Disponibilidade de investimento em
soluções de melhoria da qualidade do
ambiente interior de edifícios
Catarina Araújo, MSc
Manuela Almeida, PhD
Luís Bragança, PhD
Universidade do Minho
cba@civil.uminho.pt
Universidade do Minho
malmeida@civil.uminho.pt
Universidade do Minho
braganca@civil.uminho.pt
RESUMO
O aumento do nível de vida da sociedade verificado nas últimas décadas levou a um avanço tecnológico
e ao desenvolvimento de novas práticas construtivas. Em muitos casos, estas práticas não foram
desenvolvidas com consideração dos aspetos da qualidade do ambiente interior, o que levou ao
surgimento de problemas construtivos. A qualidade do ambiente interior dos edifícios está relacionada
com a saúde e produtividade dos ocupantes dos edifícios. Possui também repercussões nos custos de
manutenção do edifício e no lucro das organizações. A norma EN 15251 indica que o custo de um
ambiente interior de baixa qualidade para os utilizadores é mais elevado do que os custos energéticos
do edifício. Estima-se que atualmente, devido ao atual estilo de vida, 90% da população passe 90% do
seu tempo no interior de edifícios. Grande parte do parque edificado português apresenta necessidades
de reabilitação. Muitas destas necessidades estão relacionadas com a fraca qualidade do ambiente
interior. Após alguns anos de grave crise económica, o país encontra-se neste momento a relançar a
atividade económica do sector da construção. Tendo em conta o panorama do sector, é expectável e
desejável que grande parte desta atividade se foque na reabilitação. Com este estudo pretendeu-se
analisar a disponibilidade de investimento dos proprietários de edifícios residenciais portugueses em
soluções de melhoria da qualidade do ambiente interior. O estudo foi efetuado com recurso a entrevistas
e questionários. Os resultados demonstraram que a ordem de preferência de investimento dos
proprietários é a seguinte: conforto térmico, conforto acústico, qualidade do ar interior e iluminação.
Verificou-se ainda que os proprietários estão disponíveis para investir cerca de duas vezes mais em
conforto térmico do que em conforto acústico, cerca de duas vezes mais em conforto acústico do que em
qualidade do ar e cerca de duas vezes mais em qualidade do ar do que em iluminação.
INTRODUÇÃO
Através da implementação de práticas de construção sustentável pretende-se que os impactes
ambientais dos edifícios sejam minimizados mas também que os mesmos proporcionem o máximo
conforto possível aos seus utilizadores. Desta forma, pretende-se que os edifícios sustentáveis possuam
uma adequada qualidade do ambiente interior (QAI) sendo esta geralmente caracterizada pelo conforto
conferido pelo edifício ao nível de quatro parâmetros: conforto térmico, conforto acústico, iluminação e
qualidade do ar interior (Frontczak & Wargocki, 2011; Ncube & Riffat, 2012).
A qualidade do ambiente interior dos edifícios é um assunto de grande importância uma vez que
está relacionada com a saúde e produtividade dos ocupantes dos edifícios (Budaiwi, 2007; Martellotta,
2011; Myhrvold, 1996; Wu, 2003) e indiretamente possui também repercussões quer nos custos de
manutenção do edifício quer no lucro das organizações (Ncube & Riffat, 2012). A norma EN 15251
indica que o custo de um ambiente interior fraco para os utilizadores é mais elevado do que os custos
energéticos do edifício (CEN, 2007). Para além disso, estima-se que atualmente, devido ao atual estilo
de vida da população mundial, 90% da população passe 90% do seu tempo no interior de edifícios (EPA,
2004).
Portugal possui neste momento cerca de 3 500 000 de edifícios (INE, 2014). Segundo dados do
INE, cerca de um terço destes edifícios possui algum tipo de necessidades de reparação (INE & LNEC,
2013). Muitas destas necessidades estão relacionadas com a fraca qualidade do ambiente interior
existente no interior destes edifícios (Appleton, 2003; INH & LNEC, 2006; D. Mateus, 2013; PTPC,
2015; Saint-Gobain Weber, 2013).
Em 2003, num estudo que pretendeu analisar as causas da elevada taxa de mortalidade no Inverno
em países europeus, era referido que Portugal era o país da Europa em que mais se morre de frio (Healy
2003). Em 2015, um novo estudo demonstrou que, embora os valores tenham melhorado ligeiramente,
Portugal continuava a ser um dos países Europeus com taxas de mortes associadas ao frio mais elevadas
(Fowler et al., 2015). Este fator está relacionado com a falta de qualidade térmica das habitações uma
vez que Portugal é um dos países da Europa com clima mais ameno (Lopes, 2010).
Em 2004, a DECO efetuou um estudo com o intuito de analisar o isolamento acústico de edifícios
portugueses. Foram analisados 27 edifícios localizados em Lisboa e no Porto e verificou-se que a grande
maioria apresenta deficiências quer ao nível do isolamento a sons de condução aérea quer ao nível do
isolamento a sons de percussão (DECO, 2004).
Por outro lado, no que se refere à iluminação, o país possui boas condições para potenciar um
adequado aproveitamento da luz natural no interior dos edifícios. Contudo existem diversos aspetos que
levam a que tal não aconteça: existência de obstruções em frente aos vãos envidraçados; orientações
desadequadas dos vãos envidraçados; desadequação das características dos vão envidraçados,
compartimentos demasiados profundos; existência de compartimentos interiores sem acesso ao exterior;
conflitos de projeto entre as várias funções dos vãos envidraçados (conforto térmico, conforto acústico,
iluminação, acesso a vistas exteriores), etc. (INH & LNEC, 2006).
No que respeita à qualidade do ar interior, os principais problemas dos edifícios portugueses estão
relacionados com a falta de ventilação, o que leva à existência de níveis de poluentes do ar e taxas de
humidade elevadas (Appleton, 2003; INH & LNEC, 2006; Saint-Gobain Weber, 2013).
Após alguns anos de crise económica profunda, o setor da construção encontra-se atualmente a
mostrar alguns sinais de crescimento. Contudo, quer devido ao estado de conservação dos edifícios, quer
devido ao excessivo número de edifícios existentes, é imperativo que o setor dedique grande parte da sua
atividade à reabilitação. Contudo, a decisão final sobre o tipo e a qualidade das soluções a aplicar numa
operação de reabilitação cabe sempre ao proprietário do edifício.
Neste trabalho são apresentados os resultados preliminares de um estudo em que se pretendeu
analisar a disponibilidade de investimento que os proprietários de edifícios residenciais possuem para
investir em soluções de reabilitação aplicadas à qualidade do ambiente interior de edifícios.
METODOLOGIA
De forma a atingir os objetivos propostos, o presente trabalho foi conduzido através da realização
de entrevistas presenciais e de questionários distribuídos online. Tendo em conta o carácter exploratório
da investigação, considerou-se que estes seriam métodos de investigação apropriados. Outros autores
(Banfi, Farsi, Filippini, & Jakob, 2008; Osiolo, 2017; Park, Hagishima, Tanimoto, & Chun, 2013;
Robinson, Simons, Lee, & Kern, 2016; Zalejska-Jonsson, 2014) cujos trabalhos se focaram na análise da
disponibilidade de investimento no setor da construção, escolheram os mesmos métodos de investigação.
As entrevistas tiveram como objetivo compreender inicialmente se a estrutura das mesmas se
encontrava suficientemente clara. Foram implementadas várias melhorias nesta estrutura antes de se ter
partido para a fase de recolha de dados através de questionários.
As entrevistas e questionários foram aplicados a proprietários de edifícios residenciais localizados
em território nacional. Apresenta-se, a título de exemplo, a pergunta relativa ao conforto térmico.
A.
Conforto Térmico
Já decidiu investir 500€ para melhorar o conforto térmico, obtendo um nível mínimo aceitável de conforto. Indique o
valor que estaria disposto a investir para obter cada um dos níveis de melhoria indicados
Melhoria de conforto
Investimento
E
D
C
B
A
A+
500 €
O conforto térmico de um espaço pode ser avaliado em termos quantitativos de diversas formas.
Através da temperatura operativa média, através dos índices definidos pelo método de Fanger, PMV e
PPD, entre outros. Contudo, estes conceitos, não são facilmente compreendidos por alguém que não
domine a área da térmica de edifícios. O mesmo se passa com o nível de isolamento das soluções
construtivas, no caso do conforto acústico, com o nível de iluminação de um espaço ou com a noção da
qualidade do ar interior. Por este motivo, de forma a ser possível compreender o nível de investimento
que os utilizadores estão dispostos a efetuar nestes indicadores foi necessário encontrar uma escala
adimensional qualitativa que possa ser posteriormente associada a um valor quantitativo de desempenho.
Tendo em consideração o facto de grande parte dos utilizadores se encontrarem familiarizados com este
tipo de escala, foi definida a escala de avaliação utilizada pela metodologia de avaliação da
sustentabilidade SBTool PT (R. Mateus & Bragança, 2009).
Tendo em conta o âmbito do trabalho, foi proposto aos proprietários que respondessem a todas as
perguntas tendo em mente um cenário de possível reabilitação das suas habitações. Desta forma,
determinou-se um valor de investimento mínimo de referência que permitiria obter uma melhoria
mínima de referência ao nível dos quatro indicadores relativos à qualidade do ambiente interior. Por
outro lado, tendo em consideração o tipo de medidas disponíveis no mercado, foi também estabelecido
um intervalo de investimento relativo a medidas de melhoria do conforto térmico, acústico, iluminação e
qualidade do ar interior. A determinação deste intervalo teve como objetivo auxiliar os respondentes no
momento da resposta. Na Tabela 1 apresentam-se estes intervalos.
Tabela 1. Intervalos de investimento em cada indicador da qualidade do ambiente interior.
Indicador
Intervalo
Conforto Térmico
Conforto Acústico
Iluminação
Qualidade do Ar Interior
500 € - 30 000€
500 € - 20 000€
100 € - 5 000€
500 € - 5 000€
Amostra
Na Figura 1 apresenta-se a distribuição percentual dos edifícios incluídos na amostra por época
construtiva, localização e tipologia.
No total, no presente trabalho apresentam-se os resultados obtidos em 26 entrevistas e 49
questionários.
Época construtiva
Localização
Tipologia
(a)
(b)
(c)
Figura 1. Percentagem de edifícios incluída na análise por época construtiva (a), por localização
geográfica (b) e por tipologia (c).
Verifica-se que foram incluídos no estudo edifícios de todas as épocas construtivas e de diversas
tipologias. No que respeita à localização, verifica-se que a maioria dos edifícios incluídos pertence à
Região do Norte. Embora o Norte seja a região do país com maior número de edifícios, esta distribuição
não vai de encontro à realidade nacional. Verifica-se assim a necessidade de se realizarem mais
entrevistas para que os dados representem melhor a realidade de todo o país.
Na Figura 2 apresenta-se a distribuição dos edifícios pelo seu valor patrimonial bem como pelo
rendimento do agregado familiar dos seus proprietários.
Valor patrimonial
Rendimento do agregado familiar
(a)
(b)
Figura 2. Valor patrimonial dos edifícios incluídos do estudo (a) e Rendimento do agregado familiar
dos seus proprietários (b).
Nesta figura verifica-se que foram incluídos edifícios de diferentes valores bem como abrangidas
famílias de diferentes classes sociais.
RESULTADOS
Conforto térmico
Na Figura 3 apresenta-se a média da disponibilidade de investimento em medidas de melhoria do
conforto térmico.
Figura 3. Média da disponibilidade de investimento em medidas de melhoria do conforto térmico.
Como seria de esperar, verifica-se que a disponibilidade de investimento é maior para níveis de
melhoria superiores. Essa disponibilidade vai aumentando de forma ligeira para os níveis de melhoria
mais baixos, verificando-se um crescimento mais acentuado a partir do nível de melhoria C. Verifica-se
que para o nível de melhoria A+ as pessoas apresentam uma disponibilidade de investimento média de
cerca de 3 000€.
Na Tabela 2 apresenta-se a moda dos resultados obtidos em cada nível de melhoria bem como o
número de vezes que esse valor é repetido.
Tabela 2. Moda do investimento em cada nível de melhoria e número de vezes em que esse valor se
repetiu na questão relativa ao conforto térmico.
Nível de melhoria
Moda
D
C
B
A
A+
500 €
500 €
500 €
500 €
1 000 €
Repetições
47
45
29
16
13
69%
66%
43%
24%
19%
A Moda corresponde ao valor que se repete mais vezes num conjunto de dados. Assim, verifica-se
que até ao nível de melhoria A, o valor mais vezes repetido corresponde a 500€. Ou seja, 16 pessoas não
estão dispostas a investir mais do que o mínimo, a não ser que obtenham um nível de melhoria
correspondente a A+.
Na Figura 4 são apresentados os intervalos de investimento por níveis de melhoria de desempenho.
Ou seja, apresenta-se o número de pessoas cujas respostas se inclui em determinado intervalo de
investimento, para cada nível de melhoria de desempenho.
Figura 4. Intervalos de investimento por patamares de melhoria de desempenho - conforto térmico.
Observa-se que a maioria das respostas incide sobre os intervalos de investimento entre os 500€ e
os 1 500€. Contudo, verifica-se que 45 pessoas afirmaram estar dispostas a investir mais de 4 000€ para
obter níveis de melhoria superiores ou iguais a C.
Conforto acústico
Na Figura 5 apresenta-se a média da disponibilidade de investimento em medidas de melhoria do
conforto acústico.
Figura 5. Média da disponibilidade de investimento em medidas de melhoria do conforto acústico.
Verifica-se que para o nível de melhoria A+ a média de investimento corresponde a cerca de
1 300€. À semelhança do que acontece com o conforto térmico, verifica-se um aumento da tendência de
investimento mas acentuado a partir do nível C.
Na Tabela 3 apresenta-se a moda de investimento em cada nível de melhoria. Neste indicador, o
valor mais repetido em todos níveis corresponde a 500 €. Verifica-se assim que 22 pessoas não estão
dispostas a investir mais do que o mínimo ao nível do conforto acústico.
Tabela 3. Moda do investimento em cada nível de melhoria e número de vezes em que esse valor se
repetiu na questão relativa ao conforto acústico.
Nível de melhoria
Moda
D
C
B
A
A+
500 €
500 €
500 €
500 €
500 €
Repetições
48
44
31
25
22
70%
64%
45%
36%
32%
Na Figura 6 apresenta-se o número de respostas obtidas por intervalos de investimento e níveis de
melhoria de desempenho.
Figura 6. Intervalos de investimento por níveis de melhoria de desempenho - conforto acústico.
Nesta figura verifica-se a maioria das pessoas está disposta a efetuar apenas um pequeno
investimento (250€) para melhorar o conforto acústico dos seus edifícios. Contudo, verifica-se que 2
pessoas disseram estar dispostas a investir mais de 2000€ para obter um nível de desempenho C, 7 para
atingir o nível B e 28 para obter um nível igual ou superior a A.
Iluminação
A Figura 7 apresenta a média da disponibilidade de investimento em medidas de melhoria relativas
à iluminação interior dos edifícios.
Figura 7. Média da disponibilidade de investimento em medidas de melhoria da iluminação.
A iluminação foi, dos quatro indicadores analisados, aquele em que as pessoas demonstraram
menos interesse em investir. Embora a qualidade da iluminação dos espaços seja um aspeto muito
importante em edifícios de serviços, no caso dos edifícios residenciais, esta importância diminui. A
maioria das pessoas relaciona este indicador mais com uma questão de eficiência energética do que
propriamente com conforto. Apesar disso, verificou-se uma disponibilidade de investimento média, no
nível de melhoria mais elevado, de cerca de 400€.
Na Tabela 4 verifica-se que a moda dos resultados obtidos para todos os níveis de melhoria
corresponde a 100€ (valor de investimento mínimo), sendo que 21 pessoas não se mostraram dispostas a
investir mais do que este valor.
Tabela 4. Moda do investimento em cada nível de melhoria e número de vezes em que esse valor se
repetiu na questão relativa à iluminação.
Nível de melhoria
Moda
Repetições
D
100 €
46
67%
C
100 €
44
64%
B
100 €
31
45%
A
100 €
26
38%
A+
100 €
21
30%
Na Figura 8 apresentam-se as respostas obtidas por intervalos de investimento e níveis de melhoria.
Figura 8. Intervalos de investimento por patamares de melhoria de desempenho - iluminação.
Uma vez mais verifica-se que a maioria das respostas incide sobre os intervalos de investimento
mais baixos (entre 100€ e 250€). Verifica-se ainda que 1 pessoa demonstrou estar disposta a investir
mais do que 750€ para obter o nível de desempenho B e 29 pessoas demonstraram estar dispostas a
invesir esse valor para melhorar o seu edifício ao nível A ou superior.
Qualidade do ar interior
Na Figura 9 apresenta-se a média da disponibilidade de investimento em medidas de melhoria da
qualidade do ar interior.
Figura 9. Média da disponibilidade de investimento em medidas de melhoria da qualidade do ar
interior.
À semelhança do que acontecem em todos os indicadores anteriormente apresentados, verifica-se
um aumento no crescimento da disponibilidade de investimento a partir do nível de desempenho C.
Na Tabela 5 apresenta-se a moda dos resultados obtidos. Verifica-se que este valor corresponde a
500€ em todos os níveis de desempenho. Este foi o indicador onde um maior número de pessoas afirmou
não estar disposta a investir mais do que o valor mínimo.
Tabela 5. Moda da disponibilidade de investimento em cada nível de melhoria e número de vezes
em que esse valor se repetiu na questão relativa à qualidade do ar interior.
Nível de melhoria
Moda
D
C
B
A
A+
500 €
500 €
500 €
500 €
500 €
Repetições
46
44
34
29
25
78%
75%
58%
49%
42%
Na Figura 10 apresentam-se as respostas obtidas por intervalos de investimento e níveis de
melhoria para o indicador qualidade do ar interior.
Figura 10. Intervalos de investimento por patamares de melhoria de desempenho - qualidade do ar
interior.
Tal como se verificou para os restantes indicadores é possível observar que a maioria das pessoas
diz estar disposta a efetuar apenas um pequeno investimento ao nível da qualidade do ar interior.
Contudo, 14 pessoas afirmaram estar dispostas a efetuar um investimento superior a 1250€ para
melhorar o seu edifício até ao nível B ou superior.
Qualidade do ambiente interior
Na Tabela 6 apresentam-se as médias da disponibilidade de investimento para cada indicador
relativo à qualidade do ambiente interior.
Tabela 6. Moda do investimento em cada nível de melhoria e número de vezes em que esse valor se
repetiu na questão relativa ao conforto acústico.
Nível de
melhoria
Conforto térmico
Conforto Acústico
Qualidade do Ar Interior
Iluminação
D
C
B
A
A+
500 €
643 €
802 €
1 497 €
2 594 €
500 €
595 €
706 €
969 €
1 175 €
500 €
525 €
563 €
641 €
722 €
100 €
127 €
156 €
234 €
322 €
Observando os valores de investimento indicados para o nível de melhoria A+, verifica-se que as
pessoas se encontram dispostas a investir 2.3 vezes mais em conforto térmico do que em conforto
acústico, 1.7 vezes mais em conforto acústico do que em qualidade do ar interior e 2.1 vezes mais em
qualidade do ar interior do que em iluminação.
CONCLUSÃO
Este estudo mostra os resultados preliminares obtidos numa campanha de entrevistas e
questionários ainda em curso. São apresentados os dados obtidos em 75 respostas.
Verifica-se a necessidade de continuar a recolha de dados, especialmente nas regiões do centro e do
sul do país. Contudo, os resultados obtidos permitem retirar algumas conclusões.
Analisando a média de investimento indicada, verifica-se que as pessoas se encontram dispostas a
investir valores mais elevados para obtenção de uma melhoria no desempenho do seu edifício acima do
nível C.
Verificou-se ainda que cerca de 30% das pessoas não tem interesse em investir mais do que o
mínimo para melhorar a qualidade do ambiente interior dos seus edifícios. Contudo, verificou-se que a
maioria das pessoas se encontra disposta a investir, mesmo que valores baixos, nestes aspetos.
Observou-se que a ordem de preferência de investimento ao nível dos quatro indicadores analisados
é a seguinte: Conforto térmico, conforto acústico, qualidade do ar interior e iluminação. Em média, as
pessoas encontram-se dispostas a investir 2 vezes mais em cada um destes indicadores em relação ao que
aparece de seguida na ordem de preferência.
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