Aline Garcia
Universidade Estacio de Sa, Brasil, Psicologia, Faculty Member
- Doutoranda em Psicologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora do curso de Psicologia da Universidade Estácio de Sá.edit
Resumo A questão da norma se encontra agravada em se tratando do assunto sexualidade na adolescência, e mais ainda, da adolescência privada de liberdade. O objetivo deste trabalho é mapear a produção bibliográfica acerca do modo como os... more
Resumo A questão da norma se encontra agravada em se tratando do assunto sexualidade na adolescência, e mais ainda, da adolescência privada de liberdade. O objetivo deste trabalho é mapear a produção bibliográfica acerca do modo como os profissionais do sistema socioeducativo lidam com as expressões da sexualidade dos adolescentes em cumprimento de medida de internação. Foram realizadas buscas em diversas bases de dados online, utilizando diferentes combinações entre as palavras-chave sexualidade, adolescentes, socioeducativo, direitos sexuais e direitos reprodutivos, e nos deparamos com a escassez de trabalhos sobre o tema. Os artigos e textos localizados serão aqui discutidos através de uma proposta temática, visto que sua leitura permite evidenciar as forças que compõem o cenário da sexualidade adolescente na privação de liberdade, fazendo emergir como temas de análise: a sexualidade como direito, as práticas dos profissionais no sistema socioeducativo, e a questão da visita ínti...
Research Interests:
Comparamos a execução das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade no Rio de Janeiro. Intenciona-se analisar as relações entre os atores em campo, pelo regramento institucional tanto do Departamento quanto das facções.... more
Comparamos a execução das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade no Rio de Janeiro. Intenciona-se analisar as relações entre os atores em campo, pelo regramento institucional tanto do Departamento quanto das facções. Utilizamos entrevistas com profissionais e jovens, e registros em diários de campo, para mapear continuidades e descontinuidades entre as duas medidas. Percebe-se que os modos com que os adolescentes gerem suas próprias regras está em constante tensionamento com as formas com que a disciplina do Departamento é implementada, e que a internação tende a convocar maior endurecimento da regulação das condutas, propiciando menor abertura para negociar conflitos e construir novos projetos de vida. Conclui-se que é urgente a implementação de políticas públicas voltadas para as juventudes em territórios abertos, via diálogo constante com este grupo populacional.
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O esquecimento é uma condição natural humana. Esta é a regra, sendo o ato de esquecer a exceção. O ato de recordar o passado e rememorar as lembranças é saudável, e contribui para a formação da memória coletiva e individual. Porém, o... more
O esquecimento é uma condição natural humana. Esta é a regra, sendo o ato de esquecer a exceção. O ato de recordar o passado e rememorar as lembranças é saudável, e contribui para a formação da memória coletiva e individual. Porém, o avanço tecnológico e o fenômeno da internet provocaram profundas mudanças no comportamento humano e no modo como a sociedade lida com as informações disponibilizadas na rede. A sociedade contemporânea possui como matéria prima a informação. Tudo é produzido a partir do conteúdo informacional que é disponibilizado na rede. A eliminação das barreiras temporais, espaciais, a velocidade extrema e o alcance irrestrito da informação acarretaram a reconfiguração dos espaços público e privado. Este ambiente de mudanças serve de pano de fundo para o surgimento do direito ao esquecimento como instrumento de proteção dos direitos da personalidade, fazendo emergir também as controvérsias em torno da sua aplicação, posto que seu reconhecimento promove relação de tensão entre diversos direitos fundamentais, com destaque para a colisão entre o direito à intimidade e privacidade e o direito à liberdade de expressão e informação.
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O esquecimento é uma condição natural humana. Esta é a regra, sendo o ato de esquecer a exceção. O ato de recordar o passado e rememorar as lembranças é saudável, e contribui para a formação da memória coletiva e individual. Porém, o... more
O esquecimento é uma condição natural humana. Esta é a regra, sendo o ato de esquecer a exceção. O ato de recordar o passado e rememorar as lembranças é saudável, e contribui para a formação da memória coletiva e individual. Porém, o avanço tecnológico e o fenômeno da internet provocaram profundas mudanças no comportamento humano e no modo como a sociedade lida com as informações disponibilizadas na rede. A sociedade contemporânea possui como matéria prima a informação. Tudo é produzido a partir do conteúdo informacional que é disponibilizado na rede. A eliminação das barreiras temporais, espaciais, a velocidade extrema e o alcance irrestrito da informação acarretaram a reconfiguração dos espaços público e privado. Este ambiente de mudanças serve de pano de fundo para o surgimento do direito ao esquecimento como instrumento de proteção dos direitos da personalidade, fazendo emergir também as controvérsias em torno da sua aplicação, posto que seu reconhecimento promove relação de tensão entre diversos direitos fundamentais, com destaque para a colisão entre o direito à intimidade e privacidade e o direito à liberdade de expressão e informação.
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O artigo questiona o apelo popular, endossado por politicos brasileiros na votacao da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) no 171/1993, que defende a reducao da maioridade penal como solucao para a violencia e a impunidade em nosso... more
O artigo questiona o apelo popular, endossado por politicos brasileiros na votacao da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) no 171/1993, que defende a reducao da maioridade penal como solucao para a violencia e a impunidade em nosso pais. Entendemos que o debate deveria contemplar o fortalecimento das premissas do Estatuto da Crianca e do Adolescente. O artigo defende que a logica neoliberal limita os recursos destinados as politicas sociais, amplia os recursos para a area da seguranca e controle e, em consequencia, encaminha a prisao contingentes expressivos da populacao, principalmente jovens negros e pobres. Esta e a logica que sustenta a reducao da idade penal. Ela compete com a retorica dos direitos humanos e sociais, que propugnamos.
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A adolescencia se configura como um periodo da vida de transformacoes corporais e peculiaridades na vivencia da sexualidade. No caso dos adolescentes que cumprem medida de privacao de liberdade, os agentes socioeducativos precisam lidar... more
A adolescencia se configura como um periodo da vida de transformacoes corporais e peculiaridades na vivencia da sexualidade. No caso dos adolescentes que cumprem medida de privacao de liberdade, os agentes socioeducativos precisam lidar com os impasses e dificuldades que emergem das expressoes da sexualidade. Dessa forma, colocamos em analise o olhar do agente socioeducativo a respeito do exercicio da sexualidade dos adolescentes em tres unidades do Departamento Geral de Acoes Socioeducativas (DEGASE), no municipio do Rio de Janeiro, com a diferenciacao e comparacao entre as unidades masculinas e a feminina. A pesquisa surge em 2015 a partir da participacao no Projeto Parcerias, extensao da UFRJ, que atuou em uma unidade masculina de internacao, com grupos constituidos pelos adolescentes em cumprimento de medida e com os agentes socioeducativos. Percebemos que o assunto era evitado e silenciado ao maximo e, portanto, realizamos uma pesquisa atraves de entrevistas com perguntas semie...
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Resumo Foucault aborda a existência de um dispositivo da sexualidade, conjunto heterogêneo que compõe uma estratégia de gerenciamento e controle de corpos, de modos de ser e de populações. Este dispositivo opera sobre a sexualidade... more
Resumo Foucault aborda a existência de um dispositivo da sexualidade, conjunto heterogêneo que compõe uma estratégia de gerenciamento e controle de corpos, de modos de ser e de populações. Este dispositivo opera sobre a sexualidade através do ...
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Resumo O presente trabalho discute como a chegada de uma jovem trans* em uma unidade feminina de internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase-RJ) movimentou, produziu tensões e revelou importantes dinâmicas, práticas... more
Resumo O presente trabalho discute como a chegada de uma jovem trans* em uma unidade feminina de internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase-RJ) movimentou, produziu tensões e revelou importantes dinâmicas, práticas e discursos a respeito de gênero, sexualidade, transexualidade e direitos. Tomando como acontecimento a chegada de dessa jovem, a qual chamaremos de Estrela, procuramos identificar as forças que possibilitam e/ou dificultam a discussão de gênero no sistema socioeducativo, bem como os modos como o corpo de Estrela produz movimentos instituintes que desestabilizam certezas e verdades a respeito do gênero, do sexo e do desejo. O trabalho se desenvolveu a partir de duas pesquisas realizadas na referida unidade, ambas pautadas pelo paradigma ético/estético/político da cartografia. Buscando acompanhar alguns processos desenrolados a partir da chegada de Estrela, como a criação de um Grupo de Trabalho sobre diversidade sexual e de gênero e a produção do Re...
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O presente trabalho discute como a chegada de uma jovem trans* em uma unidade feminina de internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase-RJ) movimentou, produziu tensões e revelou importantes dinâmicas, práticas e... more
O presente trabalho discute como a chegada de uma jovem trans* em uma unidade
feminina de internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase-RJ)
movimentou, produziu tensões e revelou importantes dinâmicas, práticas e discursos a
respeito de gênero, sexualidade, transexualidade e direitos. Tomando como acontecimento
a chegada de dessa jovem, a qual chamaremos de Estrela, procuramos identificar as forças
que possibilitam e/ou dificultam a discussão de gênero no sistema socioeducativo, bem
como os modos como o corpo de Estrela produz movimentos instituintes que desestabilizam
certezas e verdades a respeito do gênero, do sexo e do desejo. O trabalho se desenvolveu a
partir de duas pesquisas realizadas na referida unidade, ambas pautadas pelo paradigma
ético/estético/político da cartografia. Buscando acompanhar alguns processos desenrolados a
partir da chegada de Estrela, como a criação de um Grupo de Trabalho sobre diversidade sexual
e de gênero e a produção do Regimento Interno do Degase (Decreto n. 46.525/18), discutimos
como a presença da jovem demandou a criação de ações e estratégias institucionais que, não
sem dificuldades e desafios, buscaram pautar a temática de gênero a partir de uma perspectiva
da garantia de direitos.
feminina de internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase-RJ)
movimentou, produziu tensões e revelou importantes dinâmicas, práticas e discursos a
respeito de gênero, sexualidade, transexualidade e direitos. Tomando como acontecimento
a chegada de dessa jovem, a qual chamaremos de Estrela, procuramos identificar as forças
que possibilitam e/ou dificultam a discussão de gênero no sistema socioeducativo, bem
como os modos como o corpo de Estrela produz movimentos instituintes que desestabilizam
certezas e verdades a respeito do gênero, do sexo e do desejo. O trabalho se desenvolveu a
partir de duas pesquisas realizadas na referida unidade, ambas pautadas pelo paradigma
ético/estético/político da cartografia. Buscando acompanhar alguns processos desenrolados a
partir da chegada de Estrela, como a criação de um Grupo de Trabalho sobre diversidade sexual
e de gênero e a produção do Regimento Interno do Degase (Decreto n. 46.525/18), discutimos
como a presença da jovem demandou a criação de ações e estratégias institucionais que, não
sem dificuldades e desafios, buscaram pautar a temática de gênero a partir de uma perspectiva
da garantia de direitos.
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A adolescência se configura como um período da vida de transformações corporais e peculiaridades na vivência da sexualidade. No caso dos adolescentes que cumprem medida de privação de liberdade, os agentes socioeducativos precisam lidar... more
A adolescência se configura como um período da vida de transformações corporais e peculiaridades na vivência da sexualidade. No caso dos adolescentes que cumprem medida de privação de liberdade, os agentes socioeducativos precisam lidar com os impasses e dificuldades que emergem das expressões da sexualidade. Dessa forma, colocamos em análise o olhar do agente socioeducativo a respeito do exercício da sexualidade dos adolescentes em três unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE), no município do Rio de Janeiro, com a diferenciação e comparação entre as unidades masculinas e a feminina. A pesquisa surge em 2015 a partir da participação no Projeto Parcerias, extensão da UFRJ, que atuou em uma unidade masculina de internação, com grupos constituídos pelos adolescentes em cumprimento de medida e com os agentes socioeducativos. Percebemos que o assunto era evitado e silenciado ao máximo e, portanto, realizamos uma pesquisa através de entrevistas com perguntas semiestruturadas, com restituições em um segundo momento. Os objetivos são: apresentar a legislação e a base teórica acerca da sexualidade na adolescência e das relações entre os adolescentes que cumprem medida nas unidades socioeducativas de internação; verificar como os agentes socioeducativos percebem
a sexualidade dos e das adolescentes no período de internação; e evidenciar as diferenças entre as unidades masculinas e a feminina nessa vivência.
a sexualidade dos e das adolescentes no período de internação; e evidenciar as diferenças entre as unidades masculinas e a feminina nessa vivência.
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Foucault aborda a existência de um dispositivo da sexualidade, conjunto heterogêneo que compõe uma estratégia de gerenciamento e controle de corpos, de modos de ser e de populações. Este dispositivo opera sobre a sexualidade através do... more
Foucault aborda a existência de um dispositivo da sexualidade, conjunto heterogêneo que compõe uma estratégia de gerenciamento e controle de corpos, de modos de ser e de populações. Este dispositivo opera sobre a sexualidade através do que o autor chama de biopoder, produzindo assim formas legítimas e ilegítimas de exercício da sexualidade. Parte dessa estratégia consiste na construção de identidades e a formação de processos de criminalização. Neste artigo, discutimos a relação entre as produções de subjetividades identitárias e os processos de criminalização, visto que estes processos precisam dar contornos bem definidos ao que se vai criminalizar. Abordamos também o posicionamento ético dos psicólogos diante dessa questão, lembrando que as práticas psicológicas também produzem modos de existência.
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O presente estudo busca mapear como o dispositivo da sexualidade funciona no ambiente socioeducativo, e seus efeitos de subjetivação, em três unidades de internação do Rio de Janeiro (capital). Duas teses são... more
O presente estudo busca mapear como o dispositivo da sexualidade funciona no ambiente socioeducativo, e seus efeitos de subjetivação, em três unidades de internação do Rio de Janeiro (capital). Duas teses são aqui analisadas: 1) a sexualidade aparece como um dos elementos fundamentais na gestão das relações e do espaço-tempo nas unidades de internação; 2) as unidades socioeducativas reproduzem e fortalecem modelos excludentes (racistas, sexistas, homofóbicos, classistas, geracionais, dentre outros possíveis) que vigoram nas relações sociais extramuros. Norteado pela cartografia, política de pesquisa que visa o acesso à experiência, e não a representação de uma realidade, o estudo acompanhou os fluxos do campo através: a) observações assistemáticas, registradas em diário de campo, do cotidiano de trabalho da autora, lotada em uma das unidades pesquisadas b) realização de 35 entrevistas semiestruturadas com profissionais da equipe técnica (serviço social, pedagogia e psicologia), agentes socioeducativos e diretores das unidades; c) grupos para discussão dos resultados encontrados nas entrevistas (encontros de restituição). A análise do material foi realizada à luz do seguinte referencial teórico: dispositivo da sexualidade (Michel Foucault); gênero (Judith Butler e Joan Scott); interseccionalidades (Ângela Davis e Juliana Borges); Análise Institucional (René Lourau); e processos de subjetivação (Félix Guattari/Suely Rolnik/Gilles Deleuze). Foi observado que a sexualidade é um dos elementos fundamentais na gestão das relações e do espaço-tempo nas unidades de internação, compondo relações de poder marcadas por dominação, tutela e controle dos corpos. O afeto do medo aparece enquanto eixo de análise e motor das relações, mantendo a engrenagem vigilante, controladora e reprodutora de discriminações, fazendo dessas unidades de internação ambientes reprodutores de machismo e homofobia. Assim, moças e rapazes jovens, pobres e negros, encontram na medida socioeducativa de internação um espaço de conformismo e adequação aos lugares sociais designados a eles e elas pela sociedade brasileira racistaneoliberal-capitalista-sexista, em vez de encontrarem oportunidades para construir emancipação e inserção social diversa daquela que os e as impulsionou ao ato infracional. O medo expresso pelos e pelas profissionais vem acompanhado de pedidos de soluções durante a pesquisa: o que fazer com os casos de violação sexual? Como lidar com a política de pena de morte introduzida pelos jovens para aqueles que cometeram ato infracional análogo ao crime de estupro? Como implementar a visita íntima nesse contexto? São questões que emergem carregadas de certo desespero, num contexto de sobreimplicação, e que não podem ser negligenciadas. De fato, é urgente que soluções sejam pensadas para essas situações, e esperamos que o presente trabalho possa ser usado como fonte de elementos, já que buscou mapear o funcionamento das unidades a partir do dispositivo da sexualidade.
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O movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros) vem, nessa década, fazendo conquistas importantes no nível macropolítico das lutas, nomeadas como questões relativas à garantia de direitos por parte do Estado. No... more
O movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros) vem, nessa década, fazendo conquistas importantes no nível macropolítico das lutas, nomeadas como questões relativas à garantia de direitos por parte do Estado. No entanto, mesmo com o
apoio de partidos políticos e com a participação de lideranças nos quadros governamentais, as discriminações relativas à sexualidade ainda são recorrentes. Tal constatação nos levou a pensar inicialmente que talvez essas lutas não devessem se restringir à garantida de direitos, ainda que não descartassem a importância de tais ações. O acesso às práticas do movimento LGBT possibilitou vivenciar alguns tensionamentos dessa luta específica e outros que, a partir dos estudos empreeendidos, nos apareceram como efeitos do modo de organização dos denominados NMS – Novos Movimentos Sociais. Considerando que uma das características definidoras desses movimentos é a construção de identidades como estratégia política, tivemos como objetivo nesse trabalho, investigar a relação entre a produção de subjetividades identitárias e as categorizações da sexualidade humana. Encontramos nas contribuições da microfísica do poder e da micropolítica do desejo, sustentação para o exercício de outros
modos de fazer e pensar política, que favorecem o escape à lógica que categoriza, especifica e, sobretudo, discrimina. A militância, o direito e o próprio movimeto LGBT aparecem aqui como operadores da análise das práticas tanto no que tange à reprodução do Mesmo, quanto
aos escapes às modelizações. Recorremos aos registros do caderno de campo, às propostas contidas no relatório da I Conferência Nacional LGBT realizada em 2008 e aos recentes debates veiculados nas mídias, motivados pela edição do kit anti-homofobia. A perspectiva genealógica nos serviu para extrair problemas e tensionamentos da historiografia já existente sobre movimentos sociais e, mais especificamente, sobre o LGBT.
apoio de partidos políticos e com a participação de lideranças nos quadros governamentais, as discriminações relativas à sexualidade ainda são recorrentes. Tal constatação nos levou a pensar inicialmente que talvez essas lutas não devessem se restringir à garantida de direitos, ainda que não descartassem a importância de tais ações. O acesso às práticas do movimento LGBT possibilitou vivenciar alguns tensionamentos dessa luta específica e outros que, a partir dos estudos empreeendidos, nos apareceram como efeitos do modo de organização dos denominados NMS – Novos Movimentos Sociais. Considerando que uma das características definidoras desses movimentos é a construção de identidades como estratégia política, tivemos como objetivo nesse trabalho, investigar a relação entre a produção de subjetividades identitárias e as categorizações da sexualidade humana. Encontramos nas contribuições da microfísica do poder e da micropolítica do desejo, sustentação para o exercício de outros
modos de fazer e pensar política, que favorecem o escape à lógica que categoriza, especifica e, sobretudo, discrimina. A militância, o direito e o próprio movimeto LGBT aparecem aqui como operadores da análise das práticas tanto no que tange à reprodução do Mesmo, quanto
aos escapes às modelizações. Recorremos aos registros do caderno de campo, às propostas contidas no relatório da I Conferência Nacional LGBT realizada em 2008 e aos recentes debates veiculados nas mídias, motivados pela edição do kit anti-homofobia. A perspectiva genealógica nos serviu para extrair problemas e tensionamentos da historiografia já existente sobre movimentos sociais e, mais especificamente, sobre o LGBT.