Time comprises, in the classical-romantic tradition, a theme of paramount importance. Its understanding is seen as a basic pre-requisite for the reproduction of a given musical work to be deemed as successful. There are, however, among...
moreTime comprises, in the classical-romantic tradition, a theme of paramount importance. Its understanding is seen as a basic pre-requisite for the reproduction of a given musical work to be deemed as successful. There are, however, among the critics and interpreters, deeply set disagreements as to the criteria for application of time to the interpretative practice. Such divergences are also noticeable in the history of Philosophy, this being the reason why we shall primarily undertake a bibliographical survey through the notion of time in Augustine, Newton, Leibniz and Kant. In this task, we ascertain how different visions of time can influence musical practice. At a second step, time is analyzed as a theoretical category of musical interpretation. Finally, two models of time perception to be applied in musical practice are presented. Bearing, especially, an investigative purpose, the present article aims to clarify the notion of musical time and provide theoretical subsidies for interpreter-musicians and analysts. At the same time, I aim to point out alternatives to current models of musical time.
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Na tradição musical clássico-romântica, o tempo constitui um tema de suma importância. Sua compreensão é vista como pré-requisito fundamental para que a reprodução de uma determinada obra musical possa ser considerada bem-sucedida. Existem, no entanto, entre críticos e intérpretes profundas divergências sobre os critérios de aplicação do tempo na prática interpretativa. Tais divergências notam-se também na história da filosofia, razão pela qual faremos primeiramente uma pesquisa bibliográfica que passeia pela noção de tempo em Agostinho, Newton, Leibniz e Kant. Nessa tarefa, verificamos como diferentes acepções de tempo podem influir na prática interpretativa. Num segundo passo, o tempo é analisado como categoria teórica da interpretação musical. Por fim, são apresentados dois modelos de percepção temporal para serem aplicados na prática interpretativa. Tendo, sobretudo, um fim investigativo, o presente artigo pretende contribuir para a elucidação da noção de tempo musical e oferecer subsídios teóricos para músicos-intérpretes e analistas. Ao mesmo tempo, pretende-se apontar alternativas a modelos vigentes.