada de Giacomo Balla é tão atual que se tem a impressão de ter sido idealizada e feita neste século. O movimento da obra de Natalia S Goncharova em “Ciclista” – 1913 é bela e inquietante. Outra obra capaz de causar indignação se observada fora de seu contexto é o “Quadrado Negro sobre fundo Branco” – 1912, de Kasimir Malevich. Seus sentimentos criaram a obra e quando tomamos conhecimento do contexto da mesma, compreendemos seu significado. “Eu sentia apenas noite dentro de mim, e foi então que concebi a nova arte, que chamei Suprematismo” (Kasimir Malevich). Em 1914, o construtivismo trouxe para a arte uma nova visão estética, a influência da indústria tornou-se marcante e observa-se que novos critérios foram adotados para as composições artísticas, um ar mais sóbrio, porém mais impactante e monumental. Nas obras de Mondrian, como “Composição com vermelho, amarelo, azul e preto” – 1921 trouxe uma nova visão plástica. Seu aspecto estático causa estranheza num primeiro momento, depois de observá-lo mais um pouco, percebe-se que sua combinação de cores básicas e puras nos desperta o interesse e o que poderíamos chamar de formas rígidas passam a instigar que movimentemos os olhos e busquemos sentido com a mente. A obra de Van Doesburg, “Composição IX, Opus 18: 'decomposição' de Os jogadores de cartão” -1917 tem-se a sensação de que a cada olhar as formas se modificaram e estão diferentes. Por fim, os aspectos artísticos que compõem todo o período do modernismo, nos trás a compreensão dos movimentos artísticos que aconteceram, bem como seu contexto dentro da história. A sociedade em seus aspectos mais intrínsecos, a politica, o desenvolvimento econômico, todos, influenciaram enormemente e foram determinantes para a arte moderna. Ao atravessar o século XIX e uma parte do século XX, percebemos em todos os acontecimentos a visão artística dos seus representantes. É possível ao percorrer a cronologia da história da arte moderna, sentir as alegrias e mazelas do mundo. Emocionamo-nos, nos intrigamos, sentimos profunda empatia ou até repulsa, todas essas sensações e sentimentos graças ao poder e capacidade que somente através das artes podemos ter. A arte é capaz de liberar os anjos ou demônios que existem na vida terrena. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: A HISTÓRIA DA ARTE – E.H. Gombrich - 16º edição – Tradução: Álvaro Cabral 1000 OBRAS-PRIMAS DA PINTURA – Tradução: Eneida V. Santos, Jefferson L. Camargo, Marcelo B. Cipolla – wmf martinsfontes, São Paulo, 2007. SITES PESQUISADOS: http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/artemoderna/ - Acesso em 05/05/2014. http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_moderna - Acesso em 05/05/2014. http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=termos_texto &cd_verbete=355 - Acesso em 05/05/2014. http://www.infoescola.com/artes/conceito-de-arte-moderna/ - Acesso em 05/05/2014.