Expressão Corporal

Este artigo visa à conceituação da Expressão Corporal como a linguagem seminal da Educação Física-origem de todas as outras formas já sistematizadas. Para tanto, recorremos à Semiótica de C. S. Peirce: em particular, ao trânsito entre as categorias da experiência-primeiridade, secundidade e terceiridade-e ao conceito de Linguagem como capacidade humana de produção de conhecimento mediante signos de qualquer espécie. Concluímos que a Semiótica pode contribuir para superar a dicotomia teoria-prática na Educação Física e sugerir uma prática pedagógica que, para além das formas codificadas de movimentar-se, favoreça novas mensagens gestuais.

This article aims at appraising Body Language as the seminal language in Physical Education-source of all other forms that have already been systematized. For that purpose, we resort to Semiotics of C. S. Peirce: especially, to the interconnection of the three classes of experience – firstness, secondness and thirdness –and to the concept of Language as a human capacity of producing knowledge before signs of any kind. We conclude that Semiotics can contribute to overcome the practical-theoretical dicotomy in Physical Education and suggest a pedagogical practices that, besides the codified ways of moving, it favors new gestual messages.

Desde el Homo sacer: el poder soberano y la nuda vida y luego en
Medios sin fin. Notas sobre la política, Agamben expone, apelando a
la antigua Grecia, la dificultad original —si se quiere— del hecho de que esta civilización no disponía de un término único para expresar lo
que nosotros queremos decir con la palabra vida. Y esta palabra está
hondamente ligada a sacerización, dado que cuando esta se expresa,
aquella se desvanece o, mejor, desaparece en su acepción más mínima.
La sacerización (sacralización) es el fin de la vida, en la nuda
vida. Dice nuestro autor (Agamben) que los términos que usaban los
griegos eran semántica y morfológicamente distintos: zoé expresaba
el simple hecho —continúa Agamben— de vivir que es común a
todos los vivientes, mientras que bíos significaba la forma o manera
de vivir propia de un individuo o de un grupo. Esta oposición desapareció
gradualmente en las lenguas modernas sin dejar viva ninguna
diferencia sustancial. Nos preguntamos por la expresión forma de
vida entendiendo, sin desprendernos de Agamben, que esta se refiere
al hecho de que una vida que no puede separarse nunca de su forma
es una vida en la que nunca es posible aislar algo como una nuda
vida. Entonces planteamos que, una vez reducida la vida a una nuda
vida en la sacerización, la democracia queda en manos del latrocinio
político y la corrupción, lo cual provoca paulatinamente su declive en
tanto expresión popular originaria.

From the “Homo sacer: The sovereign power and the naked Life”
and then in “Endless media: Notes on politics”; Agamben exposes,
appealing to ancient Greece, the original difficulty - if you will - of
the fact that this civilization did not have a single term to express
what we mean by the word life. And this word is deeply linked to
sacralization (Bare life), since when it is expressed, it fades or rather,
it disappears in its most minimal sense. Sacralization is the end
of life, in bare life. Our author (Agamben) says that the terms used
by the Greeks were semantically and morphologically different: zoé
expressed the simple fact -continues Agamben- of living common to
all living beings, while bios meant the form or way of tipical living of
an individual or group. This opposition gradually disappeared in modern
languages without leaving any substantial difference alive. We wonder about the expression “form of life”, understanding, without detaching ourselves from Agamben, that it refers to the fact that a life that can never be separated from its form is a life in which it is never possible to isolate something like a nude life. So we propose that once life is reduced to a nude life in priesthood, democracy remains in the
hands of political robbery and corruption, which gradually causes its
decline as an original popular expression.

Como é bem sabido, a problemática da intencionalidade ocupou desde o início o centro do pensamento fenomenológico. Em particular, esta problemática concentrou-se, a partir de Heidegger, mas já também em Husserl, no problema de saber qual a relação intencional fundamental que constituiria a nossa abertura ao mundo e da qual todas as outras formas de intencionalidade dependeriam. O presente artigo pretende demonstrar que a Fenomenologia da perceção de Merleau-Ponty corresponde a uma tentativa de dar ainda mais uma inflexão a esta problemática, localizando no corpo próprio o centro a partir do qual se constitui toda e qualquer relação ao mundo. Procurar-se-á ainda tentar descrever a natureza desta intencionalidade por oposição à intencionalidade que é própria dos atos mentais. Para tal, seguiremos alguns dos momentos fundamentais da secção dedicada ao corpo, procurando encontrar a unidade das análises aparentemente avulsas aí contidas. No fim, veremos que Merleau-Ponty concebe a intencionalidade do corpo como tendo uma natureza essencialmente expressiva.