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2018
Essa pesquisa teve como objetivo analisar como uma política judicial que prometeu criar um “novo acesso à justiça” - a política nacional de conciliação - tem afetado as práticas e o atendimento aos cidadãos dentro dos tribunais. Partindo de uma abordagem etnográfica, acompanhei as atividades de um Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania localizado na cidade de Campinas-SP para entender como as diretrizes da política constroem e ganham significados nas práticas locais. A primeira hipótese, de que a conciliação judicial tem sido utilizada no Brasil como forma de reagir a problemas de gestão estatal de recursos, encontrou fortes indícios que confirmaram sua eloquência. As diretrizes da política valorizam o encerramento de processos por meio de acordos e o controle de estatísticas, além de organizar premiações para incentivar os tribunais a serem mais “eficientes”. A segunda hipótese, de que a política estaria criando lógicas coercivas que forçam o acordo em nome do “bem comum”, também demonstrou ser convincente. Tal como observado nas primeiras iniciativas de tornar a conciliação uma prática judicial nos Estados Unidos, o Judiciário brasileiro estaria transformando o “acordo” em um ideal a ser alcançado, convertendo a audiência de conciliação num ritual judicial propício para práticas de harmonia coerciva. Enquanto a “pacificação” dos burocratas do Judiciário se resume a “acordos forçados”, a “pacificação” dos métodos que buscam o diálogo ou, nos casos em que o diálogo não é possível, encaminham para a “porta” do processo judicial, é desvirtuada. Este deslocamento de sentidos retrata um Judiciário que se apropria de “boas ideias” para convencer a todos sobre as vantagens da sua autorreforma, sem garantir condições para que assimetrias, desigualdades e relações de poder inerentes ao sistema de justiça sejam eliminados. Evitando o conflito e aceitando que assinar um acordo é pacificar, o Judiciário negligencia seu papel de garantidor de direitos e adota critérios de um modelo de justiça neoliberal.
Resumo: Propomo-nos, neste trabalho, a lançar algumas discussões acerca da retroflexão como um bloqueio de contato muito presente na contemporaneidade. Abordamos o tema tomando como referencial teórico principal a Gestalt-terapia e recorrendo a discussões acerca da contemporaneidade. A retroflexão é compreendida como um bloqueio que interrompe o contato no momento da interação, significando que a pessoa dispensa o contato com o outro, voltando para si mesmo uma energia que seria naturalmente dirigida para a relação. Essa dinâmica parece envolver um tipo de individualismo muito presente e valorizado no mundo contemporâneo: auto-suficiência, autocontrole, a necessidade permanente de ocupação e atividade, a crença de que o outro não está disponível e, portanto: – “eu preciso resolver meus problemas sozinho, deixa que eu resolvo”. O poder de realização e o sucesso compõem parte do cenário contemporâneo, que também abriga o consumismo – um veículo do espetáculo – que disfarça o vazio e a solidão. Palavras-chave: Retroflexão; Contemporaneidade; Gestalt-terapia.
A deflagração do impedimento de Dilma Rousseff tem despertado interesse da mídia internacional, não apenas pelo aspecto de golpe parlamentar midiático de que se reveste ou pelos escândalos de corrupção investigados e publicizados de forma mais ou menos seletiva. Está em jogo também, para a opinição pública internacional, o legado da era Lula, acompanhado com atenção pelo mundo dada a visibilidade de suas políticas sociais e culturais, sua abordagem das relações internacionais e do carisma internacional do ex-presidente. A avidez com que o governo Temer se apressa em desfazer parte das políticas públicas de um governo do qual era o vice-presidente expõe ao mundo a fragilidade e incoerência da política de coalizão que deu sustentação aos governos da era Lula, e explicita, como dito por vários comentadores, o esgotamento da pacto de poder da Nova República. Por outro lado, a conjuntura expõe certa desorientação dos partidos de esquerda, dado o peso da hegemonia petista, de um lado, ou a incapacidade de partidos menores como o PSol apresentarem-se como alternativa eleitoral de envergadura nacional. Até o momento, as apostas de parte da centro-esquerda orbitam em torno da reedição de uma candidatura Lula, no momento mesmo em que partidos como PMDB e PSDB, até aqui relativamente poupados pelo Judiciário e pela mídia, festejam a condição de réu do ex-presidente perante a justiça. A eventual inviabilização eleitoral de Lula aprofunda a desorientação da esquerda que orbita em torno da hegemonia petista, ao mesmo tempo em que reforça a vulgata petista que afirma o caráter orquestrado do processo de impedimento. Se nos distanciarmos da vulgata petista (note-se que poucas vozes do partido, têm de fato investido em uma autorreflexão em meio à crise), percebemos que em outros setores da esquerda, partidária ou não, há uma percepção mais criticamente aguçada de que a captura do Estado pela aliança entre elite econômica e partidos políticos-sobretudo PMDB, PSDB e PT-imunizou o Estado em relação a demandas dos movimentos sociais organizados. A capitulação do PT, com a decorrente desestruturação da centro-esquerda, é apenas o exemplo mais triste disso nos planos nacional e internacional. A crise de representatividade é, não só no Brasil, a blindagem da política institucional em sua aliança com as elites econômicas. Sob este aspecto, devemos abranger o entendimento da crise política-a qual, as ruas indicam, não está resolvida com o afastamento de Dilma-num sentido menos maniqueísta. Eventos como a privatização do pré-sal e a implantação da lei antiterror provocam uma nuvem de fumaça no entendimento da crise brasileira, pois se por um lado municiam a retórica maniqueísta, também nos permitem perceber como tal retórica não oferece um entendimento aprofundado da conjuntura política ao ofuscar pontos de indistinção entre os governos da era Lula e algumas medidas adotadas ou propostas pelo governo provisório. Daí que o recurso ao jogo de forças internacional pode nos ser útil a fim de lançar luz sobre os dilemas da esquerda brasileira.
A conciliação dos conflitos e os conflitos da conciliação, 2013
Principia: an international journal of epistemology, 2013
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A. Málaga (coord.) Qué soles se acercaban al pasado. Homenaje a Luis Millones, Vol.3, 39-112., 2024
Hélios, Jornal Electrónico publicado pelo Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, 2000
Cycle L'histoire de la monnaie et de la médailles en 20 objets, BnF, 2024
Stella Doncheva, Nina Archangelova, Ákos Csepregi, Anikó Angyal, Zita Szikszai, 2024
Journal of Computational Electronics, 2021
Chemie Ingenieur Technik - CIT, 1972
Diamond and Related Materials, 2004
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Rendiconti Lincei, 2014
Hydrological Processes, 1999
Selçuk Üniversitesi Sosyal Bilimler Enstitüsü Dergisi, 1992
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